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Fichamento – “O Contrato Social - princípios de Direito Político” –

ROUSSEAU, Jean-Jacques.

Aluno: Ana Clara Tavares Crodelino

Matrícula: 202033703

Matéria: Teoria Política Moderna – Turma C

Livro I - Capítulo I: O objeto deste Livro

Neste capítulo o autor faz uma pequena introdução ao tema e à tese que irá
abordar ao longo da obra. Segundo Rousseau, o homem nasceu livre, porém se
encontra preso/subjugado.

O autor também define que a ordem social é um direito de todos, mas que não
foi estabelecido pela natureza humana e sim por convenções sociais
(acordo/pacto).

Livro I – Capítulo II: Das primeiras sociedades

Neste capítulo Rousseau introduz a mais antiga ordem social e a única forma de
sociedade natural: a família. Contudo, para o autor, os laços naturais que ligam
as famílias só são válidos enquanto há necessidade de que os pais cuidem dos
filhos. A partir do momento que os filhos adquirem independência, os laços
familiares deixam de ser naturais e passam a ser voluntários.

Ademais, Rousseau compara a figura do líder paterno e do líder de Estado, bem


como diferencia a ordem social familiar e as sociedades políticas. Segundo ele,
na sociedade familiar os laços são estabelecidos pelo amor parental; porém nas
sociedades políticas os laços entre os chefes políticos e o povo se estabelecem
por um desejo ao poder e prazer em seu exercício, por parte do chefe.

O autor também faz menção à escravidão. Nesse aspecto, cita Aristóteles – que
afirmava que alguns homens nasciam inclinados a serem escravos – e diverge da
perspectiva do filósofo. Para Rousseau, a força originou os escravos, e aqueles
que nasceram nesta condição (de ausência de liberdade) perderam a coragem
para buscar sua liberdade
[...] “Se há, pois, escravos por natureza, é porque houve escravos contra a
natureza. A força fez os primeiros escravos, sua covardia os perpetuou.”
(Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 11).

Livro I – Capítulo III: Do direito do mais forte

Neste capítulo, Rousseau discute sobre o poder do mais forte. Em sua tese, o
mais forte nunca é eternamente forte o bastante para ser chefe se não converter
sua força em direito e a obediência em dever. Portanto, para o autor, o uso da
força e imposição física não são suficientes para estabelecer uma relação de
poder.

Segundo ele, a força não faz o direito, pelo simples fato de não gerar dever.
“ceder à força é um ato de necessidade, não de vontade.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social) e conclui dizendo que sendo que a obediência
deve ser oferecida apenas a uma autoridade legítima.

Livro I – Capítulo IV: Da escravidão

Aqui, o autor aborda o tema da escravidão. Rousseau manifesta-se neste capítulo


de forma contrária à escravidão. Para ele, nenhum indivíduo possui autoridade
natural sobre seu semelhante e os homens dependem da liberdade para serem
felizes, e viverem com dignidade. Logo, acredita que quem renuncia à liberdade,
renuncia à condição de homem, o que contraria a natureza humana.

Rousseau estabelece a escravidão como algo inconcebível, uma vez que resulta
na abdicação dos direitos e deveres, e negligência da sua condição de homem. O
autor também condena a escravidão gerada por meio da guerra. Segundo ele, a
guerra é um conflito entre Estados e não entre homens. Portanto, não existe
direito para garantir a subjugação de outros homens à condição de escravos.
Direito e escravidão possuem conceitos completamente contraditórios.

[...] “Dizer que um homem se dá gratuitamente é dizer coisa absurda e


inconcebível; um tal ato é ilegítimo e nulo, pelo simples fato de não se achar
de posse de seu juízo quem isto comete. Dizer a mesma coisa de todo um
povo é supor um povo de loucos: a loucura não faz direito.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 15).

Livro I – Capítulo VI: Do pacto social


Neste capítulo, será abordado o processo de formação do Pacto Social/Contrato
Social. Para Rousseau, o contrato social surgiu da necessidade de encontrar uma
forma de associação que defenda e proteja tanto os homens, quanto seus bens, de
forma a conservar sua liberdade. Para que seja constituído tal pacto, o coletivo
dos homens deve alienar seus direitos para a comunidade; de forma que cada um
se entregue inteiramente de forma homogênea. Tal associação resulta em um
corpo moral coletivo.

Essa associação, formada pelos Homens, pode receber diversos nomes: Cidade,
Estado, Corpo Político, República, etc. E os membros da sociedade podem ser
entendidos como cidadãos – quando participam na autoridade soberana do corpo
político – ou como vassalos – quando são sua participação na sociedade fica
restrita à obediência às leis do Estado.

Livro I – Capítulo VII Do soberano

Este capítulo trata sobre o soberano, uma autoridade escolhida pelo povo e que
recebe um compromisso para com os indivíduos da sociedade, de zelar pelo
bem-estar coletivo. Por isso, um soberano não pode ter interesses contrários à
população, pois a população faz parte do Corpo Político e o soberano é o
representante do Corpo Político. Logo, não se pode ter um interesse contrário ao
seu mesmo.

O autor também faz menção neste capítulo à rebeldia contra o pacto social, ao
dizer que cada indivíduo pode ter uma vontade que seja contrária à vontade
geral. Neste caso, o pacto social faria com que o homem que foi contra a vontade
geral, fosse constrangido pelo corpo político/ sociedade.

Livro I – Capítulo VIII: Do estado civil

Neste capítulo, o autor aborda a transição do estado de natureza para o estado


civil. Este processo resultou em mudanças essenciais na humanidade:
substituição do instinto pela justiça, incorporação da às ações humanas e o
amplo uso da razão como precedente a qualquer atitude.

Esta transição se deu através do contrato social. Com ele, o homem renuncia à
liberdade natural e a seu direito ilimitado de possuir tudo que deseja, e recebe a
liberdade civil e os direitos de propriedade e conservação da vida.
Livro II – Capítulo I: A soberania é inalienável

Neste capítulo, Rousseau fala sobre o caráter intransferível do poder soberano no


pacto social. Segundo o autor, a soberania representa a vontade geral e o
soberano deve ser entendido como um ser coletivo, pois nenhum representante
poderia exercer o poder de acordo com a vontade de todos os homens. Devido a
isso, os homens podem transferir seus poderes ao soberano, porém não suas
vontades.

[...] “digo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade
geral, nunca pode alienar-se e que o soberano, que não é senão um ser
coletivo, só pode ser representado por ele mesmo; o poder pode
perfeitamente ser transmitido, mas não a vontade.” (Jean-Jacques Rousseau,
O Contrato Social; 2011, p. 34).

Livro II – Capítulo II: A soberania é indivisível

Da mesma forma que o autor considera a soberana como que não pode ser
doado/ transferido, ele também interpreta a soberania como indivisível, pois ela
corresponde à vontade geral de um povo ao construir atos de soberania e
legislar. A vontade ou é geral, ou não existe. Por isso, Rousseau afirma ainda
que a divisão da soberania em força e vontade é indevida.

Livro II – Capítulo III: Se a vontade geral pode errar

Aqui, Rousseau estabelece a existência de diferentes vontades em uma


sociedade. Há as que atendem interesses privados – soma de várias vontades
particulares – e as que atendem ao interesse comum. Da mediação entre as duas
faz-se a vontade geral.

[...] “Há muitas vezes grande diferença entre a vontade de todos e a vontade
geral; esta olha somente o interesse comum, a outra o interesse privado, e
outra coisa não é senão a soma de vontades particulares; mas tirai dessas
mesmas vontades as que em menor ou maior grau reciprocamente se
destroem, e resta como soma das diferenças a vontade geral.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 41).

Livro II – Capítulo IV: Dos limites do poder soberano

Para falar do poder soberano, Rousseau previamente estabelece uma relação


entre o corpo político originado pelo pacto social e o exercício de poder.
Segundo o autor, o Estado é uma “pessoal moral”, formada a partir da união
entre seus membros (sociedade) e cujo objetivo é prezar pela conservação dos
mesmos. Logo, para cumprir seu propósito, o Estado utiliza de sua legitimidade
e força para articular e organizar a sociedade, maneira mais conveniente. O
pacto social dá ao corpo político um poder absoluto e dirigido pela vontade
geral, a soberania.

A partir do pacto social ficam estabelecidos compromissos que unem todos ao


corpo social, bem como direitos e deveres do cidadão e do Estado. O soberano
deverá ter todos os serviços a sua disposição, porém não pode sobrecarregar os
cidadãos de coisas que não sejam úteis para a comunidade. Tampouco pode
tomar decisões que não sejam precedidas pela razão. No Contrato Social, todo
ato de soberania obriga ou favorece igualmente a todos os cidadãos e não
diferencia ninguém.

Por fim, Rousseau delimita que o poder soberano é absoluto, sagrado e


inviolável; contudo seu exercício não pode ultrapassar os limites das convenções
gerais, nem exigir de um mais ou menos do que de outros. Caso isso aconteça, o
poder soberano se torna incompetente.

[...] “O poder soberano, todo absoluto, todo sagrado, todo inviolável que é,
não passa nem pode passar além dos limites das convenções gerais, e que
todo homem pode dispor plenamente da parte de seus bens e da liberdade que
lhe foi deixada por essas convenções; de sorte que o soberano jamais possui o
direito de sobrecarregar um vassalo mais que outro, porque então, tornando-
se o negócio particular, deixa o seu poder de ser competente.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 44).

Livro II – Capítulo VI: Da lei

Rousseau define a lei como um ato que se concretiza a partir da vontade geral e
é instituído pelo povo como algo acima de todo o povo. Para ele, a lei não pode
ser injusta e nem excludente – de forma a isentar ou privilegiar uns em
detrimento de outros. Dessa forma, está também o soberano subjugado às Leis,
uma vez que ele faz parte do corpo político.

Livro II – Capítulo VII: Do legislador


Rousseau trata daqueles que são responsáveis por elaborarem as leis que regem
um Estado – os legisladores. Para o autor, eles são homens extraordinários, com
uma função particular e superior dentro da organização social.

Neste capítulo, o autor também aborda a necessidade de separação entre quem


dirige as leis e quem dirige os homens. Caso haja uma promiscuidade entre
estes, seriam criadas leis injustas e atreladas aos sentimentos humanos.

Livro II – Capítulo VIII: Do povo

Neste capítulo, Rousseau fala sobre o papel do povo no Contrato Social e


compara a relação povo-legislador com a de um arquiteto para com sua obra.
Neste caso, à semelhança de um arquiteto que, antes de construir um edifício,
examina o solo e procura saber se a constituição natural será capaz de suportar a
construção; o legislador, antes de elaborar uma lei estuda a sociedade para qual
esta lei se fará valer. Isso é feito através da análise de seus valores, da aptidão do
povo em suportar e lei e também através da análise de sua maturidade.

Para o autor, cada nação tem um tempo de amadurecimento, que precisa ser
esperado para que as leis possam ser devidamente aplicadas. Caso o tempo de
maturidade não seja respeitado e as leis sejam forçadas à sociedade, o trabalho
se perde.

Livro III – Capítulo XV: Dos deputados ou representantes

Neste capítulo, o autor estabelece que quanto melhor constituído for o Estado,
mais os negócios públicos irão prevalecer aos privados e mais integrados e
participativos os cidadãos são em relação à política. Isso ocorre pois quando o
Estado faz um bom trabalho em prol do bem comum social e aumenta a
felicidade geral, a população se interessa pelas atividades políticas; sendo que o
contrário também é verdade.

Os deputados distinguem-se dos representantes do povo, pois são apenas


mensageiros da vontade popular e nada podem fazer para executá-la. A vontade
do povo se faz valer através dos legisladores e do poder soberano.

Livro IV – Capítulo I: A vontade geral é indestrutível


Neste capítulo o autor trata da força da vontade geral de um povo. Quando os homens
são unidos pelos laços sociais do pacto e compartilham dos mesmos interesses relativos
à sua conservação e bem-estar, o Estado funciona em sua plenitude e necessita de
poucas leis.

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