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Relatório Pré-Experimental 3 - Prática de Circuitos


Eletrônicos 3
Felipe Rodrigues Sobrinho (17/0141764)

I. I NTRODUÇ ÃO O segundo circuito simulado trata-se de um gera-


A geração de onda quadrada pode ser dada a dor de onda triangular a partir de um integrador, que
partir dos multivibradores astáveis. Tais são cons- é responsável por linearizar a onda quadrada gerada
truı́dos a partir de multivibradores biestáveis, em por um multivibrador biestável, como visto na figura
que é inserido um fator de realimentação, β, RC. 2. É válido dizer que, como o integrador gera uma
Nesse mesmo sentido, a geração das ondas trian- inversão no sinal, é necessário que se utilize um
gulares são feitas a partir de um circuito integrador e multivibrador biestável invertido.
um circuito biestável invertido. O integrador tem por
objetivo providenciar uma carga e descarga linear
do capacitor, gerando a onda triangular; o circuito
biestável invertido realiza a inversão do sinal e
introduz a histerese necessária para a oscilação
constante do circuito [1].
Esse laboratório, portanto, visa realizar a
simulação de ambos os circuitos, de onda triangular
e de onda quadrada, para obter os gráficos do sinal
Figura 2. Multivibrador astável para geração de onda triangular. O
de saı́da, analisando o seu comportamento mediante segundo bloco trata-se de um multivibrador biestável simples.
a mudança dos parâmetros de alguns componentes
do circuito. III. S IMULAÇ ÃO
As simulações foram feitas com o programa open
II. D ESCRIÇ ÃO DOS CIRCUITOS SIMULADOS
source QucsStudio 4.2.2.
Um dos circuitos simulados será o gerador de
onda quadrada a partir de um multivibrador astável, A. Circuito gerador de onda quadrada
que é visto na figura 1. Como dito anteriormente, O esquemático para a simulação pode ser visto
trata-se de um circuito em que na realimentação é na figura 3.
colocado um cirucito RC, para controlar a oscilação
do sinal periodicamente em função da constante de
tempo, τ = RC.

Figura 3. Esquemático do multivibrador astável para geração de onda


Figura 1. Multivibrador astável para geração de onda quadrada. quadrada.
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Simulando uma variação nos valore de R entre


1k e 10k em um espaçamento de 5k, temos os
resultados das figuras 4, 5, 6.

Figura 7. Multivibrador astável com R = 10kΩ e a tensão do


capacitor.

Inserindo uma tensão VR no circuito, temos então


Figura 4. Multivibrador astável com R = 1kΩ. o esquemático da figura 8. Variando a tensão VR de
tal circuito em VR = 1V e VR = 2V , obteve-se os
gráficos das figuras 9 e 10.

Figura 5. Multivibrador astável com R = 5kΩ.

Figura 8. Circuito astável para onda quadrada com a tensão VR


variável.

Figura 6. Multivibrador astável com R = 10kΩ.

Observando o capacitor agora, vemos que a expo-


nencial responsável pela carga e descarga do capa-
citor é referente a contante τ = RC, como visto na
figura 7. Nesse sentido, anteriormente só foram fei-
tas análises do comportamento em 3 frequências dis-
tintas, pois considera-se que as demais frequências
resultantes serão uma variação linear do valor do Figura 9. Circuito astável para onda quadrada com a tensão VR em
resistor R. 1V.
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Figura 10. Circuito astável para onda quadrada com a tensão VR em


1V.

Figura 12. Esquemático do circuito utilizado para a simulação do


multivibrador astável de onda triangular.
Variando agora o valor do capacitor e observando
até onde ainda tem-se uma onda considerada qua-
drada, foi possı́vel encontrar, empiricamente, que
valores acima de 1nF com R = 1kΩ, são capazes
de gerar uma onda quadrada ainda, como visto na
figura 11. Abaixo desse valor, a constante de tempo
passa a ser muito pequena, descaracterizando a onda
como quadrada.

Figura 13. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R = 1kΩ.

Figura 11. Circuito astável para onda quadrada com o valor de


capacitância de 1nF .

B. Circuito gerador de onda triangular

O circuito utilizado para realizar a simulação


pode ser visto na figura 12. Variando o valor de
R em 1kΩ, 5kΩ e 10kΩ, obteve-se os gráficos das
figuras 13, 14 e 15. Figura 14. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R = 5kΩ.
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Figura 15. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R = 10kΩ. Figura 18. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R2 = 10kΩ.

Variando, agora, o valor de R2 , tem-se os gráficos IV. D ISCUSS ÃO DOS RESULTADOS
das figuras 16, 17 e 18. O primeiro circuito teve um comportamento in-
teressante quando variado o valor de R. Notou-
se que a frequência da onda quadrada teve um
comportamento inversamente proporcional ao valor
do resistor. Isso se dá por conta do valor da cons-
tante de tempo da carga e descarga do capacitor,
τ , ser incrementada, fazendo com que o tempo
de carga e descarga do capacitor seja mais lento.
Vale dizer também que, por ter um comportamento
linear, a variação do valor de R, deu se apenas
3 valores distintos, nos quais é possı́vel observar
bem o comportamento da variação da frequência.
Essa mesma premissa foi adotada nas simulações
posteriores.
Ainda no primeiro circuito, a variação da tensão
Figura 16. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R2 = 1kΩ. VR gerou uma variação (um offset para ser mais
preciso) na janela de histerese inerente ao circuito
astável de onda quadrada. Isso é possı́vel comprovar
pela mudança no ciclo útil da onda quadrada, que
aumenta em função da tensão V R aplicada.
Por último, fez-se a variação do valor de capa-
citância, que demonstrou que, abaixo de um valor
de 1nF com um resistor R = 1k, a onda quadrada
passa a ser descaracterizada pelo limite do tempo
de subida e de descida. Isso ratifica que, durante
a realização do projeto desse circuito, o projetista
deve observar também o slew rate dos amplificado-
res operacionais.
No segundo circuito, foi possı́vel observar na
primeira etapa que variando o valor de R entre 1kΩ
e 10kΩ, a frequência do circuito também variou
de maneira inversa. A explicação é a mesma do
Figura 17. Gráfico da saı́da Vout e VI para o valor de R2 = 5kΩ. circuito anterior: quanto maior a constante de tempo
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da associação RC, menor será o tempo de subida e


de descida da tensão do capacitor.
Em segundo, foi possı́vel observar que a variação
do valor de R2 também foi responsável por va-
riar o valor da amplitude da onda triangular. Esse
fenômeno é resultado da modificação da janela de
histerese do circuito, mas dessa vez variando a
largura da janela ao invés da posição, como no
circuito anterior; o que faz com que a amplitude
da onda triangular seja afetada.

V. C ONCLUS ÃO
Com tudo isso, foi possı́vel ter uma boa ex-
periência com os circuitos realimentados positiva-
mente, cuja principal caracterı́stica é possuir apenas
dois estados estáveis. Coisa interessante é poder
variar o circuito de tal forma que é possı́vel, dentro
dos limites estabelecidos pelos componentes, obter
um circuito final com propriedades desejadas de
frequência, amplitude e ciclo útil.
As aplicações são as mais diversas: desde projetos
simples como o acionamento de um servo motor, até
projetos mais complexos como o acionamento de
um inversor com um sinal SPWM, cuja principal
caracterı́stica é ter onda quadrada com modulação
da largura de pulso resultado da comparação entre
uma onda quadrada e uma senoide no formato em
que se deseja a saı́da.

R EFER ÊNCIAS
[1] A. S. Sedra, K. C. Smith, T. C. Carusone, and V. Gaudet,
Microelectronic circuits. Oxford university press New York,
2004, vol. 4.

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