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*”MINHA IDENTIDADE É CRISTO”

(João 15.1-11)

Sermão preparado para a PIB Linhares, em 13/03/2022, domingo,


noite.

Boa noite irmãos.

Neste ano nossa igreja está pensando no tema geral “Nada nos
separará do amor de Deus!”, e neste mês de março o subtema é “O
desafio de permanecer e frutificar no amor de Deus”.

Portanto, nesta noite eu quero pensar sobre o que é “Permanecer em


Cristo” e “Frutificar neste amor” e qual a relação disso com na nossa
identidade.

É algo muito importante, porque em um nível existencial, todos nós


queremos ao menos três coisas (com maior ou menor intensidade):

*1) Todos nós queremos ser amados. Nós desejamos ser o foco do
amor de outra pessoa. Por mais bem resolvido que uma pessoa seja, ser
amado por outra pessoa faz parte da nossa constituição e essa
necessidade precisa ser suprida seja na família, no casamento, nos
amigos, na igreja. Quantas vidas são destruídas ou quase isso, em razão
de um pai ou mãe que abandona um filho, ou um casamento que se
desfaz por traição de um dos cônjuges, ou um amigo que trai a confiança,
manifestações de falta de amor que criam feridas muito profundas na
alma, porque precisamos nos sentir amados e seguros nesse amor;

*2) Todos nós queremos ser valorizados. Precisamos que alguém nos
diga que temos valor, que nossa existência tem um sentido; um
propósito, que realizamos algo nesta terra, não estamos apenas
sobrevivendo mais um dia, mas que estamos vivendo uma vida
significativa.

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Uma das maiores ofensas a um ser humano é dizer que ele “não vale
nada”, ou que “não será nada na vida”!

Minha falecida irmã ouviu isso quando era uma criança de um parente que
visitou nossa casa, ela sempre foi muito doente, faleceu depois em razão
de um câncer no estômago, na formatura dela do ensino médio,
magistério, uma frase dela foi: “Viu, eu provei que eu seria algo na vida”,
vinte anos depois e aquela frase ainda machucava o coração dela. Ela não
teve oportunidade de fazer faculdade, mas eu tenho certeza que se ela
não tivesse falecido, teria perseguido a formação para responder àquela
pessoa que a magoou quando ainda era criança.

E, por fim, em terceiro lugar:

*3) Todos nós queremos ser reconhecidos. E quando eu digo


reconhecimento eu estou falando da nossa individualidade, daquilo que
nos torna diferentes de todas as outras pessoas. Ninguém quer ser apenas
“mais um” em uma linha de produção em série, como uma linha de
produção de carros ou peças.

Uma das maiores questões da adolescência e da juventude é construir


uma identidade que permita ser reconhecido como parte de um grupo,
mas ainda assim diferente (por isso vemos tantos cabelos com cores
diferentes, alguns usam roupas diferentes).

E não são apenas adolescentes e jovens, nós adultos queremos construir


uma carreira, uma família, um hobby, que nos distinga de outras pessoas
e conforme a idade vai avançando, olhamos para trás para enxergar essas
diferenças e contá-las a outras pessoas.

Podem existir outras necessidades existenciais; eu não estou dizendo que


são apenas essas; eu confesso que não cheguei a pesquisar, essas três
são fruto de uma reflexão pessoal, mas para essa noite, para pensarmos
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sobre a construção da nossa “IDENTIDADE” elas vão nos bastar.

E agora eu quero falar como você pode ter essas três necessidades
fundamentais atendidas ao construir sua identidade em Jesus
Cristo e a qual a relação disso com “permanecer em Cristo e
frutificar em seu amor”.

Por gentileza, abram suas Bíblias no Evangelho de Jesus Cristo Segundo


João, capítulo 15, versos 1-11:

“1. (...).” (João 15.1-11).

*MINHA IDENTIDADE É CRISTO.

Vamos orar mais uma vez!

Nós vamos usar nesta noite uma ilustração usada por Jesus, que é a da
videira, por isso preciso saber se todos conseguem visualizar a ilustração.

*Quantos já viram pessoalmente uma videira (o pé de uva)?

Eu pergunto isto pois muitas vezes falamos sobre determinados assuntos


na igreja, sobre figuras bíblicas da Palestina rural do século primeiro ou de
culturas até mais antigas, como o Egito, a Babilônia, a Pérsia, e
esquecemos que precisamos tornar mais claro o exemplo para quem não
é tão familiarizado com a história ou com o ambiente rural.

Nós também falamos por vezes uma linguagem e quem é de igreja


oriunda da reforma protestante, o “evangeliquês” e esquecemos que
temos visitante que não vão compreender termos como “permanecer
em Jesus”, “dar frutos”, por isso precisamos explicar muitos termos que
parecem tão comuns aos nossos ouvidos.

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E agora vamos à nossa primeira colocação, que é essa:

*1) É PRECISO PERMANECER PARA TER UMA IDENTIDADE EM


CRISTO (vv. 4-5).

*“4. Permanecei em mim, e eu permanecerei em


vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira; assim também vós, se não
permanecerdes em mim.
5. Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem
permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.4-5).

Eu disse que “Permanecer em Cristo” é profundamente uma questão de


identidade.

*Jesus disse que Ele é a videira verdadeira e nós somos os ramos ou


galhos (versos 1 e 5).

*Se eu perguntasse a você qual é o estado de um ramo da videira na


natureza, se ligado à videira ou separado dela, você certamente me
diria que é ligado à videira; ora, um galho só sobrevive ligado à planta
que o alimenta, o nutre, com a seiva.

O nosso problema é que em decorrência do pecado somos separados da


videira verdadeira. Como uma tesoura de poda, o pecado nos separou
de Deus (Isaias 59.2):

*“2. Mas as vossas maldades fazem separação entre


vós e o vosso Deus; e os vossos pecados
esconderam o seu rosto de vós, de modo que não
vos ouve.” (Isaias 59.2).

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Apesar de sermos criados para estarmos ligados à videira, a menos que
algo seja feito, nosso estado natural é estarmos separados da videira,
como galhos soltos que vão secando ao longo da vida.

Por isso, sendo a videira é identificada com Jesus, o galho, que somos
nós, quando está fora da videira seca e não é nada, o seu destino é ir
para o fogo e ser queimado.

*Quantas pessoas estão emocionalmente "secando" em uma aflição


constante na busca por uma identidade que lhes assegure amor;
valorização (apreciação); e reconhecimento (diferenciação de todas as
outras pessoas).

Por isso é tão importante sabermos a extensão do que venha a ser


“Permanecer” em Cristo e o que isso deve representar na nossa
identidade.

Se alguém perguntasse a você hoje:

*“Quem você é?” Ou “Qual a sua identidade?”

Talvez você respondesse com o número da sua carteira de identificação,


ou de motorista, ou seu CPF, ou carteira de trabalho, ou outro documento
oficial, porque estes documentos expedidos pelas autoridades públicas
contem alguma informação sobre você: Quem são seus pais, sua altura,
cor da pelo, seu sexo, cor dos olhos etc., a suas digitais; características
que vão permitir que você seja reconhecido e diferenciado de
outras pessoas.

Mas a nossa identidade vai muito além desse documento oficial que
nos é concedido, nós queremos com o que chamamos de identidade
uma forma de suprir os desejos básicos do nosso coração de sermos
amados, valorizados e reconhecidos.
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Grande parte da nossa cultura vai nos estimular a desenvolver uma
“identidade” diante da comunidade em que vivemos, em especial nos
nossos dias, o estímulo é que essa identidade seja construída baseada em
nossos sentimentos e desejos.

Muitos filmes infantis têm essa temática, na qual o personagem principal


precisa construir ou descobrir sua verdadeira identidade, baseada no que
está “nos seu coração”: Frozen, Moana, Enrolados, e tantos outros
filmes infantis, adolescentes/jovens e para o público mais maduro
também.

Normalmente o protagonista é alguém que busca amor, valorização e


reconhecimento e para isso precisa se “redescobrir” independentemente
da opinião alheia. Ele ou ela, precisa buscar dentro de si essa auto
identidade.

É uma síndrome espiritual de ser “galho fora da videira”.

*Porque na videira o galho é parte da videira, ele é identificado com a


videira, ele não pode ser independente justamente porque ele é
inteiramente dependente da videira.

*Por isso, em primeiro lugar, “permanecer em Cristo” é perder sua


própria identidade e ser identificado inteiramente com Cristo!

Quem está disposto a ser identificado com Jesus e não de forma


autônoma consigo mesmo?

*Isso é algo muito sério, porque quem permanece em Cristo (fica na


videira) vai manifestar o caráter de Cristo!

O apóstolo Paulo vai nos ajudar a identificar isso na sua Carta aos Gálatas
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2, verso 20:

*“20. Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é


Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo
agora no corpo, vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e se entregou por mim.” (Gálatas 2.20).

*É como se Paulo dissesse: Eu não sou mais um galho solto, eu estou


ligado à videira, permaneço na videira, sou alimentado por ela, e sou
identificado com a videira verdadeira, Jesus Cristo, minha identidade
está em Cristo!

“Permanecer na videira” é negar sua própria identidade; a própria


vontade; é morrer para si mesmo e para viver em Cristo.

*Jesus disse claramente isso em Lucas 9.23:

“23. Jesus dizia a todos: Se alguém quiser vir após


mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz
e siga-me.” (Lucas 9.23).

Por isso nós temos uma grande dificuldade em compreender e viver o


verdadeiro discipulado de Cristo.

Ser discípulo de Jesus Cristo não é fácil porque a primeira coisa que você
precisa fazer é perder a sua própria identidade!

Aquela identidade que você construiu, que você retirou do fundo do seu
coração, que você trabalhou, lutou, se esforçou, batalhou, então Jesus
diz: Você quer ser meu discípulo: “Negue-se a si mesmo”.

Deixe de ser galho e passe a se identificar comigo, a videira verdadeira!

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*Permanecer em Cristo é ser discípulo de Cristo, ser discípulo de
Cristo é ser identificado com Cristo, se fosse possível fazer isso de uma
maneira física, seria como alguém olhar a nossa identidade e ver a
foto, a digital, a altura, a cor da pele e dos olhos de Cristo!

*“Permanecer em Cristo” não é apenas estar no rol de uma igreja cristã


(algumas denominações até ensinam desta forma, se você não é daquela
determinada igreja, você não é um cristão autêntico, mas não é o que a
Bíblia diz).

A Bíblia diz que “Permanecer em Cristo”, “Permanecer ligado à videira


verdadeira” é ser um discípulo de Jesus, e ser discípulo de Jesus é ter o
caráter de Cristo; a mente de Cristo; as palavras de Cristo e as ações de
Cristo.

É um custo bem alto (a recompensa é maior ainda, mas o custo é


altíssimo)!

Eu e você não somos obrigados a ser discípulos de Jesus, a


permanecermos em Cristo, Jesus disse claramente “Se alguém quiser vir
após mim...”.

Eu pergunto a você nesta noite:

*Qual a sua identidade espiritual?

De verdade, seriamente:

Você quer seguir Jesus? Quer ser discípulo de Jesus?

Não podemos ser galhos soltos, pois eles mirram, secam, sofrem.

Por isso o convite de Jesus é que permaneçamos na videira; renunciemos


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à nossa própria vontade, que caracteriza a nossa identidade e nos
identifiquemos com Cristo.

O que nós não podemos fazer é “brincar de ser cristão”, porque


isso é ser um galho solto, mas enfiado no meio da videira,
tentando parecer com a videira.

Você já deve ser percebido que um galho quando cortado da planta que o
nutre, mesmo que ele fique ali na planta, com o tempo ele vai amarelar,
murchar e secar, porque não está sendo nutrido verdadeiramente pela
planta, ele apenas “parece” ter permanecido, mas não está mais
identificado com aquela planta.

Há muitas pessoas no rol de membros das igrejas que são galhos soltos,
estão murchando, amarelando, e secando, porque não são
verdadeiramente discípulos de Jesus, não se identificam com
Jesus, porque não querem abrir mão da própria identidade e por
isso passam a vida toda em busca de AMOR, VALORIZAÇÃO E
RECONHECIMENTO, porque não conseguem receber isso da videira
verdadeira, pois parecem ligados, mas estão separados dessa videira.

Nossa vida é muito difícil fora longe de Cristo.

Mas ela pode ser tão diferente se renunciarmos à falsa liberdade de


sermos galhos longe da videira e nos ligarmos e permanecermos na
videira verdadeira que é Jesus!

Você conseguiu perceber até aqui que “Permanecer em Cristo” é “ter uma
identidade em Cristo” e isso é ser discípulos de Jesus Cristo?

Você também conseguiu perceber que aceitar esse convite de Jesus,


de abrir mão da própria identidade (negar-se a si mesmo) para ser
identificado com Ele é algo extremamente difícil, pois nossa natureza
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pecadora nos faz desejar ter uma identidade própria, a estar no controle
das nossas vidas e fazer o que nós desejamos, ou seja, ser um galho fora
da videira?

Você também entendeu, assim como eu, que assim como um galho fora
da videira nós, se não permanecemos em Cristo, nós vamos murchar,
amarelar e secar, ou seja, nós nunca nunca seremos alimentados o
suficiente com amor, valorização e reconhecimento?

Ótimo, até aqui era isso que eu queria que nós pensássemos.

Mas eu quero pedir que você faça algo que eu não posso fazer por
você e ninguém pode:

*Eu quero que você avalie o quanto está ligado a Jesus, o quanto é
discípulo de Jesus, o quanto sua identidade é Cristo.

Ser membro da igreja, ou participar de algum ministério são coisas boas,


mas não são requisitos suficientes para medir essa ligação com
Cristo.

- O quanto o seu caráter é o de Cristo? O quanto você ama e faz


algo concreto pelo seu próximo?

- O quanto sua vontade manifesta a vontade de Jesus? O quanto as


suas decisões, em especial em situações difíceis de elevada temperatura e
pressão, quando faltam os recursos os seus pensamentos, palavras e
ações são iguais ao que Cristo pensaria, falaria e agiria?

Isso é identificar-se com Cristo, isso é permanecer em Cristo, isso


é ser discípulos de Jesus! E é algo que só você pode avaliar!

Mas seguindo o tema que o Pastor Enilton nos propôs para este mês, eu
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preciso falar sobre o que chamamos de “Frutos”. E eu vou te dizer que:

*2) FRUTIFICAR É CONSEQUÊNCIA DE TER UMA IDENTIDADE EM


CRISTO (vv. 4-5 e 8).

*“4. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós.


O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira; assim também vós, se não
permanecerdes em mim.
5. Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem
permanece em mim e eu nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
8. Meu Pai é glorificado nisto: em que deis muito fruto;
e assim sereis meus discípulos.” (João 15.4-5 e 8).

Frutificar é algo natural para quem permanece, é consequência (como


algo cair em razão da gravidade); resultado (como a nota de uma prova);
sintoma (como a febre indica uma infecção).

*A questão é saber: O que é "fruto" na ótica de Jesus?

Será a realização de tarefas ou serviços de natureza religiosa?

Não, porque o Filho “mais velho” parábola do “Filho Pródigo” fazia as


atividades que o Pai lhe dava sem um pingo de amor pelo Pai.

Frutificar então seria apenas conversão de pessoas que evangelizamos


(você evangeliza e o sujeito “aceita Jesus”, levanta uma das mãos no
culto)?

ME parece que não, pensando no caso do Profeta Jonas, pois mostra que
podemos pregar sem um pingo de interesse na conversão das
pessoas e elas ainda assim se quebrantarem na presença de Deus.
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Mesmo que sejamos instrumentos de propagação do Evangelho, a
conversão é resultado da ação do Espírito Santo, não nossa.

Então o que é o "fruto" que precisamos apresentar, que Jesus diz


ser essencial?

Vamos voltar à ilustração de Jesus, ou parábola, como você queria


chamar.

O que é um fruto em relação à árvore ou planta que o gera:

*1) Somos galhos não a planta toda, Jesus é a planta, logo, o fruto
é identificado com algo que a planta (Jesus) produz, somos apenas um
instrumento para a planta produzir o fruto (sem mim, nada podeis fazer).

*2) o fruto não beneficia diretamente a planta, mas terceiros.


Quem se alimenta do fruto é beneficiado. Logo, nem nós, os galhos
(cristãos), somos beneficiados diretamente, nem a planta (Jesus), mas
outros é que se beneficiam dos frutos;

*3) o fruto representa a planta de onde é gerado. Uma Laranja é


naturalmente gerada em uma laranjeira, assim como uma uva vem
naturalmente de uma videira;

*4) o fruto reproduz a planta de onde foi gerado. Pelas sementes em


muitos casos, e então nasce uma nova planta (como Jesus em João 12.24
usa o exemplo do trigo que caindo na terra morre e gera mais trigo).

Com essas características de um fruto natural poderíamos dizer


que o fruto espiritual esperado de nós pode ser identificado com
os DISCÍPULOS que fazemos para Jesus?

Me parece que sim!


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No discipulado:

1) um discípulo, mesmo que seja eu, Marcos, a discipula-lo, ele é


identificado com Jesus, ele é um cristão, um pequeno Cristo, não um
pequeno Marcos (sede meus imitadores como eu sou imitador de Cristo)...

2) o fruto, o discípulo, muito embora reproduza o caráter de Cristo, vai


beneficiar diretamente outras vidas, que vão conhecer Jesus através
dele.

3) o discípulo identifica Jesus onde estiver, identifica seu mestre (Atos


11.26 diz que os discípulos em Antioquia foram chamados de Cristãos
pela primeira vez).

4) o discípulo reproduz Jesus em sua vida e transmite essa


identidade de Cristo a outros discípulos, e assim por diante, os frutos
vão sendo reproduzidos.

Neste sentido:

O que chamamos de serviço cristão, é bom, mas apenas isso não é fruto.

O Evangelismo, sozinho, não é fruto ...

Somente o discipulado, que abrange serviço, evangelismo, cuidado


físico/emocional e espiritual; ensino, oração, adoração, comunhão,
transmissão de vida cristã, reprodução de Cristo: a junção de tudo
isso é o que chamamos de “Discipulado”, e somente o discipulado
é o "fruto" que Cristo espera de nós!

É literalmente o que está escrito no verso 8 “Meu Pai é glorificado nisto:


em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.
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*Discípulos saudáveis de Jesus naturalmente fazem discípulos
para Jesus, assim como um ramo saudável da videira
naturalmente produz uvas!

Se a nossa identidade está em Cristo e somos discípulos de Jesus


precisamos necessariamente fazer outros discípulos; ou somos
ramos que não estão conectados como deveriam à videira verdadeira que
é Jesus.

Nós podemos fazer muitas coisas boas na igreja mas, irmãos, nós
precisamos frutificar discípulos para Jesus para que o nosso Pai celestial
seja glorificado por meio das nossas vidas!

Porque há resultados que só vem quando:

*3) CONSTRUÍMOS NOSSA IDENTIDADE EM JESUS CRISTO (v. 7 E


16).

*“7. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras


permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos
será concedido.
16. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário,
eu vos escolhi e designei a ir e dar fruto, e fruto que
permaneça, a fim de que Pai vos conceda tudo
quanto lhe pedirdes em meu nome.” (Jo 15.7 e 16).

Estes dois versículos dizem literalmente que há coisas que só serão


concedidas por Deus aos discípulos verdadeiros de Jesus!

Uma identidade construída em Jesus Cristo vai suprir as três necessidades


existenciais básicas que eu apontei a você no início dessa mensagem:

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*1) todos nós queremos ser amados. Nós desejamos ser o foco do
amor de outra pessoa e algumas vezes não recebemos amor como
ansiamos. Antes de nos criar Deus já possuía um relacionamento perfeito
de amor na Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo). Deus não nos
criou para receber amor, Ele já tinha isso; Deus nos criou para
compartilhar o amor Dele conosco, por isso precisamos saber que somos
amados e só vamos ser nutridos por este amor se construirmos nossa
identidade em Cristo, se permanecermos verdadeiramente em Jesus;

*2) Todos nós queremos ser valorizados. Precisamos que alguém nos
diga que temos valor, que nossa existência tem um sentido; um
propósito, que realizamos algo nesta terra, não estamos apenas
sobrevivendo mais um dia, mas estamos vivendo uma vida significativa.
Essa necessidade existe porque a Bíblia diz que fomos criados à imagem e
semelhança de Deus, isso já nos confere uma dignidade intrínseca.
Apenas o fato de Deus ter escolhido compartilhar conosco do seu caráter,
suas qualidades, seus sentimentos, seus atributos comunicáveis como
justiça, amor, alegria; compaixão, misericórdia etc., faz com que nós
tenhamos esta necessidade de ter reconhecido o nosso valor. Só
um relacionamento pessoal com Jesus Cristo vai nos fazer sentir que
temos valor tão grande que Ele deu a própria vida por mim e por você.

Ninguém vai poder dizer que nós “não valemos nada”! A vida de Deus é
tudo, se Deus deu o seu tudo por mim e por você, significa que valemos
tudo para Deus!

*3) Todos nós queremos ser reconhecidos. Ninguém quer ser apenas
“mais uma peça” em uma linha de produção em série, como uma linha de
produção de carros ou peças. Nós fomos criados por Deus com
características absolutamente distintas de qualquer outro ser humano.
Nossas digitais, nossa orelha, nossa íris e tantos outros sinais, podem nos
distinguir de outras pessoas. Deus nos criou diferentes e só Ele conhece
a extensão e a profundidade das nossas diferenças e
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particularidades físicas, emocionais e espirituais.

Só Deus conhece as necessidades que temos agora, físicas, emocionais e


espirituais, e só Ele pode suprir cada uma dessas diferentes necessidades
que nós temos.

Só Jesus Cristo pode nos amar com amor completo; só Ele vai nos
valorizar por quem somos, mesmo com nossas lutas e dificuldades; só ele
vai nos reconhecer individualmente, porque Ele deseja participar das
nossas vidas, deseja nos amar e cuidar, como uma videira nutre os seus
galhos e lhes dá vida e uma vida tão abundante que produz vida, que
frutifica!

*Você está disposto a renunciar à sua identidade e ser identificado


com Cristo para que Ele te ame, valorize, reconheça da forma que
você necessita?

Esta é a grande questão desta noite!

O verso 11 diz que quem toma essa decisão Jesus lhe concede uma
“alegria plena”!

Feche seus olhos, vamos orar neste momento. Oração.

Linhares, 11 de março de 2022.

Pr. Marcos José Milagre


PIB Linhares

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