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DESENVOLVIMENTO DE UMA MÁQUINA PARA A FURAÇÃO DO

“ENCOSTO DO SUPORTE LATERAL”

1) Introdução

Uma empresa necessita ampliar sua capacidade produtiva garantindo o atendimento aos crescentes
pedidos de venda, bem como reduzir os custos com horas extras na célula de furação do “encosto do
suporte lateral”. Existem duas soluções para esse problema: uma é a contratação de mão de obra e a
outra é investir em tecnologia. A última opção foi a escolha da direção, ou seja, deve ser desenvolvida
uma máquina dedicada de furação do “encosto do suporte lateral” (Figura 1). As posições A, B, C e D
marcadas no componente sofrerão a furação conforme cada modelo de encosto.

Dimensões (mm)

1: 150 + - 1,0

2: 80 + - 0,20

3: 30 o

4: 60 + - 0,20

5: 25 + - 0,15

6: 25 + - 0,15

7: 55 + - 0,10

8: 15 + - 0,20

9: 15 + - 0,20

10: 40 + - 0,10

11: 15 +0,10 - 0,50

12: 30 +0,00 - 0,50

13: 28 +0,30 - 0,00

Figura 1 – Encosto do suporte lateral

2) Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma máquina ferramenta para a furação do “encosto do suporte lateral”.

2.2 Objetivos Específicos

I. Estabelecer uma abordagem interdisciplinar integrando conhecimentos técnicos, econômicos e


ambientais.

II. Identificar as necessidades dos clientes (internos, externos e intermediários) principalmente


aquelas econômicas, produtivas, tecnológicas, ambientais, ergonômicas e de segurança.

III. Estabelecer as especificações de projeto para a máquina.

IV. Conceber e dimensionar a máquina atendendo as especificações de projeto.

V. Elaborar a documentação de projeto.


3) Limitações para a realização do projeto

O projeto da máquina deve considerar alguns aspectos:


• A máquina-ferramenta de furação deve ser construída para operar em um regime de 8 horas/dia 5
dias/semana, com uma taxa de produção mínima indicada na tabela 1 para cada um dos grupos.
• O custo alvo pretendido para a máquina-ferramenta de furação do componente “Encosto do suporte
lateral” é de R$ 210.000,00. Entretanto, cabe ressaltar, que este valor pode ser alterado em função da
capacidade de produção e deverá ser negociado com o cliente.
• Os furos são perpendiculares a superfície da peça onde estão localizados e devem estar isentos de
qualquer rebarba que pode prejudicar a montagem do componente.
• A máquina deve ser rígida o bastante para garantir o atendimento aos requisitos de qualidade da peça,
além de oferecer as condições adequadas para o desempenho ótimo das ferramentas.
• Os componentes serão disponibilizados em “caixas” ao lado da estação de trabalho (máquina).
• A máquina deve contar com no máximo um operador, responsável por abastecer, operar/regular e
descarregar. O operador só pode intervir no início e fim do ciclo de furação.
• O uso de componentes padronizados tende a reduzir os custos e atenuar as dificuldades enfrentadas
por projetistas, técnicos de manutenção e até os operadores.
• Para o caso de utilizar fluido lubri-refrigerante, deve ser previsto um sistema de contenção adequado,
capaz de evitar vazamentos que possam vir a causar danos ao meio ambiente, poluir o posto de
trabalho ou até causar acidentes. Além disso, o sistema de contenção tem por função proteger os
componentes da máquina como: cabeçotes, atuadores e demais partes móveis.
• A máquina pode ser dotada de uma esteira transportadora de cavacos, visando facilitar a remoção dos
mesmos de seu interior, reduzindo assim a necessidade de intervenção do operador para manter o
equipamento em condições de executar o trabalho. Outro motivo para haver este recurso na máquina é
a necessidade de deslocamento do cavaco até a caçamba que ficará posicionada de acordo com as
limitações de layout.
• As referências usadas para posicionar o componente “Encosto do suporte lateral” na máquina devem
estar de acordo com o que está especificado no projeto da peça, ou seja, a principal referência é o
centro dos furos.
• Os perigos e riscos estão ligados à saúde e segurança dos colaboradores. Já os aspectos e impactos
dizem respeito ao meio-ambiente. Todos estes pontos devem ser considerados durante o
desenvolvimento do projeto da máquina, pois se tratam de necessidades da empresa que são: garantir
a integridade física do operador, minimizar os impactos ambientais e oferecer ergonomia.
• Proteções são imprescindíveis para assegurar a integridade física do operador e resguardar também os
elementos do equipamento como quadro de comando, painel de operação, etc. Outro detalhe
importante é a aparência da máquina, a qual é melhorada utilizando-se as carenagens.
• O equipamento deve utilizar preferencialmente materiais recicláveis para ser construído, pois quando
chegar ao final da sua vida útil se tornará mais fácil desmembrá-lo e descartá-lo.
• As especificações dos processos de fabricação a serem atendidas devem contemplar tolerâncias
dimensionais e rugosidade superficial. Outros requisitos de qualidade a serem atendidos pela máquina
são: sucateamento interno, retrabalho interno e reclamação de cliente. Estes três requisitos são
medidos por meio de indicadores que transformam os custos com sucata e retrabalho e o número de
reclamações de clientes em PPM (Partes por Milhão). O equipamento deve contribuir para o
atendimento das metas dos indicadores, produzindo produtos em acordo com as especificações.
• A manutenção deve ser simples e a assistência técnica deve ser ágil e flexível. Para quantificar estes
aspectos, alguns índices devem ser definidos, como por exemplo: MTTR (Mean Time to Repair) ou
tempo médio de reparo da máquina, MTBF (Mean Time Between Failure) ou tempo médio entre falhas.
• O tempo até a primeira falha do processo, deve ser de no mínimo 6 meses.
• A vida útil do equipamento é estabelecida pelo tempo de depreciação. Para este tipo de equipamento o
tempo de depreciação é de 10 anos, assim como a vida útil.
• Para instalar a máquina deverá ser feita uma adequação no layout considerando o espaço físico atual.
A área máxima possível para instalar a máquina é de 6 m2, e a altura máxima admissível é de 3 m.
4) Variações do projeto do produto

As diferenças no projeto se darão em função de 3 variáveis: material do componente, tempo de ciclo e tipo,
posição e dimensão de furação

Tabela 1 – Variações do projeto


Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ferro fundido nodular x x x x x
(ABNT NBR 6916 FE42012)
Aço carbono x x x x x
(ABNT 1020)
Tempo de máximo de ciclo 50 50 50 50 40 40 40 40 50 40
(segundos)

c
d e f h i

j k
g
a b

FNPR FP FNP FPR FNR

Furo não passante com rebaixo (FNPR) ---- Furo passante (FP) ---- Furo não passante (FNP) ---- Furo passante com rosca (FPR)

Furo não passante com rosca (FNR)

GRUPO 1

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

f g e
A 6+ - 0,3 19+ - 1
B 4 +0,2 - 0

h h
C M 8x1,0 D M 6x1,0

GRUPO 2

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

f g h
A 10+ - 0,1 9+ - 1,0
B M 10x1,5

e h
C 12+ - 0,5 D M 6x1,0
GRUPO 3

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

a b c d h
A 16+ - 1 5+0,5 -0 18+0,3 -0 8+ - 0,5
B M 12x1,5

e e
C 10+0,05 - 0 D 8+ - 0,2

GRUPO 4

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

a b c d a b c d
A 16+ - 1 5+0,5 -0 18+0,3 -0 8+ - 0,5
B 16+ - 1 5+0,5 -0 18+0,3 -0 8+ - 0,5

e e
C 5+ - 0,1 D 5+ - 0,1

GRUPO 5

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

f g e
A 22+0,2 - 0 12+ - 0,5
B 5+0,05 - 0

f g f g
C 10+ - 0,5 17+1,0 - 0 D 10+ - 0,5 17+1,0 - 0

GRUPO 6

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

i j k a b c d
A M 12x1,5 10+ - 1 10+ - 1
B 16+ - 1 5+0,5 -0 18+0,3 -0 8+ - 0,5

e e
C 8+ - 0,1 D 8+ - 0,2
GRUPO 7

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

i j k e
A M 12x1,5 10+ - 1 10+ - 1
B 5+0,05 - 0

e h
C 5+ - 0,1 D M 10x1,5

GRUPO 8

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

e i j k
A 3+ - 0,2
B M 12x1,5 10+ - 1 10+ - 1

f g e
C 10+ - 0,5 14+1,0 - 0 D 4+ - 0,1

GRUPO 9

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

e a b c d
A 18+0,5- 0
B 16+ - 1 5+0,5 -0 12+0,3 -0 8+ - 0,5

e e
C 4+ - 0,1 D 4+ - 0,1

GRUPO 10

A B C D
Furo não passante com rebaixo (FNPR)
Furo passante (FP)
Furo não passante (FNP)
Furo passante com rosca (FPR)
Furo não passante com rosca (FNR)

h f g
A M 12x1,5
B 10+ - 0,5 17+1,0 - 0

h f g
C M 12x1,5 D 10+ - 0,5 17+1,0 - 0

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