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Disciplina: Materiais, técnicas e tecnologias de construção

Professora: Maria Elane

CIMENTO PORTLAND
Definição

▪ É um aglomerante hidráulico pulverizado


(finamente moído), constituído de uma
mistura de clínquer Portland e gesso, que
reagem em contato com a água não se
decompondo mais.
▪ Clínquer
É um produto de natureza granulosa,
resultante da calcinação de uma mistura
Composição do cimento
▪ Matéria-prima
 Clínquer
Calcário
Argila
Calcário + Argila 97%
 Adições
Gesso (3%)
Clínquer + gesso cimento puro
Escória
Pozolana
Sílica ativa
Carbonato
Processo de fabricação
▪ Extração da matéria-prima
▪ Britagem
▪ Pré-homogeneização e Dosagem
▪ Moagem do “cru”
▪ Homogeneização
▪ Pré-aquecimento
▪ Cozedura
▪ Resfriamento
▪ Moagem e adições
▪ Embalagem e Expedições
Extração da Matéria-Prima
▪ É o primeiro passo na produção do cimento
 Calcário e argila
Britagem

▪ O material, após extração, apresenta-se em


dimensões grande, sendo necessário “reduzir o
seu tamanho” a uma granulometria adequada
Pré-homogeneização e Dosagem

▪ O material britado é transportado para a


fábrica e armazenado em silos verticais
▪ Essa armazenagem pode ser combinada com
uma função de pré-homogeneização que
consiste em colocar por camadas o calcário e
a argila
Pré-homogeneização e Dosagem

▪ As matérias-primas selecionadas são depois


dosadas, tendo em consideração a qualidade
do produto a obter (clínquer)
▪ Essa dosagem é efetuada com base em
parâmetros químicos pré-estabelecido

CLÍNQUER

75-80% DE CALCÁRIO 20-25% DEARGILA


Moagem do Cru
▪ Depois da pré-homogeneização a
matéria-prima é transportada para
moinhos onde se produz o chamado
“cru” (finamente moída)
▪ Simultaneamente à moagem ocorre
um processo de adição de outros
materiais: areia (SiO2), cinzas de
pirite (Fe2O3) e bauxite (Al2O3), de
forma a obter as quantidades
pretendidas dos compostos do “cru”
 Cálcio, sílica, alumínio e ferro
Homogeneização

▪ Em seguida passa por


um processo de
homogeneização
 Permitir uma perfeita
combinação dos
elementos formadores
do clínquer
Processo do Forno

▪ Pré-aquecimento
 O “cru” passa pela fase de pré-aquecimento
Na torre dá-se a descarbonatação e inicia-se a pré-
calcinação do material
▪ Cozedura
 O “cru” dá lugar à farinha, produto apto para entrar
no forno
 Ao entrar no forno, a farinha desloca-se lentamente
até ao fim deste passando por um processo de
clinquerização (1300~1500°C)
Resultando o clínquer
Processo do Forno

▪ Resfriamento
 Uma vez cozido, o
clínquer sai do forno e
segue para o
arrefecedor onde sofre
uma diminuição brusca
de temperatura
Confere características
importantes do cimento
Moagem e Adição

▪ O cimento resulta da moagem do clínquer,


gesso e aditivos
 Cinza volante, escórias de alto forno, filler
(calcário)
 Que irão dar características ao cimento
▪ Após a moagem, o cimento é
normalmente transportado e armazenado
em silos
Moagem e Adição
Embalagem e Expedição

▪ Granel
 Caminhões
 Cisternas para transporte ferroviário
 Navios
▪ Sacos
 Embalado ( através de máquinas ensacadeiras) e
depositados em paletes
▪ Obs: o cimento, bem estocado, é próprio para
uso por 3 meses a partir da data de fabricação
Composição química do clínquer
Compostos minerais do clínquer
Formação dos compostos
no processo de queima
Propriedades do composto
Cimento Portland
▪ Sólidos na pasta de cimento hidratada

Silicato de cálcio hidratado  Hidróxido de cálcio


(C-S-H)  20 a 25 % dos sólidos
50 a 60% dos sólidos
 Baixa resistência
Forma indefinida
 Prisma hexagonal
Responsável pela resistência
 Responsável pelo pH do
mecânica concreto ≅ 13
Basicamente C3S e C2S
Cimento Portland

▪ Sólidos na pasta de
cimento hidratada
 Sulfualuminato de
cálcio
 15 a 20% dos sólidos
 C3A e C4AF formam a
etringita primária, que dá
origem ao monossulfato
 Depois de endurecido, o
monossulfato torna o
concreto vulnerável ao
ataque por sulfato
Tipos de cimento
▪ Principais tipos de cimento Portland
 Cimento Portland comum (CP I – CPI S)
 Cimento Portland Composto (CP II)
Filer (CP II F)
Pozolana (CPII Z)
Escória (CPII E)
 Cimento Portland de Alto Forno (CP III)
 Cimento Portland de Pozolânico (CP IV)
 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
(CP V ARI)
Composição do cimento (emmassa)
Propriedades do cimento
Propriedades física do cimento

▪ Massa específica
 Cálculo de consumo dos materiais
 Transformação de traços em massa para traços em
volume
 Varia de acordo com o tipo de cimento 2,90 a
3,15 g/cm³
▪ Finura
 Está relacionada com o tamanho dos grãos e com a
área específica (m²/kg)
Propriedades física do cimento

▪ Finura
 Maior teor de C3A precisa de mais gesso
para controlar a pega
 Maior quantidade de água para molhar os grãos
Propriedades física do cimento

▪ Finura
 Velocidade de hidratação (quanto mais fino)
 Resistência mecânica
 Trabalhabilidade
Exsudação e segregação
Coesão
 Retenção de água (maior capacidade de
adsorção)
 Permeabilidade
Propriedades física do cimento

▪ Pega
 Intervalo de tempo em que a pasta adquire uma
consistência que a torna imprópria para o trabalho
 Decorre do processo químico de hidratação
 Início de pega: início da solidificação
Aumento relativamente brusco da viscosidade
Elevação da temperatura
Propriedades física do cimento

▪ Pega
 Fim de pega: fim da solidificação
 Perda da plasticidade
 Aumento da resistência a deformações sob
pequenas cargas
 Endurecimento: aumento da resistência a
deformação
Propriedades física do cimento

▪ Pega
 Importância da pega
 Programar a aplicação do concreto e início da
cura
 Fatores que influenciam a pega
 % C3A
 Grau de moagem
 Temperatura ambiente
 Aceleram: CaCl, NaCl
 Retardam : gesso, açúcar
Propriedades mecânicas do cimento

▪ Resistência à compressão (fck)


 A resistência à compressão é determinada em
corpos de prova cilíndricos de argamassa
Φ: 50mm e h: 100mm
Propriedades mecânicas do cimento

▪Resistência à
compressão (fck)
 Classes de
resistência
25 MPa
32 MPa
40 MPa
Propriedades químicas do cimento

▪ Estabilidade de volume (expansibilidade)


 Características relacionada a indesejáveis
expansões volumétricas, posteriores ao
endurecimento do concreto ou argamassa,
decorrente da hidratação do CaO e MgO livres
 CaO livre
Provém do carbonato de cálcio que não se combinou
na produção do cimento
 MgO livre
Origem: pequena quantidade na argila
Propriedades químicas do cimento
▪ Calor de hidratação
 As reações de hidratação do cimento são exotérmicas
 Elevação de temperatura é diretamente proporcional à
velocidade da reação
 Aspecto positivo
Auxilia a energia de ativação em baixas temperaturas
 Aspecto negativo
Concreto massa – pode gerar elevadas tensões internas
devido ao alto calor de hidratação
 Quantidade de calor liberada: função da composição
do clínquer
Propriedades químicas do cimento
▪ Calor de hidratação
 Calor de hidratação dos constituintes do cimento
C3S = 120 cal/g
C2S = 62 cal/g
C3A = 207 cal/g
C4AF = 100 cal/g
MgO = 203 cal/g
CaO = 279 cal/g
Propriedades químicas do cimento

▪ Resistência aos agentes agressivos


 Águas ácidas: água de chuva com CO2 dissolvido
Ataca CaCO3 até a eliminação da cal
Áreas industriais

 Água sulfatadas
Reação do sulfato com aluminato
Altas tensões internas: ruptura do concreto

 Águas do mar: sulfatos de cálcio, magnésio e sódio


Dissolução do CaO
Ataca a armadura dos concretos
Propriedades químicas do cimento
▪ Reação Álcali-agregado
 Ácalis do cimento: Na2O e K2O
Teor no cimento: 0 a 1,5%
 Reage com algumas formas de sílicas que
podem estar presentes nos agregados
 Reação altamente expansivas
Ocasiona fissuras em rede
 Ocorre lentamente: após 1 ano
 Condições para ocorrência
Álcalis livres; agregados; presença constante de
umidade

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