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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2 SAÚDE COLETIVA ............................................................................................... 5

2.1 Conceito de Saúde ......................................................................................... 5

2.2 Conceito de Saúde Coletiva ........................................................................... 6

2.3 Vigilância em Saúde Coletiva......................................................................... 6

2.4 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida ............................................. 7

3 A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO BASE DAS AÇÕES DE ENFERMAGEM EM


SAÚDE COLETIVA ..................................................................................................... 9

3.1 Processo saúde-doença .............................................................................. 10

4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE .................................. 10

5 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE E


IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS MUNICÍPIOS ........................ 14

5.1 SUS .............................................................................................................. 14

5.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) ............................................. 15

5.3 Vigilância em Saúde .................................................................................... 15

6 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA ........................................ 19

7 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ........................................................................ 23

8 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA


EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................................... 32

9 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA ........................................ 36

10 VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS .............................................. 38

11 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO ........................................ 38

11.1 Hepatite A .................................................................................................... 39

11.2 Hepatite B .................................................................................................... 40

11.3 Poliomielite ................................................................................................... 40

11.4 Tétano .......................................................................................................... 41


2
11.5 Tétano neonatal ........................................................................................... 42

11.6 Coqueluche .................................................................................................. 42

11.7 Difteria .......................................................................................................... 43

11.8 Doença Meningocócica ................................................................................ 45

11.9 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB) ..................................................... 46

11.10 Febre amarela........................................................................................... 46

11.11 Rubéola .................................................................................................... 48

11.12 Sarampo ................................................................................................... 49

11.13 Caxumba .................................................................................................. 50

11.14 Varicela ..................................................................................................... 51

11.15 Raiva humana ........................................................................................... 52

11.16 Tuberculose .............................................................................................. 53

11.17 Rotavirose ................................................................................................. 54

11.18 Doenças pneumocócica ............................................................................ 55

11.19 Influenza (gripe) ........................................................................................ 56

11.20 HPV .......................................................................................................... 57

11.21 Diarreia dos viajantes e Cólera ................................................................. 58

11.22 Febre Tifóide ............................................................................................. 59

12 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 61

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro, quase improvável, um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No
espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 SAÚDE COLETIVA

Fonte: cursosextensao.usp.br

2.1 Conceito de Saúde

A palavra saúde, em português, deriva do latim salus (salutis), que significa


salvação, conservação da vida, cura, bem-estar. Em francês, santé (saúde) provém
de sanitas (sanitatis), designando no latim sanus, que significa “são”, o que possui
saúde. Na concepção grega, higiene, está relacionada a deusa Hygea, chamada de
Salus pelos romanos, a Deusa da Preservação da Saúde, Limpeza, Higiene. Há um
plural idiomático para o termo saúde, logo, ele representa a afirmação positiva da vida,
o estado positivo do viver. Desse modo, pode-se dizer que, saúde é, em sua origem
etimológica, um “estado positivo do viver”, cabível a todos os seres viventes, em
especial aos humanos (PEREIRA, 2008).
O estado de saúde, seja na concepção grega ou romana, seria um conjunto de
ações envolvendo hábitos e virtudes harmoniosas ligadas a amplitude da existência,
como: hábitos sexuais, morais, políticos e religiosos, hábitos alimentares, o vestir e
vícios. Hábitos esses que implicariam diretamente no estado de harmonia, podendo
ocasionar a degradação do mesmo, quando aplicados de maneira negativa, tendo
como consequência o adoecimento e, no limite, a morte.

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Em 1948, foi fundada a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual definiu
a saúde como: “um completo bem-estar físico, psíquico e social”, superando assim, o
conceito biomédico de que, saúde representava a ausência de doenças, e,
posteriormente, novas definições foram surgindo, procurando alternativas entre as
duas concepções, tanto biomédica, quanto a definição da OMS (SILVA, 2019).
O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural,
não representando a mesma coisa para todas as pessoas, apesar de ser um direito
de todos e dever do estado, garantido mediante medidas politicas, sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação (SCLIAR, 2007).

2.2 Conceito de Saúde Coletiva

De acordo com Paim; Almeida Filho (2000 apud OSMO; SCHRAIBER, 2015),
a Saúde Coletiva é caracterizada como “campo de conhecimento e âmbito próprio de
práticas”, e esse campo de conhecimento é de natureza interdisciplinar, cujas
disciplinas básicas são a epidemiologia, o planejamento e administração de saúde e
as ciências sociais em saúde. Sempre em construção e muito podendo caminhar na
produção e em termos de reflexão sobre a própria identidade, a Saúde Coletiva, como
outros, constitui um “campo vivo”.
A Saúde Coletiva teve início no final da década de 1970, no período em que o
Brasil passava pela ditadura militar e veio vinculada à luta pela democracia e também
ao movimento da Reforma Sanitária. A medicina social e o preventivismo também
influenciaram para sua constituição (OSMO, 2015).

2.3 Vigilância em Saúde Coletiva

A expressão “vigilância em saúde” refere, inicialmente, à palavra vigiar, do latim


vigilare, que significa cuidar, precaver-se, estar atento, acautelar-se, observar
atentamente, [...].
O isolamento é uma das práticas mais antigas de intervenção social relativa à
saúde dos homens. No final da Idade Média, o modelo médico e político de
6
intervenção que surgia para a organização sanitária das cidades deslocava-se do
isolamento para a quarentena. Três experiências iniciadas no século XVIII, na Europa,
irão constituir os elementos centrais das atuais práticas da vigilância em saúde: a
medicina de estado, na Alemanha; a medicina urbana, na França; e a medicina social,
na Inglaterra (MONTESO, 2016).
O desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas e o
advento da bacteriologia, em meados do século XIX, resultaram no aparecimento de
novas e mais eficazes medidas de controle, entre elas a vacinação. Em meados dos
anos 50, o conceito de vigilância, passou a ter outro sentido. Deu- se início ao
acompanhamento sistemático e eventos adversos a saúde na comunidade
(MONKEN, 2009).
A noção de vigilância, presente nos dias atuais, é baseada na produção,
análise e disseminação de informações em saúde, restringido- se ao assessoramento
das autoridades sanitárias quanto à necessidade de medidas de controle, deixando a
decisão e a operacionalização dessas medidas a cargo das próprias autoridades
sanitárias , diferentes do conceito anterior pregado por Alexandre Langmuir, que
baseava-se na observação contínua da distribuição e tendências da incidência de
doenças(MONKEN, 2009).

A campanha de erradicação da varíola, foi um dos principais fatores que


propiciaram a disseminação da vigilância nas décadas de 1960 e 1970. Em
1976 e 1990, foram criadas respectivamente, a Secretaria Nacional de
Vigilância Sanitária e a Vigilância ambiental. “No Brasil, o processo de
implantação dos distritos sanitários buscava a organizar os esforços para
redefinir as práticas de saúde, tentando articular a epidemiologia, o
planejamento e a organização dos serviços.” (TEIXEIRA, 2000, apud
BATISTELA, 2005).

2.4 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida

A criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, durante o ano de 1970,


coincidiu com a Reforma Sanitária. No entanto, a partir da década de 1950 deu- se
início ao fortalecimento de uma visão contrária ao regime autoritário, ocorrendo um
importante progresso no desenvolvimento de ações no campos da saúde, objetivando
na melhora da mesma. A escassez do desenvolvimento das agências estatais, fez
com que surgisse um contingente de profissionais médicos de posições inovadoras,
muitos dos quais de cunho progressista, que vinham gradativamente constituindo um
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movimento pela reforma do sistema de saúde, como parte do movimento de oposição
ao regime militar (FALEIROS, 2006).
O Programa de Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), foi
criado de forma estratégica, com o propósito de aumentar a cobertura dos serviços
médicos, especialmente nas áreas rurais, e, viabilizar, com foco nos cuidados
primários em saúde, a regionalização da atenção e da assistência médica de forma
descentralizada. O movimento de reforma brasileira, em meados dos anos 70,
avançou em seu processo de organização (FALEIROS, 2006).
De acordo com autor citado as secretarias estaduais de saúde assumiram o
papel de supervisão e de assessoria aos municípios, estimulando o processo de
descentralização e de qualificação das ações de Vigilância em Saúde, porém ainda
sob a forte coordenação da esfera federal, com base em regulamentação e
transferências financeiras. As secretarias municipais de saúde ficaram responsáveis
pela gestão e execução das ações básicas das vigilâncias epidemiológica, ambiental
e sanitária, incluindo o desenvolvimento de recursos humanos, com a perspectiva de
contribuir para um novo modelo vigilância sanitária.
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade
do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do
Sistema Único de Saúde (SUS).

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3 A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO BASE DAS AÇÕES DE ENFERMAGEM
EM SAÚDE COLETIVA

Fonte: ufjf.com.br

O primeiro aspecto a ser destacado, com vistas à compreensão de questões


que envolvem o tema promoção da saúde, é o conceito que sustenta as propostas de
atuação nesta área. Assim, para iniciarmos a discussão sobre as ações de
enfermagem em saúde coletiva, é fundamental recuperarmos o entendimento do
processo saúde-doença, considerando-o resultante de determinada organização
social e influenciado por diversos aspectos que caracterizam a inserção social dos
indivíduos e grupos em busca de melhor qualidade de vida (HARTZ, 2014).
Segundo o autor citado atualmente, apesar de a saúde não mais ser
considerada apenas como a inexistência de doença, ainda podemos perceber, em
diversas situações, que a prática dos serviços se volta prioritariamente para uma
atuação curativa que envolve ações relativas somente à doença, principalmente
queixas específicas e pontuais. Por exemplo, num serviço de Pronto Atendimento, a
preocupação dos profissionais centra-se na queixa apresentada pelo paciente e a
conduta a ser adotada procura apenas solucionar o problema, sem a preocupação de
esclarecer suas causas.
A crítica que fazemos é que idêntica postura também ocorre em outras fases
da assistência. Tal fato só ratifica a necessidade de que devemos desenvolver
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intervenções de prevenção e controle permanentes da saúde da população, visando
à melhoria dos indicadores de saúde (HARTZ, 2014).

3.1 Processo saúde-doença

O processo saúde-doença busca a promoção da saúde, sendo um dos pontos


centrais para os profissionais da saúde. Vários modelos surgiram sobre a
compreensão da saúde com o intuito de se compreender o processo saúde - doença
como o modelo epidemiológico. São três os tipos de componentes: O agente,
hospedeiro e o meio (VIANNA, 2016).

Explicações sobre a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente


que atravessa as classes socioeconômicas, sendo as classes com menor
renda, sujeitas a piores condições a saúde. O ambiente é o local onde a
pessoa se encontra com as coisas ao seu redor exercendo influências, sendo
o mesmo afetado de várias formas. “Dessa maneira, o processo saúde-
doença está diretamente atrelado à forma como o ser humano, no decorrer
de sua existência, foi se apropriando da natureza para transformá-la,
buscando o atendimento às suas necessidades.” (GUALDA, 2004, apud
BRASIL, 2012).

4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Fonte: culturaesaude.med.br

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Neste breve histórico, a qualidade de vida é entendida como uma condição
relacionada ao modo de viver em sociedade, articulando o momento histórico, o grau
de liberdade social, as conquistas técnico-científicas e a possibilidade de seu usufruto
pela população (BRASIL, 2002).
Em 1977, a Organização Mundial da Saúde propôs a seguinte meta: “Saúde
para Todos no ano 2000”. Como decorrência, tanto o cenário brasileiro quanto o
mundial estabeleceram um debate sobre o conceito de saúde-doença e a estruturação
dos serviços de saúde. Um dos aspectos centrais no encaminhamento dessa meta
era o detalhamento e a operacionalização do conceito de equidade, reconhecendo-se
como fundamental a superação das desigualdades sociais para a melhoria das
condições de saúde das populações (RABELLO, 2010).
A I Conferência Mundial de Promoção da Saúde ocorreu em 1986, na cidade
de Ottawa, Canadá, tornando-se a principal referência nesse campo e contribuindo
para ampliar as discussões sobre os determinantes da saúde, como os fatores sociais,
econômicos e ambientais e as ações de promoção. Na ocasião, a promoção da saúde
foi conceituada como processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria
de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste
processo (BRASIL, 2002).
Os campos de ação definidos na Carta de Ottawa, documento elaborado nessa
Conferência, incluem cinco eixos de atuação:
1. Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis;
2. Criação de ambientes favoráveis à saúde;
3. Reforço para a ação comunitária;
4. Desenvolvimento de habilidades pessoais;
5. Reorientação dos sistemas e serviços de saúde.

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Fonte: baritalianews

Em 1988, na conferência realizada em Adelaide, Austrália, as discussões


centraram-se no tema políticas públicas saudáveis, reforçando o entendimento da
saúde como direito humano fundamental e sólido investimento social. Para o
fortalecimento das políticas públicas saudáveis, foi evidenciada a necessidade de
ampliar o interesse e a preocupação de diferentes setores no sentido de criar
ambientes favoráveis à vida. (BRASIL, 2002).

Da organização das atividades de Vigilância Epidemiológica, controle de


endemias, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador
no SUS, descrevendo que suas atividades são públicas e exercidas em
articulação e integração com outros setores, dentre os quais os de
saneamento básico, energia, planejamento urbano, obras públicas e meio
ambiente (BRASIL, 2008, apud, CARVALHO, 2011).

A III Conferência Internacional de Promoção da Saúde, que aconteceu em


1991, em Sundsvall, na Suécia, contribuiu para a melhor caracterização do que vem
a ser ambientes saudáveis. As discussões realizadas incorporaram ao conceito de
ambiente as dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais, além dos aspectos
físicos e naturais. Ou seja, ambiente saudável é aquele isento de riscos de acidentes,
de contaminação, de esforço físico inadequado, de exposição a situações de
discriminação, violência ou injustiça (CARVALHO, 2011).
Em 1992, na América Latina, em Santafé de Bogotá, Colômbia, foi realizada
uma Conferência Internacional de Promoção da Saúde com a participação de

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representantes de vários países latino-americanos, tendo como pauta principal o
conceito do novo campo de conhecimentos e práticas da promoção da saúde no
contexto do continente latino-americano. Nessa reunião, foi destacada a importância
dos determinantes sociais sobre a saúde dos povos, propondo-se que o conceito de
promoção da saúde incorporasse a tarefa de transformar as relações excludentes,
conciliando interesses econômicos e propósitos sociais de bem-estar social (BRASIL,
2002).
Em 1997, em Jacarta, Indonésia, ocorreu a IV Conferência Internacional de
Promoção da Saúde. Foi a primeira vez que um país asiático e em desenvolvimento,
com problemas básicos extremamente sérios nas áreas de educação, saúde,
trabalho, sediou um evento como esse, o que acabou por reforçar os propósitos
anteriormente delineados para a promoção da saúde. Nesse encontro, foi destacada
a importância de se formular ações concretas para o alcance dos propósitos e de se
estabelecer uma articulação mundial para efetivá-las, dadas as condições desiguais
vivenciadas pelos diferentes países (BRASIL, 2002).
Em síntese, é possível perceber que o nível de saúde de uma população
depende da ação de diversos setores que atuam na sociedade, sendo que o setor
saúde é apenas um dentre eles. Se pretendermos alcançar melhores indicadores na
área da saúde, precisaremos desenvolver uma ação integrada com os demais setores
que executam políticas públicas (VALARELLI, 2014).
De acordo com autor as orientações quanto a saúde em geral e a prática de
saneamento, não modificavam as condições que geravam ou perpetuavam os
problemas, como doenças do trato gastrointestinal. Os programas educativos tendiam
a focalizar somente a ação individual, e não as ações de alcance coletivo.
Os profissionais de saúde, tinham como ponto chave reconhecer os problemas,
identificando–os, para determinar os mecanismos para o seu enfrentamento.
Considerando-se que a qualidade de vida de uma população sofrerá
modificações a partir da ação de diferentes instituições executoras de políticas
públicas, faz-se indispensável à leitura das necessidades de saúde de uma população
concreta (BRASIL, 2002).

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5 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE E
IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS MUNICÍPIOS

Fonte: cursosextensao.usp.br

5.1 SUS

A expressão promoção de saúde foi usada pela primeira vez em 1945 pelo
canadense Henry Sigerist (PEREIRA, 2000, apud SICOLI, 2003).

Porém, no Brasil, a promoção da saúde é recente, tendo como alavanca a


descentralização e o fortalecimento da participação popular e o controle social da
população nas questões de saúde, propostas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a Portaria nº 2.436, de 21 de Setembro de 2017:
A proposta do SUS incorpora princípios e diretrizes que apontam para o
compromisso do Estado com a promoção das condições necessárias à saúde dos
cidadãos. O SUS é uma política pública avançada e tem como princípios o direito à
saúde, a participação da população na gestão dos serviços, a integralidade e a
equidade das ações.
Cabe ao nível básico atender aos problemas e, também, identificar as causas
sociais, econômicas e culturais a eles relacionadas, buscando intervenções junto aos
outros setores complementando, assim, a esfera de atuação sobre os determinantes
das condições de saúde.
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O SUS é composto pelo Ministério da Saúde, Estados e Municípios, conforme
determina a Constituição Federal. Cada ente tem suas corresponsabilidades.

5.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)

Universalização: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e


cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve
ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou
outras características sociais ou pessoais.
Equidade: Mesmo possuindo direitos, as pessoas não são iguais, por isso, têm
necessidades distintas. Este princípio tem como objetivo diminuir desigualdades,
principalmente onde a carência é maior.
Integralidade: Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo
assim a todas as suas necessidades. Para que ocorra esta integração, é importante a
interação de ações, incluindo a promoção da saúde, prevenção de doenças, o
tratamento e a reabilitação.

5.3 Vigilância em Saúde

Vigilância da saúde entende- se como um processo amplo e complexo voltado


para o enfrentamento dos inúmeros problemas e agravos que comprometem a
qualidade de vida dos diferentes segmentos populacionais. Constitui de um modelo
assistencial capaz de reverter a lógica de atender somente as doenças. Visa à
articulação entre as ações preventivas e curativas, de caráter individual e de alcance
coletivo (FERREIRA, 2017).
Com o intuito de promover e melhorar a qualidade de vida, é fundamental que
estejam aptos a reconhecer tanto as condições existenciais que geram os problemas
de saúde da comunidade, que compõe sua população-alvo, como a atuar no sentido
de diminuir as diferenças injustas e inaceitáveis (ALVES, 2011).
Os profissionais devem estar preparados de acordo com a formação de cada
um, para que se tornem sensíveis à conscientização dos problemas, da realidade e
para que incorporem, em sua prática, uma perspectiva de trabalho conjunto que se
valha de outros saberes, buscando uma integração multidisciplinar.
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Fonte: maceio.al.gov.br

De acordo com a Portaria nº 2.436, de 21 de Setembro de 2017:


Destaca-se, também, a necessidade de que os profissionais de saúde
desenvolvam processos educativos que favoreçam a participação da comunidade,
estimulando-a a reconhecer seus problemas e intervir sobre eles, bem como a
participar das discussões e decisões que lhes digam respeito. Esses processos são
prioritários do campo da promoção da saúde para lidar com as iniquidades
evidenciadas. Nesse sentido, a formação de recursos humanos em saúde, consoante
com os princípios do SUS, ocorre em dois âmbitos:
1º: É relativo à aquisição de conhecimentos e habilidades para lidar com a
problemática de saúde da população, com base no perfil epidemiológico, ou seja,
reconher e priorizar os problemas, para orientar a intervenção;
2º: Se refere à especificidade da intervenção da enfermagem em saúde
coletiva, o que significa estar preparado para o cuidar, que é essência e base histórica
da enfermagem que, na saúde coletiva, pode ser interpretado como conjunto de
práticas e habilidades para o acompanhamento, controle e resolução dos problemas
de saúde da população.
Mais do que reproduzir procedimentos ou desenvolver ações de caráter
fragmentado (pré-consulta, pós-consulta), ligadas aos programas de saúde e voltadas
para a atuação de outros profissionais, cabe à enfermagem aproveitar as
oportunidades de contato com a população para ampliar o conhecimento sobre a

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mesma, com vistas a uma assistência integral. Trata-se, portanto, de redirecionar o
perfil dos profissionais de enfermagem para que atuem em conjunto com os outros
trabalhadores da saúde, na perspectiva de concretizar as diretrizes gerais do SUS.
Além de estar comprometido com a competência técnica deverá também estar
envolvido com as éticas da responsabilidade e solidariedade. Este somatório fará com
que a especificidade da prática de enfermagem não se restrinja apenas à realização
de procedimentos técnicos, mas incorpore a dimensão de comunicação e percepção
das necessidades do outro (PNAB, 2017).
A tarefa de construção do novo modelo assistencial não é simples e nem
depende apenas de alguns profissionais. É fundamental que o enfermeiro atue no
sentido da responsabilidade pela implementação das mudanças necessárias,
adotando postura solidária, junto as pessoas atendidas, reconhecendo suas principais
necessidades. Reconhecer-se como sujeito profissional ativo do processo de
transformação da realidade e gerador das mudanças necessárias parece-nos
fundamental para romper com a herança de uma prática subordinada, muitas vezes,
aos interesses das instituições ou, ainda, a outras práticas profissionais (ANTUNES,
2016).
Ainda de acordo com o autor, entendemos por nova prática na enfermagem
em saúde coletiva o reconhecimento do território no qual a equipe de saúde atua, ou
seja, área, população, número de domicílios, tipos de habitação, tipos de instituições
econômicas, como comércio e indústria, instituições culturais e outras instituições
públicas (escolas, creches, delegacias), representações da sociedade civil
(associações de moradores, Conselhos de Saúde, conselhos de pais da escola,
Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente) e presença de organizações não-
governamentais (ONGs) (BRASIL, 2017).

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Fonte: brasilamb.com.br

Esses dados são fundamentais para a construção dos perfis epidemiológicos,


bem como para o planejamento das ações programáticas mais necessárias. Assim,
como exemplo podemos citar o Programa Saúde da Família (PSF), que deve ser
entendido como possibilidade para a produção de ações voltadas para a saúde, desde
que contemplados os princípios que dão forma ao SUS. Com esse Programa, é
possível colocar em prática várias ações que auxiliam o fortalecimento da vigilância
em saúde (BRASIL, 2017).
Uma delas é a atuação dos profissionais de saúde, diretamente no território de
abrangência da unidade de saúde (residências, escolas, creches, associações,
igrejas) e não de forma tradicional, atuando-se somente sobre a demanda
expontânea, que procura os serviços para participar de uma ação programática ou
mediante um problema em curso (PNAB, 2017).
Nessa proposta, os profissionais de saúde conhecem a população de uma
forma bem mais ampliada ou, pelo menos, dispõem de informações que lhes
possibilitam reconhecer as condições de vida, o que anteriormente não acontecia.
Finalmente, o último aspecto que merece destaque é o encaminhamento da
participação comunitária (BRASIL, 2017).

18
Fonte: afolhatorres.com.br

Os agentes comunitários de saúde podem contribuir para desencadear um


processo de envolvimento das lideranças locais, na discussão sobre os problemas de
saúde e seus determinantes sociais, pois residem nas regiões de atuação das equipes
(SANTOS, 2010).

6 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA

Fonte:i9treinamentos.com

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De acordo com a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, os princípios
e diretrizes, a caracterização e a relação de serviços ofertados na Atenção Básica,
orientadores para a organização nos municípios, conforme descritos a seguir:

Princípios

• Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde


de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e
preferencial das Redes de Atenção à Saúde (RAS) (primeiro contato),
acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela
atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos
que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de
organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do princípio de
que as equipes que atuam na Atenção Básica nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS) devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços,
de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir
daí construir respostas para suas demandas e necessidades.
• Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de
vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando
que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à
diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero,
cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero,
estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física,
intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam minimizar
desigualdades, evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer
estigmatização ou discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na
situação de saúde.
• Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que
atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da
promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da
cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a
responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde
e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas,

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ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da
ampliação da autonomia das pessoas e coletividade (BRASIL, 2017).

Diretrizes

• Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a


Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses. Considera-se
regiões de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de
planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde
em determinada localidade, e a hierarquização como forma de organização de
pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos.
• Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a
programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e
intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação,
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que
constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta
portaria, considerasse Território a unidade geográfica única, de construção
descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à
vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os
Territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo
social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário,
possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a
atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da
população adscrita e ou as populações específicas.
• População Adscrita: população que está presente no território da UBS, de
forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e
responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade
das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
referência para o seu cuidado.
• Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de
cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os
conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e
tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde
21
de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com
suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida independente e
plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos
relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas
e, por consequência, no cuidado
• Resolutividade: reforça a importância de a atenção básica ser resolutiva,
utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo,
por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e
intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na
perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos
sociais. Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde
da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
quando necessário.
• Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado,
com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários
ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os
efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas.
evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogênica que são
decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de
coordenação do cuidado.
Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre
os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em
qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada, com
o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também
as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e
sociais (BRASIL, 2017).
Segundo a portaria, ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da
população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população
em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o
planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta
das necessidades de saúde das pessoas.

22
Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação
comunitária das ações de saúde na atenção básica e a competência cultural no
cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do
cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda
o enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação
e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos serviços de
saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social
(BRASIL, 2017).

7 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Durante muitos séculos, vários países tiveram suas populações atingidas por
doenças transmissíveis que levavam à morte. A ideia sobre esse acontecimento
baseava-se na teoria miasmática, que entendia que as doenças eram causadas pela
movimentação do ar, que carregava gases fétidos, originados da matéria orgânica
apodrecida de águas pantanosas e contaminavam o meio ambiente (MARTINS,
2016).

Garantir a ventilação era o principal foco dos médicos higienistas que


deveriam controlar o fluxo do ar. Ventilar é varrer as baixas camadas do ar,
constranger a selvagem circulação dos miasmas, controlar o fluxo mórbido lá
onde a natureza não pode exercer livremente sua regulagem, impedir o
aparecimento de doenças. (CORBIN, 1987, apud MASTROMAURO, 2011).

Segundo autor citado, a partir da primeira metade do século XX, com o


desenvolvimento de métodos de combate como as vacinas e o surgimento da noção
de agente infeccioso, iniciou-se uma prática científica de controle das doenças dando-
se maior importância ao indivíduo portador e ao microrganismo. Antigamente,
acreditava-se que a doença era uma consequência natural da interação agente
infeccioso-hospedeiro. Nesse contexto, as medidas de controle voltavam-se
prioritariamente para essa interação, ou seja, objetivavam exterminar o agente
infeccioso e isolar o hospedeiro, sem considerar qualquer outro fator que pudesse
influenciar o processo.
A partir desse quadro, em que havia grave acometimento de grandes parcelas
populacionais por doenças transmissíveis, criou-se a necessidade de analisar as

23
manifestações dessas doenças, propiciando o surgimento e desenvolvimento da
ciência epidemiológica, que possibilitou o estudo da distribuição dos determinantes da
frequência das doenças no homem. Tornou-se então, possível conhecer melhor as
condições e fatores que favoreciam a ocorrência das moléstias, faixa etária (infância,
velhice), sexo, lugares (meio urbano, proximidade com florestas), épocas do ano
(estações, meses), ocupações (profissionais do sexo, operários da construção civil) e
outras condições de interesse (BONITA, 2006).
Para que as informações necessárias à adoção de medidas pertinentes,
relacionadas ao controle e prevenção de doenças pudessem ser atualizadas
constantemente, surgiram os serviços de vigilância epidemiológica, cujo objetivo era
desenvolver atividades de coleta e análise de dados, determinando, assim, as
medidas a serem aplicadas ao ambiente e aos doentes ou às pessoas em risco de
adoecer. As ações epidemiológicas direcionavam-se para o controle da transmissão
do agente infeccioso, centradas no isolamento do hospedeiro e no extermínio do
agente do ambiente. Tais medidas melhoraram a assistência à população, mas ainda
se relacionavam a uma visão restrita da epidemiologia (MINISTERIO DA SAUDE,
2005).
Assim, tanto no Brasil como no mundo, a aplicação de medidas
epidemiológicas viabiliza a redução do número de casos de doenças transmissíveis,
chegando-se mesmo a eliminar algumas, como a poliomielite, e a erradicar outras,
como a varíola e, a partir do momento em que são controladas, perdem um pouco de
sua importância anterior. A partir da obtenção de um controle relativo sobre as
doenças transmissíveis, ocorreram importantes mudanças sociais, geradas pelo
processo de industrialização, êxodo rural e crescimento das cidades (SILVA, 1998).
Começaram então, a aumentar o número de casos de doenças não
transmissíveis e de indivíduos acometidos por agravos, fortemente influenciados por
fatores externos relacionados a um estilo de vida pouco saudável, tais como:
• Dieta inadequada;
• Excesso de trabalho;
• Sedentarismo;
• Alcoolismo;
• Estresse;
• Abuso de drogas; Violência urbana e no trânsito; dentre outros.
24
O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a despertar a
atenção das autoridades sanitárias pelo impacto promovido na população
economicamente ativa (PEA).

Fonte: repocursos.unasus.ufma.br

O alto índice de pessoas afastadas do trabalho por longos períodos, bem como
a ocorrência de pedidos de aposentadoria precoce por invalidez parcial ou total e
aumento do número de óbitos, fizeram com que os profissionais de saúde
começassem a questionar se também não seria necessária à elaboração de medidas
de prevenção e controle das doenças não-transmissíveis e agravos. Como nessas
situações não havia um agente etiológico (causador), iniciou-se a discussão e
valorização dos determinantes sociais como potenciais causadores de doenças não-
transmissíveis e agravos.
O estilo de vida e as condições sociais, influenciando a existência desses
acometimentos populacionais, levaram os profissionais de saúde a constatarem sua
inter-relação com outros setores públicos, o que fez com que o planejamento das
ações na promoção de condições que favorecessem a prevenção e o controle dessas
doenças, passasse a ser elaborado em conjunto com os órgãos responsáveis pelo
saneamento, transporte, segurança, trabalho, agricultura, habitação e educação
(ABRAMIDES, 2003).

25
De acordo com autor citado, essa nova forma de encarar as doenças, a
organização dos profissionais em torno da discussão acerca desses temas e a
emergência de uma reforma do setor saúde, influenciam diretamente a reformulação
do conceito de epidemiologia, a qual não mais irá somente considerar a distribuição
das frequências das doenças, mas também incorporará a importância dos
determinantes sociais no processo saúde-doença, redirecionando as ações
relacionadas à prevenção e ao controle das doenças transmissíveis, bem como das
doenças não-transmissíveis e agravos.
A atuação isolada ou em conjunto de cada um desses determinantes pode
gerar um estímulo responsável pela ocorrência das doenças. A partir daí, o Brasil
passa a apresentar duas realidades de saúde que determinam seu perfil
epidemiológico: por um lado, o baixo investimento nas ações de prevenção e controle
das doenças transmissíveis permitiu que estas voltassem a se manifestar, mesmo em
locais em que, supostamente, já estavam eliminadas; por outro, a cada dia aumenta
o número de pessoas afetadas por doenças não-transmissíveis e agravos, o que faz
com que tenhamos o fenômeno da confluência de riscos, que expõe a população a
várias possibilidades de adoecimento (ABRAMIDES, 2003).
Ainda de acordo com autor citado, para os setores de política pública e serviços
de saúde que desenvolvem ações considerando o perfil epidemiológico da população
assistida, surgem dois desafios:
1º: Voltar a intensificar ou até mesmo criar novas ações de vigilância
epidemiológica que atinjam as doenças transmissíveis, voltando à atenção da
vigilância epidemiológica para as doenças não-transmissíveis (câncer, diabetes,
hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e outras) e agravos (mortes no trânsito,
acidentes de trabalho, violência), cuja ocorrência aumenta diariamente,
principalmente nas grandes cidades;
2º: Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas
atividades junto à população assistida volte-se à identificação de grupos suscetíveis,
expostos a sofrer alterações nas suas condições de saúde. Dessa maneira, realça-se
a importância de se estar atento aos determinantes que atuam favorecendo o
surgimento de doenças transmissíveis, não-transmissíveis e agravos.
Somente mediante a intervenção sobre os mesmos poderemos contribuir para
a melhoria da qualidade de vida da população, modificando seu perfil epidemiológico.
26
É mais frequente a busca por atendimento apenas quando surge algum sintoma
ou sinal preocupante. E essa demanda serve como parâmetro aos serviços de saúde
para a avaliação do perfil epidemiológico da população, procurando, assim, manter
uma vigilância constante. Portanto, vigiar as doenças e agravos é importante para
conhecermos o seu modo de manifestação, que indivíduos têm maior facilidade para
contraí-las, qual a faixa etária mais atingida, em que época do ano ocorrem com mais
frequência, que localidades apresentam maior número de casos de determinada
doença e sobre quais determinantes faz-se necessário intervir para atender às
necessidades de saúde da população (BORBA, 2015).
A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de ações
que permite acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona como um
“termômetro”, um indicador de que ações devem ser priorizadas no planejamento da
assistência à saúde.
Se, por exemplo, for detectado o aparecimento de muitos casos de sífilis
congênita em uma maternidade localizada em uma área específica, tal fato indica ser
necessário que os gestores realizem maiores investimentos em assistência pré-natal
naquela localidade, visando controlar a incidência de casos. Entretanto, para que a
vigilância epidemiológica possa propor ações de prevenção e controle a partir do
estudo do comportamento das doenças e agravos à população, é importante seguir
algumas etapas, de acordo com Borba (2015):
Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados (população,
imprensa, serviços de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações
relevantes que possam colaborar na identificação de situações de risco. Os dados
podem ser agrupados como demográficos e ambientais, de morbidade e mortalidade.
As informações obtidas sobre casos de doenças, agravos e epidemias devem ser
consideradas somente após prévia investigação para confirmar ou descartar o caso,
pois muitas vezes sua divulgação, além de assustar a população, tem origem
duvidosa.

27
Fonte: siteantigo.suvisa.ba.gov.br

Processamento dos dados: significa reunir todos os dados coletados e


agrupá-los de acordo com seu grau de importância e relevância. As informações são
organizadas em gráficos, quadros e tabelas, para permitirem melhor visualização dos
problemas e seus determinantes. Geralmente, são organizados em ordem de
ocorrência e separadas por mês, bairro de moradia do doente, unidade que notificou
a suspeita do caso e região do município, estado e país.
Análise dos dados: busca interpretar as informações coletadas, procurando
estabelecer as relações causais. Sua realização permite que os responsáveis pela
vigilância epidemiológica relacionem os determinantes de doenças e agravos. Por
exemplo, ao se estudar o período de maior registro de doentes com câncer de pele,
estabeleceu-se relação com o verão, época em que as pessoas permanecem mais
tempo expostas ao sol, e com as profissões que, para seu desempenho, exigem
exposição ao sol forte: lavradores e vendedores ambulantes na praia, entre outras.
Recomendação de medidas de controle e prevenção: aponta que
precauções podem ser recomendadas no controle e prevenção da ocorrência da
doença. As campanhas de vacinação, as campanhas educativas disseminadas pela
televisão e na escola, a campanha de controle do diabetes são exemplos de medidas
empregadas com esse fim.

28
Promoção das ações de controle e prevenção: consiste em planejar e
executar ações como vacinações, tratamento dos doentes, controle do ambiente,
divulgação de informações sobre precauções para transmissão de doenças.
Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das ações,
visando identificar se as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu impacto na
saúde coletiva, por meio dos indicadores de saúde. Como exemplo temos o Programa
Saúde da Família que planeja atender um quantitativo de famílias em determinado
território e em um dado período. Ao final do prazo estipulado, a equipe do PSF deve
avaliar se conseguiu ou não atingir a meta proposta e que fatores foram responsáveis
pelo alcance ou não da meta;
Divulgação das informações: objetiva mostrar os resultados alcançados de
forma simples e clara, de modo que todos os interessados possam compreendê-los.
Após a realização de uma campanha de vacinação, é comum que as secretarias de
Saúde divulguem o número de doses de vacinas aplicadas e de pessoas vacinadas,
para que se tenha a noção do impacto das medidas adotadas. Os ambulatórios,
unidades básicas de saúde e hospitais representam importantes fontes de informação
para a realização da vigilância epidemiológica, em virtude de prestarem assistência
direta à maioria da população.

A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a
dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo
que adoece (CANGUILHEM, 1995, apud, BRASIL, 2012)

Por esse motivo, realizam com maior frequência a notificação, entendida como
a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão. A notificação é
essencial para o efetivo conhecimento da realidade vivida pela população assistida,
bem como para a adoção de medidas de intervenção pertinentes, sendo importante
seu registro e divulgação. Apesar desse fato, muitos profissionais desprezam a
importância dessa prática na determinação das condições sanitárias populacionais,
provocando, assim, uma subnotificação quando o número de registros de ocorrência
de casos de doenças é menor do que o realmente ocorrido, o que impede o poder
público atuar no atendimento às reais necessidades da população (BRASIL, 2012).

29
Visando acompanhar a notificação de doenças de grande impacto coletivo, foi
criada uma lista de doenças de notificação obrigatória em todo o território nacional, a
qual deve ser periodicamente atualizada. Denominada lista de doenças de notificação
compulsória, é atualmente constituída apenas por doenças transmissíveis, o que é
bastante questionável, haja vista o crescente aumento do número de pessoas
acometidas por doenças crônicas não-transmissíveis e provocadas por causas
externas, gerando doença e morte. No entanto, estados e municípios podem incluir
novas doenças na lista, desde que sejam claramente definidos o objetivo da
notificação, os instrumentos e o fluxo da informação (BORBA, 2015).
Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas nacionais
de informação. Quando os profissionais ou a população não notificam as doenças ou
agravos aos serviços de saúde (centros ou postos de saúde), o banco de dados pode
ser alimentado por outras fontes e documentos como boletins de produção
ambulatorial, atestados de óbito, declarações de nascidos vivos, prontuários dos
clientes ou autorizações para internação hospitalar, por exemplo (BAHIA, 2014).
Tais documentos irão contribuir para a avaliação de alguns indicadores de
saúde da população, sendo fundamentais para a determinação das prioridades
assistenciais. No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN)
que reúne todas as informações relativas aos agravos de notificação, alimentado
pelas notificações compulsórias, existem outros sistemas de informações de interesse
para a vigilância epidemiológica, dentre os quais se destacam por Bahia, 2014:
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): reúne os dados relativos
aos óbitos ocorridos. Alimentado pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o
conhecimento da distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras
informações – variáveis de acordo com o interesse da consulta;
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): permite conhecer
quantas crianças nascem por ano e por região, bem como as características ligadas
à saúde da mãe (idade gestacional, por exemplo) e do recém-nascido (presença de
malformações congênitas ao nascer), apontando que necessidades assistenciais
devem ser atendidas na região dos nascimentos para melhorar a qualidade da
assistência pré-natal e à criança;
Sistema de Informações Hospitalares (SIH): reúne informações sobre a
assistência prestada pelos hospitais. Este sistema é alimentado principalmente pelos
30
dados contidos nas autorizações de internações hospitalares e pelos relatos contidos
nos prontuários dos pacientes. É importante para a definição do perfil epidemiológico
da população assistida, pois muitos doentes hospitalizados não chegam a ser
assistidos nas unidades básicas de saúde, principal fonte de notificação dos serviços
de epidemiologia locais.
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA): reúne as informações obtidas
com os atendimentos ambulatoriais, seja em unidades básicas de saúde, seja em
hospitais. Permite, entre outros dados, verificar se todos os atendidos em um
ambulatório são moradores da região, indicando a falta de serviços voltados para o
atendimento das necessidades dos moradores que se deslocam de muito longe para
obter serviços de saúde.
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): permite conhecer
o perfil das condições nutricionais. As informações disponíveis possibilitam constatar
a ocorrência de desnutrição e sua distribuição, permitindo, assim, a determinação de
medidas que controlem e previnam sua ocorrência. Com o aumento dos casos de
doenças não-transmissíveis, assume importância na vigilância sobre a obesidade,
fator determinante de risco cardiovascular.

Fonte:escolakids.uol.com.br

Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB): criado em 1998, esse


sistema destina-se a reunir informações acerca das atividades desempenhadas em
nível de atenção básica. É utilizado para medir o impacto das ações básicas
31
desenvolvidas, auxiliando na determinação das prioridades e avaliação do que já foi
feito pelas equipes dos Programas Saúde da Família e Agentes Comunitários de
Saúde (PSF e PACS).

8 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA


EPIDEMIOLÓGICA

Fonte: oimpacto.com.br

As ações de vigilância epidemiológica são hierarquizadas, ou seja, cada nível


assume responsabilidades para com o planejamento e execução das medidas e ações
a serem empreendidas. O nível central (Governo Federal/Ministério da Saúde) é o
grande responsável pela determinação e regulamentação nacional das ações de
vigilância epidemiológica. Nele, as ações são discutidas para, somente após, serem
recomendadas a todos os estados da Federação. Detém as bases de dados dos
sistemas de informação da vigilância epidemiológica que reúnem todas as
informações referentes à saúde e às doenças no Brasil.

O cuidado passa então a ser "designação de uma atenção à saúde


imediatamente interessada no sentido existencial da experiência do
adoecimento, físico ou mental, e, por conseguinte, também das práticas de
promoção, proteção ou recuperação da saúde". É identificado como
compromisso validado como "Bem Comum", o que torna evidente sua
interlocução nos diversos planos: individual, social e coletivo (AYRES, 2004,
apud ANJOS, 2009)
32
Ao plano regional, correspondente aos estados da Federação (Secretarias de
Estado de Saúde), cabe coordenar as ações de vigilância desenvolvidas pelos
municípios, procurando estabelecer prioridades de acordo com as informações
obtidas, prestando consultoria. As centrais estaduais de regulação de transplante de
órgãos são exemplo de ação de vigilância diretamente desenvolvida pelo nível de
gestão regional. Por seu intermédio as secretarias estaduais de saúde controlam o
número de doadores, os pacientes para os quais o transplante é prioritário, a
localização dos possíveis doadores e que hospitais dispõem de estrutura para realizar
a intervenção cirúrgica necessária. Assim, é possível conhecer as necessidades
relacionadas a um problema de saúde específico e intervir diretamente sobre ele,
estabelecendo uma rede de comunicação entre as unidades locais coordenadas pelas
centrais (ANJOS, 2009).
Ao nível local, traduzido na figura do município (Secretarias Municipais de
Saúde) e sua região administrativa (Distritos Sanitários), cabe executar as práticas de
vigilância, desenvolvendo as ações mais diretamente relacionadas aos indivíduos, por
meio dos serviços assistenciais oferecidos. Neste nível, principalmente, faz-se
necessário que os serviços de saúde estejam informados da ocorrência das doenças
de notificação compulsória para que possam, assim, planejar e implementar as
medidas de promoção, prevenção e controle adequadas às necessidades da
população local, o que chamamos informação para a ação. (ANJOS, 2009).
Segundo autor citado, as ações de vigilância epidemiológica variarão de acordo
com os objetivos pretendidos, contribuindo para o controle e prevenção de
determinada doença ou agravo. Entretanto é sempre importante considerar em seu
planejamento e adoção que o sucesso dependerá diretamente da proximidade com
os determinantes causadores da doença ou agravo sobre os quais se pretende
intervir. Algumas medidas de vigilância epidemiológica são mais conhecidas pelos
profissionais devido à frequência com que são recomendadas e executadas, o que se
explica pelo fato de, atualmente, as ações de vigilância epidemiológica estarem
centradas no controle e prevenção de doenças transmissíveis.
De acordo com Anjos (2009), dentre as mais frequentemente recomendadas,
destacamos:
Investigação epidemiológica: Processo que permite acompanhar a
ocorrência de uma doença ou agravo nos indivíduos, operacionalizada mediante um
33
inquérito epidemiológico, ou seja, pelo preenchimento de ficha de investigação que
reúne as informações sobre as condições relacionadas ao adoecimento do indivíduo,
com vistas a implementar o máximo de medidas necessárias para garantir a
prevenção e controle. Nessa ficha, o profissional de saúde relata a conduta adotada
em relação ao indivíduo acometido ou a seus comunicantes. Em muitas localidades,
é comum o auxiliar de enfermagem também ajudar nesta investigação.
A investigação epidemiológica deve ocorrer sempre que for notificado um caso
suspeito de alguma doença. Significa que, mesmo que o diagnóstico não esteja
confirmado deve-se realizar a investigação e executar as medidas de controle e
prevenção da transmissão, recomendadas pelos serviços de epidemiologia e
padronizadas pelo nível central (Ministério da Saúde). Ao receberem as notificações
de doenças, os serviços locais de epidemiologia buscam localizar os clientes
notificados, através de aerograma, telefonema ou visita domiciliar, para uma
investigação epidemiológica.
O apoio a procedimentos diagnósticos quando da definição de suspeita ou
confirmação de uma doença, a coleta de material biológico, a realização de testes
específicos e interpretação de seus resultados são procedimentos frequentemente
desenvolvidos pelo auxiliar de enfermagem.

As doenças e agravos de saúde são divididos em doenças transmissíveis e


doenças não-transmissíveis. Ainda que essa tipologia seja útil do ponto de
vista dos estudos epidemiológicos, ela é insuficiente para dar conta da
organização dos sistemas de saúde, pois há doenças transmissíveis que, por
sua natureza, comportam-se, na resposta social que exigem dos serviços de
saúde, como as doenças crônicas (CONASS, 2009, apud, CARVALHO,
2011)

De acorco com Carvalho (2011), as medidas de precaução em relação à


transmissão de doenças podem incluir:
Vacinação de bloqueio: É a intensificação da administração de uma vacina,
visando o impedimento da transmissão de uma doença de um indivíduo doente para
aqueles que com ele convivem em espaço restrito, como no trabalho, escola, creche
ou quartéis. Essa medida é usualmente utilizada quando há o acometimento por uma
doença de transmissão fácil e contra a qual se dispõe de vacina, como a coqueluche
ou sarampo.

34
Fonte: novapauta.com

A intensificação de vacina: É uma estratégia utilizada para aumentar o


número de pessoas protegidas contra uma doença. Para tanto, podem ser
modificados os critérios normalmente utilizados para a aplicação da vacina,
aumentando-se o número de doses ou a faixa etária da população-alvo.
Indicação de restrição de circulação: O isolamento do paciente não é o
indicado, mas sim garantir que outras pessoas de seu convívio não corram o risco de
contrair a doença por ainda não estarem protegidas.
Quimioprofilaxia: O uso de vacinas, em alguns casos para prevenir a
transmissão de determinada doença, não está disponível ou recomendado. A adoção
desta conduta é chamada quimioprofilaxia, geralmente adotada para os comunicantes
de casos suspeitos ou confirmados de meningite meningocócica ou causada por
hemófilos, tuberculose ou leptospirose, e ainda frente à exposição acidental
envolvendo objetos perfurocortantes potencialmente contaminados com material
biológico.

35
9 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA

Fonte:pediatradigital.com.br

Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e agravos,


é importante conhecer o perfil dos problemas de saúde da população assistida e das
doenças apresentadas, como por exemplo, quais mais acometem a população, quais
são as que mais matam e quantas pessoas morrem. Para o conhecimento de aspectos
de saúde não diretamente observáveis foram criados os indicadores de saúde, que
representam e tentam mensurar os aspectos normalmente não percebidos (SOARES,
2003).
Dentre outros importantes componentes da estrutura de assistência à
população, esses indicadores orientarão o processo de planejamento em saúde, a
organização dos serviços de atenção e a determinação do número de leitos
hospitalares necessários para determinada região. Como destaques, ressaltamos a
morbidade (BRASIL, 2005).

Apesar dessas limitações, acredita-se que a informação gerada a partir de


dados de mortalidade, muito utilizada no passado, reterá, por algum tempo
ainda, o seu lugar central na avaliação dos progressos em saúde e nas
comparações internacionais, devido principalmente à dificuldade de
operacionalização de outros tipos de indicadores (HANSLUWKA, 1987, apud,
SOARES, 2003).

36
Morbidade: Refere-se ao comportamento das doenças numa população
exposta ao adoecimento. Seus índices permitem conhecer que doenças existem
habitualmente na área, no período e na população estudada (prevalência), e quais os
novos casos das doenças na mesma área, período e população (incidência). Dessa
forma, a quantidade de casos de uma doença também permite estimar sua
importância para aquela população.
Estão relacionados à morbidade os termos: surto, endemia, epidemia,
pandemia, mortalidade e letalidade.
Surto: É um aumento repentino do número de casos, dentro de limites restritos,
como uma série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos com
conjuntivite em um quartel ou vários bebês com infecção respiratória em um berçário
de hospital. Também pode ser assim considerado o aumento do número de casos de
uma doença em uma área específica, considerada livre da mesma. Por exemplo, um
único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para configurar um surto.
Endemia: É a ocorrência de certo número de casos controlados em
determinada região.
Epidemia: É o aumento do número de casos de determinada doença, muito
acima do esperado e não delimitado a uma região.
Pandemia: Compreende um número de casos de doença acima do esperado,
sem respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais atuais são a
AIDS e a tuberculose.
Mortalidade: A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos
e o número de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser
agrupados por características como sexo, idade, estado civil, causa, lugar, condição,
dentre outras. Os óbitos ocorridos podem estar classificados segundo a associação
de duas ou mais dessas características.
Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-se
seu maior ou menor poder para causar a morte. A determinação da letalidade de
certas doenças permite avaliar a eficácia de estratégias e terapias implementadas.
Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o número de complicações
e óbitos decorrentes da doença.

37
Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças não
estão tendo acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está
desempenhando adequadamente seu papel na proteção à saúde.
Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los frente a
populações diferentes, sem que haja distorção das informações, esses indicadores
são calculados por meio de taxas, índices e coeficientes, e expressos em
porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições socioeconômicas e sanitárias
locais, pois estão intimamente relacionados com as condições de vida e saúde da
população (SOARES, 2010).
Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados obtidos
com a sua implementação e divulgados através de suas bases de dados constituem
um elemento precursor da elaboração e implementação de programas de saúde
coletiva, ao permitirem a identificação de fatores de risco para a determinação dos
processos de morbidade que atingem os grupos populacionais que recebem atenção
específica dos serviços de saúde (BRASIL, 2005).

10 VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Com o intuito de realizar adequadamente a vigilância epidemiológica das


doenças transmissíveis, o sistema de vigilância utiliza diferentes condutas
relacionadas a cada uma delas. Como integrante da equipe de saúde é muito
importante que o enfermeiro, tenha conhecimentos sobre o comportamento das
diversas doenças transmissíveis e as medidas gerais de profilaxia e controle, pois isto
lhe possibilitará maior segurança ao atuar nas intervenções que visam à redução da
incidência e/ou prevalência de doenças que ainda constituem problemas de saúde
coletiva no país (ARREAZA, 2010).

11 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO

Atualmente, com o advento da vacina e os avanços tecnológicos e científicos


observados nas últimas décadas, muitas doenças que determinavam elevados índices
de mortalidade podem ser prevenidas e controladas.

38
Doenças preveníveis por imunização: Tuberculose, Hepatite B, Difteria, Tétano,
Coqueluche, Doenças causadas por Hemofilo B, Poliomielite, Rotavirose, Doença
Pneumocócica, Doença Meningocócica, Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela,
Hepatite A, Febre Amarela, Influenza (Gripe), Raiva Humana, HPV, Cólera e
Diarréia dos Viajantes, Febre Tifóide.

Fonte: portaldafolha.com.br

Entretanto, ainda vemos pessoas com tétano, crianças acometidas pela


meningite ou coqueluche, devido o descaso em relação a vacinação ou até mesmo
por acusar os imunizantes de provocarem efeitos colaterais.

11.1 Hepatite A

Segundo o Ministerio da Saúde (2001), Hepatite A é uma inflamação do fígado.


O vírus A da hepatite (VHA) é um Picornaviridae, do genero Hepatovirus. Geralmente
tem um curso benigno, evoluindo para a cura espontânea em mais de 90% dos casos.
Os sintomas iniciais são: mal estar, dores no corpo, náuses e vômitos, dor
abdominal, icterícia, colúria e fezes claras. Quando o quadro é grave, pode causar
insuficiência hepática e óbito.
A forma mais comum de transmissão é a fecal-oral, através da ingestão de
água ou alimentos contaminados com o vírus, especialmente em locais onde as
condições de saneamento básico são precárias. As manifestações clínicas da forma
sintomática ictérica, aparecem de duas a sete semanas após a infecção (período de
39
incubação), com média de 30 dias. A mortalidade da Hepatite A mostra-se baixa em
jovens, aumentando muito se a doença é adquirida a partir da quarta década de vida
e a duração da doença revela-se variável, com média de 15 dias em algumas
observações bem controladas, mas com predomínio de crianças (MINISTERIO DA
SAUDE, 2001).

11.2 Hepatite B

Considerando-se a dimensão dos problemas sociais e de saúde que envolvem


o dependente químico e seus familiares, vários municípios possuem serviços ou
equipes especializadas para o atendimento dessas pessoas. De acordo com as
recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina para prevenir
a hepatite B deve ser administrada nos menores de um ano de idade a partir do
nascimento, de preferência nas primeiras 12 horas após o parto, para evitar a
transmissão vertical (MINISTERIO DA SAUDE, 2001).
Segundo MS, 2001 é indicada também para menores de 20 anos de idade,
doadores regulares de sangue. Na fase aguda da doença, os indivíduos devem
receber acompanhamento especializado, sendo indicado repouso, administração
mínima de medicamentos, abstenção do consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo
e dieta pobre em gorduras, devido à fragilidade hepática presente nesta fase.
Lembrando que em alguns casos o paciente não apresenta nenhum sintoma e isso
aumenta os riscos da infecção e evolução da doença, podendo assim se tornar
crônica, causando danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer.
Pelo risco de se adquirir a hepatite B por exposição ocupacional a sangue e
materiais potencialmente infectantes, faz-se necessário que os profissionais de saúde
sejam vacinados, além de orientados para que utilizem as precauções padrão quando
da execução dos procedimentos (MINISTERIO DA SAUDE, 2001).

11.3 Poliomielite

Até 1980, o Brasil apresentava alto índice desta doença. Considerando-se sua
gravidade, deu-se então início à estratégia dos dias nacionais de vacinação, com
imunização em grande escala. A poliomielite, também chamada de paralisia infantil,
40
pode ser causada por três tipos de poliovírus: Tipo I, II e III (MINISTERIO DA SAUDE,
2010).
A transmissão acontece, principalmente, por contato direto de pessoa a
pessoa, sendo a boca a principal porta de entrada dos vírus. A transmissão oral ocorre
através das gotículas de muco da orofaringe expelidas pela tosse, fala ou espirro.
Entretanto, a água e os alimentos contaminados com fezes de doentes ou portadores
(assim considerados aqueles indivíduos cujo intervalo de tempo após a infecção situa-
se entre uma a sete semanas) também são formas de transmissão do poliovírus.

Ao contrário de doenças infectocontagiosas que assolavam a sociedade


brasileira entre o final do século XIX e meados do século XX, a poliomielite
desafiava todos os conceitos higienistas da época, os quais relacionavam o
adoecimento às condições de higiene e pobreza (CAMPOS, 2003 apud,
LOPES, 2012).

O período de incubação é de 2 a 30 dias, mas em geral varia de 7 a 12 dias. O


doente apresenta, subitamente, deficiência motora, além de febre e flacidez muscular
assimétrica, sendo afetados, sobretudo, os membros inferiores. No entanto, a doença
pode apresentar-se assintomática em determinados pacientes.
Não há tratamento específico após a instalação do quadro de poliomielite. De
maneira geral, os acometidos pela paralisia infantil e seus familiares necessitam de
acompanhamento rotineiro da equipe de saúde, com atuação de profissionais de
várias áreas (enfermagem, fisioterapia, médica, psicologia, terapia ocupacional e
nutrição), possibilitando um atendimento integral e de acordo com suas reais
necessidades (MINISTERIO DA SAUDE, 2010).

11.4 Tétano

Doença infecciosa aguda, não contagiosa, relativamente comum em países


subdesenvolvidos, nos quais a cobertura vacinal é baixa. Seu agente etiológico é o
Clostridium tetani, um bacilo anaeróbio cujo reservatório é o trato intestinal do homem
e de animais, o solo ou qualquer objeto perfurocortante contendo os esporos (BRASIL,
2000).
Os cuidados de enfermagem prestados ao paciente hospitalizado incluem: o
mínimo possível de manipulação, de modo à evitar o estímulo de contratura;

41
monitorização das vias aéreas, garantindo que se mantenham desobstruídas, e;
observação de sinais de retenção urinária.
Todos estão predispostos à contaminação pelo tétano, porém, devido a não
vacinação ou vacinação incompleta, indivíduos maiores de 45 anos estão mais
susceptíveis. O profissional de enfermagem deve verificar e estar atento quanto a
situação vacinal de adultos e idosos, além das mulheres em idade fértil e crianças. A
imunidade é conferida pela aplicação de vacina contendo o toxóide tetânico em suas
diversas formas de apresentação: tríplice bacteriana (DTP), dupla adulto (dT), dupla
infantil (DT) ou toxóide tetânico (TT) (BRASIL, 2000).

11.5 Tétano neonatal

O tétano neonatal, popularmente conhecido como “mal de sete dias”, ocorre


geralmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, devido a situações
precárias ou até mesmo inexistência de acompanhamento pré-natal, o que
impossibilita o controle vacinal da gestante, que consequentemente por falta da
vacina, não possuirá anticorpos maternos para transferir ao filho, o que o torna
susceptível à doença após o nascimento (BRASIL, 2002).
A infecção ocorre através da contaminação do coto umbilical com o bacilo
tetânico, por meio de manipulação com instrumentos ou substâncias impróprias como
teia de aranha, moeda ou cinteiros. O período de incubação dura em média sete dias.
O recém-nascido infectado acaba por abandonar o aleitamento materno, devido a
dificuldade de movimentar a musculatura da face, tronco e abdome, devido à rigidez.
A paralisia da musculatura da respiração pode levar a criança a óbito. Após a
notificação de um caso de tétano neonatal, a mãe do recém-nascido deve ser
encaminhada para receber vacinação (BRASIL, 2002).

11.6 Coqueluche

A coqueluche é uma doença infecto contagiosa causada pela bactéria


Bordetella pertussis, afetando o trato respiratório, sendo o homem o único
reservatório e não existindo entre eles, portadores crônicos assintomáticos. A
transmissão ocorre pelo contato direto, através de secreções da nasofaringe, que são
42
eliminadas na tosse, espirro ou fala. Após a infecção pelas vias aéreas superiores, a
bactéria se adere à mucosa do trato respiratório, multiplicando-se e produzindo uma
toxina que causa lesão no tecido colonizado e provoca manifestações sistêmicas por
sua liberação e distribuição por todo o organismo (BRASIL, 2002).
O período de incubação varia entre 7 e 14 dias, e a doença é, em muitas muitas
vezes, confundida com outras infecções respiratórias agudas, como a bronquite, por
exemplo. A evolução da doença ocorre em três fases:
• Catarral: inicia-se com febre, mal-estar, coriza, tosse e expectoração de muco
claro e viscoso.
• Paroxística: apresenta tosse seca, de acordo com a posição do doente,
finalizada por inspiração forçada, acompanhada de um ruído característico e
seguida não raramente de vômitos, tendo cerca de dois meses de duração.
• Convalescência: os episódios de tosse desaparecem e dão lugar à tosse
comum, como duração de uma a três semanas. O diagnóstico pode ser
realizado pela sorologia, identificando os anticorpos na corrente sanguínea, e
pela cultura de material coletado da orofaringe.

A fase de convalescência, por fim, efetiva-se gradualmente e está associada


a diminuição da frequência e do grau da tosse paroxística, bem como da
severidade dos sintomas. Ressalte-se que outras infecções podem ocorrer
concomitantemente, como pneumonia oriunda de outros agentes etiológicos,
otite média, sinusite e encefalopatia (MATOO, 2005 apud, MOREIRA, 2014).

O tratamento é feito com base no uso de medicamentos sintomáticos,


utilizando-se também antibióticos. Os cuidados adotados com os doentes incluem
repouso e hidratação. Faz-se necessário que a família seja esclarecida para manter
precauções respiratórias especialmente na fase catarral. Crianças expostas ao risco
de adoecimento, principalmente as que estão com o esquema vacinal incompleto,
devem ser observadas durante 14 dias, na busca de sintomas respiratórios (BRASIL,
2002).

11.7 Difteria

A difteria ocorre durante todo o ano, havendo um aumento de incidência nas


estações em que a temperatura é mais baixa (outono e inverno), devido à
aglomeração de pessoas em ambientes fechados. Também conhecida como crupe,
43
tem como agente causador a bactéria Corynebacterium diphteriae. A transmissão
ocorre por contato direto com doentes ou portadores da bactéria, por meio de
secreções da nasofaringe, que penetram no organismo através das vias aéreas
superiores. A manifestação clínica mais frequente é a presença da pseudomembrana
branco-acinzentada que pode surgir nas amígdalas e invadir as estruturas vizinhas.
Pode ainda estender-se às fossas nasais, traqueia, brônquios e raramente na pele,
conjuntiva ocular e mucosa vaginal. Nos casos mais graves, há intenso edema no
pescoço, com aumento dos gânglios linfáticos presentes nessa região (MINISTERIO
DA SAUDE, 2004).

Fonte: opas.org.br

As complicações mais comuns são: pneumonia por B. pertussis, ativação de


tuberculose latente, atelectasia, broquietasia, enfisema, pneumotórax, ruptura de
diafragma, otite média e apneia.
As complicações neurológicas mais comuns são: encefalopatia aguda,
convulsões, coma, hemorragias cranianas, estrabismo e surdez.
A faringe é o local frequentemente mais afetado,onde há fixação da bactéria
diftérica, que estimula a ocorrência de uma inflamação purulenta e produz uma toxina
que causa necrose do tecido da faringe. O período de incubação dura em torno de um
a seis dias, podendo ser mais longo. Para se diagnosticar a doença, realiza-se o
exame das lesões existentes na orofaringe e nasofaringe. A coleta com swab deve
ser efetuada antes de iniciado o tratamento com antibióticos.
44
Para controlar a transmissão da doença, é indispensável administrar o toxóide
diftérico em toda a população exposta ao risco, nas pessoas não vacinadas e nas
inadequadamente vacinadas ou com estado vacinal desconhecido. Para todos os
comunicantes de doentes (escolares e familiares) deve ser indicado o exame clínico,
mantendo-se a vigilância sobre os mesmos durante uma semana, pelo menos
(MINISTERIO DA SAUDE, 2004).

11.8 Doença Meningocócica

Doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal,


causada pela Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas
membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção
generalizada (meningococcemia). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio
de gotículas e secreções da nasofaringe. Os sintomas, subitamente iniciados, são
febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e, algumas vezes,
petéquias. O diagnóstico é feito com base em exames laboratoriais e clínicos
(PEREIRA, 2014).

No Brasil, é observado um predomínio do meningococo como agente


etiológico das meningites bacterianas em geral, no entanto, o Haemophilus B
permanece como importante agente nas crianças menores de cinco anos de
idade (AMARAL, 1998, apud, FARIA, 1999)

Após a notificação do caso suspeito, faz-se necessário adotar as medidas de


controle de acordo com o sistema de vigilância. A quimioprofilaxia é indicada apenas
para os contatos de casos confirmados, em consonância com os critérios definidos
pela autoridade sanitária. O tratamento para a meningite consiste na administração
de antibióticos e exige hospitalização e precaução respiratória (ALMEIDA, 2005).
Como medida de prevenção, recomenda-se seguir a rotina do calendário de
vacinação. É importante ressaltar que houve uma redução considerável de casos de
meningites causadas pelo bacilo da tuberculose e pelo Haemophilus influenza, após
a implantação das vacinas BCG e anti-Hib no calendário vacinal das crianças
(PEREIRA, 2014).

45
11.9 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB)

Haemophilus influenzae tipo b, é uma bactéria que atinge principalmente


crianças até cinco anos, causando infecções que começam geralmente no nariz e na
garganta, mas podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo pele,
ouvidos, pulmões, articulações, membranas que revestem o coração, medula espinhal
e cérebro. A bactéria pode causar diferentes doenças infecciosas com complicações
graves, como pneumonia, inflamação na epiglote, dor de ouvido, infecção
generalizada na corrente sanguínea, inflamação do pericárdio, inflamação das
articulações e sinusite. Uma das piores doenças causadas pela bactéria Haemophilus
influenzae tipo b é a meningite, que geralmente tem um início súbito com febre, dor
de cabeça intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca (ALMEIDA, 2005).
Ainda de acordo com autor, a forma de transmissão ocorre através da
colonização da bactéria Haemophilus influenzae, que coloniza o aparelho respiratório
e se dá pelo contato com pessoas infectadas, por meio de secreções da mucosa
nasal. A vacinação é a única forma de se prevenir contra a doença e sua eficácia é de
95% a 100% após a aplicação do esquema completo de imunização.

11.10 Febre amarela

Doença infecciosa febril aguda, sendo causada por um vírus que é transmitido
por mosquitos vetores (Haemagogus, Sabethes e Aedes aegypti), através da picada
desses mosquitos infectados, não havendo transmissão direta de pessoa a pessoa.
A Febre Amarela (FA) possui dois ciclos de transmissão, sendo eles:
• Silvestre: quando há transmissão em área rural ou de floresta, sendo os
primatas os principais hospedeiros e o homem, hospedeiro acidental. Os
vetores são os mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes.
• Urbano: tem como vetor o mosquito Aedes aegypti e como principal
hospedeiro, o homem. “A febre amarela tem importância epidemiológica por
sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas
pelo mosquito Aedes aegypti” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

46
Fonte: saude.gov.br
Todo caso suspeito de FA deve ser comunicado às autoridades locais
competentes, em até 24 horas após a suspeita inicial. Essa suspeita refere-se a
morte de primatas não humanos, como também casos de humanos apresentando
sintomas da doença. Cabe as autoridades estaduais de saúde, a notificação de
eventos de FA suspeitos ao Ministério da Saúde.
A febre amarela silvestre (FA) é uma doença endêmica no Brasil, especifica
da região amazônica e, quando são registrados períodos epidêmicos ocasionais na
região extra-amazônica, caracteriza-se como reemergência do vírus no País.

O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor


(mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O
último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos
os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

O sangue do doente é considerado infectante para o mosquito cerca de 24 a


48 horas antes do aparecimento dos sintomas e de três a cinco dias após o início da
doença. A doença manifesta-se subitamente, com febre, calafrios, cefaleia, dor
muscular, náuseas e vômitos. Na forma grave, o indivíduo apresenta icterícia,
hematêmese, melena e manifestações hemorrágicas ligadas a sinais de insuficiência
das funções hepáticas e renais.
A adoção de condutas de vigilância é importante, pois essa doença pode ser
confundida com malária, hepatite ou leptospirose. Após a notificação do caso
suspeito, deve ser realizada a investigação epidemiológica para confirmação
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diagnóstica, bem como o preenchimento da ficha de investigação epidemiológica.
Além disso, faz-se necessário desencadear a busca ativa de novos casos suspeitos
no local provável de infecção e providenciar a vacinação de bloqueio, na área de
ocorrência do caso, para os moradores não vacinados ou que não puderem
comprovar a vacinação. Indica-se também a investigação entomológica, buscando
capturar vetores silvestres, para isolamento do vírus. Para o controle do vetor urbano
(Aedes aegypti) é importante destruir criadouros favoráveis à sua proliferação e/ou o
uso de larvicidas e inseticidas em recipientes com água parada. Em áreas infestadas
por Aedes, deve-se evitar o acesso do mesmo, utilizando telas nas janelas e
mosquiteiros (SANTOS, 1999).

11.11 Rubéola

Durante muitos anos, a rubéola foi considerada uma doença infantil, de pouca
importância. No entanto, esse conceito vem mudando em vista da incidência de
complicações por ela causadas, principalmente a síndrome da rubéola congênita
(SRC), que afeta recém-nascidos e cujo risco está associado ao acometimento da
gestante durante a gestação. O aumento do número de casos ocorre na primavera,
com maior freqüência na faixa etária de zero a nove anos de idade. Após a introdução
da administração de vacinas contra a rubéola em crianças, observou-se o seu
surgimento entre adultos e adolescentes (HIDALGO, 2001).
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato direto com as
secreções nasofaríngeas de indivíduos infectados. O período de incubação varia de
14 a 21 dias ou de 12 a 23 dias. Manifesta- se pelo aparecimento de um exantema
máculo-papular, ou seja, de manchas avermelhadas na pele, com elevação eruptiva
que termina em descamação. Inicialmente, essas manchas surgem na face, pescoço
e couro cabeludo, distribuindo-se em seguida para o restante do corpo (COSTA,
2013).
Sinais e sintomas: Febre baixa e presença de aumento ganglionar nas regiões
retroauriculares, occipital e cervical posterior.
Não há tratamento específico para a rubéola, pois na maior parte dos casos
regride espontaneamente. O tratamento prescrito é sintomático, ou seja, as
medicações, quando necessárias, visam aliviar os sintomas. Como medidas
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preventivas existem a vacina específica anti-rubéola monovalente e a vacina tríplice
viral, também conhecida como MMR.

A rubéola acomete primariamente crianças entre 5 e 14 anos das populações


não vacinadas, desviando esse pico para os adolescentes e adultos jovens
naqueles grupos em que a vacinação é realizada de maneira rotineira na
infância (BEHRMAN, 2004, apud, COSTA, 2013)

As medidas de vigilância relativas à rubéola incluem: investigação


epidemiológica do caso; tentativa de identificação do contato; solicitação de exames
complementares; notificação compulsória às autoridades sanitárias competentes;
fornecimento de atestado de impedimento sanitário para o indivíduo com sintomas,
garantindo seu afastamento das atividades que desempenha, renovável se os
sintomas persistirem, visando reduzir a circulação do caso suspeito; vacinação de
bloqueio para os comunicantes domiciliares, sexuais, escolares e de trabalho, com a
vacina tríplice viral, dupla viral ou contra rubéola monovalente e; aplicação de vacina
seletiva nas mulheres em idade fértil, excluindo-se as gestantes (HIDALGO, 2001).

11.12 Sarampo

O sarampo é causado pelo vírus do sarampo, sendo a transmissão de pessoa


a pessoa, através de secreções nasofaríngeas expelidas pela tosse, fala, respiração
e espirro. É extremamente contagioso e transmissível, e seu período de incubação
varia de 7 a 18 dias, sendo em média de 10 dias (RODRIGUES, 2019).

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Fonte: tnh1.com.br

Ainda de acordo com autor, após o período de incubação, o sarampo


caracteriza-se por febre, tosse seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Nesta fase,
observa-se também o aparecimento de hiperemia da mucosa oral e manchas de
Koplik. Em torno do quarto dia da doença, surge o exantema e a tosse passa a ser
produtiva. O diagnóstico é feito principalmente através de exame clínico.
O tratamento é sintomático, não havendo nada específico a ser prescrito. Após
a notificação de um caso suspeito, deve-se tomar medidas de acordo as orientações
do sistema de vigilância (RODRIGUES, 2019).

11.13 Caxumba

A caxumba é uma doença viral aguda, caracterizada pela inflamação das


glândulas salivares e sua transmissão ocorre através do contato direto com secreções
nasofaríngeas da pessoa infectada. O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo
em média de 18 dias. Basicamente, o diagnóstico é feito a partir dos sintomas
apresentados, que incluem febre baixa, mal-estar geral, cefaleia, dor na garganta e
anorexia. A estes, segue-se o aumento do volume das parótidas, tornando o rosto
arredondado devido à eliminação do ângulo da mandíbula (COSTA, 2017).

“As causas não infecciosas, tais como drogas, tumores, doenças


imunológicas e obstrução do ducto salivar, devem fazer parte do diagnóstico
diferencial da doença” (MARTINS, 2013 apud, COSTA, 2017).

É importante orientar o doente para que faça repouso no leito, bem como
alimentar-se com dieta líquida ou semipastosa e realizar a higiene oral
adequadamente, para que não haja obstrução das glândulas e infecção. O restante
do tratamento é basicamente sintomático, com indicação de uso de antitérmicos e
analgésicos, caso necessários. A caxumba pode apresentar complicações, atingindo
o pâncreas, testículos, epidídimos, ovários e até as meninges.
Atualmente, a caxumba é rotineiramente prevenida através da administração,
aos 15 meses, da vacina tríplice viral, em dose única.

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11.14 Varicela

A varicela ou catapora é uma doença infectocontagiosa causada por vírus. É


altamente contagiosa, com maior incidência em crianças de 2 a 10 anos. O vírus
varicela zoster é transmitido por contato direto, por inalação de gotículas de secreção
respiratória ou de aerossóis nos quais se encontram os vírus liberados das lesões
cutâneas. O período de incubação varia de 10 a 21 dias após o contágio.
A transmissão da doença para outros indivíduos susceptíveis ocorre de 1 a 2
dias antes do aparecimento das vesículas e até 6 dias após, enquanto houver sinais
de lesões úmidas. Os sintomas da varicela incluem febre e erupções de pele que
começam como máculas, evoluindo para vesículas e, posteriormente, crostas.

A varicela é uma doença que sofreu uma profunda mudança de imagem.


Considerada anos atrás uma doença benigna da infância, incômodo pelo qual
todas as crianças deveriam passar mais cedo ou mais tarde, hoje é vista
como um sério problema que pode levar a complicações graves e até causar
óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003 apud ANJOS, 2009)

As lesões predominam na cabeça, face e tronco e são acompanhadas de mal-


estar, inapetência e prurido. A varicela é uma doença autolimitada, ou seja,
normalmente evolui sem complicações para o doente, que se recupera em cerca de
duas semanas. Ainda assim, oferece alguns riscos que não podem deixar de ser
considerados. Durante o episódio de varicela, os indivíduos chegam a apresentar 250
a 500 vesículas, favorecendo a contaminação por bactérias, principalmente quando
as lesões são coçadas com unhas sujas ou cobertas por talcos, pasta d’água e outras
substâncias. Assim, os doentes devem ser orientados para não coçar as feridas, a
manter as unhas bem cortadas e a tomar banhos frios para aliviar o mal-estar
provocado pelo prurido, promovendo sua higiene. Comumente, o diagnóstico da
doença é feito com base nos sintomas e sinais apresentados pelo doente, sem a
necessidade de pesquisa específica do vírus na corrente sanguínea.
O tratamento é sintomático, enfatizando-se as medidas de alívio do prurido,
higiene corpórea e restringindo-se a circulação do doente para evitar novos casos.
Além dessas ações, a vigilância deve tentar identificar os contatos. Nos casos de
surtos institucionais não mais se recomenda esvaziar enfermarias ou suspender aulas
nas escolas.

51
11.15 Raiva humana

A raiva humana é uma doença extremamente preocupante para os serviços de


saúde, pois é 100% letal. A Índia é a região que apresenta mais casos, seguida pela
África, América e Europa. É causada por vírus e transmitida ao homem por intermédio
da saliva, por ocasião de mordidas, arranhões ou lambeduras de ferimentos ou
mucosas por animais infectados, doentes ou não, dentre os quais se incluem cães,
gatos, macacos e outros primatas, morcegos e bovinos (SANTOS, 2011).
De acorco com autor, após a inoculação pela saliva, o vírus multiplica-se na
área da agressão, invadindo as terminações nervosas locais e difundindo-se pelos
neurônios até o sistema nervoso central. Ao chegar ao cérebro, produz uma reação
inflamatória causando meningoencefalite, reproduzindo-se e levando ao agravamento
do quadro. Do cérebro, o vírus volta a circular, atingindo as glândulas salivares,
reiniciando a possibilidade de transmissão. O período de incubação é muito variável
e imprevisível, os sintomas podem aparecer em menos de uma semana até 1 ano ou
mais (em média, 45 dias) no homem; e em 10 dias a dois meses, no cão.
O doente relata diminuição da sensibilidade no local da lesão e queixa-se de
mal-estar geral, dor, cefaleia e febre. Com o agravamento do quadro, ocorrem crises
convulsivas, excitabilidade diante de estímulos luminosos ou sonoros, dilatação das
pupilas e sudorese. A sialorréia está presente e a deglutição é prejudicada por
espasmos da musculatura da faringe e do esôfago.
Na evolução do quadro, segue-se a paralisia progressiva dos músculos,
podendo levar ao coma e óbito. O diagnóstico é feito por meio do isolamento do vírus
na saliva ou no esfregaço da córnea. Todos os casos suspeitos de raiva devem ser
investigados e notificados e todo caso de agressão por animal transmissor da doença
deve ser acompanhado adotando-se as medidas de acordo com as normas e
orientações do sistema de vigilância (SANTOS, 2011).

52
Fonte: amazonasatual.com.br

A melhor forma de prevenir a ocorrência de agravo tão sério é a imunoprofilaxia,


realizada nos animais e nos humanos. Todos os profissionais que manipulam animais
transmissores da raiva durante a execução de suas atividades, e, portanto, correm
riscos de mordedura, devem ser vacinados, como veterinários, bioteristas,
funcionários de jardins zoológicos, integrantes da Defesa Civil, carteiros, garis e
visitadores domiciliares de todas as espécies. Dependendo do tipo de agressão, pode
ser prescrito o soro antirrábico. Ressalte-se que a prescrição de vacina antirrábica e
de soro antirrábico segue critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O controle da doença envolve ações para restringir o número de animais
vadios, que devem ser recolhidos para abrigos adequados. Nos locais onde é comum
as pessoas conviverem em grandes áreas verdes, as equipes de saúde devem
orientá-las quanto ao risco de serem agredidas por micos e macacos (SANTOS,
2011).

11.16 Tuberculose

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo agente


etiológico Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch. É
uma doença curável, desde que corretamente tratada. O contágio ocorre na maioria
das vezes, devido à proximidade com o doente em casa, ocorrendo também em

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ambientes fechados como no local de trabalho, salas e espaços refrigerados.
Entretando fatores relacionados com as condições socioeconômicas e doenças, como
Diabetes, AIDS favorecem que o bacilo de Koch possa ter desenvolvimento propicio
para sua multiplicação. O principal sintoma é a tosse na forma seca ou produtiva.
Devido este quadro recomenda-se que todo sintoma respiratório, principalmente tosse
por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e
sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna,
emagrecimento, cansaço/fadiga muscular (SILVA, 2004).

Uma doença potencialmente prevenível e curável, a tuberculose (TB) compõe


a lista de doenças negligenciadas no Brasil, causando um grande número de
mortes dentre todas as doenças infecciosas. Por esse motivo, continua a
merecer atenção especial dos profissionais de saúde e da sociedade civil
(BRASIL, 2010, apud NETA, 2016).

Para o diagnóstico entre as populações mais vulneráveis, é recomendado que


toda pessoa que apresente tosse e/ou radiografia de tórax sugestiva para tuberculose
seja avaliada pela equipe de saúde e realize coleta de escarro para baciloscopia ou
Teste Rápido Molecular para Tuberculose, cultura e teste de sensibilidade.
O tratamento dura no mínimo, seis meses, é gratuito e disponibilizado no SUS,
devendo ser realizado, preferencialmente em regime de Tratamento Diretamente
Observado (TDO). Este tipo de tratamento é indicado como principal ação de apoio e
monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e pressupõe uma
atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde.
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que
utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

11.17 Rotavirose

Rotavírus é um vírus da família Reoviridae, do gênero Rotavírus. Causa a


doença infecciosa Rotavirose, afetando gravemente crianças abaixo dos cinco anos
de idade. A transmissão ocorre fecal-oral, via água, alimentos, contato pessoa-a-
pessoa ou objetos contaminados. Pode ocorrer ainda a transmissão por perdigotos
respiratórios. A replicação viral ocorre nas vilosidades epiteliais do intestino delgado,
não sendo comum a ocorrência da replicação em outros órgãos, como também é
incomum a circulação via sistêmica do vírus (TIMENETSKY, 2016).
54
Seus principais sintomas são: dor abdominal forte, diarréia, vômito e febre alta.
Nos adultos tais sintomas podem se apresentar de forma mais leve.
Em suas manifestações clínicas podem ocorrer variação de quadros leves, com
diarreia líquida e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e
vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos.
A diarreia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter
explosivo, durando de três a oito dias. Em crianças até os quatro meses pode haver
infecção assintomática, aventando-se a hipótese de ação protetora de anticorpos
maternos e do aleitamento natural. Crianças e adultos com imunodeficiência
(congênita ou adquirida) ou submetidos a transplantes ósseos podem ter gastrenterite
severa e prolongada por rotavírus. O período de incubação é normalmente curto, de
24 a 48 horas (VIEIRA, 2012).
Ainda de acordo com o autor, por se tratar de uma doença geralmente auto
limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, não há terapêutica
específica para combater o rotavírus. O fundamental é prevenir a desidratação e
distúrbios hidro-eletrolíticos e manutenção da dieta alimentar normal.

11.18 Doenças pneumocócica

O Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é uma bactéria gram-positiva,


distintos de importância epidemiológica mundial na distribuição das doenças
pneumocócicas invasivas (pneumonias bacterêmicas, meningite, sepse e artrite) e
não-invasivas (sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite e pneumonia).
A doença pneumocócica pode levar a infecções graves nos pulmões, como a
pneumonia. No sangue, a bacteremia, que é quando ocorre a disseminação da
bactéria pelo sangue, levando ao quadro de sepse (infecção generalizada) e
meningite, quando acomente a membrana que reveste o cérebro. Bacteremia e
meningite são infecções pneumocócicas invasivas, normalmente muito graves, que
levam à hospitalização ou até mesmo à morte (BRANDILEONE, 2003).
As infecções pelo Streptococcus pneumoniae persistem como importante
causa de morbi-mortalidade em seres humanos, apesar da disponibilidade de
antibioticoterapia apropriada. Permanece como um dos microorganismos mais
estudados em medicina.
55
O local de colonização do pneumococo pode influenciar a expressão dos
fatores de virulência: enzimas como superóxido dismutase e NADHoxidase
podem atuar na patogênese da infecção ao participar da detoxicação dos
radicais de oxigênio e gerar a competência das células, tornando-as aptas ao
processo de transformação, que é o principal envolvido na recombinação
genética do pneumococo (KAPLAN, 2001 apud FREIRE, 2002)

A transmissão ocorre devido a disseminação das bactérias através de gotículas


de saliva ou muco como, por exemplo, quando as pessoas infectadas tossem ou
espirram. Estas pessoas podem ser portadoras do pneumococo sem apresentar sinais
ou sintomas da doença, mas podem infectar outras pessoas. Os portadores mais
frequentes são as crianças pequenas. A prevenção se dá por meio da vacina contra
o vírus (BRANDILEONE, 2003).

11.19 Influenza (gripe)

O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também denominado


vírus influenza. Atinge quase todas as faixas etárias num curto espaço de tempo
(RIBEIRO, 2017).
Ainda segundo o autor, devido às epidemias anuais de gripe e ao risco de novas
pandemias, o monitoramento epidemiológico do vírus influenza é de fundamental
importância. O vírus H1N1 sofreu mutações desde 2010, porém mutações mais
relevantes com algum impacto na resposta imunológica só foram detectadas
recentemente. Nos últimos anos, o vírus H3N2 vem sofrendo alterações antigênicas
importantes, durante uma mesma temporada de gripe, o que determina revisões dos
componentes vacinais anuais. Os vírus da Influenza são os únicos entre os vírus
respiratórios com imensa capacidade de mutação, criando novos vírus com material
genético diferente do que lhe deu a origem. Devido estas mutações indivíduos
vacinados podem apresentar síndromes gripais e complicações relacionadas à
infecção por AH3N2.

O desenvolvimento parasitário e, consequentemente, a impossibilidade de


sobrevivência do parasita fora do hospedeiro, desencadeou adaptações
evolutivas que puderam promover uma sobrevida prolongada no mundo
exterior, como partículas virais e, assim, maximizar as chances de um contato
bem-sucedido com o hospedeiro (FORATTINI, 2002, apud RODRIGIUES,
2016).

56
Todos os subtipos do vírus podem sofrer mudanças antigênicas, contudo, o
vírus do tipo A é o que apresenta mutações e rearranjos com maior freqüência. O
subtipo A penetra no organismo através das mucosas do trato respiratório ou dos
olhos e dissemina-se pela corrente sanguínea alcançando as células.

A característica do vírus influenza em sofrer variações antigênicas frequentes


e imprevisíveis, o coloca em posição de destaque entre as doenças
emergentes (COX, 1998 apud FORLEO, 2003).

11.20 HPV

Fonte: hospitalmoinhos.org.br

O Papilomavírus Humano, também conhecido como HPV, consiste em


pequenos vírus DNA (50-55nm), pertencentes à família Papoviridae, que se instalam
na pele e mucosa de homens e mulheres. Existem mais de 150 tipos diferentes, dos
quais 40 podem infectar o trato genital. O HPV pode ser classificado em tipos de baixo
e de alto risco de desenvolver câncer. Existem 12 tipos identificados como de alto
risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) que têm probabilidade
maior de persistir e estarem associados a lesões pré- cancerígenas. O HPV de tipos
16 e 18 causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo (cerca
de 70%) (LETO, 2011).
O vírus acomete afetando tanto a região genital como a extragenital de homens
e mulheres e a infecção pode manifestar-se nas formas clínica, subclínica e latente.
57
O Ministério da Saúde com o objetivo de reforçar as atuais ações de prevenção do
câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe dá continuidade
a estratégia de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) dos tipos 6, 11, 16
e 18. A vacinação, conjuntamente com as atuais ações para o rastreamento do câncer
nos sítios mencionados acima, possibilita prevenir a doença, além de reduzir os óbitos
relacionados com os acometimentos provocados pelo vírus (LETO, 2011).
Ainda de acordo com autor citado, as verrugas cutâneas são afecções virais
muito frequentes no HPV, com uma incidência estimada de 7% a 10% na população
europeia e de 1% na população americana. A infecção decorre principalmente do
contato sexual sem proteção, que permite, por meio de microabrasões, a penetração
do vírus na camada profunda do tecido epitelial. Entretanto pode-se dar pelo contato
direto ou indireto com as lesões em outras partes do corpo.

“O Papilomavírus humano (HPV) constitui um problema reatualizado de


saúde pública na década de 80, diante do reconhecimento de sua associação
com o câncer de colo uterino.” (NAGAKAWA, 2010 apud, COSTA, 2013)

11.21 Diarreia dos viajantes e Cólera

A causa mais comum de diarreia dos viajantes se deve a ingestão de água e


alimentos contaminados pela bactéria Escherichia coli produtora de toxinas, também
conhecida como ETEC. A transmissão se faz fecal- oral, resultante da contaminação
da água e alimentos por dejetos, direta ou indiretamente. Nos alimentos, a
contaminação pode ocorrer antes, durante ou após o preparo. É o principal problema
de saúde durante viagens, afetando de 10 % a 50% dos viajantes, principalmente as
pessoas que realizam longas horas de viagem (COURA, 2014).

“Organismos do gênero Shigella pertencem ao grupo Escherichia da família


Enterobacteriaceae. São bacilos Gram-negativos pequenos, não
encapsuladas, não móveis, não esporulados e anaeróbios facultativos.”
(SCHROEDER, 2008 apud SOUZA, 2012).

De acordo com o autor, água e alimentos contaminados por agentes


infecciosos, resulta no aparecimento desta patologia. Em geral a diarréia dos
viajantes, tem duração de dois a três dias causando assim desconforto impedindo a
realização de atividades importantes para o infectado.

58
Se manifesta com aumento do número de evacuações (três ou mais episódios
em 24 horas), associado a fezes pastosas ou líquidas e acompanhada de cólicas e
dores abdominais, náuseas e em alguns casos febre (COURA, 2014).
Outra causa de diarréia é a Cólera. A cólera é uma doença bacteriana
infecciosa intestinal aguda, transmitida pela contaminação fecal-oral direta ou pela
ingestão de água ou alimentos contaminados. Causada pela ação da toxina liberada
por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O1 e O139).
A toxina se liga às paredes intestinais, alterando o fluxo normal de sódio e cloreto do
organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de água,
o que provoca diarreia aquosa, desitradação e perda de fluidos e sais minerais
importantes para o corpo. Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa
diarreia leve, vômito e desidratação. Pode também se apresentar de forma grave, com
diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras e até mesmo
óbito. A doença está ligada diretamente ao saneamento básico e à higiene (COURA,
2014).
O período de incubação da bactéria, ou seja o tempo que leva para provocar
os primeiros sintomas no organismo, varia de algumas horas a 5 dias da infecção e
ausência de febre. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3 dias (SOUZA, 2012).
A melhor forma de se proteger destas doenças é a vacinação e a prevenção.
Tais como: Consumir água e alimentos de fontes seguras; lavar frequentemente as
mãos e; vacina para prevenir a diarréia do viajante e a cólera.

11.22 Febre Tifóide

A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada pela Salmonella


enterica, sorotipo Typhi, de distribuição mundial (MINISTERIO DA SAUDE, 2008).
A doença já está praticamente extinta em países com boas condições de
saneamento básico, sendo a vacinação necessária apenas quando o paciente realizar
viagem para regiões endêmicas, como por exemplo Região Nordeste e Norte. Sendo
assim, a vacinação deve ocorrer pelo menos duas semanas antes de uma possível
exposição à infecção por Salmonella typhi (SILVA, 2012).
Se não tratada adequadamente, a febre tifoide pode levar ao óbito. Os
principais sintomas são: febre alta; cefaleia; mal-estar geral, inapetência,
59
retardamento do ritmo cardíaco, esplenomegalia , manchas rosadas no tronco, prisão
de ventre ou diarreia, tosse seca.

As salmonelas estão entre os principais patógenos causadores dessas


doenças, levando à ocorrência de milhões de doenças diarreicas e milhares
de óbitos, por ano, tanto em países em desenvolvimento quanto em países
desenvolvidos (HENDRIKSEN, 2009, apud, SILVA 2012).

60
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