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NOÇÕES DE SENSORIAMENTO REMOTO

DEFINIÇÃO

Dá-se o nome de Sensoriamento Remoto (SR) ao conjunto de técnicas que visam adquirir
informações de um alvo ou fenômeno, sem que haja o contato com os mesmos. O que é
feito através da Interação da Radiação Eletromagnética (REM) com os alvos e posterior
aquisição, por um sistema sensor, da parcela da refletida ou emitida.

O termo sensoriamento refere-se à obtenção dos dados e remoto, que significa distante, é
utilizado porque a obtenção é feita à distância, ou seja, sem o contato físico entre o sensor e a
superfície terrestre, tal como mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Obtenção de imagens por SR.


FONTE: Florenzano ( 2002, p. 1).
Os dados de SR podem: imagens orbitais, quando obtidos de plataformas orbitais (satélites);
fotografias aéreas, quando obtidos de aerolevantamento e dados gráficos, quando obtidos no
nível de campo. Esses dados são interdependentes na interpretação dos alvos e fenômenos
observados na superfície terrestre.

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

Qualquer atividade requer o uso de energia. A energia utilizada em SR é a REM, que se propaga
em forma de ondas eletromagnéticas, com uma velocidade que é da luz (300.000 km por
segundo). Ela é caracterizada por duas grandezas: o comprimento de onda (λ) e freqüência (ƒ),
que são apresentados na Figura 2.
Figura 2 – Onda eletromagnética. o comprimento de onda ((λ)) é o intervalo entre duas cristas
(pontos elevados) de um onda. A freqüência ((ƒ)) é o número de ondas que passam
por um ponto, em um tempo. Observa
Observa-se que, quanto maior λ,, menor a ƒ.

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

O espectro eletromagnético representa a distribuição da radiação eletromagnética, por regiões,


segundo o comprimento de onda e freqüência, ta
tall como apresentado na Figura 3.
3 É possível
obter imagens de uma mesma área, em diferentes faixas espectrais, denominadas canais ou
bandas.

Figura 3 – Espectro eletromagnético.


APARÊNCIA DOS ALVOS NOS IMAGENS ORBITAIS E FOTOGRAFIAS AÉREAS

A REM ao incidir sobre os alvos na superfície terrestre será absorvida, refletida ou transmitida,
em proporções que variam com o comprimento de onda e freqüência, e de acordo com as
características bio-fisico-químicas dos alvos nela verificados (água, solo, rocha, vegetação).

Se o alvo aparece mais claro ou mais escuro, isso estará relacionado à parcela refletida da
REM. As variações de REM refletida pelos alvos podem ser representadas através de curvas,
chamadas assinaturas espectrais, tal como mostrado na Figura 4.

Figura 4 – Assinaturas espectrais de vegetação, solo e água.


FONTE: Florenzano (2002, p.12).

Analisando as curvas acima, observa-se, por exemplo, que a vegetação (curva verde), na região
do infravermelho próximo, reflete mais do que nas demais regiões, logo, em uma imagem dessa
região do espectro, as áreas mais brancas serão associadas à vegetação. Por outro lado, a água
limpa (curva preta), reflete muito pouco na região do infravermelho próximo, logo, na imagem,
correspondente à essa região, ela aparecerá escura.

Se um alvo reflete mais REM ele aparecerá mais claro na imagem, se reflete manos, aparecerá
mais escuro. Dessa forma, vão se definindo os padrões nas imagens e fotografias aéreas, tal
como mostrado na Figura 5.
Figura 5 – Imagem canal 4 (infravermelho próximo), do sensor TM, à bordo do satélite americano
LANDSAT-5.
5. Observa
Observa-se
se que as áreas em branco estão associadas à vegetação.
A área em escuro corresponde ao Lago Paranoá.

PROCESSO ADITIVO DE FORMAÇÃO DE CORES

A partir do Processo Aditivo, as cores primárias: azul, verde e vermelho associam


associam-se, dando
origem às cores secundárias ou subtrativas: amarelo, magenta e ciano, que são chamadas cores
secundárias ou subtrativas
btrativas (Figur
(Figura 6).

Figura 6 – Processo Aditivo de formação de cores.


COMPOSIÇÃO COLORIDA

As imagens isoladas apresentam-se monocramáticas, ou seja, com tonalidades variando do


preto ao branco. Uma composição colorida é formada quando cada imagem correspondente a
uma região do espectro é associada a uma cor. A interpretação é feita, mediante o princípio do
Processo Aditivo de formação das cores.

A Figura 7 ilustra as imagens de uma mesma área, Brasília, obtidas pelo sensor TM, à bordo do
satélite LANDSAT-5, em diferentes canais ou bandas

Figura 7 – Apresenta as imagens monocromáticas referentes aos canais: 5, 4 e 3, e também,


esses mesmos canais associados às cores: vermelho (“Red”), verde (“Green”) e
azul (“Blue”), respectivamente. Neste caso, a composição colorida formada é
denominada 5(R), 4(G) e 3(B). Os números referem-se aos canais e às letras às
cores, com as iniciais em inglês, como são conhecidas na literatura.
SÉRIES CARTOGRÁFICAS E SENSORIAMENTO REMOTO

A seguir são apresentadas algumas imagens do Estado do Maranhão, obedecendo ao recorte e


aos índices das séries de folhas topográficas, em diferentes níveis de detalhamento. Inicia-se
com a Figura 8.

Figura 8 – Folhas da Carta do Brasil que abrangem o Maranhão. Observa-se, nesta imagem que
as áreas em verde correspondem à vegetação; em magenta, ao solo e em azul, aos
rios lagos e oceano.

Figura 9 – Imagem da região centro-norte do Estado do Maranhão, que se acha inserida na


Folha SA-23, na escala 1: 1.000.000. Observa-se que essa folha é dividida em
quatro setores: V, X, Y e Z. Nesta imagem, o detalhamento da paisagem é maior
do que na anterior.
Figura 10 – Imagem da região nordeste do Estado do Maranhão, contida na folha SA
SA-23-Z, na
escala 1: 500.000. Observa
Observa-se que esta folha acha-se divida em quatro setores:
A, B, C e D. Nesta imagem é observado todo o litoral oriental maranhense,
destacando-se
se os Lençóis Maranhenses (branco).

Figura 11 – Região central do litoral maranhense que se acha inserida na folha SA


SA-23-Z-A, na
escala 1: 250.000. Essas folhas é dividida em seis partes: I, II, III, IV, V, VI.
Nesta imagem, observa
observa-se,
se, o Golfão Maranhense, em sua totalidade, com a Ilha
do Maranhão (São Luís) ao centro, e os principais acidentes geográficos: Baía de
São Marcos, à direita (azul claro); Baía de São José, à esquerda (azul claro); Ilha
dos Caranguejos ao fundo (verde escuro).
Figura 12 – Região centro-sul
sul da Ilha do Maranhão (São Luís), contida na folha SA
SA-23-Z-A V, na
escala 1: 100.000. Essa folha está dividida em quatro partes: 1, 2, 3 e 4. Nesta
imagem são verificados os estuários dos rios: Mearim à esquerda (azul claro) e
Itapecuru e Munim, à direita (azul claro). Esta cor está relacionada à presença de
sedimentos em suspensão nas águas desses rios. A cor azul escuro representa a
água do mar, menos túrbida. Em verde claro são representadas as áreas de
floresta e cerrado, e em verde escuro, as áreas de mangue. Os campus de
Perizes, área constantemente alagada, são representados em magenta escuro.
As áreas urbanas e de solo exposto, nessa escala, não são diferenciáveis,
apresentando-se,
se, ambas, em magenta claro.
Figura 13 – Folha SA-23-Z-A--V-1,
1, na escala 1: 50.000, dividida em quatro partes NE (nordeste),
SE (sudeste), NO (noroeste) e SO (sudoeste). Na porção SE, é verificado o
Estreito dos Mosquitos (azul claro), que separa a Ilha do continente. Na porção
NE, a área urbana é apresentada em magenta, com alguns lineamentos escuros,
representando os principais corredores da (avenidas). Nessa mesma porção é
verificada a Barragem do Bacanga, em preto. As áreas ddee solo exposto são
representadas em magenta claro.
Figura 14 – Folha SA-23-Z-A-V-1-NE,
NE, na escala 1: 25.000. Essa folha representa a de maior detalhamento,
em relação às demais. As áreas urbanas, em magenta, são detectadas pela presença dos
arruamentos, coloração mais escura. Apresentam essa cor, em função do asfalto ser escuro e
absorver, quase totalmente a radiação sobre ele incidente. Verifica
Verifica-se,
se, conforme a literatura, que área
urbana se desenvolveu em tor
torno
no dos rios: Anil, acima, em cor azul médio e o Bacanga, abaixo, com
cor azul escuro, à montante da barragem, e azul claro à jusante. As áreas de cobertura vegetal são
representas pelas variações do verde: escuro, nas áreas de mangue e claro a médio, nas ááreas de
floresta e cerrado, respectivamente. A área apresentada pela seta branca corresponde ao pátio de
estocagem de minério de ferro, da Companhia Vale do Rio Doce. O minério de ferro absorve quase
que totalmente a radiação incidente, fazendo com que na imagem ele apresenta uma tonalidade
escura. Nas proximidades dessa região, verifica
verifica-se
se uma feição linear, representado a via férrea do
CVRD.

Ao longo dessas imagens, representando diferentes recortes das séries de folhas, verifica
verifica-se que a área
mapeada diminui
minui em detrimento do aumento da escala e do nível de detalhamento.

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