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FICHA 9 (Teórica)
Em geral, qualquer dispositivo que acuse a passagem de uma corrente eléctrica é chamado de
Galvanómetro. E, tal como pode ser utilizado para a construção de um medidor da intensidade
de uma corrente eléctrica mais elevada (amperímetros), conforme vimos nas aulas anteriores,
poderá servir para determinação da diferença de potencial (ddp, tensão eléctrica) entre dois
pontos de um circuito (voltímetros).
2. Voltímetro
Como é do nosso conhecimento, o voltímetro é utilizado para realizar medidas de tensão
eléctrica (ou d.d.p) entre dois pontos do circuito. Abaixo podemos verificar a sua representação,
ligação e unidade de medida:
Quando pretendemos efectuar medição da tensão em uma carga eléctrica, devemos ligar o
instrumento em paralelo, veja a figura 2.2.
UGmáx = IGmax x RG
Note que, com o resistor R’’, a tensão entre os terminais “a e b” fica dividida entre esse resistor
e o galvanómetro (RG) , por isso o nome “divisor de tensão”.
Se entre os terminais “a e b” da figura 2.3 for aplicada uma tensão V, a corrente através do
galvanómetro será dada por:
Em outras palavras, podemos escolher a resistência R” para construir um voltímetro com tensão
de fundo de escala Vmax que pretendermos. Sendo que, quanto maior for o valor da resistência
R’’, maiores valores de tensão poderão ser medidos pelo voltímetro.
Conforme referimos no modo de ligação do voltímetro, por exemplo, na figura 2.4 deseja-se
medir a diferença de potencial em um elemento de um circuito (R2), e portanto, o voltímetro
deve ser conectado em paralelo com o mesmo.
Ele medirá a d.d.p apenas entre os pontos “ x e y”, ou seja, sobre o resistor R2. Se desejarmos
medir a d.d.p sobre o resistor R1 ou R3, devemos associar o voltímetro em paralelo com os
respectivos resistores.
Assim, dizemos que o voltímetro consiste de dois resistores em série. Sua resistência interna é:
RV= R’’ + RG
Para melhores medições com o voltímetro, existem recomendações à volta do valor de Rv. Para
analisarmos melhor a influência do valor da resistência interna Rv de um voltímetro num
circuito, consideremos a tensão na resistência R2, no circuito abaixo:
Agora, podemos montar o voltímetro no circuito, por forma a medirmos a queda de tensão em
R2. Primeiro iremos colocar o instrumento em paralelo com a resistência com uma resistência
interna Rv de 1 KΩ.
Assim,
CONCLUSÃO:
Ao ligar o voltímetro no circuito alterou-se o valor da corrente no circuito (de It = 0,25 mA para
It = 0,42 mA), bem como variou a queda de tensão em R2 (UR2 = 8.25 V para UR2 = 407 mV-
valor lido pelo voltímetro), o que torna a medida efectuada pelo voltímetro totalmente errada.
Ou seja, o voltímetro de resistência interna 1 KΩ, introduz um erro muito grande, pois o valor
medido é bastante diferente do valor ideal, o calculado.
Assim,
Com isto, verifica-se que quando aumentamos o valor da resistência interna do voltímetro (Rv),
nos aproximamos ao valor real da tensão eléctrica no elemento. No entanto, como a resistência
interna do voltímetro ( RV= R’’ + RG ) não é infinita, o voltímetro drena uma parte da corrente
que passaria pelo elemento a medir, o que pode afectar as características do circuito. Para
minimizar este efeito, a corrente que se desviará do circuito passando pelo galvanómetro deve
ser mínima.
Uma forma de garantir isso é construir um voltímetro com uma resistência interna muito
elevada, conforme pode-se comprovar pelo cálculo do limite:
É evidente que um voltímetro real não pode ter resistência infinita, pois dessa maneira ele não
seria percorrido por nenhuma corrente e não haveria medição desejável.
Desse modo, a resistência interna do voltímetro deverá ser a mais elevada possível, isto é, pelo
voltímetro deve circular uma corrente muito pequena que não influa em nada as características
próprias de funcionamento do circuito sobre o qual se efectua a medição.
Os voltímetros analógicos (de ponteiro) costumam indicar a resistência interna por volt de fundo
de escala (usualmente expresso em kΩ / V). Vemos também que a relação entre Rv e Vmax
depende apenas de IGmax; para aumentar Rv, é necessário um galvanômetro bastante sensível,
com IGmax pequeno.
O valor escolhido para a resistência R’’ também influenciará o valor do fundo de escala do
voltímetro. Considere um voltímetro construído com um galvanômetro cujo fundo de escala é
IG. Quando o galvanômetro for percorrido por essa corrente, a d.d.p sobre o voltímetro (e
consequentemente sobre a parte do circuito avaliada) será igual a U, dada por
Esta é a tensão máxima que poderá ser medida pelo voltímetro, que obviamente irá depender do
valor do resistor R’’ colocado em série com o galvanómetro.
Repare que se uma das resistências R’’ for nula, estaremos a perigar o equipamento de medição
(voltímetro).
Exemplo:
FIM