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ROUSSEAU, Jean-Jacques.
Matrícula: 202033703
Neste capítulo o autor faz uma pequena introdução ao tema e à tese que irá
abordar ao longo da obra. Segundo Rousseau, o homem nasceu livre, porém se
encontra preso/subjugado.
O autor também define que a ordem social é um direito de todos, mas que não
foi estabelecido pela natureza humana e sim por convenções sociais
(acordo/pacto).
Neste capítulo Rousseau introduz a mais antiga ordem social e a única forma de
sociedade natural: a família. Contudo, para o autor, os laços naturais que ligam
as famílias só são válidos enquanto há necessidade de que os pais cuidem dos
filhos. A partir do momento que os filhos adquirem independência, os laços
familiares deixam de ser naturais e passam a ser voluntários.
O autor também faz menção à escravidão. Nesse aspecto, cita Aristóteles – que
afirmava que alguns homens nasciam inclinados a serem escravos – e diverge da
perspectiva do filósofo. Para Rousseau, a força originou os escravos, e aqueles
que nasceram nesta condição (de ausência de liberdade) perderam a coragem
para buscar sua liberdade
[...] “Se há, pois, escravos por natureza, é porque houve escravos contra a
natureza. A força fez os primeiros escravos, sua covardia os perpetuou.”
(Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 11).
Neste capítulo, Rousseau discute sobre o poder do mais forte. Em sua tese, o
mais forte nunca é eternamente forte o bastante para ser chefe se não converter
sua força em direito e a obediência em dever. Portanto, para o autor, o uso da
força e imposição física não são suficientes para estabelecer uma relação de
poder.
Segundo ele, a força não faz o direito, pelo simples fato de não gerar dever.
“ceder à força é um ato de necessidade, não de vontade.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social) e conclui dizendo que sendo que a obediência
deve ser oferecida apenas a uma autoridade legítima.
Rousseau estabelece a escravidão como algo inconcebível, uma vez que resulta
na abdicação dos direitos e deveres, e negligência da sua condição de homem. O
autor também condena a escravidão gerada por meio da guerra. Segundo ele, a
guerra é um conflito entre Estados e não entre homens. Portanto, não existe
direito para garantir a subjugação de outros homens à condição de escravos.
Direito e escravidão possuem conceitos completamente contraditórios.
Essa associação, formada pelos Homens, pode receber diversos nomes: Cidade,
Estado, Corpo Político, República, etc. E os membros da sociedade podem ser
entendidos como cidadãos – quando participam na autoridade soberana do corpo
político – ou como vassalos – quando são sua participação na sociedade fica
restrita à obediência às leis do Estado.
Este capítulo trata sobre o soberano, uma autoridade escolhida pelo povo e que
recebe um compromisso para com os indivíduos da sociedade, de zelar pelo
bem-estar coletivo. Por isso, um soberano não pode ter interesses contrários à
população, pois a população faz parte do Corpo Político e o soberano é o
representante do Corpo Político. Logo, não se pode ter um interesse contrário ao
seu mesmo.
O autor também faz menção neste capítulo à rebeldia contra o pacto social, ao
dizer que cada indivíduo pode ter uma vontade que seja contrária à vontade
geral. Neste caso, o pacto social faria com que o homem que foi contra a vontade
geral, fosse constrangido pelo corpo político/ sociedade.
Esta transição se deu através do contrato social. Com ele, o homem renuncia à
liberdade natural e a seu direito ilimitado de possuir tudo que deseja, e recebe a
liberdade civil e os direitos de propriedade e conservação da vida.
Livro II – Capítulo I: A soberania é inalienável
[...] “digo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade
geral, nunca pode alienar-se e que o soberano, que não é senão um ser
coletivo, só pode ser representado por ele mesmo; o poder pode
perfeitamente ser transmitido, mas não a vontade.” (Jean-Jacques Rousseau,
O Contrato Social; 2011, p. 34).
Da mesma forma que o autor considera a soberana como que não pode ser
doado/ transferido, ele também interpreta a soberania como indivisível, pois ela
corresponde à vontade geral de um povo ao construir atos de soberania e
legislar. A vontade ou é geral, ou não existe. Por isso, Rousseau afirma ainda
que a divisão da soberania em força e vontade é indevida.
[...] “Há muitas vezes grande diferença entre a vontade de todos e a vontade
geral; esta olha somente o interesse comum, a outra o interesse privado, e
outra coisa não é senão a soma de vontades particulares; mas tirai dessas
mesmas vontades as que em menor ou maior grau reciprocamente se
destroem, e resta como soma das diferenças a vontade geral.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 41).
[...] “O poder soberano, todo absoluto, todo sagrado, todo inviolável que é,
não passa nem pode passar além dos limites das convenções gerais, e que
todo homem pode dispor plenamente da parte de seus bens e da liberdade que
lhe foi deixada por essas convenções; de sorte que o soberano jamais possui o
direito de sobrecarregar um vassalo mais que outro, porque então, tornando-
se o negócio particular, deixa o seu poder de ser competente.” (Jean-Jacques
Rousseau, O Contrato Social; 2011, p. 44).
Rousseau define a lei como um ato que se concretiza a partir da vontade geral e
é instituído pelo povo como algo acima de todo o povo. Para ele, a lei não pode
ser injusta e nem excludente – de forma a isentar ou privilegiar uns em
detrimento de outros. Dessa forma, está também o soberano subjugado às Leis,
uma vez que ele faz parte do corpo político.
Para o autor, cada nação tem um tempo de amadurecimento, que precisa ser
esperado para que as leis possam ser devidamente aplicadas. Caso o tempo de
maturidade não seja respeitado e as leis sejam forçadas à sociedade, o trabalho
se perde.
Neste capítulo, o autor estabelece que quanto melhor constituído for o Estado,
mais os negócios públicos irão prevalecer aos privados e mais integrados e
participativos os cidadãos são em relação à política. Isso ocorre pois quando o
Estado faz um bom trabalho em prol do bem comum social e aumenta a
felicidade geral, a população se interessa pelas atividades políticas; sendo que o
contrário também é verdade.