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Capelania
Hospitalar
CAPELANIA HOSPITALAR

INTRODUÇÃO
Ao visitarmos um enfermo no hospital, estamos visitando o próprio Senhor Jesus, que disse:
"... Estive enfermo e, me visitastes;... sempre que o fizestes a um destes meus irmãos,
mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes"(1)
O sofrimento, a dor, a enfermidade e o momento de crise destes pequeninos irmãos, justificam
a presença do cuidado pastoral no campo da saúde e solicita como um facho de luz. Como
amigo e irmão nas mesmas estradas da vida, como companheiro do momento da dúvida e da
necessidade, como Cristo, que na estrada de Emaús, enquanto os discípulos “conversavam
sobre aquilo que havia acontecido... juntou-se a eles e pôs-se a acompanhá-los”. Visitar é,
portanto, o ato de juntar-se a uma pessoa em crise com o objetivo de fortalecê-la, consolá-la e
acompanhá- la no momento difícil.
Encontramos exemplo de "visitação" já no Jardim do Éden, quando Deus passeava e visitava a
Adão e Eva(2). Assim sendo, "visitar" foi uma ação que começou com nosso Deus, o qual
também visitou a Israel várias vezes de forma direta: Abrão(3), Sara(4), Moisés(5), Josué(6),
Gideão(7), Samuel(8), Isaías, Jeremias(9).
A visita divina ao seu povo se tornou completa com a vinda de Jesus Cristo na plenitude
do tempo(10). No Evangelho de Mateus lemos: “Eis que a virgem conceberá, e dará à
luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus é
Conosco” (11). No Evangelho de João temos o relato da visita quando “o verbo se fez
carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a
glória do
unigênito filho de Deus.” (12). Este Verbo divino nos disse que não veio para os sãos,
mas para os doentes(13) e ainda nos diz “eu irei e lhe darei saúde” (14). Então, a visita
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de Deus através de Jesus Cristo é fundamental para toda a humanidade porque através
dela temos a saúde eterna.
O Senhor Jesus também treinou seus discípulos para que visitassem(15) e deu seu
exemplo quando foi à casa de Zaqueu(16), quando visitou com Tiago a casa de
Pedro(17). E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e
João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram Dela. Então,
chegando-se a ela, tomou- a pela mão, e levantou-a; e imediatamente a febre a deixou, e
servi-os.” e mesmo quando visitou a casa do principal da sinagoga(18). Convém também
lembrarmos que o primeiro milagre foi numa casa, quando o Mestre transformou a água
em vinho(19).
Por todas estas evidências percebemos que Jesus dava enorme importância à visitação
dos enfermos, fato provado quando ele disse: “estava enfermo e me visitaste...” (20).
Este ato cristão de "visitar" também era percebido na Igreja Primitiva, Paulo foi
convidado a ir à casa de Lídia (21), Paulo e Silas foram à casa do carcereiro (22), Pedro
foi visitar a casa do centurião Cornélio por ordem divina(23).
Precisamos como Igreja do Senhor, levar uma palavra de paz para as pessoas que vivem
enfermas, sobrecarregadas e oprimidas. Precisamos anunciar o amor e o zelo de Deus
pelas suas vidas. Imitando a Jesus Cristo que sempre ouvia o clamor dos enfermos(24).
O amor que moveu Jesus a morrer por nós será o principal elemento a mover-nos neste
ministério de apoio e consolação aos enfermos.
Portanto, visitar e confortar são:
Empatizar com os que sofrem,
Levar uma palavra de esperança aos desesperados,
Dizer que vale a pena viver apesar das dificuldades existentes na vida.
Amar a Deus e ao próximo.
Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se conformar, com o que tem.
Fazer uma vida feliz e ser feliz também.
Compartilhar o amor, a paz e realização que Deus nos dá.
Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e Desesperança.
Levar aos pés de Cristo, toda causa dos oprimidos, amargurados, desesperançosos.
Compartilhar com alguém, que o sofrimento, as dificuldades da vida é um meio pelo qual crescemos em direção
Deus, do próximo, e de nós mesmos.

Ninguém é poupado da doença. E a saúde tampouco é a única razão da felicidade. Uma


pessoa que aprendeu a conviver com a sua enfermidade, pode ser uma pessoa muito feliz
e uma fonte de alegria para aqueles que cruzam o seu caminho. Na Bíblia, a doença faz
parte da vida. Ela sinaliza para os nossos limites, para a nossa transitoriedade, para a
nossa natureza humana.
A importância do Ministério da Visitação Hospitalar está ligada diretamente ao número
de pessoas que passa pelos hospitais em todo o mundo, que é bem maior que pelas
igrejas.
No hospital, a mente e o coração estão geralmente abertos à mensagem do evangelho.
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Quando o Senhor Jesus aqui viveu o seu ministério era total (corpo, alma e espírito) não
podemos deixar de seguir seus passos. Hoje, a ciência médica reconhecer que a paz
espiritual do paciente pode contribuir muito para sua recuperação física. Raramente o
visitador achará as pessoas tão despida de máscaras e vaidade quanto numa enfermidade.
Através de conversas, encorajamento e oração, o servo de Deus se torna um agente do
poder curativo na crise de enfermidade.
O sofrimento físico nos leva a reconhecer que cada um de nós vai encontrar-se com a
própria morte. Pessoas enfermas e com sofrimento físico começam a levantar uma série
de perguntas: Por que isto está acontecendo comigo? Por que está acontecendo agora? O
que fiz para merecer isto? Vou ficar bom? Onde está Deus nesta situação? Será que
alguém vai cuidar de mim? Uma enfermidade pode ser acompanhada por dúvidas;
emoções de zanga, solidão, desespero, confusão, ira, culpa; e magoas. Com esta
realidade o visitador cristão, o apoio da comunidade de fé, e a ajuda prática em
circunstâncias de enfermidade são desafios para os membros da igreja de Cristo.
(1) Mateus 25:36,40.
(2) Gênesis 3: 8.
(3) Gênesis. 12:1, 15: 1 a 21, 17: 1 a 22, 18: 1, 22:
1.
(4) Gênesis. 21:1.
(5) Êxodo 3:1 a 5, 3:16, 6:1 a 3.
(6) Josue 1:1 a 9.
(7) Juízes 6:11.
(8) I Samuel 3:4, 15:10 e 11.
(9) Jeremias 1: 4 a 10 ; 33 : 6.
(10) João 3:16 e 17.
(11) Mateus 1:23.
(12) João 1:14..
(13) Marcos 2:17.
(14) Mateus 8:7.
(15) Mateus 10: 6; Mateus 9 : 35 (16) Lucas 19 :5.
(17) Marcos 1:29 e 31.
(18) Marcos 5 : 38 a 43.
(19) João 2 :1 a 9.
(20) Mateus 25:36.
(21) Mateus 25:36,40.
(22) Atos 16 : 31 a 33.
(23) Atos 10:1-20. (24) Mateus 9:1-8.
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O PACIENTE, SEUS SENTIMENTOS E SUAS NECESSIDADES


1. Fundamentação Bíblica-Teológica do Enfermo e a Enfermidade.

A maneira como vê a enfermidade tem grande influência na maneira como você irá
tratar o paciente que visita, por isso, é necessário temos uma visão clara do que a
Bíblia nos diz sobre a enfermidade.

A doença é uma questão que a Bíblia menciona em muitos textos. A doença de


Naamã, Nabucodonosor, o filho de Davi, Jó, Paulo, Timóteo, a sogra de Pedro, e
vários outros descrito tanto no Velho como no Novo Testamento. Quando Jesus veio
pessoalmente a terra, seu interesse pelos doentes se destacou tanto que praticamente
um quinto dos evangelhos é dedicado ao tema da cura, e o Livro de Atos registra
como a primeira igreja cuidou dos enfermos.

A Bíblia nos fornece pelo menos quatro conclusões sobre as enfermidades que
podem ser úteis nas visitas hospitalares.

1.1. A Enfermidade faz parte da Vida.

Poucas pessoas, se é que existe alguém, atravessam a vida sem experimentar


periodicamente pelos menos uma doença. Parece provável que a doença tenha
entrado na raça humana como resultado da Queda, e desta essa época os homens
ficaram sabendo o que é não ter saúde. A Bíblia nos menciona várias enfermidades
como alcoolismo, cegueira, tumores, inflamações, febre, hemorragia, surdez, mudez,
insanidade, lepra, paralisia e várias outras enfermidades. Fica claro de cada uma
delas causa tensão psicológica e física, e todas são mencionadas de modo a insinuar
que a doença faz parte da vida neste mundo.

1.2. Os Cristãos são responsáveis pelo cuidado dos enfermos.

Através de suas palavras e atos, Jesus ensinou que doença, embora comum, é também
indesejável. Ele passou grande parte do seu tempo curando os enfermos, encorajaram
outros a fazerem o mesmo e mostrou a importância do cuidado cheio de amor
daqueles que são necessitados e doentes. Mesmo dar a alguém um gole de água era
considerado digno de elogios e Jesus indicou que ajudar um doente era o mesmo que
ministrar a Ele, Jesus 1].

1.3. A Enfermidade não é necessariamente um sinal de pecado ou manifestação


de falta de fé.

Quando Jó perdeu sua família, bens e saúde, três amigos vieram visitar com a boa
intenção de consolar, apesar da boa vontade, foram ineficazes, argumentou que todos
esses problemas eram resultados do pecado. Jó descobriu, porém, que a doença nem
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sempre é resultado do pecado do indivíduo - cuja verdade Jesus ensinou


claramente[2]. Toda doença tem origem, em análise final, na queda da humanidade
no pecado, mas os casos individuais de doença não são necessariamente resultantes
dos pecados da pessoa doente - embora haja ocasiões em que o pecado e a doença
têm realmente relação[3].
Ao examinar as curas do Novo Testamento temos os seguintes esclarecimentos com
respeito à enfermidade:
Algumas vezes as pessoas melhoravam por crerem pessoalmente que Cristo operaria
a cura, por exemplo: A mulher com o fluxo de sangue é um bom exemplo[4].
Houve vezes, no entanto, em que uma pessoa além do paciente teve fé: Vários pais
procuraram Jesus, por exemplo, e falaram de seus filhos doentes, sendo estes
curados[5].
Em outra ocasião, no Jardim do Getsêmani, a orelha de um servo foi curada embora
ninguém tivesse fé, além de Jesus.

Em contraste, vemos Paulo, homem de grande fé em Cristo cujo “espinho na carne


nunca foi tirado”.
Outros ainda não tiveram fé e não foram curados[6].
Com base nesses exemplos fica bastante evidente que a doença não é
necessariamente um sinal de pecado ou manifestação de falta de fé.

A Bíblia não apoia os cristãos que afirmam que os doentes estão fora da vontade de
Deus ou lhes falta fé. Deus jamais prometeu curar todas as nossas moléstias nesta
vida e é tanto incorreto como cruel ensinar que a saúde instantânea sempre virá para
aqueles cuja fé é forte.

1.4. A Enfermidade faz surgir questões difíceis e cruciais sobre o sofrimento.

C.S. Lewis no seu livro, Problema do Sofrimento, resumiu duas questões básicas que
enfrentam todos os que sofrem e que são geralmente levantadas nas visitas: Se Deus
é bom, porque ele permite o sofrimento? Se ele é Todo-Poderoso, porque não
suspende o sofrimento?
Volumes inteiros têm sido escritos para responder a essas perguntas e o visitador
cristão poderia beneficiar-se com a leitura de alguns deles[7].

1.5. A Enfermidade diante dos problemas éticos.


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Hoje existe uma questão polêmica. É o problema da eutanásia junto com o direito de
morrer com dignidade. Esta problemática levanta questões tais como: O que é vida?
Vale a pena viver com tanto sofrimento? Qual é o valor de prolongar uma vida que
vai morrer mesmo? Quem tem direito para um tratamento médico? Como crentes
precisamos de nos envolver nestas questões para defender e resgatar os princípios e
valores bíblicos.

2. O Paciente e outros problemas associados à enfermidade

Uma enfermidade pode acontecer por uma variedade de causas. Algumas doenças
surgem por meio de um vírus; por falta de higiene; por causa de defeitos genéticos;
por causa de um acidente; por falta de uma alimentação correta ou adequada; ou
velhice. Mas uma enfermidade envolve mais do que um problema físico. Junto com a
enfermidade pode acontecer problemas emocionais, psicológicos, ou espirituais.
Quem trabalha com os enfermos deve saber lidar com os seguintes problemas:

2.1 A dor física


Pessoas reagem de formas diferentes quando há uma dor. Com certas doenças há
pessoas que sofrem muita dor enquanto outras pessoas não sentem nada. A diferença
pode se atribuída para as experiências com dor, os valores culturais sobre a dor, ou
até uma crença religiosa. Certas pessoas acham que quando alguém reagiu com a dor,
isto representa uma fraqueza. Outras acreditam que Deus permite a dor e assim a dor
deve ser aceita. Há, ainda, indivíduos onde a dor está relacionada com a ansiedade.
Pessoas que trabalham com os enfermos devem saber lidar com o problema da dor. O
visitante deve reconhecer a aceitar essas diferenças individuais. Elas influenciam as
emoções da pessoa doente, as reações e o prognóstico de recuperação.

2.2. As emoções do paciente


Não é fácil ficar doente especialmente quando nossas rotinas são interrompidas,
quando não compreendemos o que está errado com nossos corpos, ou não sabemos
quando ou se iremos sarar. Quando ficamos doentes o bastante para procurar ajuda
médica, devemos nos submeter ao cuidado de estranhos, alguns dos quais são mais
indiferentes ou científicos do que compassivos e sensíveis. Tudo isto aumenta nossa
sensação de desânimo em face da doença.
O Dr. James Strain, no seu livro Psychological Care of the Medically III, nos sugere
que os doentes, especialmente os hospitalizados, experimentam sete categorias de
tensão psicológica:

1. Tensão da ameaça à nossa Integridade


Os enfermos são submetidos para uma série de experiências onde eles não têm
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controle sobre as circunstâncias.


O paciente tem que obedecer a um médico, ouvir uma enfermeira, se submeter à
estrutura de um hospital ou agenda estabelecida pelo tratamento médico, aceitar
ordens para dormir, receber orientações para tomar medicamentos, ser instruído
sobre o que deve ou não deve comer, etc. Um enfermo volta a ser uma "criança" e
isto não é fácil.

2. Tensão do Medo de Estranhos


Os pacientes têm medo de que suas vidas e seus corpos tenham que ser colocados nas
mãos de estranhos com quem talvez não tenham qualquer laço pessoal.

3. Tensão da Ansiedade pela Separação


A enfermidade nos separa: amigos, lar, rotina costumeira, trabalho. Durante a
internação no hospital ficamos separados das pessoas e das coisas que nos são
familiares, no momento em que mais precisamos delas.

4. Tensão do Medo de Perder a Aceitação.


A doença e os ferimentos podem deixar as pessoas fisicamente deformadas, obrigando a
moderar suas atividades e tornar dependentes de outros. Tudo isto pode ameaçar a sua
autoestima e levar a temer que devido a essas mudanças as pessoas não irão mais amá-los
ou respeitá-los.

5. Tensão do Medo de Perder o Controle.


Perder o controle de força física, agilidade mental, controle dos intestinos e bexiga,
controle dos membros da fala, ou a capacidade de dominar as suas emoções é uma
ameaça para os pacientes. E estas ameaças se tornam maiores quando o paciente está
exposto em um leito de hospital.

6. Tensão do Medo de expor ou perder partes do Corpo.


As pessoas doentes precisam expor as partes do corpo que doem e submeter-se ao
exame visitual e toque por parte da pessoa do médico. Isto pode ser embaraçoso e por
vezes ameaçador, especialmente quando se torna aparente que uma parte de nosso
corpo este doente, tem que ser operada ou mesmo removida.

7. Tensão da Culpa e Medo do Castigo.


A doença ou acidentes levam muitas vezes a pessoa a pensar que seu sofrimento
possa ser um castigo por pecados ou faltas cometidas no passado. Como vimos, esta
era a opinião dos amigos de Jó e tem sido aceita por milhares de pessoas deste então.
Deitados na cama e se perguntando “Por que?” essas pessoas podem se deixar vencer
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pela culpa, especialmente se não houver restabelecimento.


Apesar de essas tensões serem comuns aos enfermos, temos que saber que existem
diferenças no modo das pessoas reagirem. Algumas sentem ainda outras emoções:
Deprimidas com a doença.
Desanimadas com o tratamento
Frustradas com a vida.
Iradas com médicos e com Deus.
Culpadas por não cuidarem da saúde. Confusas
com o prognóstico.

3. A reação da família.
Quando uma pessoa fica enferma, sua família é afetada e, percebendo isto, o paciente
se perturba. As mudanças na rotina familiar devido à doença, problemas financeiros,
dificuldades em organizar as visitas ao hospital, e até a perda da oportunidade de
manter relações sexuais para o casal, podem criar tensão que ocasionalmente redunda
em fadiga, irritabilidade e preocupação.

Numa tentativa de se animarem mutuamente e evitarem a preocupação, o paciente e a


família algumas vezes se recusam a discutir seus verdadeiros temores e sentimentos
uns com os outros, e como resultado, cada um sofre sozinho.

4. Sentimento de esperança
A Dor Física, as emoções do paciente, e as reações da família, nos dão a impressão
de um quadro sombrio da enfermidade. Mas em todas as fases da enfermidade, o
paciente passa pelo sentimento de esperança. O ditado popular “a esperança é a
última que morre”, é real no momento na doença, e quando o paciente deixa de
manifestar esperança, trata-se geralmente de um sinal que a morte se aproxima.
Mesmo pessoas gravemente enfermas, que têm uma ideia real sobre a sua condição,
descobrem que a esperança as sustenta e encoraja especialmente em momentos
difíceis.
Pesquisas médicas verificaram que os pacientes sentem-se melhor quando há, pelo
menos, um raio de esperança. Isto não significa que devamos mentir sobre a condição
do paciente. Mas, a psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross em seu livro, Sobre a Morte e o
Morrer, escreve que “partilhamos com eles a esperança de que algo imprevisto pode
acontecer, que podem ter uma melhora, vindo a viver mais do que o esperado”.
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O cristão tem ainda mais esperança no conhecimento de que o Deus cheio de amor, o
soberano do universo, se interesse por ele tanto agora com na eternidade. Por isso, a
grande missão do visitador é levar consolo e esperança aos pacientes, e o visitador

cristão tem como recuperar a esperança daqueles que passa por tantas dores e
sentimentos variados.
[1]
Mateus 25:39,40.
[2]
João 9: 2,3.
[3]
Mateus 9:2-6.
[4]
Mateus 9:20-21.
[5]
Marcos 7:24-30; 9:20-27; Mateus 9:18, 19, 23-26.
[6]
Mateus 13:58.
[7]
O Sorriso Escondido de Deus, John Piper, Shedd Publicações, 2002.; Maravilhosa Graça, Philip Yancey Vida, 1999.; Deus sabe que sofremos, Philip
Yancey, Vida, 1999;A Bíblia que Jesus Lia, Philip Yancey, Vida, 2000; Decepcionado com Deus, Philip Yancey, Mundo Cristão, 1996; O

Problema do Sofrimento, C. S. Lewis,

O VISITADOR, SUA FUNÇAO E SUAS ATIVIDADES

Assuntos que devem ser avaliados com respeito ao trabalho com os enfermos:

 O hospital é uma instituição que busca uma cura física. Temos que respeitar o
ambiente, a estrutura hospitalar e trabalhar dentro das normas estabelecidas.
Como evangélicos a Constituição Brasileiro nos dos direitos de atender os
doentes, porém não é um direito absoluto. Devemos fazer nosso trabalho numa
forma que não atinja os direitos dos outros.
 Como é que você encara uma doença ou o sofrimento humano? Tem que avaliar
suas atitudes, seus medos, suas ansiedades, etc. Nem todos podem entrar numa
enfermaria ou visitar um doente no lar, porque não é fácil lidar com situações que
envolve o sofrimento humano.
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 Quando visitamos os enfermos devemos estar atentos aos sentimentos e


preocupações deles. Nossa agenda precisa priorizar os assuntos que eles desejam
abordar.
 Como crente em Jesus temos algo que todos desejam: esperança. Deve expressar
esta esperança de maneira realística e com integridade. Tenha cuidado com
promessas feitas em nome de Deus. Podemos levar palavras seguras, mas
devemos evitar a criação de uma esperança falsa.
 Observar e respeitar as visitas de outros grupos. Faça seu ministério sem competir
ou entrar em conflitos. Seja uma boa testemunha.
 Saiba utilizar bem nossos instrumentos de apoio que são: oração, a Bíblia, apoio
da igreja, e a esperança em Jesus Cristo, o Médico dos Médicos.
 Ore e confie no Espírito Santo para lhe ajudar.
 Aprenda os textos Bíblicos apropriados para usar nas visitas hospitalares ou nos
lares dos enfermos.
 Aprenda algumas normas, regras, e orientações para visitar os enfermos.

A Prática
Como capelão visitador de um Hospital, a pessoa deve procurar desenvolver um
ministério prático de visitação. Este projeto de Voluntários para a Capelania do
Hospital que segue representa o aprendizado da teoria que foi confirmada e ampliada
na prática. Cada experiência de Capelania Hospitalar ou cada visita aos enfermos são
experiências distintas. Porém, os princípios, os valores, as regras, e as normas são
semelhantes e válidos para todos os casos.

1. Como criar seu espaço de trabalho:


* Entender seu propósito
* Ganhar seu direito
* Trabalhar com equipe médica

2. Deve:

1. Identificar-se apropriadamente.
2. Reconhecer que o doente pode apresentar muita dor, ansiedade, culpa, frustrações,
desespero, ou outros problemas emocionais e religiosas. Seja preparado para
enfrentar estas circunstâncias.
3. Usar os recursos da vida Cristã que são: oração, Bíblia; palavras de apoio,
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esperança, e encorajamento; e a comunhão da igreja. Se orar, seja breve e


objetivo.
4. É melhor sugerir que a oração seja feita. Uma oração deve depender da liderança
do Espírito Santo, levando em consideração as circunstâncias do momento, as
condições do paciente, o nível espiritual do paciente, as pessoas presentes, e as
necessidades citadas.
5. Deixar material devocional para leitura: folheto, Evangelho de João, Novo
Testamento, etc.
6. Visitar obedecendo às normas do Hospital ou pedir de antemão, se uma visita no
lar é possível e o horário conveniente.
7. Dar liberdade para o paciente falar. Ele tem suas necessidades que devem tornarse
as prioridades para sua visita.
8. Demonstrar amor, carinho, segurança, confiança, conforto, esperança, bondade, e
interesse na pessoa. Você vai em nome de Jesus.
9. Ficar numa posição onde o paciente possa lhe olhar bem. Isto vai facilitar o
diálogo.
10.Dar prioridade ao tratamento médico e também respeitar o horário das refeições.
11.Saber que os efeitos da dor ou dos remédios podem alterar o comportamento ou a
receptividade do paciente a qualquer momento.
12. Tomar as precauções para evitar contato com uma doença contagiosa, sem
ofender ou distanciar-se do paciente.
13. Aproveitar a capela do hospital para fazer um culto. Se fizer um culto numa
enfermaria pode atrapalhar o atendimento médico de outros pacientes ou
incomodá-los. Deve ficar sensível aos sentimentos e direitos dos outros.
14. Avaliar cada visita para melhorar sua atuação.

3. Não deve:

15. Visitar se você estiver doente.


16. Falar de suas doenças ou suas experiências hospitalares. Você não é o paciente.
17.Criticar ou questionar o hospital, tratamento médico e o diagnóstico.
18. Sentar-se no leito do paciente ou buscar apoio de alguma forma no leito. Entrar
numa enfermaria sem bater na porta.

19. Prometer que Deus vai curar alguém. Às vezes Deus usa a continuação da
doença para outros fins. Podemos falar por Deus, mas nós não somos o Deus
Verdadeiro.
20. Falar num tom alto ou cochichar. Fale num tom normal para não chamar atenção
para si mesmo.
21. Espalhar detalhes ou informação íntima ou o paciente. Pode orientá-los, mas deixe
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eles tomarem as decisões cabíveis e sobre o paciente ao sair da visita.


22. Tomar decisões para a família ou o paciente. Pode orientá-los, mas deixe eles
tomarem as decisões cabíveis e sob a orientação médica.
23. Forçar o paciente falar ou se sentir alegre, e nem desanime o paciente. Seja natural
no falar e agir. Deixe o paciente à vontade.

Numa visita hospitalar ou numa visitação em casa para atender um doente, sempre
observamos vários níveis de comportamento. Cada visita precisa ser norteada pelas
circunstâncias, os nossos objetivos ou alvos, e as necessidades da pessoa doente.

As perguntas servem como boa base para cultivar um relacionamento pessoal. As


perguntas foram elaboradas pelo Dr. Roger Johnson num curso de Clinical Pastoral
Education em Phoenix, Arizona, EUA . Dr. Johnson nos lembra que há perguntas que
devemos evitar. Perguntas que comecem com "por que" e perguntas que pedem uma
resposta "sim"ou "não" podem limitar ou inibir nossa conversa pastoral. Segue uma
lista de perguntas próprias. A lista não é exaustiva e as pessoas podem criar outras
perguntas.
A lista serve como ponto de partida para uma conversa pastoral.
• O que aconteceu para você encontrar-se no hospital?
• O que está esperando, uma vez que está aqui?
• Como está sentindo-se com o tratamento?
• Como está evoluindo o tratamento?
• O que está impedindo seu progresso?
• Quanto tempo levará para sentir-se melhor?
• Quais são as coisas que precipitaram sua enfermidade?
• Ao sair do hospital ou se recuperar, quais são seus planos?
• Como sua família está reagindo com sua doença?
• O que você está falando com seus familiares?
• O que seus familiares estão falando para você?

• O que você espera fazer nas próximas férias (outro evento ou data importante)?

Os enfermos passam por momentos críticos. Devemos ficar abertos e preparados para
ajudar com visitas e conversas pastorais. Os membros de nossas igrejas podem atuar
nessa área. Uma visita pastoral ou conversa pastoral serve para dois aspectos de
nossa vida.
Primeiro, uma visita demonstra nossa identificação humana com o paciente. Como
ser humano nós podemos levar uma palavra de compreensão, compaixão, amor,
solidariedade e carinho.
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Segundo, na função de uma visita ou conversa pastoral representamos o povo de Deus


(Igreja) e o próprio Deus na vida do paciente. Assim, levamos uma palavra de perdão,
esperança, confiança, fé, e a oportunidade de confissão. O trabalho pastoral visa o
paciente como um "ser humano completo, holístico" e não apenas como um corpo ou
um caso patológico para ser tratado.

A VISITA, SUAS REGRAS E SUA PRÁTICA

1. Dez maneiras de tornar agradável a visita ao Hospital.


Sugestões a serem consideradas ao visitar alguém no hospital.
 A permanência no hospital pode ser uma experiência de isolamento e
desumanização.
 A privacidade e a modéstia são considerações importantes que precisam ser
respeitadas.

 Lembre-se de que durante toda a hospitalização, o quarto do paciente é o seu local


de dormir. Este espaço deve ser tratado com o mesmo respeito que a sua casa.
Não hesite em perguntar se não estiver certa do que é apropriado ou do que pode
perturbar o paciente.
 Não sente na cama, a não ser que seja convidada a isso. Mesmo assim, tenha
cuidado para não interferir com qualquer tratamento ou exigências de isolamento,
Lembre-se de que uma infecção que você nem notou pode ser fatal ao paciente
que tiver imunodeficiência.
 Seja amável com a equipe do hospital e respeite as normas estabelecidas.
 Faça com que a sua visita ajude o paciente de modo significativo para ele no
momento. Peça sugestões se tiver dúvidas. A simples disposição de passar tempo
com alguém hospitalizado é um dom precioso. A duração de sua visita deve ser
apropriada à situação do paciente. Não demore demais. Várias visitas podem ser
menos cansativas para alguém que está muito doente. As visitas mais demoradas
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ajudam há passar o tempo para os pacientes ativos confinados ao leito ou ao


quarto numa hospitalização prolongada.
Pergunte ao paciente/família qual a melhor hora para uma visita. Você talvez
possa fazer companhia a ele num horário em que os membros da família não
tenham condições de fazê-lo. Desse modo estará ministrando tanto ao paciente
como aos que cuidam dele.
 Presença silenciosa e ouvir em silêncio são maneiras poderosas de apoiar alguém
que está doente. Procure observar seus sinais de fadiga ou desconforto.
 As atividades podem tornar-se diversões esplêndidas. Um piquenique os desta de
aniversário no saguão pode reanimar o doente. Quer seja uma ocasião particular
compartilhada com a família ou um convite aberto para todo andar, certifique-se
de informar a equipe do hospital sobre todos os preparativos. Planos cuidadosos
talvez tenham de ser montados de acordo com o regime ou nível de energia do
paciente. Um pouco de criatividade quase sempre ajuda muito a tornar a ocasião
uma lembrança muito especial para todos os envolvidos.
 Manter contato com a família e os amigos é importante para os hospitalizados.
Quando, porém, você está doente e sofrendo, a menor tarefa é um sacrifício - por
mais que deseje o contrário.
 Se possível leve o paciente para uma visita fora do hospital. Sol e ar fresco podem
ser terapêuticos. Isso ajudará os doentes a longo tempo a manterem contato com a
natureza e o mundo fora do hospital.
 Empenhe-se para que o paciente receba o jornal diariamente. Se necessário, leiao
para ele todos os dias. Tome cuidado para anotar itens que possam ser de
particular interesse do paciente ou algo que ele queira acompanhar. Tome tempo
para discutir pontos de interesse do paciente. Você está dando a ele uma
oportunidade de interagir com o mundo fora de sua cama do hospital. Estão
também reforçando a sua individualidade e propósitos, coisas que se perdem
facilmente durante uma hospitalização prolongada.
 Ajude alguém do hospital nos de eleição. Cédulas para confirmar a ausência
podem ser obtidas na cidade de origem do paciente.

2. Normas práticas para a Visitação Hospitalar.


 · Não entre em qualquer quarto ou apartamento sem antes bater na porta.  ·
Verifique se há qualquer sinal expresso de: “proibido visitas”  · Respeite sempre
o horário preestabelecido para sua atuação.
· Observe se à luz está acesa e a porta do quarto fechada. Em caso de positivo,
espere que o doente seja atendido pela enfermeira ou médico, antes de você
entrar.
15

 · Tome cuidado com qualquer aparelhagem em volta da cama. Evite esbarrar na


cama ou sentar-se nela.
 · Avalie a situação logo ao entrar, a fim de poder agir objetivamente quanto ao
tipo e duração da visita. (Se o paciente está disposto, indisposto).
 · Procure se colocar numa posição ao nível visual do paciente, para que ele possa
conversar com você sem se esforçar. Em quartos onde há mais enfermos,
cumprimente os outros, mas se concentre naquele com quem você deseja
conversar.
 · Fale num tom de voz normal. Não cochiche com outras pessoas no quarto.
Também não é conveniente gritar na hora da oração.
 · Se a pessoa ainda não o conhece, apresente-se com clareza.
 Deixe com o doente a iniciativa do aperto de mão e faça-o com clareza.
 Dê prioridade ao atendimento dos médicos e enfermeiras, assim como no horário
das refeições, saia do quarto.
 Ao contemplar alguém sofrendo, lembre-se de que as reações emocionais
negativas podem ser detectadas pelo doente e seus familiares. Sem afetações,
procure descobrir o que seu tom de voz e sua expressão facial e seus gestos estão
comunicando.
 Concentre-se em atender às necessidades daquela pessoa diante de você. Não
adianta falar do outro nem de si mesmo.
 Não queira forçar o doente a se sentir alegre, nem o desanime. Aja com
naturalidade, pois se você se sentir à vontade ele terá maior probabilidade de ficar
à vontade.
 Não dê a impressão de estar com pressa, nem se demore até cansar o doente.
Encontre a duração exata para cada situação.
 Não tente movimentar um doente, na cama ou fora dela. Chame a enfermeira se
ele o desejar.
 Fique sabendo que os efeitos da dor e dos remédios podem alterar o
comportamento ou a receptividade do paciente de um momento para outro.
 Se você mesmo está doente, não faça visitas.
Utilize os recursos da religião sem constrangimentos, mas com inteligência. Não
fira a sensibilidade de um ateu, agnóstico ou comungante de outra religião.
 Lembre-se das regras fundamentais de assistência pastoral:
 O ponto de partida para o seu trabalho é a situação e o estado em que a outra
pessoa se encontra.
 Seu objetivo primário é conduzi-la a um estágio de sã condição físicoemocional-
religiosa atual.
 Sua contribuição no processo terapêutico é singular e necessária, mesmo que você
nem sempre sinta assim.
16

3. Ajudando através da arte de escutar.


Escutar é uma arte que pode ser desenvolvida. Os princípios abaixo relacionados se
posto em prática, ajudarão você a crescer na arte de escutar e, consequentemente, na
habilidade de ajudar a outras pessoas.

3.1. Analise sua atitude íntima.


Quais os seus sentimentos em relação à pessoa com quem você está conversando?
Você tem algum preconceito em relação a ela? Ela lhe é repugnante? Há
hospitalidade entre vocês? Tudo isto vai afetar o significado de que você ouvirá dela.
As palavras perdem seu sentido quando nossas emoções não nos permitem escutar
com objetividade. Precisamos desenvolver uma atitude de aceitação da pessoa, do
que ela diz, sem julgá-la ou condená-la. Não estamos defendendo qualquer posição,
mas tentando ouvir os verdadeiros sentimentos de quem fala.

Por outro lado, não devemos insistir para que o entrevistado defenda seu ponto de
vista, ou utilize determinado vocabulário ou estilo de linguagem. Não devemos
expressar julgamento para não tolher a fluência de seus sentimentos.

3.2. Preste bastante atenção


Repare o tom de voz. Que estado emocional ele revela? Uma voz baixa, uma fala
monótona, pode indicar depressão emocional. Falar rapidamente, de forma agitada,
pode se uma depressão extrema. Falar depressa e em voz alta pode indicar o efeito de
drogas. Você poderá dizer: - "Pela sua voz, tenho a impressão de que você está
muito..." Se a pessoa chora enquanto fala, permita-lhe este privilégio.

3.3. Desenvolva a capacidade de avaliar as emoções.


Na linguagem comum, há palavras que expressam emoções diversas: convicção,
perturbação, irritação, alegria, felicidade. O tom de voz em que elas são proferidas
lhes dão um significado maior que o dicionário não pode definir. Cabe a nós avaliar
este conteúdo emocional da comunicação.

3.4. Reflita as emoções que você está percebendo.


É preciso fornecer ao entrevistado uma "retro visão" das emoções que ele está
transmitindo. A pessoa ficará satisfeita se você revelar que entendeu qual o problema
dela. Isto não é apenas repetir o que a pessoa já disse, literalmente, mas refletir seus
sentimentos com nossas próprias palavras.

3.5. Evite a agressividade.


· Não domine a conversa.
17

· Quando falamos muito a pessoa se confunde.


· Não discuta nem revele hostilidade ou ressentimento.
· Não tente manipular as pessoas, nem as enganar.

3.6. Evite a passividade e a timidez exagerada.


· Não há necessidade de concordar com tudo o que a pessoa diz.
· É mais importante entender o que ela diz do que criar uma impressão favorável. ·
Não é necessário que a pessoa fique totalmente despreocupada. A solução dos
problemas vem por meio das tensões.
· Não seja passivo como uma esponja. Demonstre interesses na participação do
diálogo. Esteja preparado para responder.
· Não se prenda aos detalhes da conversa. Identifique as informações básicas para
compreender o interlocutor.

3.7. Normas para escutar:


· Escutar é um processo. Não é discursar. Você precisa identificar-se com a pessoa
que fala.
· Demonstre compaixão e aceitação, ainda que suas convicções pessoais sejam
diferentes.
· A pessoa está apresentando um problema que lhe parece insolúvel. Aceite seu
estado de confusão e ajude-a observar os diferentes aspectos do problema: sua
origem, quem está envolvido nele, possíveis soluções etc.

· Demonstre amizade e interesse. O problema é grande. Leve a carga com a pessoa


até que ela possa levá-la sozinha.
· Às vezes, a pessoa tenta diminuir o problema. Isto pode revelar falta de confiança
em sua ajuda ou ausência de autoestima. Às vezes, o problema não nos parece sério,
mas devemos reconhecer que ele é sério para a pessoa que está sofrendo com ele.
· Procure dividir o problema em várias partes para atacá-las separadamente.
· Dê oportunidade para a pessoa esclarecer sua posição. Isto facilitará a compreensão
dos problemas e como solucioná-los.
· Se descobrir contradições na conversa, revele-as à pessoa. Isto a ajudará a se sentir
menos confusa e ansiosa.
· Pergunte se ela já enfrentou um problema semelhante no passado. Ela vai recordar
que tem habilidade para superar a situação como já aconteceu.
· Discuta as várias alternativas para resolver o problema. Evite conselhos
estereotipados. Anime a pessoa a restabelecer relações com pessoas de importância
em sua vida (parente, amigos, pastor).
· Evite fazer perguntas com respostas predeterminadas. São mais válidas as perguntas
que despertam o sentido do relacionamento.
18

· Dê ênfase ao tempo presente e objetivo da entrevista. Veja se tem possibilidade de


ajudar essa pessoa nessa circunstância, ou encaminhe-a a outra pessoa.
· Não se deve alimentar esperanças infundadas. Evite dizer: "Não se preocupe, está
tudo bem".
· Termine a conversa apresentando objetivamente o que deverá ser feito. Deixe a
pessoa tomar a decisão adequada e assumir a responsabilidade.
· Admita suas capacidades e limitações, você é humano e finito. Deixe Deus agir
onde você é suficiente.

OS BENEFÍCIOS: AO PACIENTE E SUA FAMÍLIA, AO HOSPITAL E A


COMUNIDADE
A visita hospitalar e o cuidado espiritual oferecem benefícios distintos para os
pacientes e seus familiares, o pessoal de cuidado médico profissional, a próprio
hospital, e a comunidade dentro os quais reside. Estes benefícios crescentemente são
demonstrados através de estudos de pesquisa.

1. Os Benefícios para os pacientes e sua família.


Seis áreas de pesquisa estão resumidas aqui, que descreve os benefícios de atenção à
espiritualidade de pacientes e seus familiares.

1.1. Apoio Espiritual e sua Prática.


Um corpo crescente de pesquisa demonstra os benefícios da saúde relacionados à
religião, fé e sua prática.
Um estudo foi publicado com de 42 mortalidades envolvendo aproximadamente
126.000 participantes demonstrou que as pessoas que ajudadas com envolvimentos
religiosos freqüentes foram significativamente provado viver mais tempo comparado
a pessoas que eram não freqüentemente envolvidas (1).
Em um estudo de quase 600 pacientes idosos, severamente doentes, hospitalizados,
esses buscaram um envolvimento com o amor de Deus, com também apoio de
pastores e voluntários, visitantes membros da igreja, estavam menos deprimido e
19

com qualidade de vida melhor, até mesmo depois de saber da severidade da doença
deles (2).
No estudo de 1.600 pacientes de câncer, a contribuição espiritual ao paciente que
tinha boa qualidade de vida era semelhante ao seu bem estar físico. Entre pacientes

com sintomas significantes como fadiga e dor, esses com vida espiritual atuante é
tido com uma qualidade significativamente mais alta de vida (3).

CONCLUSÃO: Estes e outros estudos demonstram que a fé traz impacto de bem


estar prático emocional e físico. Capelães, pastores e voluntários
fazem um papel integrante de apoio e fortalecimento destes recursos
religiosos e espirituais.

1.2. A Importância do Cuidado Espiritual para enfrentar a Doença. Um estudo


de adultos mais velhos achou que mais da metade informou que a religião deles era o
recurso mais importante que os ajudou na luta com doença (4). Em outro estudo, 44
% dos pacientes informaram que a religião era o fator mais importante que os ajudou
na luta com a doença deles ou hospitalização (5). Em um estudo de mulheres com
câncer de peito, 88 % informaram que religião era importante para elas e 85 %
indicaram que a religião ajudou a enfrentar (6). Semelhantemente, 93 % das mulheres
em um estudo de pacientes de câncer ginecológicos informaram que a religião
aumentou a sua esperança (7). Um estudo com pacientes de câncer de peito informou
que 76 % tinham orado sobre a situação deles como um modo para enfrentar o
diagnostico (8). Estudos demonstram que estar bem espiritualmente ajuda as pessoas
a moderar os sentimentos dolorosos que acompanham a doença: ansiedade (9),
desesperança
(10), e isolamento (11). Muitos pacientes esperam que os capelães e voluntários os
ajudem com tais sentimentos infelizes (12). O estudioso Paragment cita muitos
estudos adicionais que demonstram a importância do cuidado espiritual na luta das
pessoas que lidam com doença.
CONCLUSÃO: As pessoas procuram cuidados espirituais durante doença e em
outras experiências dolorosas. Capelães e voluntários devem estar
prontos para dar ajuda espiritual na luta das enfermidades.

1.3. Respondendo a Angústia Espiritual


Estudos apontam à importância de angústia espiritual, quer dizer, conflitos religiosos
ou espirituais não resolvidos e dúvidas. Esta angústia é associada com a perda de
saúde, recuperação, e ajuste com a doença (13).
CONCLUSÃO: Capelães e visitantes tem um papel especialmente importante
identificando os pacientes em angústia espiritual e os ajudando
20

solucionar os problemas religiosos ou espirituais deles, enquanto


melhorando a saúde deles e ajustando assim.

1.4. Aumentando estratégias para enfrentar a doença.


Estudos demonstram que estar bem espiritualmente ajuda as pessoas a moderar os
sentimentos dolorosos que acompanham a doença: ansiedade (14), desesperança (15),
e isolamento (16). Muitos pacientes esperam que os capelães e voluntários os ajudem
com tais sentimentos infelizes (17).
CONCLUSÃO: As pessoas querem cuidados espirituais durante doença e outras
experiências dolorosas, procurando ajuda. Capelães e voluntários devem
estar preparados para dar ajuda espiritual na luta com estes sentimentos.

1.5. Cuidando das Famílias


Freqüentemente os familiares sofrem angústia semelhante ou mais intensa que os que
estão hospitalizados. Em alguns estudos, pacientes indicaram que as funções da
capelania mais importantes são aquelas que estão ajudando os seus familiares com os
sentimentos associados com doença e hospitalização (18).
Em um estudo, 56 % das famílias identificaram a religião como o fator mais
importante para ajudar a enfrentar a doença de um ente querido deles (19). Outro
estudo indicou que os familiares queriam o cuidado espiritual dos capelães mais que
os pacientes (20).
Comparado a esses, os familiares dos pacientes de Alzheimer que adoravam a Deus
regularmente e que sentia as necessidades espirituais satisfeitas informaram que
diminuíram a tensão (21).

CONCLUSÃO: Famílias confiam em religiosos e recursos espirituais para


enfrentar com os níveis altos de angústia durante a doença de um
querido. O cuidado de um capelão e voluntários para os familiares tem
um impacto positivo.

1.6. A satisfação do paciente e sua família com o cuidado espiritual provido por
capelães.
Estudos indicam que 70 % dos pacientes está atento às necessidades espirituais
relacionados à doença deles (22).

Estudos de pacientes em hospitais de cuidado agudos indicam que entre um terço e


dois terços de todos os pacientes queira receber cuidado espiritual (23).
Quando os capelães ajudam a família de um paciente, o mais provável é que o
paciente vai escolher aquela instituição novamente para hospitalização futura (24).
21

Um grande estudo de VandeCreek e Lyon mostrou a satisfação dos pacientes e


familiares com as atividades dos capelães: A maioria dos pacientes estava satisfeita
com o cuidado espiritual provido por capelães (25). A satisfação com a assistência da
capelania pelos familiares dos enfermos era até mais alta do que informado pelos
pacientes. As visitas do capelão "fizeram a hospitalização mais fácil" porque a visita
proveu "conforto" e ajudou para o paciente a relaxar. O capelão ajudou para os
pacientes "a melhorar mais rápido" e aumentou a prontidão dos pacientes para voltar
para casa" porque as visitas lhes ajudaram a sentir mais esperançoso.

CONCLUSÃO: Os pacientes e seus familiares estão frequentemente atentos às suas


necessidades espirituais durante hospitalização, desejam a atenção
espiritual profissional a essas necessidades, e respondem positivamente
quando recebem atenção - influenciando na sua recomendação do hospital
a outros.

2. Os Benefícios para o Hospital e Comunidade

2.1. Para os Profissionais de Saúde


Profissionais da Saúde, inclusive os médicos e enfermeiras, às vezes experimentam tensão
ao trabalhar com os pacientes e familiares. Esta tensão aumentou recentemente porque
mudanças econômicas conduziram a menos profissionais que provêem cuidado pelos
pacientes seriamente doentes. Capelães podem prover cuidado espiritual sensível,
encorajador a estes pacientes e as suas famílias por períodos de tempo estendidos,
permitindo assim para outros profissionais prestar atenção a outros deveres.
Capelães fazem um papel importante ajudando profissionais de saúde a enfrentar os seus
problemas pessoais. A palavra encorajadora pode aumentar a moral e bom senso do pessoal.
Um estudo relata que 73 % de médicos de UTI e enfermeiras acreditam que prover conforto
a eles é um papel importante do capelão, e 32 % acreditam que os capelães deveriam estar
disponíveis ajudar pessoal com problemas pessoais(26).

2.2. Para os Hospitais


Os serviços de capelães e voluntários beneficiam hospitais pelo menos em 9 meios. Os
capelães e voluntários ajudam hospitais a satisfazer as expectativas dos pacientes com
serviços de cuidado espirituais competentes, compassivos, enquanto melhoram assim a
imagem do hospital.
Em uma época de medicamento de alta tecnologia, hospitalizações breves, e breves
contatos com os médicos e outros profissionais de saúde, os capelães e voluntários
oferecem um das poucas oportunidades para os pacientes discutirem as suas preocupações
pessoais e espirituais.
22

Os capelães e voluntários que especializaram na área de capelania por organizações


profissionais. Podem oferecer curso de visitação a voluntários das igrejas. Desde
participantes em programas, podem ter vários voluntários prestando cuidado espiritual ao
hospital sem custo para a instituição.
Os capelães e voluntários estabelecem e mantêm relações importantes com os pastores da
comunidade.
Os capelães e voluntários fazem um papel importante abrandando situações de
descontentamento de pacientes e seus familiares que envolvem com o hospital. Quando
pacientes se tornam nervosos e impacientes os capelães podem mediar estes intensos
sentimentos de modos que conservam valiosos recursos organizacionais. A presença deles
pode servir como um veículo por reduzir risco.

Os capelães e voluntários podem reduzir e podem prevenir abuso espiritual, agindo como
guarda para proteger os pacientes de proselitismo. Códigos de éticas profissionais estipulam
que os capelães eles têm que respeitar as convicções de fé e práticas de pacientes e famílias.
Os capelães e voluntários ajudam para os pacientes e seus familiares a identificar os seus
valores relativos a escolhas de tratamento no fim da vida e comunicam esta informação ao
pessoal de saúde(27).
Os capelães e voluntários ajudam os hospitais a desenvolver a sua missão, valor, e
declarações de justiça sociais que promovem curando para o corpo, mente e espírito.
Especialmente para hospitais que sãos suportados por igrejas, eles promovem consciência
de missão.
Os capelães e voluntários ajudam hospitais cumprirem uma variedade de cuidado espiritual
e apoio para os pacientes e seus familiares.
É de muito valor o cuidado espiritual provido por capelães eficientes. Um estudo do custo
de capelania foi publicado informando que os serviços de capelães profissionais variam
entre US$ 2,71 e US$ 6,43 por visita de paciente(28).
Adicionalmente, aproximadamente três quartos de executivos de HMO informaram em uma
pesquisa que a espiritualidade (expressa pela oração pessoal, meditação espiritual e
religiosa) pode ter um impacto no bem-estar, então pode ajudar no impacto do custo(29).

2.3. Para a Comunidade


Hospitais são crescentemente sensíveis sobre a sua relação para com a comunidade e os
capelães fazem contribuições sem igual provendo muitos serviços da comunidade. Estes
incluem:
Liderança e participação em programas de sociais da comunidade. Liderança de grupos de
apoio para ajudar para os membros da comunidade a enfrentar a perda ou crise e viver com
a doença.
Liderança e participação na comunidade em respostas às crises, desastre, pobreza.
Participação do cuidado espiritual que enfatiza conexões a pastores locais e igrejas.
Orientação e apoio para programas das igrejas e da comunidade como ajuda a alcoólatras,
drogados.
Programas educacionais estabelecendo voluntários das igrejas que se ocuparão de visitação
espiritual nas casas e a igrejas. Relações ativas mantendo com associações evangélicas
23

locais. Comunidade provendo seminários educacionais em tópicos de espiritualidade, perda


e doença, e luta com a crise.

CONCLUSÕES: Nos tumultos dos hospitais, os diretores estão procurando


constantemente modos para prover ótimos serviços aos pacientes dentro de suas
dificuldades financeiras. Eles buscam manter os funcionários de qualidade e manter
relações positivas dentro dos hospitais e a comunidade. Os capelães respondem a estas
preocupações de modo sem igual, enquanto utilizando as tradições históricas de
espiritualidade que contribui à cura de corpo, mente, coração e alma.

(1) McCullough, Hoyt, Larson, Koenig & Thoresen, 2000.


(2) Koenig, Pargament, & Nielsen, 1998.
(3) Brady, Peterman, Fitchett, Mo, & Cella, 1999.
(4) Koenig, Moberg, & Kvale, 1988.
(5) Koenig, Paire, Bearon, & Travis, 1991.
(6) Johnson & Spilka, 1991.
(7) Roberts, Marrom, Elkins, & Larson, 1997.
(8) VandeCreek, Rogers, & Lester, 1999.
(9) Kaczorowski, 1989.
(10) Mickley, Soeken, & Belcher, 1992; Fehring, Moleiro, & Shaw, 1997.
(11) Feher & Maly, 1999.
(12) Paire, Travis, Koenig, & Bearon, 1992.
(13) Berg, Fonss, Reed, & VandeCreek, 1995,; Fitchett, Rybarczyk, DeMarco, & Nicholas, 1999,;
Fitchett, 1999a,; Fitchett, 1999b.
(14) Kaczorowski, 1989.
(15) Mickley, Soeken, & Belcher, 1992; Fehring, Moleiro, & Shaw, 1997.
(16) Feher & Maly,

OBJETIVOS DESTE CURSO:


Atender a deficiência e necessidade de mais pessoas ajudarem no ministério pastoral de
visitação na Capelania e proporcionar uma formação espiritual, emocional e técnica para o
trabalho de visitação e atendimento hospitalar à pacientes e seus familiares que enfrentam
crises em função da doença. Destina-se a cristãos que desejam se preparar melhor para esse
ministério e desejam ser voluntários do trabalho de Capelania Hospitalar, por uma vez por
semana.

LIVROS RECOMENDADOS:
1. Rosas de Setembro, Marylyn Willett Heavilin, Candeia, 1989.
2. Deus sabe que sofremos, Philip Yancey, Vida, 1999.
3. Mulheres ajudando Mulheres, Elyse Fitzpatrick, CPAD, 2001 4. Decepcionado com
Deus, Philip Yancey, Mundo Cristão, 1996.
5. Parceiros de Oração, John Maxwell. Editora Betania, 1999.
6. Igreja: Por que me importar?, Philip Yancey, Editora Sepal, 2000
7. No Leito da Enfermidade, Eleny Vassão, Cultura Cristã, 1997.
24

O Comportamento do Capelão nos Hospitais


Ao ir a um hospital, observe as seguintes sugestões:
 Seja breve É preferível que o enfermo peça para você voltar ou ficar mais um pouco, a
ficar cansado de sua presença e agradecer a Deus por sua partida.
 Saiba ouvir Muitas vezes o paciente quer falar alguma coisa. Ele pode querer compartilhar
alguma necessidade não apenas física, mas psicológica, moral ou espiritual. Ouça-o.
 Não dê palpites médicos Mesmo que você seja médico ou enfermeiro, não estará ali
naquele instante como tal; quanto mais não sendo um profissional da área médica. Mesmo
que o paciente lhe peça uma opinião sobre como proceder à luz de seus estado clínico, não
se aventure a sugerir-lhe coisa alguma. Oriente-o sempre a conversar com o médico dele
sobre o assunto.
 Não faça promessa de cura Nem sempre Deus cura. Deus pode curar, mas há exemplos na
Bíblia de pessoas piedosas com enfermidades que não foram curadas. O Apóstolo Paulo
tinha um espinho na carne (II Cor 12:7-10); O pastor Timóteo tinha problemas de
estômago e frequentes enfermidades (I Tm 5:23); O pastor da Igreja de Filipos, Epafrodito,
andava doente, quase à morte (Fl 2:25-27); e Paulo acabou deixando o companheiro
Trófimo doente em Mileto (II Tm 4:20). Porque razão esses homens piedosos e dedicados
não foram curados de suas enfermidades? É difícil responder, porém, uma das possíveis
respostas é esta: A cura não é o fim último de Deus. Muitas vezes Deus pode ter um
propósito especial com a enfermidade, e sua cura atrapalharia tal propósito (II Cor 12:7- 9;
João 11:14,15; 9:1-3; Sal 119:67,71; Hb 5:8). Nem sempre Deus cura, a despeito da fé
daquele que ora ou do doente.
 Deus não é sádico Isto quer dizer que, a despeito de Deus poder usar uma enfermidade para
nos ensinar alguma lição, ele não tem prazer no sofrimento do homem. Ele veio trazer vida,
e vida abundante.
 Deus usa os médicos e todos os demais recursos da medicina A Bíblia ensina isso. Paulo
tinha ao seu lado o médico Lucas, por causa de suas enfermidades (Cl 4:14; II Tm 4:11; Fl
24) Jesus, ao contar a parábola do bom samaritano, fala-nos de como Ele usou os recursos
medicinais da época (Luc 10:33,34). Dessa forma, o óleo que aos presbíteros é
recomendado usar em Tiago 5:14 diz respeito a um recurso medicinal, e não a um recurso
espiritual.
 Ore pelo enfermo Peça a Deus que o cure, se for essa a vontade dEle. Mas, peça também a
Deus para consolá-lo, confortá-lo e salvá-lo pela fé em Cristo Jesus. Leia a Bíblia com ele.
Evite proceder como os amigos de Jó. Não procure relacionar a enfermidade com algum
pecado. Selecione alguns textos para serem usados no hospital, mas não leia todos para um
só enfermo. Há textos maravilhosos na Bíblia: Salmos 20; 23; 27; 32; 42; 46; Isaias 53;
Jeremias 33:3; Mateus 6:34; 11:28-30; João 14:1-6; Romanos 5:1-8; 8:18-28; 8:31-39; etc.
Você pode encontrar muitos outros textos.
 Não queira fazer tudo numa visita apenas Muitas vezes a primeira visita serve apenas para
criar um elo entre o evangelista e o enfermo.

NÃO SE PRECIPITE. Creia que o Espírito Santo de Deus estará agindo enquanto você
25

trabalhar com o enfermo como um Capelão.


Conclusão: A visita de um Capelão nos hospitais deve visar realmente ajudar o enfermo,
tendo em vista seu estado físico, emocional e espiritual. Normalmente os
enfermos são receptivos à Palavra de Deus e à oração. Não obstante, seja
prudente, tenha tato, seja sensível. Não leve o enfermo ao enfado. Não se esqueça
que você deseja o bem do paciente, e não um simples desencargo de consciência.

Respeite as normas dos hospitais. Prepare-se com antecedência. Escolha um texto bíblico
previamente. Se puder, leve para o enfermo alguma literatura.
Não fique ansioso por frutos imediatos e visíveis. Não se esqueça que um é o que planta,
outro o que cega, mas Deus é quem dá o crescimento (I Cor 3:6-8).

PARA REFLETIR
Dez mandamentos de ternura e compreensão:
• Dê-lhe atenção.
• Faça-o sentir-se à vontade e confortável.
• Alegrem-se com ele nos seus pequenos sucessos.
• Escute-o com atenção e envolva-o nas conversas familiares.
• Partilhe o seu tempo com ele.
• Elogie-o.
• Compreenda-o, pondo-se no seu lugar.
• Seja seu companheiro.
• Estimule-o nos seus projetos.
• Incuta-lhe esperança.

Base: amor
-Uso de misericórdia por aqueles que sofrem. É esse tipo de amor que Deus oferece ao
homem. Não exige nada do outro, além do que lhe aceite. Quando alguém reconhece
esta oferta de amor que vem de Deus, seu relacionamento com Ele será mais
significativo, podendo sustentar ou reabilitar um relacionamento enfraquecido por uma
doença.
- Alegria, segurança, esperança, coragem, ambientação, indicam que a necessidade
deamor está suprida. Estes são benefícios que o amor oferece às pessoas em crise. Elas
esperam encontrar tudo isto em você, querido(a) irmão(a) que se dispõe a desenvolver
este ministério. Para elas você é o(a) representante de Deus. Que Deus você representa?
- Muitos pensam em Deus apenas como juiz, vingador. O seu relacionamento com
opaciente será um desastre, pois em vez de levar-lhe alívio, vem aumentar a sua culpa e
o seu temor. O Deus que representamos é um Deus justo, santo, que não apenas
condena o mal, o erro, mas que aceita o pecador, um Deus que ama, que corrige, que
perdoa.
Recursos pessoais - Avaliação Exercício Individual (extraído do livro, "Cuidado Espiritual
26

do Paciente"). O objetivo desta avaliação pessoal é fazer com que você explore seus
próprios recursos espirituais e elabore um plano para poder utilizá-lo com eficiência. Os
nossos recursos espirituais são os mesmos que oferecemos aos pacientes.
- As experiências com os nossos próprios sofrimentos, além de produzirem
crescimento e conhecimento de nós mesmo, desenvolvem a compreensão para com o
sofrimento dos pacientes.

 Uso de si mesmo
 Qual foi a experiência mais dolorosa em sua vida?
 De que forma essa experiência foi negativa?
 De que maneira foi construtiva?
 Dessa experiência, o que você aprendeu sobre si mesmo?
 O que você aprendeu sobre outras pessoas?  O que você aprendeu sobre Deus?

 O uso da oração
 A oração tem sido um recurso a você em sua vida diária; De que forma?

 O uso da Bíblia
 O que você tem aprendido sobre Deus, através da Bíblia? Como isto tem sido um
recurso para você?

 O ministro religioso.
 De que forma seu ministro religioso tem sido um recurso pessoal para você?
 Como você poderia utilizar melhor os recursos do ministro religioso?

 Comunhão com o corpo de Cristo.


 A convivência com outros cristãos tem sido um apoio para você? De que forma?
 Como você poderia usar melhor esses recursos? Para algumas sugestões, ver: Rm 12:1;
I Co 12-13; Gl 6:1-6; Ef 4:29; Cl 3:12-17.
O VISITADOR E O PESSOAL DO HOSPITAL
l. A eficiência de um hospital depende sempre da perfeita integração de todo o seu pessoal,
consciente que o mesmo existe unicamente em função do doente, que em quaisquer
circunstâncias, deve ser considerado a pessoa mais importante.

O visitador ou capelão será parte desse pessoal, pois passará a lidar com o doente e muitas
vezes até se envolvendo com muitos dos seus problemas. Às vezes este relacionamento não é
muito fácil. Algumas falhas são encontradas. Surgem alguns problemas.

Mas com amor e vontade de ajudar seremos úteis àqueles que sofrem e realizaremos um bom
trabalho. Hierarquia, regulamentos, normas de trabalho, horários, etc. Devem ser respeitados
rigorosamente. Portanto, qualquer observação, críticas a serem feitas, pedidos de
informações, deveram ser dirigidos a quem de direito.

II. O VISITADOR E O MÉDICO


27

1. O Médico é para o doente a pessoa mais importante. A sua visita é grandementeesperada.


É no médico que o paciente deposita toda a sua esperança para a recuperação completa de
sua saúde.
2. O Capelão deve retirar-se discretamente quando o medico chegar ao quarto do
doente.Muitas vezes o doente tem alguma coisa a contar particularmente ao seu medico. O
visitador não deve quebrar a intimidade que deve existir entre ele e o seu medico.
3. O Capelão deve evitar a terminologia Terminologia, em sentido amplo, refere-se
simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja, especificar as palavras simples e
compostas que são geralmente usadas em contextos específicos. médica como também
sobre a doença.
4. Não comentar se o tratamento está sendo ou não o indicado.

III. CAPELÃO E A ENFERMEIRA

 O Capelão deve trabalhar em harmonia com a enfermeira que está sempre em contato
com o doente, e este depende muito dela. 2. A enfermeira tem condições de sentir e
transmitir ao visitador as várias reações do doente. Por esta razão é muito importante
que a visitador.
 Procure a enfermeira para cientificar-se da condição física e psicológica do paciente.
 O Capelão deve guardar confidencia daquilo que a enfermeira lhe relatou sobre o
doente.
 O Capelão deverá lembrar-se de que o tempo da enfermeira é precioso, devendo por
isso evitar perguntas fora da área de visitação.
IV. O ENCONTRO DO CAPELÃO COM O PACIENTE
Lembre-se que a pessoa mais importante do hospital é o doente. Ele precisa sentir-se querido,
amado, lembrado e considerado.
1. Ao entrar no quarto o Capelão deverá cumprimentar o paciente, contudo sem, lhe apertar a
mão, a não ser que o paciente estenda a sua.
2. O visitador deve colocar-se numa posição de modo que o paciente possa vê-lo sem muito
esforço.
3. Nunca sentar-se na cama do paciente, evitando assim contaminar o doente ou ser
contaminado por ele.
4. Evitar visitas na hora das refeições e repouso.
5. As visitas não devem ser muito longas. Muitas vezes as melhores visitas são as mais
curtas. Entretanto, o visitador não deve demonstrar que está apressado.
6. Não fazer muitas perguntas na primeira visita. Outras informações podem ser colhidas na
próxima visita. O paciente se cansa com muita facilidade.
7. Evitar interjeições, discussões, polêmicas, notícias tristes e alarmantes. O visitador deve
evitar semblante de compaixão (pena).
8. Lembrar sempre que o doente é muito sensível, a perfumes, luz cores vivas, sons.
9. Nunca se mostrar insultado ou irritado com o doente como também, não falar de si mesmo,
nem de seus problemas.
10. Nunca demonstrar que está cansado, preocupado ou sentindo algum mal estar, pois o
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doente poderá ficar preocupado com aquilo que poderá acontecer.


11. Não levar jornal para o quarto do doente, pois poderá ser um veiculo de contaminação.
12.Não dar água nem alimentos ao doente ou com a enfermeira. sem falar antes com o médico
13.Não entrar no quarto do doente quando a porta estiver fechada.
14. Guardar segredo das confidências feitas pelo paciente.
15. Não tagarelar com o doente. A visita deve ter um propósito: consolo, conforto para quem
sofre. Muitas vezes a tentação de "pregar"e apresentar o seu discurso, faz com que muitos
esqueçam que estão em um hospital, desvirtuando assim todo o propósito da visita.

V. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA VISITAÇÃO


• Não Evangelize
• Converse assunto de interesse do paciente.
• B. Peça orientação à enfermeira de como poderá ajudar o paciente; seguir o "principio
de urgência".
• C. Informe-se a respeito do estado do paciente.
• Não demore muito na visita.
• Não mostre alarde na voz ou na face.
• Não tenha pena do paciente.
• Lembre-se de que o paciente tem profunda sensibilidade ao SOM, e aos ODORES..
Coloque-se numa posição em que o paciente possa vê-lo(a) livremente.
• Mostre seu interesse pelo paciente.
• Preste atenção à conversa do paciente para verificar suas preocupações. Não discuta
assunto que necessite de grande concentração e ocupações.
• Encoraje o paciente que achar que não ficará bom. Faça-o, porem, com prudência.
• Nunca funcione como auxiliar de enfermeira. Nunca dê água, alimento ou qualquer
outra coisa ao paciente.
• Nunca discuta a medicação com o paciente.
• Mantenha os segredos profissionais (num leito de hospital, o paciente fala muita coisa
de si mesmo e de sua vida).
• Nunca comente nos corredores do hospital ou fora dele o tipo de conversa ou o
encaminhamento de sua entrevista com o paciente.
• A ética deve ser rigorosamente observada.

VI. ATITUDES DO PACIENTE


 O recém-internado
 Temor do diagnóstico (seja grave, permanência no hospital)  Preocupação em
deixar o trabalho.
 Ao obter o diagnóstico, uma luta entre conformar-se e buscar saúde; temor que o
tempo seja 1ongo.
 Vontade de chorar.
 Desejo de contar a todos que se internou, porém, não se quer contar o porquê, muito
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menos em público.
 Tristeza ao chegar, por temer sair em um caixão.
 Ansiedade de ver os parentes e avisar-lhes de sua situação.

B. Depois da internação
24.Emoção ao tomar posse da cama e o uniforme de enfermo; vários complexos.
25.Adaptação a um horário de medicamentos, moléstias, dor (rotina hospitalar).
26.As perguntas cansam (o porquê da internação).
27.Ansiedade de deixar o mais rápido possível o hospital (considera uma prisão).
28.Há preocupação pela morte. PENSA-SE EM DEUS.
29. Resignação por causa do desejo de restaurar a saúde, quando medicamentos e comidas
são desagradáveis ao paladar.
30. Considera-se a enfermidade, como sinônimo de castigo, alguns se resignam, aceitando
que se faça a vontade de Deus.
31. Ha muita sensibilidade: a) Faz-se avaliação de caráter de todas as pessoas com quem se
mantém contato. b) Fazem-se críticas. c) Preocupam-se com os parentes quando sai um
morto. d) Preocupa-se com os que choram ou gemem. e) Há um desejo de realizar
qualquer coisa - passear, ler, cantar, escrever, ajudar o (a) companheiro(a) de cama (se
pode, claro!). O sofrimento os une, mesmo sem serem amigos.

C. Parentes e amigos
A solidão leva a ansiedade de ver as pessoas mais queridas.
Pensa-se que se não vem e porque são falsos amigos ou não o consideram.
Alguns parentes e amigos se emocionam ao ver pela primeira vez o internado (choram ou
empalidecem, assustam-se); outros se resignam e consolam o paciente, dizendo que estão
para aceitar a vontade de Deus. Outros se mostram alegres.
Os amigos e parentes contam as experiências de seu mundo. Uns trazem alegrias, outros
tristezas, mais sofrimento.
O paciente se preocupa com os parentes que são chamados e não aparecem.
As visitas dos pacientes do lado (se são abertas) estimulam com seus cumprimentos e
depois sua amizade.
Há alegria pelos novos amigos.
Compartilham com todos a alegria de sair.
Promessa de visitar o (a) companheiro (a) que fica por mais tempo.

As Misericórdias do Senhor são a causa de


não sermos consumidos; porque as Suas misericórdias não têm fim.
Lamentações 3:22

MÉTODO DE ABORDAGEM
a) Crianças
Para a criança é penoso o adoecer porque ela não compreende as implicações da enfermidade.
Que fazer? Tratar com naturalidade.
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Neste caso, os pais ou familiares mais próximos são os que precisam de assistência espiritual
em virtude do cansaço, do abatimento físico, emocional. Uma a palavra de animo, conforto e
consolação, mas sobretudo uma mensagem de fé e esperança no Senhor, será oportuna.
Lembrar-lhes que Jesus ama as crianças e que devem deixá-las aos cuidados do Senhor, Mt
19:13-15; Lc 18:15:17.
b) Adolescentes e Jovens
O jovem é o ser humano que mais ama a vida. A enfermidade para ele é essencialmente
traumática porque e contra o que ele espera da vida. Na maioria das vezes, vamos encontrálo
revoltado, dificultando o diálogo. Faz- se necessária uma atitude de muita compreensão e
também muita habilidade. O mais recomendável é ajudá-lo a expressar os sentimentos
negativos (todas) sem julgamento e encarar a realidade de sua doença de maneira positiva (Lm
3:27).
c) Adultos e a depressão
O medo de invalidez é bastante acentuado e isto causa desânimo,. Isto está relacionado com as
perdas. Perda de oportunidade, de um emprego, posição, liberdade e inclusive bens. Medo de
depender. Confiança em Deus é o remédio. Fazê-lo entender que Deus está vivo e que tem o
controle de tudo, pode dar esperança e coragem para enfrentar todos os acontecimentos da
vida. Ele supre todas as nossas necessidades, Sl 24; Fp 4:19.

MÉTODO DE ABORDAGEM
Velhice
A doença na velhice é problemática; significam além da mudança de status, função, etc.
Enfermidade na velhice é igual a solidão, intensificada pelas fraquezas da idade e a debilidade
da própria doença. Ensinar que o amor e cuidado de Deus por seu povo não diminuem com o
tempo ou passar dos anos, (Is 46,4).

Casos especiais
1. Perda - por acidentes, cirurgias, etc. O paciente normalmente passa por estado
de choque da realidade ou como, por emoções choro, depressão, solidão. Ajude-
o a reformular sua autoimagem, reconhecendo o seu valor diante de Deus (ser
integro). Expressado por negação Para o paciente nessas circunstâncias pode ser
muito difícil perceber o amor de Deus e entender a Sua vontade. Citar textos
bíblicos já decorados como: "... todas as coisas contribuem para o bem daqueles
que amam a Deus", etc., em geral não ajuda, pelo contrário, só faz aumentar sua
revolta, e baixar a sua auto-estima. Atitude de compreensão é a base para esses
casos.

2. Pacientes cardíacos Características Gerais:

3. Dor (geralmente controlada com medicamentos)


4. Ansiedade em face à morte (preocupação com a família, etc.).
5. Medo (esconde a possibilidade de recuperação).
6. Depressão
7. e. Autocomiseração: "Eu não tenho valor"; "sou um inválido". Enquanto esta
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pode ser a impressão inicial do paciente, na maioria das vezes não corresponde à
realidade; o paciente cardiopata hoje em dia é estimulado a praticar exercícios e
abandonar a vida sedentária. - Papel do visitador (capelão): recuperar a imagem
de Cristo no paciente) (muitas vezes inacessível, trancado). É necessário visitá-
lo diariamente.

Paciente de Câncer
É um paciente por demais dependente. Depende de tudo e de todos. Voltado para si mesmo, e
sempre movido de auto-compaixão. É individualista. Consciente ou inconscientemente
alimenta o sentimento de culpa: ("estou sendo castigado"; "o que eu fiz?"; "por que isto
aconteceu comigo?", etc.). É facilmente tomado pela depressão, pensa muito na morte Teme
cirurgia que possa mutilar um de seus membros ou partes do seu corpo. Normalmente tem
dificuldade de relacionar-se com o pessoal responsável pelos cuidados médicos. Acha que está
abandonado e em consequência disto se revolta contra tudo e todos. Suas emoções mais
comuns:
1. Medo (vários aspectos);
2. Culpa;
3. Sentimento de rejeição - inferioridade;
4. Negação da realidade.

Como ajudá-lo:
1. Considerando-o como um caso especial. Necessita de afeto;
2. Ajudá-lo a restaurar suas relações humanas;
3. Encorajá-lo a expressar os seus sentimentos, especialmente os de ira, revolta;
4. Ajudá-lo a se reconciliar com o mundo em que vive;
5. Incentivá-lo a confiar na medicina;
6. Ajudá-lo a tornar-se independente;
7. Visitá-lo com frequência, demonstrando real interesse por ele;
8. Fazê-lo reconhecer suas reais necessidades de reconciliação com Deus atravésde
Cristo.

4. Paciente em U. T. I.
Normalmente paciente grave, frágil, inseguro, angustiado. (Sente muita solidão) em virtude
do isolamento de tudo e de todos. Horário de visita é restrito. Na maioria das vezes o contato é
apenas auditivo. Ouve-se de outros pacientes: queixas, gemidos, etc. Espaço reduzido - tira a
visão normal do paciente; relação com o mundo exterior é completamente cortada. A ausência
da família é muito sentida. Também a ausência de um médico com vinculo responsável. O
maior incômodo é ter necessidades fisiólogicas em "comadres". Perda da posse do corpo e da
identidade (regressão adaptativa). Raros são os médicos que pedem auto- realização do
paciente (sondas, banhos, etc.), especialmente mulheres e idosos. Há dificuldade em dormir;
luz acesa todo o tempo. Perda da noção do tempo. Contato íntimo com a morte ("Se eu ficar
bonzinho...", "Por quê?", "O que eu fiz a Deus?"). Enfim ha uma grande invasão ao paciente
(manipulação). Justificativa: não há tempo de explicar. Como Agir: tratar o paciente com
muita compreensão. Procura ameniza ou aliviar suas tensões com oração, palavras de
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esperança, sempre. Visitá-lo diariamente, se possível.

 Paciente em véspera de cirurgia ou aguardando diagnóstico.


Nesta situação o paciente apresenta certo grau de medo e ansiedade que muitas vezes se
manifesta de forma não verbal. Exemplos: nervosidade, falar demais. Choro, afirmações
ousadas como: "vou operar e não estou com medo"; "confio em Deus". Sentimento de culpa
também é constante. Nessas circunstancias, admitir de maneira razoável sem piorar a situação.
Para o medo oferecer fé; para o sentimento de culpa: mensagem de esperança, do
arrependimento, do perdão. Perdão completo.
Horizontal – Próximo
Vertical – Deus
Profundidade - Eu

 Paciente de AIDS (Aidético)


Desenvolver um trabalho de assistência ao aidético não é fácil. Quase sempre há uma angustia
intensa pelas dificuldades encontradas:
 Isolamento
 Processo degenerativo
 Morte inevitável
 Estigma
 Sentimento de culpa
"Contudo, ocorreu uma mudança no perfil destes pacientes. Hoje em dia, com o emprego
contínuo (diário) do chamado “coquetel”, que consta de um conjunto de drogas que
praticamente inativam o vírus HIV, o paciente portador do vírus tem uma perspectiva de vida
quase normal, exceto pelo fato de ter que ingerir diariamente os medicamentos. Não se
encontrou a cura, mas o tratamento a longo prazo é eficaz para a maioria dos pacientes
(lembrar do conhecido jogador de basquete "Magic Johnson", vivo até hoje). Por outro lado,
existem aqueles pacientes que optam por não ingerir o coquetel por um motivo ou outro (ele é
gratuito no Brasil para qualquer paciente). Estes irão apresentar queda acentuada na imunidade
com o passar do tempo com risco de morte e sofrimento consideráveis. O processo
degenerativo é notável, com caquexia acentuada e desfigurante. Ainda assim, o tempo médio
entre a contaminação pelo HIV e o desenvolvimento da doença AIDS (que corresponde a uma
queda profunda da imunidade) pode levar em média 8-10 anos" (Dr. Luciano Pilla). Como
agir: utilizar os recursos da graça de Deus: Amor e perdão, mediante arrependimento e fé em
Jesus Cristo, nosso Senhor. Ver Cl 3.5; Lc 9.23-27; Jo 3.16.

ATIVIDADE PARA SER REALIZADA:


Escolha uma das doenças e monte um método de abordagem, de acordo com o que foi discutido
até então. Não se esqueça de observar detalhadamente as referências bíblicas.

CULTOS:
Devem ser bastante simples de modo que seja agradável participar deles.
A mensagem deve se breve e objetiva, com duração de dez (10) a quinze (15) minutos, no
máximo.
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O pregador deve ter uma visão ampla do reino de Deus. O ministério no hospital não é
oportunidade para angariar mais adeptos para a sua igreja ou denominação, mas "abrir o
coração para as verdades sublimes do evangelho".
O culto em hospital tem suas características peculiares. Alguns incorrem no erro gravíssimo
de apresentarem a "liturgia comum" de suas comunidades eclesiásticas. Outros pregam como
se estivessem numa grande praça publica ou num "palanque armado". São tão impessoais! A
voz ensaiada, artificial, que chegam a gritar. Esquecem-se de que o enfermo e muito sensível,
especialmente a "sons". O "sermão" deve ter um bom propósito (é essencial). Não é necessário
dizer alguma coisa, mas ter uma mensagem a entregar. Mensagem que sai da Palavra de Deus,
deve sempre terminar com ponto positivo. Exemplo: Pecado (culpa) apresentar a Cristo como
salvador. Cristo está interessado. Ele quer salvar o pecador. Falar (relatar) da vida de alegria
quando se aceita a Cristo.

PACIENTE À MORTE (pacientes terminais)


Assim como o nascimento, a morte é experiência universal. São eventos naturais, fazem parte
da vida. Nascimento Alegria X Morte Tristeza E dito que a meta da vida é a morte. A bíblia
fala que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez". "O salário do pecado é a morte".
Mas a Bíblia também fala que a morte não é o fim de vida, mas o início de uma vida plena
para aqueles que crêem em Jesus Cristo como o Filho de Deus, enviado para salvar o homem.
Na etapa morte o homem começa a viver esta mesma vida (pois não perde sua identidade),
numa dimensão de eternidade e glorificação. Portanto, morte não é uma catástrofe biológica.
A fé na graça e no poder de Deus anima o cristão a suplantar as barreiras. Há certeza de
ressurreição. Mas, apesar disso, o temor à morte é uma constante, a ideia de morrer espanta.
Jesus ensinou várias vezes aos seus discípulos a respeito de sua morte. Anuncia-lhes que há de
morrer. Pedro, momentos antes havia feito a maravilhosa confissão, "Tu és o Cristo...", Jesus
Cristo o Messias, e espanta-se diante da ideia que seu Mestre tenha que morrer. Como nós,
Pedro sentia medo diante da morte. Qual deve ser a nossa atitude? Encará-la como realidade
desta vida, compreendê-la, aceitá-la. Negando-a estaremos a nossa própria finitude, a nossa
própria humanidade. No passado, a morte era um acontecimento público de que participavam
familiares e amigos. O homem conhecia os sinais que antecediam a morte; isto se fazia
necessário para que pudesse tomar todas as providências em relação a sua vida e a de seus
familiares. www.projeto-timoteo.org 3ª edição 25 Hoje, com o aperfeiçoamento da medicina e
avanço da tecnologia, a morte tornou-se um tabu. Passa ser um ato solitário, sem a
participação da família, dos amigos. É proibido falar de morte onde só a vida é elogiada. A
morte não acontece nas casas (lares) foi transferida para hospitais. Porém, estes não estão
preparados para lidar com ela. O desenvolvimento e aperfeiçoamento contribuem para que a
visão da integridade humana (homem como um todo) se perca, tratando-se de doenças e não
de doente. A tônica é lidar com a vida, com doenças, com a cura. E é praticamente impossível
prever a morte ou quanto alguém com uma doença dita incurável vai viver, gerando
"onipotência" de se pensar que a morte foi banida. Contudo, quando ela ocorre, ha uma
sensação de fracasso como se deixasse de fazer algo adequadamente. Morrer tornou-se
complicado, solitário, desconfortável, mecânico, e desumano (barulho, sondas, luz, vozes).

REAÇÕES DOS PACIENTES


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Psiquiatra Elisabeth Kübler Ross, no seu Livro, "Sobre a Morte e o Morrer" esquematizou as
etapas pelas quais as pessoas passam antes de morrer. Compreendendo-as, teremos melhor
condição de ajudar o paciente. A. Negação - é a primeira reação do paciente ao receber o
diagnóstico ou de que é possuidor de uma doença incurável. A negação funciona como um
pára-choque diante de notícias inesperadas e chocantes. É uma forma saudável de lidar com a
situação difícil, dolorosa (amortecedor de angústia). Normalmente a negação é uma defesa
temporária. É usada por quase todos os pacientes ou nos primeiros estágios da doença ou logo
apos a constatação; alguns adotam a negação durante a maior parte de sua vida. Esse
mecanismo de defesa é também usado pela família (mais difícil) e pelo próprio médico. O
médico nega para negar sua própria angústia que traz à tona a angústia da própria morte. Sua
"onipotência" é ameaçada.

 Frustração
Neste período, os pacientes costumam trocar de médicos ou achar que houve engano nos seus
exames. Expressões como: "Não, não pode ser comigo!", "Não, eu não", etc. são muito
comuns. Ele pode falar sobre coisas importantes para sua vida; pode até falar acerca da morte
ou da vida após a morte de maneira surpreendente, fantástica. Neste ponto precisamos de
muita habilidade para entender as dicas que o paciente está dando. É o momento que ele
prefere voltar-se para as coisas mais alegres e felizes. Permitir que ele sonhe, mesmo que a
nosso ver algumas situações sejam pouco prováveis ou de remota realização. Ser um ouvinte
sensível, deixar que o paciente faça uso de suas defesas sem se conscientizar de suas
contradições. Embora a negação seja uma defesa temporária, durante certos momentos o
paciente volta a utilizá-la porque e possível encarar a morte de frente durante todo o tempo.

 Raiva
O segundo estágio e o da raiva. Quando não é mais possível manter a negação, ela é
substituída por agressividade, sentimentos de raiva, de revolta, de inveja, e de ressentimento.
"Por que eu?" Talvez esta seja o estágio mais difícil para lidar; tanto do ponto de vista da
família como do pessoal do hospital. Essa raiva se propaga em todas as direções. Os doentes
reclamam de tudo e de todos: “Os médicos não; prestam” “são incompetentes”. Na maioria
das vezes as enfermeiras são o alvo constante dessa raiva. As visitas dos familiares são
recebidas sem entusiasmo. A relação deles e de choro, pesar, culpa e humilhação; alguns
evitam visitas, aumentando a mágoa e a raiva do paciente. Essas reações estão a declarar:
"Não esqueçam que eu estou vivo!”; "Vocês podem ouvir a minha voz, ainda não morri".
Atitudes e compreensão,atenção e carinho devem ser dispensadas, ajudando melhor o paciente
a lidar com a raiva. Infelizmente, nem sempre isto acontece; enfermeiros e familiares
retribuem com
uma raiva ainda maior, alimentando o comportamento hostil do paciente, a sua revolta contra
Deus e as pessoas.

 Barganha
Este é o terceiro estágio, possivelmente o menos conhecido, mas útil ao paciente; “primeiro
exigem, depois pedem por favor”. A barganha é a tentativa de adiamento. São mantidas
geralmente em segredo e feitas a Deus (maior consagração; promessas de doar parte de seu
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corpo para benefício de ciência ou de outros; o que alguns chamam "dividas com a vida"). As
promessas podem estar associadas a uma culpa escondida. É importante que estes aspectos
sejam considerados e que se procure descobrir qual o motivo da culpa, aliviando-o dos seus
temores. Quando o paciente não pode mais negar a sua doença, pois apesar do tratamento não
acontece melhoras, ao contrário, está mais debilitado, ele entra em depressão.
A autora Elizabeth K. Ross fala da depressão sob dois aspectos:
1) Depressão reativa causada pelo desconforto da doença ou consequências do tratamento
(perda).
2) Depressão preparatória - e um instrumento na preparação da perda iminente de todos os
objetos amados. Ela facilita a aceitação.
Neste caso não convém animar o paciente para olhar o lado alegre, risonho da vida. Dizerlhe
para não ficar triste não ajuda em nada. O paciente está prestes a perder tudo e todos os quem
ama. Deixar que ele exteriorize seu pesar faz com que aceite mais facilmente sua aceitação.
Fase quase terminal. Nossa atitude deve ser de muita compreensão. Há pouca ou nenhuma
necessidade de palavras. A presença e contato físico são muito importantes. Podem ser
expressos por "um sentar ao lado" silencioso; “um toque carinhoso na mão”; afago nos
cabelos. Este é o momento de orar e apresentar a mensagem de esperança, nova vida com
Cristo. Nem sempre se entende que este tipo de depressão é benefício e permite que o paciente
morra num estágio de aceitação e paz. Muitos tentam animá-lo, retardando a sua preparação
emocional, causando-lhes mais tristezas e angústias por se ver forçado a lutar pela vida,
quando estava pronto a se preparar para a morte. E. Aceitação - se o paciente tiver tido o
tempo necessário (não ter morte súbita ou inesperada) e tiver recebido alguma ajuda, poderá
atingir um estágio em que não mais sentirá raiva ou depressão quanto ao seu destino. Estará
bastante fraco e cansado, mas é provável que tenha externado seus sentimentos de inveja pelos
vivos e sadio, e sua raiva por aqueles que não são obrigados a enfrentar a morte tão cedo.
Nesta fase ele vai cochilar bastante, dormir com frequência. Não é sono de fuga. À medida
que ele, a véspera da morte encontra certa paz e aceitação, seu circulo de interesse diminui.
Deseja que o deixem sós, ou que pelo menos que não o perturbem com notícias do mundo
exterior. Os visitantes quase sempre são indesejados, e o paciente já não sente vontade de
conversar com eles. E provável que só segure nossa mão num pedido velado que fiquemos em
silêncio. Para quem não se perturba diante de quem está para morrer, estes momentos de
silêncio podem encerrar as comunicações mais significativas. Há alguns pacientes que lutam
até o fim, que se debatem e se agarram a esperança, tornando impossível atingir este estágio
de aceitação. Quando
deixam de lutar, a luta acaba. Quanto mais se debatem para driblar, a morte é inevitável,
quanto mais tentam negá-la, mais difícil será alcançar o estágio final de aceitação, paz e
dignidade. O ministério (trabalho) com o paciente terminal requer certa maturidade que só
vem com a experiência. É necessário um auto-exame da nossa posição diante da morte e do
morrer para podermos sentar tranquilos e sem ansiedade ao lado de um paciente terminal.
Finalmente, "cuida dele (cuida deste homem)..." Lucas 10:25-37.
1. Indo ao encontro dele;
2. Identificando-te com ele e seu sofrimento;
3. Tratando-o com dignidade;
4. Respeitando-o;
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5. Aceitando-o, amando-o para que ele também conheça o amor de Cristo derramado
noteu coração.
"Então dirá o Rei... vinde, benditos de meu Pai... Porque estive enfermo e
visitastesme". "Em verdade vos digo que quando o fizerdes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizeste" (Mateus 25:34-40).

Bibliografia
PETTRY, W. Ernest. Ministrado a Palavra de Deus – ICI – SP – 1987.
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. Edição Brasileira, RJ: CPAD, 95.
a. THOMPSON, Bíblia de Referência. Edição Contemporânea, RJ: Ed. VIDA, 95.

Agradeço ao Senhor Jesus por poder abençoar vidas através desta obra.
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