Você está na página 1de 17

INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO GLOBO NZERU MBAWIRI

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

CURSO DE GESTÃO FINANCEIRA E PATRIMONIAL

Modulo:

Elaboração de um Projecto

Tema:

Avaliar a contribuição das receitas próprias na execução do orçamento da autarquia de


Chimoio

Discente:

Micaela Manuel

Rainha Volvita Aminosse

Solomone Oliveira Faife

Silva João Faztudo

Tomas Albino Janganja

Candida Mecheu

Chimoio, Abril de 2022


INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO GLOBO NZERU MBAWIRI

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

CURSO DE GESTÃO FINANCEIRA E PATRIMONIAL

Modulo:

Elaboração de um Projecto

Tema:

Avaliar a contribuição das receitas próprias na execução do orçamento da autarquia de


Chimoio

Discente:

Micaela Manuel

Rainha Volvita Aminosse

Solomone Oliveira Faife

Silva João Faztudo

Tomas Albino Janganja

Candida Mecheu

Docente: Irineu Da Cruz Nhamposse

Chimoio, Abril de 2022


Índice

CAPITULO Iː INTRODUÇÃO........................................................................................ 4

1.1.Introdução ................................................................................................................... 4

1.2. Problema de pesquisa ................................................................................................ 5


1.3. Justificativa ............................................................................................................ 6
1.4. Contextualização .................................................................................................... 7
1.5 Objectivos do Trabalho ........................................................................................... 8
1.5.1 Objectivo Geral .................................................................................................... 8
1.5.2 Objectivos Específicos ......................................................................................... 8
1.6. Hipóteses ................................................................................................................ 8
1.6.1. Hipótese Primária ............................................................................................... 8

1.6.2. Hipóteses Secundárias ........................................................................................ 8

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 9

2.1. Literatura Teórica .................................................................................................. 9

Conceito de Autarquia ................................................................................................ 10

2.1.1 Método de previsão ............................................................................................ 10

2.1.2 Critérios administrativos .................................................................................... 11

2.1.3 Penúltimo Exercício ........................................................................................... 11

2.1.4 Penúltimo Exercício corrigido ........................................................................... 11

2.1.5 Media dos Últimos Exercícios ........................................................................... 12

2.1.6 Avaliação directa ............................................................................................... 12

2.1.7 Finanças Autárquicas ......................................................................................... 12

CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................... 13

3.0 Desenho da pesquisa ............................................................................................. 13

CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................ 14

Conclusões .................................................................................................................. 14

Recomendações .......................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 17


CAPITULO Iː INTRODUÇÃO

1.1.Introdução

Segundo o n.˚ 2 do artigo 272 ˚ da Constituição de República de Moçambique (CRN)


“as autarquias locais são pessoas colectivas publicas de órgãos representativos próprios,
que visam a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos
interesses nacionais e da participação do Estado.

A lei dos órgãos locais do Estado (LOLE), aprovada em 2003 e respectivo regulamento
(2005) constituem a base para a transferência de responsabilidades e autonomia para os
órgãos locais municipais.

A lei das finanças municipais (Lei 1/2008), define o sistema de finanças municipais,
incluindo a provisão de transferências e a atribuição de impostos municipais, bem como
várias outras fontes de receita municipal.

A autarquia de Chimoio é capital da província de Manica e localiza-se no extremo


oriental-centro da República de Moçambique, entre as coordenadas 19º 6’ 9" de latitude
sul e 33º 28’ 5" de longitude Este. A superfície total da Autarquia é de 174 km², cerca
de 0,3% da superfície total da província.

A autarquia de Chimoio, depara-se em todos os anos com o problema de orçamento


para operacionalização do plano e das políticas traçadas para a boa governação. Apesar
da proposta do orçamento ser elaborada tendo em conta os planos anuais de actividades
da autarquia, aprovados através dos processos de consulta realizados no quadro do ciclo
anual de planificação local participativo.

A fraca capacidade de geração de receitas próprias para o pleno funcionamento no


âmbito das competências administrativa e financeira que lhe são atribuídas cria a
insustentabilidade e consequentemente o fraco desenvolvimento da autarquia.

O objectivo principal deste estudo é avaliar a contribuição das receitas próprias na


execução do orçamento da Autarquia de Chimoio no período de 2010-2014.

A autarquia de Chimoio procura satisfazer os interesses autárquicos, através da


realização de despesas e a cobrança de receitas.

4
1.2. Problema de pesquisa

O presente estudo tem como problema: A fraca capacidade de colecta de Receita


Própria nos oito Mercados da Autarquia de Chimoio, Noronha (2010. P.109) diz
que, o grande desafio para os municípios, nos próximos anos será por um lado aumentar
a arrecadação tirando partido de todo o potencial das receitas e, por outro lado mobilizar
outros recursos para fazer aos avultados investimentos, em particular em infra-estruturas
que possibilitarão o desenvolvimento urbano e protecção ambiental, já que muitos
destes investimentos estão acima da capacidade real ou potencial dos municípios e
mesmo do próprio governo.

Guamba (2013.) diz que os investidores pretendem uma comunicação directa com os
dirigentes locais e um ambiente integrado de desenvolvimento físico e de infra-
estruturas que crie economias externas facilitadoras dos seus objectivos empresariais.
Este facto exprime a conjugação perversa da dependência financeira das autarquias com
a sua fraca capacidade de, no actual contexto, aumentarem significativamente as suas
receitas próprias e responderem com qualidade à procura crescente de serviços pelos
munícipes.
ANNAM (2015. P.129) referência que as autarquias deveriam tomar algumas medidas
no sentido de melhorar a responsabilização como por exemplo alargando mecanismos
de controlo interno de modo a reduzir a possibilidade de corrupção em áreas chaves
como a polícia, a fiscalização e o planeamento de utilização de terrenos. Mecanismos
externos de controlo como auditorias deveriam também ser uma propriedade. Exemplos
recentes de orçamentos participativos em municípios como Maputo, sugerem que a
adopção desses mecanismos conduz a transparência na aplicação dos recursos, já que os
cidadãos podem emitir opinião sobre a aplicação dos fundos públicos e podem
responsabilizar os seus representantes pelo cumprimento dos seus deveres. A Autarquia
de Chimoio devia adoptar o mecanismo de orçamento participativo como instrumento
de aproximar-se cada vez mais ao cidadão, onde o cidadão tem a oportunidade de expor
as suas preocupações sobre aquilo que é prioridade.

Neste contexto a presente pesquisa pretendeu responder a pergunta ː Até que ponto a
receita própria contribuiu na execução do orçamento da autarquia de Chimoio
durante o período de 2019 a 2021.

5
1.3. Justificativa

O desempenho das autarquias locais tem merecido uma maior atenção por parte dos
munícipes, de forma a responder os seus anseios e desejos conforme a manifestação
eleitoral.

O orçamento da autarquia de Chimoio, constitui um dos temas mais actualizado, porque


mexe com a vida dos munícipes e intervém na planificação do sector privado e todas
actividades, quer na vida social e económica da autarquia.

O orçamento da autarquia de Chimoio é a chave para a execução e implementação de


política e acções, neste território com vista a um desenvolvimento sustentável da
autarquia.

O estudo sobre fraca capacidade da Autarquia de Chimoio em colectar as receitas


próprias, tem uma grande importância social, jurídico, política e económica porque vai
contribuir para a dinâmica de arrecadação de receitas, como parte do Orçamento da
autarquia.

A motivação para a escolha do tema, surgiu devido a existência de vários problemas que
o município de Chimoio enfrenta, desde a falta de vias adequadas de acesso, falta de
recolha regular de resíduos sólidos, inadequado sistema de saneamento do meio
ambiente, fraca iluminação, com destaque para os bairros suburbanos. Com estes
problemas pretendi avaliar o orçamento da autarquia concretamente a arrecadação e
aplicação de receitas próprias para ver a razão da existência dos problemas acima
referidos.

Como académica, pretendo consolidar os conhecimentos teóricos adquiridos durante a


minha formação na área da administração pública com os conhecimentos práticos,
refiro-me as realidades desta autarquia.

Profissionalmente esta investigação, pode ajudar a melhorar o desempenho da autarquia


através de recomendações aqui sugeridas.

Pessoalmente, como munícipe residente na autarquia, pretendo de forma singular


ajudar, participar e contribuir para um ambiente integrado e sá, onde as necessidades
básicas dos munícipes devem ser encaradas, enfrentadas e desafiadas por todos os
cidadãos.

6
1.4. Contextualização

A economia da autarquia, representa uma análise dos sistemas de inteiração social.


Neste aspecto ela pode ser comparada e contrastada com o familiar sistema aberto
analisado na teoria económica tradicional, sendo esta, última teoria altamente
desenvolvida da inteiração de mercados susceptíveis as falhas de mercado na
perspectiva da má distribuição da riqueza devido a concorrência em benefícios pessoais
aliado a acumulação de riqueza, dando origem a diferenças económicas e sociais entre
indivíduos. Esta má distribuição de riqueza priva certos munícipes de uma forma
individual ou colectiva da possibilidade de satisfazer as suas necessidades básicas, deste
modo a possibilidade de tensões sociais entre os diferentes grupos de cidadãos.

As receitas da autarquia definem-se no âmbito da actividade da autarquia como aquela


que visa satisfazer necessidades colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos
económicos, políticos e sociais e que se concretiza na arrecadação de receitas e na
realização de despesas. As despesas da autarquia são orçamentadas em função das
necessidades colectivas a satisfazer e com base nelas, prevê-se as receitas a cobrar.

A autarquia tem ainda recurso a outros instrumentos de receita como tarifas, encargos e
taxas para melhoramentos. As autarquias podem cobrar pela emissão de licenças e por
actividades económicas. Podem ser cobradas taxas pela prestação de uma série de
serviços, incluindo construção, utilização de terreno, mercados e feiras, publicidade,
saneamento, cemitérios, venda ambulatória, recolha de resíduos, estacionamento e a
tributação de actividades económicas, incluindo o turismo. A autarquia tem o dever de
cobrar taxas de utilização de serviços que prestam como o abastecimento de água e
electricidade, recolha de resíduos sólidos, transporte urbano de pessoas e bens,
utilização de matadouro, manutenção de jardins, mercados e manutenção de estradas.

7
1.5 Objectivos do Trabalho

1.5.1 Objectivo Geral

 Avaliar a contribuição das receitas próprias na execução do orçamento da autarquia


de Chimoio, no período de 2019 - 2021.
1.5.2 Objectivos Específicos

 Verificar as receitas arrecadadas e despesas realizadas no período de 2019-2021;


 Verificar os tipos de impostos e taxas e cobrados na Autarquia de Chimoio;
 Analisar os factores que contribuem na fraca arrecadação das receitas;

1.6. Hipóteses

1.6.1. Hipótese Primária

 A Autarquia de Chimoio, não colecta todos os impostos e taxas previstos por lei.
1.6.2. Hipóteses Secundárias

 A falta de cadastro de potências contribuintes ao pagamento de impostos e taxas


motiva a fraca colecta de receitas próprias,
 A falta de incentivo por parte dos cobradores de impostos e taxas, faz com que
estes recebam a metade do valor e não entregue a senha;
 O fraco controlo por parte dos gestores ligados a colecta de receitas próprias
motiva o desvio por parte dos cobradores.

8
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Literatura Teórica

Stiglitz (1999) relaciona cinco características desejáveis para qualquer sistema


tributário, as quais deveriam ser consideradas pelos governos e autarquias na
implementação dos sistemas tributário óptimo, são, elas: simplicidade administrativa,
flexibilidade, transparência, eficiência económica e equidade.

A simplicidade administrativa requere que o sistema tributário seja de fácil


operacionalização, envolvendo baixos custos administrativos para a autarquia e para os
contribuintes, Os custos da Autarquia estão associados as actividades de arrecadação e a
fiscalização e os custos do contribuinte estão associados ao esforço do contribuinte para
cumprir as obrigações acessórias. Quanto mais complexa, for a legislação tributária,
maiores serão os custos incorridos pelos contribuintes e pela autarquia.

O sistema tributário também deve ser flexível de forma a se adaptar facilmente ao


ambiente económico. Mudanças no cenário económico devem ser acompanhadas por
mudanças nas alíquotas dos impostos. Ressalta-se que não deve haver uma desfasagem
muito grande entre as flutuações na economia e os ajustes necessários na estrutura
tribularia. Contudo, os ajustes na estrutura tributária não devem ser arbitrários, devendo
ser preservada a transparência do sistema tributário, As mudanças devem ser
previamente anunciadas, de forma que o contribuinte obtenha informações necessárias
para a tomada de decisão.

Em relação a eficiência económica, deve-se garantir que o sistema tributário interfira o


mínimo possível na alocação de recursos na economia. Como em geral os impostos
alteram os preços relativos na economia, o sistema tributário óptimo é aquele que
minimiza o impacto da tributação nas decisões económicas dos agentes.

O princípio da equidade sugere que o ónus tributário seja distribuído equitativamente


entre os indivíduos. Esse princípio é dividido em equidade horizontal e equidade
vertical. A equidade horizontal consiste em tratar de forma semelhante indivíduos
considerados iguais, enquanto a equidade vertical consiste em tratar de forma
diferenciada os indivíduos considerados desiguais. Esse tratamento diferenciado pode
ser aplicado com base no princípio do benefício ou no princípio da capacidade de
pagamento. De acordo com o princípio do benefício, os indivíduos deveriam contribuir

9
proporcionalmente os benefícios proporcionados pelo consumo do bem público. Pelo
princípio da capacidade de pagamento, o ónus tributário deve ser atribuído aos
indivíduos de acordo com capacidade de pagamento de cada um. O princípio do
benefício apresenta uma limitação relacionada a dificuldades para serem identificados
os benefícios proporcionados a cada indivíduo. Além disso, esse princípio impede a
criação de impostos com fins redistributivos, devido há impossibilidades de diferenciar
tributos destinados a financiar serviços públicos em geral daqueles destinados às
necessidades específicas dos contribuintes beneficiários. Por essas razões, os critérios de
diferenciação usualmente é o princípio da capacidade de pagamento.

Conceito de Autarquia

Segundo o número 2 do artigo 272 da constituição da República de Moçambique,


(CRM), “As autarquias locais são pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos
representativos próprios que visam a prossecução dos interesses das populações
respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado”

2.1.1 Método de previsão

De acordo com (Marconi e Lacatos) “Método é uma forma de seleccionar técnicas,


forma de avaliar alternativas para acção científica… Assim, enquanto as técnicas
utilizadas por um cientista são fruto de suas decisões, o modo pelo qual tais decisões
são tomadas depende de suas regras de decisão. Métodos são regras de escolha; técnicas
são as próprias escolhas” (Acroff In: In Hegemberg, 1976:II-116).

Uma vez que o orçamento é uma previsão das despesas e das receitas que vão ser
afectadas à sua cobertura, põe-se a questão de saber quais os critérios que podem ser
utilizados pelos agentes encarregues da previsão orçamental para fazerem a estimativa
dos respectivos valores.

Em geral são usadas três grandes ordens de critérios, uns globais outros parcelares.

 Critérios administrativos empíricos;


 Critérios de previsão económica;
 Critérios de racionalização das escolhas orçamentais.

10
2.1.2 Critérios administrativos

Os critérios administrativos foram durante muito tempo, aqueles que eram


exclusivamente seguidos na previsão orçamental. Baseiam-se sobretudo na experiencia
e no juízo pratico da administração. São conhecidas algumas regras deste tipo de
previsão, que foram aplicadas no século passado pelo Conde de Villéle, Ministro das
Finanças em Franca durante a restauração, e se tornaram clássicas nesta matéria.

A previsão das despesas é feita através de uma avaliação directa dos serviços que a
compõem, a luz da sua experiência e de anos anteriores e das opções para o período
para o qual se elabora o orçamento, das quais as necessidades financeiras e os
correspondentes gastos (pessoal, telefone, material de escritório, combustível, etc.). É
também corrente falar-se em despesa de investimento, que se traduz na inscrição como
orçamento de investimentos o montante necessário que a entidade administrativa, ou
órgão da administração necessita que seja investido para melhoria das suas condições de
funcionamento (aquisição de uma viatura, reabilitação de um edifício, aquisição de
computadores, etc.).

Na Autarquia de Chimoio, o critério administrativo enquadra-se na previsão sectorial,


na qual o Conselho Municipal com a sua autonomia financeira determina o montante
necessário para o cumprimento das suas obrigações no exercício económico seguinte.

2.1.3 Penúltimo Exercício

Segundo este critério, para cada receita, as instituições orçamentam exactamente o


mesmo montante que se verificou na realização orçamental do penúltimo exercício ou
seja, no último ano de que existem dados completos da execução orçamental. Este facto
tem se verificado ao nível do Conselho Municipal, onde se considerara que a correlação
das receitas depende do valor mais recente colectado e que demostra grande tendência
de manter-se de ano para ano.

2.1.4 Penúltimo Exercício corrigido

Neste caso, torna-se igualmente como base para a previsão os resultados do penúltimo
exercício, mas eles são corrigidos em função de um factor que corresponde à tendência
para o aumento ou para a diminuição que se tenha registado nos últimos anos
relativamente àquela receita.

11
Dos dados colectados, os impostos sobre o rendimento de pessoas singulares e
colectivas revelou tendência para aumentar; os impostos (TAE, SISA e IPRA) tendem
também a aumentar.

2.1.5 Media dos Últimos Exercícios

Este critério assenta na média dos resultados registados nos últimos anos. Para calcular
então o valor a ser inscrito, numa determinada receita, optar-se-á pela média anual
apurada nesse período. Trata-se de um método aplicável às receitas com tendência de
variação irregular de ano para ano, mas com certa estabilidade durante períodos longos.
Este critério é adoptado por vários sectores dado ao facto de durante o processo de
descentralização administrativa e financeira os sectores foram adoptando várias fontes
que surgem ao longo do processo evolutivo da economia da Autarquia e que vão se
consolidando através de experiencias adquiridas anualmente. Com efeito, os valores
orçamentados tiveram a sua revisão aquando da avaliação do meio-termo do programa
quinquenal da autarquia realizado em 2013, onde definiu-se bases na previsão e fontes
de colecta.

2.1.6 Avaliação directa

Em relação as receitas novas ou aquelas cujo montante resulta da lei ou contrato, ou as


receitas que, sofrem modificações substanciais, não há possibilidade de aplicar nenhum
destes métodos. Opta-se então pela avaliação directa, confiando acima de tudo na
sensibilidade e na capacidade de previsão dos agentes administrativos.

Com efeito, a autarquia adoptou este método na previsão das receitas resultantes de
imposto e taxas.

2.1.7 Finanças Autárquicas

O guião de governação autárquica refere que o quadro normativo que regula a


governação municipal tem como base a constituição da República de Moçambique
(1990), que pressupõe um processo de descentralização, ao estabelecer a participação
dos cidadãos na resolução dos problemas da comunidade através de órgãos
representativos e órgãos executivos.

A Lei das Finanças Públicas e o Código tributário proporcionam um regime jurídico


adequado para as funções e responsabilidades municipais de receitas e despesas. De

12
acordo com esse regime jurídico as autarquias estão “sujeitas a tutela administrativa do
Estado e gozam de autonomia financeira, patrimonial e administrativa”

Autonomia administrativa refere-se a capacidade para executar actos administrativos


dentro do território da autarquia; autonomia patrimonial concede a liberdade de deter e
gerir património próprio; autonomia financeira abrange os poderes autárquicos para
criar, aprovar, alterar e executar os seus próprios planos de trabalho e orçamentos;
elaborar e aprovar as contas de gerência; dispor de fontes de receitas próprias de acordo
com os limites estabelecidos por lei; ordenar despesas; gerir o património autárquico e
recorrer a empréstimos, dentro dos limites da legislação em vigor.

A lei 11/97 (Lei das Finanças Autárquicas) estabeleceu o enquadramento jurídico das
finanças municipais e foi subsequentemente regulamentada pelo Código Tributário
Autárquico (Decreto (52/00) de Dezembro 2000. Esta lei foi revogada pela lei 1/2008.
As despesas municipais são também reguladas pela lei 2/97 e pelo recente Decreto
33/06 que estabelece o enquadramento para a transferência de funções e competências
de organismos do Estado para os municipais.

Este decreto abre a possibilidade de virem a ser gradualmente descentralizados para as


autarquias para além das infra-estruturas básicas, a provisão de cuidado básicos de
saúde, educação primária e outros serviços sociais.

CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

3.0 Desenho da pesquisa

A pesquisa seguiu a abordagem qualitativa, A pesquisa realizada classifica-se como


exploratória, pois, se dedicou no plano teórico a obter, por um lado informações da
Autarquia/Conselho Municipal de Chimoio, relativas a execução financeira referente ao
período de 2010-2014, por outro, se dedicou sob ponto de vista pratico a explorar
diferentes informações prestadas por 372 vendedores dos oito mercados no pagamento
de impostos e taxas assim como, a necessidade e obrigatoriedade.

13
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Conclusões

Guamba (2015) diz que a tributação municipal não é exclusivamente uma questão
técnica de administração dos impostos; a economia política (central e local) da
arrecadação de receitas locais deve ser bem entendida. As receitas municipais são
influenciadas pela dinâmica política e institucional ao nível central e também ao nível
local. O padrão das receitas autárquicas está bastante dependente das “transferências
orçamentais do Estado”

O crescimento das receitas constitui reflexo directo das características e de deficiências


ao nível da base tributaria. O elevado grau de informalidade em todas as dimensões da
actividade económica, desde as relações laborais, as transacções de bens e serviços,
dificulta a captação de receitas, não obstante, o desenho de um quadro fiscal a partir do
código de postura, a autarquia tem envidado esforços no sentido de alargar mais a base
tributaria.

A redução do desemprego deverá ser alcançada através da progressiva reabilitação da


autarquia, bem como a prossecução de políticas estruturais de longo prazo e do impacto
que se espera que estas venham a ter na expansão do sector privado e da economia em
geral. As políticas de abertura comercial, privatização e terciarização, atracção de
investimentos nacional e estrangeiro e liberalização dos mercados financeiros inserem-
se neste ultima grupo.

O mercado não garante uma boa distribuição do rendimento, podendo gerar situações de
pobreza e exclusão que não são aceitáveis do ponto de vista moral político e mesmo
económico. Em termos da distribuição de riqueza, o orçamento poderá absorver
parcelas do rendimento dos indivíduos mais ricos através da tributação, afectando-se
depois os recursos obtidos em benefício dos munícipes mais desfavorecidos, através de
(por exemplo) gastos na educação e saúde e no abastecimento de água potável nas áreas
suburbanas.

14
Recomendações

O desencanto com os objectivos redistributivos do orçamento, e muito particularmente


da política fiscal, resulta de vários factores:

Em primeiro lugar, a crescente percepção de que a política fiscal é relativamente


ineficaz para uma redistribuição do rendimento.

Em segundo lugar, certos grupos na sociedade acabam por vezes, pôr os maiores
beneficiados das políticas sociais, devido ao seu poder e influencia, apesar de não se
encontrarem entre as camadas da população mais necessitada.

Em terceiro lugar, uma política fiscal voluntarista, caracterizada por uma grande
progressividade pode ter um impacto negativo nas receitas tributaria devido ao aumento
da evasão fiscal e no crescimento económico, pelo seu impacto negativo na poupança e
investimento, com consequências perversas em termos da desejada redução da pobreza.

No entanto dever-se-á também tomar em linha de conta que o nível de bem-estar dos
munícipes não depende apenas do seu rendimento. Olhar para o rendimento como
variável objectivo leva-nos, por vezes, a descurar outras dimensões igualmente
importantes do desenvolvimento humano, como o acesso a serviços autárquicos que
satisfazem necessidades básicas dos munícipes.

Segundo esta lógica, dever-se-á privilegiar uma política de redistribuição e de combate


a pobreza assente essencialmente na provisão de bens e serviços autárquicos que
beneficiem mais que proporcionalmente os segmentos populacionais mais
desfavorecidos, e em transferências directas selectivas e direccionadas aos grupos alvos.
Dever-se-á evitar o recurso a impostos demasiado progressivos e a subsídios generosos
e indiscriminados.

Ainda com vista a diminuir o maior volume de dependência financeira que a autarquia
tem para financiar as suas actividades, recomenda-se:

 Os fiscais devem actuar permanentemente sobre a sonegação dos impostos e


sejam fortalecidas as medidas para a melhoria do cumprimento das obrigações
fiscais.

15
 Os munícipes saibam quais os planos a serem executados e qual o custo dessa
execução, devendo para isso ser necessário que os munícipes sejam envolvidos e
discutam com o poder autárquico os programas previstos e suas prioridades
(conselhos locais).
 O orçamento seja discutido previamente a nível dos conselhos locais para que o
munícipe se sinta envolvido e se torne mais responsável pelo pagamento de
impostos e taxas e pela fiscalização das realizações.
 Seja necessário que todo governo autárquico com uma das suas atribuições
cobrar receitas, disponham de um cadastro com informações sobre as
contribuições dos principais impostos e taxas.
 Seja controlada e verificada a recolha dos valores cobrados, garantindo o seu
encaminhamento aos cofres da autarquia.

16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Cistac, G. (2001 p.730). Manual de Direito das Autarquias Locais, Livraria


Universitária, Maputo.
2. Almeida, J. R. N., e CORREIA A. P. (1999 P.341), Manual da Contabilidade
das Autarquias Locais, Editora Reis dos Livros, Lisboa.
3. Dossier da III Reunião Nacional
4. Nhaca, F. (2008). Estratégia de Desenvolvimento da Cidade de Chimoio –
Banco de Dados
5. Hanlon, J. (1997 p.140). Guia Básico Sobre as Autarquias Locais, ML Graphics
Lda., Maputo.
6. Chambule A. (2000, p183). Organização Administrativa de Moçambique,
Central impressora e Editora de Maputo. ANNAM (2015)
7. Amaral, F. do (2006 p.926) Curso do Direito Administrativo, Vol. 1, Livraria
Almeida, Lisboa.
8. Amaral, F. do, (1998) Direito Administrativo, Vol. II, Lisboa.
9. Artur, D.R. (p. 173) Cidade de Chimoio Ensaio Histórico- Sociológico,
Colecção Embondeiro, Maputo.
10. Balanços Anuais e Quinquenal do Conselho Municipal de Chimoio
11. Caetano, M., (1997 p. 640). Manual de Direito Administrativo Vol I, Coimbra.
12. Lei 1/2008, Define o regime Financeiro, Orçamental e Patrimonial das
Autarquias Locais e o Sistema Tributário Autárquico, B.R., 16 de Janeiro de
2008, I Série – N.˚3.
13. Lei 2/97, Aprova o quadro jurídico para a Implantação das Autarquias Locais,
B.R., 18 de Fevereiro de 1997, 2˚ Suplemento, I Série – N.˚7.
14. Decreto n˚. 51/2004: Aprova o Regulamento de Organização e Funcionamento
dos Serviços Técnicos e Administrativos dos Municípios, B.R. 31 de Dezembro
de 2004, I Série – N.˚48.

17

Você também pode gostar