AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE PLANTAR EM IDOSOS COM OS

MONOFILAMENTOS DE SEMMES-WEINSTEIN

Joyngle do Amaral Kremer1, Simone Pilger2, Dinara Hansen Costa3

Palavras-chave: Envelhecimento. Fisioterapia. Limiar Sensorial. Hipestesia.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O envelhecimento leva a mudanças nas propriedades mecânicas da pele, resultando na
diminuição da capacidade de perceber a estimulação aplicada às solas dos pés (PETERS et al.,
2016). Existem poucas pesquisas relacionadas ao autocuidado com os pés, como requisito para
qualidade de vida dos idosos, assim também como são poucas as evidências destacando os
problemas relacionados aos pés (MARIN et al., 2014).
Ante o exposto, atualmente existem recursos para a identificação das perdas de
sensibilidade plantar nesta população e dentre os métodos mais utilizados, está o
monofilamento de Semmes-Weinstein (LEVI et al., 1978), o qual avalia a sensibilidade tátil
para a identificação de risco de futuras lesões plantares, a sensibilidade vibratória, dolorosa e
protetora nos membros inferiores (KAMEI et al., 2005).
Este instrumento de avaliação é utilizado na área da fisioterapia como método de
identificação de perdas funcionais da planta dos pés (SHIGUEMOTO, 2007). A análise
precoce destes fatores propicia ao fisioterapeuta planejar estratégia de prevenção adequada,
para minimizar o risco de quedas, evitando futura dependência desta população (ALMEIDA et
al., 2012).
Dessa forma, a avaliação da sensibilidade plantar demonstra ser um critério essencial
para a promoção da saúde dos idosos, como também permite a realização de intervenções que
minimizem perdas de sensibilidade plantar. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é verificar
evidências científicas acerca do uso do estesiômetro Semmes-Weinstein, na avaliação da
sensibilidade plantar em idosos.

1
Discente do curso de fisioterapia, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail:
joynglea@hotmail.com
2
Discente do curso de fisioterapia, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil.
E-mail:sihpilger@gmail.com
3
Pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano, Docente da Universidade de
Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail: dhansen@unicruz.edu.br.
1
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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura, sem meta-análise, buscando
sistematizar estudos clínicos por meio de artigos científicos publicados em bases de dados
como Scielo, Google acadêmico e Pubmed, sobre a avaliação da sensibilidade plantar de
idosos. Foram usados os descritores de ciências da saúde (DesCS): envelhecimento,
fisioterapia, limiar sensorial e hipoestesia. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados
entre os anos de 2015 e 2020, em português e inglês, amostra composta por pessoas com mais
de 60 anos e com objetivo de estudo que abordasse a temática acerca da avaliação da
sensibilidade plantar em idosos com o estesiômetro Semmes- Weinstein. Foram excluídos os
estudos de meta-análise e artigos publicados anteriormente a 2015, duplicados ou indexados
em mais de uma base de dados, os artigos com apenas os resumos disponíveis e aqueles que
não respondiam à questão norteadora do estudo. Os resultados foram analisados e descritos de
forma quantitativa.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após o cruzamento dos descritores nas bases de dados supracitadas, foram encontradas
18.559 publicações referentes à temática investigada. Na sequência, após a leitura dos títulos e
resumos dos respectivos estudos, foram excluídos 15.559 artigos por não atenderem aos
objetivos da pesquisa e 2.975 artigos e que não responderam à questão norteadora do estudo.
Restaram assim 25 estudos condizentes com os critérios de elegibilidade. Destes 25
estudos, 21 foram excluídos por não responderem à questão norteadora, sendo incluídos 4
estudos. Dos quatro estudos incluídos foram totalizados 321 idosos sendo que destes foram
227 mulheres e 94 homens. A participação superior de idosas pode ser justificada pela menor
mortalidade feminina (OLIVEIRA et al., 2015; TELAROLLI et al., 2014).
A média de idade entre os idosos foi de 70,5 anos, que confirma os dados do estudo
que verificou a associação entre pé doloroso e a incapacidade funcional em 114 idosos, que
também obteve essa mesma faixa etária predominante (OLIVEIRA et al., 2015).
A sensibilidade plantar foi avaliada com estesiômetro Semmes-Weinstein, composto
por 6 monofilamentos de nylon, que produzem uma pressão padronizada (entre 0.05g e 300g),
sendo que nos quatro estudos incluídos o monofilamento de 10g foi o mais utilizando para
identificar a perda da sensação protetora do pé. Cada monofilamento foi aplicado com o idoso
deitado ou sentado, perpendicularmente à superfície plantar, até formar um arco, e mantido

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por 3 segundos em cada local do pé. Os pacientes que apresentavam sensibilidade alterada
tinham alguma patologia associada sendo as mais comuns apresentadas nos estudos
hipertensão arterial (HAS) e diabetes mellitus (DM), que afetam 19,9% das pessoas de 65 a 74
anos de idade (IBGE, 2015).
Identificou-se alterações podais nos idosos sendo que as mais presentes foram as
calosidades, pele ressecada e deformidades nas articulações, as quais podem causar dor e
alterações na marcha, comuns na população idosa (MELO et al., 2014; BARBOSA,
NASCIMENTO, 2008).
As regiões plantares avaliadas nos estudos apresentaram alteração de sensibilidade,
sendo que foram avaliados dez pontos específicos nos pés. As regiões com maiores
diminuições de sensibilidade foram o 3º metatarso, 5º metatarso, região lateral e calcâneo,
destacando-se em todos os estudos a região do calcâneo com maior perda de sensibilidade
(MACHADO et al., 2015). Já a região medial apresentou a menor perda sensorial
(STRZALKOWSKI et al., 2015).
No que se refere a sensibilidade plantar as mulheres desenvolvem e relataram mais
problemas nos pés do que os homens. Isso pode ser atribuído à influência dos calçados de salto
alto e bico fino, que aumentam a chance de desenvolvimento de problemas nos pés com o
avanço da idade (PRATO et al., 2012).

4 CONCLUSÃO
Neste estudo pode-se verificar que o monofilamento de 10g, é de grande importância
no que se refere a detecção precoce de perda da sensibilidade evitando assim a amputação dos
membros inferiores, e problemas futuros. Mediante o exposto a diminuição da sensibilidade
que mais se verificou foi na região com maior espessura da pele significando que além da
diminuição da sensibilidade da sola do pé inerente ao processo de envelhecimento, a pele
também pode ser fator na diminuição da sensibilidade. Diante disso, destaca-se a importância
de incluir a avaliação da sensibilidade plantar como prática cotidiana dos fisioterapeutas para
evitar danos severos ao longo do tempo nesta população.

REFERÊNCIAS

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to fall. Revista da Associação Médica Brasileira, v.58, p.427-433, 2012.

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BARBOSA MLJ, NASCIMENTO EFA. Incidência de internações de idosos por motivo de
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