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COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DA SOJA BRASILEIRA: UMA

AVALIAÇÃO SISTÊMICA

RESUMO
As mudanças ocorridas no Brasil com a abertura comercial favoreceram o processo de
modernização e a reorganização das atividades econômicas brasileiras, reforçando a
necessidade de minimizar custos, gerar economias externas, e uma série de fatores para
maximizar eficiência e competitividade, exigindo, assim, maior qualificação de setores como
o agronegócio, que expandiu no mercado mundial depois de iniciadas essas transformações.
Por ser de extrema importância para mercado mundial de commodities e, visto que
desempenha papel relevante no processo de geração de divisas no balanço de pagamentos
brasileiro, o complexo soja exige uma constante avaliação em nível nacional e em relação ao
mercado externo. Nesse trabalho, avaliou-se a competitividade da cadeia produtiva da soja
mensurando o potencial de ampliação da participação do Brasil no mercado externo de soja e
derivados, através de indicadores de desempenho selecionados. Aliada à análise quantitativa
via indicadores optou-se por avaliar qualitativamente a competitividade do setor verificando,
também, a contribuição de cada segmento para o sucesso da cadeia produtiva da soja, através
dos direcionadores de eficiência, através de um levantamento primário realizado via contato
com produtores, federações e sindicatos ligados ao setor sojícola. A observação de diferentes
elementos constitutivos da cadeia agroindustrial da soja nos principais estados produtores
evidenciou a existência de um importante conjunto de fatores que influem positiva ou
negativamente, em variados graus, na eficiência do setor. A análise dos direcionadores
descritos na metodologia foi realizada com o intuito de verificar a contribuição de cada
segmento para a cadeia produtiva da soja. Os dados obtidos nas entrevistas foram tabulados e
analisados graficamente.
PALAVRAS - CHAVE: Competitividade, indicadores e direcionadores de eficiência.

1. INTRODUÇÃO
Em fins da década de 80 e início da de 90, o Brasil sofreu diversas mudanças de
ordem econômica, destacando-se, dentre elas, a abertura comercial, quando o governo adotou
um processo de liberalização do comércio, limitando as tarifas, eliminando ou reduzindo as
restrições quantitativas e removendo / retraindo taxas às exportações. Essa abertura da
economia nacional à competição internacional favoreceu o processo de modernização,
levando à reorganização das atividades econômicas brasileiras, de modo que apenas as que
fossem comercialmente competitivas continuassem no mercado. Fez-se necessária, então, a
minimização dos custos, maior acesso aos mercados, geração de economias externas, e uma
série de fatores para maximizar eficiência e a competitividade.
Atualmente, os mercados agroindustriais possuem uma das estruturas mais
competitivas da economia nacional. De acordo com o Instituto de Economia Agrícola IEA, o
agronegócio brasileiro responde, atualmente por cerca de 28% do Produto Interno Bruto e
34% das exportações nacionais, sendo, portanto, um dos elementos base para a sustentação da
economia do país.
O mercado internacional de soja e derivados é um dos mais expressivos no contexto
do agronegócio mundial. Segundo dados explicitados na tabela abaixo, tomando-se por base a
balança comercial do agronegócio, a contribuição do complexo soja1 para as exportações
representa cerca de 23,27% na média do período de 1997 a 2001. Portanto, quase um quarto
das exportações do complexo das cadeias agropecuárias deve-se à exportação do grão soja e
seus derivados. A combinação de competitividade externa, aliada à situação interna, exige a
1
Embora existam distinções conceituais importantes entre os termos, nesta pesquisa, “complexo soja” e “cadeia
produtiva da soja e derivados” serão utilizados como definições aproximadas.
1
crescente busca de vantagens comparativas por parte dos setores e empresas participantes da
cadeia da soja, e de políticas que garantam suporte e incentivo para sua capacitação produtiva.

Tabela 1 - Valor das Exportações do Complexo Soja - Produtos Agropecuários e total no Brasil –
US$ Milhões (FOB)

Produto 1997 1998 1999 2000 20011 Média


Complexo Soja (A) 5729 4752 3768 4195 5297 4748
Produtos Agropecuários (B) 25593 20765 19827 19806 19016 20401
Exportações Totais (C) 52990 51120 48011 55086 58222 53086
Participação % (A)/(B) 25,36 22,88 19,00 21,18 27,86 23,27
Participação % (A)/(C) 10,81 9,30 7,85 7,62 9,10 8,94
Participação % (B)/(C) 42,64 40,62 41,30 35,96 32,66 38,43
1
Dados Preliminares
Fonte: Conjuntura Econômica (Julho de 2002), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE
2002) e Secretaria de Comércio Exterior (SECEX, 2002)
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE, a
soja é a mais importante oleaginosa em produção sob cultivo extensivo, com uma produção
mundial de mais de 160 milhões de toneladas.
Dados da OILSEEDS (2002), mostram que os principais produtores são os Estados
Unidos, Brasil, Argentina e China, que respondem por mais de 85% da produção mundial
dessa commodity. (Tabela 2)
Nos últimos anos, o Brasil teve extraordinário crescimento em sua participação no
comércio dos produtos do complexo soja. Segundo dados do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos – USDA na safra de 1995/96 as exportações globais de soja em grão
somaram 31,86 milhões de tonelada. Desse total, os Estados Unidos, participaram com
72,5%, sendo, portanto, o maior produtor mundial, seguindo-se o Brasil, 2º maior produtor,
com 10,8% e a Argentina, terceiro, com 6,5%.

Tabela 2 – Quantidade Produzida de Soja, Principais Países (em milhões de toneladas)

Participação média
País 1997/98 1998/99 1999/00 2000/011 2001/022 Média (%)
Estados Unidos 73,18 74,60 72,22 75,06 78,67 74,75 46,30
Brasil 32,50 31,30 34,20 39,00 43,50 36,10 20,56
Argentina 19,50 20,00 21,20 27,80 29,50 23,60 12,34
China 14,73 15,15 15,40 15,40 15,45 15,43 9,32
Outros 18,16 18,77 16,88 17,84 16,72 17,67 11,49
Total 158,07 159,82 159,90 175,10 183,84 167,35 100,00
1
Dados Preliminares
2
Estimativa de Junho de 2002
Fonte: OILSEEDS (1998/2002)
Passados seis anos, na safra de 2001/02, as exportações globais passaram a 55,96
milhões de toneladas, um crescimento de 73%. Os Estados Unidos, ainda o maior país
produtor, tiveram significativa redução em sua participação no mercado, passando a responder
por 51,8% do total exportado mundialmente. A fatia de mercado perdida pelos Estados
Unidos foi conquistada pelos seus dois principais concorrentes, Brasil e Argentina. O Brasil
passou a ter participação de 27,3% e a Argentina, de 11,8%, nas exportações mundiais.
Ambos mais do que dobraram sua presença naquele curto intervalo. Esses dados mostram que
na busca de maior inserção internacional, o Brasil seguido pela Argentina, está rapidamente
conquistando parte do mercado à medida que expandem suas áreas de produção e
desenvolvem uma eficiente tecnologia de produção.
2
A China, quarto maior produtor mundial, não aparece no ranking de exportações. O
país não só consome toda a produção como também aparece em posição de destaque entre os
países importadores.
No âmbito das importações, o destaque fica com a União Européia (UE), que responde
me média, por 37,34% do total de 48,38 milhões de toneladas importadas em nível mundial.
Os principais compradores da soja brasileira são Holanda, China, Alemanha e a Espanha. Este
bloco utiliza a soja para a produção de ração animal, uma vez que é um dos principais
produtores de suínos, aves e bovinos em termos mundiais. Os chineses desde a origem da
soja, que é uma das culturas mais antigas, consideram-na muito importante na dieta alimentar
e no passado, segundo a tradição chinesa, a consideravam um grão sagrado cultuado pela
população.
Impulsionada pela expansão da demanda, principalmente internacional, a lavoura de
soja brasileira começou a se expandir mais nos fins da década de 70, concentrando-se a
princípio na região Centro-Sul, onde a cultura encontrou efetivas condições de para se
desenvolver e expandir, dadas as semelhanças climáticas com o sul dos Estados Unidos, para
onde a soja migrara antes no início do século passado. Um dos fatores que colaborou com a
vinda da soja para o Rio Grande do Sul foi a frustração da safra de grãos da Rússia e da
China, assim como da pesca de anchova no Peru, cuja farinha era utilizada como componente
protéico na fabricação de rações para animais onde os fabricantes do produto passaram a
utilizar o farelo de soja.
Apesar da primeira crise do petróleo em 1973, como o Brasil ainda estava sob o efeito
do “milagre econômico”, o governo mudou as bases da política industrial brasileira, ao
mesmo tempo em que enfatizava a necessidade de modernização do setor agrícola e a abertura
de novas fronteiras.
A soja, portanto, que já tinha potencial no mercado internacional, passou a receber
mais crédito, mais pesquisas e infra-estrutura. E através de políticas do governo, o país que
até então era dependente do trigo, tornou-se auto-suficiente nesse cereal, beneficiando mais
uma vez a soja, que, no verão, era freqüentemente utilizada como cultura de rotação com o
trigo, usufruindo a mesma área, do mesmo maquinário e a mão-de-obra além da estrutura
corporativista montada em torno daquele cereal.
A soja tem sido destaque da pauta brasileira de exportações globais nos últimos anos.
Dados do Agrianual (2003) mostram que em 2001, as exportações do complexo soja
responderam por 9,1% das exportações totais de US$58,22 bilhões e por 41,1% das vendas
externas do agronegócio, que somaram US$23,958 bilhões.
Os destinos do complexo soja brasileiro são os mesmos dos países concorrentes: são
principalmente a Europa e países asiáticos, como mostra os dados da Tabela 3.

Tabela 3 - EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE SOJA EM GRÃO


(Principais mercados - %)

Mercado 1996 1997 1998 1999 2000 2001


1
UE 82,2 75,9 71,9 81,1 68,1 64,1
China 0,4 3,6 10,2 7,0 15,5 20,4
Japão 8,7 5,7 3,1 4,1 4,6 4,9
1
União Européia = 9 países membros
Fonte: FNP/SECEX
Segundo o Instituto de Economia Agrícola, as quantidades de grão de soja exportadas
pelo Brasil cresceram mesmo numa conjuntura de queda dos preços internacionais do
produto, que teve início por volta de 1997com a seqüência de crises de países emergentes.
(Vide Figura 1).

3
18
15
12
9
6
3
0
97/98 98/99 99/00 00/01 001/02

Figura 1: Expansão das Exportações Brasileiras de grão de soja – em milhões de toneladas.


Fonte: Dados Básicos - USDA, Setembro/2001.

A partir de 1980, a participação do Centro Oeste tornou-se considerável,


principalmente por poder aproveitar da infra-estrutura construída em torno de Brasília e do
baixo valor das terras, comparada ao da região Sul. Em todo o país, a produção dessa
oleaginosa cresceu significativamente através da incorporação de novas áreas antes
inexploradas e da substituição de outras culturas.
Na safra 2001/02, a região Centro Oeste contribuiu com 48% da produção nacional de
soja, enquanto a região Sul contribuiu com aproximadamente 36%. Analisando
separadamente os Estados que constituem a região maior produtora, o Mato Grosso se
destacou, na safra de 2001/02 com uma participação de 28% na produção total do país. Goiás
teve participação de 13% e Mato Grosso do Sul, cerca de 9%. De acordo com os dados do
IBGE, os estados, das demais regiões, que têm maior participação na produção de soja em
grão são o Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.
Embora estimativas baseadas na situação atual não se realizam com 100% de precisão,
uma análise prospectiva da cadeia produtiva da soja revela que o potencial dessa cultura tende
a se expandir a cada dia. O poder aquisitivo da Ásia, que possui o maior potencial de consumo
dessa oleaginosa, tem aumentado, e ainda vale destacar, que o temor da doença da vaca louca
mantém alto o consumo de carne suína e frango, cuja alimentação é feita à base de farelo de
soja e cuja demanda crescerá, também em razão da proibição, na Europa, do uso de farinha de
carne nas rações para bovinos.
Pelo exposto, fica claro que um estudo sobre os fatores que condicionam a
expressividade do Brasil como produtor e exportador de soja, é de suma importância para que
se possa averiguar a dimensão, de fato, da competitividade nacional nessa atividade. Uma das
formas mais usuais e precisas de se mensurar a competitividade de uma atividade produtiva,
no mercado internacional, é através da construção e avaliação de indicadores, que permitam a
realização de comparações compatíveis com critérios internacionais, após a verificação dos
fatores que condicionam a competitividade externa da soja brasileira e seus derivados e a
identificação dos agentes-chave da cadeia analisada.
Assim sendo, a análise da competitividade do setor, em termos de desempenho, que é
uma das formas de se estudar tal conceito, poderá contribuir para detectar pontos falhos em
termos de competição (doméstica e externa) e, ainda, detectar em qual esfera se situa a maior
colaboração do setor para a caracterização do Brasil como um país verdadeiramente
competitivo nesta atividade.
2. METODOLOGIA
2.1. Modelo Teórico
Considerando que o presente estudo congrega aspectos teóricos referentes a dois temas
de análise, quais sejam a visão integrada das cadeias produtivas agroindustriais, e as teorias
relativas à competitividade das organizações, será realizada, nesse item, breve descrição das
principais abordagens relativas a cada um desses temas.
4
2.1.1. Cadeias Produtivas Agroindustriais: uma abordagem sistêmica

A análise de cadeias produtivas agroindustriais tem sido realizada a partir de diferentes


abordagens metodológicas, que contemplam desde simples estudos exploratórios até
complexas análises quantitativas. A opção metodológica é, em princípio, função dos objetivos
da análise e do referencial conceitual adotado, mas não deixa de se preocupar com
considerações sobre a disponibilidade de recursos físicos, financeiros e humanos e as
expectativas quanto aos seus resultados e sua formatação qualitativa ou quantitativa. Nessa
pesquisa a metodologia de análise proposta toma por referência conceitual principal o enfoque
sistêmico de produto (Commodity Systems Approach - CSA), complementado pelo enfoque
mais recente de Supply Chain Management - SCM. Esse método de pesquisa tem sido
bastante utilizado na construção de diversos diagnósticos de cadeias produtivas
agroindustriais, tendo por característica central seu viés qualitativo, bastante útil na diagnose
de entraves e na construção de perspectivas setoriais.
Embora considere de fundamental importância a construção de uma base sólida de
dados acerca de cada segmento analisado possuindo, portanto, nuanças quantitativas, seu
enfoque é essencialmente sistêmico. Nessa abordagem, segundo SILVA et al. (1999) um
sistema é compreendido por dois aspectos básicos: uma coleção de elementos e uma rede de
relações funcionais, as quais atuam em conjunto para o alcance de algum propósito
determinado. De forma geral, esses elementos interagem por meio de ligações dinâmicas,
envolvendo o intercâmbio de estímulos, informações ou outros fatores não específicos. As
análises de cadeias agroindustriais, portanto, se beneficiam dessa visão conjunta, uma vez que
sua eficiência e competitividade são fruto do bom desempenho de cada um de seus elos
constitutivos.
Segundo DAVIS & GOLDBERG citados por BATALHA (1997), a agricultura não
poderia ser abordada de maneira indissociada dos outros agentes responsáveis por todas as
atividades que garantiriam a produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos.
Eles consideravam as atividades agrícolas como fazendo parte de uma extensa rede de agentes
econômicos que iam desde a produção de insumos, transformação industrial até armazenagem
e distribuição de produtos agrícolas e derivados.
Goldberg utilizou a noção de Commodity System Approach no estudo de matérias-
primas de base, sendo estas as fornecedoras de um ponto de partida para análise. Ou seja, são
realizados cortes verticais no sistema econômico a partir de uma matéria-prima de base, para
só depois se estudar o comportamento de seu funcionamento. De fato, a noção de CSA está
mais ligada ao consumo final, destacando o importante papel do consumidor. Durante a
aplicação do conceito de CSA, Goldberg abandona o referencial teórico da matriz insumo-
produto para aplicar conceitos oriundos da economia industrial. Assim, o paradigma clássico
da economia industrial: Estrutura – Conduta – Desempenho, passa a fornecer os principais
critérios de análise (BATALHA, 1997).
Em síntese, a principal característica do CSA é sua fundamentação na área de
sistemas. Para que esta análise seja mais bem entendida, a agricultura deve ser vista dentro de
um sistema mais amplo composto principalmente, pelos produtores de insumos, pelas
agroindústrias e pela distribuição/comercialização. É necessária uma sucessão de etapas
produtivas, desde a produção de insumos até o produto acabado, como forma de orientar a
construção de suas análises (BATALHA, 1997).
Os principais aspectos assumidos pelo modelo Commodity System Approach, são a
análise mesoanalítica e sistêmica dos estudos em termos de cadeia agroindustrial. Para
BATALHA (1997), a mesoanálise pode ser definida como “a análise estrutural e funcional
dos subsistemas e de sua interdependência dentro de um sistema integrado”. Esta definição
remete diretamente a um enfoque sistêmico, segunda característica importante de uma cadeia
5
de produção agroindustrial.
Uma característica fundamental do enfoque sistêmico é que o sistema não se constitui
na mera soma das partes de um todo. Deve-se demonstrar que o sistema se caracteriza pelos
padrões de interações das partes e não apenas pela agregação destas. O desempenho do
sistema agroindustrial provém de padrões sistemáticos de interação dos seus atores –
produtores, processadores, atacadistas, varejistas, consumidores e do ambiente institucional
em que estes se inserem – e não da agregação de propriedades desses componentes. A mera
identificação dos elementos constituintes de uma cadeia produtiva, juntamente com suas
propriedades isoladas, não é suficiente para expressar um sistema.
Importante destacar, em adição, que segundo estes autores, a principal característica
dessa definição é que a interdependência dos componentes é reconhecida e enfatizada na
abordagem sistêmica. Assim, a generalidade dessa perspectiva permite o estudo de questões
diversas sob esse ângulo, possibilitando, em princípio, o melhor entendimento de fatores que
afetam critérios de desempenho global, fatores esses que podem estar presentes em quaisquer
dos elementos constituintes do sistema. Por exemplo, em análises do desempenho de sistemas
é freqüente a identificação de problemas que, embora aparentes apenas em determinado
componente, têm sua origem em outros componentes remotamente localizados no espaço ou
no tempo. Com efeito, as inter-relações dos elementos de um sistema envolvem geralmente
mecanismos de propagação e realimentação, os quais dificultam a identificação de ciclos de
causa-efeito ou de estímulo-resposta, a partir de análises tradicionais segmentadas por
elementos.
Assim sendo, o enfoque sistêmico de produto oferece a base teórico-conceitual
necessária à compreensão da forma como a cadeia funciona e sugere as variáveis que afetam o
desempenho do sistema. Entretanto, outro modelo contribui como referencial quando se
buscam medidas a serem implementadas pelas empresas integrantes do sistema com vistas à
melhoria de suas posições competitivas: o Supply-Chain Management.

2.1.2. Competitividade: desempenho, eficiência e capacitação.

O conceito de competitividade vem sendo abordado, nas análises e pesquisas


científicas, sob diversas perspectivas. Em ampla resenha sobre o assunto, HAGUENAUER
(1989) organiza os vários conceitos de competitividade em duas famílias:
a) competitividade como desempenho – segundo esse entendimento, a competitividade é
expressa na participação no mercado (market-share) alcançada por uma firma em um
mercado em um momento do tempo. A participação das exportações da firma ou
conjunto de firmas no comércio internacional total da mercadoria aparece como seu
indicador mais imediato, em particular no caso da competitividade internacional.
b) competitividade como eficiência - nessa versão, busca-se traduzir a competitividade
através da relação insumo-produto praticada pela firma, e, na capacidade da empresa de
converter insumos em produtos com o máximo de rendimento. Assim, sob a ótica da
eficiência, a competitividade é associada à capacidade de uma firma/indústria de
produzir bens com maior eficácia que os concorrentes no que se refere a preços,
qualidade (ou a relação preço-qualidade), tecnologia, salários, e produtividade, estando
relacionada às condições gerais ou específicas em que se realiza a produção da
firma/indústria vis a vis a concorrência.
Na primeira visão, é a demanda no mercado que, ao arbitrar quais produtos de quais
empresas serão adquiridos, estará definindo a posição competitiva das empresas, sancionando
ou não as ações produtivas, comerciais e de marketing que as empresas tenham realizado. Na
segunda abordagem, é o produtor que, ao escolher as técnicas que utiliza, submetido às
restrições impostas pela sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial, estará
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definindo a sua competitividade.
Segundo HAGUENAUER (1989) há relativo consenso quanto ao fato de que a
possibilidade de conciliação analítica entre as duas visões encontra obstáculos. Para os que
entendem a competitividade como desempenho, a eficiência na utilização de recursos
produtivos definiria algumas das eventuais fontes de competitividade existentes em uma
firma/indústria, mas nunca a competitividade em si, já que esta depende de muitos outros
fatores, muitos deles subjetivos ou não mensuráveis. FAJNZYLBER (1988), por exemplo,
raciocina nessa linha ao avaliar competitividade como desempenho, porém atribuindo-lhe os
qualificativos de autêntica (aumento de produtividade via progresso técnico) ou espúria
(baixos salários, taxa de câmbio, subsídios, etc.) conforme as fontes que a originam. Os
fatores determinantes da competitividade, para o autor, podem ser extremamente abrangentes
como sugere ao afirmar que competem no mercado (internacional) não apenas empresas, mas
sistemas produtivos, esquemas institucionais, organizações sociais e que a competitividade
depende também de externalidades como o sistema educacional, infra-estrutura de P&D,
aparato institucional público e privado, sistema financeiro, etc.
Em termos práticos, a incompatibilidade entre as duas vertentes conceituais, de acordo com
HAGUENAUER (1989), pode ser resumida ao seguinte dilema:

9 Para os que advogam a versão desempenho, a competitividade, como um fenômeno ex-


post, é o resultado de um vasto conjunto de fatores, dentre os quais a eficiência técnica
produtiva é apenas um deles e nem sempre o mais importante. Assim sendo,
competitividade é uma variável que sintetiza fatores preço e não preço - estes últimos
incluem qualidade de produtos e de fabricação e outros similares, a habilidade de servir ao
mercado e a capacidade de diferenciação de produtos, fatores esses parcial ou totalmente
subjetivos.
9 Para os que seguem a vertente "eficiência", por sua vez, competitividade é um fenômeno
ex-ante. É um grau de capacitação detido pelas firmas, que se traduz nas técnicas por elas
praticadas. O desempenho no mercado "seria uma provável conseqüência da
competitividade e não sua expressão".Considera-se, assim, que é o domínio de técnicas
mais produtivas que, em última instância, habilita uma empresa a competir com sucesso,
isto é, representa a causa última da competitividade.
Concretamente, acreditar que a maior eficiência produtiva se traduza, mesmo que no
longo prazo, em maior participação no mercado implica aceitar os cânones da concorrência
perfeita (ou contestabilidade perfeita, nas versões modernizadas), no sentido de que há total
mobilidade do capital. Isto implica aceitar que inexistem barreiras à entrada e à saída de
qualquer natureza no mercado considerado, não há preferência dos consumidores por marcas,
não há discriminação de preços nos mercados e outras premissas pouco realistas.
SPENCE (1984:110) trabalha com um conceito de dynamic technical efficiency, que
leva em conta o fato de que uma redução de custos produtivos exige algum gasto prévio, que
se traduz, em sua maior parte, em custos fixos para a empresa. Segundo este autor, “em
diversos mercados as empresas competem ao longo do tempo dispendendo recursos com o
propósito de reduzir seus custos". Poder-se-ia generalizar a idéia, entendendo-se que firmas
competem através do tempo dispendendo recursos com o propósito de financiar suas
estratégias competitivas. Isso significa que o grau de eficiência de uma firma, em um dado
momento, está determinado pelas estratégias competitivas adotadas pela firma em um tempo
anterior.
Aceitando-se essas ponderações, constata-se que a análise da competitividade possui
caráter intertemporal de difícil superação. Além disso, ao envolver os gastos realizados pela
firma, não há como retirar do centro da discussão o processo de decisão desses gastos, que
necessariamente depende de expectativas quanto ao futuro por parte dos empresários e,
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portanto, se dá sob incerteza. A entrada em cena das noções de tempo e de expectativas exige
uma formulação teórica própria e radicalmente distinta das acima mencionadas. Dado uma
situação concorrencial, as firmas escolhem estratégias competitivas em função de suas
expectativas quanto às que lhe pareçam mais eficientes, mas só posteriormente o desempenho
no mercado sancionará o acerto ou erro da escolha (HAGUENAUER, 1989).
Dessa forma, mesmo a tecnologia não assegura o sucesso na conquista ou manutenção
de mercados, tanto mais porque a best-practice relevante neste campo não é a absoluta (a
mais avançada das técnicas disponíveis), mas, a mais competitiva dentre as técnicas
existentes.
Nesta direção, sugere-se que competitividade não pode ser entendida como uma
característica intrínseca de um produto ou de uma firma. Ao contrário, entende-se ser a
competitividade um conceito dotado de uma dimensão extrínseca à firma ou ao produto,
estando também relacionada ao padrão de concorrência vigente no mercado específico
considerado (HAGUENAUER, 1989). É o padrão de concorrência, portanto, a variável
determinante e a competitividade a variável determinada ou de resultado.
Como princípio geral, competitividade deve ser entendida como um fenômeno direta e
indissoluvelmente ligado ao processo de concorrência, que não se esgota em vinculações ex-
ante ou ex-post. No entanto, a operacionalização de um conceito de competitividade dentro
desse princípio geral exige o estabelecimento de uma série de pontos referentes às noções de
concorrência e padrões de concorrência, de grande complexidade, principalmente quando se
busca incorporar a presença de inovação tecnológica no processo competitivo.

2.2. Modelo Analítico

Em consonância com a estrutura do referencial teórico desta pesquisa, a consecução


do trabalho, descrita nessa seção, necessitará ser desenvolvida em duas etapas. Em um
primeiro momento, o projeto utilizará uma abordagem metodológica que combinará o uso
intensivo de informações de fontes secundárias com a realização de entrevistas, através de um
processo de amostragem intencional. Esse processo, em análises de cadeias produtivas, vem
sendo utilizado com sucesso, uma vez que a característica eminentemente qualitativa da
pesquisa exige a contribuição dos principais atores de cada cadeia analisada. Essa fase
permitirá ao pesquisador, a obtenção de informações mais aprofundadas sobre a cadeia
produtiva da soja em grão e seus derivados, a fim de que sejam identificados os elementos-
chave da atividade, passo fundamental para a mensuração de sua competitividade.
Em complementação ao levantamento bibliográfico, portanto, serão utilizados
questionários e entrevistas (semi-estruturados). Uma das vantagens desse procedimento
refere-se ao fato de que, com esta prática, a coleta de informações é relativamente rápida.
Entretanto, é preciso destacar que o levantamento de informações, através dessa prática
metodológica, possui também algumas limitações: como os métodos de avaliação ocorrem
após os eventos, os participantes podem esquecer-se de informações importantes ou, se o
questionário é muito extenso, os participantes podem responder superficialmente
(TROCHIM, 2002).
Para a avaliação dos padrões de eficiência da cadeia produtiva o estudo tomará por
base a metodologia originalmente proposta por Van DUREN et alii (1993), adaptada por
pesquisadores da UFV e UFSCar (SILVA e BATALHA, 1999). Este enfoque, já utilizado em
diagnósticos de cadeias produtivas agroindustriais, considera que a eficiência em um sistema
produtivo é determinada por fatores diversos, sobre os quais é possível ou não o exercício de
controle pelas empresas ou pelo governo. Assim, cada elemento será primeiramente
classificado como controlável, quase-controlável ou não controlável pelos agentes que
participam da cadeia produtiva analisada.
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Em seguida estes fatores, aqui classificados como direcionadores, serão agrupados em
seis grandes blocos: “tecnologia”, “gestão”, “relações de mercado”, “insumos”, “estrutura de
mercado” e “ambiente institucional”. A partir de então os direcionadores serão desdobrados
em subfatores, que são identificados e analisados quanto à intensidade em que contribuem,
favorável ou desfavoravelmente, para a eficiência do sistema2. Assim sendo, o direcionador
tecnologia pode ser, por exemplo, desdobrado nos subfatores assistência técnica, tecnologia
disponível etc.
A partir das informações coletadas nas entrevistas e na pesquisa preliminar (revisão de
literatura), cada subfator receberá uma pontuação, sendo que, na soma final, os subfatores de
cada direcionador precisam somar peso 1,00. A pontuação dada a cada direcionador orienta-se
pela escala de Likert, que varia de –2 a 2, sendo que a pontuação-2 classifica o direcionador
como Muito Desfavorável, -1 como Desfavorável, 0 como Neutro, 1 como Favorável e 2
como Muito Favorável.
De acordo com TROCHIM (2002), a escala de Likert apresenta um jogo de indicações
da atitude. Os “assuntos” são medidos para expressar o acordo ou o desacordo dos indivíduos
em relação ao objeto de estudo. A cada grau de acordo ou desacordo, ou seja, a cada resposta
dos indivíduos, é dado um valor numérico dentro da escala, que varia de –2 a 2. A escala de
Likert é um método unidimensional, onde devem ser seguidas algumas etapas básicas para
seu desenvolvimento:
1. Definir o foco: a primeira etapa é definir o objeto a ser medido.
2. Gerar a base da escala (direcionadores e subfatores): pode ser criada pelo
pesquisador, baseada na compreensão íntima do objeto estudado ou desenvolvida
com base em pesquisas já realizadas sobre o assunto3.
3. Avaliar a escala: a etapa seguinte é fazer uma avaliação dos direcionadores e
subfatores que caracterizam a escala. Neste caso, como comentado, a escala varia de
–2 a 2, onde a pontuação –2 classifica o direcionador como muito desfavorável, -1
como desfavorável, 0 como neutro, 1 como favorável e 2 como muito favorável.
4. Verificar as interrelações entre direcionadores: a etapa seguinte é computar as
interrelações existentes entre todos os pares dos artigos, baseado nas avaliações
feitas na etapa anterior.
5. Administrar a escala: esta é a etapa onde a escala de Likert se encontra pronta para
ser utilizada.
De acordo com SEBRAE (2000), para se agregar as avaliações dos subfatores ao nível
dos direcionadores, a escala qualitativa recebeu uma transformação numérica no intervalo de
–2 (MD) a +2 (MF), com gradação unitária4. Atribuíram-se ainda pesos diferenciados aos
subfatores, pois se reconhece que estes possuem impactos não uniformes sobre o resultado da
avaliação de cada direcionador. Com esse procedimento, a avaliação final dos direcionadores
é dada pela fórmula;

2
Maiores informações podem ser encontradas junto a SEBRAE, 2000.
3
Essa foi a opção da pesquisa. A base da escala (direcionadores e subfatores) foi escolhida tendo por referência
trabalhos já publicados para as cadeias agroindustriais desenvolvidos pelo SEBRAE Nacional.
4
Conforme ressaltado por SILVA e BATALHA (1999), “..a rigor, o uso de escalas como a aqui adotada,
permite, tão somente, o ordenamento e classificação relativa da intensidade dos subfatores analisados, não
sendo totalmente apropriado o tratamento quantitativo dos valores atribuídos. No entanto...é prática usual nas
Ciências Sociais a suposição que medidas ordinais, como a aqui proposta, são aproximações de intervalos
iguais de medição”. Os mesmos autores citam trabalhos que dão suporte conceitual e empregam procedimentos
similares ao seguido nesta avaliação.

9
n
Y = ∑ ZiWi (1)
i =1

Em que:
Y= avaliação final do direcionador;
Zi= avaliação dada ao subfator i;
Wi= peso atribuído ao subfator i;
n = número de subfatores constituintes do direcionador;

A partir desse procedimento, torna-se possível a elaboração de gráficos que ilustram,


de forma condensada, os resultados finais da avaliação. O cruzamento dos dados disponíveis
na forma tabular e sua posterior formatação gráfica permitem a identificação dos principais
estrangulamentos existentes na cadeia produtiva e a construção de proposições para sua
superação.
Na segunda etapa da pesquisa, que diz respeito à construção de indicadores de
competitividade deve-se destacar que, apesar da grande variedade de conceitos e definições,
os indicadores de competitividade podem ser classificados com base em dois diferentes
pontos: o primeiro diz respeito ao tipo de agente estudado, e o segundo está relacionado com a
forma de manifestação da competitividade ou a um determinante da mesma. No que diz
respeito ao primeiro aspecto pode-se classificar o indicador como empresarial, setorial ou
sistêmico. No tocante à segunda fonte de distinção, os indicadores podem ser de desempenho,
eficiência e capacitação.
O presente trabalho analisa a competitividade da cadeia produtiva agroindustrial da
soja e, sendo assim, pode ser considerado um estudo empresarial, no que diz respeito ao
primeiro item de diferenciação. Quanto ao segundo item, serão calculados indicadores de
desempenho, por se basearem na forma de manifestação da competitividade no setor
estudado, e dizem respeito à participação do agente estudado no mercado nacional e
internacional.

2.2.1. Indicadores de desempenho


Apesar da variedade de significados dados à competitividade internacional, existe um
consenso de que o sucesso quantitativo de um setor, país ou de uma empresa no mercado
internacional é uma medida satisfatória na mensuração do desempenho desse país, setor ou
empresa no comércio internacional.
Os indicadores utilizados serão do tipo absoluto, já que o estudo trata da
competitividade de uma empresa. O primeiro indicador de desempenho utilizado será dado
pelo coeficiente de exportação; ou seja, exportações/faturamento. Esse indicador mostra a
parcela do faturamento da empresa que é obtido por exportação.

X
I 1
=
W
(1)

em que:
X = exportações totais da atividade;
W = faturamento total atividade.

O segundo indicador de desempenho utilizado consiste na parcela do faturamento total


do setor pertencente a cada região e, ou, município selecionado na pesquisa. Este indicador é
chamado de Market share doméstico.
10
Wi
I2 = (2)
W
em que:
Wi = faturamento da região/município selecionado;
W = faturamento total da atividade.

O terceiro e último indicador é dado pela taxa de auto-suprimento ou do grau de


engajamento que representa a parcela da demanda interna atendida pela empresa i.

Pi
I3 = (3)
Dj
em que:
Pi = produção da região/município analisado;
Dj = demanda interna total.

2.3. Fonte dos dados

Na primeira fase da pesquisa foram consultadas bases de dados tradicionais como


Anuários Estatísticos, Base de dados da FGV, Ipeadata, IBGE e Epamig, entre outros;
consulta a teses, revistas e outros periódicos que tenha informações relevantes sobre a cadeia
estudada. Foi, também, realizada, a coleta primária dos necessários (identificação dos agentes-
chave) através de questionários e entrevistas semi-estruturadas.
Na segunda fase, que consiste no cálculo e análise de indicadores de competitividade,
os dados foram obtidos junto à Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais –
ABIOVE, sindicatos rurais, Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior vi
inetrnet (ALICE-WEB), Centrais de Cooperativas, dentre outras instituições relevantes e, ou,
fontes secundárias relevantes.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em conformidade com o objetivo deste trabalho de avaliar a competitividade da cadeia


produtiva da soja brasileira e mensurar o potencial de ampliação da participação do Brasil no
mercado externo de soja e derivados, calculou-se, os indicadores de desempenho,
considerando uma série anual de 13 observações, e para a complementação dos cálculos, fez-
se a avaliação dos direcionadores de eficiência, para a qual foram enviados questionários para
Sindicatos Rurais e Federações, ligados ao setor sojícola, cujo contato revelou importantes
grupos de informações, muito úteis à compreensão da estrutura do setor, cuja análise segue-se
abaixo.

3.1. Tecnologia

De acordo com os resultados obtidos no levantamento primário constatou-se que, no


que diz respeito à tecnologia, a preocupação dos produtores com a qualidade do produto,
incluindo, ainda, a busca por técnicas de conservação mais eficientes é de 100%, o que nos
faz perceber que há intenção dos sojicultores em melhorar a soja oferecida, tanto no mercado
interno quanto no externo. Em contrapartida, a utilização de tecnologia de informação não é

11
acessível a todos que se interessam por fazer uso da mesma. De acordo com a pesquisa
realizada, cerca de 20% dos produtores não a utilizam por motivos diversos.

3.2. Insumos

Grande parte dos insumos é obtida na região Sudeste, sendo os demais oriundos do
Centro-Oeste, exterior e da região Sul (Figura 2) e cerca de 90% são adquiridos diretamente
do fornecedor. A proximidade dos fornecedores com as regiões produtoras e a favorável
disponibilidade dos insumos, favorece a competitividade da soja no mercado nacional e
internacional, ao reduzir custos, pelo menos nessa fase da produção. Esse fato, de redução de
custos, não se verifica quando se analisa a questão da logística de suprimentos e transporte,
onde se constata a debilidade do país tanto avaliando os dados primários como os
secundários, sendo esta considerada regular por 70% dos entrevistados.

10% Sudeste
40% 60%
Centro Oeste
Sul
Exterior
30%
40% Outra

Figura 2: Regiões fornecedoras de insumos


Fonte: Dados da Pesquisa

Quanto à classificação e padronização dos insumos, cerca de 90% dos produtores


vêem nesse fator um importante aliado da qualidade da produção de soja. Os problemas mais
comuns, relacionados aos insumos, se referem basicamente à indisponibilidade de estoques, à
falta de infra-estrutura (estradas, suporte de energia, etc.), qualidade de herbicida e ao cultivo
de sementes muitas vezes sem técnicas apropriadas e análises necessárias.

3.3 Estrutura de Mercado da Cadeia Produtiva da Soja

O tempo de atuação de uma empresa é um bom indicador de solidez na medida em que


sinaliza o estágio de maturidade no qual o setor se encontra. Analisando a estrutura de
mercado da cadeia produtiva da soja, constatou-se que 70% dos entrevistados possuem um
tempo médio de atuação de mais de 5 anos no referido setor, como é mostrado na Figura 3, e
o porte das firmas apresentou a mesma distribuição percentual, tendo a maioria dos
entrevistados, um porte de mais de 5000 sacas por ano.

10%
Mais de 5 anos
20%
Entre 3 e 5 Anos

70% Entre 1 e 3 anos

Figura 3: Tempo de atuação


Fonte: Dados da Pesquisa

12
De acordo com as informações obtidas através da pesquisa direta, a estrutura de gestão
predominante no setor é a semifamiliar (cerca de 50%), seguida da familiar e da estrutura
Sociedade Ltda.

3.4. Relações de Mercado

O pagamento dos insumos se dá de diversas formas e através da combinação delas,


conforme mostrado na Figura 4. A flexibilidade da forma de pagamento é um dos fatores que
motiva o produtor e facilita a negociação entre fornecedores e clientes.

30 dias
30% 40% A diantado
C onsignação
C rédito rural
30% P lano S afra
20%
10% 10% O utro

Figura 4: Formas usuais de Pagamento dos Insumos


Fonte: Dados da Pesquisa

Um fator de extrema importância é a formação dos preços. Segundo dados da


pesquisa, 90% dos entrevistados alegaram que não há participação de Sindicatos nesse
processo. 60% deles consideram relevante manter relação / parceria com fornecedores.

3.5. Gestão

A qualificação da mão-de-obra é um fator que deve ser considerado na avaliação da


competitividade, uma vez que trabalhadores melhor qualificados proporcionam maior ganho
às empresas. Segundo a pesquisa, cerca de 70% dos entrevistados consideram a mão-de-obra
disponível adequada.
Os recursos de marketing só são empregados por 20% dos entrevistados, porém um
fator importante, o planejamento dos investimentos, é realizado por 90%, cujo horizonte é
mostrado na Figura 5.

10% MP
20%
LP
60% CP
20% Não planeja

Figura 5: Horizonte de Planejamento de Investimentos


Fonte: Dados da Pesquisa

Quase a totalidade dos entrevistados não agrega valor ao produto e a metade deles
tenta priorizar a um sistema integrado de informações, em contrapartida, a criação de uma
rede informatizada entre as filiais, por exemplo, não é considerada prioridade por 70%.

3.6. Ambiente Institucional


No ambiente institucional em que o setor sojícola está inserido há uma rigorosa
fiscalização sobre os proprietários, fator necessário ao se analisar um setor exportador e de
13
extrema importância para a economia do país, porém, a maioria dos entrevistados considera a
exacerbada regulamentação um fator negativo para a competitividade da soja. Um paralelo
entre benefícios e prejuízos da regulamentação sobre as firmas, segundo os entrevistados, é
mostrado no quadro a seguir:

Benefícios Prejuízos
Facilita a tomada de decisões Onera a produção
Padroniza a produção Burocracia exacerbada prejudica o setor
Regras claras de funcionamento Incompatível com a realidade do campo
Fonte: Dados da Pesquisa

Os entrevistados vêem o Sistema Tributário como um entrave à competitividade a


medida em que são cobrados em cada parte do processo produtivo e não sobre o valor
adicionado, onerando sobremaneira a produção e refletindo sobre os custos da soja.
As fontes de financiamento mais citadas nas entrevistas são Banco do Brasil,
Cooperativas de Crédito, BASA, tradings comerciais como CARGIL, BÜNGE, etc., BNDS,
FINAME, MODERINFRA, indústrias bagageiras, etc.

3.7. Principais fatores condicionantes da competitividade da soja brasileira

3.7.1. Cálculo dos indicadores

Conforme descrito na metodologia, uma das formas mais usuais de se mensurar a


competitividade de uma cadeia produtiva, no mercado internacional, é através da construção e
avaliação de indicadores, que permitam a realização de comparações compatíveis com
critérios internacionais. Apesar da variedade de significados dados à competitividade, existe
quase um consenso de que o sucesso quantitativo de um setor, país e, ou, empresa, no
mercado internacional, é uma medida satisfatória na mensuração do desempenho, que dizem
respeito à participação do agente estudado no mercado nacional e internacional. Ao considerar
uma série anual com 13 observações, analisou-se a competitividade em termos dos
indicadores de desempenho a serem citados, chegando aos seguintes resultados:

9 Avaliação da participação relativa das exportações de soja no faturamento total da


atividade no Brasil. Para tanto, foi constituído um indicador de desempenho dado pelo
coeficiente de exportação, que mostra a parcela do faturamento do setor que é obtido por
exportação;
De acordo com os cálculos, percebeu-se que, depois da abertura comercial, a
participação das exportações sobre o faturamento total aumentou consideravelmente,
alcançando o maior patamar em 1994, ano em que atingiu 53,5%. Manteve-se considerável
até 98 e vem decrescendo, desde então. Deve-se destacar que a expressividade das
exportações do setor sojícola sobre seu faturamento alcançou em 2002, cerca de 6%, um dos
valores mais baixos desde a abertura comercial, mas essa análise deve ser complementada por
uma avaliação crítica e aprofundada das taxas de câmbio da época e demais fatores, pois ao
afetar a eficiência do setor pede a constituição de outro tipo de indicador para se concluir o
verdadeiro impacto sobre a competitividade da soja no Brasil.

14
0,6

0,5
0,4

0,3
0,2

0,1
0
1992 1994 1996 1998 2000 2002

Figura 6: Evolução do Coeficiente de Exportação


Fonte: Dados da Pesquisa

9 Market share doméstico, que consiste na parcela do faturamento total do setor pertencente
a cada região e no caso dessa pesquisa, foi considerado cada estado grande produtor de
soja.
Em 1990, o Rio Grande do Sul era o estado mais representativo, sendo seu
faturamento responsável por cerca de 33% do faturamento total da atividade, conforme retrata
a Figura 7. Com o avanço da soja para a região Centro Oeste, que oferecia boas condições de
plantio e comercialização, a participação do Rio Grande do Sul caiu cerca de 44%. Observou-
se, ainda, uma ascendência, embora modesta, na participação dos outros estados analisados, e
o Paraná manteve sua representatividade numa média de 25%. Em termos nacionais, a perda
de participação do Rio Grande do Sul tem sido compensada pelo expressivo avanço da soja no
Mato Grosso e pela manutenção da participação do Paraná.
Sendo assim, a sojicultura ainda representa uma alta rentabilidade, sendo responsável
por grande parte da geração de divisas para os estados considerados e para o Brasil.

0,4

0,3

MT
0,2 PR
GO
0,1 RS

Figura 7: Market share doméstico dos estados mais representativos


Fonte: Dados da Pesquisa

9 Taxa de auto-suprimento: é um indicador que representa o grau de engajamento dado pela


parcela da demanda interna atendida pelo setor sojícola no Brasil.
Fazendo-se uma análise vertical dos dados, o Mato Grosso, hoje responsável pela
maior parte da produção de soja no Brasil, é também o responsável por atender 45% da
demanda interna total, o que reflete um extraordinário aumento de 140% de sua capacidade de
suprimento da demanda de soja, se comparado a 1990. O Paraná, que apresentou
consideráveis indicadores de desempenho, chegou em 2002, com uma taxa de auto-
suprimento de 37%.

15
0,5 MS
0,4
MT
PR
0,3 SP
0,2 GO
MG
0,1
BA
0 RS

Figura 8: Evolução da taxa de auto-suprimento por estado


Fonte: Dados da Pesquisa

O atendimento à demanda interna, numa análise mais geral, tem apresentado uma
escala ascendente e considerável, visto que a elevada taxa de auto-suprimento do setor aliado
à maior preocupação dos Sindicatos e Federações com pesquisas, qualificação da mão-de-
obra e investimento em tecnologia são práticas comuns em praticamente todos os estados.

3.7.2. Avaliação dos Direcionadores de Eficiência

Além do cálculo dos indicadores uma maneira de se avaliar a competitividade de um


setor é através de direcionadores de eficiência, que se referem a um segmento específico da
cadeia ou a fatores que estariam ligados ao nível sistêmico de coordenação desses segmentos.
Esta pesquisa tem utilizado a combinação de informações de fontes secundárias, como os
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, EMBRAPA, dentre outros, com a
realização de entrevistas, por processo de amostragem intencional, seguindo os passos dessa
metodologia discriminados a seguir:
9 delimitação da área de abrangência, enfocando os principais estados produtores de soja e
levantamento de antecedentes, através de fontes secundárias, para a identificação dos
atores-chave;
A pesquisa de caráter secundário revelou os maiores estados produtores de soja do
Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, atualmente os
principais são Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, São Paulo e Bahia, sendo detectado que esses 8 estados são responsáveis por
aproximadamente 96% da produção de soja no Brasil.
9 realização de entrevistas com Sindicatos Rurais e Federações Rurais, a fim de validar e
complementar o pré-diagnóstico;
Foram enviados 60 questionários para Sindicatos Rurais e Federações dos estados
selecionados. Dentre eles cerca de 20% responderam a partir das quais, chegou-se ao
resultado exposto nesse trabalho.
9 avaliação dos direcionadores de eficiência, os quais envolvem uma ampla variedade de
dimensões, e que, por conveniência analítica, foram agregadas nos aspectos de tecnologias
adotadas, gestão empresarial, insumos produtivos utilizados, estrutura de mercado,
relações de mercado dos agentes da cadeia e ambiente institucional em que esta se insere.
Posteriormente, cada um dos direcionadores foi dividido em subfatores, de acordo com as
especificidades do segmento sojícola. Seguindo o modelo analítico proposto, avaliou-se
qualitativamente a intensidade do impacto dos subfatores e sua contribuição para o efeito
agregado.
Os dados obtidos a partir da tabulação dos questionários, deram origem ao Quadro de
Direcionadores de Eficiência e Competitividade que posteriormente originou o gráfico a ser
analisado.
16
Grau de Avaliação
Direcionadores e Subfatores Controlabilidade*
CF CG QC I Indicador* Peso
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO
Tecnologia de conservação da soja na produção X MF 0,35
Tecnologia de informação X F 0,3
Tecnologia de conservação da soja no transporte e manuseio X D 0,35

INSUMOS
Disponibilidade de insumos oriundos da região X MF 0,3
Disponibilidade de insumos oriundos de outras regiões X F 0,2
Classificação/Padronização do insumo X MF 0,3
Outros (Embalagens, herbicidas, fertilizantes, etc) X D 0,2

ESTRUTURA DE MERCADO
Localização e tempo de atuação X F 0,55
Porte das firmas X F 0,45

RELAÇÕES DE MERCADO
Formação de preços via Sindicatos X MD 0,25
Formação de parcerias e alianças com fornecedores X D 0,15
Eficiência do Sistema de Pagamentos X F 0,1
Coordenação eletrônica X D 0,1
Aquisição de insumos X MF 0,15
Contratos X X MF 0,25

GESTÃO
Recursos de marketing X MD 0,15
Sistema de informação X N 0,15
Gestão de estoques e logística X D 0,25
Mão de Obra X F 0,2
Planejamento de investimentos X MF 0,25

AMBIENTE INSTITUCIONAL
Sistema de Padronização X X F 0,1
Sistema de Crédito X X F 0,2
Sistema Tributário X MD 0,2
Fiscalização sobre os proprietários X F 0,2
Sistema de Regulamentação X MD 0,3

Muito favorável

1,2
1
Favorável 0,65

0,15 0,15

Neutro
ional
ado
os
ologia

ão
d
Insum

erca

Gest
merc

stituc
Tecn

Desfavorável -0,5
de m
ra de

nte in
ções
tu

ie
Estru

Amb
Rela

Muito Desfavorável
Figura 9: Contribuição dos direcionadores de eficiência
Fonte: Dados da Pesquisa
17
Para todos os indicadores, controláveis ou não, percebeu-se a presença de elementos
capazes de contribuir para a manutenção de um patamar satisfatório de eficiência produtiva.
A tecnologia foi considerada favorável obtendo 0,65 numa escala de -2 a 2, e seu
único subfator considerado desfavorável foi a tecnologia de conservação da soja no transporte
e manuseio, fato que pode ser comprovado se analisarmos a estrutura de logística existente no
Brasil e a questão das técnicas de estocagem / armazenagem.
O quesito insumo obteve um indicador muito favorável, uma vez que se constatou a
facilidade de adquiri-los na própria região. A partir da análise dos indicadores conclui-se que
o item insumo é o mais representativo direcionador da eficiência do setor sojícola e que sua
disponibilidade próxima às regiões produtoras reduz custos e favorece o deslocamento dos
recursos para áreas que deles necessitam. No entanto, problemas com relação a fertilizantes,
qualidade dos herbicidas, cultivo de sementes sem técnicas e análises necessárias, carecem de
resolução.
A estrutura de mercado obteve 1 na escala, sendo, portanto, um indicador favorável.
Constatou-se que a maioria das empresas tem um porte de mais de 5000 sacas e estão no
mercado a mais de 5 anos. A estrutura de 80% dos entrevistados varia entre familiar e
semifamiliar.
Nas relações de mercado, os itens mais desfavoráveis se referem à formação de preços
e de parcerias, o que necessita de maior detalhamento para se chegar a uma conclusão
definitiva, enquanto a utilização de contratos possui um peso positivo na construção desse
indicador. Os direcionadores relações de mercado e gestão ficaram quase neutros. A
constatação de relativa neutralidade desses direcionadores não permite inferir que o conjunto
dos subfatores analisados não seja representativo na definição do grau de eficiência do setor;
para o caso analisado, as vantagens e desvantagens são quase compensatórias.
A relativa tranqüilidade em relação aos demais indicadores não acontece quando se
analisa o ambiente institucional em que esse setor está inserido. Constatou-se que este é
desfavorável e os principais subfatores que contribuem para esse resultado são o sistema de
regulamentação e a carga tributária que recai sobre os produtores e que onera muito a
produção, visto que o imposto não é cobrado sobre o valor adicionado, e que ao possuir uma
estrutura burocrática reduz a competitividade da soja brasileira frente ao mercado
internacional. Dentre os subitens analisados no ambiente institucional, o sistema de
padronização demonstrou não ser um problema, pois a soja é um produto voltado para
exportação e precisa estar em conformidade com certas exigências e o sistema de crédito que
tem atendido com relativa satisfação os produtores de soja dos estados analisados.

4. CONCLUSÕES

A soja é, indubitavelmente, um dos principais produtos da pauta de exportações brasileiras.


Tal relevância faz com que, naturalmente, exista uma grande variedade de pesquisas sobre o
grão, nas mais diferentes áreas do conhecimento. Todavia, o estudo da competitividade do
setor, principalmente em âmbito internacional, é fator fundamental para a compreensão de
suas perspectivas de crescimento e principais entraves estruturais. Assim sendo, esse trabalho
procurou analisar a inserção brasileira no mercado internacional sob uma perspectiva
integrada, sistêmica. Os principais resultados indicaram que a sojicultura mantém-se
representativa, mas existe importante alteração de relevância dos estados produtores. Além
disso, domesticamente, foi possível perceber que os elementos relacionados à gestão, relações
de mercado e ambiente institucional são os principais entraves à competitividade do setor.
Assim sendo, ações voltadas para a superação desses entraves deverão repercutir
favoravelmente em toda a cadeia produtiva e ampliar a competitividade internacional do País.

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5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

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