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Urgência e Emergência

Resumo: Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) | Ligas


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LTSLMA - Liga do trauma São Leopoldo mandic araras

10 min• 2 de fev. de 2021


Índice
1.

Introdução e Definições
2.

Epidemiologia
Índice

Introdução e Definições

Na década de 1960, a combinação de técnicas de ventilação com manobras de


circulação artificiais permitiu a criação das manobras de reanimação cardiopulmonar
(RCP).

Já em 1991, o Consenso Internacional Utstein II classificou a parada cardíaca como a


“cessação da atividade mecânica do coração, confirmada pela ausência de pulso
detectável, inconsciência e apneia, ritmo ou respiração agônicas (gasping). Dessa forma,
a parada cardíaca é uma síndrome clínica que envolve a perda súbita do pulso, seguida
por rápida interrupção da respiração espontânea e consequente perda de consciência.
Nesse contexto, existe a cadeia de sobrevivência, a qual possui cinco elos, com o intuito
de simbolizar que cada uma das etapas depende do sucesso de sua antecessora e de sua
sucessora. Atualmente, há a representação de duas cadeias de sobrevivência, uma que
representa o atendimento pré-hospitalar e outra que representa o atendimento hospitalar.

No atendimento pré-hospitalar

1. Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência


2. RCP imediata e de alta qualidade
3. Rápida desfibrilação
4. Serviços médicos básicos e avançados
5. Suporte avançado de vida e cuidados pós-RCP.

A parada cardiorrespiratória (PCR) se apresenta, basicamente,


de três formas:

1. Fibrilação ventricular/ Taquicardia ventricular sem pulso


2. Atividade elétrica sem pulso
3. Assistolia

Epidemiologia

Segundo o DATASUS, as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por 32%


dos óbitos no Brasil, e a doença isquêmica coronariana responde por aproximadamente
80% dos casos de morte súbita. Nessa vertente, presume-se que, a cada minuto, uma
pessoa morra vítima de morte súbita e, destas, aproximadamente, 20% não apresentam
qualquer tipo de sintoma antes da ocorrência do evento.

Além disso, indivíduos adultos apresentam PCR de origem cardíaca em 80% a 90% dos
casos, e o ritmo predominante é a fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem
pulso.

Ainda, em menores de 10 anos, com frequência, ocorre deterioração progressiva das


funções respiratórias e/ou circulatórias, que origina quadros de PCR em atividade
elétrica sem pulso e assistolia. Isso justifica a baixa sobrevida das crianças pós-PCR
com estes dois ritmos, além de eventuais sequelas neurológicas graves.

Diretrizes de atendimento da PCR

Estabelecidas pelo International Liaison Comittee on Resuscitation, sendo


mundialmente reconhecidas pelo mnemônico CAB.

CAB básico

O CAB representa, na ordem, a realização de compressões torácicas, abordagem da via


aérea e desfibrilação.

Confirmação da PCR: tocar, com firmeza, os ombros da vítima e perguntar se está


tudo bem. Quando não há nenhum tipo de resposta, presume-se que a vítima se encontra
inconsciente, cabendo ao socorrista solicitar ajuda. Também cabe ao socorrista a rápida
verificação da presença ou ausência de respiração.

Solicitação de ajuda: pedir ajuda imediatamente, solicitando por um desfibrilador


automático. É fundamental manter a calma e fornecer ao atendente todos os dados
solicitados, desligando o telefone apenas após a liberação do atendente. Em casos em
que o socorrista se encontra sozinho e sem telefone celular, deve-se deixar a vítima
momentaneamente para solicitar ajuda. Quando mais pessoas se encontram presentes,
deve-se iniciar, imediatamente, o atendimento enquanto um dos demais presentes chama
o serviço de atendimento de urgência.

Posicionamento da vítima e do socorrista: para maximizar o desemprenho na


massagem cardíaca, a vítima deve ser mantida em decúbito dorsal horizontal sobre uma
superfície rígida. O socorrista deve ficar ajoelhado na altura dos ombros da vítima, pois
essa posição permite acesso fácil ao tórax da vítima.

Verificação do pulso: para profissionais da saúde, é obrigatório a verificação da


presença ou não de pulso. Para leigos, esse procedimento é desestimulado por conta de
dificuldades de ordem técnica, que acarretam perda de tempo no atendimento.

O pulso a ser checado deve sempre ser central e, por convenção, o carotídeo é o
escolhido. A duração dessa checagem não deve exceder dez segundos. A pulsação
deverá ser checada a cada 2 minutos.
Como é a Residência de Clínica Médica? Prof. Mauro Ramalho

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Na ausência de pulsação, a massagem cardíaca deve ser imediatamente iniciada.

Abertura das vias aéreas: realiza-se uma manobra de inclinação da cabeça e


elevação do mento ou manobra de tração da mandíbula.
Essas manobras são necessárias, pois, quando a vítima se encontra inconsciente, a
musculatura da base da língua relaxa, provocando uma obstrução imediata da via área.

Ao abrir a via aérea, deve-se verificar rapidamente a presença de corpo estranho e


proceder à manobra de olhar, sentir e ver a respiração. Deve-se atentar a importância da
estabilização da coluna vertebral durante a realização destas manobras.

Estabilização da coluna vertebral: etapa que exige atenção especial a fim de evitar


uma lesão da coluna cervical. O movimento excessivo pode causar ou agravar eventuais
lesões neurológicas por compressão óssea na presença de coluna fraturada. Deve-se
manter uma posição neutra durante a abertura da via aérea e a realização das ventilações
boca a boca.

Boca a boca: indicações restritas de realização. Se não houver respiração espontânea,


o socorrista deverá realizar duas respirações de resgate. Pode-se utilizar técnicas de
boca a boca, boca nariz ou máscaras próprias.

Devem ser feitas duas ventilações durante 2 a 4 segundos, permitindo a expiração. As


ventilações devem ser feitas de forma lenta, a fim de evitar distensão gástrica e eventual
aspiração de conteúdo gástrico.
Compressões torácicas: para os profissionais de saúde, recomenda-se localizar o
gradeado costal e, a seguir, o apêndice xifoide, colocando dois dedos acima deste e o
calcanhar de uma das mãos acima dos dedos, na linha do esterno.

O socorrista deve manter os braços estendidos e os ombros alinhados com o esterno da


vítima. Devem ser feitas compressões torácicas rápidas e intensas, que deprimam o
tórax entre 5 e 6 cm e permitam seu retorno à posição normal, sem que as mãos sejam
retiradas do tórax.

A proporção a ser mantida entre massagem cardíaca e as ventilações é de 30/2,


realizando de 100 a 120 compressões por minuto.

Aos leigos, orienta-se colocar as mãos sobre o peito, entre os mamilos, para realizar as
compressões.
Desfibrilação automática: é o uso terapêutico de uma corrente elétrica administrada
em grande intensidade e por um período muito breve. O desfibrilador externo
automático (DEA) interpreta o ritmo cardíaco e informa o socorrista sobre a necessidade
ou não do uso de choques. É um aparelho desenvolvido para que qualquer pessoa posso
utilizá-lo durante uma situação de PCR, pois não necessita de interpretação do traçado
eletrocardiográfico para decidir se é ou não necessário o uso terapêutico da corrente
elétrica.

O choque despolariza temporariamente o coração, que pulsa de forma irregular em caso


de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso, fazendo que a atividade de
contração cardíaca volte a funcionar de forma normal e ordenada.

Em geral, o DEA tem dois botões, (um liga o aparelho e o outro libera o choque), um
único encaixe para a colocação das pás adesivas e um gravador que orienta cada um dos
passos a serem realizados.

A vítima não deve ser tocada durante a interpretação do ritmo cardíaco e a liberação dos
choques.

Quando não há recomendação para liberação do choque, como nos casos de atividade
elétrica sem pulso e assistolia, o aparelho emite um aviso.

Trabalhos clínicos indicam que a utilização de DEA nos primeiros 3 a 4 minutos após o
evento da PCR permite a reversão em até 70% dos casos.
Recomenda-se que uma vítima que não tenha sido atendida imediatamente receba
compressões cardíacas e ventilações por 2 minutos, antes de proceder-se ao choque com
o DEA. Após a liberação do choque, deve-se manter as manobras de RCP por 2
minutos, quando o aparelho reavaliará se outro choque é ou não necessário, até que o
serviço especializado chegue.

Caso a vítima volte a apresentar pulsações, o suporte ventilatório deverá ser mantido até
a chegada da equipe de resgate; caso respire e apresente sinais de circulação, deverá
permanecer em posição de recuperação.

Posição de recuperação: manter a vítima inconsciente em decúbito lateral permite


que ela não apresente nova obstrução das vias aéreas ou aspire conteúdo gástrico ou
muco.

É importante proteger a coluna ao girar o paciente. Em caso de suspeita de lesão de


coluna, não mobilize a vítima.
Autores, revisores e orientadores

Autores: Higor Cezar Xavier Dias

Revisor(a): Giovana Santin Zufelato

Orientador(a): Rodrigo Dias

Liga: Liga do Trauma da Faculdade São Leopoldo Mandic Araras – LTSLMA

Instagram: @ligadotrauma.slma

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da


sanar sobre o assunto

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Referências:

Euclid, M.M.D.A.C.F.J.A.V.A.F. C. Clínica Médica, Volume 2: Doenças


Cardiovasculares, Doenças Respiratórias, Emergências e Terapia
Intensiva. Editora Manole, 2016. 9788520447727. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447727/.

TODAS AS IMAGENS FORAM RETIRADAS DE:

Euclid, M.M.D.A.C.F.J.A.V.A.F. C. Clínica Médica, Volume 2: Doenças


Cardiovasculares, Doenças Respiratórias, Emergências e Terapia
Intensiva. Editora Manole, 2016. 9788520447727. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447727/.

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Você sabe a resposta dessa questão de residência?
Paciente com 72 anos, internado na Unidade de Terapia Intensiva, em tratamento de
broncopneumonia, sob ventilação mecânica. Há 30 minutos foi submetido à passagem de
catéter venoso central em veia subclávia direita. Evoluindo com hipotensão, turgência
jugular e com saturação de oxigênio de 70%. Qual será provavelmente a melhor conduta?

Iniciar noradrenalina.
B

Colher gasometria arterial para otimizar os parâmetros ventilatórios.


C

Realizar imediatamente radiografia do tórax.


D

Puncionar o hemitórax direito no segundo espaço intercostal.


E

Trocar a cânula de intubação.


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EM ALTA

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Sequência da RCP: saiba o que fazer no paciente com PCR


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