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Políticas Educacionais
1ª Edição
Brasília/DF - 2019
Autores
Isabel Cristina Silva Machado
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução...............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais.....................................................................................9
Capítulo 2
A Educação como Política Social do Estado...................................................................................................... 31
Capítulo 3
Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal,
Estadual e Municipal....................................................................................................................................... 48
Capítulo 4
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade
Escolar....................................................................................................................................................... 75
Capítulo 5
Estado e Políticas de Financiamento em Educação........................................................................................ 87
Capítulo 6
O Papel dos Profissionais do Magistério e dos Movimentos Associativos na Organização do
Sistema de Ensino da Educação Brasileira.......................................................................................................106
Referências.........................................................................................................................................................................117
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
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Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
5
Introdução
Este Livro Didático tem como objetivo auxiliar no percurso de compreensão da política
educacional brasileira.
Não se pretende, de forma alguma, esgotar os debates acerca do tema principal, haja vista
sua amplitude e heterogênea ideologia, mas objetiva-se levantar indagações, construções e
desconstruções conceituais e da vida prática que permeiam essa temática.
Ao longo dos capítulos será possível conhecer e investigar os papéis da família, da escola
e do governo na constituição e desenvolvimento da educação no Brasil.
6
Objetivos
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8
CAPÍTULO
DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E
POLÍTICAS EDUCACIONAIS 1
Introdução
Tratar de educação envolvendo política pode causar espanto para muitos quando não
está claro que a expressão política não está diretamete ligada a uma questão partidária.
Atrelar política a partidos políticos de diferentes ideologias é apenas uma ramificação
da política.
Também há de se considerar a educação enquanto ato político, que expressa uma “educação
política”, fato que também não pode ser vinculado a uma educação ideológico-partidária.
Objetivos
9
CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Para refletir
Na prática diária, muito se fala e pouco se conhece sobre o real significado de “Educação”. É comum as pessoas
falarem: “educação vem de casa”; “escola ensina, família educa”.
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR82sGOdYI96uIQ9VkrblmHh_bDLV4bKr6-
la6zLM8PNsIe6cxoKA.
Mas será que essas informações do senso comum são verdadeiras? Até que ponto a família educa e a escola ensina?
Figura 2. Família.
Fonte: https://img.buzzfeed.com/buzzfeed-static/static/2017-09/8/17/asset/buzzfeed-prod-fastlane-02/sub-
buzz-20010-1504905438-4.jpg?downsize=700:*&output-format=auto&output-quality=auto. Acesso em: 12 de julho
de 2019.
A família é uma instituição parental, seja com vínculo biológico ou não, assume o papel
e a responsabilidade de cuidar, zelando pela saúde, educação, segurança e bem-estar de
uma criança até que se torne adulta
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Cabe à família dar continuidade a sua herança “cultural própria” que envolve o
compartilhamento de valores, crenças, hábitos e costumes, moralidade, percebendo
todo um contexto sociocultural maior ao qual a família está inserida.
Uma família no Japão difere de uma família no Brasil pela própria cultura desses povos,
mas as famílias japonesas também diferem entre si, assim como as brasileiras. Um núcelo
familiar nunca será igual ao outro, mesmo que sejam núcleos que se originaram, a princípio,
de uma mesma família-mãe, como no gráfico a seguir.
Fonte: https://blog.estantemagica.com.br/wp-content/uploads/2018/04/EscolaeFamilia-AgendaEdu-1024x585.png.
Acesso em: 13 de julho de 2019.
Quando o casal se une, forma uma nova família, mesclada pela cultura familiar de
ambos os cônjuges e criando sua própria cultura familiar.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Nessa complexa estruturação e reestruração das famílias, cada núcleo familiar assume
as responsabilidades e competências inerentes a essa primeira instituição social e
civilizatória do indivíduo, posto que o indíviduo nasce ser vivo do reino animal, mas
não nasce humanizado nem civilizado.
Assim, fica claro que a educação é muito mais abrangente do que um ato de ensino. O
ensino faz parte da educação, mas esse processo se firma nas relações humanas, nas trocas
e convivências dentro e fora da família.
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Quando a LDB (1996) diz que “a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho
e à prática social”, surge, então, a concepção política da educação aos olhos da lei, posto
que, preparar alguém para o mundo do trabalho (não é profissionalizar) e para a prática
social exige preparar politicamente.
Para refletir
É importante ressaltar que considerar a educação um ato político não requer doutrinar
em nenhuma ideologia, muito pelo contrário, o ato político da educação é justamente
o oposto, é tornar os sujeitos capazes de conhecer, refletir e optar ou transformar as
concepções ideológicas permeadas no mundo ao seu redor. O indivíduo conhecedor
precisa desenvolver sua capacidade de reflexão e de escolha.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Figura 7. Aristóteles.
Assim, os princípios de liberdade são claros para a formação dos sujeitos, liberdade
de escolha, de questionamento e de transformação. Da mesma forma, como definir
ideiais de solidariedade se não for possível desenvolver nesses indivíduos o senso de
criticidade para que possam discernir conceitos e necessidades básicas de vida para os
seres humanos?
Que o homem seja um animal político no mais alto grau do que uma abelha
ou qualquer outro animal vivendo num estado gregário, isso é evidente. A
natureza, conforme dizemos, não faz nada em vão, e só o homem dentre
todos os animais possui a palavra. Assim, enquanto a voz serve apenas
para indicar prazer ou sofrimento, e nesse sentido pertence igualmente aos
outros animais [...] o discurso serve para exprimir o útil e o prejudicial e, por
conseguinte, também o justo e o injusto; pois é próprio do homem perante
os outros animais possuir o caráter de ser o único a ter o sentimento do bem
e do mal, do justo e o injusto e de outras noções morais, e é a comunidade
destes sentimentos que produz a família e a cidade.
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Para refletir
Aristóteles – O Filósofo
Nascido na cidade de Estagira, pertencente ao Império Macedônico, no ano de 384 a.C., Aristóteles é considerado o
mais importante filósofo da Grécia, ao lado de Platão. Muito pouco se sabe sobre a sua juventude, com exceção do
fato de ter ido viver em Atenas, o que possibilitou que conhecesse o pensador que se tornaria seu mestre: Platão.
Aristóteles estudou na academia de Platão durante muitos anos até se tornar professor da instituição. Nesse período,
aprofundou-se nos estudos platônicos sobre o ser e sobre a essência das coisas, sobre a dialética, sobre a política e
sobre as ideias socráticas. Também estudou Ética e aprofundou seus estudos em Ciências da Natureza, campo do
conhecimento pelo qual o pensador tinha certa predileção – sua formação inicial aprofundou-se bastante nessa área
quando era mais jovem.
Durante a sua vida intelectual, Aristóteles afastou-se gradativamente das ideias do seu mestre, Platão. Enquanto
Platão considerava válido apenas o conhecimento intelectual da verdade obtido por meio das essências puras, ou
seja, um conhecimento puramente intelectual, Aristóteles passou a considerar a validade intelectual de outro tipo de
conhecimento: o empírico.
Para o filósofo, o ser humano é por natureza um ser político e difere dos demais animais
de seu Reino exatamente por essa característica, de ser político. Pois o ser humano não
utiliza de sua comunicação apenas para expressar sentimentos primários, como dor, fome
ou sede, suas necessidades básicas, o ser humano, em convívio com a família e a sociedade
se utiliza de outros julgamentos éticos, morais, culturais e de suas necessidades para
imprimir o seu discurso, e o que é o discurso se não uma expressão da própria liberdade,
de suas escolhas e pensamentos.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Figura 9. Política.
Agora a discussão buscará compreender o que se designa como política educacional. Para
chegar a esta especificação de política, há de se compreender a concepção de política,
políticas públicas e política educacional, sendo esta última uma ramificação das políticas
públicas.
Política
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
história social e política das civilizações, atendendo às demandas dos sujeitos políticos
de cada nação, ou seja, de cada povo, cada sociedade.
As sociedades são formadas por sujeitos políticos que habitam a nação, ou a pólis, como
era chamada cidade-estado. Assim, a política nasce de uma mesma ideia, concepção, mas
se torna subjetiva conforme o povo ou a pólis onde se instala.
Para refletir
As pólis gregas eram as cidades-estado da Grécia Antiga. Estas cidades possuíam alto nível de independência, ou seja,
tinham liberdade e autonomia política e econômica.
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-Hthf1OyLuKA/VASBlKyhcPI/AAAAAAAAAe4/nO4cNlIanXA/s1600/P%C3%B3lis.jpg.
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
Nas pólis não existia separação entre as áreas rural e urbana, nem existiam relações de dependência. Muitos
habitantes das pólis, principalmente da nobreza, habitavam casas de campo.
O centro político-administrativo das pólis era a Acrópole (geralmente a região mais alta da cidade-estado). Na
Acrópole se encontravam o templo principal da pólis, os edifícios públicos, a Ágora (espaço em que ocorriam debates
e decisões políticas) e a Gerúsia.
Ao redor da pólis havia uma espécie de cinturão rural, onde era produzida grande parte dos alimentos necessários
para a manutenção da pólis. Esta organização reforçava ainda mais a autonomia das pólis.
As áreas ocupadas pelas pólis não eram de grande extensão. Em média tinham de 200 a 500km². Atenas, uma das
pólis mais populosas e prósperas da época, era uma exceção, pois possuía cerca de 2.500km².
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Como se vê, existem diferentes formas de se exercer a política nas governanças das nações
e essas formas não são escolhas simples, são resultado de toda trajetória histórica desses
povos, e cada história está impregnada de ideologias, golpes de estado, escolhas do próprio
povo.
Saiba mais
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei máxima do Brasil, reconhecida como a atual Carta
Magna, foi promulgada em 5 de outubro de 1988, consolidando a transição de um regime autoritário (1964-1985)
para um regime democrático.
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Foi elaborada por uma Assembleia Constituinte, composta por 559 parlamentares e presidida por Ulysses Guimarães
no mandato do presidente José Sarney, com diferentes visões de mundo e juntos reestabeleceram a inviolabilidade de
direitos e liberdades básicas do cidadão brasileiro, postulando diversas premissas progressistas, tais como:
» Igualdade de gêneros.
» Criminalização do racismo.
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn:ANd9GcSh8jZDVLoCLBCgXQzAbNqAIMyUhyvfmbpIKw5CbAukZSfMzX2l. Acesso em: 3 de agosto de
2019.
Contou com a participação popular em sua elaboração, constitui-se num documento escrito formal, atualmente
também disponível por meio de aplicativo e na web. A Carta Cidadã apresentou um novo modelo de país, organizado
como uma Federação caracterizada pela união indissolúvel de municípios, estados e união.
Em 2018, a CF completou 30 anos, trouxe significativas transformações para o o Brasil, sendo o principal símbolo
da redemocratização nacional. Destacam-se as conquistas na área dos direitos trabalhistas e humanos, tais como:
abono de indenização de 40% do FGTS na demissão e o seguro-desemprego; abono de férias e o 13o salário para
aposentados; jornada semanal de 44 horas, quando antes era de 48 horas; licença-maternidade de 120 dias e
licença-paternidade de cinco dias; direito à greve e liberdade sindical; determinou que os índios teriam direito às
terras que ocupavam e de preservar suas tradições e cultura; entre outros.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Figura 13.
Sistema pluripartidário.
A CF, , no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III, trata da Educação, Cultura e Desporto, sendo três seções com
artigos essenciais para a nossa atuação como educadores, a saber:
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Figura 15. Títulos, Capítulos, Seções e Artigos da Constituição Federal importantes para a Educação.
Título VIII – Da
Ordem Social
Capítulo III
Para refletir
É dessa necessidade de operacionalização que surgem as demais leis e as ações de políticas públicas.
Políticas Públicas
Figura 16. Área e temas que norteiam medidas/ações para o desenvolvimento das políticas públicas.
Políticas Públicas são leis, programas, ações, medidas desenvolvidas pelo governo para
garantir que direitos previstos para todos os cidadãos sejam cumpridos.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Mesmo quando alguma questão não está garantida em lei, se houver demanda
explícita da sociedade, isso pode se tornar um direito e até virar uma política
pública, pois a sociedade está sempre em movimento e evolução, assim sendo, as
demandas surgem com as novas configurações sociais.
As políticas públicas se concretizam nas diversas áreas que envolvam o bem-estar dos
cidadãos:
Educação Transporte
Segurança
As Políticas Públicas (PP) são criadas pelo Poder Legislativo, sendo que tanto este
quanto o Executivo podem propor políticas públicas. Enquanto o Legislativo cria
a lei que vai determinar alguma PP, o Executivo se incumbe de planejar as ações
necessárias para pôr em prática a política determinada.
Compete ao Poder Judiciário a observância da lei para que se julgue sua adequação ao
que se propõe e o respeito a sua execução.
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Para nascer uma política pública são necessárias algumas etapas. Esse processo
denomina-se ciclo das políticas públicas.
Fonte: https://4.bp.blogspot.com/-I-WtsI_9yWM/Wj3kXsh-EiI/AAAAAAAAUko/3T6ykHkjH9Ijq8TKroW4KcWEEu1YdqgrwCLc
BGAs/s1600/CicloPP.png. Acesso em: 2 de agosto de 2019.
» Tomada de decisão: etapa em que são definidas quais ações serão executadas.
São levadas em conta análises técnicas e políticas sobre as consequências e a
viabilidade das medidas.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
» Extinção: é possível que depois de período a política pública deixe de existir. Isso
pode acontecer se o problema que deu origem a ela deixou de existir, se as ações
não foram eficazes para a solução ou se o problema perdeu importância diante de
outras necessidades mais relevantes, ainda que não tenha sido resolvido.
O Sistema Único de Saúde (SUS), é a principal política pública na área de saúde. Foi criado em
1988 pela CF e possui uma lei própria que o regulamenta: Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Essa lei, apesar de sua criação datar de quase 30 anos, está longe de ser extinta, pois
a população brasileira ainda necessitará por muito tempo de apoio do governo nos
cuidados com a saúde. O que ocorre com frequência são ajustes nas lei, decorrentes do
processo de avaliação em vistas a sua eficácia.
Os direitos de maior relevância para gerar uma política pública são aqueles considerados
sociais ou fundamentais.
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Saiba mais
Leia o texto abaixo retirado da página oficial da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um marco na história dos direitos humanos. Elaborada por
representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução no 217 A
(III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela
primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.
Desde sua adoção, em 1948, a DUDH foi traduzida em mais de 500 idiomas – o documento mais traduzido do mundo
– e inspirou as Constituições de muitos Estados e democracias recentes.
Figura 20. Crianças lendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), pouco depois de sua
adoção.
Com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos Opcionais (sobre procedimento
de queixa e sobre pena de morte) e com o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e seu
Protocolo Opcional, formam a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros instrumentos adotados desde 1945
expandiram o corpo do direito internacional dos direitos humanos.
Eles incluem a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e a Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outras.
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
De acordo com a Constituição Federal (1988), são considerados direitos sociais “a educação,
a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”.
Assim sendo, todas as vezes que um desses direitos estiver comprometido perante
a população, em sua totalidade ou em grupos, será aberta agenda para implantação
de política pública. É desta forma que surgem as políticas públicas voltadas para a
educação, posto que esta se constitui um direito social.
Nessa busca pela concretização dos direitos sociais, as políticas públicas podem se
caracterizar como “ações afirmativas” quando envolvem:
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Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
grupo que tem se mantido excluído dos bancos iniversitários ao longo da história do
País e em decorrência dos fatos da própria história marginalizando esse grupo. Mais
adiante esses temas voltarão ao debate.
Como visto, educação é um direito social. Mas será que é o suficiente a CF (1988) determinar
isso e pronto? É o suficiente a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948,
declarar isso?
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CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Há muitas observâncias a serem feitas com relação a isso. Primeiramente, existe escola
pública gratuita para todos?
Saiba mais
No Brasil, quando se fala em escola pública, refere-se a escolas implementadas e ficanciadas pelas esferas municipais,
estaduais e federais.
Além, disso, o fato de ser pública, aqui no Brasil caracteriza gratuita, o que não significa que seja assim em todos
os lugares do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, dependendo do distrito da escola e sua classificação em
qualidade, existem taxas diferenciadas a serem pagas pela matrícula do estudante.
Para refletir
Existem condições para que as famílias enviem seus filhos à escola em qualquer parte do País?
Existem professores formados para todas as áreas do conhecimento em todo o território? Esses professores estão
atualizados e/ou têm formação mínima para a sua atuação?
São tantas as questões que surgem de uma simples determinação → escola pública para
todos na Educação Básica – que somente por intermédio do Censo (informações estatísticas
que apontam diferentes características dos habitantes de uma cidade, um estado ou uma
nação), avaliações, manifestações populares, há de se perceber e avaliar se há condições de
cumprimento da determinação do direito.
Caso qualquer aspecto atrelado à educação não esteja sendo cumprido em decorrência
de outros fatores, caberá aos representates populares, sejam políticos ou de
organizações civis, indicarem a questão para avaliação de agenda.
Todo cidadão e cidadã pode e deve participar da sugestão de políticas públicas. Muitas
políticas públicas da área educacional nascem das solicitações da população por meio
de participação popular.
Uma das formas de se integrar aos debates de sugestão de políticas públicas é por
intermédio dos conselhos de políticas públicas. Os conselhos são formados por
representantes do governo e por cidadãos. As pessoas podem aproveitar esses espaços
para discutirem, opinarem e apontarem sugestões que repercutam como proposta de
política pública para determinado direito civil.
28
Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais • CAPÍTULO 1
Saiba mais
No infográfico a seguir, organizado pela Fundação Telefônica (2017), é apresentado um exemplo das principais
funções existentes em uma escola. Ressaltamos que por conta da automia assegurada em Lei, alguns papéis podem e
devem ser flexibilizados.
Fonte: http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/voce-sabe-como-e-a-estrutura-de-ensino-em-uma-escola-publica/.
Acesso em: 2 de agosto de 2019.
29
CAPÍTULO 1 • Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Educacionais
Sugestão de estudo
O livro A vida na escola e a escola da vida, elaborado por Claudius, Miguel e Rosiska, apresenta uma série de
questões, que mostra a realidade hoje nas escolas, por meio de uma discussão simples e com imagens típicas do
cotidiano escolar. A obra está organizada em cinco capítulos que discutem temáticas necessárias, persistentes e
contemporâneas.
30
CAPÍTULO
A EDUCAÇÃO COMO POLÍTICA SOCIAL
DO ESTADO 2
Introdução
A educação no Brasil vem sofrendo mudanças ao longo dos anos e existe uma preocupação
por parte das esferas governamentais em garantir o direito e acessibilidade a todos os níveis de
ensino, para todo cidadão.
Objetivos
O papel do Estado vem se transformando ao longo dos anos, por diversos motivos,
mudança do seu papel diante das novas demandas, pressões e reivindicações sociais e
internacionais, atualmente podemos afirmar que a principal função do Estado é promover
o bem-estar da sociedade. Segundo o Manual de Políticas Públicas: conceitos e práticas
do Sebrae (2008, p. 5):
31
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
As políticas públicas possuem seus estágios que estão interligados entre si:
32
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
1.
Formação da
Agenda
5.
Avaliação
Estágio 2.
Elaboração das
das
Políticas
Políticas
Públicas
3.
4.
Tomada de
Implementação
Decisão
As políticas públicas serão eficazes se ocorrer uma boa administração, se todos os atores
envolvidos participarem de todo o processo tendo como foco a construção de uma
sociedade igualitária, buscando a justiça e o bem-estar social.
A sociedade contemporânea se caracteriza por sua diversidade, cada grupo disputa por
seus interesses. Vivemos em uma sociedade em que os recursos do Estado estão cada
vez mais escassos e, diante disso, as políticas públicas são motivo de disputa por grupos
específicos, cada qual reivindicando suas necessidades e interesses.
33
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
A relação entre Estado, sociedade e Educação vai muito além de uma conjuntura de
reformas, ações ou metas, mas são estabelecidas a partir do momento em que grandes
transformações sociais são observadas, e as relações de poder foram modificadas. Quando
o papel do Estado historicamente construído passa de divino para representante da
sociedade.
A discussão sobre políticas e educação tem sido objeto de vários estudos e pesquisas
no cenário nacional e internacional. Trata-se de temática com várias perspectivas,
concepções e cenários complexos em disputa.
Nesse sentido, é fundamental destacar a ação política, orgânica ou não, de diferentes atores
e contextos institucionais marcadamente influenciados por marcos regulatórios fruto de
orientações, compromissos e perspectivas – em escala nacional e mundial –, preconizados,
entre outros, por agências e/ou organismos multilaterais e fortemente assimilados e/ou
naturalizados pelos gestores de políticas públicas. Para Almeida (2013, p. 12), políticas
públicas para educação englobam:
Nessa ótica, a discussão sobre tais políticas articula-se a processos mais amplos do que
a dinâmica intraescolar, sem negligenciar, nesse percurso, a real importância do papel
social da escola e dos processos relativos à organização, cultura e gestão intrínsecos a ela.
Portanto, é fundamental não perder de vista que o processo educativo é mediado pelo
contexto sociocultural, pelas condições em que se efetiva o ensino-aprendizagem, pelos
aspectos organizacionais e, consequentemente, pela dinâmica com que se constrói o projeto
político-pedagógico e se materializam os processos de organização e gestão da educação.
A escola, entendida como instituição social, tem sua lógica organizativa e suas finalidades
demarcadas pelos fins político-pedagógicos que extrapolam o horizonte custo-benefício
stricto sensu. Isto tem impacto direto no que se entende por planejamento e desenvolvimento
da educação e da escola e, nessa perspectiva, implica aprofundamento sobre a natureza
das instituições educativas e suas finalidades, bem como as prioridades institucionais, os
processos de participação e decisão, em âmbito nacional, nos sistemas de ensino e nas
escolas.
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A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
Saiba mais
O Chefe do Poder Executivo sancionou a Lei no 9.394/1996, denominando-a “Lei Darcy Ribeiro”, e, com este ato,
dividiu, formalmente, a conhecida história da Nova LDB: um primeiro momento, caracterizado por amplos debates
entre as partes (Câmara Federal, Governo, partidos políticos, associações educacionais, educadores, empresários etc.)
e outro, atrelado à orientação da política educacional governamental e assumido pelo professor homenageado.
Na disputa entre o coletivo e o individual, entre a esfera pública e a esfera privada, entre os representantes da
população e os representantes do governo, está vencendo a política neoliberal, dominante não só na dimensão
global, mas também com pretensões de chegar a conduzir o trabalho pedagógico na sala de aula.
Objetivo: a busca da qualidade (total), no sentido de formar cidadãos eficientes, competitivos, líderes, produtivos,
rentáveis, numa máquina, quando pública, racionalizada. Este cidadão – anuncia-se – terá empregabilidade e,
igualmente, será um consumidor consciente.
A lei foi produzida, existe. Enquanto lei, resta-nos identificar, compreender e avaliar a intencionalidade de suas
propostas, para a adoção das posturas pertinentes. Todavia, as recentes diretrizes e bases da educação nacional não
têm o poder, por si só, de alterar a realidade educacional e, de modo especial, a formação inicial e continuada de
professores, mas podem produzir efeitos em relação a essa mesma realidade, de tal modo, acordo com Saviani (1990,
p. 43), “que, de numa avaliação posterior, podem ser considerados positivos ou negativos”.
De modo geral, “em alguns aspectos a legislação provoca consequências positivas; em outros, consequências
negativas” (SAVIANI, 1990, p. 44). Daí a importância deste momento para o encaminhamento de questões essenciais
sobre a formação dos profissionais da educação e, de modo especial, a formação de docentes, objeto deste texto.
No momento atual, necessitamos de uma política pública de formação, que trate, de maneira ampla, simultânea, e
de forma integrada, tanto da formação inicial, como das condições de trabalho, remuneração, carreira e formação
continuada dos docentes. Cuidar da valorização dos docentes é uma das principais medidas para a melhoria da
qualidade do ensino ministrado às nossas crianças e aos nossos jovens.
35
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
E, de acordo com a Constituição, fundamento do deve ser, a “valorização” é conteúdo próprio do capítulo que trata da
Educação, dispondo, em termos de princípio, sobre a
Por essas razões, procuraremos apontar os dispositivos legais inseridos na Nova LDB com algumas observações que
possam ser consideradas nos estudos e reflexões sobre os rumos dos cursos e programas de formação de professores
para a educação básica.
Durante três décadas e meia, a estrutura e o funcionamento dos cursos de formação dos profissionais da educação
tiveram por fundamento legal a primeira LDB e suas alterações, sobretudo as introduzidas pelo Regime Militar.
Com a edição da Lei no 9.394/1996, nova normatização começa a ser debatida e implementada. Assim, os cursos de
formação dos profissionais da educação que vinham funcionando, agora objeto de reflexão e questionamento sob a
Nova LDB, têm a moldura da legislação revogada.
A Nova LDB, neste momento de transição normativa, fixa, em relação aos Profissionais da Educação, diversas
normas orientadoras: as finalidades e fundamentos da formação dos profissionais da educação; os níveis e o locus da
formação docente e de “especialistas”; os cursos que poderão ser mantidos pelos Institutos Superiores de Educação; a
carga horária da prática de ensino; a valorização do magistério e a experiência docente.
Texto extraído do artigo A nova lei de diretrizes e bases e a formação de professores para a educação básica de Djalma Pacheco de Carvalho,
Professor Assistente Doutor, Departamento de Educação, Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp). Campus de Bauru.
(Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v5n2/a08v5n2.pdf).
Sugestão de estudo
Darcy Ribeiro, antrópologo, educador e romancista. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Mundialmente
reconhecido por seus estudos sobre a população brasileira, especialmente os indígenas, atuando multi e
interdisciplinarmente nos campos de Antropologia, Sociologia e Educação. Como Ministro da Educação do Brasil,
liderou diversas reformas que o consideraram apto a auxiliar novas políticas educacionais para diferentes países da
América Latina. Autor de diversos livros, defendeu a democratização do ensino público e de qualidade para todos.
Seguem algumas obras essenciais para a sua atuação crítica como professor e cidadão:
36
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
Figura 28. Sugestões de obras do autor Darcy Ribeiro para serem estudadas.
Fonte: https://www.estantevirtual.com.br/busca?q=Darcy%2BRibeiro&offset=1&b_order=relevancia&busca_es=1.
Acesso em: 20 de agosto de 2019.
37
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
Formação de professores
Distribuição de verbas Melhoria da qualidade dos
por meio da educação a
diretamente para as escolas livros didáticos
distância
Reforma curricular
(estabelecimento de
Parâmetros Curriculares
Avaliação das escolas
Nacionais (PCN) e Diretrizes
Curriculares Nacionais
(DCN)
Bolsa-Escola
38
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
Desta forma, o PDE se configura como uma ferramenta de gestão DA escola PARA a
escola (MEC, 2019). Já o “Programa Dinheiro Direto na Escola” (PDDE), criado em 1995,
tem como objetivo prestar assistência financeira à comunidade escolar, assegurando as
melhorias necessárias para o aumento da qualidade do ensino público ofertado.
Nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2010, as políticas públicas
para a Educação foram divulgadas por meio de um caderno intitulado “Uma escola do
tamanho do Brasil” e foram estabelecidas as seguintes ações:
39
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
Estas ações desdobraram-se nas seguintes ações e realizações ao longo dos oito anos:
a) Fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica (Fundeb); b) Programa
Universidade para todos (Prouni); c) Sistema de seleção unificada (Sisu); d) Programa
de apoio a planos de reestruturação e expansão das universidades federais (Reuni);
e) Universidade aberta do Brasil (UAB) e f ) Rede federal de educação profissional,
científica e tecnológica.
No governo seguinte, de Dilma Rousseff, de 2011 a 2014 (primeiro mandato) e 2015 a 2016
(segundo mandato, interrompido pelo processo de impeachment), o objetivo primordial
das políticas educacionais era assegurar a manutenção dos programas implementados
nos mandatos anteriores, bem como ampliação das ações, garantindo educação para a
igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento, promovendo inovações científicas
e tecnológicas. Destacam-se os seguintes programas: a) Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); b) Expansão da rede federal de educação
profissional, científica e tecnológica; c) Programa Brasil profissionalizante; d) Rede
e-tec Brasil; e) Acordo de gratuidade com os serviços nacionais de aprendizagem; f )
Bolsa-formação; g) Ciências sem Fronteira; h) Plano Nacional de Educação (2014-2024);
i) Brasil carinhoso; j) Brasil profissionalizante; k) Caminho da escola; l) Formação pela
escola; m) Plano de Ações Articuladas (PAR); n) Manutenção do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE); o) Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); p)
Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE); q) Programa Nacional
Biblioteca da Escola (PNBE); r) Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); s)
Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar
Pública de Educação Infantil (Proinfância); t) Manutenção do Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (Proinfo); u) Prouni.
40
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
41
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
Observe a lei
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
TÍTULO I
Da Educação
Art. 1o A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
§ 1o Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
instituições próprias.
TÍTULO II
Art. 2o A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
TÍTULO III
Art. 4o O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
42
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente
na rede regular de ensino;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VII – oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência
na escola;
VIII – atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
IX – padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
Art. 5o O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o
Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
§ 1o Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:
I – recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram
acesso;
§ 2o Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino
obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme
as prioridades constitucionais e legais.
§ 3o Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na
hipótese do § 2o do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
§ 5o Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso
aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior.
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino
fundamental.
43
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
44
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
Para refletir
Ele foi criado a partir das necessidades advindas após a Segunda Guerra Mundial, quando os
países devastados sentiram a necessidade de buscar seu crescimento econômico.
45
CAPÍTULO 2 • A Educação como Política Social do Estado
Apresentamos, a seguir, algumas questões apontadas por Andrioli (2002), como as principais
consequências do neoliberalismo na educação:
» Privatização do ensino.
» Aumento de matrículas como jogo de marketing (são feitas apenas mais inscrições,
pois não há estrutura efetiva para novas vagas).
46
A Educação como Política Social do Estado • CAPÍTULO 2
» Modismo da qualidade total (no estilo das empresas privadas) na escola pública, a
partir de 1980.
» Mudança do termo igualdade social para equidade social, ou seja, não há mais a
preocupação com a igualdade como direito de todos, mas somente a amenização da
desigualdade.
Neste panorama, cabe aos educadores pensarem e agirem de forma local e global buscando
maneiras e possibilidades para transformar a sociedade, lutarem contra uma corrente que não
pensa a educação como um instrumento libertador, pois conhecimento é poder.
47
CAPÍTULO
GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DO
SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO EM
SEUS DIVERSOS NÍVEIS: FEDERAL,
ESTADUAL E MUNICIPAL 3
Introdução
A educação brasileira já fez uma longa caminhada desde o período em que o Brasil foi
apresentado ao mundo europeu civilizado.
Mas, essa trajetória, apesar de estar prestes a completar meio século, desde a chegada
dos jesuítas (1549), ao mesmo tempo ainda é bastante pueril, pois, a princípio, serviu aos
interesses dos colonizadores e, posteriormente, atravessou longo período de incertezas
e desorganização, sendo que apenas com o início da fase denominada Nova República
inicou-se a proposta de uma educação nacional que buscasse sua verdadeira identidade.
Na busca por sua identidade, a educação brasileira organizou-se, com base na Constituição
Federal, e traçou seus objetivos e metas almejando qualidade e universalização para
a educação de seu povo. Como esse caminho não é fácil nem barato, todo o processo
educacional fica atrelado às questões sociais, políticas e econômicas do País, expressando-
se em seu sistema de ensino.
Objetivos
48
Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Os jesuítas foram os responsáveis pelo processo educacional brasileiro durante 210 anos,
quando, então, foram expulsos de todas as colônias portuguesas pelo Marquês de Pombal
(Ministro de Portugal), em 1759. Porém, ao longo de todo esse tempo, nenhuma instituição
ou forma de educação superior surgiu no Brasil. Aliás, a primeira instituição voltada para o
ensino de nível superior só surgiu após a chegada da Família Real no Brasil em 1808, com
a abertura do Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia, no mesmo ano.
Sempre nos pareceu muito claro que a colonização do Brasil foi de natureza exploratória;
logo, não era do interesse de Portugal aprimorar as possibilidades educacionais criando
escolas e muito menos instituições de ensino superior.
• Academia Real Militar (mais tarde se tornou a Escola Politécnica e hoje é a Escola
1810 Nacional de Engenharia da UFRJ)
• Universidade do Estado do Paraná (criada por forças políticas e só durou três anos)
• Universidade do Rio de Janeiro: reunia Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina
1912 e a Faculdade de Direito (hoje é a Universidade Federal do Rio de Janeiro)
1920
49
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
parte elitizada da população. Os filhos dos mais nobres eram educados em casa e
para os estudos superiores eram enviados a Portugal. O Brasil ainda era um país de
analfabetos e escravos, com pouco acesso e pouca produção educacional e cultural.
A instrução primária gratuita até aconteceu de forma bem tímida, mas a criação das
universidades, conforme se desejava, continuava apenas como uma projeção no papel.
Em 1840, teve início o Segundo Império (1840-1889), regido pela mesma Constituição,
apenas emendada pelo ato adicional de 1834. Esse período demonstrou algum
desenvolvimento econômico no País, principalmente pelo “ciclo do café”. A maioria
dos brasileiros continuava sem acesso à educação e os mais abastados ainda preferiam
concluir seus estudos no exterior, principalmente em Coimbra, até pela falta de opções
no Brasil. A maior parte da população continuava sem acesso aos estudos.
50
Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Sugestão de estudo
Visite o site do Planalto e conheça a primeira Constituição da República do Brasil, quando a forma de Estado ainda
era União:
» Regulamento da Escola Normal da Capital Federal (que foi alterado pelo Decreto no
982, 8/11/1890).
51
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
» Essa reforma também previu a existência das “Faculdades Livres” como concessão
do Poder Público.
Sugestão de estudo
Político e militar fluminense, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, nasceu em Niterói, estudou no tradicional
Colégio São Bento, ingressou no Exército, na escola Central cursou Engenharia e no Observatório do Rio de Janeiro
formou-se em astrônomo. Em 1887 fundou o Clube Militar, presidiu a sessão em que os membros deste espaço
decidiram pela queda da monarquia. Após a Proclamação da República assumiu a pasta da Guerra, no governo
provisório, sendo que em 1890 passou a liderar o Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, participando
ativamente da reforma do ensino embasada nos princípios positivistas.
Fonte: https://www.guiadeniteroi.com/wp-content/uploads/2013/07/Bejamin-Constant-03-273x300.jpg. Acesso em: 3 de agosto de 2019.
Apesar de o decreto prever a criação de ensino superior tanto pelos governos quanto pela
iniciativa privada, esta última ainda se mantinha bastante tímida.
Em 1911, com a Reforma Rivadávia Correa, é aprovada a Lei Orgânica do Ensino Superior
e do Fundamental pelo Decreto n o 8.659, 5/4/1911. Nela, as propostas curriculares de
Benjamin Constant ainda são mantidas no ensino superior e a iniciativa privada ainda
permanece nula nessa modalidade de ensino.
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Em 1925, aconteceu a Reforma João Luiz Alves, também conhecida como Lei Rocha
Vaz (Decreto n o 16.782, de 13/1/1925). Essa reforma substitui o Conselho Superior de
Ensino pelo Conselho Nacional de Ensino, mexe no funcionamento e na organização
de todos os níveis de ensino e em alguns currículos do Ensino Superior. Essa lei já
reconhece a criação da Universidade do Rio de Janeiro e indica a criação de outras.
A Lei Rocha Vaz previu alguns casos de gratuidade no ensino superior para atender
um pouco melhor à demanda por escolarização, devido ao aumento da população e
da chegada de imigrantes. Essa lei estabeleceu que a cada ano, em cada curso superior
público, deveriam ser ofertadas cinco vagas gratuitas.
Em 1930, encerra-se a Primeira República (ou República Velha) com uma grande
revolução, e Getúlio Vargas assume um governo que perdurará por 15 anos, iniciando
a chamada “Era Vargas”. Segundo Morais (2005), esse período foi regido por várias
mudanças no país, inclusive na educação, o que se refletiu nas leis educacionais,
principalmente durante o subperíodo “Estado Novo” (1937).
Este subperíodo caracterizou-se como uma ditadura civil. Também foi no início do
governo provisório de Vargas que se estabeleceu pela primeira vez um ministério
com efetivos propósitos voltados para a educação. Tivemos duas Constituições nesse
período, a de 1934 e a de 1937, sendo esta imposta pelo golpe de estado de Vargas.
Saiba mais
O Ministério da Educação foi criado em 1930, logo após a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Com o nome de
Ministério da Educação e Saúde Pública, a instituição desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios
como saúde, esporte, educação e meio ambiente. Até então, os assuntos ligados à educação eram tratados pelo
Departamento Nacional do Ensino, ligado ao Ministério da Justiça. [...] Até 1953, foi Ministério da Educação e Saúde.
Com a autonomia dada à área da saúde surge o Ministério da Educação e Cultura, com a sigla MEC
(PORTAL DO MEC, 2018).
53
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
O início da “Era Vargas” foi marcado pela Reforma Francisco Campos, regulamentada
pelo Decreto n o 19.851, de 11/4/1931. Dentre várias providências, a reforma estruturou
o ensino secundário, comercial (para o trabalho) e superior. Estruturou o ensino
escolar em dois ciclos: fundamental, de cinco anos e complementar, de dois anos,
sendo necessário cumpri-los para ingressar no ensino superior, posto que antes
poderia ser feito por teste.
A outra opção era o ensino secundário que deveria ser equiparado ao modelo do
Colégio Pedro II.
Poucos dias antes da publicação do decreto da Reforma, foi promulgado o 1o Estatuto das
Universidades Brasileiras.
Segundo Marcia Moraes (2005), esse estatuto tratava das normas para criação de
novas universidades equiparadas à Universidade do Rio de Janeiro. O estatuto também
apontava a gratuidade comprometida no curso superior, o que permitia a matrícula
dos estudantes que não pudessem arcar com as despesas das taxas escolares, mas estes
ficavam comprometidos a indenização posterior.
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Apesar de tudo, podemos tratar esse período como uma das primeiras
experiências de expansão do sistema. Ao contrário do crescimento
do setor privado, o que se pretendia era a ampliação das vagas nas
universidades públicas e gratuitas, que associassem o ensino à pesquisa,
com foco no desenvolvimento do país, aliado às classes populares
na luta contra a desigualdade social no ensino superior. (SANTOS e
CERQUEIRA, 2009, p. 4)
O ensino superior foi crescendo lentamente, e entre 1946 e 1960 havia 18 universidades
públicas e 10 particulares, sendo em maior parte confessionais (católica e presbiteriana).
Em meados de 1950, se fortalece o movimento estudantil – União Nacional dos Estudantes
(UNE), que desejava uma profunda reforma do sistema educacional para romper de vez com
os modelos do “Estado Novo”. Uma de suas solicitações era de que todas as universidades
fossem públicas e aceitavam apenas a permanência das Pontifícias Universidades Católicas
(PUC) do Rio de Janeiro e de São Paulo, desde que a igreja católica se dedicasse mais
efetivamente às causas sociais.
O período da República Nova (1946-1964) foi um período fértil para a educação nacional.
A nova Cosntituição assumiu ideologia liberal democrática, retomou a educação como
direito de todos e inspirou-se nos princípios do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
(da década de 1930).
55
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
[a] promulgação ocorreu apenas treze anos mais tarde porque, nessa
discussão, havia dois grupos com ideologias bem diferentes. Um deles era
liderado pelas ideias de Clemente Mariani, que defendia a escola pública,
gratuita e laica. Faziam parte desse grupo os sindicatos e intelectuais como
Anísio Teixeira. A Igreja Católica e os donos de colégios particulares faziam
parte do outro grupo, que defendia as ideias de Carlos Lacerda: defesa da
escola privada e com ensino religioso.
Após anos em debate, finalmente foi sancionada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB no 4.024, de 20 de dezembro de 1961.
Sugestão de estudo
Na figura a seguir, temos registros históricos das primeiras ações e políticas educacionais que marcaram o contexto
nacional.
Figura 38. Panfleto da exposição sobre a Primeira LDB realizada pelos estudantes e professores da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
56
Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Em 1964, a sociedade brasileira sofreu um forte golpe que alterou toda a política vigente,
não só a governamental como, também, a educacional: teve início o Regime Militar e, em
circunstância do novo regime político, foi necessário alterar a Constituição e a LDB.
A força do movimento estudantil precisava ser aniquilada pelo governo, o que levou
a uma significativa Reforma Universitária em 1968, Lei n o 5.540, de 28 de novembro
de 1968, que fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua
articulação com a escola média, e dá outras providências. Foi nesse ano também que
o movimento estudantil foi extinto pelas forças militares, inclusive com a prisão de
seus líderes, e as universidades públicas sofreram com severa vigilância, acusadas
de subversivas.
Sugestão de estudo
A luta por melhorias no ensino público, especialmente, o superior faz parte das narrativas presentes na
história da Educação brasileira. As transformações na organização das universidades do Brasil, com a Lei no
5.540, de 28 de novembro de 1968, possibilitou o aumento das matrículas em instituições de ensino superior,
principalmente em estabelecimentos de iniciativa privada.
Esta legislação provocou uma nova reforma seguindo dois princípios norteadores, o controle político das
universidades públicas brasileiras e a formação de mão de obra para economia.
57
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
Figura 39. Registro Histórico da luta estudantil por melhorias no ensino superior, especialmente aumento
na oferta de vagas.
Saiba mais sobre o texto original da Lei no 5.540, de 28 de novembro de 1968, também conhecida como Reforma
Universitária. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5540-28-novembro-1968-
359201-norma-pl.html.
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Em 1971, foi sancionada a LDB no 5.692, de 11 de agosto de 1971, que tratou apenas do 1o
e do 2 o graus, deixando de fora o ensino superior e outros aspectos educacionais. Para o
ensino superior, continuaram vigorando a Lei no 5.540/1968 e o Decreto no 464/1969.
Sugestão de estudo
No site do Senado Federal existem diversos registros históricos sobre a elaboração e implementação da Lei de
Diretrizes e Bases 5.692, de 1971, tal como a figura a seguir.
Aproveite a oportunidade para realizar a leitura na íntegra do texto original da LDB no 5.692, de 1971. Dsponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html.
A LDB no 5.692 organizou o ensino em dois níveis: 1o grau e 2o grau, determinando a idade
mínima para ingresso na escola aos sete anos de idade e se responsabilizando por esse
aluno até os 14 anos, sendo que a fase anterior ao 1o grau, que a lei menciona como escolas
maternais, jardins de infância e instituições equivalentes, não era de responsabilidade do
governo.
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CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
1º grau 2º grau
Creche?
Educação 8 anos 3 ou 4 anos
Infantil?
Alfabetização?
7 anos de idade ensino básico + diversificado +
1ª a 4ª série profissionalizante
Para refletir
Mas, e as escolas? E a qualidade do ensino? Será que também acompanhavam esse “desenvolvimento”?
A resposta continuava a mesma: não. Por exemplo, o 2 o grau técnico deixou muito a
desejar. Segundo Marcia Moraes (2005), as escolas não tinham estrutura mínima para
a preparação das profissões técnicas; os estudantes saíam com um diploma de técnico
em análises clínicas sem nunca terem entrado em um laboratório, fatos que o mercado
profissional não demorou muito a sentir negativamente e a sinalizar para os governos
e sociedade.
Esse programa permitia que estudantes cursassem o ensino superior e só pagassem após
terminarem o curso e se empregarem. Esse fato levou muitos estudantes a realizarem
a graduação; evitou que muitas instituições superiores privadas fossem à falência,
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
pelo alto preço dos cursos, mas a forma de controle do programa deixou muito a
desejar, “em 1983, dos 250 mil profissionais contemplados com o programa, 200 mil
eram inadimplentes” (MORAES, 2005, p. 117), sem contar que uma infinidade deles
tentou pagar as parcelas do crédito e não conseguiram sequer encontrar sua dívida.
Após 21 anos de ditadura, em 1985, o Brasil retoma sua condição política de República
democrática e inicia um longo processo de redemocratização do País, inaugurando
uma nova fase política denominada “Nova República”. O marco legal dessa nova fase é
a promulgação da sexta Constituição da República, em 1988.
Redemocratização do ensino
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CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
Sugestão de estudo
O acesso à Constituição da República Federativa do Brasil é um direito de todo brasileiro . Atualmente, é possível
realizar a leitura por meio de aplicativos disponíveis para todos os celulares e tablets. O aplicativo é totalmente
gratuito e traz o texto atual com todas as alterações.
Fonte: https://s2.glbimg.com/e39OLe16P75snlX-KHmjKYNoDqk=/0x600/s.glbimg.com/po/tt2/f/original/2014/09/11/
e7e0ef9a012fec78123139268817.jpeg. Acesso em: 2 de agosto de 2019.
Saiba mais
Quais são as novidades dessa LDB? Será que ela traz inovações que envolvam as políticas da Educação?
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
A partir de 1995, com o governo de FHC, que durou dois mandatos, o neoliberalismo
e o Banco Mundial (Bird) passaram a vigorar no cenário das políticas governamentais,
inclusive aquelas voltadas para a educação. Foi nessa época que a LDB n o 9,394/1996
foi finalmente sancionada, trazendo a Educação Superior claramente explicitada no
Capítulo IV do TÍTULO V: Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino.
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CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
Saiba mais
O Neoliberalismo é um pensamento político voltado para o capitalismo, no qual o governo reduz sua influência no
mercado, privatizando as empresas de produção e serviços. Na educação ele visa à modernização e maior adequação
às demandas do mercado.
Foi criado o Exame Nacional de Cursos, conhecido como “Provão”, que pretendia avaliar
a qualidade do ensino nas IESs. Esse exame chegou a ser boicotado por estudantes e
docentes, mas aos poucos foi se incorporando à cultura educacional – as IESs públicas
foram as primeiras a apresentarem resultado positivo.
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Em 2003, inicia-se uma nova fase no cenário brasilieiro com a ascensão de um novo
governo com caracacterísticas oposicionista ao anterior. Com programas e ações
populares democráticas, , trazendo-lhes maiores oportunidades econômicas e sociais,
o que lhes agregava maior acesso à educação. Uma das primeiras ações desse governo
foi o:
Para muitos críticos, essa iniciativa proporcionou relatórios que delegavam às IFES
a responsabilidade sobre o sucateamento e outras mazelas, mas tais responsabilidades
não cabiam às IFES e sim ao longo período histórico-político ao qual elas foram
submetidas.
Também foi criado o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que não extingue o
Fies. No Fies, os estudantes precisarão pagar o curso depois de formados, através da
65
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
Ainda há muitas críticas à LDB, mas não se pode negar que esta é a mais democrática
de todas, além de ter regulamentado e regulado todo o sistema de ensino nacional. Cury
(2016, [s/p]) lembra que
foi um longo caminho até se chegar a uma lei de grande cobertura para a
satisfação de um direito reconhecido. As lutas pelo retorno à democracia
e direitos significaram uma grande participação da sociedade civil na
elaboração da Constituição de 1988.
Muitas críticas que se faz à LDB referem-se a seu ranço tradicionalista ou a interesses
próprios que não foram contemplados, a sociedade só não pode esquecer que a amplitude
da lei, além de atender ao determinado na CF, também reflete realmente resquícios
ideológicos de um país que nunca tinha conseguido chegar a uma maturidade democrática
de fato, tendo sido sua história permeada por golpes de governo que ceifaram processos
democráticos em insípido andamento.
Cury (2016, p. 34) ainda reforça que ao completar 20 anos (1996 a 2016) houve alteração em:
66
Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Nesse sentido, todo o tempo a lei sofre alterações, conforme dúvidas que surgem, conforme
demandas de entendimento e da sociedade. Existem aqueles que não apontam isso como
defeitos da lei, mas aprimoramentos necessários de uma sociedade viva e em constante
transformação. Enquanto a lei puder sofrer alterações aqui e ali ela estará atendendo aos
preceitos educacionais da contemporaneidade, mas há de chegar um momento que uma
nova lei necessitará ser promulgada.
Ensino Médio
mínimo 3 anos
Ensino Fundamental
6 a 14 anos
EDUCAÇÃO BÁSICA 1º ao 9º ano
Educação Infantil
0 a 5 anos
A educação básica tem por finalidade desenvolver o indivíduo por meio de uma
formação comum indidpensável ao exercício da cidadania e dando-lhe base para
inserção no mundo do trabalho e dar prosseguimento aos estudos, seja de nível
superior, seja de formação técnica de nível básico ou mesmo cursos de formação livre.
67
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
O governo tem o dever de garantir o ensino fundamental com vaga na escola pública
gratuita para todos que estiverem na idade ou atrasados nos estudos, não tem restrição
de idade máxima.
Saiba mais
Observe a organização do Ensino Fundamental em nove anos, bem como a idade esperada em cada turma conforme
apresentado na segunda coluna do quadro abaixo:
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_jNf8DeaAW-k/TLiT1g4VdTI/AAAAAAAABSk/UYXMQcg6OTU/s320/TABELA+2.bmp.
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
Anos iniciais: primeiro ano (turmas de 6 anos), segundo ano (turmas de 7 anos), terceiro ano (turmas de 8 anos),
quarto ano (turmas de 9 anos) e quinto ano (turmas de 10 anos).
Os anos finais organizam-se do sexto ao nono ano, sendo as turmas: sexto ano (turmas de 11 anos), sétimo ano
(turmas de 12 anos), oitavo ano (turmas de 13 anos) e nono ano (turmas de 14 anos).
A figura a seguir apresenta um quadro comparativo em que visualizamos a organização anterior e a vigente, na última
coluna.
Fonte: http://www.apunilocairo.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/1/140/11/arquivos/Image/imagem_inicio_aulas.jpg.
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
O ensino fundamental exige classificação para progressão à série seguinte, sendo que
as redes públicas ou particulares têm liberdade para instituírem seu próprio sistema e
modelo de avaliação da aprendizagem.
Pode parecer até estranho, mas foi na LDB de 1996 que essa etapa de ensino foi incluída
na educação básica, como a última de responsabilidade do governo. De acordo com
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), essa etapa da educação básica ainda é muito complexa
e desafiadora, ainda vive a dualidade de ser profissionalizante ou “propedêutica – neste
caso, como preparação para a continuidade dos estudos em nível superior”.
Em 2001, os programas de ensino médio público e gratuito só atendia 30,8% dos jovens,
mas o governo instituiu metas de expansão e oferta para aumentar esses números,
69
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
inclusive porque a LDB estabeleceu que a universalização deveria ser progressiva até
a totalidade.
Cursos de graduação:
Bacharelado (Diploma)
Licenciatura (Diploma)
Tecnólogo (Diploma)
Cursos Sequenciais:
Formação Específica (Diploma)
Complementação (Certificado)
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
» Sistema Municipal.
» Sistema Estadual.
» Sistema Federal.
» Sistema Privado.
Os ramos do sistema também se articulam entre si, mas estão todos integrados à União.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) defendem que as incongruências da lei não comprovam
que exista exatamente um sistema, mas, sim, uma estrutura, que em dados momentos
parecem ser usados como sinônimos, mesmo não sendo, cabendo à estrutura muito mais
a parte administrativa da educação.
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CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
São esses órgãos que criam as normas e supervisonam a educação em suas esferas.
Sistema Federal
O papel da União está previsto na CF (1988), art. 211, assim como na LDB (1996):
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Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal • CAPÍTULO 3
» Universidades federais.
» Escolas agrotécnicas.
Sistema estadual
O Estado organiza seu próprio sistema com base na CF (1988) e na LDB (1996), nas
determinações do CNE e também pautado na Constituição estadual, na legislação ordinária
e nas normas do próprio Poder Executivo (decretos e atos administrativos). Um exemplo
de ato administrativo é a determinação do calendário escolar da rede.
A rede estadual pode ser composta de unidades escolares de educação infantil, ensino
fundamental e médio. Assim como unidades de ensino superior e unidades apoio à escola
técnica (Faetec).
73
CAPÍTULO 3 • Gestão e Organização do Sistema de Ensino Brasileiro em seus Diversos Níveis: Federal, Estadual e Municipal
Sistema Municipal
Apesar de os municípios não poderem legislar sobre educação, a própria CF (1988), em seu
art. 211, determina: “a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão,
em regime de colaboração, os seus sistemas de ensino”. Dada esta determinação, os
municípios organizam seu sistema de ensino por meio de seu Poder Executivo, seguindo
as leis estaduais e federais.
74
CAPÍTULO
POLÍTICAS EDUCACIONAIS, LEGISLAÇÃO E
SUAS IMPLICAÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO
DA ATIVIDADE ESCOLAR 4
Introdução
Os planos e ações educacionais são documentos, com força de lei, que estabelecem metas
para a garantia do direito à educação de qualidade nos diversos setores do nosso país,
municipal, estadual e federal.
Objetivos
» Conhecer as principais leis que visam a uma educação de qualidade em nosso país.
Na história do Brasil, essa é a segunda vez que a educação conta com uma Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, que regulamenta todos os seus níveis. A primeira LDB
foi promulgada em 1961 (LDB n o 4.024/1961).
75
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
Observe a figura sobre a legislação principal mais recente (TERRA, 2016, p. 64):
Por essas razões, procuraremos apontar os dispositivos legais inseridos na Nova LDB
com algumas observações que possam ser consideradas nos estudos e reflexões sobre
os rumos dos cursos e programas de formação de professores para a educação básica.
Durante três décadas e meia, a estrutura e o funcionamento dos cursos de formação
dos profissionais da educação tiveram por fundamento legal a 1ª LDB e suas alterações,
sobretudo as introduzidas pelo Regime Militar.
A Nova LDB, neste momento de transição normativa, fixa, em relação aos Profissionais
da Educação, diversas nor mas or ientadoras: as finalidades e fundamentos da
formação dos profissionais da educação; os níveis e o locus da formação docente e
76
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar • CAPÍTULO 4
A atual LDB foi elaborada como uma colcha de retalhos, tomando para sua elaboração
profissionais de todas as frentes partidárias. De forma mais detalhada e objetiva, visou
cercar as falhas das anteriores. Elaborada em clima de abertura político-econômica, a
nova LDB incorpora preceitos mais modernos em Educação no mundo.
Com relação aos objetivos, temos a subdivisão clara e específica para a Educação básica,
compreendendo Ensino Fundamental e Médio; Educação de Jovens e Adultos; Educação
Profissional; Educação Superior e Educação Especial, em que o foco principal é o preparo
da cidadania, a formação de indivíduos polivalentes e reflexivos, de Piaget, indivíduos
estes que tenham o poder da decisão, típico de um mundo globalizado. Torna-se também
obrigatório o Ensino Fundamental.
Observe a lei
Lei no 4.024/1961
Segundo Saviani (1990) Inspirada em uma época onde a sociedade civil estava numa febre de liberdade liberal, ela
demorou 13 anos para ser elaborada. Embora seja a primeira LDB, apresentava muitas lacunas a serem preenchidas,
principalmente porque o Brasil estava em plena Era de Industrialização, iniciada pelo Governo Vargas. Com relação
aos objetivos, ela enfatizava o preparo para o convívio.
Lei no 5.692/1971
Elaborada em plena Ditadura Militar, em que o lema principal era “O Brasil para os Brasileiros”, o governo depara
com a necessidade de “controlar” o povo e, ao mesmo tempo, preparar mão de obra direta às empresas. Formaram-
se, então, os cursos profissionalizantes com maior ênfase.
» Lei no 4.024/1961
O conteúdo cultural, segundo esta LDB, era de livre organização das unidades
escolares devido à falta de objetivos nacionais.
77
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
» Lei no 5.692/1971
» Lei no 9.394/1996
» Lei no 4.024/1961
» Lei no 5.692/1971
A assistência técnica da União aos sistemas estaduais de ensino e do Distrito Federal incluiu
colaboração e suprimento de recursos financeiros para preparação, acompanhamento e
avaliação dos planos e projetos educacionais que objetivavam o atendimento das prescrições
do plano setorial de educação da União. Seria prestada pelos órgãos da administração do
Ministério da Educação e Cultura e pelo Conselho Federal de Educação.
» Lei no 9.394/1996
» Lei no 4.024/1961
Nada consta.
» Lei no 5.692/1971
78
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar • CAPÍTULO 4
» Lei no 9.394/1996
» Lei no 4.024/1961
TÍTULO II
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Parágrafo único. À família cabe escolher o gênero de educação que deve dar a
seus filhos.
» Lei no 5.692/1971
Art. 19. Para o ingresso no ensino de 1o grau, deverá o aluno ter a idade mínima
de sete anos.
79
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
Art. 20. O ensino de 1o grau será obrigatório dos 7 aos 14 anos, cabendo aos
Municípios promover, anualmente, o levantamento da população que alcance
a idade escolar e proceder à sua chamada para matrícula.
Parágrafo único. Nos Estados, no Distrito Federal, nos Territórios e nos Municípios
deverá a administração do ensino fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade
escolar e incentivar a frequência dos alunos.
Art. 27. Desenvolver-se-ão, ao nível de uma ou mais das quatro últimas séries
do ensino de 1o grau, cursos de aprendizagem, ministrados a alunos de 14 a 18
anos, em complementação da escolarização regular, e, a esse nível ou ao de 2o
grau, cursos intensivos de qualificação profissional.
» Lei no 9.394/1996
TÍTULO III
80
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar • CAPÍTULO 4
81
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
META 3. Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze)
a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de
matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
82
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar • CAPÍTULO 4
META 5. Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino
fundamental.
META 6. Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das
escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos
(as) da educação básica.
META 9. Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para
93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência
deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a
taxa de analfabetismo funcional.
META 10. Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação
de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação
profissional.
META 11. Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando
a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento
público.
META 12. Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por
cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24
(vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40%
(quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.
83
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
META 15. Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação
dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caputdo art. 61 da Lei
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras
da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de
licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
META 16. Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos
professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir
a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua
área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos
sistemas de ensino.
META 17. Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação
básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com
escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
META 18. Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para
os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de
ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública,
tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal,
nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
META 19. Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e
à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto.
Passados cinco anos desde que o plano foi lançado, podemos perceber como muitas metas
ainda não foram atingidas, como o empenho do Estado em pôr em prática vem sendo
criticado, pois o cenário atual vem apresentando cortes no orçamento direcionado para
educação, mudanças constantes no comando dos ministérios e cada governo que assume
nosso Estado vem modificando suas prioridades, deixando as metas aqui apresentadas
cada vez mais distantes da realidade.
84
Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar • CAPÍTULO 4
O PDE, nesse sentido, pretende ser mais do que a tradução instrumental do Plano
Nacional de Educação (PNE), o qual, em certa medida, apresenta um bom diagnóstico
dos problemas educacionais, mas deixa em aberto a questão das ações a serem tomadas
para a melhoria da qualidade da educação.
O PDE está sustentado em seis pilares: I) visão sistêmica da educação, II) territorialidade, III)
desenvolvimento, IV ) regime de colaboração, V ) responsabilização e VI) mobilização social
– que são desdobramentos consequentes de princípios e objetivos constitucionais, com a
finalidade de expressar o enlace necessário entre educação, território e desenvolvimento,
de um lado, e o enlace entre qualidade, equidade e potencialidade, de outro.
Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define
o § 1o do art. 1o da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei n o 9.394/1996),
e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana
integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado
85
CAPÍTULO 4 • Políticas Educacionais, Legislação e suas Implicações para a Organização da Atividade Escolar
Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das
instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai
contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e
municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos
educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno
desenvolvimento da educação.
Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas
educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de
governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso
e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar
comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento
fundamental.
Sugestão de estudo
Foram realizados diversos fóruns e consultas públicas para a elaboração do material orientador e para a
implementação da BNCC em todo o território nacional, com o objetivo de apoiar gestores estaduais, municipais e
escolares na elaboração da proposta curricular de suas redes, tendo como foco um regime de colaboração entre os
estados e municípios.
86
CAPÍTULO
ESTADO E POLÍTICAS DE
FINANCIAMENTO EM EDUCAÇÃO 5
Introdução
Objetivos
87
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
88
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
DECRETAM:
Art. 1o O artigo 1o, as alíneas a e c e o § 2o do artigo 3o, o artigo 4o, suas alíneas
e parágrafos, e o § 1o do artigo 9o da Lei no 5.537, de 21 de novembro de 1968,
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3o (...)
c ) a p re c i a r, p re l i m i n a r m e n t e, a s p ro p o s t a s o r ç a m e n t á r i a s d a s
universidades federais e dos estabelecimentos de ensino médio e superior
mantidos pela União, visando à compatibilização de seus programas e
projetos com as diretrizes educacionais do governo.
Art. 4o Para fazer face aos encargos de que trata o art. 3o, o FNDE disporá de:
c) vinte por cento (20%) do Fundo Especial da Loteria Federal (Lei n o 5.525,
de 5 de novembro de 1968);
89
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
i) receitas patrimoniais;
j) doações e legados;
“Art. 9o (...)
90
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Bolsas e auxílios
» Escola da Terra.
» Escola de Gestores.
» E-tec Brasil.
» Formação de Tutores.
91
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
Brasil Carinhoso
Figura 54. Brasil Carinhoso.
O montante é calculado com base em 50% do valor anual mínimo por matrícula em
creche pública ou conveniada, em período integral e parcial, definido para o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação (Fundeb).
92
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Caminho da escola
Figura 55. Cartaz do programa Caminho na Escola.
Fonte: https://www.fnde.gov.br/media/k2/items/cache/ab9083c4344a26f28a8b1378ce88e8e8_M.jpg?t=1553518399
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
Gestores educacionais são os responsáveis pela aquisição dos veículos. Existem três formas
para entes federativos adquirirem veículos do Caminho da Escola: assistência financeira
do FNDE no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR), conforme disponibilidade
orçamentária consignada na Lei Orçamentária Anual; recursos próprios; e linha de crédito
do BNDES (exceto para bicicletas).
Fonte: https://www.fnde.gov.br/media/k2/items/cache/9e695766e56cd2f5910553065b7b31e4_M.jpg?t=1472050607
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
93
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
94
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
O Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE) foi lançado em 4 de abril de 2008 pelo
governo federal, por meio do Decreto no 6.424, que altera o Plano Geral de Metas para a
Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público (PGMU).
Fonte: http://www.fnde.gov.br/media/k2/items/cache/410fa662a5b9679bc9c28a0327f300ed_M.jpg?t=1496162441.
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
95
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem por finalidade
prestar assistência financeira para as escolas, em caráter suplementar, a fim de
contribuir para manutenção e melhoria da infraestrutura física e pedagógica, com
consequente elevação do desempenho escolar. Também visa fortalecer a participação
social e a autogestão escolar.
96
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Saiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre o PDDE, leia o documento norteador, disponível na web, que facilitará a
compreensão das ações destacadas neste material de estudo.
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/5589584/2/images/2/Objetivo%3A+Alimenta%C3%A7%C3%A3o+Escolar+como+Es
trat%C3%A9gia+para+Melhorar+o+Desempenho+e+Aprendizado.jpg. Acesso em: 3 de agosto de 2019.
97
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
O PNAE é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos
de Alimentação Escolar (CAE), e também pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União
(TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público.
Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada
aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino:
» Creches: R$ 1,07.
» Pré-escola: R$ 0,53.
O re p a s s e é f e i t o d i re t a m e n t e a o s e s t a d o s e m u n i c í p i o s, c o m b a s e n o Ce n s o
Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O Programa é acompanhado
e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação
E s c o l a r ( C A E ) , p e l o F N D E , p e l o Tr i b u n a l d e C o n t a s d a Un i ã o ( TC U ) , p e l a
Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público.
Com a Lei n o 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser investido na compra direta de produtos da
agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável
das comunidades.
98
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Fonte: https://www.i9treinamentos.com/wp-content/uploads/2018/06/prazo-pnate-rrcac-transporte-escolar-alagoas.jpg.
Acesso em: 3 de agosto de 2019.
O P N L D t a m b é m c o n t e m p l a a s i n s t i t u i ç õ e s c o m u n i t á r i a s, c o n f e s s i o n a i s o u
filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público. As escolas
participantes do PNLD recebem materiais de forma sistemática, regular e gratuita.
Trata-se, por tanto, de um Programa abrangente, constituindo-se em um dos
principais instrumentos de apoio ao processo de ensino-aprendizagem nas escolas
beneficiadas.
99
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_lQmDYMHJAJY/SSLB0OZitMI/AAAAAAAAAA4/UExmKMkbg3Y/w1200-h630-p-k-no-nu/
LOGO+PROINFO.jpg. Acesso em: 3 de agosto de 2019.
100
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Programas Suplementares
Ao FNDE cabe prestar apoio técnico e financeiro aos executores locais dos programas
por meio da Coordenação-Geral de Bolsas e Auxílios (CGAUX).
101
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
Visando melhorias para seus alunos e profissionais da educação adaptando para cada
realidade social.
O Fundef foi criado para garantir uma subvinculação dos recursos da educação para o
Ensino Fundamental, bem como para assegurar melhor distribuição desses recursos.
Com este fundo de natureza contábil, cada Estado e cada município recebe o equivalente
ao número de alunos matriculados na sua rede pública do Ensino Fundamental.
Além disso, é definido um valor mínimo nacional por aluno/ano, diferenciado para os
alunos de 1ª à 4ª série e para os da 5ª à 8ª série e Educação Especial Fundamental. O
Fundef foi criado pela Emenda Constitucional n o 14/1996, regulamentado pela Lei n o
9.424/1996 e pelo Decreto n o 2.264/1997 e implantado automaticamente em janeiro
de 1998 em todo o País. O Fundo é composto, no âmbito de cada Estado, por 15% das
seguintes receitas:
102
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
A e s t ra t é g i a é d i s t r i b u i r o s re c u r s o s p e l o p a í s, l e va n d o e m c o n s i d e ra ç ã o o
desenvolvimento social e econômico das regiões – a complementação do dinheiro
aplicado pela União é direcionada às regiões nas quais o investimento por aluno
seja inferior ao valor mínimo fixado para cada ano. Ou seja, o Fundeb tem como
principal objetivo promover a redistribuição dos recursos vinculados à educação.
103
CAPÍTULO 5 • Estado e Políticas de Financiamento em Educação
Por muitos anos os movimentos sociais buscaram democratizar nosso país, exigindo
maior participação nas decisões e acompanhamento das políticas públicas. A partir
da Constituição Federal de 1988, que buscou a descentralização do poder do Estado
e instituir a maior participação social na Administração Pública. Através da formação
dos conselhos de direitos foi possível exigir esta atuação e abrindo espaço e delegando
um importante papel de controle e avaliação de integrantes e articuladores sociais nos
diferentes níveis institucionais, municipal, estadual e federal.
II – serviço da dívida;
Dessa for ma, a Lei n o 8.742/1993 – Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS)
reforça a importância da participação social. Para isso, faz saber que a instituição
e funcionamento dos conselhos de assistência social é condição indispensável para
o repasse de recursos aos municípios, aos estados e ao Distrito Federal.
104
Estado e Políticas de Financiamento em Educação • CAPÍTULO 5
Fonte: https://www.blog.gesuas.com.br/controle-social-a-importancia-dos-conselhos-de-direitos/.
105
CAPÍTULO
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E
DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA DE ENSINO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 6
Introdução
Objetivos
106
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO • CAPÍTULO 6
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
107
CAPÍTULO 6 • O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que
se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam
com o exercício do magistério na rede pública.
De acordo com o último edital publicado (no 7/2018), são objetivos do programa:
108
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO • CAPÍTULO 6
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
109
CAPÍTULO 6 • O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Objetivos
O ProEB tem como finalidade a melhoria da qualidade do ensino nas escolas da educação
básica pública brasileira, à medida que:
» Cria uma rede de reflexão sobre a realidade do ensino básico público brasileiro
apontando perspectivas de mudanças e respostas aos problemas do cotidiano da
escola e da sociedade.
Instituições participantes
110
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO • CAPÍTULO 6
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Público-alvo do curso
Docentes das redes públicas de educação básica que estejam em efetivo exercício, ou
seja, atuando em sala de aula, durante todo o período do curso.
111
CAPÍTULO 6 • O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Essas ações têm por objetivo a melhoria da qualidade da educação e a implantação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, documento que aponta o trabalho,
a cultura, a ciência e a tecnologia como dimensões que devem estar contempladas nos
currículos do Ensino Médio, que deverão integrar os conhecimentos das diferentes áreas
que compõem o currículo.
O programa Ensino Médio Inovador (EMI) foi instituído pela Portaria n o 971, de 9
de outubro de 2009, no contexto da implementação das ações voltadas ao Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE). A edição atual do Programa está alinhada às
diretrizes e metas do Plano Nacional de Educação 2014-2024 e à reforma do Ensino
Médio proposta pela Medida Provisória n o 746/2016 e é regulamentada pela Resolução
FNDE n o 4, de 25 de outubro de 2016.
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O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO • CAPÍTULO 6
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
V. Cultura Corporal.
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CAPÍTULO 6 • O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
EXIGÊNCIAS ECONÔMICAS,
POLÍTICAS
PLANEJAMENTO
PROJETO
OBJETIVOS
PEDAGÓGICO
PLANOS DE
ENSINO
CURRÍCULO QUALIDADE
CONTEÚDOS COGNITIVA E
ORGANIZAÇÃO
ENSINO OPERATIVA
E GESTÃO
DAS
PRÁTICAS
APRENDIZAGENS
DE ENSINO
AVALIAÇÃO
E s s e e s q u e m a re p re s e n t a o s p a s s o s a s e re m s e g u i d o s p a ra q u e o s o b j e t i v o s
educativos possam ser alcançados e observa-se que se faz necessário acompanhar
as exigências econômicas, políticas, sociais e culturais.
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O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO • CAPÍTULO 6
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
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CAPÍTULO 6 • O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E DOS MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS NA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
limite para esta relação, o professor precisa entender qual seus limites e buscar estar
consciente de suas obrigações. Ainda é necessária a luta por direitos e valorização
profissional.
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Referências
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professoras de escolas públicas. Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 16(2), 241-257. 2013. Disponível
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Referências
Links
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Plano Decenal de Educação para Todos foi apresentado pelo governo em Nova Délhi, em um encontro promovido
pela Unicef e pelo Banco Mundial. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/.
Informações sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/fundeb.
Base Nacional Comum Curricular é um documento que ainda se encontra em discussão e construção.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/.
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