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PSICOSSOCIAL DE CONTAGEM
1ª Edição
CONTAGEM
2020
©2020. Secretaria Municipal de Saúde de Contagem. Todos os direitos reservados. É
permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não
seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida. Versão eletrônica. A
responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da Secretaria
Municipal de Saúde de Contagem. Para acesso à versão eletrônica, consultar o
endereço: http://www.contagem.mg.gov.br/sms
Elaboração Técnica
Carla Patrícia Dias França de Paiva Santos
Rafael Coelho Kalil
Colaboradores
Aldo Deivid
Alzira Lobato Limonge
Alessandra Marques Leite
Ana Nogueira da Gama Paturle
Cynthia Andréia Antão Pires
Débora Favaro Medes de Oliveira
Ellen Cristina Gomes de Andrade
Elaine Cristina Maia
Fernanda Cunha de Carvalho
Graziele Pimentel dos Reis
Geziel Lacerda de Vasconcelos
Handula Janine Simões Leandro
Josélia Ferreira Torres
Kacilda da Luz de Assis
Letícia Campos Lara Chaves
Laisa Nogueira Capuchinho Martinez
Lucas da Costa Rodrigues
Maria da Conceição Borel
Marina Nunes Fagundes Geiger
Patrícia Chompré de Andrade
Reila Rezende
Regina Maria de Resende Ribeiro
Rejane de Almeida Caborges
Tiago Lucas Reis de Jesus
Willy Simões
Ficha Catalográfica
Contagem. Prefeitura Municipal de Contagem. Secretaria Municipal de SAÚde.
Diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial de Contagem. Contagem, 2020. 64 p
CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
3. DIRETRIZES .................................................................................................................... 10
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1. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE
2. A SAÚDE MENTAL
Paradoxalmente, quando nos referimos à “Saúde Mental”, o fazemos para
tratar de questões relativas à doença mental. Quantas vezes, usuários de nossos
serviços receberam a classificação de “pacientes da saúde mental”, e se
incomodaram com isso? O que é isso que incomoda? Isso, de serem “tarjados de
saúde mental” incomoda, por quanto isso se reduz ao entendimento de que são
pacientes da doença mental? O que incomoda é essa marca? É isso que marca
a doença mental como um estigma? Sim. Incomoda essa crença social que
produz e reproduz o cercamento de um sujeito à imagem da doença.
Ao longo da história as pessoas com algum tipo de sofrimento mental foram
categorizadas e direcionadas para um determinado lugar – lugar este, definido
por formações discursivas daqueles considerados “sãos”, que assim sustentam
posições de controle, saber e poder sobre os outros. Pensando na nossa atual
realidade, podemos dizer que o manicômio acabou? Não!!!! Por que o
manicômio físico nada mais é que a expressão concreta de uma lógica social,
que ainda permeia todas as nossas relações: onde o saber de um se impõe sobre
o saber do outro.
Nessa perspectiva, o manicômio pode ser erguido na gente, de dentro pra
fora, em nossos pensamentos e atos cotidianos, nos nossos serviços de saúde,
quando eles se tornam lugares fechados, de posições rígidas, estanques, que
dificultam o acesso, e, muitas vezes, não escutam o usuário para além do
diagnóstico de uma doença mental. Para além dos muros do manicômio, há um
olhar e uma escuta que transpõem o fechamento em si mesmo, e, alcançam
cada usuário, em sua integralidade e singularidade, como sujeitos de direito e de
desejo de mais saúde.
A Reforma Sanitária, a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial
introduzem a necessidade imprescindível de se quebrar esta lógica, para que
possa ser introduzida a lógica do cuidado em liberdade, construído por múltiplos
saberes. O Programa Saúde da Família se mostrou um grande parceiro,
justamente por preconizar a ampliação do acesso, o cuidado próximo, a
corresponsabilização, a promoção à saúde e prevenção à doença, o cuidado
compartilhado e não hierarquizado. Entretanto, o processo de desconstrução da
lógica manicomial continua desafiador, mesmo à beira de completarmos 20
anos da Lei Paulo Delgado! Mesmo com todo nosso trabalho de construção, de
implementação dos serviços substitutivos, da implantação das Equipes de Saúde
da Família e das equipes de NASF. Desafiador, justamente por que propõe a
mudança de paradigma: um trabalho extremamente árduo, sem dúvida, mas
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diante do qual, nós - que optamos pelo trabalho no SUS – não podemos recuar.
Enquanto buscamos os recursos necessários para prosseguirmos rumo à
extinção do modelo asilar, a Assessoria dos Núcleos de Saúde Mental vem
avaliando sistematicamente as condições de infra-estrutura e de assistência
necessárias para uma alteração gradativa e responsável dos serviços de saúde
para modelos substitutivos suficientes e qualificados para ampla demanda. Essa
avaliação se faz juntamente com a Rede de Atenção Psicossocial, por meio do
registro e realização dos atendimentos na RAPS, assim como no diálogo
constante com todos os níveis de atenção do município. Temos cumprido nosso
papel de orientar gestores e trabalhadores na criação de uma nova rede de
serviços de Saúde Mental, acompanhando de forma assídua e próxima os
serviços que requerem nosso apoio.
Promovemos e apoiamos o Colegiado Ampliado de Saúde Mental,
Seminários, Grupos de Trabalho Intersetoriais, encontros, atividades de formação
e de capacitação, sempre com o objetivo de buscar estreitar os laços entre os
serviços e técnicos, em reuniões sistemáticas, favorecendo a articulação das
práticas de produção de cuidados em saúde. Assim como, buscamos a
proximidade com a realidade das unidades, para obtenção de um panorama
fidedigno de sua produtividade diante dos atendimentos prestados;
produtividade esta, compreendida em seu valor quantitativo, mas, sobretudo,
qualitativo, na direção alcançarmos a noção de trabalho como a produção de
vida com saúde, tanto para usuários, quanto para trabalhadores do SUS.
E é nesse trabalho de constante escuta e construção de uma rede de
cuidados, que apostamos. Neste trabalho de organização da rede, privilegiamos
os momentos de encontro, onde saberes são trocados e possibilidades são
construídas. Não há como falar de saúde, sem dizer de amparo, seja o amparo
ao usuário, seja também, ao colega, que se dedica a esse processo de produção
do cuidado. E isso só é possível no encontro, e através do encontro: de pessoas,
de saberes, de ideias...
Nesta perspectiva, este Manual é uma sugestão de constante estruturação
de uma lógica de trabalho, numa proposta de continuidade do caminho
percorrido e de orientação numa direção a se percorrer. Ao fazê-lo, desejamos
sim, cumprir o trabalho de proporcionar um arcabouço para as ações de
cuidado em saúde mental. Mas, para além disso, sinaliza-se aqui, a necessidade
de encontro e discussão contínua entre equipes, para a produção da SAÚDE
MENTAL como uma construção coletiva. Não deve, portanto, ser tomado como
um documento pronto, mas em contínua transformação e construção com a
rede e pela rede. É mais que tudo, um convite ao trabalho e à luta contra o
manicômio nosso de cada dia... Luta árdua, luta perene...
Vamos à luta!!!!
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1. INTRODUÇÃO
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pelas equipes do NASF. Consequentemente, psicólogos, assistentes sociais e
psiquiatras do NASF passaram a executar prioritariamente atendimentos
individuais espaçados, o que levou ao aumento do atendimento ambulatorial
dos CAPS e à desarticulação das ações ampliadas de cuidado.
Em 2017, foi definido que todos os territórios passassem a trabalhar na lógica
da Estratégia de Saúde da Família. Nos distritos onde o modelo assistencial era
misto, a discussão de que o NASF era insuficiente para garantir assistência dos
casos complexos e graves ganhou força, sensibilizando a gestão para a
necessidade de repensar o modelo assistencial em Saúde Mental. Também em
2017, o Ministério da Saúde pública a Portaria 3.588 de 31/12/2017, que reorienta
a Rede de Atenção Psicossocial prevendo a inclusão de serviços especializados
de Saúde Mental, objetivando garantir a assistência aos quadros de
adoecimento crônicos, graves e complexos que não estavam em crise no
território.
As equipes Intermediárias de Saúde Mental começaram a ser formalmente
implementadas em Setembro de 2018, com uma equipe tipo III em cada distrito
sanitário (Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental tipo
III – Portaria 3588 de 31/12/2017), na perspectiva de ampliar a rede de cuidados
em saúde mental do Município e garantir assistência e acompanhamento para o
usuário com quadros complexos que necessitam de intervenção e atendimento
sistemático.
A estruturação das Equipes Intermediárias foi pensada levando-se em
consideração o contingente populacional e a vulnerabilidade dos territórios,
estabelecendo-se como objetivos oferecer maior cobertura de atendimentos,
com priorização para os casos de transtornos mentais severos e persistentes,
associados ou não ao uso de álcool e outras drogas, ampliando o acesso ao
cuidado nos territórios. Esta priorização está fundamentada no princípio de
equidade, onde os casos são avaliados considerando a complexidade e a
estratificação de riscos para a inserção imediata, com oferta de
acompanhamento próximo, com a finalidade de realizar intervenções a tempo e
a possibilidade de ação diante da evolução para possível desestabilização ou
crise.
Importante destacar que as Equipes Intermediárias se distinguem da ideia
de serviços funcionando como ambulatórios de saúde mental. A estruturação do
trabalho nestas Equipes, visa aproximar a concepção desses serviços a espaços
de cuidado intensivo e diálogo junto do território, voltado para a inclusão e
autonomia do usuário. Esta lógica possibilitou um trabalho “para fora” da unidade
de saúde, por entender que as demandas em saúde mental não são manejadas
apenas dentro de consultório, restritas as técnicas de terapia através da fala e da
medicação, mas sim, conhecendo o sujeito em seu contexto, em colaboração
multidisciplinar.
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Também foi criada nos distritos sanitários a função de Referência Técnica
de NASF e Saúde Mental, com a perspectiva de facilitar o diálogo e a articulação
dos pontos de cuidados no território, a fim de garantir a implementação das
ações necessárias à construção do caso clínico. Cada distrito sanitário passa a
contar com uma Referência Técnica, preferencialmente, servidores efetivos.
A partir da proposição desta nova estrutura, com a incorporação das
Equipes Intermediárias de Saúde Mental, tornou-se urgente estabelecer com
clareza como a rede passa a funcionar, e as competências de cada nível de
atenção, o que nos levou à publicação de uma nota técnica e à elaboração
deste Manual.
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2. PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES
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3. DIRETRIZES
Cuidado em liberdade;
Cuidado integral;
Atenção humanizada;
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4. CONCEITOS NORTEADORES
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e proteção social, representadas no nível do território pelos setores que
executam essas políticas, bem como articulação para promoção da
inclusão na cultura, na educação, no trabalho.
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5. EQUIPE TÉCNICA GESTORA
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integração entre as equipes e a realização de ações intersetoriais
necessárias à execução do Projeto Terapêutico Singular.
SUPERVISÃO DOS SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS: Responsável pelo
gerenciamento, operacionalização e execução de atividades referentes aos
Serviços Residenciais Terapêuticos tipo II (SRTs) de duas residências
terapêuticas já em funcionamento no município de Contagem, buscando a
reabilitação psicossocial dos moradores portadores de algum tipo de
transtorno mental, que estiveram internados por longo período em hospitais
psiquiátricos.
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6. ATRIBUIÇÕES DAS REFERÊNCIAS
ATRIBUIÇÕES GERAIS
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protocolos, acompanhando a execução de planos de ação e atividades
visando potencializar as ações das equipes, otimizando recursos e
garantindo suporte técnico;
Acompanhar e promover a assistência e integração do atendimento em
saúde dos moradores dos Serviços Residenciais Terapêuticos; acompanhar
a listagem de egressos (CASP/Hospitais), garantindo acesso ao melhor
tratamento ofertado pelo SUS.
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS
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7. ATRIBUIÇÕES DOS SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL
CONSULTÓRIO NA RUA
Acolhimento e acompanhamento dos usuários com transtorno mental,
de todos os ciclos de vida, em situação de rua, promovendo os
encaminhamentos necessários para os demais dispositivos de saúde;
Participação em grupos de trabalho intersetorial, para discussão
integrada e permanente das estratégias para atendimento à
população em situação de rua em suas necessidades;
Definição, no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde, de grupo
condutor, responsável pela implantação e monitoramento das ações
desenvolvidas pela equipe do Consultório na Rua, com participação
de profissionais da Atenção Básica, NASF e Saúde Mental;
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Estabelecimento dos pontos dos territórios prioritários para a atenção e
as ações que serão desenvolvidas, respeitando o escopo mínimo de
procedimentos:
Abordagem e acolhimento aos moradores de rua;
Cadastramento de usuários;
Desenvolvimento de atividades coletivas para apresentação da
proposta de trabalho;
Construção do “contrato de atenção”;
Conhecimento de cada sujeito e construção das histórias
pessoais e coletivas;
Desenvolvimento de ações de promoção e prevenção de
agravos, com foco especial às DSTs/AIDS;
Intervenções de cuidado tais como: vacinação, pequenos
curativos; busca ativa;
Encaminhamentos à pontos de cuidados da rede;
Garantia de vínculo com a equipe do Consultório na Rua e com
a equipe de Atenção Básica responsável pelo território;
Garantia de ações para o cuidado in loco, a partir da
abordagem ampliada dos problemas de saúde e sociais, bem
como ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas
de Saúde (UBS). A depender da necessidade do usuário, essas
equipes também devem atuar junto aos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), aos serviços de Urgência e Emergência e a
outros pontos de atenção da rede de saúde e intersetorial.
Diante das especificidades dessa população, a estratégia de
redução de danos deverá ser transversal a todas as ações de
saúde realizadas pela equipe.
NASF
Matriciamento dos casos e ações referentes à Saúde Mental, em
todos os ciclos de vida, na perspectiva de potencializar as ações de
cuidado das ESF, a identificação dos pontos da RAPS necessários para
o caso e a elaboração/execução do Projeto Terapêutico Singular;
Desenvolvimento de ações de educação permanente para ampliar o
escopo de ações a serem desenvolvidas pelas ESF no campo da
Saúde Mental;
Elaboração e execução de estratégias, junto à ESF de
acompanhamento, promoção da saúde mental e prevenção do
adoecimento, preferencialmente através de atividades coletivas;
Atendimento e acompanhamento individual ou compartilhado dos
casos de menor complexidade, que necessitam de intervenção
pontual e breve;
Manutenção do trabalho de interlocução permanente com os demais
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dispositivos da rede de atenção psicossocial;
Atuação conjunta com as ESF, Equipes Intermediárias de Saúde
Mental e CAPS na articulação das ações necessárias para execução
do PTS, inclusive no que se refere às intervenções familiares;
Atuar para potencializar as ações do NASF nos seus territórios,
garantindo suporte técnico com conhecimento e aplicação das
diretrizes operacionais do NASF em Contagem;
Articulação junto ao Centro de Convivência/ Pontos TEIA em seu
território, fomentando a realização de oficinas terapêuticas,
atividades em grupo com usuários e seus familiares, para efetivação
de ações de reinserção social.
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CAPS
Organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental
no âmbito do seu território;
Desempenho de papel de regulador da porta de entrada da rede
assistencial no âmbito do seu território, em confluência com as
normativas e fluxos vigentes da Rede de Atenção Psicossocial;
Realização de atividades de educação continuada na perspectiva
da capacitação das equipes de Atenção Básica em conjunto com a
Assessoria dos Núcleos de Saúde Mental;
Atendimento das situações de crise em Saúde Mental;
Ordenamento e gestão do cuidado em Saúde Mental na perspectiva
da co-gestão dos casos complexos, graves e moderados no território,
em parceria com as Equipes Intermediárias, NASF e ESF;
Matriciamento dos casos de maior complexidade;
Atendimento nas modalidades de tratamento não-intensivo, semi-
intensivo e intensivo na construção do Projeto Terapêutico Singular;
Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação,
entre outros);
Atendimento em grupos terapêuticos;
Atendimento em oficinas terapêuticas executadas pela Referência
Técnica da equipe multiprofissional;
Atendimento à família;
Articulação junto ao Centro de Convivência/ Pontos TEIA em seu
território, fomentando a realização de oficinas terapêuticas,
atividades em grupo com usuários e seus familiares, para efetivação
de ações de reinserção social;
Atividades comunitárias focando a integração do portador de
sofrimento mental na comunidade e sua inserção familiar e social;
Acolhimento Noturno;
Manutenção do trabalho de interlocução permanente com os demais
dispositivos da rede de atenção psicossocial;
Atuação conjunta com as ESF, NASF e Equipes Intermediárias de
Saúde Mental na articulação das ações necessárias para execução
do PTS, inclusive no que se refere às intervenções familiares;
SAMU
Atendimento e transporte de usuários em situação de crise para os
pontos competentes nos termos dos fluxos e protocolos pactuados.
CENTRO DE CONVIVÊNCIA
Desenvolvimento de ações voltadas para a reabilitação psicossocial,
a reinserção social, inclusão nos campos da cultura, educação,
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geração de renda e trabalho;
Orientação e articulação de ações junto aos Pontos TEIA nos
Territórios;
Realizar parcerias com associações, órgãos públicos, fundações,
ONGS, empresas ou outras entidades para captação de recursos,
realização de oficinas, troca de informações ou saberes, dentre outras
ações;
Atuação conjunta com as ESF, NASF, Equipes Intermediárias de Saúde
Mental e CAPS para articulação das ações necessárias à autonomia
do usuário para lidar com suas questões cotidianas, bem como para
potencialização de vínculos familiares e comunitários;
Acolhimento de usuários para construção de estratégias que
favoreçam a criação de espaços de sociabilidade, produção e
intervenção na cidade;
Oferta de oficinas terapêuticas artístico-culturais e sócio-ambientais
nos espaços do Centro de Convivência e dos Pontos TEIA;
Acompanhamento e inserção do usuário no mercado de trabalho
formal, realizando a mediação entre o usuário, as empresas e
tratamento de saúde em rede;
Apoiar a mobilização de usuários para a continuidade dos processos
de criação da “Associação de Usuários e Familiares dos Serviços de
Saúde Mental pela Inclusão no Trabalho e Produção Solidária
Cultivarte” (em fase embrionária: elaboração de Estatuto);
Promoção de assembleias de usuários e/ ou outros encontros de
discussões coletivas engajadas aos movimentos sociais de proteção
de direitos;
Fomento e exposição dos produtos produzidos nas oficinas ocupando
espaços comerciais, ou culturais relevantes na comunidade e na
cidade;
Ampliação da autonomia e melhora das condições concretas de vida
dos usuários.
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através da garantia de um espaço físico agradável, de caráter
residencial que ofereça acolhimento, proteção, promoção do
cuidado e do autocuidado na vida diária dos seus moradores, bem
como a promoção da reinserção social dos mesmos;
Atenção às necessidades de saúde integral dos moradores dos SRTs,
garantindo os meios que promovam a articulação dos cuidados com
outros pontos de assistência à saúde, sejam estes localizados na
atenção primária, secundária ou terciária do município;
Garantia de conforto, salubridade e proteção para os moradores;
Promoção de meios que favoreçam a reinserção social dos
moradores na comunidade, na cultura e no trabalho;
Sensibilização da comunidade em torno dos SRTs quanto a
importância desta proposta de desinstitucionalização e reconstrução
dos laços sociais para esses moradores, em consonância com a
defesa de direitos humanos.
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8. ESPAÇOS DE ARTICULAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PTS
REUNIÕES INTERSETORIAIS
Espaço de discussão e articulação de estratégias para atendimento dos
casos complexos, com participação de outros atores, além dos equipamentos de
saúde, necessários para a construção do projeto terapêutico singular no território
(ESF, NASF, Equipe Intermediária, CAPS, Centro de Convivência, CRAS, CREAS,
Conselho Tutelar, Escola, dentre outros)
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9. MATRIZ DE COMPETÊNCIAS
NASF
CATEGORIA PROFISSIONAL COMPETÊNCIAS
1. Matriciar os casos de todos os ciclos de vida
junto às equipes de saúde da família,
estabelecendo o nível de complexidade de
cada caso e as estratégias terapêuticas
possíveis, bem como instrumentalizar as
equipes para o desenvolvimento de
estratégias no âmbito do território;
2. Mediar o cuidado e o percurso do usuário, em
especial dos casos complexos, pelos pontos
de atenção da rede, monitorando os casos
de maior complexidade que estão estáveis;
3. Participar e contribuir nas ações coletivas
programadas realizadas pela equipe de
saúde da família: Grupo de Gestante, de
Cuidadores, Hipertensos, Diabéticos,
puericultura, Saúde da Mulher, Saúde do
Idoso, Familiares de Pacientes de Saúde
PSICÓLOGO Mental, etc...
4. Realizar visitas domiciliares para avaliação de
pacientes quando assim indicar o projeto
terapêutico, promovendo as intervenções e
encaminhamentos necessários;
5. Fomentar e desenvolver no território a prática
de atividades voltadas para a saúde mental,
incluindo a prática de atividades integrativas;
6. Participar das ações voltadas para a
construção de rede, dentre elas reuniões de
discussão de casos intersetoriais,
matriciamento dos CAPS, etc...
7. Participar das reuniões de equipe e das
reuniões com a Equipe Intermediária de
Saúde Mental para discussão de casos e
projetos terapêuticos vigentes,
monitoramento em parceria com a Equipe
Intermediária e a ESF dos casos de maior
complexidade;
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8. Promover atividades de inclusão do usuário
com transtorno mental grave no território,
incluindo as voltadas para promoção e
prevenção da saúde clínica;
9. Desenvolver e executar atividades coletivas,
em parceria com as ESF, com a temática Psi
voltadas para a promoção da saúde mental
e prevenção do adoecimento, tais como:
Palestras em espaços coletivos, Grupos
Temáticos, Oficinas Terapêuticas, etc.
10. Atuar de forma a promover a Educação
Permanente da ESF e da Equipe de NASF
objetivando desconstruir preconceitos, em
acordo com os princípios da Reforma
Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial,
fortalecendo as estratégias de promoção e
prevenção de Doenças Mentais e também
garantindo o tratamento do usuário adoecido
de forma integral.
11. Realizar atendimentos individuais de forma
pontual e compartilhado quando necessário,
objetivando orientação ou avaliação para
indicativo de conduta;
1. Matriciamento de casos de todos os ciclos de
vida junto às equipes de saúde da família,
estabelecendo o nível de complexidade de
cada caso e as estratégias de intervenção
possíveis;
2. Desenvolver ações que garantam a escuta e
acolhida dos usuários bem como o
direcionamento das demandas para os
setores e áreas competentes;
3. Conhecer e fazer conhecer os programas
ASSISTENTE SOCIAL
municipais direcionados para a Política de
Desenvolvimento Social do Município,
garantindo ao usuário acesso aos direitos
assegurados;
4. Incentivar e contribuir no processo de
fortalecimento da autonomia e da
organização pessoal do usuário, apoiando-os
na construção e ressignificação de seu
projeto de vida;
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5. Criar espaços grupais que possibilitem a
construção de relações humanizadoras e
socializadoras por meio de trocas de
experiências e construção de rede de apoio;
6. Desenvolver ações integradas com os
profissionais da equipe correlacionados com
a área de atuação em atenção à saúde e
demais políticas públicas;
7. Socializar informações nas equipes e
participar de discussão de situações
vivenciadas por usuários e/ou familiares com
as demais categorias profissionais, valorizando
as ações desenvolvidas por eles;
8. Promover a integração dos demais membros
da equipe de trabalho;
9. Produzir conhecimento sobre a população
atendida na área da saúde, processo de
pesquisa e a especificidade do serviço social;
10. Participar da elaboração
conceitual/metodológica para apoiar as
práticas educativo-participativas
desenvolvidas pela equipe de trabalho, com
usuários e população atendida;
11. Conhecer e fazer conhecer os dispositivos de
apoio social presentes no território,
promovendo a articulação e interlocução
entre serviços;
12. Construir coletivamente e de forma
participativa entre a equipe de saúde,
segmentos organizados da comunidade,
usuários e demais sujeitos sociais populares
envolvidos, a organização do trabalho
comunitário.
13. Incentivar a participação dos usuários nos
fóruns de discussão e deliberação, tais como:
Conselhos Locais de Saúde, Conselho Distrital
de Saúde, Conselhos de Assistência Social,
Conselho de Direitos da Criança e do
Adolescente, Conselhos do Idoso e demais
Conselhos de direitos, Reuniões da
Comunidade, e outros.
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1. Atuar, de forma colaborativa, na produção
de cuidado em saúde mental no que se
refere à reabilitação psicossocial;
TERAPEUTA 2. Promover conjuntamente com a equipe
OCUPACIONAL ações individuais e coletivas voltadas para a
inclusão social, o ganho de autonomia e
independência do usuário portador de
transtorno mental estabilizado;
EQUIPE INTERMEDIÁRIA
CATEGORIA PROFISSIONAL COMPETÊNCIAS
1. Acolher os casos de maior complexidade,
encaminhados pela Coordenação de Saúde
Mental, NASF, ESF ou CAPS, de acordo com os
critérios de estratificação de risco, construindo
coletivamente o projeto terapêutico e contra-
referenciando os casos que não demandam
atendimento sistematizado ou que podem ser
acompanhados pelo território quando
melhorados;
2. Realizar companhamento e atendimento
psicológico individual ou em grupo para os
casos que demandam atendimento
sistematizado e próximo;
3. Participar das reuniões no território para
construção do projeto terapêutico singular de
cada caso (Reuniões intersetoriais, Reuniões
PSICÓLOGO de Matriciamento dos NASF, etc);
4. Auxiliar, em parceira com o NASF, com o
processo de Educação Permanente das
Equipes de Saúde da Família, matriciando os
casos de maior complexidade;
5. Desenvolver e fomentar ações para
criação/fortalecimento dos pontos TEIA nos
territórios;
6. Articular, em parceria com o NASF, as ações
de cuidado no território dos casos complexos
e graves, associados ou não ao uso de drogas
7. Construção coletiva de instrumentos para
estratificação de risco dos transtornos
mentais, associados ou não ao uso de álcool
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e outras drogas;
8. Realizar visitas domiciliares, para busca ativa
de caos ou quando o projeto terapêutico
indicar essa necessidade;
1. Acolher casos de maior complexidade,
encaminhados pelo NASF, ESF ou CAPS,
construindo coletivamente o projeto
terapêutico e contra-referenciando os casos
que não demandam intervenção
sistematizada;
2. Promover, em conjunto com os demais
membros da equipe, ações de suporte
familiar e social para os casos de maior
complexidade, incluindo atividades de grupo;
3. Desenvolver e fomentar ações para
criação/fortalecimento dos pontos TEIA nos
territórios;
4. Realizar visitas domiciliares para orientação e
apoio nas estratégias de cuidado domiciliar.
ASSISTENTE SOCIAL 5. Participar das reuniões no território para
construção do projeto terapêutico singular de
cada caso (Reuniões intersetoriais, Reuniões
de Matriciamento dos NASF, etc);
6. Atuar para a garantia de direitos sociais de
usuários e familiares em situação de
vulnerabilidade ou de violação de direitos;
7. Auxiliar, em parceira com o NASF, no processo
de Educação Permanente das Equipes de
Saúde da Família, matriciando os casos de
maior complexidade;
8. Articular, em parceria com a Atenção Básica,
as ações de cuidado no território dos casos
complexos e graves, associados ou não ao
uso de álcool e outras drogas;
1. Acolher e atender os casos de maior
complexidade, encaminhados pela
Coordenação de Saúde Mental, NASF, ESF ou
CAPS, de acordo com os critérios de
PSIQUIATRA estratificação de risco, construindo
coletivamente o projeto terapêutico e contra-
referenciando os casos que não demandam
atendimento sistematizado ou que podem ser
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acompanhados pelo território quando
melhorados;
2. Elaborar relatórios sobre o caso quando
solicitado;
3. Participar das reuniões no território para
construção do projeto terapêutico singular de
cada caso (Reuniões intersetoriais, Reuniões
de Matriciamento dos NASF, etc);
4. Auxiliar, em parceira com o NASF no o
processo de Educação Permanente das
Equipes de Saúde da Família, matriciando os
casos de maior complexidade;
5. Realizar atividades voltadas para orientação
de familiares;
6. Realizar
7. visitas domiciliares quando esta for a
indicação do projeto terapêutico.
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vulnerabilidade ou de violação de direitos;
11. Articular, em parceria com a Atenção Básica,
as ações de cuidado no território dos casos
complexos e graves, associados ou não ao
uso de álcool e outras drogas;
12. Articular com a Rede Intersetorial o cuidado
compartilhado na perspectiva
multiprofissional;
1. Atendimento individual (dispensação de
medicamentos e aferição de dados vitais);
2. Conhecer e aplicar os fluxos e normas de
funcionamento da RAPS;
3. Acompanhamento das rotinas do serviço em
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR todos os horários de funcionamento;
– NÍVEL TÉCNICO 4. Acompanhamento das rotas de transporte e
contato humanizado com o usuário e
familiares;
5. Observação e feedback das rotinas de
transporte para coleta de informações sobre
as condições de moradia do usuário e
vinculação com os familiares;
1. Conhecer e aplicar os fluxos de
funcionamento do serviço;
2. Acolhimento humanizado das demandas,
EQUIPE TÉCNICA/ com direcionamento para as áreas
ADMINISTRATIVA E DE competentes;
3. Realização das rotinas diárias do serviço
SUPORTE
conforme estabelecido.
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CENTROS DE CONVIVÊNCIA
31
SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS
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10. ATIVIDADES E AÇÕES DOS PROFISSIONAIS
Principais Atividades
1. Atendimento individual ao paciente
4. Reunião Intersetorial
5. Reunião NASF/Intermediária
6. Matriciamento de casos
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Quadro 2- Meta de atendimento das equipes intermediárias - por categoria
profissional e por procedimento – mensal (considerando carga horária semanal
de 20 horas/semana)
Atendimento Individual
Categoria (a pacientes ou Registros (Prontuários,
Reuniões Matriciamento
Profissional familiares/visitas Relatórios, Etc...)
domiciliares)
Horas Qde Horas Qde Horas Qde Horas Qde
Psicólogo 64 80 8 4 4 4 4 -
A. Social 64 80 8 4 4 4 4 -
Psiquiatra 64 128 8 4 4 4 4 -
Principais Atividades
1. Atendimento individual ao paciente
2. Atendimento e orientação a familiares (individual e em grupo)
3. Visitas domiciliares conforme estabelecido em Projeto Terapêutico
Singular
4. Reunião Intersetorial
5. Reunião NASF/Intermediária
6. Matriciamento de casos
7. Registros em prontuários e preenchimento de instrumentos de
produtividade
8. Realização de Oficinas Terapêuticas
9. Realização de Assembléia de Usuários
10. Realização de Grupos de Familiares
Rotina do Serviço
Permanência Diurna (Acompanhamento dos pacientes em PD e PN)
Reunião de Equipe
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Modalidades de tratamento
Ambulatório
o Atendimentos agendados de nível não intensivo de tratamento
Permanência Diurna
o Acompanhamento semanal do paciente que permanecerá no
serviço para as atividades propostas de nível semi-intensivo e
intensivo de tratamento
Permanência Noturna
o Acompanhamento intensivo 24horas dentro do serviço
Equipe multiprofissional
Assistente Social
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Enfermeiro
Psicólogo
Terapeuta Ocupacional
Equipe de Enfermagem
Enfermeiro
Técnico de Enfermagem
Equipe Médica
Médico Clínico
Médico Psiquiatra
Equipe Técnico/Administrativa/sUPORTE
Auxiliar AdmInistrativo
Serviços Gerais
Porteiro
CENTRO DE CONVIVÊNCIA
Principais Atividades
1. Oficinas Terapêuticas
6. Articulação de Rede
7. Ações Comunitárias
8. Ações Intersetoriais
9. Intervenções Psicossociais
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Rotina do Serviço
Oficinas Terapêuticas
Inserção e acompanhamento de usuários inseridos no mercado de
trabalho (Projeto de inclusão de pessoas com sofrimento mental no
mercado de trabalho formal)
Fomento de Eventos da Saúde Mental
Articulação dos Pontos TEIA ( Território, Entrelaces, Inclusão, Autonomia)
Acolhimento (Usuários que chegam ao Centro de Convivência)
Reunião de Equipe
Equipe multiprofissional
Articulador dos Pontos TEIA
Assistente Social
Psicólogo
Terapeuta Ocupacional
Estagiário
Equipe Técnico/Administrativa/Suporte
Auxiliar Admnistrativo
Serviços Gerais
Porteiro
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11. PRODUTIVIDADE
PRODUTIVIDADE CAPS
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Tabela1- Códigos de Procedimentos
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Principais Indicadores
1. Pactuação Interfederativa 2017-2021
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de 2013, e a Estratégia e-SUS AB para sua operacionalização
b. Fichas de coleta de dados utilizadas:
i. Ficha de atendimento individual
ii. Ficha de atividade coletiva
iii. Ficha de visita domiciliar
c. A produtividade deverá ser preenchida diariamente, conforme as
fichas de coleta de dados, utilizando-se do CNES e INE conforme
tabela a seguir:
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12. MATRICIAMENTO E SUPERVISÃO CLINICO-INSTITUCIONAL
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Significa fazer uso das equipes multiprofissionais para dialogar e
verificar a melhor conduta para o caso, com o conhecimento
daquele sujeito, partilhado entre os diversos setores.
Supervisão Clínico-Institucional
O Município de Contagem aderiu ao disposto na Resolução Estadual 7.168
de 20 de Julho de 2020, para contratação de supervisor clínico-institucional para
a Rede de Atenção Psicossocial do Município de Contagem em todos os níveis
de atenção, vinculado aos CAPS Infanto-Juvenil, CAPS AD III, CAPS III Eldorado e
CAPS III SEDE, conforme a organização territorial do Município.
Nesta perspectiva a proposta é que a Supervisão Clínico-Institucional atue
em três frentes:
1. na supervisão clínica do casos junto aos CAPS e outros serviços da
RAPS envolvidos no cuidado do caso ;
2. na potencialização das ações da rede, articulando as ações de
cuidado e produzindo espaços para educação permanente;
3. na assessoria para os processos de gestão dos serviços e do
fortalecimento do projeto político institucional da RAPS de Contagem.
A atuação nestas três frentes tem por objetivos: fortalecer os processos de
gestão, qualificar tecnicamente a rede para as intervenções com o usuário,
promover a integração dos serviços e consequentemente fortalecer o cuidado
nos territórios, a partir da discussão intersetorial entre serviços (incluindo os de
proteção social) nos diversos níveis de atenção à Saúde Mental (CAPS, Equipes
Intermediárias de Saúde Mental, Centro de Convivência, Consultório na Rua,
Equipes de NASF e Equipes das Unidades Básicas de Saúde).
As ações serão desenvolvidas pelo supervisor através de encontros semanais
com a equipe dos CAPS, com participação das equipes intersetoriais do Território
para e discussão clínica do caso e discussão técnico-teórica a partir de eixos
temáticos afins à Saúde Mental, na perspectiva da educação permanente.
As discussões técnico-teóricas deverão ser preferencialmente norteadas
pelos casos clínicos, com participação dos equipamentos da RAPS que atuam no
cuidado com o sujeito (Equipes da Atenção Básica, Centro de Convivência,
Consultório na Rua, Equipes de NASF, Equipes Intermediárias de Saúde Mental e
dispositivos territoriais de proteção social) objetivando subsidiar a construção dos
casos clínicos, a utilização do Projeto Terapêutico Singular como ferramenta de
gestão do caso clínico, fomentando a atualização do discurso voltado para as
práticas anti-manicomias, sua articulação com a rede, fortalecendo os vínculos
entre serviços.
Pretende-se ainda, a partir das supervisões clínicas e das discussões técnico
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teórica fortalecer e ampliar os espaços coletivos que propiciem a interação entre
sujeitos (assembleias de usuários e familiares), a circulação dos saberes, a
proposição de projetos inovadores voltados para o fortalecimento da autonomia
do sujeito incluído na rede de cuidados da RAPS.
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13. CENTRO DE CONVIVÊNCIA / PROJETO TEIA
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promoção da autonomia;
3. Da micropolítica à macropolítica – criação de processos de trabalho para
fortalecimento das políticas públicas de saúde mental e reabilitação psicossocial.
Considera-se que, atualmente, o Projeto TEIA é precursor no município de
Contagem ao introduzir toda esta discussão em torno da reabilitação
psicossocial, e vem se reestruturando com a busca constante de interlocução. Eis
a justificativa maior do Projeto TEIA: contribuir para que Contagem construa
avanços na proposição de estratégias de reabilitação psicossocial, com a
finalidade maior de ampliar a inclusão social da pessoa com histórico de
transtorno mental, cujo sofrimento vivenciado não deveria ser impedimento para
exercer sua cidadania, seus direitos e deveres sociais.
No período de 2016 a 2019, um coletivo de trabalhadores da saúde mental,
articulados e orientados pelo Centro de Convivência/ Projeto TEIA, idealizou e
realizou encontros e seminários para transmissão e construções em rede.
Neste contexto, amparados pela compreensão que os dados nos fornecem,
apresentamos como promissora esta parceria do Centro de Convivência com o
Projeto TEIA, cuja lógica territorial de produção de cuidados, autonomia e
inclusão na cultura, no trabalho, na comunidade, entre outros, é a diretriz maior
das ações direcionadas para a reabilitação psicossocial no projeto terapêutico
singular.
O Centro de Convivência/ Projeto TEIA – Território, Entrelaces, Inclusão e
Autonomia é fundamentado em 03 Eixos de Ações: 1) Eixo de Ações de Trabalho
e Geração de Renda; 2) Eixo de Ações ArtísticoCulturais; 3) Eixo de Ações Sócio-
Ambientais.
No Eixo de Ações de Trabalho e Geração de Renda, o Centro de
Convivência torna-se um agenciador de pessoas com deficiência psicossocial,
assumindo a função de mediação, e a responsabilidade, compartilhada em
rede, de zelar pela defesa do direito à inclusão no trabalho. O Centro de
Convivência/ Projeto TEIA passa a somar esforços na construção de ações que
venham a efetivar o texto preconizado pela Lei da Inclusão 13.146/ 2015 (o que
se torna importante neste momento, já que a aprovação da lei é relativamente
recente) e suas relações com a Lei da Reforma Psiquiátrica 10.216/2001.
No cotidiano de atendimento do SUS, ao prestarmos assistência às pessoas
com histórico de sofrimento mental, nos deparamos, recorrentemente, com os
impasses em relação à reabilitação psicossocial, cuja inclusão social no mundo
do trabalho, ainda é um obstáculo a ser transposto. Ao construirmos os projetos
terapêuticos de nossos pacientes, nos deparamos com pessoas que sofrem
impedimentos de natureza mental, em função de um histórico de abalo psíquico,
sendo que, uma vez recuperados de tal abalo e estabilizados, esses pacientes
sofrem também os efeitos desse histórico.
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Constatamos em nossa práxis, que nossos pacientes se estabilizam, porém,
enfrentam barreiras intrínsecas ao tratamento (como por exemplo, a
cronicidade), bem como, barreiras impostas pelo mercado de trabalho, que
obstruem a participação desses cidadãos – com histórico de transtornos mentais –
em igualdade de condições com as demais pessoas, ainda que resguardadas as
devidas diferenças.
Pessoas assim, com histórico de sofrimento mental e percurso de tratamento
nos serviços de saúde da RAPS, pessoas que anseiam por um projeto de vida que
seja construído para além do projeto de tratamento da saúde mental, foram
acolhidas e encaminhadas ao trabalho formal pelo Centro de Convivência, por
meio do “Projeto de Inclusão da Pessoa com Sofrimento Mental no Mercado de
Trabalho Formal” : projeto orientado pelo Ministério da Economia/
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em parceria com
empresas e com instituições de ensino-aprendizagem, que apoiam práticas
inclusivas no mercado de trabalho.
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14. FUNCIONAMENTO DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
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o Acolhimento Multidisciplinar de segunda a sexta feira, de 8:00 às
17:00.
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o delírios
o isolamento grave (recusa de contato visual, verbal e qualquer
convívio).
o Usuários de álcool e outras drogas, após intoxicação tratada
clinicamente.
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interpessoais em geral. Vivência de luto não patológico, quadros
crônicos e orgânicos estáveis. Egressos de CAPS e Hospitais Psiquiátricos
estabilizados com autonomia preservada. Qualquer caso que possa se
beneficiar de processos terapêuticos coletivos, escuta individualizada
breve e oficinas.
O ENCAMINHAMENTO DEVERÁ OCORRER APÓS CONTATO TELEFÔNICO
COM A UNIDADE DE REFERÊNCIA PARA DISCUSSÃO DO CASO, COM
ENCAMINHAMENTO ATRAVÉS DE GUIA DE REFERÊNCIA E CONTRA-
REFERÊNCIA.
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15. ÁREA DE ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS
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16. DEMANDAS DE ÓRGÃOS DE JUSTIÇA
PRINCIPAIS DEMANDANTES:
Conselho Tutelar
Secretaria de Desenvolvimento Social
3ª Promotoria de Justiça – Deficiente e Pessoa Idosa
23ª Promotoria de Justiça – Atendimento Geral na Saúde
25ª Promotoria de Justiça – Infância e Adolescência
Tribunal de Justiça (Varas da Fazenda Pública e Varas da Infância e
Juventude)
MANDADO JUDICIAL:
REGRA: Cumprir NO PRAZO, sob pena de multa e crime de desobediência.
EXCEÇÃO: Possibilidade de interposição de recurso, mediante subsídios da área
técnica, lembrando que as justificativas têm que ser bem embasadas e plausíveis,
tais como: Indicação equivocada, procedimentos de alto custo, existência de
tratamentos / medicamentos / insumos alternativos disponibilizados /
padronizados no Município, falta de evidências que comprovem a eficácia, etc...
REQUISIÇÃO JUDICIAL:
Diferente do Mandado Judicial, normalmente nas requisições judiciais, o
Município não é réu no processo. Todavia, caso o que for requisitado esteja
dentro da possibilidade desta Secretaria atender, temos o dever de cumprir. Na
impossibilidade de cumprir, deve-se justificar de forma técnica. Exemplos de
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requisições: consultas, avaliações médicas, exames padronizados, fornecimento
de insumos e/ou medicamentos padronizados, etc.
ASPECTOS RELEVANTES
SMDS: Sugere
MP, CT e DP: Solicita e requisita
TJ: Requisita e determina
Para MP, CT, SMDS e DP: geralmente não encaminhamos o relatório do
profissional – resguardar sigilo
Para o TJ: é encaminhado anexo o relatório do profissional sempre que este
faz parte da requisição ou mandado.
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17. FLUXOGRAMAS DE ATENDIMENTO
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18. EVENTOS E DATAS IMPORTANTES DA SAÚDE MENTAL
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SEMINÁRIO MUNICIPAL DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL
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REFLEXÕES SOBRE O TERMO
“INTERNAÇÃO”
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