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ALUNO: TARCISIO IAGO DA SILVA BORGES

MATRICULA: 201710164
FACULDADE NOSSA SENHORA APARECIDA
PRATICA JURÍDICA III 8º PERÍODO NOTURNO
PROCESSO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS ATIVIDADES AB1 – PROCESSO
SIMULADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIANIA/GO
LUAN BATISTA BARBARA, brasileiro, nascido em 01/10/2003 e ALANA BATISTA
BARBARA, brasileira, nascido em 20/07/2011, menores absolutamente incapaz em
razão da idade; representados por sua genitora ANICLEIA BATISTA BARBOSA,
brasileira, atualmente desempregada, portadora da Cédula de Identidade n. 386784
SEJ/SP, e inscrita no Ministério da Fazenda sob o CPF n. 007.867.181-70, residente e
domiciliada na Rua Augusta, qd 71, lt 1/20, bloco G-04, apto 203, Parque das Nações,
Aparecida de Goiania/GO, Cep:74.957.090, por seu advogado (doc. 01), conforme
incluso instrumento de procuração, vem, sempre respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 733 do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS


em face de LUCIO PEREIRA BARBARA, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no
CPF sob o nº 000.615.801-39 residente e domiciliado na Avenida Argelia, qd 80, lt 03,
Parque das Nações, Aparecida de Goiania/GO, CEP 74.957.475, pelas razões de fato e
de direito a seguir aduzidas:

1. DA GRATUIDADE
Com amparo na Lei 1060/50, o Exequente pleiteia pelos benefícios da assistência
judiciária gratuita, tendo em vista não poder arcar com as despesas processuais sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família. Para tanto, faz juntada do documento
necessário - declaração de hipossuficiência econômica (doc. 02).

2. DOS FATOS
Em acordo homologado pelo 2º CEJUSC da Comarca de Aparecida de Goiânia/GO
(doc. 03), processo nº 5079945.33.2016.8.09.0011, o executado comprometeu-se a
pagar ao filho menor, a título de pensão alimentícia, o valor de 45,46% (quarenta e
cinco virgula quarenta e seis) por cento do saláriomínimo vigente em caso de trabalho
sem vínculo empregatício, todo dia 12 (doze) de cada mês, iniciando o cumprimento da
obrigação no dia 12 de maio de 2016.
Contudo, o executado não adimpliu com o pactuado, tendo depositado valor inferior ao
devido em todos os meses desde o início do cumprimento da obrigação, conforme se
verifica em Demonstrativo de Débito de Pensão Alimentícia em anexo (doc. 04).
Assim, não obstante a evidente razoabilidade do valor dos alimentos, o Executado não
vem cumprindo com a obrigação acordada, causando prejuízos ao Exequente, uma vez
que a genitora do menor não obtém rendimentos suficientes para manter integralmente o
sustento do mesmo.
Todas as alternativas amigáveis de conciliação para o pagamento das parcelas em atraso
restaram infrutíferas, não restando alternativa, senão o ajuizamento desta ação.
Dessa forma, a presente execução tem por objetivo a cobrança do valor a que está em
débito o executado, que totaliza o montante de R$ 1.314,10.

3. DO DIREITO
Os alimentos definitivos possuem a finalidade de prover a subsistência do Alimentando,
devendo ser prestados corretamente tendo em vista as necessidades deste.
Assim, visando à tutela deste direito, nosso ordenamento jurídico proporciona meios
hábeis para se promover à execução dos alimentos fixados em sentença judicial e nos
termos da lei, persistindo o não pagamento dos alimentos, sem escusa plausível do
Executado, poderá o juiz decretar a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses,
conforme dispõe o artigo 733, parágrafo 1º do Código de Processo Civil:
“Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o
juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o
fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo”.
§ 1º. Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo
de 1 (um) a 3 (três) meses.
Sendo certo que o sustento dos menores encontra-se comprometido, uma vez que o
Executado não cumpre com o pagamento do valor acordado para a mantença dos filhos
comum, tal medida se faz necessária.
Vale ressaltar ainda que o cumprimento da pena de prisão civil não exime o devedor de
alimentos das prestações vencidas e vincenda, conforme artigo 733, parágrafo 2º do
CPC.
“Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o
juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o
fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo”.
§ 2º. O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações
vencidas e vincendas.

4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei nº
1.060/50, tendo em vista a impossibilidade do Exequente de arcar com as custas do
processo sem prejuízo do próprio sustento;
2. A intimação do Ilustre representante do Ministério Público para que intervenha no
feito até o seu final;
3. A citação do Executado para que efetue no prazo de 3 (três) dias o pagamento do
valor total de R$ 1.314,10, devendo acrescer, no caso de purga da mora, as parcelas que
se venceram durante o trâmite do processo, conforme artigo 290 do Código de Processo
Civil, ou apresente suas justificativas, sob pena de prisão civil.
4. Não havendo adimplemento ou escusa plausível da obrigação pretendida, requer
desde já a expedição do mandado de prisão do Executado, pelo prazo de 01 (um) a 03
(três) meses, conforme disposto no artigo 733, parágrafo 3º do Código de Processo
Civil.
5. Seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando o Executado ao
pagamento das prestações vencidas, sem prejuízo das vincendas, bem como custas
processuais e honorários advocatícios;
6. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos;
Atribui-se à causa o valor de R$ 1.314,10 para fins e efeitos de alçada.
Termos em que,
Pede Deferimento
Aparecida de Goiânia, 15 de abril de 2022.
Tarcisio Iago da Silva Borges
Advogado OAB/GO 11 2354
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE
FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIANIA/GO

JUSTIFICATIVA
Processo de nº: 5081078-08.2019.8.09.0011
Exequente: ANICLEIA BATISTA BARBOSA LUAN BATISTA BARBARA -
REPRES. POR SUA GENITORA ANICLEIA BATISTA BARBOSA ALANA
BATISTA BARBARA - REPRES. POR SUA GENITORA ANICLEIA BATISTA
BARBOSA
Executado: LUCIO PEREIRA BARBARA
LUCIO PEREIRA BARBARA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem
à insigne presença de Vossa Excelência, JUSTIFICAR A IMPOSSIBILIDADE DO
PAGAMENTO DAS PENSÕES ALIMENTÍCIAS DEVIDAS, com esteio nos artigos
528 e seguintes do Código de Processo Civil e art. 5º, inciso LXVII da Constituição
Federal/88, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS:
Os Exequentes, representados neste ato por sua genitora, ingressou com a presente ação
objetivando o recebimento da importância de R$ R$ 1.314,10 (mil trezentos e quatorze
reais e dez centavos) e requerendo a prisão do executado, caso não efetue o pagamento
da dívida.
Nos autos (doc. 01), referente à Ação de oferta de Alimentos c/c regularização das
visitas ingressada pelo ora executado, o pedido inicial foi julgado procedente. Conforme
decisão, o executado ficou na incumbência de pagar os alimentos aos exequentes no
montante de 45,46% (quarenta e cinco virgula quarenta e seis) por cento do
saláriomínimo vigente, variável de acordo com as oscilações do mesmo.
Ocorre que, na época do fato, as condições financeiras do executado eram totalmente
diversas das atuais, tendo em vista que, suas despesas eram muito menores e possuía
mais rendimentos.
Com o nascimento do terceiro filho (documento em anexo), que atualmente possui 04
anos, a situação econômica do executado ficou extremamente fragilizada,
impossibilitando-o ainda mais de efetuar o pagamento dos alimentos arbitrados no
processo supramencionado.
O executado trabalha de form autônoma, auferindo mensalmente um salário mínimo,
conforme demonstrado pelo recibo de pagamento em anexo.
Pelo contexto em geral, encontra-se impossibilitado de pagar os alimentos que ofertou
em face do exequente.
Ressalta-se que, a narrada situação incomoda extremamente o executado, que
consciente de seus deveres deseja contribuir com o sustento dos menores impúberes.
Afirmativa para isso, é que foi o próprio executado quem ingressou com a ação para
fixação dos alimentes em benefício do exequente.
Entretanto, no presente momento, o executado não possui condições financeiras de
pagar a quantia executada em sua integralidade, pois o valor pleiteado está totalmente
fora dos seus padrões financeiros.
Sendo assim, propõe pagar os alimentos atrasados em 3 parcelas mensais de R$ 438,05,
a partir de maio de 2022, a serem depositadas em conta de titularidade da representante
legal dos exequentes.
DO DIREITO:
I- DA PRELIMINAR:
O executado declara para todos os fins de direito e sob as penas da lei, que não possui
condições de arcar com as despesas inerentes ao presente processo, sem prejuízo do seu
próprio sustento e de sua família, necessitando, portanto, da Gratuidade da Justiça,
nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e da Lei nº 1.060/50.
II- DO MÉRITO:
Segundo interpretação do artigo 1.694 do Código Civil, o valor da pensão deve ser
arbitrado levando em consideração o binômio necessidade/possibilidade. Necessidade
de quem recebe os alimentos e possibilidade de quem os deve prover.
Art. 1.694, § 1º, do Código Civil: Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Desta forma, o executado está acobertado por excludente de responsabilidade, tendo em
vista que sua capacidade econômica o impossibilita de cumprir satisfatoriamente a
obrigação alimentar dos meses vencidos, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Importante frisar que, a prisão do executado é medida extrema e não solucionará o
problema do débito alimentar, tendo em vista que a quantia executada jamais será paga
em sua integralidade, pois é muito pequena a remuneração que o executado possui.
O encarceramento ainda o privará do trabalho e agravará a condição financeira de
outros dependentes, quais sejam: o filho menor, de 04 anos e sua atual companheira,
que está grávida de cinco meses e não exerce nenhuma atividade laborativa.
Sobre a temática do tema, tratam os tribunais:
ALIMENTOS - PRISÃO CIVIL DO DEVEDOR - AUSÊNCIA DE MÁ VONTADE
EM SALDAR O DÉBITO - "A prisão civil por dívida de alimentos é medida
excepcional, que somente deve ser empregada em casos extremos de contumácia,
obstinação, teimosia, rebeldia do devedor que embora possua meios necessários para
saldar a dívida, procura por todos os meios protelar o pagamento judicialmente
homologado..." (TJSP - HC 170.264-1/4 – 6 a. C - j. 20.8.92 - rel. Des. Melo Colombi) -
RT 697/65.
ALIMENTOS - PRISÃO CIVIL- DECRETO POR SIMPLES FALTA DE
PAGAMENTO - IMPOSSIBILIDADE- "Alimentos - Pensão alimentícia- Prisão civil -
Inadmissibilidade - Alimentante desempregado que vive de pensão alimentícia judicial
de filho - A falta de pagamento de pensão alimentícia não justifica, pura e
simplesmente, a medida extrema da prisão do devedor, havendo que se examinar os
fatos apontados pelo alimentante em sua justificação." (TJAL - Sessão Plena; HC
n.9050-AL; Rel. Des. Marçal Cavalcante, j.26.09.1995) AASP 1971/78e.
Ressalta-se que, as razões expostas encontram guarida no artigo 5º, incisos LXVII e
LXVIII, da Constituição Federal/88, senão vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder;
Conforme se extrai dos incisos supramencionados, a prisão do devedor involuntário e
escusável de pensão alimentícia é considerada ilegal. Vislumbra-se, claramente no caso
em exame, que o executado está inadimplente involuntariamente com a integralidade
dos alimentos, diante das sérias privações de ordem econômica pela qual está passando.
Ressalta-se que, apesar da impossibilidade pecuniária do pagamento da pensão
alimentícia fixada, o executado sempre auxiliou seus filhos com pequena ajuda
financeira, quando possuía algum dinheiro extra.
A decretação da prisão civil serve como coação física do devedor para cumprir a sua
obrigação alimentícia. No entanto a execução deve recair sobre o valor atual da dívida,
tendo em vista que o débito em atraso perde o caráter alimentar, pois a sobrevivência de
quem depende do auxílio prometido depende de uma solução com caráter de urgência.
O encarceramento por débito alimentar corresponde a uma punição por abandono
material e quando a dívida é antiga, presume-se que os exequentes não precisou do seu
pagamento para subsistir.
Destaca-se que, a planilha de cálculo apresentada na presente execução abrange a
cobrança do débito desde outubro de 2018, sendo que o processo de execução foi
distribuído em fevereiro de 2019.
Assim, o Código de Processo Civil Prevê duas formas de execuções alimentícias, sendo
que a primeira é pelo procedimento comum em que não há prisão civil e se destina aos
débitos chamados pretéritos e a segunda é pelo procedimento especial para os alimentos
provisionais e os débitos recentes, em que há pena de prisão do executado.
Abaixo decisão do Superior Tribunal Federal:
"A prisão civil não deve ser tida como meio de coação para o adimplemento de parcelas
atrasadas de obrigação alimentícia acumuladas por inércia da credora já que, com o
tempo, a quantia devida perde o cunho alimentar e passa a ter caráter de ressarcimento
de despesas realizadas" (STF, HC 75.180-MG, rel. Min. Moreira Alves, apudTheotônio
Negrão in CPC e Legislação Processual em vigor, 30ª Ed., nota 6ª. Ao art. 733).
Igual entendimento teve o Superior Tribunal de Justiça.
ALIMENTOS - PRISÃO CIVIL - NECESSIDADE DE PROVA DE DÉBITO ATUAL
- "Recurso em 'Habeas Corpus' - Obrigação alimentar - Prisão Civil - A decretação da
prisão civil deve fundamentar-se na necessidade de socorro ao alimentando e referir-se a
débito atual, por isso que os débitos em atraso já não tem caráter alimentar. Precedente.
Recurso provido." (STJ - 6.ªT; Rec. Em HC n.º 4.745-SP; Rel. Min. Anselmo Santiago;
j. 10.06.1996) AASP, Ementário, 2005/44e.
De acordo com o artigo 528, parágrafo 7º do CPC, o débito alimentar que autoriza a
prisão civil do alimentante deve compreender até as 03 prestações anteriores ao
ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
528, § 7º do CPC: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende até as (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
Ademais sobre dívida alimentar, já tem decido os nossos tribunais, in verbis:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 733 DO CPC. DESCONTO DE VALORES
ATRASADOS EM VALOR RAZOÁVEL. 1. A execução de alimentos pelo rito da
coerção pessoal, nos termos do art. 733, combinado com o art. 290, ambos do CPC,
abrange, no máximo, as três parcelas anteriores ao ajuizamento da execução, bem como
aquelas que se vencerem no curso da demanda. Conclusão n.º 23 do Centro de Estudos
desta Corte de Justiça e Súmula n.º 309 do STJ. 2. O montante a ser descontado
mensalmente relativamente aos valores em atraso não podem ultrapassar o limite da
razoabilidade, pois visam A garantir o pagamento parcelado da dívida alimentar, sem
privar o alimentante do próprio sustento. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(Agravo de Instrumento Nº 70065489494, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 30/06/2015). (TJ-RS - AI:
70065489494 RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Data de Julgamento:
30/06/2015, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
03/07/2015)
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS ATRASADOS. E SEMPRE POSSIVEL A
EXECUÇÃO COMUM, SEM A AMEACA DE PRISÃO, QUANDO O DEBITO,
PELO LONGO ATRASO, ASSUMIU FEICAO INDENIZATORIA. ORIENTACAO
PRATICA, NO SENTIDO DE MANTER-SE A SANCAO NO TOCANTE AS TRES
ULTIMAS PARCELAS DEVIDAS. AGRAVO PROVIDO EM PARTE, PARA
ADMITIR-SE PROSSIGA A EXECUÇÃO COMUM DOS ATRASADOS. (Agravo de
Instrumento Nº 587005406, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Galeno Vellinho de Lacerda, Julgado em 26/03/1987) (TJ-RS - AG: 587005406 RS,
Relator: Galeno Vellinho de Lacerda, Data de Julgamento: 26/03/1987, Terceira
Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia)
Dessa forma, segundo decisões jurisprudenciais e fundamentação legal, a presente
execução não se enquadra no procedimento especial, mas sim no comum, tendo em
vista que para que haja a prisão civil, a execução deve respaldar-se nas 03 prestações
anteriores ao seu ajuizamento, o que não ocorre no presente feito.
Percebe-se em sua totalidade que o valor da pensão alimentícia cobrado não condiz com
a atual possibilidade de pagamento do executado. Portanto, caracteriza constrangimento
ilegal a imposição de prisão civil do executado, tendo em vista que configura uma
reprimenda sem utilidade, na medida em que alcança um devedor com impossibilidade
de solver seu débito.
Nessas condições, a prisão perdeu seu sentido efetivo, pois não busca socorrer filhos
que necessitem do auxílio com caráter de urgência. Com isso, caberá ao executado
exigir os valores em atraso, pelo procedimento comum, previsto no parágrafo 8º do
artigo 528 do Código de Processo Civil.
Assim, esperando a compreensão de Vossa Excelência em face da impossibilidade
absoluta do pagamento da pensão alimentícia por falta de condições financeiras, roga
pela aceitação da presente Justificativa.
DOS PEDIDOS:
Diante de tudo o que foi exposto, requer:
a) Que seja julgado improcedente o presente pedido executório, pois conforme decisões
jurisprudenciais, o ajuizamento da execução, no rito especial, deve suprir a necessidade
atual de alimentos referente às três prestações anteriores, não se aplicando a execução
de prestações alimentícias de longo período;
b) Que seja acolhida a presente Justificação, levando em conta a argumentação
expendida, surtindo todos os efeitos legais da decisão, pois o executado, conforme
demonstrado, não possui condições financeiras para adimplir o montante da dívida
cobrada;
c) Que seja deferida a proposta de pagamento dos alimentos em execução na ordem de
R$ 1.314,10, divididos em 3 parcelas mensais de R$ R$ 438,05, a serem pagas a partir
de maio de 2022;
d) Que seja julgado improcedente o pedido de condenação do executado nos ônus da
sucumbência e honorários advocatícios, por ser este pessoa pobre nos termos da Lei
1.060/50.
No mais, requer provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, em especial
pelo depoimento pessoal da representante legal dos exequentes, prova testemunhal e
juntada de documentos.
Termos em que,
Pede e aguarda deferimento.
Aparecida de goiânia 15 de abril de 2022.
FULANO DE TAL
Advogado OAB/GO nº 11 23456
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE GOIÁS COMARCA DE APARECIDA
DE GOIÂNIA– 1ª VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DE APARECIDA DE
GOIÂNIA
DECISÃO
Classe Processual: Execução
Assunto principal: Alimentos Autos: 5081078-08.2019.8.09.0011
Polo Ativo: LUAN BATISTA BARBARA e ALANA BATISTA BARBARA
Polo Passivo: LUCIO PEREIRA BARBARA
LUAN BATISTA BARBARA e ALANA BATISTA BARBARA, ambos
representados por sua genitora ANICLEIA BATISTA BARBOSA, já qualificada nos
autos, ajuizou o presente cumprimento de sentença de pensão alimentícia fixada em
sentença judicial pedindo na falta de cumprimento ou justificativa plausível pelo
inadimplemento, a decretação da prisão do executado LUCIO PEREIRA BARBARA,
bem como a penhora de seus bens.
Citado, o executado apresentou justificativa, no entanto não realizou o
pagamentos das parcelas vencidas, nem mesmos as parcelas parciais não pagas.
O Ministério Público e o exequente clamaram pela decretação da prisão e pela
penhora dos seus bens.
É o breve relato.
DECIDO:
Entendo cabível a decretação da prisão do devedor. Está evidenciado o dever
alimentar do executado, consoante acordo juntado na inicial, na qual o devedor se
comprometeu ao pagamento de uma verba alimentar de cunho não somente jurídico,
mas, acima de tudo, moral e social, razão, inclusive, de nossa própria Constituição
dispensar especial proteção a tal obrigação.
De outro lado, sabe-se que a decretação da prisão se dá em casos extremos,
quando não demonstrar o executado a impossibilidade de fazê-lo por qualquer forma
licita. É o que se dá nestes autos.
Foi o executado validamente citado e no transcurso não manejou nenhuma ação
que comprovasse sua alteração financeira e a incapacidade de quitar os valores a que foi
obrigado. O direito, in casu, não almeja a punição, mas somente se preocupa com a
integridade física de pessoas que ainda não estão em condições de, por conta própria,
suprirem suas necessidades.
O presente feito versa sobre execução de sentença, portanto, aplicável,
perfeitamente, o disposto no art. 19 da Lei nº 5.478, ou seja:
“O juiz, para instrução da causa, ou na execução da sentença ou do acordo,
poderá tomar todas as providências necessárias para seu esclarecimento ou para o
cumprimento do julgado ou do acordo, inclusive a decretação da prisão do devedor até
60 (sessenta) dias”.
Ainda, o §3º do art. 528 do Novo Código de Processo Civil, também abre esta
possibilidade, quando reza que:
“Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz,
além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o , decretar-lhe-á a
prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses”
Os tribunais também se manifestam neste sentido:
“Ementa: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. O
descumprimento de título alimentar enseja prisão civil do devedor-executado, não
havendo no caso sub judice ilicitude a ser reparada. DENEGARAM A ORDEM DE
HABEAS CORPUS.” (Habeas Corpus Nº 70064122195, Oitava Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 23/04/2015).
Não tendo o alimentante comprovado o pagamento da verba a que foi obrigado
na sua totalidade e tampouco comprovado eventual incapacidade para o pagamento, o
que se extrai dos presentes é a necessidade de sua segregação à permitir a quitação da
verba alimentar, que é necessária neste momento e não a posteriori.
Diante do Exposto, acolho o parecer ministerial e decreto a prisão do devedor
LUCIO PEREIRA BARBARA, qualificado nos autos, pelo prazo de 30 (TRINTA) dias,
em face de evidente demonstração de descumprimento da pensão alimentícia, bem
como a penhora dos bens, sendo que faculto a sua elisão com o pagamento das três
parcelas anteriores ao ajuizamento da presente e as parcelas vincendas no curso do
processo, descontados os valores comprovadamente pagos.
Justifica-se o prazo prisional, por entendê-lo suficiente à pronta quitação.
Expeça-se o competente Mandado de Prisão. Ciência ao Ministério Público.
Intimações e diligências necessárias.
Em, 15 de abril de 2022.
Társio Ricardo de Oliveira Freitas
Juiz de Direito
PRÁTICA JURÍDICA III – 8 PERÍODO

RELATÓRIO DE AUTOS FINDOS

1. Identificação

Estagiário: TARCISIO IAGO DA SILVA BORGES Matrícula: 201710164

Orientador: Prática Jurídica: 3

2. Assistência de Audiência Real

5081078-
Juízo: 1ª VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES Nº dos Autos:
08.2019.8.09.0011

Espécie da
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS Especie de Audiência:
Ação:

3. Pontuação

Corresponde a 08 (oito) horas.

4. Fundamento

Art. 5º, V, do Regulamento Interno do Núcleo de Pratica Jurídica – NPJ.

5. Relatório

Trata-se de uma ação de execução de alimentos aonde o polo ativo é LUAN BATISTA BARBARA
E ALANA BATISTA BARBARA em disfavor de LUCIO PEREIRA BARBARA aonde foram
requeridos o valor de R$1.314,10 devidos de alimentos não pagos, sendo que houve um acordo entre
os reponsáveis em pagamento de alimento e guarda aonde o executado não cumpriu com suas
obrigações conforme foi combinado em audiencia de mediação e conciliação, havendo então
necessidade de provocação judicial o processo foi analizado pelo Exmo Juiz de Direito Társio
Ricardo de Oliveira Freitas e decidido que foi Reconhecida a incompetência do juízo para
processar e julgar a presente ação e determinou, em consequência, a redistribuição do
presente feito ao juízo da 1ª Vara de Família e Sucessões dessa Comarca, devendo a
escrivania proceder com as anotações pertinentes. Com realção ao trabalho realizado por
mim aluno foi feito conforme orientado pela professora, elaborando todo deslinde
processual, apresentando petição inicial, defesa do reu e em seguida a sentença conforme
solicitado pela professora, sendo utilizado todos os fato narrados na história de contexto de
execução por alimentos conforme pode ser analizados no trabalho que segue em anexo
acima.

6. Avaliação do Professor Orientador

Parecer
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Assinatura do Orientador

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