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DE CUSTOS
autores
ANELISE KRAUSPENHAR PINTO FIGARI
GLEISON FONSECA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;
marcelo elias dos santos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
isbn: 978-85-5548-192-5
Prefácio 7
2. Apropriação de Custos e
Margem de Contribuição 33
Bons estudos!
7
1
Noções Iniciais de
Contabilidade de
Custos
Neste capítulo serão apresentadas as noções iniciais de contabilidade de cus-
tos, como os fatores que diferenciam custos e despesas, gastos e investimentos
além dos critérios para classificação destes em fixos ou variáveis ou ainda em
diretos e indiretos. Além disso, também veremos como as empresas podem se
utilizar de métodos de estimativa de custo e de qual maneira isso pode ajuda
-las. Por fim, serão introduzidos conceitos relativos a custos dentro de proje-
tos corporativos.
OBJETIVOS
• Saber diferenciar os diversos custos de despesas, fixos de variáveis e diretos de indiretos;
• Obter noções básicas sobre métodos de rateio;
• Conhecer formas de previsão de comportamento dos custos;
• Compreender estimativas de custos relacionadas a projetos.
10 • capítulo 1
1.1 Conceitos gerais
Para o início do estudo da Contabilidade de Custos, é necessário que o aluno
seja capaz de diferenciar alguns conceitos que em nosso dia a dia parecem si-
nônimos, porém para o campo da contabilidade tratam-se de termos que pos-
suem significados distantes. A diferenciação entre termos a primeira vista simi-
lares é fundamental para o avanço no estudo da Contabilidade de Custos e por
isso, passaremos a utilizar a seguinte nomenclatura:
• Gastos: Conceito bastante amplo que corresponde a qualquer desembol-
so que a empresa incorra por meio de um sacrifício financeiro e é aplicável para
quaisquer bens ou serviços como, por exemplo, honorários, aquisição de imo-
bilizados ou mão-de-obra produtiva. O gasto só é existente no momento em que
existe o reconhecimento contábil da dívida por meio da redução do ativo para
pagamento (MARTINS, 2008).
• Investimentos: Correspondem a gastos ativados em sua vida útil ou ain-
da de benefícios passíveis de atribuição em períodos subsequentes. Em um
primeiro instante estes gastos permanecem congelados dentro dos ativos da
empresa e são descongelados para serem adicionados aos custos ou despesas
(BRUNI; FAMÁ, 2010).
• Custos: Representam os gastos referentes a bens ou serviços utilizados na
produção das mercadorias da empresa, sejam elas bens ou serviços e são pron-
tamente associados a estes, sendo consumidas pelos estoques. Correspondem,
na verdade, a transição de um investimento para o preço final do estoque uma
vez que representam as transições necessárias para levar a matéria-prima até
o estágio de produto acabado. São exemplos: gastos com matéria-prima, mão-
de-obra fabril, alugueis de fábrica etc (BRUNI, 2006).
• Despesas: Correspondem a bens ou serviços a serem utilizados direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas de maneira temporária, como os sa-
lários de vendedores, gastos com funcionários administrativos, entre outros. As
despesas não são empregadas diretamente na produção de bens ou serviços da
empresa e não serão congeladas ou armazenadas nos estoques (BRUNI, 2006).
Importante é entender que as despesas são gastos que “não irão para a pra-
teleira”, ou seja, não irão incorporar o valor dos estoques. Dessa maneira, pos-
suem um trajeto diferente na classificação em relação aos investimentos e aos
capítulo 1 • 11
custos dentro do balanço patrimonial, conforme pode ser visto na Figura 1.1 a
seguir (BRUNI; FAMÁ, 2010).
Demonstração de
Balanço Patrimonial
Resultado do
Produtos ou Exercício
Custos
serviços
elaborados Despesas
Consumo
associado à
elaboração do Consumo
produto ou serviço associado ao
período
Invesimentos
Gastos
Figura 1.1 – Diferenciação entre custo e despesa. Fonte: Bruni e Famá (2010).
12 • capítulo 1
exemplo, o salário de um supervisor que trabalha em uma fábrica produtora
de diversos itens não pode ser rastreado para apenas um deles (HORNGREN;
DATAR; FOSTER, 2004). Assim, ocorre a apropriação de custos de maneira indi-
reta, baseada em algum método de rateio que será tratado mais à frente.
A classificação entre custos Diretos e Indiretos é baseado diretamente no
bem ou serviço feito e é fundamental que seja realizado da maneira correta
para o gerenciamento da empresa uma vez que a má utilização pode gerar dis-
torções nos relatórios corporativos.
É importante frisar que no processo de apropriação dos Custos Indiretos
a relação custo-benefício deve ser ponderada. Muitas vezes existem itens de
pouca expressão em termos financeiros que demandam uma carga de traba-
lho muito alta para serem apropriados ou ainda, itens expressivos que podem
ser enquadrados como custo direto, mas que demandam um complexo siste-
ma de rastreamento. Assim, os Custos Indiretos corresponde, na prática, aos
gastos que efetivamente possuem as características bem como a alguns Custos
Diretos que não valem a pena serem rastreados devido a sua irrelevância ou alta
complexidade para tal (MARTINS, 2008).
Outra classificação possível dos custos é relativa a variação destes com o vo-
lume de produção, a qual permite compreender o comportamento dos custos
totais e unitários nos produtos (BRUNI; FAMÁ, 2010).
O Custo Variável é definido por mudar, em sua totalidade, de acordo com
a variação no volume produtivo. Por exemplo, em uma indústria automobilís-
tica que adquire volantes para adicionar aos carros, o custo com estas peças
é proporcional ao volume de produção dos automóveis (HORNGREN; DATAR;
FOSTER, 2004).
Já os Custos Fixos correspondem àqueles que em um certo período de tem-
po não variam em relação ao volume produtivo da empresa. Importante relem-
brar que a classificação entre fixos e variáveis está atrelada a produção da cor-
poração, então se um custo possui variação em todos os meses mas não está
ligado a produção, deve ser considerado como fixo (BRUNI; FAMÁ, 2010).
Da mesma maneira que é possível classificar custos fixos e variáveis, é pos-
sível adotar o mesmo critério para as despesas. As Despesas Fixas correspon-
dem a gastos que não variam de acordo com o volume da atividade ao passo
que as Despesas Variáveis, sim. O volume da atividade porém, não consiste no
volume produtivo já que as despesas não estão atreladas a produção mas sim a
capítulo 1 • 13
outros fatores alocadores, como o volume de vendas Em sua grande maioria, as
Despesas de Administração possuem caráter fixo (MARTINS, 2008).
(=) CUSTOS
$41.200,00 29% $ 45.600,00 33% $ 53.200,00 38% $140.000,00
DIRETOS
Horas-
máquinas $ 500 10% $ 1.500 30% $ 3.000 60% $ 5.000,00
necessárias
Unidades
$ 1.000 5% $ 3.000 15% $ 16.000 80% $20.000,00
produzidas
Tabela 1.1 – Custos diretos e demais recursos utilizados na produção. Fonte: Adaptado de
Bruni e Famá (2010).
14 • capítulo 1
A empresa busca então chegar ao seu custo unitário. Para isso, deverá divi-
dir o custo total, obtido pela soma dos diretos e dos indiretos, pela quantidade
de unidades produzidas. Os custos diretos já foram rastreados para cada um
dos produtos conforme a tabela 1.1 mostrou, já os custos indiretos, que foram
apurados em R$ 100.000,00 ainda devem ser alocados mediante um método
de rateio a ser definido. Conforme a tabela 1.2, a empresa optou por realizar o
rateio de acordo com a proporção da Mão de Obra empregada.
Tabela 1.2 – Custos unitários adotando-se a Mão-de-obra direta como critério de rateio.
Fonte: Bruni e Famá (2011).
capítulo 1 • 15
1.4 Custos em empresas comerciais
A contabilidade de custos historicamente teve seu escopo de desenvolvimento
voltado para o setor de produção de bens industriais, deixando de lado organi-
zações de outros gêneros, como instituições financeiras, prestadoras de servi-
ços ou empresas comerciais. Tais empresas têm como característica principal
o fato de possuírem pouco ou nenhum estoque, uma vez que a maioria dos seus
custos correspondem a mão-de-obra (VANDERBECK; NADY, 2003).
Pela existência insignificante de estoques, historicamente, empresas de
caráter comercial nunca se interessaram em empregar recursos a fim de apu-
rar de maneira precisa os custos da corporação. Entretanto, com o advento
da nova forma de utilizar a Contabilidade de Custos, cresceu o interesse das
corporações dessa natureza, não devido a alguma adoção relativa ao Balanço
Patrimonial, mas sim buscando explorar o potencial de melhorias na área de
controles e de ferramenta para os processos de tomada de decisão (MARTINS,
2008).
Dessa forma, as referências aqui tratadas, apesar de possuírem raízes no se-
tor industrial, também são aplicáveis a empresas de natureza comercial.
16 • capítulo 1
1.6 História, conceito e objetivo das funções
lineares
capítulo 1 • 17
Agora que já foi vista a história, o conceito e os objetivos das funções li-
neares aplicáveis a diversas áreas do conhecimento, é hora de compreender
a aplicabilidade destas expressões para o comportamento de custos dentro
de organizações.
y = a + bx
18 • capítulo 1
• $ 5 por minuto falado, sendo este um custo variável;
• $ 10.000 por mês, sem variação nenhuma, e tornando-se um custo fixo;
• $ 3.000 por mês fixos mais $2 por minuto falado, sendo este um cus-
to semivariável.
Os efeitos das variações das três propostas podem ser melhor visualizados
nos gráficos abaixo.
Figura 1.2 – Exemplos de funções de custo lineares. Adaptado de Horngren, Datar e Foster
(2004)
A empresa estima que irá utilizar cerca de 4.000 minutos por mês. Realizando
uma análise das opções apresentadas, a multinacional optou pela alternativa B
uma vez que para esta quantidade de minutos, a opção A proporciona um custo
de $ 20.000 e a C de 11.000. Atente-se também para o fato de que o coeficiente
angular da reta é igual ao custo por minuto das ligações ($5 para o cenário A, $0
para o B e $2 para o C).
Como recorda Horngren, Datar e Foster (2004), as funções de custos li-
neares podem ser encontradas por quatro métodos: Engenharia Industrial,
Conferência, Análise Contábil e Análise Quantitativa, que serão tratados nas
seções seguintes.
capítulo 1 • 19
1. Escolher a variável dependente: Definir o custo a ser previsto.
2. Identificar a variável independente: Selecionar o direcionador de custo
ou o nível de atividade. Deve-se tomar cuidados para selecionar uma variável
que possua relação econômica plausível e que seja mensurado.
3. Coleta de dados: Talvez a parte mais difícil do processo, exige que sejam
coletado dados de fontes diversas sobre a variável dependente e independente.
DIRECIONADOR
CUSTOS DE MÃO DE
SEMANA DE CUSTO:
OBRA INDIRETA HORAS-MÁQUINAS
1 1190 68
2 1211 88
3 1004 62
4 917 72
5 770 60
6 1456 96
7 1180 78
8 710 46
9 1316 82
20 • capítulo 1
DIRECIONADOR
CUSTOS DE MÃO DE
SEMANA DE CUSTO:
OBRA INDIRETA HORAS-MÁQUINAS
10 1032 94
11 752 68
12 963 48
Tabela 1.3 – Exemplos de custos indiretos e direcionador e custo. Fonte: Horngren, Datar
e Foster (2004).
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
0 20 40 60 80 100 120
Direcionador de custo: horas-máquina
Figura 1.3 – Representação gráfica semanal. Fonte: Horngren, Datar e Foster (2004)
5. Estimar a função de custo: Para essa etapa, pode ser utilizado o método
dos pontos altos e baixos ou ainda o método de regressão linear.
6. Avaliação do critério de custo da função: Compreender a adequação
do direcionador de custo utilizado a variável dependente estudada.
• 21
capítulo 1
No método de pontos altos e baixos, o coeficiente angular b da equação da
reta é calculado por meio da relação entre a diferença do custo na observação
máxima e mínima do direcionador de custo dividido pela diferença do nível
de atividade dessas mesmas observações. Importante ressaltar que pontos fora
da curva devem ser excluídos da análise. O valor do coeficiente angular b en-
contrado é o quanto o custo varia para uma unidade do direcionador de custo
(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Os exemplos da tabela 1.3 tem sua máxima atividade na semana 6 e a mí-
nima na semana 8. Assim, teríamos que Coeficiente Angular b = (1456 – 710) /
(96 – 46) = $14,92 horas-máquina. Aplicando o valor de qualquer uma das ob-
servações juntamente ao coeficiente angular b à equação da reta, chegamos ao
valor da constante a = $ 23,68. Com isso, podemos então concluir que a função
de custo desse exemplo é:
22 • capítulo 1
mais preciso estará a função linear de custo gerada por meio da análise de
regressão.
2000
1500
y = 10,312x + 300,98
1000
500
0
0 20 40 60 80 100 120
Direcionador de custo: horas-máquina
Figura 1.4 – Exemplo de Modelo de Regressão Linear. Fonte: Horngren, Datar e Foster
(2004)
• 23
capítulo 1
exigido em contratos governamentais onde a transparência precisa estar pre-
sente. Nele, são analisadas as relações entre as entradas e saídas em termos
físicos através de um estudo de tempos e movimentos. A intenção é encontrar o
valor de unidades de entrada (por exemplo, matéria-prima ou mão-de-obra di-
reta) necessárias para um produto saída (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Já o método da conferência busca atingir a determinação das funções de
custo por meio da análise e das opiniões de dados coletados de diversos setores
da empresa. O que acontece na prática é que os responsáveis por este método
dentro da organização discutem e chegam a um consenso a partir das informa-
ções fornecidas pelas áreas, sobre as funções de custo. Com isso, a expressão
linear é definida mais rapidamente, porém, a ênfase na discussão e não no cál-
culo matemático força os tomadores de decisão a possuírem maior discerni-
mento e responsabilidade acerca dos resultados apresentados (HORNGREN;
DATAR; FOSTER, 2004).
Por fim, o método de análise de contas é uma abordagem bastante prati-
cada que utiliza uma análise qualitativa que separa, de acordo com o nível de
atividade, as contas de custos no razão auxiliar entre fixas, variáveis e semivariá-
veis. A partir da análise de contas a intenção é gerar uma função de custo linear
onde o analista, que deve possuir amplo domínio das atividades da empresa
para o bom funcionamento do método, encontra um valor para o direcionador
de custo por meio da classificação dos níveis de atividades. Este método exige
grande perspicácia deste profissional e pode ser complementado com o méto-
do da conferência (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Além dos métodos já tratados, a análise e estimativa de custo possui enfo-
ques específicos, como o Bottom up e o Top-down, especialmente utilizados
em gestão de projetos. Projetos são esforços temporários, com começo, meio
e fim. Dado que não haverá novos ciclos para ajuste nos custos efetuados, ge-
rir adequadamente o custo de um projeto torna-se então fator crítico de suces-
so. Nos tópicos seguintes abordaremos a Estrutura Analítica de Projetos e os
Métodos Bottom up e Top-down.
24 • capítulo 1
de facilitar a administração deste. Seu funcionamento ocorre a partir de uma
subdivisão do projeto geral em pacotes de trabalho, de maneira a tornar mais
fácil o acompanhamento das tarefas designadas.
A EAP busca encontrar as menores partes do projeto na tentativa de facilitar
a administração do trabalho uma vez que decompõe o projeto inteiro em tare-
fas menores. Assim, o gerente consegue visualizar, delegar e gerir os elementos
terminais, como os produtos, serviços e os resultados do projeto.
Projeto
Entrega 2.1 Entrega 2.2 Entrega 2.3 Entrega 4.1 Entrega 4.m
Entrega 2.2.1 Entrega 2.2.2 Entrega 4.1.1 Entrega 4.1.2 Entrega 4.1.x
capítulo 1 • 25
Como recorda o Guia PMBOOK (2004), a decomposição do projeto consiste
na divisão das entregas dos projetos em níveis menores e mais facilmente ge-
renciáveis. Essa decomposição deve ser feita de maneira cuidadosa para que
não haja excesso de burocracia e nem perdas de outros tipos. Também é impor-
tante ressaltar que muitas vezes que esse processo não funciona para etapas do
trabalho com datas em longo prazo.
Os pacotes de trabalho são as menores partes da decomposição dos proje-
tos. Além de permitir ganhos do ponto de vista gerencial, este nível de detalha-
mento é o que permite a melhor estimativa de custos do projeto. A seguir se-
rão tratadas algumas técnicas relativas a previsão de custos em gerenciamento
de projetos.
1.12 Bottom-Up
A técnica de estimativas de custos Bottom-Up utiliza-se da decomposição do
projeto em pacotes de trabalho para atribuir a cada um destes um custo espe-
rado. Sua intenção é aproveitar o nível máximo de detalhes para estimar, com
maior precisão os custos do projeto. Iniciada pelos pacotes de trabalho, os gas-
tos detalhados são sumarizados e restam apenas os níveis mais altos para que
ocorra o acompanhamento das estimativas (PMBOOK, 2004).
Esta metodologia garante uma maior precisão já que é realizada baseada
no detalhamento máximo possível do projeto, além de garantir o maior com-
prometimento da equipe com o cumprimento dos custos. Entretanto, também
possui pontos desfavoráveis, como o alto tempo necessário para a elaboração
da sua estimativa, a tendência de superestimação dos gastos, além da possível
criação de um clima competitivo dentro da equipe.
1.13 Top-Down
Em oposição ao método anterior, quase como um antônimo, o método Top-
Down corresponde a uma alternativa de estimativa de custo menos detalhista
porém bem mais veloz. Quando um cliente descreve suas necessidades para a
realização do projeto e o gestor deste informa o valor sem grandes esforços de
cálculo, está utilizando esta metodologia.
26 • capítulo 1
Nessa abordagem a estimativa é utilizada logo no início do projeto e pro-
porciona uma resposta bastante rápida ao cliente, o que serve para mensurar
o real interesse do consumidor na contratação do serviço. É um método bas-
tante comum em situações onde as informações são ainda nebulosas e não
existem informações mais detalhadas. Entretanto, o Top-Down não conside-
ra eventuais dificuldades exatamente por não prevê-las com antecedência.
Consequentemente, as estimativas propostas são menos precisas e o nível de
detalhes e justificativas para estas são menores.
capítulo 1 • 27
valores diferentes para as constantes e mudança nos parâmetros iniciais, de
modo a adaptá-los para o tamanho do projeto. A despeito da facilidade de se
utilizar esse método, é necessário que a corporação possua uma base histórica
de dados e que esteja ciente que os resultados podem não ser precisos e que
deverão ser distribuídos entre as diversas atividades, uma vez que o método
apenas proporciona um custo geral.
1.16 Esforço
A mensuração de esforço em projetos é fundamental para compreender e dar
capacidade ao gestor de alocar da melhor maneira os recursos. Usualmente, o
esforço é medido em horas empregadas para a realização do projeto não deve
ser confundida com duração, pois esta engloba todo o período de desenvolvi-
mento de projeto e não apenas as horas empreendidas neste.
Apesar da sua importância, o procedimento exige algumas cautelas do
analista. É necessário que seja considerado o nível de detalhe da estimativa
de maneira a adequar a complexidade da análise as exigências. Além disso, na
estimativa de esforço, é preciso também considerar o nível de eficiência do re-
curso que irá desenvolver a atividade e designar-lhe horas a mais ou a menos
conforme prática, além de resguardar tempo de contingência para riscos da
estimativa.
ATIVIDADES
01. Classifique os gastos relacionados abaixo como custo (C) ou despesa (D):
GASTOS CLASSIFICAÇÃO
Matéria Prima
28 • capítulo 1
GASTOS CLASSIFICAÇÃO
Propagandas
Comissões de Vendas
Seguro Fabril
Manutenção de máquinas
02. Classifique os mesmos gastos do exercício anterior como fixos (F) ou variáveis (V).
GASTOS CLASSIFICAÇÃO
Matéria Prima
capítulo 1 • 29
GASTOS CLASSIFICAÇÃO
Propagandas
Comissões de Vendas
Seguro Fabril
Manutenção de máquinas
03. Descreva a função dos métodos de estimativa de custo e qual a sua importância para
as empresas.
05. Utilizando o método dos pontos Altos e Baixos, encontre a função de custo para os
dados coletados em uma empresa de tapetes.
30 • capítulo 1
SEMANA CUSTO TOTAL HORAS-MÁQUINA
1 921 99
2 896 83
3 1001 101
4 856 87
5 994 89
6 1106 97
7 1059 105
8 997 92
REFLEXÃO
Neste capítulo estudamos os primeiros conceitos importantes para desenvolver a com-
preensão no campo de estudos da contabilidade de custos. Vimos que termos popularmente
considerados sinônimos possuem diferenças fundamentais para nós. Gasto é o termo mais
genérico e diz respeito a sacrifícios financeiros realizados pela empresa e podem ser des-
membrados em custos, despesas ou investimento, dependendo de alguns critérios. Também
compreendemos a diferença entre gastos variáveis e fixos, resumido, a possibilidade de atre-
lar os gastos a flutuação no volume de produção, e entre diretos e indiretos, que correspon-
dem ao rastreio direto a um item do mix.
Além disso, também aprendemos a importância e os métodos utilizados pelas empresas
para realizarem estimativas de custos e de comportamento destes, de maneira a buscar a
minimização dos seus riscos, antecipando possíveis flutuações. Atualmente, métodos como
a do ponto alto e baixo e especialmente a regressão linear são populares adotados em em-
presas pelo mundo a fora.
capítulo 1 • 31
LEITURA
BEUREN, I. M.. Evolução histórica da contabilidade de custos. Contabilidade Vista &
Revista, v. 5, n. 1, p. 61-66, 2009.
LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G.. 12 Mandamentos Da Gestão de Custos, Os. FGV Edi-
tora, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros – com aplicações na HP12C e
Excel. São Paulo: Atlas, 2006.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e a formação de preços – com aplicações
na calculadora HP12C e Excel. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant. Contabilidade de custos. 11. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004
GERENCIAMENTO DE PROJETOS (Guia PMBOK®) 3º Ed. Four Campus Boulevard, Newton Square,
PA 19073-3299 EUA, 2004.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9.ed. SÃO PAULO: Atlas, 2008.
VANDERBECK, Edward J. NAGY, Charles F. Contabilidade de Custos. 11ª Ed. trad. Robert Brian
Taylor. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
32 • capítulo 1
2
Apropriação de
Custos e Margem
de Contribuição
Neste segundo capítulo vamos estudar a importância da departamentalização
para as empresas organizarem sua estrutura de custo bem como verificar de
qual maneira isso é feito. Além disso, teremos noções básicas sobre custeio e
fatores comumente usados como critérios de rateio. Por fim, veremos a defini-
ção de margem de contribuição, elemento importante para que empresas con-
sigam mensurar a rentabilidade dos diversos produtos do portfolio.
OBJETIVOS
• Compreender a importância e os métodos de departamentalização na empresa
• Obter noções básicas de métodos de custeio
• Saber diferenciar pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro
• Entender e saber utilizar o modelo de tomada de decisão de margens de contribuição
34 • capítulo 2
2.1 Noções gerais de custos indiretos –
departamentos
capítulo 2 • 35
• Dificuldade de mensuração: alguns custos diretos (como energia elétrica)
são relevantes como custos diretos, no entanto necessitariam de equipamentos
adicionais para mensurá-los por produto, assim acabam sendo tratados como
custos indiretos.
MÃO DE OBRA
500.000,00 250.000,00 750.000,00
DIRETA
MATERIAL
200.000,00 400.000,00 600.000,00
DIRETO
CUSTO DIRETO
700.000,00 650.000,00 1.350.000,00
TOTAL
36 • capítulo 2
Produto A: 700.000,00 / 1.350.000,00 = 51,9% do Custo Direto Total
Produto B: 650.000,00 / 1.350.000,00 = 48,1% do Custo Direto Total
DESCRIÇÃO VALOR
TOTAL 95.000,00
Assim, agora podemos fazer a apropriação dos custos indiretos por meio da
participação dos custos diretos. Temos que::
% de Custo
51,90% 48,10% 100,00%
Direto
Total de CIF
atribuído utilizan-
49.259,26 45.740,74 95.000,00
do % do Custo
Direto
capítulo 2 • 37
Note que no exemplo acima a porcentagem de Custo Direto do Produto A e
Produto B é relativamente próxima (51,9% e 48,1%), no entanto, quando avalia-
dos os itens componentes do custo direto eles são destoantes. O Produto A tem
o dobro do custo de Mão de Obra Direta e a metade do custo de Matéria-Prima
Direta do Produto B.
Segundo Martins (2008) utilizar o custo direto total como critério é útil
quando o CIF for relativamente pequeno e possuir pouco impacto no custo to-
tal do produto. Mas pode ser pouco eficaz quando considerado peculiaridades
na formação deste custo direto de produtos.
Uma alternativa para melhorar a atribuição de custos indiretos é a utiliza-
ção de critérios de rateio. A contabilidade tem se dedicado a este problema de
atribuição, sendo possível selecionar diversos critérios como hora-máquina,
mão-de-obra direta e etc.
Nos tópicos a seguir, vamos discutir dois dos principais critérios de rateio:
pela mão de obra direta e pela matéria-prima direta.
MÃO DE OBRA
500.000,00 250.000,00 750.000,00
DIRETA
% MÃO DE
67% 33% 100%
OBRA DIRETA
38 • capítulo 2
Assim:
% de MÃO DE
67,00% 33,00% 100,00%
OBRA DIRETA
MATERIAL
200.000,00 400.000,00 600.000,00
DIRETO
% MÃO DE
33% 67% 100%
OBRA DIRETA
capítulo 2 • 39
Assim:
% de MATERIAL
33,00% 67,00% 100,00%
DIRETO
40 • capítulo 2
CUSTOS INDIRETOS RATEIO
DE FABRICAÇÃO
ALUGUEL DO
16.666,67 33.333,33
BARRACÃO
MÃO DE OBRA
23.333,33 11.666,67
INDIRETA
capítulo 2 • 41
2.3 Consistência dos critérios utilizados
Independente dos critérios de rateio utilizados é necessário que haja consistên-
cia. Significa dizer que considerando itens como o custo-benefício de sua men-
suração e a dificuldade em atribuir alguns custos diretos (conforme anterior-
mente citado), a análise de custo deve permitir comparações no longo prazo.
Após estudo do perfil de custo da organização, deve-se definir quais são os
critérios de rateios mais adequados para cada CIF ou conjunto de CIFs encon-
trados. Feito isso, deve-se procurar mantê-los padronizados, permitindo com-
parações entre custos de diversos ciclos operacionais. O quadro a seguir exem-
plifica a importância na consistência dos critérios.
A tabela foi elaborado a partir do exemplo dado ao longo deste capítulo.
Note como a alteração do critério de rateio causa variações na apropriação de
custos indiretos. Caso em cada ciclo operacional o critério seja alterado, as dis-
torções na apropriação podem inviabilizar a gestão e controle de custos.
42 • capítulo 2
Assim, a consistência permite o uso da informação gerada para análise de
custos e planejamentos da organização. Alterações nestes critérios devem ser
informadas, permitindo o recalculo dos anos anteriores.
capítulo 2 • 43
pode ser mais adequada que o número de atendimentos no último mês. Outra
alternativa seria atribuir custos em função do número de funcionários.
Onde:
Custo Variável Total = Custo Direto Variável + Custo Indireto Variável
44 • capítulo 2
ATENÇÃO
Custo fixo e variável: São gastos produtivos definidos de acordo com o volume de produ-
ção. Se a oscilação no valor está ligado a mudança na quantidade fabricada, então o gasto é
variável; caso contrário, fixo.
Custo direto e indireto: Estão relacionados a possibilidade de serem atribuídos prontamen-
te a um dos produtos elaborados. Em caso afirmativo, classificam-se como gastos diretos; se
é necessário algum método de rateio, então são denominados custos indiretos.
capítulo 2 • 45
custos indiretos, apenas apropriar os custos diretos e deduzir os custos indire-
tos do resultado, tratando-os como despesas na DRE. Assim, cada produto pas-
saria a constituir uma Margem de Contribuição, definida pelo preço de venda
menos os gastos variáveis. (BRUNI; FAMÁ, 2010).
A tabela 2.12 abaixo ilustra em um exemplo de empresa fabricante de lapi-
seiras e canetas, o efeito do custeio variável na DRE.
Perceba que se fosse utilizado um dos critérios como Mão de Obra Direta ou
Material Direto como instrumento de rateio um dos produtos iria apresentar-
se como deficitário, o que poderia levar o administrador a tomar a decisão de
interromper a sua produção.
A despeito das ótimas informações para efeitos gerenciais que o Custeio
Variável proporciona, esse método não pode ser utilizado no Balanço
Patrimonial já que fere os Princípios Contábeis, em especial o Regime de
Competência e Confrontação Ainda sim, é aconselhável que a empresa man-
tenha esse método internamente para fins de tomadas de decisão (MARTINS,
2008).
46 • capítulo 2
A reprodução gráfica abaixo demonstra a composição teórica do cruzamen-
to das retas de despesa e de receitas e o local do ponto de equilíbrio. As receitas
são representadas de maneira linear pois a margem de contribuição é constan-
te. O aumento ou redução do valor desta margem é o que vai definir se a reta é
mais ou menos inclinada. A reta dos gastos, por sua vez, tem seu começo não no
valor 0 como as receitas, mas sim no valor mínimo de gasto mensal, ou seja, o
valor dos custos fixos. O cruzamento de ambas as retas é o ponto de equilíbrio,
onde a empresa não possui lucro ou prejuízo (MARTINS, 2008).
Ponto de Lucro
Equilíbrio
Receitas
Variáveis Custos de Totais
Despesas
Totais
Fixos
(m) Volume
Gastos Fixos
Ponto de Equilíbrio=
Margem de Contribuição Unittária
Essa fórmula traduz o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) uma vez que se
atingido a quantidade de unidades vendidas, o resultado contábil da empresa
será igual a zero.
Como aponta Martins (2008), a empresa ao empregar recursos para a pro-
dução do item deixa de remunerar seu capital em, por exemplo, aplicações
financeiras. É o chamado Custo de Oportunidade. Dessa maneira, o conceito
de Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) introduz ao somatório dos gastos fi-
xos o valor da remuneração dos juros sobre o capital próprio da corporação,
capítulo 2 • 47
de maneira que o ponto de equilíbrio somente seja atingido quando o total da
receita marginal cubra os gastos fixos e o custo de oportunidade, expresso pela
expectativa dos juros de capital próprio. Portanto, temos:
EMPRESA X EMPRESA Y
48 • capítulo 2
EMPRESA X EMPRESA Y
(=) Margem de
$40,00 $70,00
Contribuição
Note que a empresa X possui a maior parte de seus custos atrelados aos gas-
tos variáveis enquanto a sua concorrente possui uma estratégia onde seus cus-
tos são predominantemente fixos. Em uma eventual flutuação de $10,00 nas
vendas, a tabela passaria ao seguinte cenário.
EMPRESA X EMPRESA Y
(=) Margem de
$44,00 $77,00
Contribuição
capítulo 2 • 49
há vendas, possui também um menor retorno em um eventual aumento das
vendas. Já sua concorrente, que arca periodicamente com gastos fixos maiores
possui um retorno maior em consequência dos aumentos na venda.
% var.Lucro Operacional
Alavancagem Operacional=
% var.Vendass
EXEMPLO
Uma empresa que vende computadores possui seus gastos fixos em $80.000/mês e os
gastos variáveis em $200,00/un. O preço de venda é $1.000,00/un. e são vendidas 150
unidades no primeiro mês. Supondo que houvesse um aumento nas unidades vendidas para
200 por mês, qual seria a alavancagem operacional da empresa?
A variação no lucro operacional é dada pelo crescimento da margem de contribuição to-
tal. O PEC da empresa é de 80.000 / ($1000 - $200) = 100 unidades. No primeiro instante,
a empresa possuía um lucro de 50 un x $ 800 = $40.000 e passou a obter um lucro de
100 un x $800 = $80.000, um aumento no lucro de 100%. Já a variação das vendas foi de
200 – 150 = 50 unidades ou ainda 33,33%. Assim, a alavancagem operacional é dada por
50 • capítulo 2
100% / 33,33% = 3,03 vezes. Para cada 1% de aumento nas vendas, o lucro operacional
cresce 3,03%.
Martins (2008) ainda chama atenção para o fato de que para cada ponto, a alavancagem
operacional é diferente, sendo que o número de 1,5 vezes só é válido para comparações
feitas a partir das 150 unidades.
Gastos Fixos
Ponto de Equilíbrio=
Margem Contribuição Média
capítulo 2 • 51
2.12 Margem de contribuição e fatores
limitantes
EXEMPLO
Horgren, Datar e Foster (2004) trazem o exemplo de uma empresa fabricante de motores de
jet-ski e de lancha, onde o primeiro é vendido por $ 800 e possui um custo variável unitário
de $ 560, portanto margem de contribuição de $ 240, ao passo que o segundo tem seu
preço de venda em $ 1000 e gastos variáveis de $ 625 por unidade, totalizando $ 375 de
margem de contribuição unitária.
Entretanto, apenas 600 horas-máquinas estão disponíveis para produção dos itens e a
empresa, desejando maximizar seu lucro, deverá escolher a estratégia que lhe trará maior
52 • capítulo 2
retorno. Os motores de jet-ski consomem 2 horas-máquinas por unidade e os de lancha, 5. A
princípio, pode-se pensar que a empresa deveria somente produzir o segundo item. Se isso
acontecesse, o lucro da empresa seria de 600 horas máquinas / 5 = 120 motores x $ 375
margem de contribuição unitária = $ 45.000. Já se a produção fosse realizada para o ítem A,
a conta seria de: 600 horas / 2 = 300 motores x $ 240 = $ 72.000, atingindo uma margem
de contribuição total maior do que a primeira.
Esse raciocínio ocorre pois a margem de contribuição por horas máquinas do motor de
jet-ski é de $ 240 / 2 = $ 120 ao passo que dos motores de lancha é de $ 375 / 5 = $
75. Dessa maneira, cada unidade de uso dos recursos do fator limitante é mais rentável no
primeiro produto do que no segundo, tornando esse uma opção mais vantajosa.
Martins (2008) atenta para o fato de que muitas vezes haverá dois ou mais fatores li-
mitantes em organizações, tornando o cálculo complexo. O autor aponta ainda que nesses
casos, o recomendável é recorrer a métodos sofisticados como a programação linear ou
ainda a pesquisa operacional.
ATIVIDADES
01. O empresário responsável pela Empresa Colorir123 estava com dificuldades em fazer
o rateio de seus custos indiretos de fabricação (CIF). A empresa possui dois produtos (Pro-
duto Azul e Produto Vermelho), as informações referentes aos custos diretos e indiretos da
empresa seguem nas tabelas abaixo:
PRODUTO PRODUTO
DESCRIÇÃO TOTAL
AZUL VERMELHO
MÃO DE OBRA
80.000,00 120.000,00 200.000,00
DIRETA
MATERIAL
120.000,00 350.000,00 470.000,00
DIRETO
capítulo 2 • 53
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO
DESCRIÇÃO VALOR
TOTAL 95.000,00
Sabendo que o total de hora-máquina foi de 60 horas para o Produto Azul e de 136
horas para o Produto Vermelho. Calcule:
a) Aproprie o custo da mão de obra indireta utilizando como rateio o gasto de hora-máquina;
b) Aproprie o custo do aluguel do barracão utilizando como critério de rateio o custo de
material direto;
c) Calcule o custo total por produto, utilizando os resultados obtidos nos dois itens anteriores.
02. Sugira outros critérios de rateio que o empresário da Colorir123 (exercício anterior)
poderia utilizar para apropriar seus custos fixos?
03. Porque o Custeio Variável não pode ser utilizado para fins contábeis?
04. Uma empresa fabricante de televisores deseja saber quantas unidades precisa vender
para não correr o risco de ter prejuízo. Sabe-se que cada unidade é vendida a $500,00 e gas-
ta-se $100,00 com mão de obra e mais $120,00 com matéria prima para cada item. Além
disso, a empresa ainda arca com gastos fixos que totalizam $ 50.000.
a) Encontre o Ponto de Equilíbrio Contábil para a empresa.
b) Considerando 10% a.a. os juros básicos sobre o capital próprio, encontre o Ponto de
Equilíbrio Econômico.
c) Considerando a depreciação do período de $ 30.000, encontre o Ponto de Equilí-
brio Financeiro.
54 • capítulo 2
05. Uma empresa fabricante de celulares deseja saber qual dos seus dois modelos é mais
rentável. O modelo A é vendido por $ 800 enquanto o B custa $ 535 aos consumidores.
Cada hora máquina custa $ 10 para a empresa e o primeiro modelo consome 12 horas para
produzir uma unidade enquanto o segundo apenas 3. Além disso, a matéria prima necessária
para a fabricação do modelo A custa $ 205 ao passo que para o modelo B, $75.
a) Qual a margem de contribuição de cada um dos modelos?
b) Se a empresa tiver apenas 600 horas-máquinas disponíveis para fabricação dos produ-
tos e desejar maximizar os lucros, qual dos produtos deve escolher produzir? Por que?
REFLEXÃO
Neste capítulo vimos a importância e a aplicação de métodos de rateio para a contabilização
dos estoques. Métodos como custo direto total, a mão de obra direta ou ainda a matéria prima
são medidas bastante populares como critérios de rateio e embora sejam importantes para
fins contábeis podem mascarar a informação para o uso gerencial. Dessa maneira, torna-se
importante que a empresa mantenha em paralelo a divisão dos custos por departamento
bem como um controle de custeio variável a fim de conhecer com maior certeza os produtos
mais rentáveis.
Vimos também a importância que a margem de contribuição possui para tomadas de
decisão empresarial, pois é exatamente ela que vai proporcionar ao gestor a correta noção
dos produtos deficitários ou lucrativos do portfólio e auxiliar na tomada de decisão quando
houverem fatores limitantes. Além disso, aprendemos a diferença entre os pontos de equilí-
brio contábil, econômico e financeiro e os efeitos que o custo de oportunidade e os gastos
não desembolsáveis causam nessas análises.
LEITURA
MARQUES, Wagner Luiz. Formação De Preço De Vendas Para Micro E Pequena Em-
presa. Clube de Autores, 2007.
VIEIRA, E. P. Custos e formação do preço de venda. 2008
capítulo 2 • 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e a formação de preços – com aplicações
na calculadora HP12C e Excel. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant. Contabilidade de custos. 11. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9.ed. SÃO PAULO: Atlas, 2008.
56 • capítulo 2
3
Sistema de
Acumulação de
Custos
O capítulo apresenta os principais sistemas de acumulação de custos, tanto
em relação ao processo produtivo quanto ao modelo de gestão, assim como
alguns conceitos importantes para a Contabilidade de Custos, que passarão a
fazer parte do nosso vocabulário, como: departamentalização, centro de cus-
tos, além das classificações de custos e despesas, em diretos e indiretos, fixos
e variáveis.
O capítulo também abordará os custos indiretos de fabricação e sua apro-
priação aos produtos por meio da departamentalização. Veremos os princípios
contábeis geralmente aceitos e a importância que eles possuem também para a
Contabilidade de Custos. E, por fim, veremos o custeio por absorção, uma das
várias metodologias de apropriação de custos.
OBJETIVOS
• Obter domínio dos conceitos de Centro de Custos.
• Conhecer os sistemas de acumulação de cursos, princípios contábeis geralmente aceitos.
• Aprender um método para implantação de um programa de Orçamento.
58 • capítulo 3
Introdução
Mas afinal, o que é um sistema de acumulação de custos? “Na verdade, são ar-
quivos onde a Contabilidade de Custos vai registrando todos os dados de uma
determinada atividade. Esses arquivos se referem aos objetos de custeio” (LEO-
NE, LEONE, 2012, p. 111). O mesmo autor ainda menciona que a finalidade de
um sistema de acumulação de custos consiste em possuir informações dispo-
níveis de modo a atender as diversas exigências dos gestores da empresa em
seus diversos níveis gerenciais.
Para tanto, é importante conhecer os conceitos básicos de custos e despesas
e suas classificações, assim como conhecer os princípios contábeis geralmente
aceitos que dão suporte a Contabilidade de Custos. Dessa forma, será possível
aprofundar nos tipos de custeios existentes e, posteriormente, aprender a apu-
rar os custos e contabilizá-los.
EXEMPLO
A empresa Alba S.A. produz geladeiras, essas geladeiras possuem especificações de produ-
ção definidas pelo fabricante de modo que a produção é contínua e padronizada. O fabricante
capítulo 3 • 59
possui no final do mês um custo total de produção de geladeiras no valor de R$ 127.750,00,
sendo que produziu, no mesmo período, a quantidade de 73 geladeiras.
Agora eu te pergunto: Qual é o custo de cada geladeira?
Bom, para que eu saiba o custo unitário de produção basta dividir o custo total de produ-
ção (R$ 127.750,00) pela quantidade produzida (73). Assim, o custo médio de uma geladei-
ra, para a empresa Alba S.A. é de R$ 1.750,00.
EXEMPLO
Eu quero, para o meu apartamento, móveis planejados para a cozinha. A empresa Beta é
especialista na produção de móveis planejados e irá produzir os móveis com as medidas
específicas da minha cozinha, com a cor que eu escolhi, assim como demais detalhes.
Agora, eu te pergunto: Como os custos são registrados na ordem de serviços desses
móveis planejados na empresa Beta?
Inicialmente, serão registrados os custos dos materiais necessários para a produção dos
móveis (materiais diretos – MD). No decorrer da produção será atribuído, à ordem de serviço,
60 • capítulo 3
o custo de mão-de-obra direta (MOD) para a construção dos móveis de acordo com o tempo
gasto pelos funcionários na produção. Assim como os custos indiretos de fabricação (CIF)
que serão atribuídos, à ordem de serviço, de acordo com o critério de rateio determinado pela
empresa BETA.
capítulo 3 • 61
3.4 Descentralização e responsabilidade
O sistema de custos por responsabilidade baseia-se no controle das atividades
e dos custos por centros de responsabilidades, por setor, departamento, unida-
des, entre outros. Esse sistema está relacionado ao modelo de gestão da empre-
sa. Uma das características desse sistema é a descentralização.
A descentralização consiste em passar o poder de tomada de decisão aos
gestores que não fazem parte do topo hierárquico da organização, de modo que
a descentralização pode ser vista como a dispersão da autoridade em diferentes
níveis da organização. O que faz com que departamentos ou diretorias passam
a ter maior independência.
Dessa forma, os custos serão atribuídos e controlados por cada centro de
responsabilidade, seja uma diretoria, um setor ou departamento. O que signifi-
ca que haverá uma pessoa ou um grupo responsável em cada centro de respon-
sabilidade e esse responderá pelos desempenhos desse.
Você pode estar pensando: Como esse responsável responderá pelo desem-
penho do seu centro?
Essa questão faz parte da nossa próxima discussão. O desempenho será me-
dido de acordo com o planejamento acordado entre a organização e o respon-
sável do centro, de modo que há metas a serem cumpridas e, é o confronto do
planejamento com o que foi realizado pelo departamento que irá evidenciar se
o desempenho do centro foi satisfatório ou não para a organização.
62 • capítulo 3
O controle somente cumprirá com sua finalidade caso haja um planejamen-
to e que de fato haja um esforço de cada funcionário com o intuito do cumpri-
mento de suas tarefas para que a empresa possa alcançar seus objetivos. Para
tanto, há a necessidade de motivar os funcionários para que esses estejam ali-
nhados aos objetivos da empresa.
A motivação pode ocorrer por meio de incentivos pecuniários e não pecu-
niários. Uma forma de motivação, por exemplo, no caso da descentralização
onde os gestores são responsáveis pelos resultados de seus centros de respon-
sabilidade, consiste em atrelar incentivos financeiros para o cumprimento das
metas. São remunerações variáveis as quais levam em consideração o nível de
esforço do gestor.
AUTOR
Eliseu Martins (biografia).
Graduado em Contadoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo, apresentou, em
1972, a sua tese de doutoramento, Contribuição à evolução do ativo inatingível, tendo por
orientador o professor Sérgio de Iudicibus. Em 1979 publicou a sua tese de livre-docência,
intitulada Aspectos do lucro e da alavancagem financeira no Brasil.
Em 1983 publicou trabalho conjunto com Hilário Franco e outros professores duran-
te o "II Congresso Interamericano de Educadores da Área Contábil", denominado Currículo
Básico do Contador - orientação técnica versus orientação humanística, em que propôs a
inclusão no currículo do curso de disciplinas humanísticas, como complemento à valorização
da formação eminentemente técnica. Pouco tempo depois, em 1985, integrou o grupo de
estudos instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade, responsável por elaborar novo
currículo para o curso de Ciências Contábeis, como forma de refletir a opinião da sociedade
a respeito da profissão de contador.
Foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários, autarquia do Ministério da Fazenda do
Brasil, no período entre 1985 e 1988. Também atuou como diretor do Banco Central do
Brasil e foi representante deste país junto à Organização das Nações Unidas para assuntos
de contabilidade e divulgação de informações.
Atualmente, exerce o cargo de professor titular do Departamento de Contabilidade e
Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo. Em 2008 voltou a ser indicado para compor a diretoria da Comissão de Valores Mo-
biliários. Também atua como parecerista, consultor e palestrante da área contábil, integrando
conselhos administrativos e fiscais de empresas públicas e privadas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eliseu_Martins_(contabilista)#Biografia
capítulo 3 • 63
3.6 Departamentalização: produtivos e
auxiliares
64 • capítulo 3
3.8 Sistemas e posicionamento de custos
Já foram vistos no primeiro capítulo alguns conceitos importantes para a
disciplina e, a partir de agora vamos nos aprofundar um pouco mais nesses
conceitos, são eles: custos diretos e indiretos, fixos e variáveis, despesas fixas
e variáveis.
Pergunta: Vocês lembram desses conceitos?
Caso não lembrem, seria importante parar agora o conteúdo, por uns 10 mi-
nutos, e voltar ao capítulo 1 onde estão descritos esses conceitos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A seguir estão evidenciados alguns custos de produção, mas não se sabe ainda quais des-
ses custos são diretos ou indiretos. Cabe aqui uma análise desses custos para verificar sua
capítulo 3 • 65
adequada classificação. Caso você fosse o responsável pela apuração e análise de custos de
uma empresa, como você classificaria os custos abaixo?
66 • capítulo 3
tante. Essa classificação leva em consideração a relação entre o valor total de um custo e o
volume de atividades em uma unidade de tempo, como veremos em seguida.
capítulo 3 • 67
Por exemplo, a despesa com comissão dos vendedores é considerada uma
despesa variável, pois está atrelada ao volume de vendas do produto. Caso a
produção seja parada e não haja produtos para a venda, consequentemente,
essa despesa não existirá.
A energia elétrica e o aluguel da parte administrativa da empresa, assim
como os salários administrativos são exemplos de despesas fixas, ou seja,
como o próprio nome já diz, são fixas, despesas independentes do volume
de produção.
ATENÇÃO
Lembrem-se que a palavra despesa não é sinônimo de custo. Você se lembra da diferença
entre uma despesa e um custo? A despesa é um sacrifício para a obtenção da receita, sendo
um gasto que não se encontra diretamente relacionado no processo de produção, são gas-
tos relacionados a parte administrativa e comercial da empresa. Enquanto que o custo é um
gasto relacionado na produção de um bem.
3.14 CIF
Uma dificuldade consiste em tomar conhecimento dos custos indiretos de
fabricação (CIF), pois esses somente serão conhecidos no encerramento de
cada período e não na finalização de cada produto. Como já discutido, os cus-
tos indiretos não podem ser alocados diretamente aos produtos de modo que
sofrem algum critério de rateio. Esses custos são inicialmente alocados aos
seus respectivos departamentos (centro de custos) e, posteriormente, alocados
aos produtos.
A questão é que para que possa ser acompanhado o custo de cada produto,
há a necessidade de se conhecer a matéria-prima direta (MPD), a mão-de-obra-
direta (MOD) e o CIF. A MPD e a MOD são conhecidos (custos diretos), medidos
e acompanhados durante o próprio processo de produção, já o CIF será conhe-
cido no final do encerramento de um período. Assim, caso a empresa queira
apurar e/ou contabilizar o custo de cada produto à medida que vai sendo fabri-
cado, há a necessidade de realizar algumas estimativas para o CIF.
Martins (2006) menciona que a empresa deverá prever “quais CIF’s ocor-
rerão, como serão distribuídos pelos diversos departamentos e como serão
68 • capítulo 3
alocados aos produtos. Precisa antecipar o que fará até o final do período para
trabalhar durante ele com essa previsão”.
O mesmo autor ilustra em seu livro um exemplo simples de mensurar a taxa
de previsão do CIF, sem a departamentalização, com a finalidade de ser atribuí-
do ao custo de cada produto produzido no decorrer do período.
Informações dadas no exercício:
• Horas-máquina de trabalho (previsão): R$ 10.000,00
• CIF (previsão): R$ 5.000.000,00
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Utilizando como exemplo uma indústria de confecções que possui departamentalização, va-
mos acompanhar o desenvolvimento de um exercício de apropriação de custos indiretos aos
departamentos e, posteriormente, ao produto no encerramento de um período, com o intuito
de auxiliar na fixação dos conceitos discutidos até o momento.
A empresa Beta, indústria de confecções, possui os departamentos de Corte, Costura,
Acabamento e Manutenção e um Departamento de Administração Geral. Estão listados abai-
xo alguns custos indiretos da área de produção da empresa em um determinado período:
Aluguel R$ 100.000,00
capítulo 3 • 69
Esses custos indiretos antes de chegar ao produto transitarão pelos departamentos
(centros de custos), a fim de que sejam alocados de forma adequada. Assim, deve-se obser-
var os custos que foram incorridos em cada departamento.
O aluguel da fábrica é um custo comum a toda área fabril, será necessário um critério de
rateio para alocá-lo aos departamentos. Portanto, o aluguel será alocado nesse momento ao
departamento de Administração Geral (Adm. Geral).
Em relação a energia elétrica a indústria possui medidores de energia nos departamen-
tos de Costura e Acabamento, o valor restante precisará de um critério de rateio para ser
alocado, assim, será alocado na conta de Adm. Geral. Dessa forma, observa-se:
Rateio R$ 25.000,00
Corte R$ 2.500,00
Costura R$ 1.800,00
Acabamento R$ 2.100,00
Manutenção R$ 2.000,00
70 • capítulo 3
Assim, temos os custos indiretos alocados em seus respectivos departamentos como
demonstrado a seguir. É válido ressaltar que nesse exemplo não foram utilizados os custos
diretos, como matéria-prima e mão-de-obra direta, restringindo-se somente a apropriação
dos custos indiretos.
CUSTOS DEPARTAMENTOS
TOTAL
INDIRETOS CORTE COSTURA ACABAMENTO MANUTENÇÃO ADM. GERAL
R$ R$
Aluguel
100.000,00
100.000,00
Energia R$ R$ R$ R$
Elétrica 10.000,00 15.000,00 25.000,00
50.000,00
Materiais R$
R$ 2.500,00 R$1.800,00 R$ 2.100,00 R$ 2.000,00 R$ 1.600,00
indiretos 10.000,00
Corte 75 R$ 25.423,73
Acabamento 83 R$ 28.135,59
Manutenção 37 R$ 12.542,.37
capítulo 3 • 71
A energia elétrica do departamento de Adm. Geral consiste na iluminação geral da fábri-
ca e do ar condicionado. O critério de rateio utilizado será pela quantidade de pontos de luz
existentes em cada departamento e, ficará assim distribuído:
ADM. GERAL -
DEPARTAMENTOS PONTO DE LUZ ENERGIA ELÉTRICA
Corte 35 R$ 6.034,48
Costura 50 R$ 8.620,69
Acabamento 42 R$ 7.241,38
Manutenção 18 R$ 3.103,45
Por fim, temos ainda no departamento de Adm. Geral o custo dos materiais indiretos, na
falta de um critério mais evidente para a distribuição desses custos foi definido o seu rateio
de acordo com a quantidade de funcionários em cada departamento da seguinte forma:
Corte 25 R$ 388,35
Costura 33 R$ 512,62
Acabamento 40 R$ 621,36
72 • capítulo 3
NÚM. DE ADM. GERAL - MAT.
DEPARTAMENTOS FUNCIONÁRIOS INDIRETOS
Manutenção 5 R$ 77,67
Após o rateio dos custos indiretos da Adm. Geral, tem-se os custos indiretos totais dos
departamentos até o momento.
CUSTOS DEPARTAMENTOS
TOTAL
INDIRETOS CORTE COSTURA ACABAMENTO MANUTENÇÃO ADM. GERAL
R$ R$
Aluguel
100.000,00 100.000,00
Energia R$ R$ R$ R$
Elétrica 10.000,00 15.000,00 25.000,00 50.000,00
Materiais R$
R$ 2.500,00 R$1.800,00 R$ 2.100,00 R$ 2.000,00 R$ 1.600,00
indiretos 10.000,00
R$ R$ R$
Total R$ 2.500,00 R$ 11.800,00 R$ 2.000,00
17.100,00 126.000,00 160.000,00
R$ R$ R$ R$ -R$
25.423,73 33.898,31 28.135,59 12.542,37 100.000,00
Rateio
-R$
da Adm. R$ 6.034,48 R$ 8.620,69 R$ 7.241,38 R$ 3.103,45
25.000,0
Geral
-R$
R$ 388,35 R$ 512,62 R$ 621,36 R$ 77,67
1.600,00
R$
Soma R$34.346,56 R$54.831,21 R$53.098,33 R$17.723,49 R$ -
160.000,00
É possível notar que na linha ‘Soma’ temos o custo indireto total de cada departamento
após o rateio do departamento Adm. Geral.
Os custos indiretos alocados em seus respectivos departamentos sem a necessidade
de rateio são chamados de custos primários, enquanto que os custos indiretos que não são
alocados diretamente e precisam de algum critério de rateio são chamados de custos secun-
dários (MARTINS, 2006).
Como já mencionado, há um outro departamento auxiliar, o departamento da Manuten-
ção. O critério de rateio utilizado na distribuição dos custos da Manutenção consiste no nú-
mero de horas trabalhadas para cada departamento, como exposto abaixo.
capítulo 3 • 73
HORAS
DEPARTAMENTOS MANUTENÇÃO
TRABALHADAS
Corte 29 R$ 3.893,80
Costura 80 R$ 10.741,51
Acabamento 23 R$ 3.088,18
Assim, temos agora o valor total dos custos indiretos alocados nos departamentos pro-
dutivos, como demonstrado a seguir:
CUSTOS DEPARTAMENTOS
TOTAL
INDIRETOS CORTE COSTURA ACABAMENTO MANUTENÇÃO ADM. GERAL
R$ R$
Aluguel
100.000,00 100.000,00
Energia R$ R$ R$ R$
Elétrica 10.000,00 15.000,00 25.000,00 50.000,00
Materiais R$
R$ 2.500,00 R$1.800,00 R$ 2.100,00 R$ 2.000,00 R$ 1.600,00
indiretos 10.000,00
R$ R$ R$
Total R$ 2.500,00 R$ 11.800,00 R$ 2.000,00
17.100,00 126.000,00 160.000,00
R$ R$ R$ -R$
R$ 12.542,37
25.423,73 33.898,31 28.135,59 100.000,00
Rateio da -R$
R$ 6.034,48 R$ 8.620,69 R$ 7.241,38 R$ 3.103,45
Adm. Geral 25.000,0
-R$
R$ 388,35 R$ 512,62 R$ 621,36 R$ 77,67
1.600,00
R$
Soma R$34.346,56 R$54.831,21 R$53.098,33 R$17.723,49 R$ -
160.000,00
Rateio R$
R$ 3.893,80 R$ 3.088,18 -R$17.723,49 R$ - R$
Manutenção 10.741,51
R$ R$
Soma R$ 65.573,13 R$56.186,52 R$ - R$ -
38.240,36 160.000,00
Agora que os custos indiretos estão todos alocados nos departamentos produtivos é
possível atribuir esses custos ao produto. A indústria de confecções trabalha com dois produ-
tos, o produto X e o produto Y. A empresa transfere esses custos indiretos aos produtos com
base no número de horas máquinas (hm) que cada um consumiu, como segue.
74 • capítulo 3
NÚMERO DE HORAS MÁQUINAS
Produto X 13 35 8
Produto Y 16 45 15
Total 29 80 23
Dessa forma, pode-se identificar o custo indireto da hora máquina e apropriar aos produ-
tos. Você pode perguntar agora: Mas como eu faço isso?
Bom, no departamento de Corte, por exemplo, temos a informação que os custos indire-
tos totalizaram R$ 38.240,36 e que o número de horas máquinas trabalhadas totalizou 29
horas, assim dividindo os custos indiretos pelo número de horas máquinas do departamento,
tem-se os custos indiretos por hora máquina (R$ 38.240,36 / 29 = R$ 1.318,63). Logo, se o
produto X consumiu 13 horas máquinas no departamento de corte multiplica-se os custos in-
diretos por hora máquina pela quantidade de horas consumidas pelo produto X (R$ 1.318,63
x 13 = R$ 17.142,23). O mesmo cálculo foi realizado para os demais departamentos em
também, ao produto Y, como apresentado abaixo.
Custo indire-
R$1.318,63 R$ 819,66 R$ 2.442,89
to/ hm
Com o total dos custos indiretos distribuídos aos produtos é possível apresentar um
Mapa Completo de Rateio do CIF (MARTINS, 2006), como evidenciado a seguir.
capítulo 3 • 75
CUSTOS DEPARTAMENTOS
TOTAL
INDIRETOS CORTE COSTURA ACABAMENTO MANUTENÇÃO ADM. GERAL
R$ R$
Aluguel
100.000,00 100.000,00
Energia
R$ 10.000,00 R$ 15.000,00 R$ 25.000,00 R$ 50.000,00
Elétrica
Materiais
R$ 2.500,00 R$1.800,00 R$ 2.100,00 R$ 2.000,00 R$ 1.600,00 R$ 10.000,00
indiretos
R$ R$
Total R$ 2.500,00 R$ 11.800,00 R$ 17.100,00 R$ 2.000,00
126.000,00 160.000,00
-R$
R$ 25.423,73 R$ 33.898,31 R$ 28.135,59 R$ 12.542,37
Rateio da 100.000,00
Adm. Geral R$ 6.034,48 R$ 8.620,69 R$ 7.241,38 R$ 3.103,45 -R$ 25.000,0
R$ 388,35 R$ 512,62 R$ 621,36 R$ 77,67 -R$ 1.600,00
R$
Soma R$34.346,56 R$54.831,21 R$53.098,33 R$17.723,49 R$ -
160.000,00
Rateio
R$ 3.893,80 R$ 10.741,51 R$ 3.088,18 -R$17.723,49 R$ - R$
Manutenção
R$
Soma R$ 38.240,36 R$ 65.573,13 R$56.186,52 R$ - R$ -
160.000,00
Produto X R$17.142,23 R$ 28.688,24 R$19.543,14 R$ 65.373,61
Produto Y R$ 21.098,13 R$ 36.884,88 R$ 36.643,38 R$ 94.626,39
R$
Total R$ 38.240,.36 R$ 65.573,13 R$ 56.186,.52
160.000,00
ATENÇÃO
Os custos indiretos de fabricação (CIF) são, somente, uma parte dos custos de produção
(CP), também fazem parte desses custos, a matéria-prima direta (MPD) e a mão-de-obra
direta (MOD) consumida, como exposto na fórmula:
76 • capítulo 3
3.16 Custo da produção vendida
O custo da produção vendida (CPV) consiste em (EI) de produtos acabados,
mais CPA, menos estoque final (EF) de produtos acabados, de acordo com a
seguinte fórmula:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Vamos utilizar o mesmo exemplo da indústria de confecções. Os valores estão relacionados a
um mês de produção. Já conhecemos o CIF da empresa, de R$ 160.000,00, a matéria-prima
e a mão-de-obra direta estão relacionadas abaixo, por produto.
CUSTOS DIRETOS
MÁTERIA
CIF MÃO DE OBRA
PRIMA
capítulo 3 • 77
o Produto X = R$ 180.000,00
o Produto Y = R$ 125.000,00
• Não houve EI e nem EF de produtos acabados.
Produto Y:
CP = 94.626,39 + 135.000,00 + 37.000,00 = R$ 266.626,39
CPA = 160.000,00 + 266.626,39 +125.000,00 = R$ 301.626,39
CPV = 0 + 301.626,39 - 0 = 301.626,39
É válido ressaltar que como não houve saldos finais e iniciais de produtos acabados de
nenhum dos dois produtos, isso significa que tudo aquilo que foi produzido foi vendido dentro
do próprio mês. E é por isso que, nesse exercício, o CPA é igual ao CPV.
Princípios contábeis são as regras básicas que permitem uniformidade nos re-
gistros realizados pela Contabilidade. Nesse tópico, tem-se como objetivo dis-
cutir os princípios contábeis aplicados aos custos.
O princípio da realização da receita determina que a realização da receita
ocorre quando da transferência do bem ou serviços. Assim, o resultado da em-
presa (lucro ou prejuízo) só pode ser apurado no momento da transferência do
bem ou serviço não podendo ser apurado antes, somente poderá ser feito como
informação de previsão. A mesma coisa ocorre na Contabilidade de Custos,
78 • capítulo 3
quando aplicada na Contabilidade Financeira, a apuração dos custos do produ-
to é realizada no momento da transferência do bem ou serviço. Fato que ocor-
re de maneira diferente dentro do aspecto econômico, onde o lucro já surge
durante o processo de elaboração do produto, com a agregação de valor nesse
processo, mesmo sem ter sido efetuada a venda.
ATENÇÃO
O princípio da realização da receita é uma regra básica que possui exceções que não serão
detalhadas nesse tópico. Um exemplo é o caso da construção civil, que na maioria das vezes
são projetos de longo prazo e possuem o reconhecimento da receita antes da entrega do
bem ou serviço.
O princípio do custo histórico como base de valor diz que os ativos devem ser
registrados pelo valor original da compra (histórico), ou seja, a Contabilidade
deve registrar o valor de compra que está na Nota Fiscal. Os estoques, da mes-
ma forma, são avaliados pelo custo histórico como base de valor, sem correção
da inflação ou mesmo valores de reposição.
Existem casos específicos atualmente onde ativos são avaliados a valor justo
e não mais pelo custo histórico. Por exemplo, o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) emitiu o CPC 29, permite os ativos biológicos serem mensura-
dos a valor justo se for possível sua mensuração de forma confiável.
CURIOSIDADE
Você sabe o que é valor justo? Valor justo é o “preço que seria recebido pela venda de um
ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada
entre participantes do mercado na data de mensuração” (CPC 46, pg 3).
Fonte: http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/395_CPC_46_rev%2006.pdf
capítulo 3 • 79
mudando de alternativa para realizar os registros contábeis a cada encerramen-
to de exercício, por exemplo.
A empresa deve ser consistente, uma vez optado pela alternativa mais coe-
rente para ela deve-se mantê-la, o que não significa que não pode haver mudan-
ças. Mudanças podem ocorrer, evidenciando os motivos de mudança e, no ano
da mudança realizar o cálculo pelo critério anterior e o novo, evidenciando as
diferenças de cálculos para cada alternativa.
Conservadorismo determina uma regra para que o Contador seja conserva-
dor em suas escolhas, ou seja, quando o contador se defrontar com duas alter-
nativas igualmente válidas deve-se optar por registrar pelo menor valor para o
Ativo e pelo maior valor para o Passivo.
Martins (2006) exemplifica que na Contabilidade de Custos pode ocorrer
gastos que geram dúvidas na sua classificação, como custo ou despesa, na dúvi-
da deve-se optar por aquela mais pessimista.
Relevância/materialidade essa regra é de grande importância para a
Contabilidade de Custos, pois desobriga um tratamento rigoroso aos custos
cujo valor é pequeno em relação ao total, ou seja, aos custos que não possuem
materialidade (MARTINS, 2006).
De modo que se o valor é irrisório, este será contabilizado como custo no
momento de sua aquisição para se evitar o controle e a baixa em diversos mo-
mentos de seu uso.
80 • capítulo 3
Lembrem-se que a contabilidade deve registrar a receita no momento em
que esta for gerada, independentemente do recebimento.
A mesma regra é aplicada para contabilização das despesas. As despesas
serão contabilizadas no momento em que elas forem consumidas, incorridas,
utilizadas, não levando em consideração o pagamento delas.
Por exemplo: A indústria de confecções paga seus funcionários da parte ad-
ministrativa sempre no quinto dia útil do mês seguinte, de acordo com o que a
legislação permite. Assim, a indústria pagou seus funcionários administrativos
hoje, dia 05/07/x05.
Pergunta: Quando o contador deve contabilizar a despesa?
A questão aqui é qual o momento do fato gerador dessa despesa? Quando
essa despesa foi incorrida? O fato do pagamento ter sido realizado em julho
não significa que a despesa ocorreu em julho. Os funcionários foram pagos pe-
los serviços prestados a indústria no mês de junho, no mês anterior. Portanto,
o fato gerador da despesa é o mês de junho!
ATENÇÃO
O custeio por absorção não é o único método de apropriação dos custos. Existem outros
como o custeio variável, custeio ABC, entre outros.
capítulo 3 • 81
Inicialmente é necessário a separação dos custos e das despesas.
Posteriormente, os custos indiretos e diretos devem ser apropriados a produ-
ção do período. Em seguida, apura-se o custo da produção acabada e, conse-
quentemente, o custo da produção vendida. Tem-se, então, com a confronta-
ção da receita e dos custos do período o resultado bruto do período.
A demonstração contábil que possui como objetivo a evidenciação do resul-
tado do período é a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Segue uma
representação gráfica do descrito acima:
Despesas Despesas
Estoque
de
produtos Demonstração de Resultados
Receita
Venda CPV
Lucro Bruto
Despesas
Lucro Operacional
Para que essa apropriação por meio do custeio por absorção fique mais cla-
ra, acompanhe o exercício resolvido!
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A indústria Celta produz creme hidratante e vende esse produto por R$ 19,00 a unidade (va-
lor deduzido os impostos). No mês de janeiro, logo após as férias coletivas, não haviam esto-
ques iniciais de produtos em elaboração e nem de produtos atacados. Durante o mês houve
a produção, integral, de 28.000 unidades de creme hidratante e, foram vendidas 20.000
unidades do montante produzido. Todo fim de mês o contador encerra as contas e elabora a
DRE para o Paulo, presidente da indústria Celta, que acompanha o lucro do período, dentre
outras informações.
82 • capítulo 3
Os custos e despesas que ocorreram nesse período encontra-se abaixo:
capítulo 3 • 83
Depreciação das máquinas
R$ 8.000,00 X
e equip. da indústria
Aluguel do escritório de
R$ 3.500,00 X
vendas
É possível, agora, identificar o custo total de produção, ou melhor, o custo dos produtos
acabados. Observem que a mão-de-obra-direta e o material direto são custos que possuem
seus valores por unidade, há a necessidade da multiplicação desses pela quantidade produ-
zida (28.000 unidades) com o intuito de identificar o custo total da produção.
E, em seguida, é possível identificar o custo dos produtos vendidos (20.000 unidades)
e o custo do estoque final dos produtos acabados, os quais não foram vendidos no mês de
agosto, como demonstrado abaixo:
84 • capítulo 3
CUSTOS DO MÊS DE JANEIRO
Custo total
R$214.500,00
Quantidade produzida 28.000 unid.
Custo unitário R$ 7,66
Com o cálculo do custo dos produtos vendidos é possível o contador elaborar a DRE e
conhecer o resultado do período, ou seja, o lucro que a empresa obteve no mês de janeiro.
Apresenta-se a DRE abaixo:
capítulo 3 • 85
ATIVIDADES
01. Marque PP (processo produtivo) ou OS (ordem de serviço) para cada afirmação abaixo:
( ) O custo é calculado no final de um período
( ) O custo é calculado no final da produção de cada bem
( ) O custo final consiste no custo especificado na ordem de serviço
( ) O custo final consiste no custo médio unitário
( ) A produção se destina a estoque e a clientes diversificados
( ) A produção não se destina a estoque e, sim, a um cliente específico
03. A indústria Exim S.A. fabrica os produtos X e Y, possuindo os seguintes custos diretos
e indiretos de fabricação:
CUSTOS DIRETOS
MÁTERIA
CIF MÃO DE OBRA
PRIMA
Produto Y
R$ 8.500,00 R$ 11.500,00 R$ 12.500,00
86 • capítulo 3
As informações de estoques iniciais e finais dos produtos em elaboração e dos acabados
são dados a seguir.
Produtos em elaboração
Produtos acabados
Pede-se:
a) Qual é o custo de produção (CP) do produto X e do produto Y?
b) Qual é o custo dos produtos acabados (CPA), do produto X e do produto Y?
c) Qual é o custo dos produtos vendidos (CPV), do produto X e do produto Y?
capítulo 3 • 87
( ) Uma vez adotado um certo critério, dentro dos vários igualmente aceitos e relevan-
tes, não deverá ser mudado sem um motivo de força maior e em períodos apropriados para
tal alteração.
( ) Sempre que o contador se defrontar com alternativas igualmente válidas para a
atribuição de valores ao Ativo e Passivo, deverá optar pelo menor valor ao registrar o Ativo e
pelo maior valor ao registrar um Passivo.
( ) Os registros serão realizados pelo seu respectivo custo de aquisição ou
de fabricação.
( ) Receitas e despesas devem ser apropriadas de acordo com o seu fato gerador,
independentemente de seu recebimento ou pagamento
05. A empresa Boula S.A., em 10/07/x5, comprou matéria-prima de seu fornecedor a prazo
no valor de R$ 40.000,00, parcelado em 2 vezes. Sendo que a primeira parcela deverá ser
paga somente em 10/08/x5. Em que data a empresa Boula S.A. deve contabilizar a compra?
Explique.
LEITURA
A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações
para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação
de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões,
bem como tornar possível a alocação mais criteriosamente possível dos custos de produção
aos produtos.
A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas
atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta
e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos.
Exemplos de dados físicos operacionais: unidade produzidas, horas trabalhadas, quantidade
de requisições de materiais e de ordens de produção, entre outros.
A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final
do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto de estudo.
Os principais métodos de custeio são:
a) Custeio por absorção;
b) Custeio variável ou direto;
c) Custeio ABC - Activity Based Costing;
d) Gestão Econômica ou GECON.
88 • capítulo 3
Quer saber mais sobre esses métodos de custeio? Acesse os links:
a) https://pt.wikipedia.org/wiki/Custeio_por_absorção
b) https://pt.wikipedia.org/wiki/Custeio_direto
c) https://pt.wikipedia.org/wiki/Custeio_baseado_em_atividades
d) https://pt.wikipedia.org/wiki/Gestão_econômica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade_de_custos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos> Acesso em: 10/07/2015
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2005.
LEONE, George S. G..LEONE, Rodrigo José Guerra. Curso de Contabilidade de Custos: Mamual
do professor. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
capítulo 3 • 89
90 • capítulo 3
4
Custo Padrão
“A mais eficaz forma de se planejar e controlar custos é a partir da instituciona-
lização do Custo-padrão, que tanto pode ser usado com o Custeio de Absorção
como com o Variável” (MARTINS, 2006, p. 315).
OBJETIVOS
• Entender a importância do custo padrão, como ferramenta de controle e como ferramen-
ta informacional.
• Identificar, contabilizar e analisar as variações entre o custo padrão e o custo real.
92 • capítulo 4
Introdução
capítulo 4 • 93
O Custo-padrão corrente é mais utilizado. É um custo que a empresa deter-
minada como meta a ser alcançada durante um próximo período preestabeleci-
do. O Custo-padrão corrente é definido pela empresa levando em consideração
as dificuldades e problemas enfrentados no dia-a-dia em um processo produti-
vo e leva em consideração, de fato, os recursos que a empresa tem disponíveis
para serem utilizados.
Assim, sabe-se que existe desperdício de matéria-prima, que muitas vezes
ela não é a de melhor qualidade, que existe tempo ocioso quando se trata de
pessoas, que o funcionário pode não dar 100% do seu esforço para cumprir suas
atividades, entre outros fatores. Portanto, são questões que devem ser levadas
em consideração.
Mas não é porque o Custo-padrão corrente leva as deficiências e dificulda-
des da empresa em consideração que ele é uma meta fácil de ser alcançada,
pelo contrário, a meta do Custo-padrão corrente definido pela empresa é consi-
derado difícil de ser alcançada, mas não impossível. Esse custo possui sua meta
levando em consideração o curto e médio prazos.
Existe ainda o Custo-padrão estimado, o qual possui uma meta mais fácil
de ser alcançada, ou melhor dizer, ela será sempre alcançada. A meta do Custo-
padrão estimado é baseada na média de um determinado período passado e,
simplesmente, adicionado pequenos ajustes quando percebida alguma falha.
A diferença entre o Custo-padrão corrente e estimado é que o primeiro é o
custo que deveria ser, enquanto que o segundo é o que deverá ser. De acordo
com Martins (2006), o Custo-padrão corrente é mais elaborado, necessita que
estudos sejam realizados e é aquele custo que a empresa deveria alcançar, caso
tenha alcançado um grau de desempenho satisfatório, enquanto que o Custo-
padrão estimado consiste em uma meta que normalmente a empresa atinge,
simplesmente, por manter o desempenho médio passado.
ATENÇÃO
A partir desse momento, toda vez que for utilizado a terminologia Custo padrão, este refere-
se ao Custo-padrão corrente.
94 • capítulo 4
4.2 Utilização do custo padrão
O custo padrão faz parte do planejamento dos custos da empresa e possui como
finalidade o controle dos custos empresariais. Assim, é possível que haja uma
confrontação entre o que foi planejado e o que realmente ocorreu dentro de um
determinado período; somente com essa confrontação é possível identificar as
causas das variações existentes e, assim, realizar as correções necessárias.
Assim, observa-se que o custo padrão nada mais é do que uma meta plane-
jada para ser alcançada dentro de um período determinado. E, que serve como
ferramenta auxiliar da Contabilidade de Custos, que só possui sua função se,
de fato, existir uma apuração dos custos reais para que seja possível uma con-
frontação entre os custos reais e o custo padrão.
O custo padrão pode ser utilizado como um orçamento dentro da empresa,
o qual tende a incentivar o desempenho da produção em relação a melhorias
no processo produtivo, com o melhor aproveitamento possível dos recursos
da produção. Ele também pode ser utilizado como uma ferramenta motivacio-
nal para que os funcionários foquem seus esforços, de fato, para que a meta
seja alcançada.
O custo padrão também pode ser utilizado na formação do preço de venda.
capítulo 4 • 95
A formação do preço de venda com base no custo padrão leva em considera-
ção, além do custo padrão, os possíveis impostos incidentes sobre a venda, des-
pesas gerais e administrativas, comissões dos funcionários, o lucro desejado
e, também, pode levar em consideração em uma venda a prazo a taxa de juros
relativo a quantidade de parcelas.
96 • capítulo 4
Quando há a inserção do custo padrão na contabilidade, contas especiais
para a contabilização das variações entre o custo padrão e o real passarão a exis-
tir. Essas variações devem ser eliminadas de modo que na demonstração do
Balanço Patrimonial, as contas de estoques e, na demonstração do Resultado
do Exercício, o custo dos produtos vendidos, sejam apresentados em seus valo-
res reais.
4.7 Comparações
O custo padrão, como já mencionado, é uma ferramenta de planejamento e de
controle que a contabilidade de custos possui sobre os custos da empresa. De
tal forma que o custo padrão é utilizado como uma meta difícil de ser alcança-
da, mas não impossível, dentro do curto e médio prazo.
O fato de poder comparar aquilo que deveria ser alcançado, o custo padrão,
com os custos que efetivamente ocorreram, o custo real, gera informações rele-
vantes para a empresa. Com essa comparação, é possível identificar, por exem-
plo, se a empresa utiliza um volume maior de materiais do que deveria, buscan-
do a causa dessa variação, pode ser detectado maior desperdício do material
utilizado na produção do bem, ou erros que faz com que o bem seja perdido,
descartado.
Ao identificar as causas das variações entre o custo padrão e o real, é pos-
sível implementar planos de ações, com a finalidade de sanar os problemas
identificados e, assim, reduzir o custo. Por exemplo, se for identificado que os
capítulo 4 • 97
desperdícios de material e os erros no bem que fazem com que os bens sejam
descartados são cometidos pela mão-de-obra não qualificada, um plano de
ação seria o treinamento desses funcionários ligados diretamente a produção.
Com o treinamento, espera-se que o desperdício de matéria seja minimizado e
os erros que ocorrem na produção do bem e seu descarte seja evitado.
Portanto, fica evidente que o processo de comparação entre os custos padrão
e real e o tratamento das ineficiências encontradas na fábrica, durante o pro-
cesso produtivo, é de extrema relevância para o controle dos custos e, também,
pode ser utilizado de tal forma que estratégias de redução de custos podem ser
definidas e, consequentemente, o aumento da lucratividade da empresa.
98 • capítulo 4
Se, por exemplo, as variações forem favoráveis, no momento do encerra-
mento será debitada o valor da variação nessa conta e, em contrapartida, credi-
tado a conta dos custos dos produtos vendidos.
Para que seja facilmente entendido o mecanismo que ocorre na contabi-
lidade em relação aos custeio padrão, suas variações, as apurações contábeis
necessárias e a contabilização dessas, será exposto um exercício, considera-
do simples.
4.10 Contabilização
Para facilitar o entendimento será utilizado o razonete das contas (T) e, para a
contabilização dessas, ‘D’ para débito e ‘C’ para crédito.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A indústria de confecções já realizou no último planejamento estratégico da empresa a cons-
trução do custo padrão da sua produção para o próximo ano, a empresa utiliza a conta-
bilização do custo padrão, somente, nos estoques de produtos em elaboração e produtos
acabados.
A indústria produz o produto Z, que possui um custo padrão de R$120.000,00, sendo
que esse valor corresponde a quantidade de 1.200 unidades que serão produzidas no mês
de agosto.
O custo padrão do mês de agosto deve ser lançado no início do mês, da seguinte forma:
capítulo 4 • 99
No decorrer da produção do mês de agosto, os custos de produção incorridos devem ser
contabilizados de tal forma que a baixa desses do estoque terá, em contrapartida, a conta de
produtos em elaboração. Está apresentado abaixo o que a indústria consumiu na fábrica, para
produzir os 1.200 produtos Z.
Produtos em elaboração
125.000,00 120.000,00
5.000,00
100 • capítulo 4
Dando continuidade ao exercício, foi vendido a metade dos produtos acabados dentro do
mês, de modo que os custos desses produtos são transferidos para a conta de custos dos
produtos vendidos (CPV), da seguinte forma:
Segue o razonete:
custo padrão
5.000,00 5.000,00
• 101
capítulo 4
O encerramento da conta de variações desfavoráveis de custo acontecerá com a con-
trapartida na conta de produtos acabados, uma vez que todos os produtos iniciados foram
acabados no período. O lançamento será da seguinte forma:
Segue o razonete:
5.000,00
125.000,00
A variação foi encerrada em contrapartida com a conta de produtos acabados de tal
forma que essa conta já esta em custo real. Simplesmente falta lançar para a conta CPV a
metade desses produtos acabados que já foram vendidos durante o mês, como segue:
D –CPV . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . 62.500,00
C – Produtos acabados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62.500,00
Segue o razonete:
102 • capítulo 4
4.11 Análise de variações
A partir do momento em que se tem o custo real é possível realizar a comparação
desses valores com o custo padrão. Sendo este o momento de analisar e identi-
ficar as causas de cada variação e propor as devidas correções necessárias. Uma
pergunta que deve-se ter sempre em mente é: Porque ocorreu tal variação?
Somente com a obtenção da resposta dessa questão será possível identificar
as causas do ocorrido e realizar melhorias.
Por exemplo, se uma empresa utiliza o custeio por absorção e possui os se-
guintes valores para um determinado produto:
Valor - unidade
Custo Padrão
R$ 225,00
Materiais diretos
R$142,50
Mão de obra direta
R$112,50
Custos indiretos
R$ 510,00
Valor - unidade
Custo Real
R$ 277,50
Materiais diretos
R$ 157,50
Mão de obra direta
R$ 142,50
Custos indiretos
R$577,50
É possível observar que a maior diferença está nos custos indiretos, mas o
nível de detalhamento ainda não é suficiente. Passaremos a exemplificar e a
discutir cada variação com maior profundidade de análise.
Custo Padrão
Custos indireto variável R$ 67,50 / unid.
Custos indireto fixo R$ 45.000,00 / mês
Volume padrão de produção 1.000 unid./mês
Total R$ 112.500,00
Padrão - CIF por unid. R$ 112,50
104 • capítulo 4
Custo Real
CIF total R$ 114.000,00 / mês
Volume real produzido 800 unid. / mês
Real - CIF por unid. R$ 142,50
A confrontação entre o custo real e padrão do CIF por unidade possui uma
variação total de R$ 30,00, sendo desfavorável uma vez que o custo real excedeu
o custo padrão.
Agora, pergunto a você: Quanto dessa variação é ocasionada pelo volume da
produção?
Para se responder a essa questão há a necessidade de responder uma segun-
da questão: Se não houvesse variações nos preços, quanto teriam sido eles se a
produção fosse o volume real produzido?
Assim, levando em consideração o volume real produzido, o custo indireto
de fabricação seria igual a multiplicação do custo indireto variável (CIV) unitá-
rio e do volume real produzido no período, mais a soma do custo indireto fixo
(CI fixo).
Dessa forma, tem-se o custo indireto fixo de R$ 45.000,00 mais o custo in-
direto variável de R$ 67,50 por unidade multiplicado pelo volume real de 800
unidades no mês, o que resultaria em um CIF total de R$ 99.000,00 e um CIF
por unidade de R$ 123,75, como evidenciado abaixo:
Custo Padrão
Custos indireto variável R$ 7,50 / unid.
Custos indireto fixo R$ 45.000,00 / mês
Custo Real
Volume real produzido 800 unid. / mês
Total R$ 99.000,00
CIF por unid. (ajustadovolume real) R$ 123,75
• 105
capítulo 4
Dessa forma, confrontando o custo padrão com o calculado agora, utilizan-
do o custo padrão e o volume real produzido, obtém-se a variação de volume do
CIF. De acordo com a seguinte fórmula:
Variação do volume = CIF por unid. custo padrão c/ volume real - CIF por
unid. padrão
Mas, de fato, o CIF real não foi de R$ 123,75 por unidade, como seria se
somente houvesse a variação do volume. O CIF real foi de R$ 142,50, isso por-
que além da diferença do volume real de produção houve variação nos custos,
pois eram para ser com o volume real de R$ 99.000,00, mas o real foi de R$
114.000,00. O que representa a seguinte variação:
106 • capítulo 4
4.13 Variação: material direto
No tópico da análise de variações (4.11) observa-se que o produto em questão
possui uma variação desfavorável de material direto no valor de R$ 22,50. O va-
lor de materiais diretos consiste na Matéria-prima A, Matéria-prima B e Emba-
lagem de acordo com a quantidade e o valor por unidade apresentados abaixo:
Valor Total
Custo Padrão Quantidade Unidade
R$ 96,00
Materia Prima A 16 Kg R$ 6,00 / Kg
R$ 75,00
Materia Prima B 5m R$ 15,00 / m
R$ 84,00
Embalagem 80 fl R$ 1,05 / fl
R$ 255,00
Custo Real
19 Kg R$ 6,30 / Kg R$ 119,70
Materia Prima A
4m R$ 20,33 / m R$ 81,30
Materia Prima B
75 fl R$ 1,02 / fl R$ 76,50
Embalagem
R$ 277,50
D/F
Variação Total R$ 23,70
D
Materia Prima A R$ 6,30
D
Materia Prima B R$ 7,50
F
Embalagem R$ 22,50
D
* F - favorável
* D - desfavorável
capítulo 4 • 107
três quilogramas a mais de Matéria-prima A do que o planejado (custo padrão),
assim como o preço por quilograma está R$ 0,30 maior do que o planejado.
Pergunta: Em relação a variação de R$ 23,70 da Matéria-prima A quanto cor-
responde a variação de quantidade e quanto à variação de preço?
Para se responder essa questão deve-se analisar dois aspectos:
• Se a diferença fosse somente na quantidade, quanto seria a variação?
Tem-se então a seguinte fórmula:
108 • capítulo 4
Somando a variação de quantidade e a variação de preço, tem-se um total de
R$ 22,80 e não de R$ 23,70 como determinada a variação da Matéria-prima A. O
que significa essa diferença de R$ 0,90?
Preço R$
Variação de preço
Preço real = 6,30 Variação mista
Preço padrão = 6,00
Variação de quanidade
Quanidade
Quanidade padrão = 16Kg
Quanidade real = 19 Kg
A área do retângulo interno corresponde ao custo padrão, uma vez que re-
presenta a multiplicação da quantidade padrão de 16Kg (eixo x) e do preço pa-
drão de R$ 6,00/Kg (eixo y). Já o retângulo externo, o qual possui as bordas trace-
jadas representa o custo real, sendo a multiplicação da quantidade real de 19Kg
e a quantidade real de R$ 6,30/Kg.
O retângulo superior no gráfico corresponde a variação de preço, devido a
multiplicação da diferença dos preços real e padrão e, a quantidade padrão.
E o retângulo a direita é a área da variação da quantidade, expressa pela mul-
tiplicação da variação entre a quantidade real e padrão e, o preço padrão. No
encontro dessas duas variações no gráfico tem-se ainda um espaço em branco
denominado de variação mista, essa representa a diferença da soma da varia-
ção de quantidade e a variação de preço (R$ 22,80), em relação a variação da
Matéria-prima A (R$ 23,70).
A variação mista é existente devido a existência das outras duas, se não hou-
vesse a variação de quantidade e a de preço, logo, não existiria a variação mista.
Até o momento somente foi realizado o cálculo das variações da Matéria-
prima A, em relação a análise do material direto, observou-se a variação de pre-
ço, de quantidade e a mista. É necessário agora a análise das variações encon-
tradas no material direto.
Foi observado uma variação de quantidade desfavorável da Matéria-
prima A de 3Kg, a pergunta que deve ser respondida agora é: Porque ocorreu
essa variação?
Essa questão em relação a quantidade cabe ao setor de produção da em-
presa, pois existem várias razões que podem explicar a variação, mas qual de
fato ocorreu? A investigação sobre o motivo dessa variação cabe ao setor de
produção.
Alguns aspectos que podem ser possíveis explicações à variação seria, a bai-
xa qualidade da matéria-prima utilizada o que pode provocar um maior consu-
mo desta, uma baixa qualidade da mão-de-obra que possa aumentar o consu-
mo da matéria-prima, falta de manutenção nas máquinas e equipamentos da
fábrica de modo que essas podem gerar estragos na matéria-prima, tendo esta
que ser descartada, entre outros (MARTINS, 2006).
A análise em relação a variação de preço também deve ser realizada, o mes-
mo autor, ainda menciona alguns fatores que poderiam explicar a variação de
preços, como a compra malfeita ou errada devido a alguma deficiência do se-
tor de compras ou do setor de produção, ou mesmo, de falta de comunicação
110 • capítulo 4
entre os dois setores, pressão para aquisição da matéria-prima, o que pode ter
acarretado a aquisição desta por um preço maior, regra interna de aquisição
de matéria-prima de outros fornecedores para que não tenha somente um úni-
co fornecedor.
Dependendo da explicação a devida ação de correção deve ser tomada para
melhoria do processo. Esse é o processo que deve ser realizado com todos os
itens que sofreram variações. Algo que deve ser levado em consideração é o cus-
to-benefício do tempo e do esforço realizado em busca dos fatos que ocasiona-
ram as variações. Uma vez que a variação seja pequena e não material, o custo
pode ser maior do que o benefício, assim, cabe a empresa definir o que é um
valor significativo de quantidade e/ou de preços de modo a definir quais varia-
ções serão investigadas e quais não.
O quadro resumo das variações de materiais diretos é a seguinte:
* D - desfavorável
|* F - favorável
capítulo 4 • 111
Custo Padrão Horas Taxas Valor total
R$142,50
Custo Real
R$ 157,50
Departamento X D R$ 14,25
Departamento Y D R$ 0,75
D R$ 15,00
* D - desfavorável
* F - favorável
112 • capítulo 4
quantidade é chamada de variação de eficiência, de modo que a variação mista
não se altera.
Assim, serão utilizadas as fórmulas de acordo com as terminologias usuais
de variação de eficiência e variação de taxa, como segue:
capítulo 4 • 113
da mão-de-obra, uso de funcionários sem o treinamento adequado para a fun-
ção, acréscimo do valor da hora determinado pela gestão da empresa ou exigên-
cia do sindicato, dentre outras.
Para algumas das causas é possível trabalhar com correções e ajustes de me-
lhorias, em outras, as quais não é possível pode ser necessário a alteração do
custo padrão. Ao identificar a causa das variações e realizar ações de correções,
seja no processo ou no custo padrão, a finalidade é cumprida, caso contrário,
o controle das informações sobre os custos e sua confrontação entre real e pa-
drão perdem sua função.
Custo Padrão
Padrão de produtividade R$ 1 / hm
Total R$ 112.500,00
114 • capítulo 4
Padrão - CIF por unid. R$ 112,50
Informações reais
Ineficiência 80 /hm
Total R$ 104.400,00
Custo Padrão
Total R$ 112.500,00
Custo Real
Total R$ 99.000,00
116 • capítulo 4
A variação de volume consiste na diferença entre o CIF padrão por unidade
e o CIF padrão por unidade ajustado pelo volume real produzido, ou seja, são os
R$ 123,75 – R$ 112,50 que se equivale a R$ 11,25.
ATIVIDADES
01. Relacione a primeira coluna com a segunda:
(A) Custo-padrão ideal
(B) Custo-padrão corrente
(C) Custo-padrão estimado
02. A empresa Extti trabalha com o acompanhamento dos produtos em elaboração pelo
custo padrão. O custo padrão para o mês foi definido em R$ 100.000,00, com uma produção
de 1.100 unidades.
Os custos incorridos durante o mês foram:
capítulo 4 • 117
Informações:
• Não há saldo inicial nas contas de produtos em elaboração e acabados.
• As 1.100 unidades planejadas foram produzidas.
• Durante o mês, foram vendidos 3/5 dos produtos acabados.
Pede-se:
a) Faça os lançamentos contábeis e abra os razonetes necessários em relação ao custo
padrão, aos custos incorridos durante o mês, assim como os lançamentos de encerra-
mento do período.
b) A variação foi favorável ou desfavorável?
Razonetes:
03. Complete as informações que estão faltando no quadro abaixo em relação ao valor das
variações e se essas são favoráveis ou desfavoráveis.
R$ 450,50
118 • capítulo 4
Custo Real
R$ 460,00
Materiais diretos R$
Custos indiretos R$
Total R$
04. Em relação aos materiais diretos, complete a tabela abaixo com o valor das variações e,
na variação total, complete se essas são favoráveis ou desfavoráveis:
Embalagem 70 fl R$ 1,07 / fl
Total
Embalagem
Total
capítulo 4 • 119
Variação Total D/F
Materia Prima A
Materia Prima B
Embalagem
Total
LEITURA
Você sabia que o Governo Federal possui um Sistema de Informações de Custos (SIC)?
“O Sistema de Informações de Custos do Governo Federal – SIC – é um Data Warehouse
que se utiliza da extração de dados dos sistemas estruturantes da administração pública
federal, tal como SIAPE, SIAFI e SIGPlan, para a geração de informações.
Tem por objetivo subsidiar decisões governamentais e organizacionais que conduzam à
alocação mais eficiente do gasto público; sendo essencial para a transformação de paradig-
mas que existem atualmente na visão estratégica do papel do setor público.
A ferramenta verifica espaços para a melhoria de serviços destinados à população, bem
como proporciona instrumentos de análise para a eficácia, a eficiência, a economicidade e a
avaliação dos resultados do uso recursos públicos.
Sua existência atende ao art. 50, § 3º da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de
2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que obriga a Administração Pública a manter
120 • capítulo 4
sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial. E, conforme a Lei nº 10.180, de 06 de fevereiro de 2001, que
organiza e disciplina o Sistema de Contabilidade Federal do Poder Executivo, compete à
Secretaria do Tesouro Nacional (STN) tratar de assuntos relacionados à área de custos na
Administração Pública Federal.
Nesse sentido, a STN publicou em 09 de março de 2011 a sua Portaria nº 157, que dis-
põe sobre a criação do Sistema de Custos do Governo Federal, estruturado na forma de um
subsistema organizacional da administração pública federal brasileira e vinculado ao Sistema
de Contabilidade Federal, uma vez que se encontra sob gestão da Coordenação-Geral de
Contabilidade e Custos da União.
Por meio dessa estrutura matricial de gestão governamental, integram-se a Secretaria do
Tesouro Nacional, como órgão central, e as unidades de gestão interna do Poder Público da
União, como órgãos setoriais; os quais se tornam responsáveis pelo uso do SIC – Sistema de
Informações de Custos, enquanto ferramenta de suporte tecnológico, para acompanhamento
dos custos em suas organizações públicas.”
Para saber mais acesse o site da secretaria do Tesouro Nacional.
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/sistema-de-informacoes-de-custos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2005.
IUDICÍBUS, Sergio de. MARTINS, Eliseu. GELBCK, Ernesto Rubens. SANTOS, Ariovaldo dos. Manual
de contabilidade societária aplicável a todos as sociedades de acordo com as normas
internacionais e do CPC. 2. ed. FIPECAFI. São Paulo: Atlas, 2013.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
capítulo 4 • 121
122 • capítulo 4
5
Produção Conjunta
O capítulo é destinado a discussão sobre a produção conjunta, a dificuldade em
atribuir os custos conjuntos aos coprodutos, sendo que todos os métodos são
arbitrários não havendo o melhor. Apesar disso, alguns métodos serão discuti-
dos e aplicados, por meio de exemplos resolvidos.
Em seguida, será abordada de maneira sucinta questões do fisco e suas obri-
gatoriedades em relação a Contabilidade e a Contabilidade de Custos. E, por
fim, proponho a discussão de alguns conceitos não usuais na Contabilidade de
Custos, mas relevantes para quem fornece relatórios e contribui na tomada de
decisão empresarial.
OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos das terminologias utilizadas.
• Obter capacidade de realizar lançamentos contábeis dos outputs de uma produção conjunta.
• Entender, aplicar e analisar métodos utilizados na apropriação dos custos conjuntos aos
coprodutos.
124 • capítulo 5
Introdução
capítulo 5 • 125
Algumas terminologias importantes que serão utilizadas nesse capitulo se-
rão conceituadas ainda nesse tópico, são elas: custos conjuntos, ponto de sepa-
ração, custos separáveis.
Os custos conjuntos, que serão os custos ocorridos durante o processo de
produção conjunta até o ponto de separação dos produtos. Em outras palavras,
é o custo de um único processo que resultará em diversos produtos.
O ponto de separação corresponde exatamente ao ponto no processo de
produção onde um produto ou mais podem ser identificados e separados como
produto, é o ponto onde é possível identificar isoladamente cada produto.
Os custos separáveis são aqueles custos que ocorrem após o ponto de sepa-
ração, são custos que já são identificáveis a cada produto.
Segue uma representação gráfica dos conceitos:
Ponto de separação
126 • capítulo 5
Os coprodutos possuem um valor de mercado maior do que os demais (sub-
produtos e sucatas), sendo esses normalmente responsáveis pelo faturamento
da organização. Ou seja, estão ligados a atividade principal da organização, a
existência da empresa se dá em função desses.
É comum nas organizações o surgimento de materiais decorrentes do pro-
cesso normal de produção que não são aproveitados no processo produtivo e,
muitas vezes, são provenientes de desperdícios. Esses materiais são vendidos
no mercado, e podem ser denominados como subprodutos ou sucatas.
Os subprodutos são itens que são comercializados no mercado normalmen-
te, possuem compradores assíduos e preços estáveis. A comercialização desses
equipara-se aos coprodutos, mas se distinguem devido ao valor de venda não
ser significativo, ou seja, representam valores mínimos em relação ao fatura-
mento da organização.
Por essa razão não são considerados coprodutos e são conhecidos como
subprodutos, de modo que não são atribuídos a esses custos relativos a pro-
dução. O autor Martins (2006) discute os problemas em relação a avaliação dos
estoques de subprodutos e a maneira de contabilizar as vendas desses e, o autor
argumenta que o procedimento correto é considerar a receita dos subprodutos
como redução do custo de produção da empresa.
Como há uma certa segurança de negociação dos subprodutos no mercado,
tanto em relação a compradores como em relação ao preço, a partir do momen-
to que esses materiais surgem no processo produtivo, eles já são contabiliza-
dos. O valor de venda dos subprodutos reduzem os custos nos estoques de ela-
boração de produtos principais.
5.3 Sucatas
As sucatas são materiais que podem ou não serem originadas em decorrência
normal do processo produtivo. Diferentemente dos subprodutos, as sucatas
não possuem um mercado para negociação e, consequentemente, não há um
valor de venda para as sucatas, o que não impede a sua venda quando há al-
guém interessado nessas. As sucatas assim como os subprodutos, não recebem
nenhum custo.
A contabilidade entende a venda de sucatas como um fato eventual e seu
registo é feito em outras receitas, o que só ocorre quando de fato são vendidas.
capítulo 5 • 127
No quadro abaixo, encontra-se um resumo da discussão das terminolo-
gias utilizadas em função à sua representatividade no faturamento total em
uma empresa.
REPRESENTATIVIDADE NO FATURAMENTO
Coproduto alto
Subproduto baixo
Sucata mínimo
128 • capítulo 5
Seus conceitos já foram abordados nos tópicos acima. Para facilitar a com-
preensão, abaixo tem-se uma ilustração desses:
Co-produtos1
Produto Principal2 Subproduto Sucata
capítulo 5 • 129
Ressalto aqui que os preços das partes do boi vendidas no mercado não es-
tão em função do custo do processo produtivo, mas, sim, encontram-se em fun-
ção da demanda e oferta no mercado.
Fazem parte dos custos conjuntos os CIF, assim como os custos diretos de
fabricação, matéria-prima e mão-de-obra direta. De modo que independente
do critério definido pela empresa a apropriação desses custos seja arbitrária.
Os critérios de apropriação dos custos conjuntos explorados por Martins
(2006) são: Método do Valor de Mercado, Método dos Volumes Produzidos,
Método da Igualdade do Lucro Bruto e o Método das Ponderações.
Entende-se por critérios os métodos utilizados para distribuir os custos aos
produtos. Os quatro critérios mencionados acima serão discutidos no tópico
5.7.
130 • capítulo 5
Valor de venda de subproduto:
(-) Despesas realizadas para a venda
(-) Custos de processamento - subproduto em condição de venda
(=) Valor líquido de realização
• 131
capítulo 5
coproduto. Ou seja, os coprodutos com maior valor de venda terão mais custos
atribuídos a eles.
De modo que os custos conjuntos são atribuídos aos coprodutos propor-
cionalmente ao valor de mercado (preço de venda) dos coprodutos. Ressalta-se
que é um critério, sendo uma forma racional de distribuição dos custos conjun-
tos, mas não necessariamente é verdade que aquele coproduto que mais vale
no mercado é o que possui os maiores custos.
Para facilitar o entendimento, acompanhe o exercício resolvido!
O frigorífico Joy possui os coprodutos A e B originados de uma produção
conjunta. Os custos conjuntos, até o ponto de separação desses, correspon-
dem a matéria-prima no valor de R$ 500.000,00 e mão-de-obra direta de R$
250.000,00. Abaixo estão descritas as informações relativas as quantidades pro-
duzidas e o valor unitário de cada coproduto:
132 • capítulo 5
Pergunta: Mas qual o valor do custo conjunto por quilograma de cada co-
produto? Basta dividir os custos conjuntos distribuídos a cada coproduto pela
quantidade produzida.
Distribuição
Quantidade Custo conjunto
dos custos
produzida por Kg
conjuntos
134 • capítulo 5
Nesse caso, os custos adicionais deveriam ser deduzidos também do lucro bru-
to, como segue:
Com o aumento dos custos, ocorre a diminuição do lucro bruto. Que passa
agora a ser de R$ 11,21 /Kg. Com o intuito de se conhecer o custo conjunto por
Kg, há a necessidade de deduzir os custos adicionais do preço de venda menos
o lucro bruto, como segue:
capítulo 5 • 135
Método das Ponderações
Custo conjunto
Quan-
Pondera-
Peso tidade Participação Total por Kg
ção total
produzida
Coproduto A 58 12.000 Kg 696.000 42,96 % R$ 322.222,22 R$ 26,85
Coproduto B 42 22.000 Kg 924.000 57,04 % R$ 427.777,78 R$ 19,44
1.620.000 100 % R$ 750.000,00
136 • capítulo 5
Outra obrigatoriedade do fisco consiste no critério de avaliação dos esto-
ques. Dentre os existentes para a avaliação dos materiais o fisco permite o mé-
todo o primeiro a entrar é o primeiro a sair (PEPS) ou o preço médio ponderado
móvel (MPM).
Martins (2006, p. 172) descreve que “os valores apurados por Custos são
aceitos pelo imposto de renda no Brasil para a avaliação dos estoques finais se
houver coordenação e integração entre a Contabilidade Geral e a de Custos”.
Sendo esta outra exigência fiscal e considerada uma das principais, a qual
evidencia a necessidade de integração e coordenação entre as duas contabilida-
des, como citado acima. Isso significa que a Contabilidade de Custos faz parte e
deve estar inserida na Contabilidade Geral.
Receitas..............................................................................................................R$ 10.000,00
(-) CPV..............................................................................................................(-)R$ 5.000,00
Lucro bruto......................................................................................................R$ 5.000,00
(-) Despesas..................................................................................................(-)R$ 3.000,00
Lucro.......................................................................................................................R$ 2.000,00
138 • capítulo 5
Pergunta: Será que João deve vender para a Dona Maria?
A feira está no fim e se João não vender, as alfaces vão para o lixo. De tal
forma que o custo de oportunidade, nesse caso, é igual a zero. Se ele aceita a
proposta da Dona Maria o benefício passa a ser de R$ 0,45, pois levando em
consideração que as alfaces vão para o lixo o custo delas já não deve ser levado
em conta. Uma vez que ao vender, parte desses custos já estarão sendo pagos.
Por fim, há também os custos imputados que, como os demais, também é
visto como um custo econômico e não contábil, uma vez que não provoca gas-
tos. Assim, é visto como um benefício que se deixa de receber e, não o consumo
de um recurso.
Martins (2006) menciona que um dos tipos de custos imputados correspon-
de ao custo de oportunidade, pois são valores que a empresa tem o sacrifício
econômico verdadeiro, mas que não são contabilizados, uma vez que não pro-
vocam gastos para a empresa, como já mencionado e, também, são subjetivos
e polêmicos.
O mesmo autor cita, ainda, alguns exemplos de custos imputados como
capital próprio sobre cada produto, apropriação de aluguel quando o imóvel é
próprio, entre outros. São casos em que é utilizado o raciocínio de se imputar
aos produtos um custo de oportunidade.
capítulo 5 • 139
adicionais ou mesmo com outro método de custeio, gerando informações rele-
vantes e oportunas para a tomada de decisão do gestor.
Como, por exemplo, utilizando os conceitos de custo de oportunidade, cus-
tos perdidos, valores de reposição de ativos ou qualquer outra informação não
utilizada pela Contabilidade de acordo com os princípios geralmente aceitos,
mas que possam contribuir no momento da tomada de decisão.
Quando ocorre de a empresa ter a necessidade de gerar mais de um tipo
de informação a diferentes gestores de uma mesma organização, um cuidado
deve ser tomado em relação aos diferentes relatórios e informações contidas
nesses. Pode ocorrer de dois setores diferentes discutirem o mesmo assun-
to, levando em consideração aspectos diferentes que trarão valores e resulta-
dos divergentes.
O que pode gerar descrédito aos relatórios gerenciais, se a finalidade de
cada relatório e as informações contidas neles não forem entendidas de fato. É
necessário mostrar as divergências desses relatórios e que seja possível a con-
ciliação entre eles, o que evidencia a compatibilidade desses e o resultado ser
somente um, no final de tudo.
ATIVIDADES
01. Relacione a primeira coluna com a segunda:
(A) Sucatas
(B) Coprodutos
(C) Produção conjunta
(D) Subprodutos
(E) Custos conjuntos
140 • capítulo 5
( ) são resultados da produção conjunta não podendo ser identificados antes do ponto
de separação, esses itens possuem valores representativos em relação ao faturamento total
da organização.
02. A indústria Ecar vende seus subprodutos mensalmente no valor de R$ 10.500,00, sendo
que possui uma despesa para a limpeza desses subprodutos antes da venda no valor de R$
1.500,00 e custos no processamento de R$ 800,00.
Pede-se:
a) Qual o valor líquido de realização?
b) Como será contabilizado o estoque existente e, posteriormente, a venda dos subprodutos?
04. Com as informações abaixo, complete as tabelas seguintes com as informações neces-
sárias de acordo com o método do Valor de Mercado, com a finalidade de identificar o custo
conjunto por Kg de cada coproduto.
DISTRIBUIÇÃO
QUANTIDADE VALOR TOTAL DA
VALOR UNITÁRIO DOS CUSTOS
PRODUZIDA VENDA
CONJUNTOS
Coproduto A
Coproduto B
Total
capítulo 5 • 141
DISTRIBUIÇÃO CUSTO
QUANTIDADE DOS CUSTOS CONJUNTO
PRODUZIDA CONJUNTOS POR KG
Coproduto A
Coproduto B
LEITURA
A função custo como instrumento para a tomada de decisão.
O cenário competitivo atual tem levado as empresas a aperfeiçoarem, constantemente, seus
mecanismos de produção e de análise de resultados. O objetivo é gerar eficiência com eli-
minação de desperdícios e redução de custos. Um item importante é saber selecionar os
insumos verificando seu comportamento em relação aos diferentes níveis de produção.
Ao eliminar desperdícios a empresa visa aumentar seu valor de mercado gerando ganhos
de capital para os donos ou acionistas. De acordo com Mowen (2001, p. 30) “o ambiente
econômico atual criou a necessidade de uma reestruturação da gestão de custos”, ou seja,
142 • capítulo 5
para as empresas (de manufatura e de serviços) conhecer seus custos (na busca de um
melhor atendimento aos seus clientes e de uma melhor rentabilidade) torna-se um item alta-
mente relevante para que elas continuem “sobrevivendo”.
Nesse sentido, os gestores vêm utilizando técnicas matemáticas e estatísticas que o au-
xiliem no processo de gestão. Trabalhos como o de Colodeti Filho et al. (2003), demonstram
como essas ferramentas, em especial as técnicas de regressão linear, auxiliam a tomada de
decisão com o objetivo de melhorar o resultado da firma, através da otimização dos custos.
Contudo além de conhecer seus custos, as organizações devem, também, trabalhá-los
para que se possa maximizar o lucro, tendo como suporte a escolha criteriosa dos insumos
envolvidos no processo. Com base nas afirmações anteriores chega-se ao problema nortea-
dor dessa pesquisa: Considerando os insumos produtivos, é possível estimar uma função
com o objetivo de minimizar custo para geração de eficiência empresarial?
O objetivo deste trabalho é estimar uma equação de previsão de custo, considerando as
variações nos insumos produtivos com o intuito de se verificar se há eficiência empresarial,
em uma pequena empresa que está inserida no setor de artefatos borracha. Para tanto, será
assumindo uma função de produção com retornos constantes de escala. A presente pes-
quisa tem como principal contribuição, demonstrar como ferramentas econométricas podem
ajudar no processo de tomada de decisão voltada para a minimização do custo e a maximi-
zação do lucro.
Quer continuar lendo sobre esse trabalho? Acesse o link abaixo:
Fonte: http://www.fucape.br/_public/producao_cientifica/2/colodetti%20-%20a%20
funcao%20custo%20como%20instrumento.pdf
Outros artigos:
Custos conjuntos aplicados à atividade vinícola: um estudo de caso dos métodos de
alocação. Acesse: http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v5/custos%20
conjuntos.pdf
A gestão da produção conjunta e alocação de custos conjuntos na atividade avícola.
Acesse: http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v9/conjuntos.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant. Contabilidade de Custos. 9 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006
capítulo 5 • 143
GABARITO
Capítulo 1
01. D-C-C-D-D-D-D-C-C-C-D
02. F-V-F-F-F-F-F-F-F-V-F
03. Os métodos de estimativa de custos são processos empregados por empresas para
realizarem a previsão dos custos em exercícios futuros baseado em resultados passados.
Sua realização é de extrema importância para que as empresas estejam aptas a provisionar
os custos a serem incorridos com a maior acurácia possível e consequentemente, ser capaz
de elaborar os orçamentos em um maior nível de confiança.
04. O método bottom up funciona por meio da fragmentação da estrutura analítica de pro-
jetos em menores unidades chamadas pacotes de trabalho e a estimativa de custo ocorre
baseado nessas mínimas partes. A soma do montante estimado em todos os pacotes de
trabalho é a estimativa final do projeto. Assim, este método é construído de baixo para cima,
diferentemente do Top-Down, onde o custo do projeto é estimado por meio de uma análise
veloz e bem menos precisa do gestor.
05. A função de custo é definida pela equação y = 281,05 + 7,41 X.
Para encontra-lá deve-se selecionar a semana 7 e a semana 2, como os pontos de máximo e
mínimo e encontrar a diferença entre o custo total e as horas-máquinas e dividi-las. Portanto,
$ 1059 - $ 896 = $ 163 e 105 – 83 = 22, logo $ 163/22 = 7,41 que corresponde ao
coeficiente angular b.
Com o coeficiente angular encontrado, é possível substitui-lo na equação da reta (y = a +
bx) junto a qualquer um dos pontos a fim de encontrar a constate a. Logo: a = 1059 – 7,41
x 105 = 281,05.
Capítulo 2
01.
a) Produto Azul = 6.122,49
Produto Vermelho = 13.877,55
b) Produto Azul = 3.063,83
Produto Vermelho = 8.936,17
c) Produto Azul = 200000 + 6122,49 + 3063,83 = 209.186,32
Produto Vermelho = 470.000 + 13877,55 + 8936,17 = 222.813,72
144 • capítulo 5
02. Material Direto, Mão de Obra Direta, Hora-Máquina, Unidades Produzidas, Hora de
colaboradores.
03. O Custeio Variável, apesar de fornecer ótimas informações para fins gerenciais, não res-
peita os princípios contábeis, em especial o Regime de Competência e Confrontação. Esse
método, por não incorrer os custos fixos no exercício subavalia o valor dos estoques, o que
prove informações fora dos padrões contábeis.
04.
a) PEC = 50.000 / (500 – 100 – 120) = 179 (aprox.)
b) PEE = 50.000 + 20.000*0,1 / 280 = 186 (aprox.)
c) PEF = 50.000 – 30.000 / 280 = 72 (aprox.)
05.
a) Margem Cont. A = 800 – 12*10 – 205 = 475
Margem Cont B = 535 – 12*3 – 75 = 430
b) Se escolher produto B: 600 horas máquinas / 3 = 200 celulares x 430 = $ 86.000
em margem de contribuição total. Portanto, deve escolher o produto B.
Capítulo 3
01. PP-OS-OS-PP-PP-OS
02.
capítulo 5 • 145
03.
CUSTOS DIRETOS CP
MÁTERIA MÃO DE
CIF CIF+MP+MOD
PRIMA OBRA
Produto
R$ 5.000,00 R$ 13.000,00 R$ 7.300,00 R$ 25.300,00
X
ESTOQUE ESTOQUE
INICIAL FINAL
Produtos em elaboração CPA*
04.
D-C-B-A
05. A empresa deve contabilizar a compra de matéria-prima no dia 10/07/x5. Pois de acor-
do com o regime de competência, a contabilização se dá no momento do fato gerador, inde-
pendentemente de recebimentos ou pagamentos.
146 • capítulo 5
Capítulo 4
01. C-A-B
02.
Lançamento do custo padrão:
D – Produtos acabados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 100.000,00
C – Produtos em elaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100.000,00
Lançamento da variação:
D – Variações desfavoráveis de custo . . . . . . .. . . . . . . . . . . 4.500,00
C – Produtos em elaboração . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.500,00
Lançamento da variação:
D – Produtos acabados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 4.500,00
C – Variações desfavoráveis de custo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.500,00
Razonetes:
4.500,00
• 147
capítulo 5
Produtos acabados CPV
100.000,00 62.700,00
4.500,00
104.500,00 62.700,00
03.
04.
148 • capítulo 5
Custo Real
Materia Prima A 13 Kg R$ 6,15 / Kg R$ 79,95
Materia Prima B 5m R$ 13,00 / m R$ 65,00
Embalagem 63 fl R$ 1,05 / fl R$ 74,90
Total R$ 211,10
Capítulo 5
capítulo 5 • 149
b)
Lançamento contábil - estoque existente do subproduto:
D – Estoques de subprodutos . . . . . . . . . . . . . .. . . . .R$ 8.200,00
C – Custo de produção - coprodutos . . . . . . . . . . . .R$ 8.200,00
03.
D – Caixa/Duplicatas a receber . . . . . . . . . . . .. . . . . R$ XXX
C – Outras receitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . R$ XXX
04.
DISTRIBUIÇÃO
QUANTIDADE VALOR TOTAL DA
VALOR UNITÁRIO DOS CUSTOS
PRODUZIDA VENDA
CONJUNTOS
Coproduto A 24.000/kg R$ 50,00/kg R$ 1.200.000,00 R$ 342.778,79
Coproduto B 44.000/kg R$ 32,40/kg R$ 1.425.600,00 R$ 407.221,21
Total R$ 2.625.600,00 R$ 750.000,00
DISTRIBUIÇÃO CUSTO
QUANTIDADE DOS CUSTOS CONJUNTO
PRODUZIDA CONJUNTOS POR KG
Coproduto A 12.000/kg R$ 342.778,79 R$ 28.56/kg
150 • capítulo 5
05.
a) custos imputados.
b) O fisco
c) Os custos de oportunidade
d) Os custos perdidos
• 151
capítulo 5
152 • capítulo 5