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Número 83
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. Art. 4. O presente Decreto entra em vigor na data da sua
publicação.
AVISO Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 13 de Abril
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve de 2021.
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma Publique-se.
por cada assunto, donde conste, além das indicações O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim Regulamento do Sistema de Administração
da República». Financeira do Estado
CAPÍTULO I
Disposições gerais
SUMÁRIO SECÇÃO I
Conselho de Ministros: Objecto e âmbito de aplicação
Decreto n.º 26/2021: Artigo 1
Aprova o Regulamento do Sistema de Administração Financeira (Objecto)
do Estado, são revogados o Decreto n.º 23/2004, de 20 O presente Regulamento estabelece as regras e os procedimentos
de Agosto; o Decreto n.º 53/2012, de 28 de Dezembro; para o funcionamento do Sistema de Administração Financeira
o Decreto n.º 68/2014, de 29 de Outubro; o Decreto do Estado, abreviadamente designado por SISTAFE.
n.º 6/2017, de 6 de Março; o Decreto n.º 77/2017,
de 28 de Dezembro; o Decreto n.º 52/2020, de 3 de Julho, Artigo 2
e as demais disposições que contrariem o presente Decreto. (Âmbito de aplicação)
1. O presente Regulamento aplica-se aos órgãos e instituições
do Estado, incluindo a sua representação no estrangeiro,
designadamente:
CONSELHO DE MINISTROS a) órgãos e instituições da administração directa do Estado;
b) institutos e fundos públicos;
Decreto n.º 26/2021 c) fundações públicas e empresas públicas, nas matérias
de 3 de Maio aplicáveis;
d) outros órgãos e instituições que a lei determinar.
Havendo necessidade de regulamentar a Lei n.º 14/2020,
2. O presente Regulamento aplica-se ainda às entidades
de 23 de Dezembro, que estabelece os princípios e normas de
descentralizadas, que compreendem os órgãos de governação
organização e funcionamento do Sistema de Administração descentralizada provincial e distrital e as autarquias locais.
Financeira do Estado, abreviadamente designado por SISTAFE,
ao abrigo do artigo 90 da Lei n.º 14/2020, de 23 de Dezembro, SECÇÃO II
o Conselho de Ministros decreta: Regimes da administração financeira
Artigo 1. É aprovado o Regulamento do Sistema Artigo 3
de Administração Financeira do Estado, em anexo, que é parte
(Regime geral da administração financeira)
integrante do presente Decreto.
Art. 2. Compete ao Ministro que superintende as áreas 1. O regime geral da administração financeira dos órgãos
da Planificação e de Finanças aprovar, por Diploma Ministerial, e instituições do Estado e entidades descentralizadas é o da auto-
nomia administrativa.
os Manuais e demais instrumentos operacionais necessários
2. A autonomia administrativa é caracterizada pela capacidade
para desenvolvimento e implementação do SISTAFE. que um órgão, instituição do Estado e entidade descentralizada
Art. 3. São revogados o Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto; tem de executar as fases da receita e da despesa.
o Decreto n.º 53/2012, de 28 de Dezembro; o Decreto n.º 68/2014, 3. Os órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas
de 29 de Outubro; o Decreto n.º 6/2017, de 6 de Março; o Decreto abrangidos pelo regime geral da administração financeira devem:
n.º 77/2017, de 28 de Dezembro; o Decreto n.º 52/2020, de 3 a) executar as fases da receita tendo como limite mínimo
de Julho, e as demais disposições que contrariem o presente os montantes fixados no Plano Económico e Social
Decreto. e Orçamento do Estado e no Plano e Orçamento;
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b) recolher ao Tesouro Público toda a receita cobrada; 6. Verificando-se as circunstâncias previstas no número
c) executar as fases da despesa respeitando o limite máximo anterior, o órgão ou instituição do Estado abrangido deve ser
fixado no Plano Económico e Social e Orçamento considerado nos limites da respectiva entidade de tutela a partir
do Estado e no Plano e Orçamento; do exercício seguinte.
d) gerir o património que lhe está afecto.
CAPÍTULO II
Artigo 4
Organização e Estrutura Funcional do SISTAFE
(Regime excepcional de administração financeira) Artigo 6
1. O regime excepcional de administração financeira
(Organização e estrutura funcional)
dos órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas
é o da autonomia administrativa, financeira e patrimonial. 1. O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas:
2. A atribuição do regime excepcional de administração a) Subsistema de Planificação e Orçamentação;
financeira, com fundamento na verificação dos requisitos previstos b) Subsistema da Contabilidade Pública;
no artigo 5 do presente Regulamento, bem como a sua cessação, c) Subsistema do Tesouro Público;
é da competência do Governo, salvo nos casos expressamente d) Subsistema do Património do Estado;
previsto por lei. e) Subsistema de Monitoria e Avaliação;
3. O regime referido no n.º 1 do presente artigo é caracterizado f) Subsistema de Auditoria Interna.
pela capacidade que um órgão, instituição do Estado ou entidade 2. Os Subsistemas do SISTAFE são estruturados em Unidades
descentralizada tem de realizar, para além do referido no artigo Funcionais compostas por Unidades de Supervisão, Intermédias
anterior, a programação financeira com base nas suas receitas e Gestoras, que permitem a desconcentração dos procedimentos
próprias, criar, adquirir, gerir e alienar o património próprio de cada macro-processo.
ou que lhe está afecto, nos termos da legislação aplicável. 3. Os órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas
4. Os órgãos ou instituições do Estado dotados de autonomia exercem as suas funções no âmbito do SISTAFE através
administrativa, financeira e patrimonial, que recebam recursos das unidades descritas no número anterior.
do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, devem,
no pagamento das suas despesas, utilizar em primeiro lugar SECÇÃO I
as receitas próprias. Unidades Funcionais
Artigo 5 Artigo 7
(Requisitos para atribuição do regime excepcional de administra- (Unidades de Supervisão)
ção financeira) 1. As Unidades de Supervisão são responsáveis pela norma-
1. Os órgãos e instituições do Estado só podem dispor lização, orientação e supervisão técnica do Subsistema a que
de autonomia administrativa, financeira e patrimonial quando esta pertencem.
se justifique para a sua adequada gestão, devendo ser comprovada 2. Cada um dos Subsistemas do SISTAFE deve ter uma única
por um estudo de viabilidade que garanta a existência de receitas Unidade de Supervisão.
próprias, que atinjam no mínimo dois terços das respectivas 3. Exceptuam-se do número anterior, as entidades
despesas totais. descentralizadas, que devem ter também uma Unidade
2. Constituem receitas próprias dos órgãos e instituições de Supervisão responsável pela orientação e supervisão técnica
do Estado, para a verificação dos requisitos constantes do número de cada um dos Subsistemas.
anterior, as que resultem de pagamentos, por outros órgãos 4. Compete ao Ministro que superintende as áreas
e instituições do Estado, institutos e fundos públicos, fundações da Planificação e de Finanças, por Diploma Ministerial, proceder
públicas e empresas públicas, entidades descentralizadas ou por
à designação do órgão ou instituição do Estado ou das autarquias
entidades privadas, por serviços prestados no âmbito das suas
locais que exerce a função de Unidade de Supervisão.
atribuições legais.
3. Para efeitos do disposto no n.º 2 do presente artigo, Artigo 8
não são consideradas receitas próprias os recursos provenientes
do Orçamento do Estado, dos orçamentos da Segurança Social, (Unidades Intermédias)
de quaisquer outros órgãos ou instituições do Estado dotados 1. As Unidades Intermédias são especializadas nas funções
ou não de autonomia administrativa, financeira e patrimonial de cada Subsistema e representam o elo entre a Unidade
e as receitas provenientes de donativos ou legados, exceptuando de Supervisão e as Unidades Gestoras.
as que sejam referentes a pagamentos de prestação de serviços. 2. Nos Órgãos Centrais, entidades descentralizadas, órgãos
4. Para efeitos da concessão do regime excepcional de representação do Estado na província, existem Unidades
de administração financeira, os órgãos e instituições do Estado Intermédias para cada Subsistema do SISTAFE.
devem apresentar a previsão de receitas próprias, para mínimo 3. Compete ao Ministro que superintende as áreas
de cinco anos, para o caso de entidades a serem criadas ou o
da Planificação e de Finanças, por Diploma Ministerial, designar
resultado a apurar nos demonstrativos contabilísticos dos três
o órgão, instituição do Estado ou das entidades descentralizadas
últimos exercícios económicos, obtidos através da escrituração
individual de cada órgão ou instituição do Estado no e-SISTAFE, que exerce a função de Unidade Intermédia.
para as entidades já existentes. Artigo 9
5. A falta de realização da receita própria nos termos
referidos no n.º 1 do presente artigo, por um período de dois (Unidades Gestoras)
anos consecutivos, determina a cessação do regime excepcional 1. As Unidades Gestoras classificam-se em Beneficiárias
de administração financeira e a consequente sujeição ao regime e Executoras, sendo vinculadas a uma Unidade Intermédia por
geral da administração financeira, nos termos do artigo 3 Subsistema, para a execução dos procedimentos estabelecidos
do presente Regulamento. nos macro-processos.
3 DE MAIO DE 2021 531
2. São Unidades Gestoras Beneficiárias os órgãos e instituições 2. Compete às Unidades de Supervisão do Subsistema
do Estado e das entidades descentralizadas destinatárias de uma de Planificação e Orçamentação, como responsável pela
parcela do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado orientação e supervisão técnica:
ou detentora de uma parcela do Património do Estado. a) planificar e controlar a execução dos procedimentos
3. São Unidades Gestoras Executoras os órgãos e instituições estabelecidos nos macro-processos que são da sua
do Estado e das entidades descentralizadas que têm capacidade responsabilidade;
administrativa de executar os procedimentos estabelecidos b) preparar e propor os elementos necessários
nos macro-processos do SISTAFE no e-SISTAFE e apoiam para a elaboração dos instrumentos de planificação
as Unidades Gestoras Beneficiárias a ela vinculadas. e orçamentação;
4. Compete ao Ministro que superintende as áreas c) elaborar a proposta dos instrumentos de planificação
da Planificação e de Finanças, por Diploma Ministerial, proceder e orçamentação;
à designação das Unidades Gestoras Executoras sob proposta d) elaborar a proposta da carteira de programas;
do titular do sector, Governador Provincial, Secretário e) elaborar a proposta de limites para a elaboração do Plano
de Estado na Província, Administrador do Distrito ou Presidente Económico e Social e Orçamento do Estado e do Plano
do Município. e Orçamento;
f) coordenar o processo de administração do Plano
SECÇÃO II
Económico e Social e Orçamento do Estado e do Plano
Subsistema de Planificação e Orçamentação e Orçamento;
Subsecção I g) acompanhar e avaliar o Plano Económico e Social
e Orçamento do Estado e o Plano e Orçamento, sem
Competências das Unidades Funcionais prejuízo da competência atribuída a outros órgãos;
Artigo 10 h) acompanhar a execução dos projectos de investimento
público e acompanhar a sua implementação;
(Unidade de Supervisão)
i) coordenar as Unidades Intermédias a ela vinculadas
1. Compete à Unidade de Supervisão do Subsistema e delegar competências visando à desconcentração
de Planificação e Orçamentação, como responsável pela de procedimentos;
normalização: j) elaborar programa de capacitação em matérias estabelecidas
a) elaborar proposta de normas e procedimentos nos macro-processos que são da responsabilidade do
do Subsistema de Planificação e Orçamentação; Subsistema de Planificação e Orçamentação;
b) elaborar proposta dos Manuais de Planificação k) capacitar os órgãos e instituições do Estado e entidades
e Orçamentação, de Projecções Macro-económicas descentralizadas, em matérias estabelecidas
e Fiscais e de Gestão do Investimento Público e mantê- nos macro-processos que são da responsabilidade
los actualizados; do Subsistema de Planificação e Orçamentação.
c) realizar estudos e pesquisas sócio-económicas de curto,
médio e longo prazos e análises de políticas públicas Artigo 11
que sirvam de base para a elaboração dos instrumentos
(Unidades Intermédias)
de planificação e orçamentação;
d) desenvolver metodologias para identificação, formulação, Compete às Unidades Intermédias do Subsistema de Plani-
priorização, selecção e aprovação de programas; ficação e Orçamentação:
e) promover o alinhamento de indicadores de resultados a) executar e controlar os procedimentos da sua respon-
de médio e longo prazos previstos nos instrumentos sabilidade, estabelecidos pela Unidade de Supervisão;
de planificação e orçamentação, com os indicadores b) coordenar e apoiar as Unidades Gestoras a ela vinculadas;
de resultados de curto prazo propostos nos programas; c) coordenar o processo de elaboração da proposta
f) promover a articulação conjunta e permanente entre dos instrumentos de planificação e orçamentação
os órgãos e instituições do Estado e entidades das Unidades Gestoras Beneficiárias a ela vinculadas,
descentralizadas, visando a compatibilização de através das Unidades Gestoras Executoras;
normas e tarefas afins e definir responsabilidades d) coordenar o processo de selecção e avaliação dos inves-
para a elaboração dos instrumentos de planificação timentos públicos;
e orçamentação; e) executar os actos referentes à administração do Plano
g) desenvolver metodologias de identificação, formulação, Económico e Social e Orçamento do Estado e do Plano
avaliação, selecção e aprovação de projectos e Orçamento;
de investimento público; f) certificar e registar no e-SISTAFE a conformidade
h) coordenar e definir procedimentos de gestão processual dos actos de gestão à responsabilidade
do investimento público nacional, bem como da Unidade;
a identificação de sectores prioritários para a atribuição g) capacitar as Unidades Gestoras a ela vinculadas,
e utilização de recursos para o investimento público; em matérias estabelecidas nos macro-processos, que
i) estabelecer e manter actualizados os classificadores são da responsabilidade do Subsistema de Planificação
do plano e orçamento; e Orçamentação.
j) elaborar e assegurar a implementação das normas
e procedimentos de controlo interno em conformidade Artigo 12
com as melhores práticas no respectivo subsistema;
(Unidades Gestoras Executoras)
k) definir e garantir o cumprimento das normas que
previnam práticas ineficientes, anti-éticas e anti- Compete às Unidades Gestoras Executoras do Subsistema
económicas, erros, fraudes, desvios e outras práticas de Planificação e Orçamentação:
inadequadas ou lesivas para o Estado, no respectivo a) executar os procedimentos que são da sua responsabilidade
subsistema. estabelecidos nos Manuais da Planificação e Orça-
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Artigo 28 Artigo 33
(Classificação) (Ciclo da gestão)
Subsecção IV Artigo 66
Dívida pública (Formas)
Artigo 64 1. A dívida pública pode ser interna ou externa.
2. A dívida pública interna pode assumir as seguintes formas:
(Estratégia)
a) Obrigações do Tesouro;
1. A Estratégia de Médio Prazo para Gestão da Dívida Pública
b) Bilhetes do Tesouro;
tem como objectivo assegurar a mobilização de financiamento
c) Contratos de Mútuo;
externo e interno para cobertura do défice público, tendo em conta
d) Contratos de Locação Financeira;
o menor custo e a minimização do risco para o Estado e contribuir
e) responsabilidades em mora, penalidade e compensações
para redução da dependência externa.
decorrentes do não pagamento de obrigações
2. A Estratégia de Médio Prazo para Gestão da Dívida Pública
contratuais incluindo as decididas judicialmente;
tem horizonte temporal de três anos, é actualizada anualmente
f) outras obrigações, nos termos de legislação aplicável.
e deve incluir, entre outros, os seguintes aspectos:
3. A dívida pública externa pode assumir as seguintes formas:
a) evolução e composição da carteira da dívida pública com
indicação do stock da dívida, da análise do custo e risco a) Contrato ou Acordo;
da carteira de dívida e da análise da sustentabilidade b) Títulos de Dívida Soberana, penalidade e compensações
da dívida pública; decorrentes do não pagamento de obrigações
b) pressupostos macroeconómicos; contratuais incluindo as decididas judicialmente.
c) necessidades de financiamento e mecanismos
Artigo 67
de recuperação da dívida;
d) estratégia e limite do endividamento; (Contratação)
e) medidas para garantir a sustentabilidade; 1. A contratação da dívida pública deve ter como base
f) principais desafios, nomeadamente condições de mercado as prioridades de financiamento definidas na Estratégia de Médio
e outros factores relevantes. Prazo para Gestão da Dívida Pública.
3. A Estratégia de Médio Prazo para Gestão da Dívida Pública 2. Na contratação da dívida pública deve ser assegurada
deve ser elaborada pelo Ministro que superintende a área das a participação das partes interessadas, nomeadamente, Ministério
Finanças e é aprovada pelo Governo até 30 de Março e divulgada da Economia e Finanças, Banco de Moçambique, o sector de tutela
na página da internet do Ministério da Economia e Finanças. do objecto da negociação e contratação e o Credor.
3. Na contratação da dívida pública devem ser analisados
Artigo 65
os termos e condições dos acordos do financiamento,
(Condições gerais para contratação da dívida pública) nomeadamente, o montante, taxa de juro, maturidade do finan-
1. A contratação da dívida pública deve observar as disposições ciamento, grau de concessionalidade, modalidades de pagamento
da Lei que aprova o Plano Económico e Social e Orçamento entre outras informações relevantes aos acordos.
do Estado. 4. Os termos e condições dos acordos são aprovados por
2. A contratação de financiamento que implique dívida pública Despacho do Ministro que superintende a área de Finanças.
carece de um mandato emitido pelo Ministro que superintende
a área das Finanças, achando-se cumpridos cumulativamente Artigo 68
os seguintes requisitos: (Certificação da legalidade)
a) identificação do credor; 1. A anteceder à ratificação, pelo Governo, do Acordo
b) termos e condições propostas; celebrado nos termos da alínea a) do n.º 3 do artigo 66 do presente
c) finalidade da operação; Regulamento, o Ministro que superintende a área das Finanças
d) descrição do Projecto; deve solicitar à Procuradoria-Geral da República a emissão de
e) impacto económico e/ou social do projecto; parecer ou opinião legal para a certificação jurídica da legalidade
f) estudo de pré-viabilidade económico e financeiro; da contratação da dívida.
g) análise do risco. 2. A dívida contraída e que não tenha merecido ratificação pelo
3. A contratação e emissão da dívida pública ou assunção Governo é considerada inválida.
de responsabilidades financeiras que envolvam matéria fiscal
carecem de autorização do Ministro que superintende a área Artigo 69
das Finanças, ainda que tais despesas tenham dotação no Plano (Retrocessão de Empréstimos)
Económico e Social e Orçamento do Estado.
4. O Ministro que superintende a área das Finanças define, 1. Os empréstimos contratados pelo Estado para fins
em obediência às condições estabelecidas nos números anteriores, de retrocessão a outras entidades estão sujeitos à análise
as condições complementares que devem obedecer a negociação, de riscos e são aprovados quando se verifiquem cumulativamente
contratação e emissão da dívida pelo Estado. as seguintes condições:
5. Na fixação das condições referidas no número anterior, a) ter o Estado participação na entidade ou interesse
o Ministro que superintende a área das Finanças deve ainda no empreendimento, projecto ou operação financeira
atender às condições correntes nos mercados financeiros, bem que justifique o financiamento;
como à expectativa razoável da sua evolução. b) existir um projecto concreto de investimento e um estudo
6. A contratação da dívida pública observa as normas que mostra viabilidade da operação a financiar;
de fiscalização pelo Tribunal Administrativo, nos termos c) apresentar o beneficiário do empréstimo, características
da legislação aplicável. económicas, financeiras e organizacionais que
7. Os procedimentos para a emissão da dívida pública são ofereçam segurança suficiente para fazer face às
previstos no Manual da Gestão da Dívida Pública. responsabilidades que pretende assumir;
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Subsecção V Artigo 75
2. As operações de gestão da dívida pública previstas As garantias são prestadas quando se trate de operações
no número anterior podem ser realizadas por delegação de crédito ou financeiras relativas a empreendimentos ou projectos
de competências do Ministro que superintende a área das de manifesto interesse para a economia nacional, crescimento
Finanças, nos termos da legislação aplicável. e bem-estar económico e social.
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4. Os relatórios referidos no n.º 1 devem ser publicados d) globalizar, supervisionar e monitorar a elaboração
na página da internet do Ministério da Economia e Finança, 30 e implementação dos planos de contratações pública;
dias após o fim do período. e) criar e manter actualizado o cadastro de empreiteiros
de obras públicas, fornecedores de bens e prestadores
Artigo 89 de serviços elegíveis e os impedidos de contratar com
(Informação sobre dívida pública) o Estado;
f) coordenar a criação e manutenção de catálogo de bens
1. O Governo informará semestralmente à Assembleia
e serviços e de preços de referência do mercado;
da República sobre a dívida contratada e garantida e as condições
g) prover informação sobre preços de bens e serviços
específicas dos empréstimos celebrados através do balanço
praticados no mercado;
de execução do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado.
h) elaborar e disponibilizar informações sobre contratação
2. A informação referida no número anterior deve ser
de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens
publicada, em anexo à Conta Geral do Estado, com indicação
e prestação de serviço ao Estado;
das respectivas responsabilidades, apuradas em relação a 31
i) coordenar e supervisionar o processo de elaboração
de Dezembro de cada ano.
e consolidação dos inventários anuais, bem como
SECÇÃO V propor ao Ministro que superintende a área das
Finanças a realização de inventário geral;
Subsistema do Património do Estado j) supervisionar e monitorar os processos de avaliação,
Subsecção I valoração, registo, utilização, conservação, abate
e alienação dos bens do Estado;
Competências das Unidades Funcionais
k) propor a actualização das taxas de amortização dos bens
Artigo 90 do Estado;
(Unidade de Supervisão) l) garantir a reavaliação dos bens totalmente amortizados
1. Compete à Unidade de Supervisão do Subsistema para o seu aproveitamento ou abate;
do Património do Estado como responsável pela normalização: m) elaborar programa de capacitação em matérias
estabelecidas nos macro-processos que são
a) elaborar proposta de normas e procedimentos relacionados
da responsabilidade do Subsistema do Património
com o Subsistema do Património do Estado, incluindo
a planificação, a aquisição, o registo, a inventariação, do Estado;
a utilização, a conservação, o abate e alienação n) capacitar os órgãos e instituições do Estado e entidades
dos bens do Estado; descentralizadas em matérias estabelecidas nos macro-
b) elaborar proposta dos Manuais de Contratação Pública -processos que são da responsabilidade do Subsistema
e de Gestão do Património do Estado e mantê-los do Património do Estado.
actualizados;
c) instituir, manter e aperfeiçoar sistemas de informação que Artigo 91
permitam realizar o controlo da gestão da contratação (Unidades Intermédias)
pública e do património do Estado e gerar informações Compete às Unidades Intermédias do Subsistema do Patri-
de gestão; mónio do Estado:
d) propor ao Ministro que superintende a área das Finanças
a padronização de bens e serviços, bem como as a) executar e controlar os procedimentos da sua
aquisições a serem centralizadas por Unidades responsabilidade, estabelecidos pela Unidade
Gestoras e a sua abrangência; de Supervisão;
e) realizar estudos quantitativos e qualitativos necessários b) coordenar e apoiar as Unidades Gestoras a ela vinculadas;
à definição e implementação de políticas sobre c) coordenar o processo de elaboração e consolidação
contratação pública e de gestão do património do inventário ao seu nível;
do Estado; d) garantir a actualização do Cadastro Único de Empreiteiros
f) elaborar e assegurar a implementação das normas de Obras Públicas, Fornecedores de Bens e Prestadores
e procedimentos de controlo interno em conformidade de Serviços ao Estado;
com as melhores práticas no respectivo subsistema; e) coordenar a elaboração da informação sobre a contratação
g) definir e garantir o cumprimento das normas que pública e remeter a Unidade de Supervisão;
previnam práticas ineficientes, anti-éticas e anti- f) certificar e registar no e-SISTAFE a conformidade
económicas, erros, fraudes, desvios e outras práticas processual dos actos de gestão patrimonial;
inadequadas ou lesivas para o Estado do respectivo g) capacitar as Unidades Gestoras a ela vinculadas,
subsistema.
em matérias estabelecidas nos macro-processos
2. Compete a Unidade de Supervisão do Subsistema que são da responsabilidade do Subsistema do Patri-
do Património do Estado, como responsável pela orientação mónio do Estado.
e supervisão técnica:
a) planificar e controlar a execução das actividades Artigo 92
estabelecidas nos macro-processos que são da sua (Unidades Gestoras Executoras)
responsabilidade;
Compete às Unidades Gestoras Executoras do Subsistema
b) coordenar as Unidades Intermédias a ela vinculadas,
do Património do Estado:
delegando competências visando a desconcentração
de procedimentos; a) executar as actividades da sua responsabilidade,
c) fiscalizar e supervisionar as actividades relacionadas estabelecidas nos termos da legislação específica;
com a contratação pública e gestão do património b) instaurar os processos de contratação de empreitadas
do Estado; de obras públicas, fornecimento de bens e prestação
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d) divulgar metodologias e orientações para a monitoria por forma a garantir o cumprimento dos objectivos e metas
e avaliação dos instrumentos de planificação programadas.
e orçamentação de curto, médio e longo prazos
às Unidades Gestoras a ela vinculadas; Artigo 108
e) produzir relatórios de monitoria da execução física (Etapas)
e financeira dos instrumentos de planificação
e orçamentação de curto, médio e longo prazos da sua O processo de monitoria deve garantir o ajuste do desempenho
responsabilidade; ao que foi previamente estabelecido, compreendendo quatro
f) coordenar o processo da avaliação dos instrumentos, etapas:
definindo os termos de referência e garantindo a sua a) estabelecimento de metas e padrões de desempenho;
aplicação; b) monitoria do desempenho;
g) propor recomendações para a melhoria de desempenho c) comparação do desempenho alcançado com as metas
da acção governativa da sua responsabilidade; definidas;
h) elaborar os relatórios trimestral, semestral e anual d) correcção de desvios.
do Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento
do Estado da sua responsabilidade; Artigo 109
i) coordenar o processo de elaboração das propostas
de relatórios de balanço dos instrumentos de plani- (Critérios)
ficação e orçamentação das Unidades Gestoras; 1. As acções, indicadores e metas a serem monitoradas são
j) capacitar as Unidades Gestoras a ela vinculadas, definidas na fase de planificação e não podem ser alteradas durante
em matérias de monitoria e avaliação do desempenho a monitoria, excepto se a revisão do plano e orçamento resultar
da gestão das Finanças Públicas. da aprovação do órgão competente.
2. Para o estabelecimento de metas e padrões de desempenho
Artigo 105 deve ser definido o que se pretende alcançar e os critérios a serem
(Unidades Gestoras Executoras) utilizados na monitoria, tendo em conta o horizonte temporal,
Compete às Unidades Gestoras Executoras do Subsistema o custo e o desempenho físico.
de Monitoria e Avaliação: 3. O desempenho físico é monitorado com recurso ao código
de cores, observando a seguintes classificação:
a) executar os procedimentos da sua responsabilidade,
divulgados pela Unidade Intermédia; a) verde, que significa que a meta foi cumprida,
b) encaminhar à Unidade Intermédia a qual estão correspondendo à uma realização igual ou superior
vinculadas, a proposta do Relatório balanço a 100% da meta planificada;
dos instrumentos de Planificação e Orçamentação b) amarelo, que significa uma realização entre 50% a 99%
das Unidade Gestoras Beneficiárias por elas apoiadas, da meta;
conforme as orientações recebidas; c) vermelho, que significa uma realização igual ou inferior
c) propor medidas para o alcance dos resultados preconizados a 49%.
nos instrumentos de planificação e orçamentação 4. Os programas, subprogramas e projectos que apresentem
da sua responsabilidade; uma execução financeira acelerada devem ser sujeitos à veri-
d) garantir o cumprimento dos indicadores utilizados ficação da sua execução física no terreno.
para as actividades de monitoria e avaliação; 5. Considera-se execução financeira acelerada, quando
e) realizar a monitoria e avaliação dos instrumentos a execução da despesa situa-se acima dos parâmetros previstos
de planificação e orçamentação de curto, médio e longo para o período de execução:
prazos na sua responsabilidade segundo as orientações a) primeiro trimestre, quando a execução financeira for
metodológicas divulgadas pela Unidade Intermédia; superior a 25%;
f) produzir relatórios de monitoria da execução física b) segundo trimestre, quando a execução financeira for
e financeira dos instrumentos de planificação superior a 50%;
e orçamentação de curto, médio e longo prazos da sua c) terceiro trimestre, quando a execução financeira for
responsabilidade, segundo orientações metodológicas superior a 75%.
divulgadas pela Unidade Intermédia;
6. A verificação referida no número anterior visa a identificação
g) elaborar a proposta do relatório balanço dos instrumentos
de planificação e orçamentação de curto, médio e longo e prevenção de práticas ineficientes, anti-éticas e antieconómicas,
prazos da sua responsabilidade. erros, fraudes, desvios e outras práticas inadequadas ou lesivas
para o Estado na contratação e execução da despesa pública.
Artigo 106
Artigo 110
(Unidades Gestoras Beneficiárias)
(Monitoria dos Instrumentos de Planificação de Curto Prazo)
Compete às Unidades Gestoras Beneficiárias, elaborar
a proposta do relatório de avaliação do Plano Económico 1. Constitui instrumento de monitoria de curto prazo o Balanço
e Social e Orçamento do Estado e encaminhar à Unidade Gestora de Execução e de Implementação do Plano Económico e Social
Executora a qual está vinculada. e Orçamento do Estado.
2. Os órgãos e instituições do Estado devem elaborar
Subsecção II e submeter à Unidade de Supervisão do Subsistema de Monitoria
Monitoria e Avaliação, o balanço trimestral, semestral e anual de execução
do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, até 20
Artigo 107 dias após o período.
(Definição) 3. As entidades descentralizadas devem elaborar e submeter
A monitoria é um processo permanente de colecta, análise, à aprovação das repectivas Assembleias, o balanço trimestral,
sistematização de informações e de verificação dos progressos semestral e anual de execução do Plano e Orçamento, até 20
da acção governativa, visando a tomada de medidas correctivas dias após o período.
548 I SÉRIE — NÚMERO 83
4. Os balanços semestrais e anuais das entidades descentralizadas b) elaborar proposta do Manual da Auditoria Interna
aprovados pelas respectivas Assembleias, devem ser submetidos e mantê-lo actualizado;
ao Ministro que superintende as áreas da Planificação c) elaborar e divulgar anualmente orientações metodológicas
e de Finanças, até dia 1 de Agosto do ano em curso e 2 de Fevereiro para a elaboração da proposta da Programação
do ano seguinte, respectivamente. da Auditoria Interna;
5. Compete à Unidade de Supervisão, elaborar o Balanço d) divulgar e advogar aplicação das normas, procedimentos
de Execução e de Implementação do Plano Económico e práticas profissionais de auditoria interna
e Social e Orçamento do Estado com base na análise e avaliação nas unidades do Subsistema de Auditoria Interna;
dos balanços referidos nos n.ºs 2 e 4 do presente artigo e no e) conceber e assegurar a implementação de um programa
Relatório de execução do Plano Económico e Social e Orçamento
de avaliação e melhoria contínua de qualidade para
do Estado referido no n.º 3 do artigo 46 do presente Regulamento.
as unidades do Subsistema de Auditoria Interna;
6. O Balanço de Execução e de Implementação do Plano
Económico e Social e Orçamento do Estado semestral e anual f) elaborar e assegurar a implementação das normas
é elaborado pelo Governo e submetido à Assembleia da República e procedimentos de controlo interno em conformidade
até 45 dias após os períodos, devendo ser publicado e divulgado com as melhores práticas no respectivo subsistema;
na página da internet do Ministério da Economia e Finanças. g) definir e garantir o cumprimento das normas que
7. Os procedimentos e conteúdo do Balanço de Execução previnam práticas ineficientes, anti-éticas e anti-
e de Implementação do Plano Económico e Social e Orçamento económicas, erros, fraudes, desvios e outras práticas
do Estado constam do Manual da Monitoria e Avaliação. inadequadas ou lesivas para o Estado, no respecivo
subsistema.
Subsecção III
2. Compete às Unidades de Supervisão do Subsistema
Avaliação de Auditoria Interna, como responsável pela orientação
Artigo 111 e supervisão técnica:
(Definição) a) planificar e controlar a execução das actividades
estabelecidas nos macro-processos que são da sua
A avaliação consiste no exame sistemático e objectivo
responsabilidade;
de uma política, estratégia, programa, subprograma, projecto
ou iniciativa em curso ou concluída, no concernente a sua b) analisar e consolidar as propostas da Programação
concepção, implementação e resultados, com o objectivo da Auditoria Interna do Subsistema;
de determinar a sua relevância, coerência, eficácia, eficiência, c) efectuar o carregamento das actividades constantes
impacto e sustentabilidade. da Programação da Auditoria Interna no e-SISTAFE;
d) monitorar a execução das actividades constantes
Artigo 112 da Programação da Auditoria Interna;
(Avaliação dos instrumentos de planificação e orçamentação e) emitir relatórios anuais consolidados sobre a execução
de médio e longo prazos) da Programação da Auditoria Interna;
1. Todos os instrumentos de planificação e orçamentação f) monitorar a implementação das recomendações
de médio e longo prazos, devem ser sujeitos à avaliação. das auditorias realizadas pelas Unidades de Auditoria
2. A avaliação referida no número anterior é realizada Interna e das realizadas pelo Tribunal Administrativo
a meio termo da implementação dos instrumentos e no fim no âmbito da Conta Geral do Estado;
da sua vigência. g) intervir, mediar e orientar em situações de conflitos
3. A avaliação final é realizada por equipas multidisciplinar que ameacem a independência das unidades
ou por avaliadores externos independentes, em observância de auditoria interna e a objectividade dos auditores;
ao princípio da integridade, da independência e da credibilidade h) fiscalizar e avaliar o cumprimento das metas estabelecidas
dos resultados. nos planos e programas centrais, sectoriais e provinciais,
4. Compete às Unidades Intermédias do Subsistema bem como a sua execução;
de Monitoria e Avaliação avaliar os instrumentos, definindo i) realizar a avaliação dos processos de gestão de riscos,
os termos de referência e garantindo a sua aplicação. de controlo e de governança das operações de crédito,
5. Os procedimentos de avaliação dos instrumentos
avais, garantias, direitos e haveres do Estado;
de planificação e orçamentação constam no Manual da Monitoria
j) emitir parecer sobre a adequação e conformidade com
e Avaliação.
os princípios de auditoria interna e governança
SECÇÃO VII relativamente aos instrumentos referidos na alínea a)
do número anterior;
Subsistema de Auditoria Interna
k) emitir pareceres sobre as contas de gerência dos órgãos
Subsecção I e instituições sob sua jurisdição;
Competências das Unidades Funcionais l) avaliar os sistemas e tecnologias de informação de gestão
Artigo 113 das finanças públicas;
m) elaborar o programa de capacitação em matérias
(Unidades de Supervisão) estabelecidas nos macro-processos que são da
1. Compete à Unidade de Supervisão do Subsistema responsabilidade do Subsistema de Auditoria Interna;
de Auditoria Interna, como responsável pela normalização: n) capacitar os órgãos e instituições do Estado e entidades
a) elaborar proposta de normas, procedimentos, metodologias descentralizadas em matérias estabelecidas nos macro-
e outros instrumentos relacionados com o Subsistema processos que são da responsabilidade do Subsistema
de Auditoria Interna; de Auditoria Interna.
3 DE MAIO DE 2021 549
5. A gestão do Plano de Tesouraria dos órgãos e instituições anualmente a conferência física dos bens do Estado que
do Estado e das entidades descentralizadas é da responsabilidade lhes forem afectos, garantindo a sua conservação e manutenção.
das Unidades de Supervisão do Subsistema do Tesouro Público.
SECÇÃO VIII
SECÇÃO VI
Conta Geral do Estado
Rede de Cobrança Artigo 195
Artigo 189
(Estrutura e Conteúdo)
(Composição) A Conta Geral do Estado deve conter a seguinte informação
A Rede de Cobrança do Estado é composta por todos básica:
os órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas a) relatório do Governo sobre os resultados da execução
que executam as fases da receita, na qualidade de Unidades do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado
Intermédias ou de Unidades Gestoras Executoras de Receita referente ao exercício económico, compreendendo:
do Subsistema do Tesouro Público.
i. análise sumária dos principais indicadores macro-
Artigo 190 económicos previstos e atingidos;
ii. análise detalhada sobre as medidas implementadas
(Administração e supervisão da Rede de Cobrança)
relativas às políticas orçamental, fiscal, monetária
A administração e supervisão da Rede de Cobrança são e cambial e da balança de pagamentos;
da responsabilidade das Unidades de Supervisão e Unidades iii. análise das transacções, factos e eventos que
Intermédias das entidades descentralizadas do Subsistema afectaram a posição financeira, o desempenho
do Tesouro Público. financeiro, os fluxos de caixa e a execução
orçamental no período de relato;
Artigo 191
iv. o financiamento global do Plano Económico e Social
(Operacionalização da Rede de Cobrança) e Orçamento do Estado, com discriminação por
1. Os órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas fontes de financiamento;
que compõem a Rede de Cobrança utilizam a Conta Única v. os mapas de execução do Plano Económico e Social
do Tesouro como instrumento de arrecadação para atender as e Orçamento do Estado, comparativos entre
fases da receita. as previsões orçamentais e a receita cobrada
2. As entidades descentralizadas que compõem a Rede e daquelas com a despesa liquidada ou paga,
de Cobrança utilizam as respectivas contas únicas como segundo classificadores.
instrumento de arrecadação para atender as fases da receita. b) demonstrações financeiras do Estado, a serem feitas
3. As fases da receita são registadas contabilisticamente a nível de acordo com o Plano Básico de Contabilidade
das Unidades Intermédias e Gestoras Executora da Receita no Pública e que compreendem:
Plano Básico de Contabilidade Pública, utilizando o e-SISTAFE. i. o balanço;
ii. a demonstração de resultados, que indica
SECÇÃO VII
o apuramento do resultado obtido pela comparação
Instrumentos de Gestão do Património do Estado das Variações Activas e Passivas resultantes
Artigo 192 ou independentes da execução orçamental;
iii. a demonstração dos fluxos de caixa, que são
(Cadastro)
movimentos de entradas e saídas de valores
O Cadastro de bens é o instrumento de registo de bens que em caixa e seus equivalentes e que, devem ser
compõem o domínio público do Estado, especificando as suas classificadas de acordos com as actividades
características físicas, valor financeiro e localização, nos termos operacionais, de investimento e de financiamento;
da legislação aplicável. iv. a demonstração das variações no património líquido,
que mostra o resultado das variações patrimoniais
Artigo 193
positivas e negativas;
(Tombo) v. as notas anexas, que são notas explicativas
O Tombo é o instrumento de registo de todos os bens imóveis de conteúdos tratados.
do domínio privado do Estado com todas as demarcações
e confrontações, nos termos da legislação aplicável. Artigo 196
(Balanço)
Artigo 194
1. O Balanço é composto pelos resultados das componentes
(Inventário) Financeiras e Patrimonial.
1. O Inventário é o instrumento utilizado para o registo, 2. O Balanço Financeiro demonstra a receita e a despesa
acompanhamento e controlo dos bens que compõem o património orçamentais realizadas, bem como os recebimentos e os paga-
do Estado ou que estejam à sua disposição e deve ser classificado, mentos de natureza não orçamental, conjugados com os saldos
quantificado e valorado, nos termos da legislação aplicável. do exercício anterior e agrupados por Fluxos de Caixa, de acordo
2. Cada órgão, instituição do Estado ou entidade descentralizada com o tipo de actividades, apurando-se fluxos de caixa do período.
é responsável pela elaboração e actualização do seu inventário. 3. O Balanço Patrimonial demonstra as informações relativas
3. O inventário dos bens patrimoniais do Estado deve ser à posição das contas que constituem o Activo e o Passivo sendo
permanentemente actualizado pelos órgãos e instituições o equilíbrio estabelecido pelo saldo patrimonial positivo ou
do Estado e entidades descentralizadas, bem como, efectuar negativo.
3 DE MAIO DE 2021 559
SECÇÃO IX
Subsecção I
Definição e estrutura
Plano de Auditoria Interna
Subsecção I Artigo 203
(Definição)
Objectivos e Estrutura
1. O SISTAFE é operacionalizado por um sistema informático
Artigo 198
denominado e-SISTAFE.
(Objectivos) 2. A nível das autarquias locais, o e-SISTAFE é denominado
O Plano de Auditoria Interna tem em vista garantir adequada e-SISTAFE Autárquico.
cobertura geográfica e orçamental das entidades sujeitas à auditoria Artigo 204
priorizando as que apresentam maior risco e racionalizando os
recursos através do uso de sinergias de complementaridade entre (Estrutura)
as diversa Unidades Funcionais do Subsistema de Auditoria 1. O sistema informático do SISTAFE compreende módulos
Interna. e funcionalidades que suportam os procedimentos da gestão das
finanças públicas.
Artigo 199 2. Constituem módulos do sistema informático do SISTAFE:
(Estrutura) a) Módulo de Planificação e Orçamentação, designado por
1. O Plano de Auditoria Interna é um documento de gestão MPO, que apoia o macro-processo de elaboração,
das auditorias que integra a lista das acções a serem desenvolvidas aprovação, monitoria e avaliação dos instrumentos
no exercício económico pelas Unidades Funcionais do Subsistema de planificação e orçamentação;
de Auditoria Interna, com os respectivos códigos de identificação b) Módulo de Execução do Plano Económico e Social
das actividades, entidades objecto de auditoria, cronograma, e Orçamento do Estado, designado por MEX, que apoia
recursos necessários, metas e indicadores de desempenho. o macro-processo de execução do Plano Económico
2. A integração das acções de cada unidade deve ser estabele- e Social e Orçamento do Estado;
cida no e-SISTAFE, com base na respectiva classificação orgânica. c) Módulo de Gestão do Investimento Público, designado
por MIP, que apoia na formulação e gestão dos
Subsecção II investimentos públicos e no macro-processo de
elaboração, aprovação e monitoria dos instrumentos
Operacionalização e Avaliação do Plano de planificação e orçamentação;
Artigo 200 d) Módulo de Gestão do Património do Estado, designado
por MPE, que apoia na gestão das contratações
(Objecto da acção da auditoria)
públicas e do património do Estado e no macro-
Os órgãos e instituições do Estado e entidades descentralizadas, -processo de gestão do património do Estado;
programas e projectos objecto da acção ordinária da auditoria e) Módulo de Gestão da Folha de Pagamentos, designado
interna constam do Plano de Auditoria Interna, devidamente por MFP, que apoia na elaboração da folha de salários
aprovado. dos funcionários e agentes do Estado, respectivamente
e no macro-processo de execução do Plano Económico
Artigo 201 e Social e Orçamento do Estado;
(Avaliação do Plano de Auditoria Interna)
f) Módulo de Gestão da Dívida Pública, designado por
MDP, que apoia na gestão da dívida pública e garantias
O Plano de Auditoria Interna está sujeito à monitoria do Estado e no macro-processo de gestão da dívida
e avaliação da sua implementação e emissão do Relatório-Balanço pública;
anual. g) Módulo de Gestão do Financiamento, designado por
Artigo 202 MGE, que apoia na administração dos financiamentos
(Técnicas e Instrumentos de auditoria) interno e externos e no macro-processo de elaboração,
aprovação e monitoria dos instrumentos de planificação
1. Na realização dos trabalhos de auditoria interna, e orçamentação;
os auditores internos do Subsistema de Auditoria Interna podem h) Módulo da Recolha da Receita, designado por MRR,
utilizar técnicas e procedimentos de auditoria geralmente aceites, que apoia na recolha de toda a receita da administração
que incluem inquéritos, entrevistas, testes analíticos e testes pública e no macro-processo de execução do Plano
substantivos com base em diversas técnicas de amostragem. Económico e Social e Orçamento do Estado;
560 I SÉRIE — NÚMERO 83
i) Módulo de Gestão de Informações, designado por 3. Cada transacção do sistema informático do SISTAFE pode
MGI, que apoia na geração de informações obtidas ter ou não a ela associado um ou mais registos contabilísticos.
a partir dos demais Módulos do sistema informático 4. As transacções no sistema informático do SISTAFE são
do SISTAFE e de outros sistemas informáticos, públicos agrupadas definindo perfis de operação, que têm como principal
ou privados desde que devidamente autorizado; objectivo, atender ao princípio da segregação de funções.
j) Módulo de Administração das Auditorias Internas, 5. Todas as actividades realizadas pelos utilizadores no sistema
designado por MAI, que apoia na programação informático do SISTAFE são registadas identificando o utilizador,
e execução da auditoria interna e no macro-processo a data, o horário, a transacção solicitada, o terminal de acesso e,
de avaliação e consultoria da gestão financeira, se ela foi bem sucedida ou não.
patrimonial e de desempenho; 6. Caso a actividade referida no número anterior não tenha
k) Módulo de Administração do Sistema, designado sido bem sucedida, deve ser indicado o motivo.
por MAS, que apoia na administração do sistema 7. O registo definido no n.º 5 do presente artigo está disponível
informático do SISTAFE. por cinco anos em tempo real e para os anos seguintes, por
3. O sistema informático do SISTAFE é desenvolvido, mantido solicitação à entidade gestora do sistema informático do SISTAFE.
e disponibilizado a todos os órgãos e instituições do Estado Artigo 207
e entidades descentralizadas para operação dos procedimentos
do SISTAFE, considerando: (Gestão de dados do sistema informático do SISTAFE)
a) a natureza crítica e o sigilo das informações tratadas; 1. A estrutura de dados do sistema informático do SISTAFE
b) a função típica de Estado estabelecida nos procedimentos é segregada por Gestão.
do SISTAFE; 2. O acesso aos dados é realizado através de funcionalidades
c) as especificidades das entidades descentralizadas. de acordo com perfil de utilizadores definido no artigo 205
do presente Regulamento.
Subsecção II 3. A abrangência do acesso referida no número anterior
é definida pela Unidade Funcional na altura do cadastro
Segurança e Controlo de Acesso
do utilizador do sistema informático do SISTAFE.
Artigo 205
Artigo 208
(Utilizador do sistema informático do SISTAFE)
1. O utilizador que tem a prerrogativa de operar o sistema (Desenvolvimento, manutenção e produção)
informático do SISTAFE deve ser um Funcionário ou Agente 1. Os servidores públicos enquanto estiverem envolvidos
do Estado ou colaborador com vínculo laboral com um órgão no desenvolvimento, testagem, capacitação e produção
ou instituição do Estado ou entidade descentralizada. do sistema informático do SISTAFE não devem operar
2. O utilizador que opera o sistema informático do SISTAFE transacções no sistema informático.
deve ser qualificado em curso de formação específico como 2. Com vista ao referido no número anterior, os ambientes
utilizador e é responsável pelos actos por ele praticados na gestão de desenvolvimento, manutenção e produção do sistema
das finanças públicas. informático do SISTAFE devem prover controlos de acesso
3. O utilizador é cadastrado no sistema informático e registar as operações realizadas pelos usuários no exercício
do SISTAFE num único órgão, instituição do Estado ou entidade das suas atribuições.
descentralizada, sendo este uma Unidade de Supervisão, 3. Exceptuam-se do previsto no n.º 1 do presente artigo
Intermédia, Gestora Executora ou Gestora Beneficiária. as situações, devidamente autorizadas, em que as Unidades
4. O utilizador do sistema informático do SISTAFE responsáveis pela operação das transacções do e-SISTAFE não
pode ter acesso a mais de uma Unidade ou Gestão, nos
detenham ainda capacidade e condições técnicas para o efeito.
termos estabelecidos no Manual de Administração Financeira
e Procedimentos Contabilísticos. Artigo 209
5. O utilizador, ao ser cadastrado no sistema informático
do SISTAFE, pode ter vários perfis de operação, desde que (Rede de comunicação privativa)
observe o princípio de segregação de funções. 1. Com vista a atender a natureza crítica e o sigilo
6. Exceptuam-se da observância do princípio de segregação das informações tratadas pelo sistema informático do SISTAFE,
de funções, as Unidades Gestoras Executoras que não tenham a rede de comunicação de dados que apoia o sistema informático
mais de cinco Funcionários ou Agentes do Estado para a utilização do SISTAFE deve ser privativa.
do sistema informático do SISTAFE. 2. A garantia da privacidade estabelecida no número anterior,
7. Compete à Unidade de Supervisão do Subsistema a ser provida pela instituição gestora do sistema informático
de Contabilidade Pública proceder ao enquadramento das do SISTAFE, deve ser apoiada na arquitectura das tecnologias
Unidades a que se refere o número anterior, com base em criteriosa de informação e nos recursos tecnológicos disponíveis
avaliação, caso a caso. no mercado.
Anexo
Estrutura do Plano Básico de Contabilidade Pública
1. Activo 2. Passivo
1.1 Activo Corrente 2.1 Passivo Corrente
1.1.1 Disponível 2.1.1 Retenções de Curto Prazo
1.1.2 Créditos 2.1.2 Crédito p/Cobertura de Deficits
1.1.3 Materiais de Tesouraria
1.1.4 Bens e valores pendentes 2.1.3 Obrigações a Pagar
1.2 Realizável a médio e longo prazo 2.1.4 Valores Pendentes
1.2.1 Créditos Realizáveis a M. e L. Prazo 2.2 Exigível a médio e longo prazo
1.3 Activo Fixo 2.2.1 Dívida Interna
1.3.1 Corpóreo 2.2.2 Dívida Externa
1.3.2 Incorpóreo 2.2.3 Outras Operações de crédito
1.3.3 Amortizações e Reintegrações 2.3 Resultados de Exercícios Futuros
2.3.1 Receitas de Exercícios Futuros
2.4 Fundos Próprios
2.4.1 Património da Gestão
2.4.2 Ajustamentos do Capital
2.4.3 Reservas
2.4.4 Subsídios e Doações
2.4.5 Resultado Acumulado
3. Despesas 4. Receitas
3.1 Despesas Correntes 4.1 Receitas Correntes
3.1.1 Despesas com Pessoal 4.1.1 Tributárias
3.1.2 Bens e Serviços 4.1.2 Contribuições sociais
3.1.3 Encargos da Dívida 4.1.3 Patrimoniais
3.1.4 Transferências Correntes 4.1.4 Exploração de bens do domínio público
3.1.5 Subsídios 4.1.5 Vendas de bens e serviços
3.1.6 Exercícios Findos 4.1.6 Donativos correntes
3.1.7 Demais Despesas Correntes 4.1.7 Transferências correntes
3.2 Despesas de Capital 4.1.9 Outras receitas correntes
3.2.1 Bens de Capital 4.2 Receitas de Capital
3.2.2 Transferências de Capital 4.2.1 Empréstimos
3.2.3 Operações Financeiras 4.2.2 Alienação do património do Estado
3.2.4 Demais Despesas de Capital 4.2.3 Amortização dos empréstimos concedidos
4.2.4 Donativos de capital
4.2.5 Transferências de capital
4.2.9 Outras transferências de capital
Preço — 170,00 MT