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CINTURA ESCAPULAR E

OMBRO - CINEMÁTICA

Profª Ma Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos


ESTERNOCLAVICULAR
Cinemática da EC
• A clavícula se eleva e deprime (eixo antero-
posterior) , protrai e retrai (eixo vertical), e
roda em torno do eixo longitudinal do osso.

• Objetivos destes movimentos – posicionar a


escápula em uma posição ideal para aceitar a
cabeça do úmero.
• Os extremos da protração ocorrem durante um
movimento envolvendo alcance máximo para
frente.

• Excessiva tensão limita os extremos da


protração clavicular:
 no feixe posterior do ligamento costoclavicular
No ligamento capsular posterior
Nos músculos retratores escapulares
•Rotação Axial da clavícula:

 Roda posterior na abdução e flexão do


ombro e retorna a posição na adução e
extensão.

 Envolve um giro.

 Está ligada mecanicamente à cinemática


de abdução ou flexão do ombro – não
pode ser realizada independentemente
ACROMIOCLAVICULAR
Cinemática da AC
• Permite movimentos sutis entre a escápula e extremidade
lateral da clavícula.

• Aperfeiçoam a mobilidade da escápula com o tórax.

• O lig. Coracoclavicular é muito forte e sua orientação


quase vertical sugerem papel importante na suspensão da
escápula a partir da clavícula.

• Principais movimentos – rotações para cima e para baixo.


• Movimentos secundários – ajustes rotacionais
• Rotação para cima e para baixo:

Componente significativo para rotação para cima


da escapulotorácica;

Ocorre como componente natural da abdução


ou flexão;

A rotação para baixo na AC faz com que a


escápula retorne a posição anatômica.
Mecanicamente associado a adução e extensão
do ombro.
Rotação Superior e
Inferior da AC
• Ajustes rotacionais – Rotação
interna e externa:

No plano horizontal

Na protração faz uma rotação


interna, ocorre em torno de
um eixo vertical;

Rotação interna - a borda


medial da escápula gira para
fora e em direção à superfície
posterior do tórax.
Rotação Interna na
Protração
• Ajustes rotacionais – Inclinação anterior e
Inclinação posterior:

No plano sagital;

Em torno de um eixo medial-lateral;

Evidente conforme o ângulo inferior gira para for


a ou em direção à superfície posterior do tórax.
• Ajustes rotacionais – Rotação para baixo na
Elevação da Escapulotorácica

Na elevação da escapulotorácica ocorre uma leve


rotação para baixo na AC, permitindo a escápula
permanecer em posição vertical.
Rotação para Baixo
da AC na Elevação
da Escápula
• Os movimentos da AC melhoram qualidade e
quantidade de movimento da escápulotorácica.

• Durante a protração a rotação interna ajuda a


alinhar a escápula ao contorno curvo do tórax.

• Também para alinhar a escápula inclina


levemente anteriormente durante a elevação da
escápulotorácica, como no encolhimento dos
ombros.
ESCAPULOTORÁCICA
Cinemática da
Escapulotorácica

• Os movimentos que ocorrem entre a escápula


e o tórax são resultado da cooperação entre a
EC e a AC.
Elevação - um composto de
rotações da EC e AC
Protração – soma dos movimentos
no plano horizontal da EC e AC

A perda funcional na
EC ou AC pode ser
compensada pela
outra
• A Retração da
escápula ocorre de
forma similar mas
inversa em relação à
protração.

• Realizada no
contexto de puxar
em direção ao corpo.
Rotação Superior:
 parte integral do movimento de elevar o braço sobre a
cabeça;
 posiciona a cavidade glenóide em uma posição que
suporte e estabilize a cabeça do úmero abduzido;
 ocorre a elevação da EC + Rotação para cima da AC.
Rotação Inferior – a clavícula deprime na
EC e a escápula roda para baixo na AC
GLENOUMERAL
Tecido conectivo
periarticular e outras
estruturas de suporte
da GU
Tecidos que reforçam ou
aprofundam a GU
• Cápsula articular e ligamentos capsulares
associados;
• Ligamento Coracoumeral;
• Músculos do Manguito Rotador;
• Cabeça longa do bíceps braquial;
• Lábio Glenoidal.
• A GU depende muito das estruturas ligamentares e musculares
para sua estabilidade.

• Estabilidade – componentes estáticos e dinâmicos – propiciam


contenção e orientação e mantêm a cabeça do úmero na
cavidade glenoidal.

• Estabilizadores estáticos passivos – superfície articular, o lábio


glenoidal, a cápsula articular e os ligamentos.

• A superfície articular é
ligeiramente achatada ,
mas a cartilagem articular é
mais espessa na periferia.
• Cápsula articular:
 O volume potencial de espaço dentro da cápsula GU é
aproximadamente 2x o tamanho da cabeça umeral.
 Cápsula alargada e expansível – permite grande mobilidade.
 Na posição anatômica ou em adução, a porção inferior da
cápsula aparece como uma reentrância afrouxada.
• Ligamentos Capsulares ou Glenoumerais:
 Ajudam a manter uma pressão negativa intra-articular – fonte
de estabilidade;
 Divide-se em superior, médio e inferior

Lig.
Coracoumeral
(não é capsular)
Lig. Capsulares
 O lig. Glenoumeral superior - fica esticado na adução
completa – restringe a translação inferior e posterior
da cabeça do úmero;

 O lig. Glenoumeral médio - se mistura com a cápsula


anterior e o músculo subescapular;
 O lig. Glenoumeral médio - limita a translação
anterior da cabeça umeral, especialmente a 45° e 60°
de abdução, também limita a rotação externa
extrema;
 O lig. Glenoumeral inferior (banda anterior, banda
posterior, bolsa axilar) :
o se tornam mais tensos a 90° de abdução;

o banda anterior é a parte mais forte e limita a translação


anterior; na abdução a 90° limita a rotação externa;

o a banda posterior na posição de 90° de abdução limita a


rotação interna;

o a bolsa axilar resiste a translação inferior.


• A lesão ou o aumento
da frouxidão da
cápsula anterior e
inferior estão
associados a
deslocamentos
anteriores recorrentes
da GU – Luxação
anterior
• Ligamento Coracoumeral:

 Se funde com a cápsula anterior e o


tendão do Supraespinhoso;

 Fica tenso na adução;

 Na posição de adução resiste a translação


inferior e a rotação externa;

 Esse ligamento junto com o lig.


Glenoumeral médio dá suporte e
sustentação ao braço relaxado.
• Lábio Glenoidal:

 Borda de Fibrocartilagem que aumenta a área de contato e


aprofunda a cavidade articular em 5 a 9mm – ajuda a
estabilizar.
• Tendão da cabeça longa do bíceps braquial:

 Tendão intracapsular;

 Restringe a translação anterior e superior da cabeça


do úmero.
Músculos do Manguito Rotador

• Tendões de 4 músculos
que estabilizam o ombro
especialmente em
atividades dinâmicas e são
controladores ativos da
artocinemática da GU.
Músculos do Manguito Rotador

 Supraespinhoso
 Infraespinhoso
 Redondo menor
 Subescapular
• Os músculos do manguito se fundem na cápsula GU.

• O manguito não recobre a região inferior da cápsula,


assim como uma região entre o supraespinhoso e
subescapular, chamada de intervalo rotador.

• O intervalo rotador é reforçado pelo tendão do


bíceps braquial e do ligamento coracoumeral.

• Esse intervalo é um local comum para deslocamento


anterior da GU.
• A estabilização dinâmica na GU exige sistemas
neuromuscular e musculoesquelético saudáveis.

• São integrados por receptores sensoriais


proprioceptivos.
• Desafiar o mecanismo proprioceptivo.
• Subescapular está
localizado anterior à
capsula; impede os
deslocamentos posterior
da cabeça do úmero além
de pressiona-la para
dentro e para baixo.
• Supra-espinhoso está
localizado em posição
superior à capsula;
impede a translação
superior excessiva e
pressiona a cabeça do
úmero contra a cavidade
glenóide.
• Infra-espinhoso e o Redondo
menor estão localizados em
posição posterior à cápsula;
impedem os deslocamentos
anteriores e pressiona a
cabeça do úmero para
dentro e para baixo; rodam
externamente o úmero.
Postura Escapulotorácica e seu
efeito na estabilidade estática

ECS – Lig
Gelnoumeral
superior, lig.
Coracoumeral e o
tendão do
supraespinhoso

Má Postura ou Fraqueza de músculos como o trapézio


fibras superiores – pode deformar a estrutura capsular
superior e deslocar inferiormente da cavidade glenoide.
Arco coracoacromial (teto
funcional – espaço subacromial)

• Formado pelo lig. Coracoacromial e o Acrômio.


• Aproximadamente 1cm de altura
• Contém:
 Tendão e Músculo supraespinhoso;
 Bursa subacromial (acima do supraespinhoso);
 Cabeça longa do bíceps;
 Parte da cápsula superior.
Cinemática da GU
ABDUÇÃO DO OMBRO
• Acompanhada pela rotação externa, permitindo que
tubérculo maior do úmero passe posteriormente ao
acrômio - evita que se comprima contra o conteúdo
dentro do espaço subacromial, mais notadamente no
tendão do supra espinhoso.
• O supraespinhoso puxa a cápsula superior e
protege de ser pinçada.
• Qual a importância da artrocinemática de
deslizar inferior na abdução?
• Rola + Deslizar inferior + Cápsula inferior flexível =
manutenção do espaço subacromial normal durante
a abdução.

• Compressão não natural e repetida pode danificar e


inflamar o tendão supraespinhoso, a Bursa
subacromial, a cabeça longa do bíceps e as partes
superiores da cápsula.
Síndrome do impacto subacromial
Síndrome do impacto subacromial
MECANISMOS LESIONAL

 Nos atletas, o impacto ocorre mais freqüentemente,


nas atividades repetitivas acima da cabeça como no
arremesso, na natação, no tênis, no vôlei e nas
paradas de mão na ginástica.

 Há discordância quanto aos mecanismos específicos


que causam a Síndrome do Impacto do ombro. Tem
sido proposto que o impacto mecânico pode ser
resultante tanto de causas estruturais como de
causas funcionais.
Síndrome do impacto subacromial
CAUSAS ESTRUTURAIS

 Desalinhamentos posturais - afeta o alinhamento


da articulação escapulotorácica :

 protrusão da cabeça

 ombros rodados internamente

 aumento da curva cifótica


Síndrome do impacto subacromial
CAUSAS ESTRUTURAIS

 Formato do acrômio

O acrômio ganchoso aumenta a possibilidade de impacto desenvolvido e de ocorrer


lesão no manguito rotador.
Síndrome do impacto subacromial
CAUSA FUNCIONAIS

Decorrentes das atividades repetitivas acima da


cabeça que alteram a função biomecânica normal
do complexo do ombro.

Falha do manguito rotador em estabilizar


dinamicamente a cabeça umeral com relação à
glenóide, produzindo translação excessiva e
instabilidade.
Análise biomecânica com a elevação e rotação
interna do membro superior
• Quando o úmero é abduzido e rodado internamente, ocorre
uma diminuição do suprimento sanguíneo deste tendão. Caso
isso ocorra repetidamente, como no saque do vôlei ou na
braçada da natação, a irritação e a inflamação podem acabar
provocando a ruptura parcial ou total deste tendão.
Seis princípios cinemáticos do complexo do
ombro
• Ritmo escapuloumeral
É o conceito que descreve o movimento de relacionamento
entre a cintura escapular e a articulação do ombro.

Zero – 30º de abdução  ombro


> 30º de abdução  ombro + cintura escapular

PROPORÇÃO 2:1
Para cada 3º abdução do ombro  2º de abdução da
glenoumeral e 1º rotação superior da escápula.
Seis princípios cinemáticos do complexo do
ombro

• Princípio 1: Baseando-se em um ritmo


escapuloumeral geral de 2:1, a abdução ativa do
ombro de 180° ocorre como resultado de 120° de
abdução da GU e 60° de rotação
escapulotorácica para cima.

• Princípio 2: Os 60° de rotação para cima são


resultado de uma elevação simultânea na EC
combinada com a rotação para cima na AC.
Seis princípios cinemáticos do complexo do
ombro
• Princípio 3: a clavícula de retrai na articulação EC
durante a abdução. (Ajuda a AC a posicionar a
escápula).

• Princípio 4: a escápula se inclina posteriormente e


roda externamente durante a abdução completa.
Move o arco coracoacromial para longe da cabeça
umeral – preserva o espaço.
• Articulações EC e AC durante a abdução
completa :
Seis princípios cinemáticos do complexo do
ombro

• Princípio 5: a clavícula roda posteriormente em torno


do seu eixo durante a abdução – ocorre pela
combinação das cinemáticas articulares e pela força
transmitida de músculos a ligamentos.
A inclinação posterior da escápula na AC e a
rotação posterior da EC são essenciais par a
abdução completa.
Seis princípios cinemáticos do complexo do
ombro

• Princípio 6: a articulação GU roda externamente


durante a abdução.
Flexão e Extensão
• A artrocinemática
envolve principalmente
um giro da cabeça
umeral.

• A flexão causa tensão na


cápsula posterior.

• A flexão inclui rotação


para cima da escápula.
Flexão e Extensão
• No extremo da extensão passive ocorre um
tensionamento nos ligamentos capsulares
anteriores, causando inclinação anterior da
escápula.
ROTAÇÃO INTERNA E EXTERNA
• O rolar e deslizar da rotação interna e externa
permite que a cabeça umeral, muito maior, role
sobre a área de superfície menor que é a cavidade
gelnoide.

• Na posição anatômica é acompanhada de protração


e retração respectivamente.

• Na posição de 90° de abdução a rotação prove um


giro entre a cabeça umeral e a cavidade glenoide.
Verificando a aprendizagem
Bibliografia
• FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrututral. 16 ed. São
Paulo: Manole, 2011.
• HALL, S. Biomecânica Básica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.
• HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do
Movimento Humano. 3 ed. São Paulo: Manole, 2012.
• NEUMANN, D. A.; Cinesiologia do aparelho
musculoesquelético: fundamentos para reabilitação. 2 ed.
São Paulo: Elsevier, 2011.

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