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Os Lusíadas
Questionário para análise da Proposição, da Invocação, da Dedicatória e do Consílio dos deuses, de Os Lusíadas.
Faz a síntese da Proposição.
Na Proposição, o poeta apresenta/refere o que se propõe cantar: os guerreiros e os homens ilustres (“As armas e os barões
assinalados”) (estância 1); os reis que dilataram a Fé e o Império (“E também as memórias gloriosas/ Daqueles reis que
foram dilatando/ A Fé, o Império”) e os homens merecedores da imortalidade (“E aqueles que por obras valerosas/ Se vão
da lei da Morte libertando”). O poeta canta “o peito ilustre Lusitano”(sinédoque) (estância 2), a quem Neptuno e Marte
obedeceram devido ao seu valor guerreiro e aventureiro no mar e cujos feitos são mais grandiosos que os dos heróis da
antiguidade (estância 3).
Canto I
Início da narração (estância 19)
Este canto I marca a 1.ª etapa de um relato que se estenderá ao longo de toda a obra e que constitui a linha central do
poema: as aventuras e desventuras da frota lusitana, na viagem que conduzirá à descoberta do caminho marítimo para a
Índia.
• Tal como é tradição dos poemas épicos clássicos, Camões inicia os factos “in media res”, o que significa que a ação já está
avançada quando Camões inicia a narração dos acontecimentos.
• Para configurar esta situação, o poeta recorre a um recurso expressivo denominado analepse, que consiste em o
narrador, no presente, contar acontecimentos do passado.
• De facto, quando Camões começa a narração, já a armada de Vasco da Gama vai longe: no Oceano Índico, mais
precisamente no Canal de Moçambique, na costa ocidental africana.
consílio dos Deuses – (consílio: assembleia, reunião, conselho).
• O Consílio dos Deuses decorre paralelamente à Viagem da Armada, cuja narração se inicia na estância 19, “in media res”,
ou seja, numa fase adiantada da ação, quando os Portugueses navegam no Oceano Índico.
• Júpiter convoca todos os deuses para o Olimpo (morada dos deuses) para escutar as suas opiniões e decidir se os
Portugueses terão ou não a sua ajuda.
• O episódio do consílio dos Deuses inicia-se com a descrição da chegada dos deuses, vindos das diferentes partes do Céu,
e da sua disposição hierárquica no Olimpo. Júpiter faz um discurso e anuncia a decisão de proteger os Portugueses. Os
outros deuses pronunciam-se:
• Júpiter – o deus supremo - personifica a luz (daí a sua descrição ser associada ao brilho, à luz) e os fenómenos
celestes entre os povos itálicos. Ele anuncia a decisão de proteger os Portugueses.
• Baco – deus do vinho representa a exuberância da natureza. Percorreu o mundo, aparecendo aos homens como um
libertador, e ganhou especial popularidade na Índia. Baco opõe-se a Júpiter, por temer perder a glória e o domínio
do Oriente;
• Vénus – a deusa grega do amor e da beleza. Vénus defende os Portugueses, por gostar deles pelas suas
semelhanças, nas qualidades e na língua, com o povo romano, e por saber que será celebrada em todos os locais
onde eles chegarem;
• Marte – muito antigo em Roma, é o deus dos combates, da Primavera (daí o nome do mês de Março) e da juventude
que, nesta estação, volta a partir para a guerra. Apesar de os deuses terem características humanas, eles são
superiores aos homens, envolvendo-se assim no êxito dos feitos dos Portugueses e assumindo uma grandeza
transcendente. Marte também defende os Portugueses, por Vénus os defender e pela sua coragem.
• O episódio termina com a confirmação da decisão de Júpiter e o final da reunião.