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Julinda Manuel Lyambwambwe

Luisa Rafique Nkumi

Silva Amílcar Magido

Wilson Lucas

O Racionalismo de Descartes e as criticas do pensamento cartesiano (Nicolau de


Malebranche, Baruch Spinoza e Blaise Pascal).

Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em Ética

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2020
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Julinda Manuel Lyambwambwe

Luisa Rafique Nkumi

Silva Amílcar Magido

Wilson Lucas

O Racionalismo de Descartes e as criticas do pensamento cartesiano (Nicolau de


Malebranche, Baruch Spinoza e Blaise Pascal).

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado no Departamento de Letras e
Ciências humanas, no âmbito da cadeira de
Historia da Filosofia Moderna, leccionada
pelo: Msc. Mário Adolfo Januário

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2020
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Índice
Introdução........................................................................................................................................4

1. O racionalismo.............................................................................................................................5

1.1. Conceitos básicos......................................................................................................................5

2. Descartes......................................................................................................................................6

2.1.A génesis do pensamento cartesiano.........................................................................................6

2.2. O método Cartesiano................................................................................................................7

3. Criticas no pensamento Cartesiano Nicolau de Malebranche.....................................................8

3.1. Aporias Cartesianas e a Solução de Malebranche....................................................................8

4.Criticas no pensamento Cartesiano Baruch Spinoza....................................................................9

5. Criticas no pensamento Cartesiano Blaise Pascal.....................................................................11

Conclusão......................................................................................................................................12

Referências bibliográficas.............................................................................................................13
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Introdução

O trabalho que esta diante de si, tange sobre O racionalismo de Descartes e as criticas contidas
no pensamento do cartesianismo. Todavia, neste prólogo, urge a necessidade de descodificar os
temas aqui tratados, dando os seus fundamentos básicos. Assim sendo, o racionalismo sustenta
que há um tipo de conhecimento que surge directamente da razão. É baseado nos princípios da
busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento que não vêm da
experiência e são elaborados somente pela razão. O racionalismo considera que o homem tem
idéias inatas, ou seja, que não são derivadas da experiência, mas se encontram no indivíduo
desde seu nascimento e desconfia das percepções sensoriais.

Objectivos

Geral

 Compreender em linhas gerais o pensamento Cartesiano e as suas reacções e


oposições;

Específicos

 Explicar o método preconizado por Descartes para o alcance do conhecimento


verdadeiro;
 Criar pontes entre o pensamento de Descartes e as criticas de Malebranche;
 Descodificar os fundamentos de Spinoza na busca de suma felicidade.

Metodologia

Para a efectivação deste trabalho, que julgamos ser magnífico, foi necessário recorrer a consulta
bibliográfica. Por conseguinte, essa consulta baseou-se nalgumas fontes dos próprios autores,
isto é, tivemos a oportunidade de conversar na primeira pessoa com os nossos filósofos. E
algumas delas, são comentários de grandes biógrafos.
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1. O racionalismo

1.1. Conceitos básicos.

Segundo ARANHA (2003:86) parte da questão o que é a razão? E para ela, existem vários
sentidos de razão no nosso dia-a-dia. Já que a Filosofia se define como conhecimento racional da
realidade natural e cultural, das coisas e dos seres humanos. Então a razão é a organização e
ordenação de idéias, para assim poder sistematizá-las.

Nesta objecção dada pela Aranha, podemos inferir que a razão é actividade intelectual de
conhecimento da realidade natural, social, psicológica, histórica. Possui um ideal de clareza, de
ordenação e de rigor e precisão dos pensamentos e de palavras. A razão, em sua origem, é a
capacidade intelectual de pensar e exprimir-se correcta e claramente, de modo a organizar e
ordenar a realidade, os seres, os fatos e as idéias. Porque, desde o começo da Filosofia, a origem
da palavra razão fez com que ela fosse considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:

 Ao conhecimento ilusório
 Às emoções, aos sentimentos, às paixões,
 À crença religiosa, em que a verdade nos é dada pela fé numa revelação Divina
 Ao êxtase místico

A Filosofia Moderna foi o período em que mais se confiou nos poderes


da razão para conhecer e conquistar a realidade e o homem – por isso
foi chamado de Grande Racionalismo Clássico. O marco dessa forma
de pensamento é René Descarte, matemático e filósofo, inventor da
geometria analítica. O método escolhido é o matemático, por ser o
exemplo de conhecimento integral racional (ARANHA, 2003:86).

Em REALE & ANTISERI (1990:358) podemos ler que o racionalismo sustenta que há um tipo
de conhecimento que surge directamente da razão. É baseado nos princípios da busca da certeza
e da demonstração, sustentados por um conhecimento que não vêm da experiência e são
elaborados somente pela razão. O racionalismo considera que o homem tem idéias inatas, ou
seja, que não são derivadas da experiência, mas se encontram no indivíduo desde seu nascimento
e desconfia das percepções sensoriais.
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2. Descartes

Da antemão, se tem a necessidade de apresentar, a súmula biográfica cartesiana. E não obstante,


também é necessário apresentar a sua literatura e assim como, a sua inclinação filosófica.

Segundo REALE & ANTISERI (1990:353) mostram que “René Descartes” (Cartesius, Cartésio)
nasceu em LIA HAYE, na Tourenne em 31 de Março de 1596 na França, em um momento de
profunda crise da sociedade e cultura europeia, passando por grandes transformações e ruptura
com o mundo anterior. Foi um dos principais pensadores do racionalismo. Expôs suas idéias com
cautela para evitar a condenação da igreja. É considerado um dos pais da filosofia moderna.
Autor da frase: penso, logo existo, considerado por Russell como o fundador do pensamento
moderno. Segundo ele, Descartes foi o primeiro pensador de alta capacidade filosófica, cujo, o
modo de ver foi influenciado pela nova física e a nova astronomia.

2.1.A génesis do pensamento cartesiano

Descartes bebeu muito a filosofia da época precedente da modernidade, concretamente, a


filosofia escolástica, mas todavia, discorda e não aceita os fundamentos dados por seus
antecessores. E quanto a isto, Descartes pensa em engendrar e erguer um novo edifício filosófico
completo. Facto que nunca tinha acontecido, nos outros filósofos, desde aos mais notáveis. Veja
que, desde há muito tempo, os filósofos haviam sido mestres, com a atitude de superioridade
profissional que esse atributo carrega consigo. Descartes ao contrário, não escreve como mestre,
mas como descobridor e explorador ansioso para transmitir aquilo que encontrou (Ibidem,
1990:350).

KEPLER & GALILEU apud REALE & ANTISERI (1990:351) afirmara que a estrutura do
mundo era uma estrutura de tipo essencialmente matemático, quer dizer que, o universo está
escrito em linguagem matemática. Partindo nessas visões, Descartes tende levar ao seu extremo e
identifica a matemática com a ciência da natureza.

Nesta lógica, no projecto filosófico Cartesiano a física e a metafísica estão estreitamente


entrelaçados e solidamente interfuncionais. Com efeito, ele estava convencido em “Princípios de
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Filosofia”, de que todo saber, isto é, “toda filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a
metafísica, o tronco é a física e os ramos que procedem do tronco são todas as outras ciências”
(REALE & ANTISERI, 1990:351).

O princípio básico de sua filosofia é a frase: “Penso, Logo existo”. A


base de seu método é a dúvida de todas as nossas crenças e opiniões.
Para ele, tudo deve ser rejeitado se houver qualquer possibilidade de
dúvida. O pensamento é algo mais certo que a matéria. Ele valorizava a
actividade do sujeito pensante em relação ao real a ser conhecido.
Descarte acreditava que o método racional é caminho para garantir o
conhecimento de uma teoria científica (ARANHA, 2003:86).

2.2. O método Cartesiano

De acordo com os autores VERGUEZ & HUISMAN (2011:120) apontam que Descarte quer
estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de
razão.

a) A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a
reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda
"prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não
tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é
o que resiste a todos os assaltos da dúvida, uma evidência-resíduo, o produto do espírito crítico.

b) A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas
forem possíveis".

c) A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos
objectos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que ~or meio
de degraus, aos mais complexos'.

d) A última é a dos "desmembramentos tão completos... a ponto de estar certo de nada ter
omitido".
Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma
manifestação do livre exame e do racionalismo.
No "Discurso sobre o Método", Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem
compreender sua metafísica, é necessário ler as "Meditações". Todos sabem que
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Descartes inicia seu itinerário espiritual com a dúvida. Mas é necessário


compreender que essa dúvida tem um outro alcance que a dúvida metódica do
cientista. Descartes dúvida voluntária e sistematicamente de tudo, desde que
possa encontrar um argumento, por mais frágil que seja. Por conseguinte, os
instrumentos da dúvida nada mais são do que os auxiliares psicológicos de uma
ascese, os instrumentos de um verdadeiro "exercício espiritual” (DESCARTES,
2001:07).

3. Criticas no pensamento Cartesiano Nicolau de Malebranche.

Segundo REALE & ANTISERI (1990:393) o cartesianismo teve notável trajectória, sobretudo
na Holanda, onde Descartes residiu algum tempo e na França, onde se tornou moda intelectual,
tendo suscitado reacções e oposições. Nesta lógica, o primeiro a submeter uma critica no
pensamento cartesiano foi Malebranche.

3.1. Aporias Cartesianas e a Solução de Malebranche.

Uma das aporias deixadas por Descartes, sem nenhuma solução, foi a possibilidade de explicar a
acção recíproca da res cogitans e res extensa, da alma e do corpo.

REALE & ANTISERI (1990:397) afirmam que Malebranche foi fortemente influenciado pelo
dualismo cartesiano entre alma e corpo, pensamento e extensão. Mas enquanto o cartesianismo
se embaraçava para explicar a relação entre ambos, com respostas bastante insatisfatórias para os
filósofos da época, que não aceitavam gratuitamente a solução cartesiana baseada nos supostos
efeitos da glândula pinhal, Malebranche propõe outra abordagem. Primeiramente, ele aceita tal
dualismo, mas segundo o filosofo não devemos nos preocupar com a relação entre eles porque
não há uma acção da alma sobre o corpo nem do corpo sobre a alma. Tanto a alma quanto o
corpo não criam acções, mas ocasiões nas quais Deus se manifesta. E por essa tese que será
conferido ao pensamento de Malebranche o titulo de ocasionalismo.

Nesse sentido, Deus não é um ser transcendente do mundo, mas o mundo inteiro se encontra em
Deus. Isso não quer dizer que conhecemos o mundo porque conhecemos Deus, mas conhecemos
o mundo pelas ideias que estão em Deus. As ideias têm uma existência eterna e necessária e o
mundo corpóreo existe apenas porque Deus desejou cria-lo. Assim, para ver o mundo inteligível,
basta consultar a razão, que contem em si as ideias inteligíveis, eternas e necessárias, o arquétipo
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do mundo visível. Nos conhecemos os corpos pelas ideias que estão em Deus, pois para
Malebranche o mundo e por si mesmo “invisível”.

MALEBRANCHE (2011:7-8) defende a tese de que o mundo em que o corpo habita, e mesmo o
próprio corpo, tem realidade diferente daquela que na atitude natural nos costumamos perceber.
Para o filósofo, o mundo não e composto de objectos, nem os objectos são compostos de matéria.
O que confere realidade ao mundo são as ideias.

Para que possamos compreender as ideias é preciso que primeiramente seja


compreendida a via de acesso a elas. Malebranche faz parte de um contexto
filosófico que problematizava a relação entre corpo e alma. Segundo ele é pela
alma que percebemos as ideias. Por sua vez, as ideias não estão em um outro
mundo. Quando, nos nossos primeiros contactos com a filosofia, ouvimos falar
em mundo inteligível, por ainda nos mantermos presos a nossa atitude natural,
acabamos por imaginar um lugar diferente do mundo em que vivemos e nos
movemos. Malebranche defende que não existem dois mundos – um mundo
material e um mundo das ideias –, mas as ideias são o que há de propriamente
real no mundo material em que vivemos. […] E a alma que capta as ideias, e são
estas que formam a tessitura originária da realidade. Por isso não se trata tanto
da verdade do objecto, questão que ainda não deixa de se enveredar pela atitude
natural, mas de questão puramente metafísica, isto é, se trata em tentar
compreender a verdade absoluta – verdade esta que só e acessível pela pura
razão (MALEBRANCHE, 2011:7-8).

4.Criticas no pensamento Cartesiano Baruch Spinoza.

As críticas feitas por Spinoza em relação ao pensamento cartesiano, estão contidas, na sua obra-
prima, intitulada “ O Tratado sobre a emenda do intelecto”.

Em REALE & ANTISERI (1990:410) podemos ler que o interesse de Spinoza é de carácter
ético, ao passo que o de Descartes é gnosiológico. Isto é, Spinoza não se pergunta qual a
metodologia correcta da verdade para satisfazer um interesse teorético abstracto, mas busca a
verdade capaz de dar o sentido à existência humana, querendo portanto identificar qual o bem
cujo posse garanta ao homem a felicidade.

Por conseguinte, o verdadeiro que-se caca em Spinoza não é do tipo matemático ou físico, isto é,
um tipo do verdadeiro que não incide sobre a existência humana, mas é precisamente aquele
verdadeiro que interessa mais que qualquer outro à vida humana, trata-se daquele verdadeiro que
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se busca para dele desfrutar cujo desfrutamento realiza-se o cumprimento e a perfeição da


existência e, portanto, a felicidade.

REALE & ANTISERI (1990:410) dizem que Spinoza havia experimentado a fatuidade de todas
as coisas que costumam acontecer na vida comum e ter descoberto que elas somente constituíam
“bens” e “males” à medida que o seu espírito deixava-se estimular por elas, pois, na realidade
elas eram todas “boas” e “más”. Foi por isso, “por fim”, ele decidiu-se procurar o verdadeiro
“Bem” alcançável, com o qual o espírito pudesse se satisfazer plenamente, e, portanto, ver se
existia algo que, encontrado e possuído e suprema Letícia.

Em primeiro momento, parecia-lhe que aventurar-se nessa empresa fosse coisa


pouco sabia, porque, de qualquer modo, tratava-se de deixar as coisas certas
como a busca do prazer e da riqueza, a caca às honras, para seguir uma coisa
incerta. Ele nos diz também que-se encontrou em uma situação de confusão e
embaraço, por um lado, ao pensar que, se a felicidade consistisse naquelas
coisas, ter-se-ia privado delas para poder ter tempo e condições de procurar se
existir outro bem, superior a elas, e, por outro lado, ao pensar que, se a
felicidade não consistisse naquelas coisas, continuar se dedicando a elas o teria
privado igualmente da “suma felicidade” (Ibidem, 1990:410).

As coisas que geralmente os homens dão valor são: os prazeres, riquezas e as honras. Todavia,
Spinoza apresenta os seus efeitos:

a) O espírito quando desfruta o prazer, fica tal modo tomado que nele mergulha inteiramente,
não podendo mais ocupar-se de outras coisas. Mas depois, de desfrutado o prazer, sobrevém uma
enorme tristeza;

b) No que se refere às riquezas, quando elas são perseguidas por si mesmas (ou seja,
precisamente como o sumo bem) absorvem continuamente o homem, forçando-o a direccionar
todas as acções para obtenção delas. Quanto mais riqueza se adquire, mais aumenta o desejo de
aumenta-las, mas quando acontece ao contrário o homem se abate definitivamente;

c) O mesmo acontece na busca das honras mas com um agravante. Depois dessas reflexões,
conclui que abandonando essas coisas, estaria abandonando, “bens incertos” por sua natureza, ao
passo que, o bem a que visava era certo por natureza, sendo incerto no modo de consegui-lo.
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Assim para Spinoza, a felicidade e a infelicidade depende somente da natureza do objecto que
nos apegamos com o nosso amor. E portanto, o amor por aquilo que é eterno e infinito enche o
espírito de pura alegria inteiramente privada de tristeza, o que constitui um bem a desejar e
buscar com todas as nossas forcas.

5. Criticas no pensamento Cartesiano Blaise Pascal

O cartesianismo foi uma filosofia marcante ao longo do século XVII, de modo que não é
incomum encontrar resquícios deste sistema, mesmo naqueles pensadores que adoptaram uma
postura crítica em relação ao autor das Paixões da alma.

Os biógrafos costumam atribuir a Pascal duas experiências de conversão. A primeira refere-se à


sua adesão ao jansenismo em 1646, a segunda, ao êxtase místico ocorrido na noite de 23 de
Novembro de 1654, ocasião em que teria sido atingido por uma fulgurante iluminação divina

(REALE: ANTISERI, 2007). Alguns supõem que, após estas experiências religiosas, o autor dos
Pensamentos teria renunciado a sua intensa dedicação à pesquisa científica, como se a fé fosse
uma espécie de obstáculo para sua investigação. “Já dei muito de mim para a ciência. Desde
certo encontro que tive, sei que há coisas mais importantes e não quero me distrair”, é o que
afirma uma frase colocada de forma tendenciosa na boca de Pascal por Brisville. Embora esta
conclusão tente encontrar fundamento no testemunho de Gilberte, irmã e primeira biógrafa de
Pascal, os dados históricos atestam o seu carácter inverossímil. Após a chamada primeira
conversão, o polemista de Port-Royal escreveu Novas experiências sobre o vácuo, Descrição da
grande experiência do equilíbrio dos licores, o Tratado sobre o triângulo aritmético, dentre
outras obras científicas importantes.

É bem verdade que os métodos humanos não são infalíveis no entender de Pascal. Tal
compreensão já fora demonstrada por Étienne Pascal. Por ocasião da publicação do Discurso do
método, o patriarca da família Pascal colocara-se claramente em oposição às pretensões
cartesianas. Não obstante, o autor das Provinciais não renuncia ao método em sua radicalidade.
De fato, ele divide o seu método em três partes, a saber: as definições, os axiomas e as
demonstrações.
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Conclusão.

Depois desta aventura epistemológica, foi possível compreender os imaginários cartesianos e


assim como as aporias que suscitaram diante ao pensamento do cartesianismo. Desde as críticas
depositadas por Malebranche ate as de Pascal, percebemos que Descartes embora seja criticado
na verdade mereceu o título de o fundador do pensamento moderno. Porque Descartes foi o
primeiro pensador de alta capacidade filosófica, cujo, o modo de ver foi influenciado pela nova

física e a nova astronomia. Descartes que há idéias bem diversas das que vinha aceitando como

únicas verdadeiras, e passa a ter descrenças e dúvidas quanto ao conhecimento da verdade,


expressando um clima de ceticismo (doutrina que nega toda forma de conhecimento da verdade).

Chegados a este epílogo, podemos dizer que guardamos boas memórias nas frases abaixo:

Penso, logo existo – Descartes

A alma quanto o corpo não criam acções, mas ocasiões nas quais Deus se manifesta -
Malebranche

A busca da verdade dá sentido à existência humana – Spinoza

O homem é um caniço pensante – Pascal


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Referências bibliográficas

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo,
Moderna, 2003.

DESCARTES, René. O discurso sobre o método. São Paulo, 3ªed. Martins fontes, 2001.

MALEBRANCHE, Nicolau. Diálogos sobre a metafísica e a religião: primeiro dialogo /


Oficinas de tradução. Departamento de Filosofia. Universidade Federal do Paraná. – [Curitiba]:
Ed. SCHLA/UFPR, 2011.

PASCAL, B. (1961) Pensamentos (Milliet, S., Trad.). São Paulo, SP: Difusão Europeia do Livro.

REALE, Giovani & ANTISERI, Dário. História da filosofia – Do humanismo à Kant. São Paulo,
2ª ed. Paulus, 1990.

VERGEZ, André e HUISMAN, Dênis. História dos filósofos ilustrada pelos textos. Rio de
Janeiro: Biblioteca universitária Freitas Bastos, 1982.

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