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PORTUGUES (BRASIL) DIVA & Entrevista para o Diagnéstico do TDAH em Adultos (DIVA) @®iagnostisch Onterview Moor EYDHD bij volwassenen DIVA Foundation Enti ta Pa Di sti eran anes J.J.S. Kool), MD, PhD & M.H. Francken, MSe em Aduttos 2010, DIVA Foundation, Holanda Créditos AEntrevista para o Diagnéstico do TDAH em Adultos (DIVA) & uma publicac&io da Fundaco DIVA, em Haia, Holanda. Tradusées e retrovers6es para o portugués de Portugal foram feitas pelo CADIn - Centro de Apolo a0 Desenvolvimento Infantil, Cascais, Portugal. A tradugde original de Holandés para Portugués foi realizada por Veerle Grommen, a retroversao para Holandés foi realizada ppor Lut Casnan. Revises de Prof. Carlos Filipe (MD, PhD), CADIn, Cascais, Tl, Annet Bron (MSc), dr. Jd. Sandra Kooij (MD, PhD) e Mariélle van Busse! (MSc), DIVA Foundation, 2074. ‘Aadaptagdo para o Portugués do Brasil foi feita por Dra. Anny Karina P. M. Menezes (MD), Peiedloga Maria Angela Gobbo & Prof. Dr. Mério Rodrigues Louzé (MD, PhD), do Programa de Deficit de Atengdo e Hiperatvidade no Aduito (Prodath) do Instituto de Peiquiatia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S80 Paulo, SBo Paulo, Bresi Esta publicagio fol realizada com todo 0 cuidado, mas com 0 assar do tempo partes da publicagao podem mudar. Por esta razdo, ndo poderdo ser imputados direitos & mesma. Para ‘mais informacées e futuras atualizacdes da DIVA acesse waww.divacenter.eu. Reimpresso com autorizacdo de DSWAIV-TR Manual de Diagnéstco e Estatistica des Transtormos Mentais - Quarta digo, Texto Revisto (2000) ‘American Psychiatric Association (APA). Introdugao Para fazer o diagnéstico do TDAH no adulto, segundo o DSM-IV, é necessario confirmar a presenca de sintomas do TDAH tanto na inféncia como na vida adulta Sdo condigBes necessérias para o diagnéstico que os sintemas de TDAH tenham tido inicio na infancia e que tenham persistido ao longo da vida até o momento da presente avaliago. Os sintomas devem estar associados a Prejuizo clinico ou psicossocial significative e devem afetar 0 individue em dois, ‘ou mais contextos da vida dliaria’ Dado o fato de o TDAH em adultos ser um transtome crénico com inicio na Infancia, é necessério diagnosticar os sintomas, a evolugdo dos mesmos @ 0 nivel dos prejulzos que eles causaram, através de, entre outros, uma entrevista retrospectiva sobre os comportamentos na Infancia. Se posstvel, a informacso do paciente dave ser complementadea pela informaco de pessoas que 0 conheceram quando crianca (geralmente os pais ou familiares préximos)? Entrevista para o Diagnéstico do TDAH em Adultos (DIVA) A Entrevista pare 0 Diagndstico do TDAH em Aduitos (DIVA) é baseeda nos enterios da DSM-IV e é a primeira entrevista estruturada, desenvolvida em Holandés, para diagnosticar TDAH em adultos. A DIVA foi desenvolvida por 4J.J.S. Koolj e MH Francken, sendo esta a sucessora da entrevista semi- estruturada de diegnéstico do TDAH em adultos® Para faciltar a pesquisa da presenca ou auséncia de cada um dos 18 sintomas de TDAH, tanto na Infancia como no adulto, so sempre utiizados exemplos concretos e reslistas do comportamento em ambas as fases da vida. Os, exemplos baseiam-se em descrigdes habituais dos comportamentos de pacientes adultos com TDAH, recolhidas pela equipe de TDAH em adultes PsyQ de Haia, Holanda, Séo utlizados exemplos concretos de prejuizos provocados pelos sintorias em cinco contextos da vide quotidiana: érea profissional e académica, relacionamentos e vida familar, intera¢do social, tempo livre & hobbies, ¢ autoconfianca e autoimagem. Sempre que possivel, a DIVA deve ser aplicada aos pacientes adultos na presenca do parceico(a) e/ou de familiares, para permitr que informaces do paciente (anamnese subjetiva) e de tercelros (anamnese objetva) sejam verifcades simultaneamente. O tempo necessério para aplicar @ entrevista é de cerca de uma hora e meia. [ADIVA investiga apenas os sintomas-chave do TDAH, necessérios para o diagnostico segundo a DSM-IV, e nao outros sintomas, sindromes ou transtomos mentais comérbidos. No entanto, comorbidades so frequentes, tanto nas eriangas como nes adultes, em cerca de 75% dos casos. € importante, por isso, realizar também uma avaiago psiquiarica, para invesiger a possivel ocorréncia dos sintomas, sindromes ¢ transtornos comérbidos mais frequentes, 08 transtornos comérbidos do TDAH mais frequentes so 0s Transtomnas de Ansiedade, Depressivos, Transtornos Bipolares, Abuso de Substancias, Transtomos do Sono e Transtomos da Personaldade, Todos estes Trenstornos devem ser investigades, Este procecimento ¢ indispeneavel para compreender toda a variedade de sintomas que uma pessoa com TDAH pode apresentar, assim como para o diagndstcoaiferencil do TDAH na idade adulta © para a xcluséo de outros transtornes mentais como possivel causa priméria dos “sintomas do TDAH? nos adultos Diva 20 Instrugées para a aplicagao da DIVA ADIVAE composta por trés partes, sendo cada uma dirigida para ambas, a Infancia e a idade adutta: = Critérios de Déficit de Atencio (A1) 1» Critérios de Hiperatividade/Impulsividade (A2) = Idade de Inicio e prejuizos provocades pelos sintomas do TDAH. Comece pelo primeiro conjunto de criterios da DSMHV, para o Défcit de Atencéo (A1), seguindo-se 0 segundo Conjunto de critrios, para Hiperativideda/ Impulsvidede (A2). Pergunte sucessivemente todos 08 18 sintomas. Para cada item proceda da seguinte forma Pergunte em primeiro lugar sobre @ presanca de sintomas na idade adutta (sintomas presentes nos titimos 6 meses ou mais) ¢ em seguida sobre a presenca do mesmo sintoma na inféncia (sintomas presentes no periodo entre 08 5 @ 05 12 anos}, Leia em voz alta @ por completo cada questéo, pergunte a seguir ao paciente se este reconhece ter esse sintoma e pega para dar um exemple Os pacientes indicaréo muitas vezes um dos exemplos ue constam na lista da DIVA, que pode ser assinalado com um vist. Se o paciente no reconhecer o sintoma, use voce ndo tem certeza se 0 exemplo pertence ao sintoma que esta examinando, utlize @ lela entéio os cexemplos da lista um a um. © comportamento-problema ou sintora é considerado presente quando ocorrer com mais frequéncia cu maior intensidade nessa pessoa do ue num grupo semelhante em idade @ Q.1., ou quando é claramente associado a prejuizes. Assinale com um visto todos os exempios que o paciente descrever ou reconhecer. Se forem dados outros exemplos aplicéveis 20 critério, ancte-os na seco “outros”, Para considerar tum sintoma como presente ndo & necessério que 0 paciente reconheca todos os exemples, trata-se apenas do investigador percebar claramente a presenca ou auséncia de cada sintoma. Pergunte, para cada sintoma, se o(a) parcsiro(a) @ o familiar estdo de acordo e se conseguem indicar outros cexemplos relacionados com cada um dos sintomas. O(A) parceiro(a) informara em geral sobre os sintomes na idade adulta © @ familia (geralmento os pais ou um rmembro mais velho da farnilia) sobre a inféncia. © investigador utiliza a sua opinido clinica para chegar a uma conclusao sobre a relevancia de cada resposta. No caso de respostas contraditérias, a regra geral é ade considerar o paciente como sendo 0 melhor informante? DIVA20 500 ta para 0 Diagndstico do TDAH om Adults As informacdes do(a) parceiro(a) e da familia servem principalmente como complemento da informagéo dada pelo paciente, para se conseguir uma compreenso mais, ‘exata do comportamento atual ¢ na infancia. As informacdes dos membros da familia s8o principalmente Uteis para o comportamento durante a infancia, Muitos pacientes tém dificuldade de lembrar do seu préprio comportamento, retrospectivamente, Muitas pessoas tem uma boa meméria do periodo entre os 10 © os 12 anos, mas tém dificuldade em recordar o periode inicial da escola fundamental Para cada sintoma, o entrevistador deve decidir se este ‘esté presente ou ausenta em ambos os estagios da vide, consitlerando as informagdes de todas as pessoas, envolvidas, No caso de no ser possivel a anamnese baseada nas informages dadas por familiares ou terceiros, o diagnéstico ¢ baseado na anamnese do paciente, Caso existam relatorios escolares, estes podem dar uma ideia sobre a existéncia de sintomas que tenham sido evidenciados no decorrer das aulas durante a infancia e podem ser utlizados para dar suporte ao diagnéstico. Os sintomas sdo considerados clinicamente, significativos quando se manifestaram com mais frequéncia e/ou com maior intensidade nessa pessoa do que nas pessoas da mesma idade, ou quando foram prejudiciais 20 individuo. Idade de inicio dos sintomas e prejuizo Aterceira parte, referente a /dade de Inicio e Prejulzos, associados aos sintomas de TDAH, é um componente essencial dos critérios de diagnéstico. Verifique se 0 paciente sempre apresentou os sintomas e, no caso dea resposta ser afirmativa, se alguns dos sintomas jé se manifestavam antes dos sete anos de idade. Se os sintomas se manifestaram pela primeira vez mais tarde, indique em que idade, Em seguida lela sempre os exemplos para as diferentes situaces as quais os sintomas esto associados a prejuizos, primeiro na idade adulta e, em seguida, na infancia, Assinale com um visto os exemplos que foram reconhecidos pelo paciente e indique se 0 total de situagdes em que o prejuizo se manifesta 6 igual ou superior a dois, tanto na infancia como na idace adulta, Para validar 0 diagnéstico € necessério existir prejuizo em pelo menos dois dos contextos de vida: vida profissional/ académica, relacionamentosivida familar, interagao social, tempo livre/hobbies, autoconfianga/auto-imagem e © prejuizo ser, pelo menos, moderado. Resumo de Sintomas e Folha de Pontuacao Indique no Resume de sintomas de Diéficit de Atoneéo (A) @ de Hiperatividade/impulsividade (H/) quais dos 18 sintomas foram observados em ambas as fases da vida e some 0 total dos sintomas de Déficit de Atencdo e de Hiperatividade Impuisividade separadamente Por fim, assinale na Folha de Avaliacdo se o total de critérios em cada um dos dominios, Défeit de Atencdo (A) ¢ Hiperatividade/Impulsividade (H/), ¢ igual ou superior a seis, Indique para cada um dos dominios se ha evidéncia de um desenvolvimento crénico dos sintomas, se os sintomas so acompanhades de prejulzos, se os prejuizos ocorrem am pelo menos dois contextos da vida diéria e se ndo podem ser atribuldos a outro transtomo mental. Indique em que medida o diagnéstico € validado pelas informacées obtidas com familares ou tercelros possiveis relatérios escolares. Conclua por fim se 0 diagnéstico de TDAH 6 valido e a qual subtipo pertence © Paciente (incluindo 0 cédigo do DSM-IV) Explicagdo prévia a ser dada ao paciente Através desta entrevista S80 investigados os sintomas de TDAH apresentados por vocé, tanto no decorrer da Infancia como na idade adulta. As perguntas baseiam-se 1nos critérios ofciais do TDAH segundo o DSM-IV, Para cada critério vou perguntar se vocé reconhece ter esse problema. Para ajudé-lo durante a entrevista darei alguns exemplos que ilustram a forma como as criangas e os adultos podem sentir as dficuldades provocadas por cada lum dos sintomas do TDAH. Em primeiro lugar as erguntas so dirigides @ vocé e, em seguida, ao seu(sua) companheiro(a) ¢ familiares. O seu companhsiro(a) conhece-a(o) provavelmente s6 desde a idade adulta e sseré pedido a ele(a) que nos informe sobre este periodo: 0 seus familiares provavelmente tém uma melhor meméria da sua inféncia, Ambas as fases da vida devem ser investigadas para que se possa fazer o diagnéstico de TDAH Bibliografia 1. American Psychiatric Association (APA): DSM-IV-TR Manual de Diagnéstico e Estatistica das Transtornos Mentais - Quarta Edicfo, Texto Revisto, Climepsi Editores, Lisboa, 2002, 2. Diagnostic Interview for ADHD in Adutts 2.0 (DIVA 2.0), in: Kooij JJS. Adult ADHD. Diagnostic assessment and treatment, Springer, 2012 3. Kool JJS, Francken MH: Entrevista para o Diagnéstico do TDAH em Adultos (DIVA) Acessivel em www kenniscentrumadhdbijvolwassenen.n, 2007 e publicado em Inglés na referéncia 2. 4. Applegate 8, Lahey BB, Hert EL, Biederman J Hynd GW, Barkley RA, Oliendick T, Frick PJ, Greenhill L, MeBurnett K, Neweorn JH, Kerdyk LL Garfinkel B, Waldman |, Shaffer D: Valicty of the age-of-onset criterion for ADHD: a report from the DSM-IV field trials, J Am Acad Chile Adolesc Psychiatry 1997; 36(9):1211-21 6. Barkley RA, Biederman J: Toward a broader definition of the age-of-onset criterion for attention-

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