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1- As regiões produtoras de café?

2- A tarifa Alves Branco?


3- A lei Eusébio de Queirós?
4- Os empreendimentos criados por Mauá.
5- Como Mauá perdeu suas empresas?
6- A lei Bill Aberdeen.
7- A lei das Terras.

O que foi a tarifa Alves Branco?


Em 1844, visando solucionar o grande déficit financeiro por que estava passando, o Governo
imperial
decretou uma nova política com relação às tarifas alfandegárias. De acordo com ela, os cerca de
três mil
artigos importados passariam a pagar taxas que variavam de 20 a 60%. A maioria foi taxada em
30%,
ficando as tarifas mais altas para as mercadorias estrangeiras que já poderiam ser produzidas no
Brasil.
Embora o objetivo da Tarifa Alves Branco fosse apenas gerar mais recursos para o Governo, a
medida
acabou por favorecer o crescimento de novas atividades econômicas nacionais. Proposta e
elaborada pelo
então Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco, ela ficou conhecida como Tarifa Alves Branco

Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de
organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de
terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o governo se viu pressionado a
organizar esta questão.

A Lei de Terras foi aprovada no mesmo ano da lei Eusébio de Queirós, que previa o fim do tráfico negreiro e
sinalizava a abolição da escravatura no Brasil. Grandes fazendeiros e políticos latifundiários se anteciparam a fim de
impedir que negros pudessem também se tornar donos de terras.

Chegavam ao país os primeiros trabalhadores imigrantes. Era a transição da mão de obra escrava para assalariada.
Senão houvesse uma regulamentação e uma fiscalização do governo, de empregados, estes estrangeiros se tornariam
proprietários, fazendo concorrência aos grandes latifúndios.

Ficou estabelecido, a partir desta data, que só poderiam adquirir terras por compra e venda ou por doação do
Estado. Não seria mais permitido obter terras por meio de posse, a chamada usucapião. Aqueles que já ocupavam
algum lote receberam o título de proprietário. A única exigência era residir e produzir nesta localidade.

Promulgada por D. Pedro II, esta Lei contribuiu para preservar a péssima estrutura fundiária no país e privilegiar
velhos fazendeiros. As maiores e melhores terras ficaram concentradas nas mãos dos antigos proprietários e
passaram às outras gerações como herança de família.

A Lei Eusébio de Queirós foi a legislação que proibiu definitivamente o tráfico de escravos para o Brasil,
consagrando para a história o nome de seu autor, Eusébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara, na época
ministro. Aprovada em 4 de setembro de 1850, apesar de não ter sido a primeira a proibir o tráfico de africanos para
o país, foi a primeira a surtir impacto relevante sobre a escravidão.

Anteriormente à Lei Eusébio de Queirós, outras legislações tentaram, com pouca eficácia, atingir a escravidão,
principalmente devido à pressão inglesa em acabar com o tráfico negreiro. O Brasil, porém, foi o país que por mais
tempo resistiu mantendo esse tipo de comércio.

A primeira legislação que visava proibir o tráfico de africanos foi a Lei de 7 de novembro de 1831, que determinava
que todos os escravos que entrassem no país seriam livres e que quem participasse do contrabando seria
severamente punido. A eficácia dessa lei não ultrapassou 1837, quando o tráfico já atingia proporções ainda
maiores.

No ano de 1845, a Inglaterra concedeu a si mesma, através da lei Bill Aberdeen, poderes de jurisdição sobre navios
suspeitos de contrabando de africanos para o Brasil, mas que não afetou os números de negros desembarcando no
país. O tráfico negreiro continuava forte no Brasil nos anos que seguiram, a partir de então de forma ilegal.

Somente cinco anos mais tarde foi possível que o gabinete imperial conseguisse promulgar a Lei nº 581 de 4 de
setembro de 1850, vencendo pouco a pouco as resistências a favor do tráfico tanto na sociedade quanto dentro do
próprio parlamento. Eusébio de Queirós argumentava que muitos fazendeiros estavam endividados com traficantes,
e que um número muito grande de escravos poderia abalar a segurança da sociedade.

Uma diferença na Lei Eusébio de Queirós era que, além da legislação, outros mecanismos de poder pudessem
gradualmente ser utilizados contra os contrabandistas, como o apoio dos chefes de polícia e o fortalecimento das
instituições responsáveis pela fiscalização.

Além de agir tanto sobre navios brasileiros quanto navios estrangeiros que atracassem no solo do Brasil, a Lei
Eusébio de Queirós era fortemente apoiada na Lei de 7 de novembro de 1831, que já previa o contrabando como
crime. A lei ainda previa que os navios encontrados em território brasileiro que fossem considerados importadores
de escravos deveriam ser vendidos, podendo haver uma quantia destinada ao denunciante e que os escravos seriam
devolvidos as suas terras natais.

A eficácia da legislação se provou quando o número de africanos desembarcando no Brasil, após atingir o patamar
de mais de 380 mil indivíduos na década anterior, foi para pouco mais de 6 mil entre os anos 1851 e 1855.

A importância da Lei Eusébio de Queirós se deve ao fato de que, após promulgada, dificultou e encareceu a
escravidão, tornando-a cada vez mais inviável e forçando os escravagistas a procurar outras formas de mão-de-obra.
Essa legislação abriu caminho para as posteriores que acabaram por minguar a escravidão no Brasil antes do final
do século 19, dando início às imigrações de Europeus para o país.

aprovação da Tarifa Alves Branco, que majorou as taxas alfandegárias, e da Lei Eusébio de Queirós, que em 1850
aboliu o tráfico negreiro, liberando capitais para outras atividades, estimularam ainda mais uma série de atividades
urbanas no Brasil. Foram fundadas 62 empresas industriais, 14 bancos, 8 estradas de ferro, 3 caixas econômicas,
além de companhias de navegação a vapor, seguros, gás e transporte urbano.Nessa realidade, destaca-se a figura de
Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de Mauá, símbolo maior do emergente empresariado brasileiro,
que atuou nos mais diversos setores da economia urbana. Suas iniciativas iniciam-se em 1846, com a aquisição de
um estabelecimento industrial na Ponta de Areia (Rio de Janeiro), onde foram desenvolvidas várias atividades,
como fundição de ferro e bronze e construção naval.

No campo dos serviços Mauá foi responsável pela produção de navios a vapor, estradas de ferro, comunicações
telegráficas e bancos. Essas iniciativas modernizadoras encontravam seu revés na manutenção da estrutura colonial
agro-exportadora e escravista e na concorrência com empreendimentos estrangeiros, principalmente britânicos. Essa
concorrência feroz, não mediu esforços e em 1857 um incêndio nitidamente provocado destruiu a Ponta de
Areia.Suas iniciativas vanguardistas representavam uma ameaça para os setores mais conservadores do governo e
para o próprio imperador, que não lhe deu o devido apoio. Sua postura liberal em defesa da abolição da escravatura
e sua atitude contrária à Guerra do Paraguai, acabam o isolando ainda mais, resultando na falência ou venda por
preços reduzidos de suas empresas.

Com ideais liberais, e forte defensor do abolicionismo, foi contrário a Guerra do Paraguai e também tornou-se
deputado pela Província do Rio Grande do Sul em diversas legislaturas. Suas idéias e o agravamento da
instabilidade política da região platina, acabaram tornando o Barão de Mauá, mártir dos conservadores. Toda essa
revolta, acabou falindo o Banco Mauá, ele acabou sendo obrigado a vender a maior parte das suas empresas e
alguns de seus bens pessoais para saldar as suas dívidas.

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