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Os presidentes da ditadura militar

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28/12/2006 - 16:02  
1964-1967: Humberto Castello Branco - Cearense, foi um dos líderes do golpe. General, foi
transferido para a reserva no posto de marechal. Durante seu governo, de 1964 a 1967, instituiu o
Serviço Nacional de Informações (SNI). Criou o Banco Central e o Banco Nacional de Habitação
(BNH).
Os partidos que existiam na época foram fechados. Passaram a ser permitidas apenas duas legendas:
a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista; e o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), de oposição. Castello Branco aprovou o regulamento geral do Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária (IBRA) e promulgou a Constituição de 24 de novembro de 1967, que
institucionalizava a ditadura.
No seu governo, foram cassados os direitos políticos de deputados, governadores, ex-presidentes e
lideranças de entidades civis. Em 1967, foi aprovada a Lei de Imprensa, que limitava a liberdade de
pensamento e informação e era uma expressão do caráter arbitrário do regime.
1967-1969: Marechal Costa e Silva - Gaúcho, assumiu o poder com planos de restabelecer a
democracia, mas passou a ser visto como inimigo pela linha-dura ultranacionalista e decretou o Ato
Institucional nº 5 (AI-5), que lhe deu poderes para fechar o Congresso, cassar políticos e
institucionalizar a repressão
Costa e Silva havia exercido o cargo de ministro da Guerra no governo anterior. Em agosto de 1969,
ele ficou doente e uma junta militar permaneceu no poder de 31 de agosto de 1969 a 30 de outubro
de 1969, com os seguintes integrantes: o brigadeiro Márcio de Souza e Mello; o almirante Augusto
Rademaker; e o general Aurélio Lyra Tavares.
1969-1974: General Emílio Médici - Gaúcho, foi presidente durante o período de maior repressão
da ditadura militar, com tortura e morte dos opositores, censura à imprensa e cerceamento das
liberdades individuais e de pensamento. Adotou os slogans "este é um País que vai pra frente" e
"Brasil: ame-o ou deixe-o". Seu mandato foi marcado por um "milagre econômico" que mais tarde
se revelaria uma ilusão.
Médici havia apoiado a Revolução de 1930, mas se manifestou contra a posse de João Goulart em
1961. Em abril de 1964, comandava a Academia Militar de Agulhas Negras. Depois, foi nomeado
adido militar nos Estados Unidos e, em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do
poderoso SNI, cargo que ocupou por dois anos. Apoiou com entusiasmo o AI-5. Em 1969, foi
nomeado comandante do 3º Exército.
1974-1979: General Ernesto Geisel - Gaúcho, trouxe de volta ao poder o general Golbery do
Couto e Silva. Juntos, articularam um projeto de abertura "lenta, gradual e segura" rumo a uma
indefinida "democracia relativa". Mas a crise econômica e a reação da "linha dura" do Exército
colocariam permanentemente em cheque os planos de "distensão" imaginados por Geisel e Golbery.
O presidente fechou o Congresso em abril de 1977.
Geisel foi um entusiasta da extração petrolífera no Brasil. Dirigiu a refinaria de Cubatão em 1956 e
a Petrobras (1969 a 1973). Em sua gestão na presidência da Petrobras, concentrou esforços na
exploração da plataforma submarina. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou
convênios com o Iraque, o Egito e o Equador. Após o golpe de 1964, foi nomeado chefe da Casa
Militar pelo presidente Castello Branco, que o encarregou de investigar denúncias de torturas em
unidades militares do Nordeste.
Castello o promoveu a general-de-exército em 1966 e o nomeou ministro do Supremo Tribunal
Federal em 1967. Geisel foi lançado candidato à Presidência pela Arena, em 1973, e derrotou no
Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1974, Ulysses Guimarães - que era o candidato do único
partido legal de oposição, o MDB. Na política externa, procurou ampliar a presença brasileira na
África e na Europa, evitando o alinhamento incondicional à política dos Estados Unidos.
1979-1985: General João Baptista Figueiredo - Carioca, chegou ao poder depois de chefiar o
SNI. Foi o último presidente do regime militar. Figueiredo teve a missão de concretizar a abertura
iniciada por Ernesto Geisel, e assinou a Lei da Anistia, em agosto de 1979 - o que permitiu a volta,
ao país, de políticos exilados pelo governo militar.
No seu governo, também foi permitido o retorno do multipartidarismo. A Arena e o MDB
desapareceram, sendo transformadas no PDS e no PMDB, respectivamente. Também surgiram
legendas como o PDT de Leonel Brizola e o PT.
Figueiredo foi eleito pela Arena, por escolha indireta no Colégio Eleitoral, em 1978. No discurso de
posse, prometeu a "mão estendida em conciliação" e jurou "fazer do Brasil uma democracia".
Causou polêmica ao dizer que iria "prender, matar e arrebentar" os opositores da abertura política, e
ao dar a entender que gostava "mais do cheiro dos cavalos do que do cheiro do povo".
No seu mandato, foram realizadas as primeiras eleições diretas para governador de estado, que
haviam sido interrompidas em 1965. Sua gestão ficou marcada por uma grave crise econômica que
gerou altos índices recessivos e inflacionários e pela dívida externa crescente. Figueiredo também
enfrentou a segunda crise internacional do petróleo.
A crise econômica reforçou os argumentos da oposição e gerou greves no ABC paulista. Essa
situação ajudou a deflagrar em 1984 a campanha pelas Diretas-Já - que mobilizou milhares de
pessoas, nas maiores cidades do País, em comícios pelo direito de eleger o presidente da República
pelo voto popular.
Figueiredo implementou o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "plante que
o João garante".
Reportagem - Antonio Barros
Edição - João Pitella Junior

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)


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Fonte: Agência Câmara de Notícias

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