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FITOTERAPIA BRASILEIRA
TERAPIAS DAS ERVAS
INSTRUTOR E COORDENADOR
Dr. CARLOS ANTONIO FIRMINO
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www.institutofolhaverde.com
INSTITUTO FOLHA VERDE – Escola de Formação de Terapeutas – Mogi Guaçu/SP PABX (19) 3841-2186
FITOTERAPIA
Estudos arqueológicos têm mostrado através da análise de pólens e outros materiais, que
os homens das cavernas já utilizavam plantas medicinais. As as primeiras testemunhas do
uso das plantas na medicina, foram os papiros egípcios, os escritos chineses nas folhas de
bambu e as taboas de argila dos Sumérios. No Papiro de Ebers, de 1550 a. C. descoberto
em meados de século passado em Luxor, no Egito, foram mencionadas cerca de 700
drogas diferentes, incluindo extratos de plantas, metais (chumbo e cobre) e veneno de
animais (Almeida, 1993 in Carneiro, S. M. de B, 1997).
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Entre as mais antigas civilizações, a medicina, através das plantas medicinais, já era
praticada e transmitida desde os tempos mais remotos: nas antiguidades egípcia, grega e
romana, quando acumularam-se conhecimentos empíricos e foram transmitidos
posteriormente, através dos Árabes à seus descendentes europeus (Alzugary e Alzugary,
1983 in Silva, Édina B., 1997).
A arte de embalsamar cadáveres foi desenvolvida pelos antigos egípcios, evitando que
estes entrassem em estado de putrefação. Foram necessários vários experimentos com
muitas plantas para dar conhecimento ao mundo e deixar tal arte como herança (Alzugary
e Alzugary, 1983 in Silva, É. B.,1997).
No ano 3.000 a.C., os países orientais praticavam o cultivo de plantas medicinais tendo
como iniciante SHE UING (Alzugary e Alzugary op. cit.in Silva, É. B.,1997).
A Índia foi considerada por alguns autores como o Eldorado dos Medicamentos Ativos, pela
riqueza de sua flora medicinal (Delaveau, 198? in Silva, É. B., 1997). O primeiro Tratado de
Medicina só aparece mil anos antes de Jesus Cristo no vale do Tigre e Eufrates (atual Irã e
Iraque).
Quando o Brasil foi descoberto, a Fitoterapia reinava praticamente sozinha, não havia
vacinas nem os medicamentos sintéticos, que só aparecem no final do século XIX com a
aspirina. É essencial não esquecer que o grande mestre de Piso, foi o Índio brasileiro, e ele
honestamente em mais de uma passagem reconheceu a superioridade da terapêutica
indígena sobre a européia. Note-se o testemunho de Piso em Pernambuco: "Os Índios
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precedem de laboratórios, ademais, sempre tem à mão sucos verdes e frescos de ervas.
Enjeitam os remédios compostos de vários ingredientes, preferem os mais simples, em
qualquer caso de cura, visto que por este medicamentos os corpos não ficam tão irritados."
(Pereira, op. cit in Silva, Édina B., 1997).
O Brasil é um dos 14 países com grande biodiversidade contendo mais de 10% de todos
os organismos descritos na Terra. Das plantas floríferas conhecidas, aproximadamente
55.000 espécies, cerca de 22% destas ocorrem no Brasil, principalmente nas regiões da
floresta amazônica, mata atlântica e cerrado. Estima-se que aproximadamente 1,25% da
pesquisa científica no país se destina a plantas medicinais. Dos medicamentos atualmente
produzidos, cerca de 25% têm componentes químicos de plantas. Nossa flora tem cerca de
120 mil espécies vegetais, de aplicações terapêuticas. O alto custo dos medicamentos
fabricados pela indústria farmacêutica, dentre outros motivos, têm aumentado o interesse
das pessoas nesse tipo de terapia. A OMS estima que mais de 3 bilhões de pessoas em
todo o mundo confiam nas "medicinas tradicionais", onde as ervas têm grande emprego.
Entre as plantas silvestres e algumas poucas cultivadas, os índios brasileiros, além de as
usarem para a construção de suas casas, na confecção de ferramentas e utensílios delas
obtiveram fibras, gomas, colas, combustíveis, pigmentos, tinturas, sabões, borracha,
bebidas, alimentos veneno de flechas para a guerra e caça e pesca e também produziam
substâncias estimulantes, alucinógenas medicamentosas.
Dados da Organização Mundial da Saúde(OMS) mostram que cerca de 80% da população
mundial faz uso de algum tipo de erva para tratar doenças ou aliviar sintomas. "O Brasil
apresenta uma grande diversidade de plantas medicinais em seus biomas. Entretanto, com
o extrativismo descontrolado e com a excessiva fragmentação dos ecossistemas, em
virtude da ampliação das áreas agrícolas, tem ocorrido aceleração na extinção das
espécies", alerta.
O mercado mundial de medicamentos fitoterápicos cresce desde a década de 80,
movimentando algo em torno de US$ 20 bilhões ao ano. Em 1996, na Europa, as vendas
foram estimadas em US$ 7 bilhões, e nos Estados Unidos o valor situava-se entre US$ 2 à
3,4 bilhões. No Brasil em 1998, o mercado de medicamentos fitoterápicos foi estimado em
US$ 566 milhões. Considerando o mercado informal nos países em desenvolvimentos e do
“terceiro mundo” esta cifra deva ter alcançado centenas de bilhões de dólares por ano.
Estimativas não oficiais relatam que o mercado global de bioprodutos é na faixa de US$
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500 bilhões/ano. Segundo informações da Bioamazônia (2001), o setor de fármacos
apontou uma receita de US$ 300 bilhões neste mercado, vale lembrar que 40 % dos
medicamentos em uso teve origem direta ou indiretamente, em produtos naturais e estes
representam 17% deste mercado.
CONCEITOS IMPORTANTES
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· Princípio ativo de medicamento fitoterápico - substância, ou classes químicas (ex:
alcalóides, flavonóides, ácidos graxos, etc.), quimicamente caracterizada, cuja ação
farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos
do medicamento fitoterápico.
FITOCOSMÉTICOS
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MÉTODOS DE COLETA DE PLANTAS MEDICINAIS PARA IDENTIFICAÇÃO
ADUBAÇÃO
COLETA
SECAGEM
Recomenda que a secagem seja feita ao ar livre, fora da luz direta do sol ou preservar em
álcool. Macedo et al. (1998), informa que após a coleta a planta deve ser
prensada entre folhas de jornais, papelão e/ou alumínio enrugado, em seguida deve
coloca-la e amarra-la em prensas (grades de madeira) com cordões incluindo a ficha de
coleta com as características do material botânico colocando-a na estufa para
desidratação.
Após a desidratação as prensas são retiradas e o material desidratado é amarrado apenas
no jornal e é conduzido para descontaminação da amostra em freezer (18ºC).
A partir destas etapas o material é enviado para herbários para ser identificado.
Antes de fazer a secagem, observe os seguintes cuidados:
Nunca lave as plantas antes da secagem, com exceção das raízes e rizomas. Use água
limpa para efetuar a lavagem das partes aéreas das plantas, efetuando uma agitação
branda dos ramos em seguida para eliminar a maior parte da água sobre a superfície da
planta.
Separe as plantas de espécies diferentes.
Plantas que são colhidas inteiras devem ter suas partes colocadas para secar em
separado, e serem conservadas em recipientes separados.
Espalhe a planta ou suas partes sobre um pano ou plástico:
secar o material à sombra, evitando secagens ao sol e ao fogo, que alteram a qualidade da
planta;
Raízes, caules e cascas podem ser secos ao sol;
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As flores precisam secar sem receber luz solar direta;
Brotos, folhas e plantas inteiras são secos à sombra, em lugares arejados;
Quando se tornarem quebradiças, as plantas estarão prontas para uso, devendo serem
guardadas em vidros fechados, longe da luz, pó e umidade.
ARMAZENAMENTO
Após a identificação, o armazenamento deve ser feito rapidamente, evitando assim a perda
dos princípios ativos das plantas, preferencialmente em ambiente arejado e seco, sem
acesso de poeira ou animais. Pequenas quantidades podem ser colocadas em potes de
vidro ou sacos (polietileno ou polipropileno). É recomendável evitar colocar embalagens de
espécies diferentes perto uma das outras ou coloca-las diretamente sobre o solo.
Devido à ação de uma espécie sobre o desenvolvimento da outra, recomenda-se algumas
vezes o plantio de duas ou mais espécies diferentes.Exemplos de associações benéficas:
· Manjerona - Melhora o aroma das plantas
· Catinga-de-mulata - seu aroma afasta insetos voadores
Funcho e Losna - Não devem ser plantadas perto de nenhuma outra planta
Hortelã - Pode ser plantada como bordadura
· Alfavaca - Não deve ser plantada perto da Arruda. Seu cheiro repele moscas e mosquitos
Tomilho - Seu cheiro mantém afastada a borboleta-da-couve
Mil-folhas - Serve como bordadura aumentando a produção de óleos essenciais quando
plantadas perto de ervas aromáticas
Alguns métodos naturais, embora sem ter 100% de eficácia, tem trazido bons resultados no
combate de pragas, tais como:
Doenças no viveiro: tintura de camomila - 50 gs de flores em 1 litro de água fria. Descansar
2 dias. No terceiro filtrar. Aplicar sobre mudas recém tansplantadas também.
Fungicidas do solo - Calda bordalesa, enxofre, chá de cavalinha (200 gramas de caules
fervidos em 10 litros de água por 20 minutos).
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Fungos: 100 gramas de sulfato de cobre bem triturado num saco de fralda e ponha o saco
em 5 litros de água. À parte, misture 5 litros de água com 100 gramas de cal virgem (leite
de cal). Junte-os para usar depois.
Fungos: 2: 200 gs de sulfato de cobre/ 200 gs de cal/20 litros de água e um saco de pano.
Preparar um sachê com o sulfato e o saco e mergulhar em 18 litros de água por 4 horas.
Misture à parte a cal em 2 litros de água e despeja na solução mexendo. Coloque cal até
não escurescer a Lâmina de ferro, para não prejudicar o jardim.
Desinfetantes de canteiros : Folhas secas de sálvia incorporadas aos canteiros.
Nematóides: Plantar pés de tagetes pelos canteiros ajuda manter afastados nematóides e
afídeos.
Macerado de urtiga: 100 gs de urtiga previamente secas por 7 dias. Colocar em 10 litros de
água macerando por 8 dias. Juntar mais 100 litros de água após coar.
Trips: 50 gramas de pimenta malagueta esmagada em 1 litro de água, deixar curtir 24
horas. Após esse período, mexa bem e coe. Adicione 1 col de sopa de sabão e mexa.
Pulverize sobre as plantas, repetindo a cada 5 dias até acabar.
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FORMA E UTILIZAÇÃO DOS FITOTERÁPICOS
Para alcançar sua ação medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se
obtenham produtos derivados com ação específica.
Com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, pode-se preparar diversos
derivados levando-se em consideração:
Modo de preparação
As propriedades físicas
Aspecto
As características organolépticas
A concentração dos princípios ativos
As propriedades farmacológicas
Sua finalidade
Por destilação:
-Óleos essenciais
-Águas destiladas
-Alcoolatos
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c) Produtos obtidos utilizando a ação de um solvente:
- extratos fluídos
- extratos moles
- extratos secos
PÓS VEGETAIS
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Sendo todas estas operações realizadas de maneira correta, não haverão diferenças
notáveis nas diversas partes da erva, mesmo apresentando texturas diferentes.
As vantagens de utilizar os vegetais na forma de pó são diversas, como: administração
da droga relativamente segura, ajuste ou eventual concentração do princípio ativo e
manipulação simples, possibilitando misturas.
contendo cerca de 0,2 g/l de óleo essencial disperso na forma ionizada, não decantável.
aldeídos e aminas.
São preparadas por simples destilação com vapor de água, e plantas frescas ou secas.
As plantas rasuradas são maceradas por horas com uma quantidade relativamente
ou filtração.
preconiza, por exemplo, para a água de hortelã a utilização de 1.000 g de planta fresca
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Os alcoolatos são preparados pela maceração com álcool das plantas frescas seguida
Elixires
Alcoóleos
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TINTURAS VEGETAIS
As tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre
uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). São
A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de
erva seca permitem preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um
ricas em mucilagens como casca de laranja amarga, onde o título do álcool é de 80º
G.L..
As drogas muito ativas (heróicas), como o acônito e a beladona são preparadas por
títulos, da planta fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca.
Correspondem a 1/10 de seu peso em droga desidratada, com algumas exceções como
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O título alcoólico das tinturas-mãe são geralmente de 45 +/- 5º GL como é o caso da
Para a preparação das tinturas-mãe devem ser observados alguns cuidados na hora da
caso das folhas, deve-se colher após o seu desenvolvimento completo, antes da
As alcoolaturas são obtidas pela ação do álcool sobre drogas frescas que não podem
um título elevado para evitar uma diluição elevada pela água liberada pela planta.
O modo de preparação é muito simples, basta macerar por 8 dias a droga fresca
rasurada em um recipiente fechado, com álcool fazer uma expressão e logo após uma
filtração.
inativos, em álcool a 30º G.L. . Por diversos processos modernos, são estabilizados,
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INFUSÃO
quantidade de erva varia segundo a espécie, sendo normalmente de 5 g para cada 100
ml de água.
DECOCÇÃO
até a ebulição num recipiente fechado, deixando ferver por alguns minutos.
MACERAÇÃO
É uma preparação líquida que requer longa imersão. Põe-se a planta em água fria,
cobre-se o recipiente e deixa-se repousar em lugar fresco durante uma noite. Em geral
segue-se a regra de 7 horas para folhas e flores; 12 horas para raízes e cascas e 24
horas para a planta inteira
EXTRATOS
EXTRATOS GLICÓLICOS
varia, sendo que normalmente se utiliza a relação indicada para as tinturas vegetais.
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EXTRATOS FLUIDOS
equivalente a 1.000 g de erva seca. Por não terem sofrido ação do calor, seus
Os extratos fluidos apresentam uma relação ponderal simples entre droga e extrato, o
- 5 g de tintura ou alcoolatura
- 10 g de tintura-mãe
-50 g de xarope
EXTRATOS MOLES
Os extratos moles são soluções extrativas que possuem consistência de mel, que,
quando dessecados a 105ºC perdem entre 15 e 20% de água.
EXTRATOS SECOS
Os extratos secos ou pulverentos se apresentam sob a forma de pó e perdem de 5 a
8% de água.
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instantaneamente e transformadas em um pó finíssimo. Os fenômenos de oxidação e
desnaturação pelo calor são reduzidos ao mínimo.
Os nebulizantes se apresentam sob a forma de pó tênue, aromático e de coloração
mais clara que o extrato seco correspondente. No microscópio se apresenta como
minúsculos glóbulos de aspecto esponjoso e irregulares. O volume específico aparente
é muito elevado.
Os nebulizantes, a grosso modo, substituem peso por peso os extratos semi-sólidos. A
água residual destes é substituída por adjuvantes como aerosil, amido, celulose
modificada e outros.
Atualmente os extratos secos na forma de nebulizantes são amplamente utilizados, e os
laboratórios farmacêuticos procuram desenvolver vários tipos de extratos com os seus
princípios ativos titulados.
OS EXTRATOS NA FITOCOSMÉTICA
Os extratos glicólicos são indicados para aplicação em soluções aquosas, géis sem
álcool, emulsões água/óleo e tensoativos (sabões, banhos de espuma, xampus).
Extratos fluidos podem ser utilizados em soluções alcoólicas, géis com álcool e
emulsões alcoólicas. Os extratos moles apresentam as mesmas aplicações do extrato
fluido, com a vantagem de possuir uma concentração maior. Estes extratos podem ser
facilmente diluídos antes do uso.
Os extratos secos podem ser usados nos produtos para banho, como sais, e em
máscaras cosméticas.
AS MEDIDAS
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Medida Volume em ml
1 colher de sopa 15
1 colher de sobremesa 10
1 colher de chá 05
1 colher de café 02
1 cálice de licor 30
1 copo 150
Compressas
Loção
São líquidos aquosos, soluções coloidais, emulsões e suspensões empregadas de
acordo com a solubilidade do fármaco destinado as aplicações sobre a pele.
Ungüento
Prepara-se com o sumo de erva ou chá mais for te misturado em óleo
vegetal. Aplicação externa
Cataplasma
São formas constituídas por massa úmida e mole de materiais sólidos. compões-se de
pó, farinha ou semente diluídas em cozimento ou infusão de plantas até adquirirem
consistência de uma pasta. A planta medicinal pode ser incorporada por trituração à
pasta mole. Aplica-se quente, morna ou fria entre 2 tecidos, para reduzir a inflamação
ou exercer ação revulsiva.
Linimentos
São preparações líquidas contendo geralmente óleos ou álcoois, que se destinam à
aplicação cutânea por fricção. Podem ser incorporadas plantas específicas com o
objetivo de serem friccionadas.
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PRINCIPIOS ATIVOS VEGETAIS
Os princípios ativos das plantas medicinais são substâncias que a planta sintetiza e
armazena durante o seu crescimento. No entanto, nem todos os produtos metabólicos
sintetizados possuem valor medicinal. Em todas as espécies existem ao mesmo tempo
princípios ativos e substâncias inertes. Estas últimas, determinam a eficácia da erva
medicinal acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo organismo.
Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vários componentes ativos, dos quais
um ou um grupo determinam a opção principal.
Quando isolado este princípio ativo, normalmente apresenta ação diferente daquela
apresentada pelo vegetal inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo.
Os princípios ativos não se distribuem de maneira uniforme no vegetal. Concentram-se
preferencialmente nas flores, folhas e raízes, e, às vezes nas sementes, nos frutos e na
casca.
Outra característica dos vegetais é que não apresentam uma concentração uniforme de
princípios ativos durante o seu ciclo de vida, variando com o habitat, a colheita e a
preparação.
Para uma compreensão melhor dos componentes vegetais e de sua ação,
apresentamos a seguir um breve resumo dos principais princípios ativos:
ALCALÓIDES
Os alcalóides formam um grupo heterogêneo, de substâncias orgânicas, definido pela
função amina, raramente amida, que dá a seus constituintes propriedades químicas
próprias, as quais se aliam uma toxidade elevada e, muitas vezes, uma atividade
farmacológica notável.
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Fenilalaninas capsicina da pimenta, colquicina ou colchichina
do cólquico (Colchium autumnale).
Alcalóides isoquinoleicos morfina, etilmorfina, codeína e papaverina contidas no
ópio da dormideira ou papoula-dormideira(Papaver
somniferum).
Alcalóides indólicos ergometrina, ergotamina, ergotoxina da
cravagem dos cereais
Alcalóides quinoleicos: caule folhoso da arruda comum (Ruta graveolens)
PRINCÍPIOS AMARGOS
ROCHA (1998) cita que estas substâncias apresentam um gosto amargo, excitam as
células gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreção dos sucos gástricos. A
farmacologia agrupa, sob o nome de princípios amargos, as substâncias vegetais
terpênicas susceptíveis de libertar azuleno, assim como glucosídeos de diversas
estruturas bioquímicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do
absinto e do cardo-santo. O segundo grupo é o mais comum: reúne os sucos das
gencianáceas (genciana, trifólio), da centáurea, entre outros. Apresentando os óleos
essenciais atividade antisséptica.
TANINOS
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HETEROSÍDEOS
FLAVONÓIDES
Os flavonóides foram um grupo muito extenso, pelo número dos seus constituintes
naturais e ampla distribuição no reino vegetal. São substâncias diferentes com uma
composição química base, que compreende fundamentalmente os derivados flavônicos
(flavos-amarelo), os derivados antociânicos (anthos-flor e kyanus-azul), as catequinas
ou catecóis e outros constituintes com eles relacionados.
SAPONINAS
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O seu nome provém da propriedade de formar espuma abundante, quando agitadas
com água, à semelhança do sabão, que emulsionam o óleo na água e que possuem um
efeito hemolítico.
As plantas que contém saponinas são utilizadas também por sua ação mucolítica,
diurética e depurativa.
MUCILAGENS
ÁCIDOS ORGÂNICOS
Diversos vegetais apresentam ácidos orgânicos, que lhes conferem sabor ácido e
propriedades farmacêuticas características, como ação refrescante e laxativa. Dentre os
ácidos presentes pode-se destacar o tartárico, málico, cítrico e o silícico.
As plantas das famílias das borraginácias, das equisetáceas e das gramíneas absorvem
grande quantidade de sais orgânicos do solo, principalmente o silícico, armazenando-o
nas membranas das células ou no seu protoplasma. Este ácido é um elemento
fundamental para o tecido conjuntivo, pele, cabelos e unhas. As plantas ricas em ácidos
orgânicos são muito utilizadas na fitocosmética.
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ÓLEOS ESSENCIAIS
Os óleos essenciais são compostos aromáticos, geralmente voláteis, retirados dos
vegetais, onde são encontrados pré - formados ou na forma combinada. São extraídos
Uma técnica nova de micro-encapsulação dos óleos vegetais permite a utilização dos
Os anti-sépticos vegetais
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alho, na cebola, na mostarda, no rábano silvestre, no sabugueiro, no zimbro, no
pinheiro, na tanchagem, entre outros. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.
1. Dados da Amostragem
A analise da qualidade de um lote de matéria prima é realizada por
amostragem, sendo a tomada da amostra um fator determinante para a confiabilidade
do resultado. A amostra deve ser, por definição, representativa do todo.
Segundo a Farmacopéia Alemã (Deustches,1991) para ate 3 recipientes, todas a
embalagens devem ser amostradas e, no caso de um numero superior a 3, é
preconizado o emprego da formula (n+1)
2. Pesagem (deve-se pesar toda a amostra, embalar e rotular).
3. Caracterização
Organoléptica (cheiro, cor, textura...).
Macroscópica (examinar toda a amostra, separar matéria orgânica
estranha e matéria inorgânica, observar a presença eventual de fungos, insetos...).
Microscópica (cortes histológicos).
4. Pesquisa qualitativa e quantitativa de princípios ativos
Feito através de métodos cromatográficos.
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5. Pesquisa de impureza
Determinação de material estranho.
Separa-se manualmente os materiais estranhos da planta inicialmente a olho
nu, em seguida com auxilio de lentes de aumento. Pesar o material separado e
determinar sua porcentagem com base no peso da tomada do ensaio.
Determinação de cinzas totais.
A determinação de cinzas totais destina-se a estabelecer a quantidade de
substâncias residual não volátil. As cinzas totais incluem as derivadas de tecido vegetal
(cinzas fisiológicas) e de materiais estranhos, especialmente areia e terra aderente a
superfície da droga (cinza não fisiológica)
O método utilizado é:
Pesar e distribuir uniformemente em cadinho, incinerá-la a uma temperatura
não superior a 450oC, até que todo o carvão seja eliminado.
Determinação de umidade.
A presença de quantidade excessiva de água em drogas vegetais propicia o
desenvolvimento de microorganismos, insetos e hidrolise, e conseqüentemente
deterioração de constituintes de drogas.
O limite de umidade para drogas vegetais varia de 8 a 14%.
Um dos métodos empregados é o gravimétrico.
6. Pesquisa de falsificação
Deve-se sempre fazer um parâmetro comparativo com o padrão da planta,
isto para verificar a autenticidade da planta.
7. Conclusão
Depois de feito todos os procedimentos citados, podemos demonstrar a
qualidade ou não do produto.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
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O uso fitoterápico de plantas medicinais na saúde deve ser feito com critérios. As
plantas medicinais devem ser escolhidas em função do conhecimento disponível a
respeito delas. Assim, estão aptas a ser utilizadas pela população aquelas que tenham
conhecidas sua eficiência terapêutica e sua toxicologia ou segurança de uso. Por isso,
deve-se evitar o uso de plantas cujas informações sejam provenientes de “modas ou
popularismos”; tem-se que duvidar sempre das plantas tidas como “milagrosas”.
Toda planta que venha a ser utilizada deve ter sido identificada corretamente: Os
nomes populares variam muito de um lugar para outro. Por exemplo, a “artemísia”
conhecida em Viçosa pode não corresponder àquela encontrada no Nordeste brasileiro.
Assim, as plantas apresentadas nesta publicação vêm com um ou mais nomes
populares seguidos do nome científico, sendo este último importante para consulta em
outras publicações, com fotos coloridas ou desenho que permitam identificar melhor as
espécies utilizadas na região, para o que os botânicos são os profissionais mais
competentes.
Jamais colete plantas medicinais em locais próximos a lavouras que possam ter
recebido defensivos agrícolas, agrotóxicos ou venenos.
Após a secagem, guardar em vidro fechado, em local escuro; coloque um rótulo com
nome da planta e a data da coleta, para evitar problemas com o uso de plantas
trocadas ou envelhecidas. As plantas guardadas por muito tempo podem perder a ação
medicinal decorrente da iluminação de seus princípios ativos.
Tenha cuidado ao comprar plantas medicinais. Verifique sua identidade e o estado de
conservação ( umidade, mofo, insetos). Somente compre plantas de fornecedores de
sua confiança.
As plantas medicinais, como medicamentos têm limitações próprias, isto é, não
resolvem todos os problemas de saúde. O acompanhamento médico é muito importante
para o diagnóstico correto e a determinação da gravidade do caso, bem como para a
indicação do medicamento mais adequado. Como todo medicamento, o uso em
excesso de algumas plantas pode ocasionar intoxicações, portanto é necessário
observar bem a dosagem, indicações, toxicologia e técnicas de preparo dos
fitoterápicos. Alguns destes não devem ser utilizados por mulheres grávidas,
especialmente nos três primeiros meses de gestação, por isso recomenda-se consultar
sempre um médico nestes casos. As dosagens de fitoterápicos apresentadas nesta
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publicação foram compiladas da literatura consultada, listada no final do presente
trabalho, e se destinam a adultos; para crianças, devem ser feitos ajustes de acordo
com o peso.
Recomenda-se somente adquirir plantas medicinais de empresas idôneas, pois são
muito comuns as falsificações e a má qualidade dos produtos comercializados.
É importante ressaltar que “o melhor remédio é a prevenção”. Por exemplo, nada
adianta ter uma planta altamente eficiente contra verminoses quando não se utiliza de
práticas de higiene para evitá-las.
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