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Estágio em Gestão Educacional

Pedagogia Licenciatura UERJ


Avaliação a Distância 2 – AD2

Nome:
Matrícula:
Polo: Três Rios

Educação brasileira em tempos de pandemia: uma discussão urgente


O presente texto tem o objetivo de fazer uma análise de acordo com as pesquisas
realizadas na Internet sobre os pontos sugeridos nesta avaliação e que dizem respeito ao
acesso ao ensino remoto emergencial e suas consequências para a educação. No que diz
respeito aos motivos pelos quais o ensino remoto atingiu um número reduzido de alunos,
especificamente, segundo a matéria publicada em 02 de julho de 2020 no Correio
Braziliense, a dificuldade de contato dos responsáveis, o risco de contágio com troca de
materiais, apostilas e livros, falta de aparelhos eletrônicos, como celulares e
computadores. Esses motivos em sua grande maioria estão relacionadas às instituições
públicas e a matéria se refere ao contexto do Distrito Federal (DF). Contudo, no site da
BBC News Brasil em matéria publicada em 3 de maio de 2021, atualiza algumas
informações sobre essa mesma questão adequando ao cenário em que muitas famílias
estão vivendo com 150 reais de auxílio emergencial, tendo que pagar contas de água, luz,
ter gastos com alimentação. Em alguns casos entrevistados na reportagem sobre o Estado
de São Paulo, algumas famílias estão tendo que optar pelo pagamento das contas e da
alimentação ou investir na compra de celulares e planos de internet e isso se torna
inviável. Cabe ressaltar que sobre essa reportagem e a anterior se fala de duas regiões
brasileiras de grande importância, sendo o DF uma região de relevância econômica e
política com a centralidade do Governo Federal e São Paulo por ser uma das cidades mais
ricas do Brasil que não investiram em soluções para as questões apresentadas.
Além das dificuldades mencionadas, cabe ressaltar quais são as outras limitações
que envolvem os estudantes, suas famílias e as instituições escolares. Sobre essa questão,
muitos tiveram que se reinventar, readequar suas rotinas, a instituição escolar
ressignificou seu espaço e suas práticas. Na reportagem do site Porvir referente ao dia 22
de junho de 2020 período no qual já se tinha um parecer do CNE para a possibilidade de
computar as atividades não presenciais para o cumprimento da carga horária mínima
anual. Nesse mesmo contexto, pais, professores e especialistas discutiam se a
aprendizagem seria efetiva dada a abrupta mudança. As dificuldades relatadas pelos
estudantes no contexto estudado se referiam a aprendizagem autodirigida, a motivação
para aprender online e para fazer autogestão do tempo. Essas habilidades e competências
se tornam distintas e são mais exigidas quanto mais vulnerável é a população.
Sobre a evasão e o abandono escolar em 2021 com o retorno à escola presencial,
a matéria do site educação.uol.com.br correspondente ao dia 2 de maio de 2021 retrata o
exemplo de uma escola do Maranhão, onde uma diretora e o professores de uma escola
na cidade de Alcântara que buscaram os alunos para aderirem ao ano letivo de 2021. A
dinâmica da cidade de 22.000 com muitas famílias humildes, sem acesso à internet e que
tiveram o seu aprendizado dificultado. Muitos estudantes nesse contexto ficaram
desestimulados, tristes e acabaram por desistir dos estudos. Diante dessa reportagem
podemos refletir sobre o papel da escola e dos profissionais da educação que são
primordiais nesse momento de pandemia. A cidade com um número pequeno de
habitantes, o engajamento da gestora, o relacionamento mantido com as famílias de
grande parte dos alunos fez com que muitos deles não abandonassem os estudos.
Relacionando o caso específico de Alcântara com os municípios mencionados nas
reportagens anteriores, qual seria a justificativa para não garantir o ensino para e prevenir
o abandono e a evasão? Em cidades grandes com dinâmicas distintas das cidades
pequenas mostra a importância de se manter o vínculo entre a instituição escolar, os
estudantes e suas famílias, mas como fazer quando se trata de cidades maiores? É uma
sugestão e um ponto importante para reflexão.
Contudo, sobre a defasagem e a recuperação dos processos de aprendizagem com
base nos dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2015 a 2017
mostram uma simulação da perda equivalente ao retorno da proficiência. Na matéria do
Portal FGV de janeiro desse ano reporta um estudo feito pela aliança da Fundação
Lemann com o Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a
África Lusófona (Clear), vinculado à Escola de Economia de São Paulo da Fundação
Getulio Vargas (FGV EESP). O objetivo dessa pesquisa foi simular a perda de
aprendizado que os estudantes podem ter sofrido com a pandemia do novo coronavírus.
O resultado revela que a perda pode ser de até quatro anos em relação a proficiência em
algumas disciplinas como Língua Portuguesa e Matemática e que os mais prejudicados
seriam os estudantes do Ensino Fundamental das escolas públicas. Ao analisar a pesquisa,
foi possível perceber a abrangência desse estudo que levou em conta outras desigualdades
além das econômicas, como as desigualdades em relação a cor da pele, sexo, regiões do
Brasil, escolaridade dos pais. Cabe considerar cada uma dessas variáveis para uma análise
mais profunda da realidade de forma a elaborar políticas públicas específicas para
minimizar os efeitos negativos na educação de muitos estudantes brasileiros.
Por fim, dentre as ações que a escola realizar para a suprir as demandas relativas
ao prejuízo dos estudantes com relação ao acesso à educação seria lançar mão de todos
os recursos disponíveis. As reportagens e pesquisas mencionadas no texto devem instigar
os profissionais da educação, a sociedade civil e principalmente o governo a mudar
realidade brasileira. A escola deve ampliar o seu papel social e ser um elo importante para
a garantia dos serviços básicos, promover campanhas educativas para mobilizar o coletivo
e ser receptora de doações de alimentos, de insumos como máscaras, álcool gel, sabão e
materiais de higiene e limpeza no geral. Garantir o acesso ao material didático por
diferentes meios, quando impresso deverá ser entregue na residência dos alunos,
comunicar-se com os mesmos por meios diversos como o telefone, etc. O aprendizado e
a educação, nesse sentido, poderão ser vistos de forma mais ampla, de um ponto de vista
democrático que ultrapasse os muros da escola.

Referências:
Educação pode retroceder até quatro anos devido à pandemia, aponta estudo. Portal
FGV, 22 de janeiro de 2021. Disponível em: https://portal.fgv.br/noticias/educacao-pode-
retroceder-ate-quatro-anos-devido-pandemia-aponta-estudo . Acesso em: 22 de maio de
2021.
FRAGA, Lorena. Ensino remoto emergencial na rede pública traz muitos desafios.
Correio Braziliense, 2 de julho de 2020. Acesso em 20 de maio de 2021.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-
estudante/ensino_educacaobasica/2020/07/02/interna-educacaobasica-
2019,868923/ensino-remoto-emergencial-na-rede-publica-traz-muitos-desafios.shtml
. Acesso em 20 de maio de 2021.

IDOETA, Paula Adamo. O desafio de educadores contra abandono escolar na


pandemia. Educação UOL, 2 de maio de 2021. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2021/05/02/o-desafio-de-educadores-contra-
abandono-escolar-na-pandemia.htm . Acesso em 20 de maio de 2021.
NOGUEIRA, Fernanda. Ensino remoto: o que aprendemos e o que pode mudar nas
práticas e políticas públicas. Porvir.org, 22 de junho de 2020. Disponível em:
https://porvir.org/ensino-remoto-o-que-aprendemos-e-o-que-pode-mudar-nas-praticas-e-
politicas-publicas/ . Acesso em 20 de maio de 2021.
SOUZA, Felipe. Ensino remoto na pandemia: os alunos ainda sem internet ou celular
após um ano de aulas à distância. BBC News Brasil, 3 de maio de 2021. Disponível
em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56909255 . Acesso em 22 de maio de 2021.

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