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Wilson Lucas
Universidade Rovuma
2020
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Wilson Lucas
Universidade Rovuma
2020
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Índice
Introdução........................................................................................................................................4
1. O racionalismo.............................................................................................................................5
2. Descartes......................................................................................................................................6
Conclusão......................................................................................................................................12
Referências bibliográficas.............................................................................................................13
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Introdução
O trabalho que esta diante de si, tange sobre O racionalismo de Descartes e as criticas contidas
no pensamento do cartesianismo. Todavia, neste prólogo, urge a necessidade de descodificar os
temas aqui tratados, dando os seus fundamentos básicos. Assim sendo, o racionalismo sustenta
que há um tipo de conhecimento que surge directamente da razão. É baseado nos princípios da
busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento que não vêm da
experiência e são elaborados somente pela razão. O racionalismo considera que o homem tem
idéias inatas, ou seja, que não são derivadas da experiência, mas se encontram no indivíduo
desde seu nascimento e desconfia das percepções sensoriais.
Objectivos
Geral
Específicos
Metodologia
Para a efectivação deste trabalho, que julgamos ser magnífico, foi necessário recorrer a consulta
bibliográfica. Por conseguinte, essa consulta baseou-se nalgumas fontes dos próprios autores,
isto é, tivemos a oportunidade de conversar na primeira pessoa com os nossos filósofos. E
algumas delas, são comentários de grandes biógrafos.
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1. O racionalismo
Segundo ARANHA (2003:86) parte da questão o que é a razão? E para ela, existem vários
sentidos de razão no nosso dia-a-dia. Já que a Filosofia se define como conhecimento racional da
realidade natural e cultural, das coisas e dos seres humanos. Então a razão é a organização e
ordenação de idéias, para assim poder sistematizá-las.
Nesta objecção dada pela Aranha, podemos inferir que a razão é actividade intelectual de
conhecimento da realidade natural, social, psicológica, histórica. Possui um ideal de clareza, de
ordenação e de rigor e precisão dos pensamentos e de palavras. A razão, em sua origem, é a
capacidade intelectual de pensar e exprimir-se correcta e claramente, de modo a organizar e
ordenar a realidade, os seres, os fatos e as idéias. Porque, desde o começo da Filosofia, a origem
da palavra razão fez com que ela fosse considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:
Ao conhecimento ilusório
Às emoções, aos sentimentos, às paixões,
À crença religiosa, em que a verdade nos é dada pela fé numa revelação Divina
Ao êxtase místico
Em REALE & ANTISERI (1990:358) podemos ler que o racionalismo sustenta que há um tipo
de conhecimento que surge directamente da razão. É baseado nos princípios da busca da certeza
e da demonstração, sustentados por um conhecimento que não vêm da experiência e são
elaborados somente pela razão. O racionalismo considera que o homem tem idéias inatas, ou
seja, que não são derivadas da experiência, mas se encontram no indivíduo desde seu nascimento
e desconfia das percepções sensoriais.
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2. Descartes
Segundo REALE & ANTISERI (1990:353) mostram que “René Descartes” (Cartesius, Cartésio)
nasceu em LIA HAYE, na Tourenne em 31 de Março de 1596 na França, em um momento de
profunda crise da sociedade e cultura europeia, passando por grandes transformações e ruptura
com o mundo anterior. Foi um dos principais pensadores do racionalismo. Expôs suas idéias com
cautela para evitar a condenação da igreja. É considerado um dos pais da filosofia moderna.
Autor da frase: penso, logo existo, considerado por Russell como o fundador do pensamento
moderno. Segundo ele, Descartes foi o primeiro pensador de alta capacidade filosófica, cujo, o
modo de ver foi influenciado pela nova física e a nova astronomia.
KEPLER & GALILEU apud REALE & ANTISERI (1990:351) afirmara que a estrutura do
mundo era uma estrutura de tipo essencialmente matemático, quer dizer que, o universo está
escrito em linguagem matemática. Partindo nessas visões, Descartes tende levar ao seu extremo e
identifica a matemática com a ciência da natureza.
Filosofia”, de que todo saber, isto é, “toda filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a
metafísica, o tronco é a física e os ramos que procedem do tronco são todas as outras ciências”
(REALE & ANTISERI, 1990:351).
De acordo com os autores VERGUEZ & HUISMAN (2011:120) apontam que Descarte quer
estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de
razão.
a) A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a
reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda
"prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não
tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é
o que resiste a todos os assaltos da dúvida, uma evidência-resíduo, o produto do espírito crítico.
b) A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas
forem possíveis".
c) A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos
objectos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que ~or meio
de degraus, aos mais complexos'.
d) A última é a dos "desmembramentos tão completos... a ponto de estar certo de nada ter
omitido".
Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma
manifestação do livre exame e do racionalismo.
No "Discurso sobre o Método", Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem
compreender sua metafísica, é necessário ler as "Meditações". Todos sabem que
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Segundo REALE & ANTISERI (1990:393) o cartesianismo teve notável trajectória, sobretudo
na Holanda, onde Descartes residiu algum tempo e na França, onde se tornou moda intelectual,
tendo suscitado reacções e oposições. Nesta lógica, o primeiro a submeter uma critica no
pensamento cartesiano foi Malebranche.
Uma das aporias deixadas por Descartes, sem nenhuma solução, foi a possibilidade de explicar a
acção recíproca da res cogitans e res extensa, da alma e do corpo.
REALE & ANTISERI (1990:397) afirmam que Malebranche foi fortemente influenciado pelo
dualismo cartesiano entre alma e corpo, pensamento e extensão. Mas enquanto o cartesianismo
se embaraçava para explicar a relação entre ambos, com respostas bastante insatisfatórias para os
filósofos da época, que não aceitavam gratuitamente a solução cartesiana baseada nos supostos
efeitos da glândula pinhal, Malebranche propõe outra abordagem. Primeiramente, ele aceita tal
dualismo, mas segundo o filosofo não devemos nos preocupar com a relação entre eles porque
não há uma acção da alma sobre o corpo nem do corpo sobre a alma. Tanto a alma quanto o
corpo não criam acções, mas ocasiões nas quais Deus se manifesta. E por essa tese que será
conferido ao pensamento de Malebranche o titulo de ocasionalismo.
Nesse sentido, Deus não é um ser transcendente do mundo, mas o mundo inteiro se encontra em
Deus. Isso não quer dizer que conhecemos o mundo porque conhecemos Deus, mas conhecemos
o mundo pelas ideias que estão em Deus. As ideias têm uma existência eterna e necessária e o
mundo corpóreo existe apenas porque Deus desejou cria-lo. Assim, para ver o mundo inteligível,
basta consultar a razão, que contem em si as ideias inteligíveis, eternas e necessárias, o arquétipo
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do mundo visível. Nos conhecemos os corpos pelas ideias que estão em Deus, pois para
Malebranche o mundo e por si mesmo “invisível”.
MALEBRANCHE (2011:7-8) defende a tese de que o mundo em que o corpo habita, e mesmo o
próprio corpo, tem realidade diferente daquela que na atitude natural nos costumamos perceber.
Para o filósofo, o mundo não e composto de objectos, nem os objectos são compostos de matéria.
O que confere realidade ao mundo são as ideias.
As críticas feitas por Spinoza em relação ao pensamento cartesiano, estão contidas, na sua obra-
prima, intitulada “ O Tratado sobre a emenda do intelecto”.
Em REALE & ANTISERI (1990:410) podemos ler que o interesse de Spinoza é de carácter
ético, ao passo que o de Descartes é gnosiológico. Isto é, Spinoza não se pergunta qual a
metodologia correcta da verdade para satisfazer um interesse teorético abstracto, mas busca a
verdade capaz de dar o sentido à existência humana, querendo portanto identificar qual o bem
cujo posse garanta ao homem a felicidade.
Por conseguinte, o verdadeiro que-se caca em Spinoza não é do tipo matemático ou físico, isto é,
um tipo do verdadeiro que não incide sobre a existência humana, mas é precisamente aquele
verdadeiro que interessa mais que qualquer outro à vida humana, trata-se daquele verdadeiro que
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REALE & ANTISERI (1990:410) dizem que Spinoza havia experimentado a fatuidade de todas
as coisas que costumam acontecer na vida comum e ter descoberto que elas somente constituíam
“bens” e “males” à medida que o seu espírito deixava-se estimular por elas, pois, na realidade
elas eram todas “boas” e “más”. Foi por isso, “por fim”, ele decidiu-se procurar o verdadeiro
“Bem” alcançável, com o qual o espírito pudesse se satisfazer plenamente, e, portanto, ver se
existia algo que, encontrado e possuído e suprema Letícia.
As coisas que geralmente os homens dão valor são: os prazeres, riquezas e as honras. Todavia,
Spinoza apresenta os seus efeitos:
a) O espírito quando desfruta o prazer, fica tal modo tomado que nele mergulha inteiramente,
não podendo mais ocupar-se de outras coisas. Mas depois, de desfrutado o prazer, sobrevém uma
enorme tristeza;
b) No que se refere às riquezas, quando elas são perseguidas por si mesmas (ou seja,
precisamente como o sumo bem) absorvem continuamente o homem, forçando-o a direccionar
todas as acções para obtenção delas. Quanto mais riqueza se adquire, mais aumenta o desejo de
aumenta-las, mas quando acontece ao contrário o homem se abate definitivamente;
c) O mesmo acontece na busca das honras mas com um agravante. Depois dessas reflexões,
conclui que abandonando essas coisas, estaria abandonando, “bens incertos” por sua natureza, ao
passo que, o bem a que visava era certo por natureza, sendo incerto no modo de consegui-lo.
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Assim para Spinoza, a felicidade e a infelicidade depende somente da natureza do objecto que
nos apegamos com o nosso amor. E portanto, o amor por aquilo que é eterno e infinito enche o
espírito de pura alegria inteiramente privada de tristeza, o que constitui um bem a desejar e
buscar com todas as nossas forcas.
O cartesianismo foi uma filosofia marcante ao longo do século XVII, de modo que não é
incomum encontrar resquícios deste sistema, mesmo naqueles pensadores que adoptaram uma
postura crítica em relação ao autor das Paixões da alma.
(REALE: ANTISERI, 2007). Alguns supõem que, após estas experiências religiosas, o autor dos
Pensamentos teria renunciado a sua intensa dedicação à pesquisa científica, como se a fé fosse
uma espécie de obstáculo para sua investigação. “Já dei muito de mim para a ciência. Desde
certo encontro que tive, sei que há coisas mais importantes e não quero me distrair”, é o que
afirma uma frase colocada de forma tendenciosa na boca de Pascal por Brisville. Embora esta
conclusão tente encontrar fundamento no testemunho de Gilberte, irmã e primeira biógrafa de
Pascal, os dados históricos atestam o seu carácter inverossímil. Após a chamada primeira
conversão, o polemista de Port-Royal escreveu Novas experiências sobre o vácuo, Descrição da
grande experiência do equilíbrio dos licores, o Tratado sobre o triângulo aritmético, dentre
outras obras científicas importantes.
É bem verdade que os métodos humanos não são infalíveis no entender de Pascal. Tal
compreensão já fora demonstrada por Étienne Pascal. Por ocasião da publicação do Discurso do
método, o patriarca da família Pascal colocara-se claramente em oposição às pretensões
cartesianas. Não obstante, o autor das Provinciais não renuncia ao método em sua radicalidade.
De fato, ele divide o seu método em três partes, a saber: as definições, os axiomas e as
demonstrações.
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Conclusão.
física e a nova astronomia. Descartes que há idéias bem diversas das que vinha aceitando como
Chegados a este epílogo, podemos dizer que guardamos boas memórias nas frases abaixo:
A alma quanto o corpo não criam acções, mas ocasiões nas quais Deus se manifesta -
Malebranche
Referências bibliográficas
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo,
Moderna, 2003.
DESCARTES, René. O discurso sobre o método. São Paulo, 3ªed. Martins fontes, 2001.
PASCAL, B. (1961) Pensamentos (Milliet, S., Trad.). São Paulo, SP: Difusão Europeia do Livro.
REALE, Giovani & ANTISERI, Dário. História da filosofia – Do humanismo à Kant. São Paulo,
2ª ed. Paulus, 1990.
VERGEZ, André e HUISMAN, Dênis. História dos filósofos ilustrada pelos textos. Rio de
Janeiro: Biblioteca universitária Freitas Bastos, 1982.