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1.

Introdução

Rolamento é a combinação de duas energias cinéticas: a translação pura e a


rotação pura. Estas são uma combinação entre a translação do centro de massa e a
rotação do restante do corpo em relação ao eixo Todo movimento de um corpo que seja
possível, pode ser representado como uma combinação do movimento de translação do
centro de massa e de uma rotação em torno de um eixo passando pelo centro de massa.
Isso acontece desde que o corpo não esteja em repouso ou em nenhum sistema de
referência inercial.[1]

Um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo têm pontos que se movem em um
círculo, cujo centro está no eixo e o raio (R) é a distância entre o ponto radial e o eixo. O
deslocamento angular (𝑑θ) durante o movimento é dado pelo ângulo ϴ, medido no sentido
anti horário como sendo positivo entre uma linha de referência no espaço e uma radial, com
comprimento circular orientado dS .

Sabendo que a velocidade angular é a taxa temporal de variação do ângulo da


rotação, então a velocidade angular instantânea é o deslocamento angular de curta duração
dividido pelo tempo. Tem-se que;

𝑑ϴ
ω= 𝑑𝑡
(𝑟𝑎𝑑/𝑠) (1)

A aceleração angular é a taxa instantânea de variação de velocidade. Então, tem-se que:

2
𝑑ω 𝑑 ϴ 2
α= 𝑑𝑡
= 2 (𝑟𝑎𝑑/𝑠 ) (2)
𝑑𝑡

Portanto, se ω cresce, α é positivo.

A energia rotacional de um corpo rígido é a soma das energias cinéticas das


partículas individuais que constituem o corpo. A energia cinética de uma única partícula é
dada por:

1 2
K = 2 𝑚𝑖𝑣𝑖 (3)

Somando-se todas as energias das partículas e substituindo 𝑣𝑖 = ω𝑖 ,tem-se:

1 2 1 2 2 1 2 2
∑( 2 𝑚𝑖𝑣𝑖 ) = 2
∑(𝑚𝑖𝑟𝑖 ω ) = 2
(∑ 𝑚𝑖𝑟𝑖 )ω (4)
𝑖 𝑖 𝑖
Sendo o momento de inércia de uma partícula:

2
𝐼 = ∑ 𝑚𝑖𝑣𝑖 (5)
𝑖

A energia cinética de rotação é então:

1 2
𝐾= 2
𝐼ω (6)

O momento de inércia em relação a um eixo é uma medida da resistência inercial


que o corpo opõe à variações de seu movimento de rotação em torno do eixo. Quanto mais
afastado está o elemento de massa, maior será a contribuição do momento de inércia.
Sendo assim, o momento de inércia depende da localização do eixo e da distribuição de
massa do corpo. E a partir da dedução vinda da equação que relaciona enegia cinética e
potencial, encontram-se os valores de β (parâmetro de massa dependente da simetria), por
meio da equação final do quadro a seguir:
Para um aro com massa M, raio R e eixo perpendicular ao plano do aro, que passa
pelo centro do eixo, tem-se:

2 2 2 2
𝐼 = ∫ 𝑟 𝑑𝑚 = ∫ 𝑅 𝑑𝑚 = 𝑅 ∫ 𝑑𝑚 = 𝑀𝑅 (8)

β=1

𝑀
Para um disco homogêneo onde A= π e σ = 𝐴
, tem-se:

Área de cada elemento de massa em forma de anel é dA=2π𝑟𝑑𝑟, a massa de cada


𝑀
elemento é: 𝑑𝑚 = σ𝑑𝐴 = 𝐴
2π𝑟𝑑𝑟.

𝑅 𝑅 4 4
2 2 3 𝑀 𝑅 2π𝑀 𝑅 1 2 1
Então: 𝐼 = ∫ 𝑟 𝑑𝑚 = ∫ 𝑅 σ2π𝑟𝑑𝑟 = 2π ∫ 𝑅 𝑑𝑟 = 2π 𝐴 4
= 𝐴 4
= 2
𝑀𝑅 ; β = 2
(9)
0 0

Para um cilindro maciço, onde se considera o cilindro como um conjunto de discos, tem-se:

1 2 1 2 1 2 1
𝐼 =∫ 2
𝑑𝑚𝑅 = 2
𝑅 ∫ 𝑑𝑚 = 2
𝑀𝑅 ; β = 2
.

Portanto a energia cinética total de um corpo que gira é dada por:

1 2 1 2
𝐾= 2
𝑀𝑣 𝑐𝑚 + 2
𝐼𝑐𝑚ω (10)

Como o centro de massa se move ao longo de uma trajetória circular ℎ, de forma que
1 2
𝑣𝑐𝑚 = ℎω. Substituindo 𝐾 por 2
𝐼ω e 𝑣𝑐𝑚 por ℎω , tem-se que:

1 2 1 2 2 1 2
2
𝐼ω = 2
𝑀ℎ ω + 2
𝐼𝑐𝑚ω .

2
Multiplicando toda a equação por 2 e dividindo por ω :

2
𝐼 = 𝑀ℎ + 𝐼𝑐𝑚.

Para um rolamento sem deslizamento, ou seja, quando um corpo rola sem deslizar,
os pontos do corpo em contato com o plano estão em repouso e o corpo gira em torno de
um eixo que passa pelos pontos de contato. Então 𝑣 = 𝑅ω. Já para o rolamento com
deslizamento a condição 𝑣 = 𝑅ω não é satisfeita, portanto, 𝑣𝑐𝑚 ≠ 𝑅ω, podendo ser maior
ou menor durante o percurso até atingir a igualdade. Portanto, quando há deslizamento, há
atrito cinético e a energia é dissipada pelo atrito, impossibilitando a conservação de energia.
[2]

2. Objetivos

Determinar uma expressão para o momento de inércia de um corpo a partir dos


conceitos de conservação de energia, descrever o movimento de rotação e de translação de
sólidos com simetria cíclica e verificar se o rolamento é uma combinação dos movimentos
de rotação e translação.

3. Materiais

Os materiais utilizados nesse experimento foram: dois corpos cilíndricos


identificados como 2 e 5 (elemento de movimento), uma trena, um paquímetro, um
transferidor, um cronômetro, um trilho de alumínio (aproximadamente 1 m de comprimento)
e uma balança analítica.

4. Procedimento

Foi feita a montagem do experimento como mostrado na figura a seguir.

Figura 1: montagem do experimento.

O trilho foi inclinado em um ângulo de 8° e, em seguida, o cilindro (2) foi


abandonado do topo da rampa. O tempo levado para percorrer foi medido e anotado. Esse
procedimento foi repetido dez vezes e os valores encontrados estão na tabela 2.
Esse procedimento foi repetido para o cilindro 5, e seus valores encontram-se
anotados na tabela 3.

A inclinação do trilho foi mudada para 20°, e em seguida novamente com o volante 2
foi feito o procedimento para se ter 10 medidas,que encontram-se na tabela 4.

5. Resultados e discussões

As tabelas 1, 2, 3 e 4 a seguir contêm os dados de massa e comprimento dos


cilindros 2 e 5, bem como os deslocamentos e os tempos medidos:

Tabela 1. Dimensões dos volantes e suas massas.


Volante Diâmetro maior (d2) Diâmetro menor (d1) Massa (g) Comprimento
(mm) (±0,05) (mm) (±0,05) (±0,01) (h) (mm) (±0,5)

2 28,50 3,80 53,86 25,6

5 28,60 3,85 53,86 25,9

Os dados experimentais obtidos para os intervalos de deslocamento para os


cilindros 2 e 5 foram utilizados nas montagens das tabelas abaixo. Para os erros associados
aos valores de tempo médio, foi calculado o desvio-padrão da média e este foi usado na
equação de erro aleatório, em que foi utilizado o valor de t (coeficiente de Student para n-1
= 9) igual a 2,2622, com 95% de precisão: [3]
𝐸𝑎 = ± 𝑡 × σ𝑚 (11)

Tabela 2. Medidas para o intervalo de deslocamento do cilindro 2 (ângulo de 8°).


Distância (cm) Tempo (s)
(±0,5 cm) (±0,01s)

60,0 5,59

60,0 5,69

60,0 5,57

60,0 5,63

60,0 5,59

60,0 5,57

60,0 5,56

60,0 5,60

60,0 5,50

60,0 5,53
Desvio-padrão da média para o tempo (σ𝑚) = 0,0165566365
𝐸𝑎 = ± 2, 2622 × 0, 016566365 = 0, 03747643 ≃ 0, 04
Tempo médio: 5,58 ± 0,04 s.

Tabela 3. Medidas para o intervalo de deslocamento do cilindro 5 (ângulo de 8°).


Distância (cm) Tempo (s)
(±0,5 cm) (±0,01s)

60,0 5,00

60,0 5,19

60,0 5,17

60,0 5,19

60,0 5,03

60,0 5,10

60,0 5,12

60,0 5,00

60,0 5,91

60,0 5,06

Desvio-padrão da média para o tempo (σ𝑚) = 0,084649605


𝐸𝑎 = ± 2, 2622 × 0, 084649605 = 0, 191494336, ≃ 0, 2
Tempo médio: 5,2 ± 0,2 s.

Tabela 4. Medidas para o intervalo de deslocamento do cilindro 2 (ângulo de 20°).


Distância (cm) Tempo (s)
(±0,5 cm) (±0,01s)

60,0 3,84

60,0 3,81

60,0 3,90

60,0 3,93

60,0 3,94

60,0 3,72
60,0 4,00

60,0 4,10

60,0 3,77

60,0 3,91

Desvio-padrão da média para o tempo (σ𝑚) = 0,035427547


𝐸𝑎 = ± 2, 2622 × 0, 035427547 = 0, 080144196 ≃ 0, 08
Tempo médio: 3,89 ± 0,08 s.

Durante o percurso do volante (cilindro) há conservação de energia.


Considerando-se o esquema a seguir, em que E1 é a energia no ponto de partida e E2 é a
energia no final do percurso do volante, tem-se a relação entre tais energias associadas às
energias cinética e potencial:

Figura 2: Representação esquemática do cilindro em movimento.

1 2 1 2
𝐸1 = 𝑈𝑔1 = 𝐾2 + 𝐾𝑟𝑜𝑡2 ⇒ 𝑚𝑔ℎ = 2
𝑚𝑣 + 2
𝐼𝑤

𝐸2 = 𝐾1 + 𝐾𝑟𝑜𝑡1 + 𝑈𝑔1 = 𝐾1 + 𝐾𝑟𝑜𝑡1

Uma vez que no ponto E1 a velocidade é zero, tem-se que:

1 2 1 2 1 2 1 2
2
𝑚𝑣 + 2
𝐼𝑤 + 𝑚𝑔ℎ = 2
𝑚𝑣 + 2
𝐼𝑤

1 2 1 2
𝑚𝑔ℎ = 2
𝑚𝑣 + 2
𝐼𝑤

E1 é igual a E2. Com as equações a seguir, a velocidade final e a aceleração do objeto


podem ser calculadas, considerando-se que a força de atrito era constante em todo o
percurso, portanto a aceleração também era constante:
1 2
𝑥𝐶𝑀 = 2
𝑎𝐶𝑀𝑡 (12)

2𝑥𝐶𝑀
𝑎𝐶𝑀 = 2
𝑡

𝑣𝐶𝑀 = 𝑎𝐶𝑀 × 𝑡 (13)

Em relação aos cilindros 2 e 5, para cada medida de tempo, os valores de


velocidade e aceleração (e também aceleração média) estão contidos nas tabelas 5, 6 e 7 a
seguir:

Tabela 5. Velocidade, aceleração e erros associados para o volante 2 (ângulo de 8°).


Tempo (s) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2)
(±0,01s)

5,59 0,215 ± 0,003 0,0384 ± 0,0004

5,69 0,211 ± 0,003 0,0371 ± 0,0004

5,57 0,215 ± 0,003 0,0387 ± 0,0004

5,63 0,213 ± 0,003 0,0379 ± 0,0004

5,03 0,239 ± 0,002 0,0474 ± 0,0005

5,10 0,235 ± 0,002 0,0461 ± 0,0005

5,12 0,234 ± 0,002 0,0458 ± 0,0005

5,00 0,240 ± 0,002 0,0480 ± 0,0005

5,91 0,203 ± 0,003 0,0344 ± 0,0003

5,06 0,237 ± 0,002 0,0469 ± 0,0005

aCM = 0,0421 ± 0,0004

Tabela 6. Velocidade, aceleração e erros associados para o volante 5 (ângulo de 8°).


Tempo (s) (±0,01) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2)

5,00 0,24 ± 0,02 0,048 ± 0,002

5,19 0,23 ± 0,02 0,044 ± 0,002

5,17 0,23 ± 0,02 0,045 ± 0,002

5,19 0,23 ± 0,02 0,044 ± 0,002

5,03 0,24 ± 0,02 0,047 ± 0,002


5,10 0,24 ± 0,02 0,046 ± 0,002

5,12 0,23 ± 0,02 0,046 ± 0,002

5,00 0,24 ± 0,02 0,048 ± 0,002

5,91 0,20 ± 0,02 0,034 ± 0,001

5,06 0,24 ± 0,02 0,047 ± 0,002

aCM = 0,045 ± 0,002

Tabela 7. Velocidade, aceleração e erros associados para o volante 2 (ângulo de 20°).


Tempo (s) (±0,01) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2)

3,84 0,31 ± 0,02 0,081 ± 0,005

3,81 0,31 ± 0,02 0,083 ± 0,005

3,90 0,31 ± 0,02 0,079 ± 0,005

3,93 0,31 ± 0,02 0,078 ± 0,005

3,94 0,30 ± 0,02 0,077 ± 0,005

3,72 0,32 ± 0,02 0,087 ± 0,005

4,00 0,30 ± 0,02 0,075 ± 0,004

4,10 0,29 ± 0,02 0,071 ± 0,004

3,77 0,32 ± 0,02 0,084 ± 0,005

3,91 0,31 ± 0,02 0,078 ± 0,005

aCM = 0,079 ± 0,005

● Para o ângulo de 8°:

A velocidade v CM é dada pelo valor de aCM encontrado multiplicado pelo tempo médio.
Portanto:

𝑚
Cilindo 2: vCM = (0, 0421 ± 0, 0004) 2 × (5, 58 ± 0, 02)𝑠 = 0, 235 ± 0, 004 𝑚/𝑠.
𝑠
𝑚
Cilindo 5: vCM = (0, 045 ± 0, 002) 2 × (5, 2 ± 0, 2)𝑠 = 0, 23 ± 0, 02 𝑚/𝑠.
𝑠

Em relação aos erros, estes foram tratados de acordo com Placentini, et al., pelas
seguintes equações: [3]
∂𝑎 ∂𝑎 |2| | −2𝑥 |
∆𝑎 = || ∂𝑥 ||(∆𝑥) + || ∂𝑡 ||(∆𝑡) = | 2 |(∆𝑥) + | 3 |(∆𝑡)
|𝑡 | | 𝑡 |

∂𝑣 ∂𝑣
∆𝑣 = || ∂𝑎 ||(∆𝑎) + || ∂𝑡 ||(∆𝑡) = |𝑡|(∆𝑎) + |𝑎|(∆𝑡)

Sabe-se que o valor de 𝛽 do cilindro deve ser 0,5. Utilizando-se a equação (7), o
valor de 𝛽 pode ser encontrado como segue:
2 2
(1,9 𝑚𝑚) 2 × 9,81 𝑚/𝑠 ×0,6 𝑚 × 𝑠𝑒𝑛(8°)
𝛽 para o cilindro 2 = 2 ( 2 − 1) = 0, 5096 ≃ 0, 51.
(14,25 𝑚𝑚) (0,235 𝑚/𝑠)

2 2
(1,93 𝑚𝑚) 2 × 9,81 𝑚/𝑠 × 0,6 𝑚 × 𝑠𝑒𝑛(8°)
𝛽 para o cilindro 5 = 2 ( 2 − 1) = 0, 5459 ≃ 0, 55.
(14,30 𝑚𝑚) (0,23 𝑚/𝑠)

Dado que 𝑣 = ω𝑟, os momentos de inércia experimentais dos cilindros são:

1 2 2
Cilindro 2: 𝐼 = 2
[0, 51 × 53, 86 𝑔 × (1, 425 𝑐𝑚) ] = 27, 89 𝑔. 𝑐𝑚 .

1 2 2
Cilindro 5: 𝐼 = 2
[0, 55 × 53, 86 𝑔 × (1, 430 𝑐𝑚) ] = 30, 29 𝑔. 𝑐𝑚 .

Para encontrar os momentos de inércia teóricos, usou-se o valor esperado de 𝛽


(0,5), obtendo-se:

1 2 2
Cilindro 2: 𝐼 = 2
[0, 5 × 53, 86 𝑔 × (1, 425 𝑐𝑚) ] = 27, 34 𝑔. 𝑐𝑚 .

1 2 2
Cilindro 5: 𝐼 = 2
[0, 5 × 53, 86 𝑔 × (1, 430 𝑐𝑚) ] = 27, 53 𝑔. 𝑐𝑚 .

27,89 −27,34
Erro relativo (cilindro 2) = 27,34
= 0, 0201 ⇒ 2, 01%.
30,29 −27,53
Erro relativo (cilindro 5) = 27,53
= 0, 1003 ⇒ 10, 03%.

Como se pode observar, os valores experimentais de 𝛽 diferiram pouco, sendo que


para o cilindro 2 foi ainda menor do que o cilindro 5. Vale ressaltar que medições precisas
do diâmetro e da massa do cilindro fornecem resultados mais preciso de 𝛽

● Para o ângulo de 20°:

𝑚
vCM = (0, 079 ± 0, 005) 2 × (3, 89 ± 0, 08)𝑠 = 0, 31 ± 0, 03 𝑚/𝑠.
𝑠

2 2
(1,9 𝑚𝑚) 2 × 9,81 𝑚/𝑠 ×0,6 𝑚 × 𝑠𝑒𝑛(8°)
𝛽 para o cilindro 2 = 2 ( 2 − 1) = 0, 2853 ≃ 0, 29.
(14,25 𝑚𝑚) (0,31 𝑚/𝑠)
Momento de inércia experimental:

1 2 2
Cilindro 2: 𝐼 = 2
[0, 29 × 53, 86 𝑔 × (1, 425 𝑐𝑚) ] = 15, 86 𝑔. 𝑐𝑚

2
Em relação ao momento de inércia teórico (𝐼 = 27, 34 𝑔. 𝑐𝑚 ), o erro associado, em módulo,
é:

15,85 −27,34
Erro relativo (cilindro 2) = || 27,34
| = 0, 4199 ⇒ 41, 99%.
|

Observa-se uma discrepância significativa entre o erro para o cilindro 2 quando a


rampa está inclinada em 20° do que quando está inclinada em 8°. Uma explicação para isto
é que à medida que se aumenta a inclinação da rampa, o atrito entre o volante e a rampa
diminui devido à força peso do objeto ser maior. Com isso, o volante ganha velocidade (o
que foi atestado no experimento - v(20°) > v(8°)) e torna-se mais difícil a medição do tempo
do percurso, ou seja, aumenta significativamente o erro sistemático na medição de tempo
quando este é curto. Tais erros refletem diretamente no cálculo do parâmetro 𝛽, pois são
necessários os dados do tempo para encontrá-lo.

6. Conclusão

Por meio de conceitos sobre conservação de energia, foi encontrada a expressão


para o momento de inércia do corpo, bem como uma relação sobre o parâmetro β. Dois
cilindros de diâmetros razoavelmente diferentes foram abandonados de uma rampa com
inclinação conhecida e, então, foram obtidos valores de tempo médio do percurso, além de
velocidade e aceleração do centro de massa. Foi observado que ao inclinar a rampa de 8°
para 20°, obviamente, os valores develocidade e aceleração medidos foram maiores por
causa do maior contado que a força gravitacional exerce sobre o objeto.

O parâmetro β para o cilindro teórico é 0,5 e foram calculados os


valoresexperimentais, sendo que para o ângulo de 8° estes foram bem próximos do valor
teórico, porém para 20° diferiram bastante. Isso foi explicado e conclui-se que se deve a
erros sistemáticos inevitáveis nesse caso, pois quanto mais inclinada estiver a rampa mais
difícil se torna a medição precisa do tempo. Além disso, foram calculados os momentos de
inércia para os cilindros, utilizando os valores de β teórico e experimental e foi observado,
novamente, que para o ângulo de 20° os valores de inércia diferiram bastante do teórico,
apresentando um erro de 41,99%. Já para o ângulo de 8°, os erros não passaram 11%.
Com isso, foi atestado o movimento de rotação e translação dos cilindros e que o rolamento
é uma combinação destes.

7. Referências
[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de física 1: Mecânica. 3ª Ed. Editora
livros técnicos e científicos S.A. Rio de Janeiro. 1994;
[2] TIPLER, Paul; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: Mecânica,
Oscilações e Ondas, Termodinâmica. Vol.1, 6ª Ed. Editora LTC.
[3] PLACENTINI, J. LIMA, L, L, P. et al. Introdução ao laboratório de física. 3 ed. Editora da
UFSC, 2013;

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