Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

UNIOESTE – CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU


CURSO DE TURISMO
DISCIPLINA DE ENSINO NO TURISMO
DOCENTE MICHELLE DAINA LORENCETTI

A EDUCAÇÃO E OS SISTEMAS EDUCACIONAIS AO LONGO DOS


TEMPOS

ANDREY FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS

FOZ DO IGUAÇU
2007
ANDREY FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS

A EDUCAÇÃO E OS SISTEMAS EDUCACIONAIS AO LONGO DOS


TEMPOS

Trabalho apresentado como requisito de


Avaliação Bimestral na disciplina de
Ensino no Turismo, Docente Michelle
Daiana Lorencetti.

FOZ DO IGUAÇU
2007
A Educação e os Sistemas Educacionais ao longo dos tempos

A educação é apresentada no texto no plano das determinações e relações


sociais, levantando-se uma discussão nos âmbitos das relações entre sociedade,
processo produtivo, processo de trabalho e educação ou qualificação humana. O
autor utiliza-se do ponto de vista de diversos autores para mostrar como o sistema
educacional tem sido caracterizado em diversos períodos ao longo da história e
também como ele sofrido alterações por conta do capitalismo.
Quando falamos sobre trabalho e sobre educação, estamos tratando de
dois dos vários fatores pelos quais a sociedade é constituída. O primeiro deles é a
forma com que o homem consegue se manter ativo na sociedade. O segundo,
mais do que um simples fator social, é uma prática social, que não deve estar
subordinada às leis do mercado, mas sim deve servir para qualificação humana,
desenvolvendo nele algumas qualidades que serão capazes de ajudar a ampliar
as capacidades que o mesmo tem para o trabalho. Essa é a visão sobre cada um
dos dois temas, mas percebe-se a existência de certa subordinação da educação
pelo mercado ou capital, o que faz existir um sistema educacional que atua de
forma diferente para a classe dirigente (ou dominadores) e a classe trabalhadora
(ou dominados).
A classe dominante, vê a educação como tendo funções diferentes para os
dois grandes grupos sociais: os dominantes e os dominados. Sempre houve o
interesse em que a classe dominada tivesse uma educação que fosse voltada a
fazê-los entender qual seria sua função na sociedade, ou seja, a educação para
esse grupo seria uma forma de habilitá-los e capacitá-los tecnicamente para
trabalhar em benefícios daqueles que dominam a sociedade. Já para a classe
dominante, a educação teria o objetivo de dar o suporte para que esses
adquirissem o saber específico para que pudessem cumprir seu suposto papel na
sociedade, que seria o de manter sob controle a classe dominada.
Desttrut de Tracy no início do século XIX, expõe como sendo natural tal
diferença entre a educação das duas partes, pois acreditava que os filhos dos
operários tinham que ajudar seus pais a trabalhar desde muito cedo, e não tinham
portanto tempo para estudar, enquanto os filhos das classes dominantes tinham
mais tempo para se dedicar aos estudo, e deviam realmente o fazer para estarem
preparados para o que lhes aguardava no futuro.
Percebe-se então que tal forma de pensar ultrapassou até mesmo os limites
do feudalismo, onde havia realmente um regime de servilismo, e hoje está inserida
no regime capitalista, onde a sociedade é livre e igualitária, ou ao menos deveria
ser. Com isso, quanto mais o sistema capitalista tem se solidificado, tem se
tornado mais clara a visualização desse dualismo que existe na educação.
Quando se analisa esse dualismo na educação nos diferentes países do
mundo, é possível perceber que a França, que sempre defendeu a educação
universal e gratuita é o país onde as diferenças na educação são mais aparentes.
Há autores que acreditam que Cuba foi o único país onde a educação teve uma
mudança real, pois lá houve uma mudança geral no campo social.
No Brasil, mesmo com algumas propostas de reformas na educação nas
décadas de 1920 e 1930, poucas foram as modificações. Nas décadas de 1950 e
1960 houve um esboço de reformas de base, porém tudo foi paralisado com o
golpe civil-militar de 1964.
O sistema foi expandido graças ao apoio da mídia, que por diversas formas,
inclusive a televisão nos últimos tempos, tem conseguido levar a educação até a
casa das pessoas.
De modo geral, a educação, ou melhor, os sistemas educacionais, ao longo
da história e pelos mais diversos países, tem um certo padrão, onde de fato há
uma divisão que favorece as elites e desfavorece a massa. Essa forma de
educação continua a existir, e da mesma forma com que em outros tempos, a
menor parcela recebe instrução escolar que a habilita a ter sob seu poder e
autoridade a outra parcela da sociedade, que por sua vez é maior e recebe
instrução básica necessária que a habilita tecnicamente para que esta tenha
condições de servir a outra classe.
Mesmo com a globalização e acesso à informação facilitado devido aos
vários instrumentos de comunicação que temos hoje disponível, o capitalismo,
assim como o feudalismo, consegue fazer com que poucos se sobreponham a
todo o restante da população, pois tal acessibilidade de informações é comandada
por aqueles que detém o poder, ou seja, nossos governantes, que até mesmo por
uma questão lógica, selecionam ou dão subsídios prioritariamente a enviar para a
massa apenas as informações básicas e superficiais que a população necessita,
impedindo dessa maneira que a mesma torne-se crítica a ponto de perceber que
aqueles que detém o poder só fazem o que fazem, ou melhor, apenas deixam de
fazer o necessário porque esse poder lhe foi concedido através de seu
consentimento , pois é a maioria que elege sua minoria representante. Enquanto
isso continuar a acontecer, esse processo que acontece na educação e todos os
outros processos que prejudicam a população de forma geral, continuarão a
acontecer e cada vez de forma melhor elaborada. A educação apenas conseguirá
exercer sua finalidade real intervindo nas relações sociais como deve, se de
alguma forma houver pela parte sempre desfavorecida, um rompimento da
“servidão” que tem vivido e um reposicionamento das partes, onde a massa seja
efetivamente representada e seus representantes vejam a educação como algo
diferente do que se tem visto até então.

Você também pode gostar