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MECÂNICA GERAL

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul

MULTIVIX
do Estado do Espírito Santo, com unidades em
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba,
destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro áreas
do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando pela
qualidade de seu ensino e pela formação
de profissionais com consciência cidadã
para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas
conceitos de excelência em ensino.

R EE II T O R
R
Estes resultados acadêmicos colocam
todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência


cidadã para o mercado de trabalho, com elevado
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Fernando Abreu

Mecânica Geral / Abreu, Fernando - Multivix, 2020

Catalogação: Biblioteca Central Multivix

2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

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LISTA DE QUADROS
>> Tabela 1. Grandezas físicas fundamentais. 26
>> Tabela 2. Conversões das grandezas físicas. 27

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LISTA DE FIGURAS
>> Figura 1 - Ilustração dos campos da mecânica 14
>> Figura 2. Grandezas vetoriais  16
>> Figura 3. Forma de representação de vetor no plano 17
>> Figura 4. Vetores com sentido contrário 18
>> Figura 5. Soma de dois vetores  18
>> Figura 6. Decomposição de vetores no espaço 19
>> Figura 7. Regra da mão direita para produto vetorial  22
>> Figura 8. Conceito de força sob objetos 23
>> Figura 9. Momento de uma força.  24
>> Figura 10. Representação de binário.  25
>> Figura 1. Ponto de aplicação da força. 31
>> Figura 2. Escolha do sistema de coordenadas.  32
>> Figura 3. Força resultante atuando sobre uma partícula 34
>> Figura 4. Determinar a força resultante 35
>> Figura 5. Decomposição e força resultante 36
>> Figura 6. Primeira Lei de Newton 37
>> Figura 7. Aplicação da primeira Lei de Newton 38
>> Figura 8. Estruturas em equilíbrio estático 39
>> Figura 9. Equilíbrio estático no ponto P 40
>> Figura 10. Força tridimensional 42
>> Figura 11. Sistema de força tridimensional e decomposição. 43
>> Figura 12. Exemplo de forças tridimensionais 44
>> Figura 13. Exemplo de equilíbrio no espaço 46
>> Figura 1 - Corpo Rígido 50
>> Figura 2 - Exemplo de corpos deformáveis  50
>> Figura 3 - Momento de binário  52
>> Figura 4 - Binários equivalentes  53
>> Figura 5 - Exemplo de binário equivalente. 54
>> Figura 6 - Corpo rígido e diagrama de corpo livre 55
>> Figura 7- Diagrama de corpo livre 57
>> Figura 8 -Reações de apoio 58

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>> Figura 9 - Reações de apoio 59
>> Figura 11 - Diagrama de corpo livre bidimensional da estrutura engastada. 60
>> Figura 12 - Equilíbrio bidimensional de uma viga
bi-apoiada 62
>> Figura 13 -Equilíbrio em três dimensões 64
>> Figura 14 - Diagrama de corpo livre em três dimensões 64
>> Figura 1 - Força de atrito estática e dinâmica  70
>> Figura 2 - Relação entre a força aplicada ao bloco e a força de atrito  71
>> Figura 3- Ângulo de atrito  73
>> Figura 4. Exemplo para determinar a força de atrito sob uma rampa 73
>> Figura 6 - Exemplo de uma estrutura isostática 76
>> Figura 5 - Classificações das estruturas  76
>> Figura 7 - Ponte exemplificando as treliças  78
>> Figura 8 - Forças de tração e de compressão em uma barra da treliça  78
>> Figura 9 - Treliça e diagrama de corpo livre  79
>> Figura 10 - Método dos nós  80
>> Figura 10 - Método dos nóS 81
>> Figura 12 - Diagrama de corpo livre dos nós 82
>> Figura 13 - Diagrama de corpo livre utilizando o método das secções 84
>> Figura 14 - Treliça plana com força concentrada 85
>> Figura 1: Centroide ou centro geométrico 89
>> Figura 2: Força peso de cada partícula do corpo  90
>> FigurA. sistema de partículas 92
>> Figura 3: Baricentro do arame homogêneo 94
>> Figura 4: Baricentro de uma superfície homogênea 95
>> Figura. Centroide pela integral 99
>> Figura. Centroide de figuras compostas 100
>> Figura 5: Superfície gerada pelo teorema 103
>> Figura 6: Volume gerado pelo teorema 104
>> Figura 7: Pressão em uma determinada altura 105
>> Figura 8: Força do fluido em uma superfície plana submersa 106
>> Figura 1: Momento de inércia de uma superfície 111
>> Figura:. Exemplo do momento de inércia por integração 112

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>> Figura 2: Ilustração para o raio de giração de uma superfície  113
>> Figura 3: Raio de giração em relação ao eixo x  113
>> Figura 4: Teorema dos eixos paralelos  116
>> Figura: Utilizando o teorema dos eixos paralelos para determinar o
momento de inércia 117
>> Figura 5: Definição de momento de inércia polar  118
>> Figura: Exemplo de momento de inércia polar 120
>> Figura 6: Produto de inércia de uma superfície 121
>> Figura 7: Teorema dos eixos paralelos para produto de inércia.  121
>> Figura 8: Sistema de coordenadas rotacionado em relação ao original  123

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA11

UNIDADE 1 1  INTRODUÇÃO A MECÂNICA GERAL13


INTRODUÇÃO DA UNIDADE13
1.1  AFINAL, O QUE É A MECÂNICA?13
1.2 VETORES15
1.3  OPERAÇÕES COM VETORES17
1.4  PRODUTO ESCALAR E PRODUTO VETORIAL20
1.5  FORÇA, MOMENTO DE UMA FORÇA E CONJUGADO23
1.6  UNIDADES FÍSICAS25
CONCLUSÃO28

UNIDADE 2 2  ESTÁTICA DOS PONTOS MATERIAIS30


INTRODUÇÃO DA UNIDADE30
2.1  FORÇA ATUANDO EM UM PONTO MATERIAL30
2.2  FORÇA RESULTANTE33
2.3  PRIMEIRA LEI DE NEWTON36
2.4  EQUILÍBRIO ESTÁTICO39
2.5  SISTEMAS DE FORÇAS TRIDIMENSIONAIS41
2.6  EQUILÍBRIO NO ESPAÇO44
CONCLUSÃO47

UNIDADE 3 3  INTRODUÇÃO DA UNIDADE49


3.1  DEFINIÇÃO DE CORPO RÍGIDO49
3.2  MOMENTO DE UM BINÁRIO E TEOREMA DA TRANSLAÇÃO DE
MOMENTOS51
3.3  DIAGRAMA DE CORPO LIVRE54
3.4  REAÇÕES NOS VÍNCULOS57
3.5  CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO60
3.6  DIAGRAMA DE CORPO LIVRE E CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO EM
TRÊS DIMENSÕES63
CONCLUSÃO67

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UNIDADE 4 4  ATRITO E EQUILÍBRIO EM ESTRUTURAS69
INTRODUÇÃO DA UNIDADE69
4.1  FORÇAS DE ATRITO69
4.2  COEFICIENTE E ÂNGULOS DE ATRITO71
4.3  EQUILÍBRIO DE ESTRUTURAS75
4.4 TRELIÇAS77
4.5  MÉTODO DOS NÓS80
4.6  MÉTODO DAS SECÇÕES83
CONCLUSÃO86

UNIDADE 5 5  CENTROIDES E BARICENTROS88


INTRODUÇÃO DA UNIDADE88
5.1  DEFINIÇÃO DE CENTROIDES E BARICENTROS88
5.2  BARICENTRO DE UM SISTEMA DE PARTÍCULAS91
5.3  BARICENTRO DE ARAMES, SUPERFÍCIES E VOLUMES HOMOGÊNEOS
93
5.4 CENTROIDES 97
5.5  CENTRO DE GRAVIDADE E TEOREMAS DE PAPO-GULDINO101
5.6  FORÇAS SOBRE SUPERFÍCIES SUBMERSAS105
CONCLUSÃO108

UNIDADE 6 6  FORÇAS DISTRIBUÍDAS: MOMENTOS DE INÉRCIA110


INTRODUÇÃO DA UNIDADE110
6.1  DEFINIÇÃO DE MOMENTO DE INÉRCIA110
6.2  RAIO DE GIRAÇÃO113
6.3  TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS115
6.4 O QUE É O MOMENTO DE INÉRCIA POLAR?118
6.5  PRODUTO DE INÉRCIA120
6.6  ROTAÇÃO DOS EIXOS122
CONCLUSÃO125

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ICONOGRAFIA

UNIDADE 1 ATENÇÃO ATIVIDADES DE


APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES

LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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MECÂNICA GERAL

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Mecânica Geral tem por objetivo definir os conceitos básicos,
capacitando ao aluno à identificação, aplicação e análise dos conhecimentos
em problemas de engenharia. Para isso, serão abordados os conceitos gerais
do que trata a mecânica e sua área de aplicação. Mais adiante, a estática dos
pontos materiais será explicitada, deixando o aluno a par sobre forças e equi-
líbrio de forças e, também, diagrama de corpos rígidos. A fim de um melhor
entendimento, o conceito de corpo rígido e, onde e quando devemos aplica-
-lo. Corpos estruturais como pontes, vigas, treliças, frequentemente visto no
ramo da construção civil, necessitam de adequadas análises e dimensiona-
mento. Dessa forma, atrito e equilíbrio de estruturas serão discutidos. Outro
importante ponto na disciplina são centroides e baricentro, necessários para
determinação do centro de gravidade de peças, ou seja, em qual posição a
massa está atuando e, também, o centro de área destas estruturas. Além dis-
so, as forças não atuam, de maneira geral, em um local localizado, mas sim de
forma distribuída, sendo necessário o estudo dessas forças distribuídas. Por
fim, todo corpo no qual possuí uma massa, existe inércia, expressando o grau
de dificuldade em colocá-lo em movimento. Dessa forma, ao final da discipli-
na, o aluno será capaz de entender os conceitos da mecânica geral e aplica-
-los de maneira adequada.

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Identificar o que


a mecânica pode
proporcionar;
> Compreender e
aplicar o conceito
de produto escalar
e vetorial nos vários
seguimentos da
mecânica;
> Conhecer a
definição de força,
momento e seu
conjugado, a fim
de entender a sua
aplicação;
> Analisar e utilizar
as unidades físicas e
suas conversões de
maneira coerente.

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MECÂNICA GERAL

1  INTRODUÇÃO A MECÂNICA
GERAL

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade se destina a apresentar uma introdução sobre o que é a mecâ-
nica, quais tipos de mecânica existem, qual estaremos estudando e, também,
para que serve a mecânica e algumas aplicações reais. Além disso, entrare-
mos na definição do que são vetores, operações com vetores e como os ve-
tores podem nos auxiliar a obter informações importantes para a aplicação
em mecânica e, em outras áreas. Vetores analisados isoladamente, às vezes
não nos traz ricas informações, porém quando aplicamos produtos escalares
e/ou vetoriais, podem nos fornece resultados valiosos. Após o entendimento
e aplicação desses conceitos, estaremos aptos a entender o conceito de força,
momento e conjugado, suas aplicações no ramo da ciência. Por fim, a com-
preensão e o entendimento das unidades físicas são de grande importância
para o estudo e, também, em como realizar suas conversões. Dessa forma, po-
demos perceber que, o entendimento do tópico seguinte faz-se fundamental
o conhecimento do anterior, de modo ao melhor aproveitamento do conteú-
do por você aluno.

1.1  AFINAL, O QUE É A MECÂNICA?


Por definição, a mecânica pode ser entendida como área das ciências físicas
na qual se dedica ao estudo do repouso e movimento de objetos sujeitos à
ação de forças. A mecânica engloba três áreas geralmente, que são a mecâ-
nica dos corpos rígidos e deformáveis e a mecânica dos fluidos. (Beer, 2013,
p.4) trata a mecânica como a ciência que descreve e prevê as condições de
repouso e movimento dos corpos sob a ação de forças. Já (James, 2009, p.3)
diz que a mecânica é a física que lida com os efeitos de forças sobre objetos.
Além disso, (James, 2009, p.3) traduz que nenhum outro tema tem um papel
maior nas análises de engenharia do que a mecânica.

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MECÂNICA GERAL

FIGURA 1 - ILUSTRAÇÃO DOS CAMPOS DA MECÂNICA

Mecânica

Mecânica Mecânica
rígida deformável

Mecânica
dos fluídos

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

A figura 1 ilustra os campos gerais da mecânica. Aplicações estão presentes


em diversos setores, tais como: civil, mecânica, aeronáutica, em ramos das
ciências (simulações geológicas), na área da medicina, problemas biomecâ-
nicos, entre outras áreas de aplicação. Ambas as áreas podem ser tratadas em
conjunto ou de forma isolada.
A forma como é abordada os campos da mecânica depende de uma análise
prévia, por exemplo, na fisiologia do corpo, como em vasos sanguíneos, po-
dendo englobar a mecânica dos fluidos (estudo do sangue), mecânica dos
corpos rígidos (supondo uma parte da veia ou artéria como rígida) e mecâni-
ca dos corpos deformáveis (a outra parte da veia ou artéria como deformável).
Cabe ao professional analisar e avaliar se para a sua aplicação, a deformação
dessa estrutura é relevante ou pode a mesma ser considerada rígida.
O conceito de mecânica dos corpos rígidos pode ser dividido em dois aspec-
tos: estática, em que trata dos objetos em repouso sob ação de forças e a di-
nâmica, que estuda as forças e suas ações sob corpos em movimento. Nesta
disciplina será estudado a mecânica dos corpos rígidos estáticos, sendo estes
considerados perfeitamente rígidos. Entretanto, na prática, todos os corpos
são deformáveis. Cabe uma análise preliminar em suas aplicações, conforme
explicitado anteriormente, para avaliação criteriosa, se a deformação deste
corpo é relevante à aplicação em questão ou este mesmo corpo pode ser con-
siderado rígido, sem grandes prejuízos.

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MECÂNICA GERAL

1.2 VETORES
Na mecânica e, em outros ramos de estudo, são utilizados dois tipos de gran-
dezas: as grandezas escalares e as vetoriais. Quando tratamos de escalar, é
associado apenas um valor a esta grandeza, seguida de sua unidade.

Quando tratamos da quantidade de massa de um


corpo, estamos tratando de uma grandeza escalar,
como, por exemplo, 10 kg. Outra grandeza escalar é
o tempo: 10 s. Além destes exemplos, outros escalar
são: densidade, volume, área, comprimento, energia,
temperatura, pressão, módulo de um vetor, etc.

Dessa forma, a grandeza escalar, exprime um valor ou intensidade de uma


grandeza física.
Já as grandezas vetoriais envolvem intensidade (módulo), direção e sentido.
Exemplos de vetores são: força, velocidade, aceleração, deslocamento, mo-
mento, dentre outras.
Na figura 2 temos uma ilustração do que venha ser um vetor. O tamanho
designa a sua intensidade, o seu módulo. A seta, no final deste segmento de
reta, uma linha, representa o sentido deste vetor. Sempre o sentido do vetor
será para onde a seta estiver apontando. Já a direção da grandeza vetorial, é a
linha na qual este vetor aponta. Se pegarmos uma linha pontilhada, passando
encima de um destes vetores, saberemos o seu sentido. Mais detalhes serão
discutidos adiante. Visualmente, podemos concluir desta ilustração que, a in-
  
tensidade de R é maior que b e, que por sua vez, é maior do que o vetor a .
Além disso, podemos concluir que os vetores possuem o mesmo sentido. Por
fim, sempre que tratamos de vetores, é fundamental designá-los pela seta
encima da letra, demostrando que esta variável, na qual estamos tratando, é
uma grandeza vetorial.

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FIGURA 2. GRANDEZAS VETORIAIS

b
a R

Fonte: Uol (2020)

Exposto sobre os vetores, iremos nos atear sobre a sua representação. As gran-
dezas vetoriais podem estar presentes em uma única dimensão, bidimensio-
nais ou tridimensionais. A fim de exemplificação, a figura 3 nos mostra um
vetor força, com intensidade, direção e sentido. A sua intensidade é de 3 uni-
dades, onde o sentido é a indicado pela seta e a direção é a representada pela
linha de ação deste vetor.
Diante disto, os vetores são trabalhados decompostos nos eixos coordenados.
A força, presente na figura 3, pode ser expresso da seguinte forma

=F F î + F Jˆx y

onde Fx e Fy representam a decomposição deste vetor no plano, e o ângu-


lo nos auxiliara para realizar esta decomposição. Vetores tridimensionais são
definidos da mesma forma, porém teríamos uma outra força na direção do
outro eixo coordenado, ou seja,

F =Fxî + Fy J�
+ Fz k .

Já a intensidade deste vetor é definida pelo seu módulo,



F = Fx2 + Fy2 + Fz2 = 3 unidades (un)

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FIGURA 3. FORMA DE REPRESENTAÇÃO DE VETOR NO PLANO

y
Linha de ação

n B
1u
n
1u
n
1u

Fonte: Elaborada pelo autor.

Assim sendo, a decomposição é realizada se apossando de propriedades tri-


gonométricas, como: 
F=
x F ⋅ cos ( 30∫ )

F=
y F ⋅ sen ( 30∫ )

1.3  OPERAÇÕES COM VETORES


O ângulo do vetor nos auxilia a encontrar as suas componentes. Além disso,
ajuda em operações como soma, subtração e decomposição de vetores. Su-

ponha um vetor F e o seu negativo. Este segundo vetor negativo terá a mes-

ma intensidade e direção de F , porém estará em sentido contrário, conforme
a figura 4.

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FIGURA 4. VETORES COM SENTIDO CONTRÁRIO

-F

Fonte: Adaptada de James (2009)

As operações mais importantes com vetores são adição, subtração e divisão.


Segundo (James, 2009, p.5), os vetores devem obedecer à lei do paralelogra-
mo, que nos diz que quando temos dois vetores em um mesmo plano, estes
podem ser substituídos por um único vetor equivalente, no qual a diagonal
deste paralelogramo é o vetor equivalente, conforme consta na figura 5. Esta
relação é denominada de soma vetorial.

FIGURA 5. SOMA DE DOIS VETORES

Fonte: Adaptada de James (2009)

A soma vetorial destes vetores podem ser representadas por:


  
V= V1 + V2

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
Da mesma forma, se o vetor V2 tivesse em sentido contrário da figura 5, este
  
agora seria o negativo do vetor V2 , ou seja, −V2 . Dessa forma, a resultante V é
dada por,
  
V= V1 − V2 .
Assim sendo, esta operação é uma subtração vetorial. Vale ressaltar que, na
soma e subtração de vetores a ordem dos fatores não altera o produto. Supo-
nha que estes vetores estão no plano, sendo:
 
=V1 V1xî + V1 y Jˆ e =
V2 V2 xî + V2 y Jˆ .
Outra forma de representação destes vetores, não muito usual, mas que auxi-
lia nos cálculos é dado abaixo:
 

V1 = (V1x ,V1 y ) e V2 = (V2 x ,V2 y )

  
Soma vetorial: V1 + V2 = (V1x + V2 x ) Ó+ (V1 y + V2 y ) J�
 
Subtração vetorial: V1 − V2 = (V1x − V2 x ) Ó+ (V1 y − V2 y ) J�
Conforme discutido no tópico anterior sobre a decomposição de vetores no
plano, temos também os vetores tridimensionais. A fim de um melhor en-
tendimento sobre vetores e decomposição de vetores no espaço, observe a
figura 6.

FIGURA 6. DECOMPOSIÇÃO DE VETORES NO ESPAÇO

Fonte: Adaptada de James (2009)

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A decomposição dos vetores, neste caso, segue a mesma lógica do anterior,


porém devemos nos atentar aos ângulos indicados. O vetor V e o seu módulo
são representados por:

= VxÓ+ Vy J�+ Vz k
V

Na forma decomposta, podemos expressar o vetor V como sendo,



V = V cos (θ x )  Ó+ V cos (θ y )  J�+ V cos (θ z )  k ,
onde V representa o módulo do vetor, dado por:
V
= Vx2 + Vy2 + Vz2 .

1.4  PRODUTO ESCALAR E PRODUTO VETORIAL


Produto escalar e produto vetorial também são operações com vetores, po-
rém levam em consideração outros conceitos. Quando temos uma grande-
za escalar (a e b, por exemplo), podemos simplesmente multiplicar os dois e
obter o produto. Porém, quando se trata de vetores esta multiplicação é cha-
mada de produto escalar e produto vetorial. A distinção entre esses dois tipos
de produtos é que o produto escalar produz um número escalar e o produto
vetorial resulta em um outro vetor.
Denomina-se produto escalar ou produto interno entre dois vetores, como
sendo:
 
A⋅ B =Ax Bx + Ay By + Az Bz

sendo este produto um número real, ou seja, um escalar. Todo produto escalar
 
é designado por este ponto entre os dois vetores A ⋅ B . Outra forma de escrita
   
do produto escalar é < A, B > e, a leitura deste produto é " A escalar B .

O produto escalar também pode ser utilizado de um


vetor por uma matriz, desde que seja compatível o
seu produto. Isto faz com que a ordem esta matriz
seja reduzida. Suponha o produto de um vetor no
espaço, por uma matriz 3x3. Este produto gerara um
vetor de ordem 3. Portanto, nem sempre o produto
escalar é um número real, servindo para reduzir
a ordem de matrizes. Mas lembre-se, sempre o
produto escalar entre dois vetores é um número real.

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Umas das aplicações do produto escalar é a determinação do módulo de um


vetor, no qual é definido como a raiz quadrada do produto escalar entre os
  
dois vetores iguais, =
A A⋅A.
Além disso, o ângulo formado entre dois vetores, pode ser correlacionado com
o seu produto escalar, da seguinte forma:
   
A⋅ B =A B cos (θ ) .
Existem algumas propriedades para o produto escalar, independentemente
  
dos vetores adotados. Sejam os vetores A = (ax , a y , az )
, B=(
bx , by , bz )
eC =(
cx , c y , cz )
, e ainda, suponha uma constante k , real e qualquer. Diante do exposto, temos
as seguintes propriedades:
   
I ) A ⋅ B =⋅
B A

       
( )
II ) kA ⋅ B= kB ⋅ =
A ( )
k A ⋅ B = B ⋅ kA ( ) ( )
  2
III ) A ⋅ A = A

      
IV ) A ⋅ ( B + C )= A ⋅ B + A ⋅ C

Caso um vetor seja perpendicular ao outro (condição de ortogonalidade), o


seu produto escalar é zero.
O produto vetorial, diferentemente do produto escalar, gera um novo vetor.
Para entendermos melhor sobre, vamos explicitar a “regra da mão direita”,
 
conforme segue a figura 7. Seja o produto vetorial entre os vetores V × W . Pri-
meiramente, devemos colocar os quatro dedos da mão direita na direção do
 
vetor V , girar em sentido o vetor W e para onde apontar o polegar, será o
sentido do produto vetorial, sempre perpendicular ao plano forma pelos dois
vetores. Além disso, o produto vetorial entre dois vetores perpendiculares é
um vetor nulo.

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FIGURA 7. REGRA DA MÃO DIREITA PARA PRODUTO VETORIAL

Fonte: Santos (2018)


 
Seja V =Vxî + Vy Jˆ + Vz kˆ e W =Wxî + Wy Jˆ + Wz k
, o produto vetorial entre estes dois
vetores é dado pelo determinante da seguinte matriz,

i j k
 
V ×W
= Vx Vy V=z (
V W −V W )
y î +(
z V W −V W )
z y +(
J�V W −V W )
z k
x x z x y y x

Wx Wy Wz


ˆ 
Suponha os seguintes vetores V =1î − 3 J + 4k e
  
W= −5î + 4 Jˆ − 3k
, o produto vetorial de V e W vale:
i j k
  −3 4 1 4 ˆ 1 −3 
V ×W = 1 −3 4 = î− J+ k
4 −3 −5 −3 −5 4
−5 4 −3
 
V ×W =−7î − 17 Jˆ − 11k

A fim de complementar os estudos, busque sobre as


propriedades do produto vetorial e, também sobre
produto misto em: https://regijs.github.io/gaal/sum33.
html.

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1.5  FORÇA, MOMENTO DE UMA FORÇA E


CONJUGADO
Força pode ser entendida como uma quantificação da interação entre dois cor-
pos físicos, ou seja, quando temos dois objetos entrando em contato entre si.
(Beer, 2013, pg. 4) definem a força como sendo ação de um corpo sobre outro.
Além disso, pode ser exercida devido o contato direto dos corpos ou por uma
distância (forças gravitacionais e eletromagnéticas). (James, 2009, p.3) definem
a força da mesma forma que (Beer, 2013). Entretanto, o mesmo nos diz que, exis-
te uma tendência dessa força em colocar o corpo em movimento, tendo uma
direção da sua linha de ação, pois a força é uma grandeza vetorial, conforme dito
anteriormente.
Assim sendo, o conceito de força é abstrato e, devem ser aceitos como bem
definidos de maneira intuitiva, a fim de utilizados como base e referência
para nosso estudo. A figura 8 ilustra o vetor força atuando sobre um objeto.
Cada pessoa exerce uma força sobre a corda. Podemos observar que a pessoa
realiza uma força sob a corda e, essa por sua vez, exerce uma força sob a outra
pessoa. Dessa forma, a força exercida sob este objeto pode fazê-lo entrar em
movimento ou permanecer em repouso.

FIGURA 8. CONCEITO DE FORÇA SOB OBJETOS

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

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O momento de uma força, momento ou torque pode ser definido pela capa-
cidade dessa força realizar um movimento de rotação de um objeto em torno
de um eixo, sendo que o eixo não pode ser paralelo à direção da força, pois
resultaria em um momento nulo desta força.
James (2009, p. 29) nos diz que existe uma tendência de a força mover o corpo
em sua linha de ação. Além disso, essa mesma força tende a fazer com que
este corpo gire ou rotacione em torno de um determinado eixo.
Também, o momento de uma força pode ser entendido como sendo o produ-
to de uma força pela distância do local de aplicação da força até o eixo de ro-
tação. Diante disto, podemos perceber que, o momento de uma força é uma
grandeza vetorial, obtido pelo produto vetorial da distância pela força.

FIGURA 9. MOMENTO DE UMA FORÇA.

Fonte: Uol (2020)

A figura 9 nos fornece o momento de uma força. São diversas aplicações deste
conceito, tais como: a troca de pneu de um carro, quando a porca é retirada, o
eixo de rotação que saí do motor, a abertura de uma porta, dentre diversas outras.
O binário também é um momento produzido, porém este é resultado da ação
de duas forças tendo mesma direção e intensidade. Entretanto, os sentidos
destas forças devem ser opostos.
Beer (2013, p. 96) definem binário como sendo: duas forças de mesma inten-
sidade, atuando em linhas de ação paralelas, mas em sentidos opostos. Pode-
mos perceber que, a resultante destas forças, a soma vetorial de ambas, resul-
ta em um vetor nulo. Porém, o binário ou a soma dos momentos produzidos
por estas forças não são nulos.

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Já James (2009, pg. 37) traduz que o binário é o momento produzido por duas
forças não colineares, iguais e opostas. No fim das contas, ambos os autores, nos
dizem as mesmas definições para binário, apenas relatados de formas diferentes.

FIGURA 10. REPRESENTAÇÃO DE BINÁRIO.

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

Observa-se na figura 10, que temos duas forças de mesma intensidade e dire-
ção, porém, em sentidos contrários separadas por uma certa distância. A atu-
ação destas forças irá gerar um binário, fazendo com que este corpo rotacione
em um eixo perpendicular ao plano da folha.

1.6  UNIDADES FÍSICAS


As chamadas unidades físicas podem ser denominadas, também, de gran-
dezas físicas. Quando se trata de grandezas, estamos nos referindo a algo no
qual pode ser medido, tais como: massa, tempo, velocidade, força, momento.
Embora existam diversas unidades físicas, alguns padrões são definidos por
grandezas fundamentais e as demais chamadas de grandezas derivadas.
Em meados dos anos 1960, as quantidades de unidades de medidas eram
muito vastas. Basicamente, cada região do mundo possuía a sua unidade de
medição. Porém, esta grandiosidade de grandezas de medidas atrapalham
os trabalhos de medidas, além de muitas divergências. Assim sendo, houve
uma padronização mundial, surgindo o Sistema Internacional de Unidades
(SI). Além deste sistema, também existe o Sistema Inglês de Unidades, sendo
estes os dois mais utilizados em todo o mundo nos dias atuais.

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Este sistema definiu as grandezas fundamentais, tais como constam na ta-


bela 1. As demais unidades conhecidas são derivadas das fundamentais que
constam na tabela 1, tais como conhecemos: força, aceleração, momento,
energia, potência, dentre várias outras.

TABELA 1. GRANDEZAS FÍSICAS FUNDAMENTAIS.

Grandeza física Unidade Símbolo

Comprimento Metro m

Massa Quilograma kg

Tempo Segundo s

Corrente Elétrica Ampere A

Temperatura Kelvin K

Quantidade de matéria mol mol

Intensidade Luminosa Candela cd

Fonte: Elaborada pelo autor.

Conhecidas as grandezas fundamentais, vocês conseguem identificar as que


são utilizadas na mecânica geral? São elas a massa, comprimento e tempo,
correspondente ao chamado sistema KMS. Além do sistema internacional de
medidas, temos também o sistema inglês, que na mecânica pode ser deno-
minado de FPS (Feet, Pound, Second).

A unidade de força é dada em Newton (N),


equivalente à:
m
N 1kg ⋅
1=
s2 ,

Já a unidade de momento de uma força é o produto


entre a força e uma distância:
m2
1N ⋅ m = 1kg ⋅ 2
s .

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A tabela 2 nos mostra as conversões entre o sistema inglês de medidas e o


internacional, para as medidas utilizadas em mecânica:

TABELA 2. CONVERSÕES DAS GRANDEZAS FÍSICAS.

Grandeza física Unidade Símbolo Conversão para SI

Comprimento Pé ft 1ft = 0,3048 m

Comprimento Polegada in 1in = 0,0254 m

Massa Libra massa lbm 1lbm = 0,4536 kg

Massa Libra massa slug 1slug = 14,5939 kg

Força Libra força lbf ou lb 1lbf = 4,448 N

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

Vamos converter a unidade Pascal (Pa) para o SI


de medidas utilizando as unidades fundamentais.
Pascal é dado por uma força sobre uma
determinada área, dessa forma:
N m 1 kg
1Pa = 1kg ⋅ 2 2 =
1 2= 1 2
m s m s ⋅m

As unidades são fundamentais para resolução de problemas na prática. Para


isso, existe o conceito de homogeneidade dimensional, que nada mais é do
que a soma de unidades iguais. Uma soma de quantidade que possuí uni-
dades diferentes está errada em suas dimensões. Suponha uma força dada
em Newton e a outra dada em libra-força. Ambas representam o vetor força.
Entretanto, com unidades distintas, não podendo ser somadas à priori. Dessa
forma, devem ser realizadas as devidas conversões e posteriormente somadas.

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MECÂNICA GERAL

A fim de complementar o estudo, assistam o vídeo


do professor Ferreto. Ele explica com bastante clareza
os detalhes do sistema de unidades e, também,
sobre conversões de unidades. Fonte: Farreto, 2018,
Sistema métrico nacional – Transformações de
unidades – Matemática básica – Aula 13

CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou o conceito sobre a mecânica, de forma, geral. Além
disso, foi introduzido o conceito de vetores, operações com vetores, produto
escalar e vetorial. Também, o conceito de força, momento de uma força e
conjugado foram apresentados. Por fim, as unidades físicas foram discutidas
e suas conversões.
Dessa forma, somos capazes de determinar as componentes de vetores, a in-
tensidade, além de realizar operações com os mesmos. Além disso, os concei-
tos de força, momento e conjugado foram apresentados e podem ser discu-
tidos sobre seus conceitos. Conversões de unidades físicas e a sua utilização
de maneira adequada é de suma importância. Com o exposto ao longo da
unidade, somos capazes de identificar e converter as unidades.

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender e
conhecer a definição
de ponto material e
identificar situações
em que é possível
aplicá-la;
> Conhecer e
dominar o conceito
de primeira lei
de Newton e sua
aplicação;
> Caracterizar
a condição de
equilíbrio estático;
aplicar as condições
de equilíbrio estático
e analisar se os
corpos estão em
equilíbrio, tanto
no plano como no
espaço.

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2  ESTÁTICA DOS PONTOS


MATERIAIS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, estudaremos sobre as forças atuando em um ponto material
no plano e no espaço. A referência de ponto material é simplesmente consi-
derarmos todas as forças atuando em um dado ponto, não levando em con-
sideração a dimensão e o tamanho dos corpos. É fundamental entendermos
bem as forças no plano, pois no espaço é apenas um complemento.
Além disso, analisaremos a resultante dessas forças atuando sobre o ponto e,
também, aplicações da primeira lei de Newton. A força resultante nada mais
é do que uma força que representa a soma de todas as demais atuando sobre
o ponto material.
Por fim, utilizaremos as forças atuantes e a resultante a fim de analisarmos
o equilíbrio estático destes pontos materiais, seguindo da análise de pontos
materiais no espaço.

2.1  FORÇA ATUANDO EM UM PONTO MATERIAL


Conforme estudamos na unidade anterior, a força é representada por um
campo vetorial, ou seja, ela tem intensidade direção e sentido. Além disso, o
ponto na qual está atuando é o denominado de ponto material ou ponto de
aplicação.
O ponto material pode ser definido como sendo um corpo no qual suas di-
mensões não são relevantes para a aplicação. Assim sendo, podemos consi-
derar que um corpo de dimensões tais se resume a apenas um ponto para
realizar os cálculos.

Note que não estamos dizendo que o corpo a ser


estudado tem de ser pequeno. Mas sim que, suas
dimensões e geometria não são relevantes para o
estudo. Veja o exemplo abaixo.

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Considere um avião saindo de São Paulo - SP e


chegando a Curitiba - PR. Estamos interessados em
identificar a velocidade média deste avião. Para isso,
iremos precisar do tempo de viagem e da distância
percorrida entre as duas cidades. Com estes dados
podemos determinar a velocidade média do avião.
Note que as dimensões e a geometria do avião não
são relevantes para o cálculo da velocidade média,
podendo este ser considerado um ponto material a
fim de determinar a velocidade média.

FIGURA 1. PONTO DE APLICAÇÃO DA FORÇA.

N
10
A 30º

N
10
A 30º

Fonte: Adaptada de Beer (2013)

Observe a figura 1. O ponto A é o ponto de aplicação dessas forças. É de suma


importância a identificação deste local, pois o equilíbrio estático, que será es-
tudo mais adiante, depende fortemente desta posição. Além disso, devemos
saber qual o sentido, conforme informam nas subfiguras (a) e (b). No caso de
(a) a força de 10 N está realizando uma força de tração no ponto de aplicação,
pois ela está “puxando” o ponto A. Já em (b) essa força realiza um processo de
compressão, devido estar “empurrando” o ponto A.

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Além desses conceitos e definições, é muito importante realizar a decompo-


sição destes vetores, confirmo visto na unidade anterior e nos estudos com-
plementares. Adote os eixos conforme consta na figura 1. A decomposição é
realiza da seguinte maneira:
caso (a):
F=
x 10 ⋅ cos(30º )
F=
y 10 ⋅ sen(30º )

caso (b):
Fx =−10 ⋅ cos(30º )
Fy =−10 ⋅ sen(30º )

Observe, pelos exemplos, que os sentidos das componentes da força depen-


dem da escolha dos eixos coordenados. A forma como é realizada esta es-
colhe é livre. Entretanto, isso pode dificultar ou facilitar os cálculos. Veja os
exemplos de escolha de eixos coordenados na figura 2.

FIGURA 2. ESCOLHA DO SISTEMA DE COORDENADAS.

Fonte: Adaptada de Meriam (2018)

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Podemos observar, pela figura 2, que é possível adotar o sistema de coorde-


nadas que acharmos mais conveniente. Entretanto, a decomposição do vetor
força pode ser mais fácil ou mais difícil. A decomposição das subfiguras (a), (b),
(c) e (d), respectivamente, são:
Fx = Fsen( b )
Fy = F cos( b )

Fx = − F cos( b )
Fy = − Fsen( b )

=Fx Fsen(p − b )
Fy =
− F cos(p − b )

=Fx F cos( b − a )
=Fy Fsen( b − a )

Diante do exposto, é necessário realizar as decomposições das forças a fim de


analisarmos a resultante, que será explicitado mais adiante.

Uma força de intensidade F = 500 N forma com a


horizontal um ângulo de 36.87°, aproximadamente.
Considerando a coordenada y na vertical (positivo
para cima) e x na horizontal (positivo para a
direita) e, sabendo que a força está orientada no
sentido positivo de x e negativo de y, determine as
componentes x e y e o vetor força:
Fx =
F ⋅ sen(36.87º ) =
300 N

Fy =− F ⋅ cos(36.87º ) =−400 N

=F (300 N )ˆι − (400Ν) Jˆ

2.2  FORÇA RESULTANTE


Suponha duas forças atuando sobre um determinado ponto, figura 3. Temos
as forças 1 e 2 atuando sobre o ponto P. A força resultante, R, é uma única força
que atua sobre a partícula causando os mesmos efeitos que as duas juntas,
ou seja, duas ou mais forças que atuam sobre um ponto material podem ser

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MECÂNICA GERAL

substituídas por uma única força com intensidade direção e sentido tal que
tenha o mesmo efeito sobre a partícula.

FIGURA 3. FORÇA RESULTANTE ATUANDO SOBRE UMA PARTÍCULA


F1

R

P

F2
Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

A força resultante será muito utilizada para fazermos o equilíbrio de forças. A


sua determinação nada mais é do que a soma dos vetores força 1 e 2. Entre-
tanto, em grande parte das aplicações adotaremos um sistema de coordena-
das, as forças 1 e 2 são decompostas nestes eixos e será realizada a soma das
componentes, resultando na força resultando sobre o ponto.

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Vejamos o exemplo a seguir. Dado a figura 4,


determine a força resultante atuando no ponto x = 0
e y = 0 e o ângulo que a força resultante faz com o
eixo coordenado x. Para isso, é necessário decompor
as forças nos eixos coordenados x e y.

FIGURA 4. DETERMINAR A FORÇA RESULTANTE

20KN 20KN

30º 30º

70KN

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Rx = 20 ⋅ cos(30º ) − 20 ⋅ cos(30º ) = 0 N

20 ⋅ sen(30º ) + 20 ⋅ sen(30º ) − 70 =
Ry = −50 kN


R (0 N)ˆι − (50kN ) J�
=

Portanto, o vetor resultante deste sistema de força


sem encontra apenas no eixo no sentido negativo de
y e o essa força resultante faz com a horizontal um
ângulo de 90°.

Vejamos um novo exemplo para a determinação da força resultante atuando


sobre um parafuso. Analise a figura 5. Temos duas forças atuando sobre o
parafuso. Uma faz um ângulo de 30° com a horizontal e a outra força possuí

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um ângulo de 60° com a horizontal (a soma de 30° com 30°). Dessa forma,
devemos decompor essas duas forças e somar suas componentes para deter-
minarmos a força resultante sobre o parafuso.

FIGURA 5. DECOMPOSIÇÃO E FORÇA RESULTANTE

y
F1=30KN
X

F2=60KN
º
30
30º

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

R=
x 60 ⋅ cos(30∫ ) + 30 ⋅ cos(
= 60∫ ) 15 2 3 + 1 kN ( )
R=
y 60 ⋅ sen(30∫ ) + 30 ⋅ sen(=
60∫ ) 15 ( )
3 + 2 kN

Além disso, podemos determinar o ângulo que este vetor resultante faz com
a horizontal. No caso, o ângulo é dado por:

R 
=q arcsen  y  ≈ 56,72º
 R x

2.3  PRIMEIRA LEI DE NEWTON


A primeira lei de Newton nos diz que todo corpo tende a permanecer em es-
tado de repouso (caso este já está em repouso) ou em movimento com uma
velocidade constante, caso todas as forças que atuam sobre ele se anulem.
Em outras palavras, o corpo ficará em repouso ou em movimento retilíneo
uniforme se a força resultante atuando sobre ele for nula.
Beer (2013, p. 36) afirma que caso a força resultante atuando sobre uma par-
tícula resultar em um vetor nulo, a partícula permanecerá em repouso (caso
já estivesse em repouso) ou ficará em movimento com uma velocidade cons-
tante em linha reta (caso já estivesse em movimento).

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A primeira Lei de Newton também é denominada de Lei da Inércia. Mas afi-


nal, o que é Inércia? A inércia é uma propriedade que está relacionada com
a matéria. Todos os objetos ou corpos que possuem uma massa diferente de
zero possuem uma inércia. É uma propriedade fazendo com que o corpo se
oponha a qualquer ação que tende a retirar seu estado de repouso. Vejamos
o exemplo:

Suponha que você está viajando em seu veículo


automotor, ou dentro de um ônibus, avião, trem e,
até mesmo, em uma charrete. Quando este objeto
é posto em movimento, seja pelo motor, turbina ou
pelo cavalo, sentimos nosso corpo ser empurrado
para trás. E, de forma contrária, quando este objeto
tende a parar, sentimos nosso corpo ser arremessado
para parte da frente. Esses mecanismos são a inércia
do nosso corpo tendendo a mantê-lo conforme ele
se encontra.

Dessa forma, podemos ter uma partícula estática ou em movimento, porém


sempre a força resultante será nula, confirme afirmou Isaac Newton. Analise
a figura 6.

FIGURA 6. PRIMEIRA LEI DE NEWTON

Fonte: Adaptada de Beer (2013)

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Conforme a primeira lei de Newton nos traduz, a força resultante atuando


sobre a partícula A deve ser nula para este objeto permanecer em repouso ou
em movimento retilíneo uniforme. Assim sendo, esses vetores força devem
resultar em um vetor resultante nulo. Para realizar estes cálculos é necessário
decompor as forças e encontrar a resultante, conforme segue:
Rx =
1350 − 900 ⋅ sen(30º ) − 1800 ⋅ sen(30º ) =
0N
Ry =
−779, 4 − 900 ⋅ cos(30º ) + 1800 ⋅ cos(30º ) =
0N
Dessa forma, podemos concluir que a partícula A permanecerá em repouso
ou em movimento retilíneo uniforme.
Vejamos outro exemplo a respeito da primeira lei de Newton.

FIGURA 7. APLICAÇÃO DA PRIMEIRA LEI DE NEWTON

X F3=300N
F1=500N

60º 60º

30º 30º

F4=500N F2=300N

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Conforme dito anteriormente, para aplicarmos a primeira lei de Newton, é


necessário determinar a resultante das forças que atuam sobre o ponto P da
figura 7. Dessa forma:
Rx = 300 ⋅ cos(30º ) + 500 ⋅ cos(60º ) − 500 ⋅ cos(30º ) − 300 ⋅ cos(60º )
Rx = −73.2 N

Ry = −300 ⋅ sen ( 30∫ ) + 500 ⋅ sen(60∫ ) − 500 ⋅ sen(30∫ ) + 300 ⋅ sen(60∫ )


Ry = 292.82 N

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Portanto, podemos concluir que a partícula P não ficará em repouso, pois a


força resultante sobre esta partícula não será nula.

2.4  EQUILÍBRIO ESTÁTICO


O equilíbrio pode ser estático ou dinâmico. O equilíbrio dinâmico é quando o
corpo se encontra em movimento retilíneo uniforme, ou seja, a primeira lei de
Newton é satisfeita, porém o corpo já estava em movimento e permanece, só
que por um movimento constante. Já o equilíbrio estático é quando a primei-
ra lei de Newton também é satisfeita e quando os momentos causados por
estas forças são nulos, ou seja, os corpos em equilíbrio estático se encontram
em repouso. Para isso, além da resultante das forças resultarem em um vetor
nulo, os momentos das forças sobre o corpo devem resultar em um momen-
to nulo para haver o equilíbrio estático.
Esta condição de equilíbrio se encontra em diversas aplicações e estruturas
do nosso cotidiano. Observe as figuras 8. Para que estas estruturas permane-
çam de pé, é necessário haver equilíbrio estático, ou seja, a resultante da força
é nula sobre elas e, também, a resultante dos momentos destas forças é nula.

FIGURA 8. ESTRUTURAS EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

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O equilíbrio estático é postulado, no plano, por:


∑ Fx = 0
∑F = 0y

∑M = 0
Quando são satisfeitas todas estas condições, temos o equilíbrio estático. Va-
mos analisar o exemplo a seguir:

FIGURA 9. EQUILÍBRIO ESTÁTICO NO PONTO P

X F3=300N
F1=500N

60º 60º

30º 30º

F4=500N F2=300N

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

A figura 9 representa um conjunto de quatro forças atuando no ponto P. Va-


mos determinar a força desconhecida para que o sistema esteja em equilíbrio
estático. Para isso, temos que:
∑ Fx = 300 ⋅ cos(30º ) + F1 ⋅ cos(q ) − 300 ⋅ cos(60º ) − 500 ⋅ cos(30º ) = 0
323, 21
F1 =
cos(q )

∑F y −300 ⋅ sen(30º ) + F1 ⋅ sen(q ) + 300 ⋅ sen(60º ) − 500 ⋅ sen(30º ) =


= 0

140,19
F1 =
sen(q )

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Igualando as duas equações, temos que:


323, 21 140,19
=
cos(q ) sen(q )

323, 21 140,19
=
cos(q ) sen(q )
140,19
tg=
(q ) →
= q 23, 45º
323, 21

F
Dessa forma, foi determinado o ângulo que a força 1 deve fazer com a hori-
zontal, de maneira que o ponto P esteja em equilíbrio estático. Posteriormen-
F
te, vamos determinar a força 1 necessária, utilizando qualquer das condições
de equilíbrio:
140,19
F1 =
sen(23, 45)

F1 = 352,3 N

Portanto, esta força de 352,3 N fazendo um ângulo de 23,45° com a horizontal


faz com que a partícula P esteja em equilíbrio estático, quando submetida ao
sistema de forças conforme consta na figura 9.
Vale ressaltar que, o somatório de momento não é necessário, uma vez que
todas as forças passam pelo mesmo ponto P, já garantindo que o vetor mo-
mento neste ponto seja nulo.

A fim de complementação dos estudos, vejam nas


páginas 23 até 36 de Beer (2013), que trata sobre
forças, decomposição de forças e equilíbrio estático.

2.5  SISTEMAS DE FORÇAS TRIDIMENSIONAIS


Até aqui foram considerados forças atuando no plano e equilíbrio de forças
bidimensionais. Entretanto, muitos problemas na área de mecânica necessi-
tam de análise de forças no espaço ou forças tridimensionais.
Vejamos a figura 10. Para analisarmos as forças no espaço é necessário realizar
a sua decomposição. As variáveis ι̂ , Ĵ e k̂ são as chamadas coordenadas ca-

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MECÂNICA GERAL

nônicas e fazem referência aos eixos x , y e z , respectivamente. Dessa forma,


existe a necessidade de realizar a sua decomposição, conforme segue:

FIGURA 10. FORÇA TRIDIMENSIONAL

Fonte: Adaptado Meriam (2018).


Fx = F cos(qx )
Fy = F cos(q y )

Fz = F cos(qz )

Quando utilizamos sistemas tridimensionais para representação das forças,


surge a necessidade de utilizar algumas ferramentas auxiliares, a fim de sim-
plificação das contas. Geralmente, no espaço, são dadas as coordenadas de
onde a força atua até o seu ponto final, ou seja, são informadas coordenadas
(distâncias).

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FIGURA 11. SISTEMA DE FORÇA TRIDIMENSIONAL E DECOMPOSIÇÃO.

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Observe a figura 11. Temos uma distância dada entre os pontos A e B. Seja a
intensidade desta distância dada por:
( x1 − x2 ) + ( y1 + y2 ) + ( z1 − z2 )
2 2 2
=d

Dessa forma, as componentes da força são definidas como


x −x
Fx = F 1 2
d
y −y
Fy = F 1 2
d
z1 − z2
Fz = F
d

De maneira menos dificultosa, determinamos as componentes da força. En-


tretanto, podemos avaliar que esta decomposição não nos fornece o sentido
das componentes da força. Para isso, devemos analisar o sentido do vetor for-
ça no espaço e atribuirmos o sinal a cada componente. Vejamos o exemplo a
seguir. Determinares a tensão no segmento PO.

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FIGURA 12. EXEMPLO DE FORÇAS TRIDIMENSIONAIS

Fonte: Adaptado Beer (2013)

O ponto P e o ponto O contêm as seguintes coordenadas, adotando o sistema


conforma a figura 11:
= (0, +5,0) e 0 =
P (+4,0, −3)

d= (0 − 4) 2 + (5 − 0) 2 + (0 + 3) 2 = 5 2m

0−4
Fx =
+5000 +2828, 43 N
=
5 2
5−0
Fy =
−5000 −3535,53 N
=
5 2
0+3
Fz =
−5000 −2121,32 N
=
5 2

Podemos avaliar que, as componentes y e z da força são negativas devido es-


tar saindo do ponto P (+y, +z) e indo até o ponto O(-y, -z).

2.6  EQUILÍBRIO NO ESPAÇO


O equilíbrio no espaço segue os mesmos passos para o equilíbrio no plano.
Entretanto, agora, temos mais coordenadas a serem analisadas. Para existir
equilíbrio no espaço, o somatório de forças nas três direções deve ser nulo e,
também, o somatório do momento dessas forças nas três direções espaciais
deve ser nulo, ou seja:

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∑F x =0

∑F y =0

∑F z =0

∑M x =0

∑M y =0

∑M z =0

Vamos exemplificar o equilíbrio no espaço. A força W = 1000 N , faz referência a


um peso sobre a corda, onde a força P é um equipamento segurando este
peso, a fim de manter o equilíbrio estático. Para isso, vamos determinar a for-
ça P necessária para manter o equilíbrio.
AC =(0 − 1.12,12 − 2, −10 − 0) =(−1.2,10, −10)m

AC = (−1.2) 2 + 102 + (−10) 2 = 14.193m

AB =(0 − 1.2,12 − 2,8 − 0) =−


( 1.2,10,8)m

AB = (−1.2) 2 + 102 + (8) 2 =12.862m

Determinado os vetores distância e seus módulos, podemos determinar as


tensões nos cabos:
 AC (−1.2,10, −10) TAC
T=
AC TAC ⋅ = TAC ⋅ = − 10kˆ) N
⋅ (−1.2ˆι +10 J�
AC 14.193 14.193

 AB (−1.2,10,8) TAB
T=
AB TAB ⋅ = TAB ⋅ = ⋅ (−1.2ˆι +10 Jˆ + 8kˆ) N
AB 12.862 12.862

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FIGURA 13. EXEMPLO DE EQUILÍBRIO NO ESPAÇO

Fonte: Adaptado Beer (2013)

O vetor peso (W) e a força do equipamento P são dados nas seguintes coor-
denadas:

W = (−1000 N ) Jˆ

= P ( P N )ˆι

Fazendo o equilíbrio estático das forças tridimensionais, temos que:


TAC T
∑F x + P − 1.2 ⋅
=
14.193
− 1.2 ⋅ AB =
12.862
0

TAC T
∑F y =−1000 + 10 ⋅
14.193
+ 10 ⋅ AB =
12.862
0

TAC T
∑F z =−10 ⋅
14.193
+ 8 ⋅ AB =0
12.862
Do somatório de forças na coordenada z, temos:
= TAC 0.8828 ⋅ TAB

Substituindo este valor no somatório de forças em y, resulta em:

0.8828 ⋅ TAB T
−1000 + 10 ⋅ + 10 ⋅ AB = 0
14.193 12.862

TAB = 714,55 N

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Portanto, temos que:


TAC 0.8828 ⋅ 714.55
=
TAC = 630.80 N

Determinado as forças que atuam nos cabos, podemos voltar no somatório


da componente x, e encontrar a força necessária P para manter o sistema em
equilíbrio estático:
630.80 714,55
P − 1.2 ⋅ − 1.2 ⋅ 0
=
14.193 12.862

P = 120 N

Portanto, as forças que atuam no sistema e a força necessária para manter a


estrutura em equilíbrio estático valem:

TAC = −53,33ˆι + 444, 44 Jˆ − 444, 44 kˆ N

TAB = −66,67 ˆι + 555,55 Jˆ + 444, 44 kˆ N

= P 120 N ˆι

CONCLUSÃO
Nesta unidade, apresentamos o conceito de ponto material e forças atuando
em pontos materiais. Além disso, foi discutido o resultante dessas forças, na
qual podemos substituir todas as forças atuando em um ponto por uma úni-
ca força equivalente, sendo equivalente a primeira Lei de Newton.
Ademais, foram abordadas às forças no plano ou bidimensional. Vimos que
para existir o equilíbrio estático é necessário que o somatório das forças nas
componentes x e y devem ser nulas.
Por fim, explicitamos as forças tridimensionais e o equilíbrio estático no espa-
ço, que nada mais é do que uma extensão do conceito aplicado no plano.

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender o
conceito de corpo rígido
e o que caracteriza um
corpo rígido;
> Identificar os diversos
tipos de vínculos e como
atuam as forças neles;
> Compreender e
dominar a construção de
diagrama de corpo livre
no plano e no espaço;
> Determinar as reações
de apoios nos vínculos;
> Analisar e conhecer as
condições de equilíbrio
destas estruturas.
> Analisar e utilizar as
unidades físicas e suas
conversões de maneira
coerente.

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3  INTRODUÇÃO DA UNIDADE
A unidade de estudo versa sobre corpos rígidos, importante conteúdo dentro
da mecânica. Para isso serão definidos os conceitos de corpo rígido e quando
e como devemos utilizar estes conceitos.
Mais adiante, serão tratados de momento de um binário, que nada mais é
do que o momento causado por duas forças de mesma intensidade direção,
porém em sentidos opostos e do teorema da translação de momentos.
Diagrama de corpo livre é uma ilustração no qual todas as forças que atuam
sobre um determinado corpo são explicitadas. Esta representação nos ajuda
a determinar as reações nos vínculos bem como as condições de equilíbrio
deste corpo rígido, que serão estudados nesta unidade.
Por fim, serão considerados corpos no espaço, ou seja, corpos tridimensionais.
Nesta situação, diagrama de corpo livre e as condições de equilíbrio serão
detalhados.

3.1  DEFINIÇÃO DE CORPO RÍGIDO


Corpo rígido é uma consideração ideal que é feita para estudo da dinâmica e
cinemática. Além disso, em mecânica dos fluidos, podem ser utilizados estes
conceitos. A definição de corpo rígido pode ser entendida como um corpo
que não varia significativamente a sua forma geométrica, onde as partículas
materiais que os compõem não variam ao passar do tempo.
Na prática, todos os corpos são deformáveis, ou seja, suas dimensões geo-
métricas variam à medida que forças externas são aplicadas a estes corpos.
Entretanto, para algumas aplicações, essas deformações não são relevantes,
podendo os corpos serem considerados como rígidos.

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FIGURA 1 - CORPO RÍGIDO

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

A figura 1 trata de um corpo rígido. Podemos observar que com o passar do


tempo, por alguma ação de forças, o corpo saiu da posição inicial e foi para
a posição final. Se tomarmos as distâncias entre os pontos A, B e C (posição
inicial) e no final as distâncias entre os pontos D, E e F serão exatamente as
mesmas, pois o corpo é considerado rígido não sofrendo deformação.

FIGURA 2 - EXEMPLO DE CORPOS DEFORMÁVEIS

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

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Já a figura 2 apresenta uma ilustração de corpos deformáveis. Na sub-figura


(a) o corpo está sem a ação de forças externas. Com isso, forças externas pas-
sam a atuar sob o corpo e, após algum instante de tempo, o corpo se deforma,
se apresentando conforme a sub-figura (b).
Basicamente um corpo rígido possuiu movimentos de translação e rotação. O
movimento de translação consiste em um deslocamento em linha reta deste cor-
po, como o nosso caminhar. Já o movimento de rotação é quando uma força apli-
cada ao corpo faz girar ou rotacionar, denominando-se movimento de rotação.
Além disso, podemos ter força interna e força externa aplicada ao corpo rígido.
As forças externas são provocadas por outro corpo. Quando, por exemplo, esta-
mos empurrando um carro, abrindo uma porta, etc., estamos aplicando uma
força externa. Já a força interna, são as respostas que as partículas ou molécu-
las deste corpo faz ao sentir a presença desta força externa. Beer (2013, p. 68)
as forças internas mantêm unidas as partículas que compõem o corpo rígido.
Dessa forma, estamos interessados nas aplicações da força externa sobre este
corpo que irão ocasionar movimento de translação, rotação ou ambos. As for-
ças internas são de extrema importância para diversas áreas. Entretanto, a
nossa disciplina não contempla esses tipos de esforços.

3.2  MOMENTO DE UM BINÁRIO E TEOREMA DA


TRANSLAÇÃO DE MOMENTOS
O momento é o produto vetorial de distância por força. Suponha que a ques-
tão seja determinar o momento de uma força em relação a um ponto qual-
quer. O momento será o produto vetorial da distância entre a força e o ponto
que desejamos determinar o momento pela força que está atuando. O mo-
mento de um binário é algo parecido. Entretanto, o momento de um binário
ou binário são duas forças de mesma intensidade, direção, mas em sentidos
opostos. Podemos observar que a força resultante de um binário é nula, con-
tendo apenas o momento do binário.
Vejamos a ilustração a seguir:

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FIGURA 3 - MOMENTO DE BINÁRIO

Fonte: Beer (2013).

A fim de simplificação, podemos determinar o binário destas forças apenas


realizando o produto da força pela distância, pois o momento sempre será
perpendicular ao plano de atuação das forças.
Portanto, o momento do binário da figura 3 é determinado por:

M = Fd
Vale ressaltar que a direção do vetor momento é sempre perpendicular ao pla-
no de atuação das forças. Suponha que o binário da figura 3 esteja no plano xy.
Dessa forma, o momento do binário estaria na direção do eixo coordenado z.
Além disso, temos o binário equivalente, que pode ser descrito como sendo a
substituição de um sistema de forças que produzirá o mesmo binário que os
outros. Observe a figura 4.

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FIGURA 4 - BINÁRIOS EQUIVALENTES

Fonte: Beer (2013).

Podemos avaliar que todas as três sub-figuras produziram o mesmo momen-


to de binário. Para identificarmos essas igualdades podemos mostrar que:
O teorema da translação de momentos pode ser entendido como o teorema
de Varignon. Suponha que estejamos interessados em determinar o momen-
to em relação à origem de várias forças atuando em um mesmo ponto P. Es-
sas forças possuem direções diversas. O teorema de Varignon nos afirma que:

90 * 15 = 135 * 10 = 1350 N .cm


O teorema da translação de momentos pode ser entendido como o teorema
de Varignon. Suponha que estejamos interessados em determinar o momen-
to em relação à origem de várias forças atuando em um mesmo ponto P. Es-
sas forças possuem direções diversas. O teorema de Varignon nos afirma que:

M = rX (
F1 + F2 + F3 + ...)
= rXF1 + rXF2 + rXF3 + ...

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Considere a figura 5. Determine o binário


equivalente do sistema de forças.

FIGURA 5 - EXEMPLO DE BINÁRIO EQUIVALENTE.

Fonte: Beer (2013)

Devemos determinar o binário do sistema de


forças conforme a figura apresenta. Dessa forma,
o primeiro passo é escolher um ponto qualquer. A
fim de simplificação dos cálculos, vamos considerar
o ponto A, pois temos duas forças passando por
este ponto e, consequentemente, não será gerado
momento dessas duas forças.
M = ëé(
0,3m) 0, 4m k ûù X (
j - () -90 N )i +( 0, 60m) jX (
-240 N )
k
M = -( 144 N .m) i -(
36 N .m) j +(27 N .m)

3.3  DIAGRAMA DE CORPO LIVRE


O diagrama de corpo livre é um dos pontos mais importante da mecânica.
Nele são representadas todas as forças que atuam no corpo. Não podemos
deixar de representar nenhuma força ou incluir forças que não atuam no cor-
po, sob a pena de erros cruciais nos cálculos.
Este diagrama irá nos auxiliar a resolver o problema do equilíbrio estático do
corpo rígido. Vejamos o exemplo abaixo:

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Considere a figura 6. Determine o binário


equivalente do sistema de forças.

FIGURA 6 - CORPO RÍGIDO E DIAGRAMA DE CORPO LIVRE

Fonte: James (2009)

A sub-figura a) da figura 6 representa o corpo rígido.


Temos uma viga engastada pela extremidade A,
sujeita as três forças e, ainda, ao seu peso próprio.
Devido às forças externas estarem atuando, o
vínculo em A reagirá a fim de manter a estrutura
em equilíbrio. Nós tópicos seguintes iremos estudar
os tipos de reações dos vínculos. Dessa forma, no
diagrama de corpo livre, sub-figura b), devem ser
explicitadas todas as forças que atuam no corpo,
sejam elas forças externas ou forças de reações,
conforme consta na figura 6. Portanto, temos
alguns passos a serem seguidos para elaboração do
diagrama de corpo livre. Temos basicamente quatro
passos que, seguidos de maneira adequada não irão
resultar em erros os passos são:
1. Deve ser escolhido o sistema a ser utilizado, ou
seja, o corpo rígido a ser destacado. Feito isto, isolar o
corpo de maneira a ficar sem vínculos, isolado, livre.
2. Devem ser incorporadas todas as forças externas e
forças de outros corpos que exerçam sobre o corpo

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rígido selecionado. Forças como as de vínculo,


forças externas, força de corpo ou força peso, pois
neste caso a força peso entra como força externa
devido à gravidade estar atuando sobre este corpo
rígido.
3. Representar as intensidade e direções dessas
forças externas, claramente na figura do diagrama
de corpo livre.
4. Fazer a representação das forças que outros
corpos ou forças de vínculos que atuam no corpo
rígido a ser analisado, contendo intensidades e
direções.
5. Por fim, as dimensões devem ser explicitadas no
diagrama, pois para cálculo de momento é necessário
saber as distâncias entre as forças ou distância entre
determinados pontos. Beer (2013, p. 135).
A fim de exemplificação, vamos analisar a figura
abaixo:
M = éë(
0,3m) 0, 4m k ùû X (
j - () -90 N )i +( 0, 60m) jX (
-240 N )
k
M = -( 144 N .m) i -(
36 N .m) j +(27 N .m)

Portanto, temos alguns passos a serem seguidos para elaboração do diagra-


ma de corpo livre. Temos basicamente quatro passos que, seguidos de ma-
neira adequada não irão resultar em erros os passos são:

1.  Deve ser escolhido o sistema a ser utilizado, ou seja, o corpo rígido a ser
destacado. Feito isto, isolar o corpo de maneira a ficar sem vínculos, isola-
do, livre.

2.  Devem ser incorporadas todas as forças externas e forças de outros cor-
pos que exerçam sobre o corpo rígido selecionado. Forças como as de
vínculo, forças externas, força de corpo ou força peso, pois neste caso a
força peso entra como força externa devido à gravidade estar atuando
sobre este corpo rígido.

3.  Representar as intensidade e direções dessas forças externas, claramente


na figura do diagrama de corpo livre.

4.  Fazer a representação das forças que outros corpos ou forças de víncu-
los que atuam no corpo rígido a ser analisado, contendo intensidades e
direções.

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5.  Por fim, as dimensões devem ser explicitadas no diagrama, pois para
cálculo de momento é necessário saber as distâncias entre as forças ou
distância entre determinados pontos. Beer (2013, p. 135).

A fim de exemplificação, vamos analisar a figura abaixo:

FIGURA 7- DIAGRAMA DE CORPO LIVRE

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

A figura 7 representa o corpo rígido a ser analisado e o seu diagrama de corpo


livre. Observe na sub-figura (a) que temos três forças externas atuando dire-
tamente, um momento M_1. Além disso, temos o peso desta estrutura, desig-
nado por P. Consequentemente os vínculos em A e B irão exercer uma força
nesta estrutura a fim de mantê-la em equilíbrio. No vínculo A teremos uma
força na vertical e na horizontal. No vínculo B, teremos forças na horizontal,
vertical e um momento. Podemos analisar como fica o diagrama de corpo
livre desta estrutura na sub-figura (b). Vale ressaltar que, as dimensões não
foram incorporadas na figura, pois o propósito é apenas exemplificar como
deve ser realizado o diagrama de corpo livre.

3.4  REAÇÕES NOS VÍNCULOS


As reações de apoio ou reações nos vínculos são forças que os apoios exercem
na estrutura para mantê-las em equilíbrio estático. Na figura 6 foi apresen-
tado um tipo de apoio, que é o engastado. Vejamos os tipos de apoios mais
comuns e as suas reações nas estruturas.

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FIGURA 8 -REAÇÕES DE APOIO


Fonte: Meriam (2009).

Na figura 8, temos três tipos de apoio e suas reações. No caso 1 a superfície é


lisa, consequentemente, a única força que atua é a de contato e perpendicu-
lar ao contato, uma força normal. Já no caso 2 a superfície é rugosa. A rugo-
sidade faz com que, além da força na direção normal do contato, tenhamos
uma força também tangente ao contato, conforme ilustra a figura 8. Já as for-
ças de rolete, caso 3, exercem uma força sempre normal à superfície de con-
tato. Veja que o “pé” do rolete é que faz contato com o solo, e este por sua fez
está conectado a estrutura por meio de um pino ou um suporte deslizante.
A figura 9 representa outros tipos de reações de apoio. No caso 6, conexão por
pino, temos duas possíveis soluções: Uma quando o pino tem liberdade de
rotação e a outra quando o pino não tem liberdade de rotação. No primeiro
caso, o pino tendo liberdade de rotação, as forças que irão atuar neste vínculo
são forças na horizontal e na vertical. Já quando o pino não possuí liberdade
de rotação, além das duas forças que o vínculo fornece, este exercera um mo-
mento na estrutura.

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Uma viga engastada ou quando for soldada a alguma outra estrutura, este
vínculo resultara em uma força na horizontal, uma força na vertical e um mo-
mento no seu ponto de engaste. Veja que este tipo de vínculo não possuí
liberdade para girar e nem se deslocar na vertical e horizontal.
Por fim, ações de molas e forças gravitacionais podem ser entendidas como
forças externas atuando em uma estrutura, conforme consta na figura 8 e,
em específico, no caso 8 e 9. A força gravitacional sempre se dá no sentido em
que a gravidade estiver atuando. Devemos tomar certos cuidados com o eixo
escolhido para designar a gravidade, mas de maneira geral, sempre é adota-
do para baixo, no negativo do eixo coordenado y. A força que a mola exerce na
estrutura é sempre normal ao seu ponto de atuação.

FIGURA 9 - REAÇÕES DE APOIO

Fonte: Meriam (2009).

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3.5  CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO


Até agora vimos como tratamos um corpo rígido, o que é e para que serve
um diagrama de corpo livre e suas reações de apoio. Isto nos dá suporte, uma
base, para entendermos e determinarmos as condições de equilíbrio de um
corpo rígido. Vale lembrar que, até o presente momento, todas as definições
e exemplos foram para casos bidimensionais.
As condições para o equilíbrio de uma estrutura são que todas as forças e mo-
mentos do corpo em análise devam estar em equilíbrio, ou seja:

åF =0 x

åF =0 y

åM =0
Como estamos trabalhando com forças bidimensionais, o equilíbrio se dá com
as forças no plano xy e o momento que estas forças causam estará na direção
perpendicular a este plano, ou na direção da coordenada z. Dessa forma, sa-
tisfazendo estas três equações, podemos afirmar que a estrutura estará em
equilíbrio estático. Vejamos o exemplo.

FIGURA 11 - DIAGRAMA DE CORPO LIVRE BIDIMENSIONAL DA


ESTRUTURA ENGASTADA.

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

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Tendo como base o diagrama de corpo livre


presente na figura 11, vamos aplicar as condições de
equilíbrio para determinar as reações de apoio a fim
de a estrutura se manter em equilíbrio estático. Para
isso, aplica-se a condição das forças na coordenada x
serem iguais a zero:
å Fx = 0
+H a = 0 ® H a = 0

Posteriormente, vamos aplicar a condição para a


coordenada y

åF y =0
+Va - P - F1 = 0
+Va -1000 - 2500 = 0
Va = 3500 N

Por fim, temos que determinar o momento atuante


no ponto A, sendo considerado o sentido anti-
horário como positivo:

åM =0
d
+ M a - P * - F1 * d = 0
2
+M a -1000 * 2,5 - 2500 * 5 = 0
M a = 15000 N .m
.

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FIGURA 12 - EQUILÍBRIO BIDIMENSIONAL DE UMA VIGA


BI-APOIADA

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Suponha que a distância d da figura seja de 3


metros, e que as forças F1 = 500N e F2 = 500N
estejam equidistantes. Vamos determinar as reações
nos vínculos, a fim de manter a estrutura em
equilíbrio:
å Fx = 0
+H a = 0 ® H a = 0

Vamos determinar o momento atuando no ponto


A da estrutura, sendo considerado o sentido anti-
horário como positivo:

åM =0
d 2d
Vb * d - F1 * - F2 * =0
3 3
1 2
Vb = 500 * + 500 *
3 3
Vb = 500 N

Por fim, temos que determinar o momento atuante


no ponto A, sendo considerado o sentido anti-
horário como positivoPor fim, vamos aplicar a
condição para a coordenada y:

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åF y =0
+Va + Vb - 500 - 500 = 0
+ Va = 500 N

3.6  DIAGRAMA DE CORPO LIVRE E CONDIÇÕES


DE EQUILÍBRIO EM TRÊS DIMENSÕES
No tópico anterior vimos o equilíbrio estático para casos bidimensionais. Nos
problemas tridimensionais segue a mesma linha de raciocínio, porém consi-
derando todas as coordenadas espaciais, ou seja:


åF =0

åM =0
De maneira expandida, temos que o equilíbrio se dará nas três direções espa-
ciais: Vejamos o exemplo a seguir, a fim de entendermos melhor o conceito.

åF =0 x

åF =0 y

åF =0 z

åM =0 x

åM =0 y

åM =0 z

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Considere a figura 13 uma estrutura tridimensional,


conforme as dimensões mostradas. A barra é feita
de alumínio com um peso de 50 kg. No ponto A
temos uma rótula (apoio que possuí forças nas três
direções) e no ponto B a barra está apoiada sob
uma parede lisa, consequentemente, as forças que
atuam no ponto B estão em duas direções apenas,
não tendo a componente na vertical. Vejamos o
diagrama de corpo livre desta estrutura.:

FIGURA 13 -EQUILÍBRIO EM TRÊS DIMENSÕES

Fonte: Meriam (2009)

FIGURA 14 - DIAGRAMA DE CORPO LIVRE EM TRÊS


DIMENSÕES

Fonte: Meriam (2009)

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Considere a gravidade como sendo igual à . Dessa


forma, o peso da barra de alumínio é de W = 500 N.
Para uma melhor solução deste exemplo, vamos
trabalhar com as forças e momento em sua forma
vetorial.
Assim sendo, o somatório das forças é:

å F =( i +(
Bx - Ax ) By - Ay )
j +(
Az -W )
k = ()
0, 0, 0

Podemos observar que a única reação de apoio que


dá para ser determinada é a na direção z:
Az -W = 0
Az - 500 = 0
Az = 500 N

Vamos aplicar o momento em relação ao ponto


A. Para isso, devemos determinar a distância de
atuação da reação de apoio em B e da força peso até
o ponto A. Além disso, a altura do ponto B pode ser
determinada pelo teorema de Pitágoras, ou seja:

7 2 = 22 + 62 + h 2 ® h = 3m
A força peso atua exatamente no centro da barra,
portanto a distância do ponto A até a força W é:

d AW = -1i - 3 j +1.5k
E a distância do ponto A até o ponto B é de:

d AB = -2i - 6 j + 3k

Para encontrar o momento basta realizar o produto


vetorial da distância pela força:
     
å M = d XW + d XF = 0
AW AB B

åM =( -1i - 3 j + 1.5k )
X(
-500k )
+( X(
-2i - 6 j + 3k )B i + B j)
x y

Realizando o produto vetorial, o momento resulta


em:

( y)
1500 - 3 B i + (
3 Bx - 500 )
j + (
6 Bx - 2 B y)
k = 0

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Ou seja, cada componente deve ser nula para haver


equilíbrio:

(
1500 - 3By )
=0
(
3Bx - 500)
=0
(
6 Bx - 2 By )
=0
500
Bx = N
3
By = 500 N

Pelo somatório das forças, agora podemos


determinar as demais reações dos vínculos:
(
Bx - Ax )
=0
500
Ax = N
3
Ay = 500 N

Portanto, para que a estrutura esteja em equilíbrio,


as reações nos vínculos devem ser:
 500
FA = i + 500 j + 500kN
3
 500
FB = - i - 500 jN
3

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CONCLUSÃO
Nesta unidade apresentamos o conceito de corpo rígido, momento de um
binário e o teorema da translação de momentos ou teorema de Varignon.
Além disso, vimos como transformar binários em momentos equivalentes e/
ou outros binários equivalentes.
Os conceitos anteriormente apresentados são de suma importância para en-
tendimento da montagem do diagrama de corpo livre, um dos pontos im-
portantes da mecânica. Vimos que o diagrama de corpo livre serve para a
determinação das reações de apoio em uma estrutura. Ademais, temos di-
versos tipos de apoio, cada um representando uma diferente configuração
da reação de apoio.
Por fim, estudamos o equilíbrio estático utilizando os conceitos de reação de
apoio e diagrama de corpo livre. Vale ressaltar que, os casos bidimensionais e
tridimensionais seguem a mesma linha de raciocínio. Entretanto, nos casos
tridimensionais devemos trabalhar com os vetores e tomarmos cuidado na
hora de sua representação vetorial.

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UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender as
condições para que
o corpo permaneça
estático;
> Compreender
quais as condições
são necessárias
para equilibrar a
estrutura;
> Determinar o
equilíbrio das
estruturas.

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4  ATRITO E EQUILÍBRIO EM
ESTRUTURAS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, serão definidos os conceitos de força de atrito. Veremos que
temos três tipos de atrito: o seco, entre fluidos e internos. Entretanto, para
nosso estudo iremos dar enfoque nas forças de atrito seco. Para isso, defini-
remos coeficiente de atrito e ângulo de atrito. Coeficiente de atrito pode ser
estático, caso o bloco ou corpo esteja em repouso e o dinâmico, caso o corpo
esteja em movimento.
Em seguida veremos as condições de equilíbrio em estrutura. As condições
de equilíbrio são as mesmas utilizadas para equilíbrio em corpo rígido, com a
ressalva de que as estruturas podem ser classificadas em três tipos diferentes.
Com isso, o nosso estudo irá se atear nas estruturas do tipo isostática.
Posteriormente, falaremos sobre treliças, tipo de estrutura comumente uti-
lizado na área de engenharia, demonstrando as análises dessas estruturas.
A análise trata da determinação nas forças internas a seus elementos, onde
serão apresentado o método dos nós e o método das secções.

4.1  FORÇAS DE ATRITO


Forças de atrito podem ser definidas como sendo as forças que se opõem ao
movimento. Em outras palavras, são forças que tendem a deixar o corpo es-
tático. Em um mundo ideal, podemos supor que não existe atrito. Entretanto,
na natureza, todos os corpos estão sujeitos às forças de atrito.
Imagine um caso hipotético no qual você queira mover um pacote de 50 kg,
hora sob uma superfície áspera e no outro caso seja derramado óleo sob esta
superfície. Muito provavelmente, será necessário menos força no caso com óleo
do que com a superfície seca para mover este pacote. Isto se deve ao fato de
que, quando é adicionado óleo a força de atrito diminui e, consequentemente,
menos força é necessário para realizar o movimento do pacote de 50 kg.
Existem, basicamente, três tipos de atrito: atrito seco, atrito entre fluidos e atri-
to interno. O mais comum de todos é o atrito seco. Serão comentados sobre
todos os atritos, porém o enfoque da nossa aula é encima do atrito seco.

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O atrito entre fluidos ocorre quando temos dois fluido escoando com veloci-
dades diferentes. Imagine o escoamento simultâneo de óleo e água em uma
tubulação. A água, devido ao efeito gravitacional, escoa na parte inferior do
tubo e o óleo, sendo mais leve, escoa na parte superior. Quando estes dois
fluidos escoam com velocidades diferentes, surge uma força de atrito na in-
terface entre o óleo e a água.
Já o atrito interno, ocorre em materiais sólidos e quando submetidos a cargas
periódicas ou cíclicas, podendo ocasionar deformações ou rupturas dos ma-
teriais, como, por exemplo, uma falha por fadiga.
O atrito seco é o enfoque da nossa aula, e somente este será abordado. Este é
considerado quando temos dois sólidos em contato com o outro, tendo mo-
vimento relativo entre ambos ou estático, mas na eminência em algum dos
sólidos entrarem em movimento. Observe a figura 1:

FIGURA 1 - FORÇA DE ATRITO ESTÁTICA E DINÂMICA

Fonte: Beer (2013)

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Na subfigura (a), temos uma força de atrito estática entre o solo e o bloco. Esta
força de atrito é dada por um fator de atrito, considerado constante, e a força
normal.
No segundo caso, subfigura (b), a força de atrito entre o bloco e o solo é, tam-
bém, dada por um fator de atrito constante pela força normal. Entretanto, a
força de atrito pode ser estática ou dinâmica. Será estática quando o bloco
estiver estático e poderá ser dinâmica caso o bloco entre em movimento.
Analise o caso (b) da figura 1. Uma força P é aplicada na direção horizontal ao
bloco. A força para contrabalancear P é a F. A medida que P aumenta a força
de atrito estático também aumenta de maneira proporcional, até que esta
força de atrito não seja grande o suficiente para manter o bloco estático e o
mesmo entra em movimento.
A partir do momento em que o bloco entra em movimento, a força de atrito
entre a superfície do bloco e o solo passa a ser constante e não mais propor-
cional à força horizontal aplicada P. Para uma melhor exemplificação, veja a
figura 2:

FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE A FORÇA APLICADA AO BLOCO E A FORÇA DE ATRITO

Fonte: Beer (2013)

4.2  COEFICIENTE E ÂNGULOS DE ATRITO


Conforme vimos na secção anterior, a força de atrito pode ser estática ou di-
nâmica. A diferença básica entre as duas forças está no coeficiente de atrito
entre as superfícies do sólido.

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Basicamente, o coeficiente de atrito está intrinsecamente relacionado com as


rugosidades das superfícies. Cada par de materiais terá diferentes coeficien-
tes de atrito. Para sua determinação são desenvolvidos experimentos.

A fim de curiosidade e complementação dos


estudos acesse os artigos e veja como podem ser
determinados os coeficientes de atrito, tanto estático
como o dinâmico.
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/
trabalhos/inic/pdf/IC1-1.pdf
http://repositorio.ufersa.edu.br/bitstream/
prefix/4424/2/MikhaellCCA_ART.pdf

Conforme foi discutido na secção anterior, a força de atrito estático é propor-


cional ao valor da componente normal a este corpo. Dessa forma, o valor má-
ximo desta força é dada por:
Fmax
= F=at me N

Sendo me é o coeficiente de atrito estático. Já quando este bloco ou estrutura


está em movimento, a força de atrito atuante é constante e dada por:
Fat = md N

no qual md é o coeficiente de atrito dinâmico. Na tabela 4.1 de Beer (2013, p. 171)


são fornecidos alguns valores de valores para o coeficiente de atrito estático
sob superfícies secas.
Geralmente é desejável considera dar a força resultante entre a força de atrito
e a força normal, conforme consta na figura 3. Conforme dito, a força de atrito
estático é proporcional a força horizontal aplicada . Dessa forma, podemos
avaliar que se nenhuma força horizontal for aplicada, a resultante se reduz
a força normal . À medida que aumenta a força horizontal, a resultante vai
aumentando o ângulo em relação a vertical como pode observar na figura 3.
Dessa forma, o ângulo de atrito é a relação entre a força de atrito e a força
normal. O ângulo de atrito estático é determinado quando a força de atrito é
máxima, ou seja, Fat me N
tg (a=) = = me
N N

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FIGURA 3- ÂNGULO DE ATRITO

Fonte: Meriam (2009)

Caso o bloco esteja em movimento, o ângulo de atrito dinâmico é determi-


nando de maneira análoga, entretanto com a força de atrito dinâmica, ou seja,
tg (a ) = md

Vejamos o exemplo a seguir.

Observe a figura 4. O bloco está sujeito ao campo


gravitacional de intensidade na direção vertical.
O ângulo é ajustável e considere o coeficiente
atrito estático entre o bloco e a superfície de me e
o coeficiente de atrito dinâmico de . Determine
o máximo valor de para que o bloco permaneça
estático. Suponha agora que com este valor máximo
para o ângulo o bloco inicia seu movimento de
descida. Determine a aceleração do bloco.

FIGURA 4. EXEMPLO PARA DETERMINAR A FORÇA DE ATRITO


SOB UMA RAMPA

Fonte: Meriam (2009)

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Considere o diagrama de corpo livre, conforme


consta na figura 4. O ângulo de inclinação é o
mesmo ângulo que a força peso faz com o eixo .
Decompondo a força peso nos eixos coordenados,
temos:
Wx = mg sen(q )
Wy = mg cos(q )

Para que o bloco permaneça em equilíbrio, as forças


devem ser iguais, ou seja,
F W=
= x mg sen(q )
N=Wy = mg cos(q )

E sabe-se que
F = me N

Dessa forma,
mg sen(q )=me mg cos(q )
qmax = tg −1 ( me )

Agora, vamos determinar a aceleração do bloco. Seja


agora a força de atrito dada por
F m
= =dN md mg cos(qmax )

A resultante da força que faz com que o bloco


acelere é:
Wx − F = ma = mg sen(q ) − md mg cos(qmax )

Simplificando a equação encontra-se:


=a g[
sen(qmax ) − md cos(qmax ) ]

Observe que mesmo utilizando o valor de o corpo


terá uma aceleração e não estará em repouso. Isso
se deve ao fato de que, no caso do movimento o
coeficiente de atrito que usamos é o dinâmico e não
mais o estático.

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4.3  EQUILÍBRIO DE ESTRUTURAS


Na unidade em que tratamos dos corpos rígidos, o equilíbrio se dava pelas
forças externas atuando sobre este corpo. Nas estruturas, além das forças ex-
ternas temos também as forças internas que agem sobre a estrutura. Entre-
tanto, a forma dos cálculos para o equilíbrio dessas estrutura pode ser enten-
dido conforme vimos na unidade de corpos rígidos, quando estes estão em
equilíbrio estático. Sabe-se que para existir o equilíbrio dos corpos, temos que:

∑ 
F =0

∑M = 0
Ou por cada componente:
∑F x =0

∑F y =0

∑F z =0

∑M x =0

∑M y =0

∑M z =0

Basicamente, podemos ter três tipos de estruturas: as hipostáticas, isostáticas


e as hiperestáticas. Esses tipos de estruturas são classificadas com base nas
condições de equilíbrio estático e as reações de apoio que elas possuem. As hi-
postáticas são aquelas cujas reações de apoio é menor do que as equações de
equilíbrio. Já as isostáticas é quando temos uma igualdade entre as reações
de apoio e as condições de equilíbrio. Já as hiperestáticas são aquelas cujas
reações de apoio são superiores as condições de equilíbrio e somente com as
condições não é suficiente para determinar as reações de apoio. Ao longo do
nosso curso iremos trabalhar apenas com as estruturas isostáticas. As hipos-
táticas são estruturas instáveis e as hiperestáticas dependem de equações
adicionais para determinar as reações de apoio que foge do escopo do estudo.
Observe a figura 5. A subfigura (a) é do tipo isostática, pois temos três equa-
ções para o equilíbrio e a estrutura possuí três reações de apoio. Caso no vín-
culo A tivéssemos um apoio igual ao vínculo B a estrutura seria hipostática,
pois teríamos apenas duas reações de apoio. Já a subfigura (b) é do tipo hipe-
restática, pois o engaste possuí três reações de apoio acrescido de mais uma
reação no vínculo D, temos quatro reações de apoio ao passo que possuímos

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apenas três equações para a condição de equilíbrio, sendo necessário uma


equação adicional para determinar as reações nos vínculos.

FIGURA 5 - CLASSIFICAÇÕES DAS ESTRUTURAS

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Vejamos um exemplo para o equilíbrio da estrutura.

Observa a figura 6. Nela temos uma carga


distribuída na parte superior além de uma força
concentrada no ponto B. Assim sendo, vamos
determinar as reações de apoio nos vínculos A e B.

FIGURA 6 - EXEMPLO DE UMA ESTRUTURA ISOSTÁTICA

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

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Realizando o momento no vínculo A, no qual a


rotação no sentido anti-horário é positiva, temos que:
12
∑ M =0 =+10 ⋅ 3 + B y ⋅12 − (30 ⋅12) ⋅
2
=0

By = 177,5kN

Agora, iremos realizar o somatório das forças na


horizontal:

∑F x =0 =Ax − 10 =0 → Ax =10kN

Por fim, na direção vertical temos que:

∑F y =0 =Ay + By − 30 ⋅12 =0 → Ay =182,5kN

4.4 TRELIÇAS
Segundo Beer (2013, p. 231) treliças são os principais tipos de estruturas pre-
sentes na engenharia, de maneira a oferecer soluções práticas e financeira-
mente econômicas, como em projetos de pontes e de construção civil.
O principal elemento de uma treliça é o triângulo. Observe a figura 7, na qual
temos uma ponte sobre um rio. Se analisarmos a figura de maneira adequa-
da, podemos notar que esta ponte é constituída de vários triângulos.
Devido as forças externas que atuam na estrutura, os vínculos de apoio re-
agem com determinadas forças. Essas forças fazem com que surjam forças
internas na estrutura a fim de mantê-la em equilíbrio estático. Tome como
base um triângulo desta ponte. Cada lado deste triângulo é designado por
uma barra. Assim sendo, nas barras deste triângulo existem forças internas
que reagem entre si de maneira que a estrutura fique em equilíbrio estático.

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FIGURA 7 - PONTE EXEMPLIFICANDO AS TRELIÇAS

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Lembrem-se de que quando tratamos de qualquer tipo de estruturas, as mes-


mas serão sempre rígidas, ou seja, não sofrem deformações e não entram em
colapso. Na prática, todo corpo sofre deformações. Porém, para o campo de
estudo em questão, todo corpo ou estrutura será considerado como rígido.
As forças internas que atuam neste tipo de estrutura são sempre de tração ou
de compressão. São forças que atuam ao longo do eixo da barra, “para dentro”
ou “para fora” da barra, sendo de compressão e de tração, respectivamente.
Observe a representação das forças de tração e compressão na figura 8.

FIGURA 8 - FORÇAS DE TRAÇÃO E DE COMPRESSÃO EM UMA BARRA DA TRELIÇA

Fonte: Meriam (2009)

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Conforme dito, as treliças são formadas, em sua grande maioria, por triângu-
los. Veja a figura 9, onde temos uma treliça (a), e seu diagrama de corpo livre.

FIGURA 9 - TRELIÇA E DIAGRAMA DE CORPO LIVRE

Fonte: Meriam (2009)

Basicamente, para determinarmos as forças nas barras é necessário calcular


primeiramente as reações de apoio. Após feito isto, podemos determinar as
reações internas, ou seja, as forças que atuam na barra. Vale ressaltar que, de-
vemos tomar cuidado com a orientação das forças, pois isso pode refletir em
todos os cálculos subsequentes.

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4.5  MÉTODO DOS NÓS


Conforme dito no tópico anterior, em treliças as forças que atuam são de
compressão ou de tração, atuando ao longo do eixo da barra. O método dos
nós é utilizado para determinar as forças que atuam internamente nas barras
das treliças.
O método consiste na aplicação e satisfação das condições de equilíbrio em
cada nó da treliça. Dessa forma, as condições de equilíbrio que envolvem este
método são apenas os somatórios de força, pois estamos aplicando as condi-
ções em um ponto. Observe a figura 10. Podemos observar que se o método
consiste na análise de cada nó em específico. Porém, antes de analisar cada
nó é necessário determinar as reações de apoio.

FIGURA 10 - MÉTODO DOS NÓS

Fonte: Meriam (2009)

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Considere a figura 11. As setas em vermelho são


as direções das reações de apoio. Dessa forma,
determinas as forças nas barras FG e BC e indique se
são forças de tração ou de compressão.

FIGURA 10 - MÉTODO DOS NÓS

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Primeiramente, devemos determinar as reações de


apoio. Assim sendo, vamos utilizar as condições de
equilíbrio:

∑M = 0 = D A y ⋅ 6 − 10 ⋅ 2 − 20 ⋅ 5 → Dy = 20kN
∑ F ==
0 −A
x x + 10 → Ax =
10kN

∑F y =0 =Ay + Dy − 20 → Ay =0,0kN

Determinado as reações de apoio, vamos aplicar


as condições de equilíbrio nos nós. Como estamos
interessados nas forças que atuam nas barras
BC e FG, considere a figura 12 os nós a serem
determinado as forças

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FIGURA 12 - DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DOS NÓS

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Começando pelo nó A, temos que:

∑F y =0 → TAB =0,0kN
∑F x 0 − Ax + TAB → TAB =
== 10kN

Analisando o nó E, temos:

∑F y 0=
= −TEAy − TEBy → TEB =
0,0kN
∑F x 0 +10 − TEF → TEF =
== 10kN

Analisando o nó B, temos:

∑F y 0=
= −TBEy − TBFy → TBF =
0,0kN
∑F x 0=
= −TBA + TBC → TBC =
10kN

Analisando o nó F, temos:

∑F y 0=
= +TFBy − TFCy → TFC =
0,0kN
∑F x 0=
= +TFE − TFG → TFG =
10kN

Determinamos as forças nas barras que o enunciado


pediu. Por fim devemos informar se essas forças são
de compressão ou de tração. As forças de tração são
orientadas para fora do nó e as de compressão são
orientadas para dentro do nó. A força encontrada
é positiva e orientada para fora do nó, logo a força

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que atua na barra AB é de tração. Agora observe a


força . Esta força atua para dentro do nó e o valor
encontrado é positivo, configurando uma força de
compressão. Dessa forma, as forças que atuam nas
barras BC e FG são respectivamente de tração e
compressão, sendo representadas por:

TBC = 10kN (tração = T)

TFG = 10kN (compressão = C)

4.6  MÉTODO DAS SECÇÕES


Como podemos analisar o método dos nós requer praticamente o cálculo em
vários nós ou em todos para determinar a força que atua em determinadas
barras, sendo mais eficaz quando queremos encontrar as forças que atuam
em todas as barras.
Entretanto, as vezes, estamos interessados em encontrar as forças que atuam
em algumas barras específicas, conforme vimos no exemplo anterior. Assim
sendo, o método das secções pode ser mais eficaz.
O método das secções, como o próprio já diz, se dá de maneira a seccionar a
treliça ou estrutura em uma determinação secção. Entretanto, alguns cuida-
dos devem ser tomados na hora de escolher qual secção se deve utilizar.
Tome como ilustração a figura 11 e o enunciado do exemplo anterior. O exem-
plo requeria o cálculo das forças nas barras FG e BC. Para isso, foi necessário
realizar os cálculos em vários nós. Com o método das secções poderíamos
tomar uma secção que cortasse a barra FG, FC e BC e assim determinar de
uma vez as forças pedidas.
O cuidado a ser tomado é que a secção a ser considerada não pode cortar
mais de três barras onde as forças são desconhecidas a priori. Isso se dá devi-
do ao passo que as condições de equilíbrio não seriam suficiente para deter-
minar as forças nas barras. Vejamos o exemplo a seguir:

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Tome como base o exemplo anterior de maneira


idêntica. Vamos determinar o que o enunciado pede
utilizando o método das secção. Para isso, considere
a secção cortando as barras FG, FC e BC, conforme a
figura 13.
FIGURA 13 - DIAGRAMA DE CORPO LIVRE UTILIZANDO O
MÉTODO DAS SECÇÕES

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Analisando a figura, podemos afirmar que a força


atuando no cabo FC é nula, pois:

∑F y 0=
= −TFCy → TFC =
0,0kN

Aplicando o somatório de momento no nó A, temos


que:

∑M A = 0 = TFGy ⋅ 2 − 10 ⋅ 2 → TFG = 10kN

Por fim, aplicamos o somatório de forças na


horizontal:

∑F x 0 +10 − TFG − Ax + TBC → TBC =


== 10kN
TBC = 10kN (T )
TFG = 10kN (C )

Podemos perceber com o exemplo que, utilizando o método das secções os


cálculos se tornam mais simplificados. Este exemplo contém uma treliça sim-
ples e com poucos cabos ou barras. Vejamos um exemplo com um pouco
mais de detalhes do que o anterior.

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MECÂNICA GERAL

Considere a figura 14 como sendo uma treliça


plana, com suas respectivas reações, dimensões e
força externa aplicada no nó M. Determine a força
atuando nos cabos LM e KM e indique se são forças
de tração ou compressão.
Primeiramente, é necessário encontrar as reações
de apoio. Vamos aplicar a condição de momento no
ponto A:

∑M A = 0 = Bx ⋅ 3 − 150 ⋅ 6 → Bx = 300kN

Realizando o equilíbrio na horizontal e vertical:

∑F x =0 =Ax − Bx → Ax =300kN
∑F y =0 =Ay − 150 → Ay =150kN

FIGURA 14 - TRELIÇA PLANA COM FORÇA CONCENTRADA

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Após as reações de apoio estar determinadas,


vamos seccionar a estrutura cortando as barras LM
e KM. Assim sendo, a força que atua no cabo LM
está saindo do nó L e a que atua no cabo KM está
entrando no nó K. Além disso, a força LM deve ser
decomposta pelas propriedades geométricas do
triângulo. Como os lados são iguais o ângulo é de
45°. Logo,
=TLMx T=
LM sen(45º ) TLMy TLM cos(45º )

Vamos aplicar a condição de momento encima do


nó L:

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∑M L
= 0 = Ax ⋅1 − Ay ⋅ 5 + Bx ⋅ 2 − TKM ⋅1
TKM = 150kN (C )

Aplicando somatório de forças na vertical, temos


que:

∑F y
=0 =Ay − 150 − TLM cos(45º )
TLM = 212kN (T )

CONCLUSÃO
Nesta unidade foram apresentadas as forças de atrito. Vimos que estas forças
podem ser de três tipos distintos: força de atrito seco, atrito entre fluidos e
atrito interno. Entretanto, o foco do nosso conteúdo se dá sobre o atrito seco.
O atrito seco se dá entre a superfície de dois sólidos devido à rugosidade, ba-
sicamente. A rugosidade faz com que exista um fator no qual tenta impedir
o movimento do corpo, denominado de coeficiente de atrito, podendo ser
estático, caso o corpo esteja estático e coeficiente de atrito dinâmico, caso o
bloco esteja em movimento.
Além disso, vimos que as treliças são importantes estruturas presente no ramo
das engenharias. São estruturas de simples projetos e construções, além de
serem viavelmente econômicas.
Por fim, foi discutido duas formas de determinas as forças internas nos com-
ponentes desta estrutura, o método dos nós e o método das secções.
Para ambos os métodos, devemos primeiramente determinar as reações de
apoio da estrutura. No método dos nós, devemos aplicar as condições de equi-
líbrio em cada da estrutura. Neste tipo de método, a condição de equilíbrio para
o momento não é aplicada, pois está já é zero. Já para o método das secções,
devemos seccionar a estrutura na parte de interesse para os cálculos. Lembre-
-se de nunca cortar mais de três barras onde suas forças são desconhecidas.
Por fim, foi discutido de que o método dos nós é mais vantajoso do que o mé-
todo das secções, caso o objetivo seja determinar a força em todos os cabos
ou componentes da estrutura. Caso o interesse seja determinar a força em
alguns cabos em específico é vantajoso utilizar o método das secções. Mas
sempre é válido uma análise para escolher qual o melhor método.

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender
o conceito de
centroide e
baricentro de
objetos;
> Determinar o
centro de gravidade
de corpos e
superfícies;
> Analisar e aplicar
esses conceitos a
corpos reais;
> Determinar o
baricentro de corpos
e superfícies.

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MECÂNICA GERAL

5  CENTROIDES E BARICENTROS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade de estudo, serão definidos centroides e baricentros, conteúdo
fundamental para a mecânica e outras áreas de estudo. Conceitos a respeito
à respeitos destes temas serão relatados e suas aplicações.
Enunciados as definições, começaremos a entender o que é um baricentro e
como determinar para um sistema de partículas. Mais adiante, estes concei-
tos serão aplicados a arames, superfícies e volumes, ambos utilizando a consi-
deração de homogeneidade destes objetos. Em síntese, serão determinados
o baricentro de objetos com uma dimensão, duas e três dimensões.
Posteriormente, serão tratados os baricentros. Para isso falaremos de centros
de gravidade e alguns teorema importantes que versam sobre o tema.
Por fim, aplicaremos estes conceitos em superfícies submersas. Ao longo do
conteúdo da unidade estes conceitos e definições ficaram mais claros.

5.1  DEFINIÇÃO DE CENTROIDES E BARICENTROS


Muitas das vezes os conceitos de centroides e baricentros são confundidos. O
conceito de baricentro utilizado no ramo da geometria pode ser identificado
como o ponto em que as medianas de um triângulo se cruzam. Já no ramo
física, o conceito de baricentro é utilizado para designar o centro de gravidade
de um corpo. Caso o corpo tenha uma densidade uniforme o baricentro deste
corpo é igual ao centro de massa.
Já o centroide é designado como o centro geométrico de um corpo, podendo
ou não coincidir com o centro de massa de corpo, mas não obrigatoriamente
irá ser o mesmo. Observe a figura 1.

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FIGURA 1: CENTROIDE OU CENTRO GEOMÉTRICO

(x,y)

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

O centroide deste quadrado é o ponto indicado como (x, y). Dessa forma, o
seu centroide se situa no centro geométrico desta figura. No caso do quadra-
do, o centro geométrico é exatamente na metade da altura ou comprimento.
Suponha o quadrado de lados 2L. Assim, o centroide é de:

2L
x
= = L
2
2L
Y
= = L
2

(
x, y )
=(
L, L )

Já o centro de gravidade é um pouco menos intuitivo. Na unidade anterior,


demos exemplos do peso de vigas ou peso do corpo rígido. Foi designado
uma força peso resultante atuando em um determinado ponto deste corpo
rígido. Sabemos das leis da física que todo corpo que possui uma massa dife-
rente de zero sofre efeito da gravidade, pois:
P = mg

é a aceleração gravitacional e é o peso do corpo. Logo, se um corpo tiver uma


massa diferente de zero, este mesmo estará sujeito aos efeitos gravitacionais.
Entretanto, o corpo é constituído de partículas, cada uma com sua massa,
em específico. Dessa forma, o peso deste corpo é designado por várias forças
peso de cada partícula. Analise a figura 2.

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Podemos observar a partir da figura 2 que cada partícula deste corpo possuí
um diferencial de força, representado por:
dP = dW

Assim, essas pequenas forças podem ser substituídas por uma única força
equivalente em que possuem os mesmos efeitos para fins de cálculos:
P = ∑ dW

FIGURA 2: FORÇA PESO DE CADA PARTÍCULA DO CORPO

Fonte: Meriam (2009)

Assim sendo, esse centro em que força peso atua, é denominado centro de
gravidade de um corpo ou baricentro. Aplicações destes conceitos são muito
importantes, como veremos adiante ao longo desta unidade. Entretanto, exis-
tem aplicações que, não podemos supor uma força equivalente do peso do
corpo, sendo necessário utilizar cada componente desta força peso.
Em resumo, o baricentro ou centro de gravidade refere-se ao ponto de atu-
ação da força gravitacional. Outro termo comumente utilizado é o centro de
massa. O centro de massa só difere do centro de gravidade se o campo gra-
vitacional não for homogêneo, sendo que nas nossas aplicações estes termos
são sinônimos, sendo relevante, por exemplo, para estudos de astrofísica.

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5.2  BARICENTRO DE UM SISTEMA DE


PARTÍCULAS
Conforme vimos na secção anterior, baricentro é o centro de gravidade de um
corpo ou sistema de partículas no qual o campo gravitacional atua.
Considere várias partículas em um plano . Cada partícula possuí uma massa e
uma coordenada e . Seja a massa total deste sistema de partículas, e o campo
gravitacional, ou seja:
n
g ∗M= ∑ g ∗m
i =1
i

é o número de partículas. Assim sendo, o baricentro deste sistema de partí-


culas pode ser determinado da seguinte forma:
n
g ∗ M ∗ X B= ∑ g ∗m ∗ x
i =1
i i

Entretanto, o campo gravitacional para a área em estudo é uniforme. Dessa


forma, a gravidade não influencia nos cálculos, ou seja:
Σin=1mi ∗ xi
XB =
M

Da forma análoga, o baricentro na coordenada y será:


n
g ∗ M ∗ YB= ∑ g ∗m ∗ y
i =1
i i

Σin=1mi yi
YB =
M

Dessa forma, o baricentro do sistema de partículas é definido por:


B=(
X B , YB )

Vejamos o exemplo abaixo para um melhor entendimento.

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Dado o sistema de partículas da figura 3, vamos


determinar o baricentro deste sistema. As massas
de cada partículas são: m1 = 1kg , m2 = 2,5kg e m3 = 5kg
, bem como suas coordenadas, em metros:
()
x1 , y1 = (
1,5 )
m (x ,y )
, 2 2
= ()
5, 2.5 m ()
x , y = ()
e 3 3
2.5,1 m
. Agora podemos determinar o baricentro deste
sistema de partículas.

FIGURA. SISTEMA DE PARTÍCULAS


Y

y1

y3

y3

x1 x3 x2
X
Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

A massa total do sistema de partículas é:


M = m1 + m2 + m3 = 8,5kg

Aplicando o conceito do baricentro do sistema de


partículas temos:
n
MX B = ∑ mi xi
i =1

8.5 ∗ X B = 1 ∗1 + 2.5 ∗ 5 + 5 ∗ 2.5

26
XB =
8.5

X B = 3, 06m

n
MYB = ∑ mi yi
i =1

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8.5 ∗ YB = 1 ∗ 5 + 2.5 ∗ 2.5 + 5 ∗1

16.25
YB =
8.5
YB = 1,91m

Portanto, o baricentro deste sistema de partículas é:


B=(
3.06,1.91)
m

5.3  BARICENTRO DE ARAMES, SUPERFÍCIES E


VOLUMES HOMOGÊNEOS
Para um melhor entendimento, vamos pensar em arames, superfícies e volu-
mes como sendo corpos ou objetos como estando em uma dimensão, duas e
três dimensões, respectivamente. Não estou dizendo que estes corpos terão
apenas uma, duas e três dimensões. Pense em uma linha de roupa, como
sendo o arame, uma folha de papel a superfície e uma caixa d’água sendo o
volume.
O conceito nestes casos é semelhante ao sistema de partículas. Entretanto,
não temos massas pontuais e sim uma distribuição de massa. Dessa forma,
ao invés da utilização de somatório, é utilizada integrais para designar o bari-
centro dessas figuras.
Além disso, quando se trata de corpos homogêneos, isto se refere ao fato de a
massa estar distribuída de forma uniforme. Em outras palavras, a densidade
do corpo é a mesma em qualquer ponto do corpo.
Assim sendo, o baricentro desses corpo é definido como:

X=
∫ xdm
M

Y =
∫ ydm
M

Z=
∫ zdm
M

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Entretanto, para o arame, a superfície e o volume existem algumas simplifica-


ções que podemos fazer nestas equações que são gerais para determinação
do baricentro.
Considere a figura abaixo como sendo um arame de densidade uniforme.

FIGURA 3: BARICENTRO DO ARAME HOMOGÊNEO

Fonte: Meriam (2009)

Conforme dito anteriormente, para a área em estudo o centro de massa e o


centro de gravidade serão os mesmos. Dessa forma, a gravidade será omitida
a fim de simplificação.
Além disso, o arame é constituído de uma área da secção transversal tão pe-
quena que podemos supô-lo sendo uma linha. Assim sendo, a massa infinite-
simal pode ser desmembrada por:
dm = pdV

A área da secção transversal deste arame é constante ao longo do seu com-


primento , logo:
dV = AdL
dm = r AdL

X=
∫ xr AdL
M

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O corpo tem densidade uniforme e a área da secção transversal não varia ao


longo do seu comprimento. Além disso, a densidade é a massa por unidade
de volume, ou seja:
M r=
= V r AL

Dessa forma, a coordenada do baricentro é dada por:

r A∫ xdL ∫ xdL
=X =
r AL L

De forma análoga para as demais coordenadas, temos que

Y =
∫ ydL
L

Z=
∫ zdL
L
Para as superfícies, observe a figura 5. Temos que a sua espessura é designada
por . Assim, o elemento de área e a superfície possuem uma massa dada por:
dm r=
= dV r tdA
M r=
= V r tA
FIGURA 4: BARICENTRO DE UMA SUPERFÍCIE HOMOGÊNEA

Fonte: Meriam (2009)

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A espessura desta superfície é a mesma em quaisquer ponto. Além disso, a


superfície é homogênea, caracterizando sua densidade uniforme. Dessa for-
ma, a coordenada do seu baricentro é dada por:

X=
∫ xdm
M

X=
∫ xr tdA
r tA

Como a densidade é uniforme e a espessura da superfície não varia, temos


que podem ser tiradas para fora da integral, resultando em:
r t ∫ xdA
X=
r tA

X=
∫ xdA
A
De forma análoga para as demais coordenadas, temos que:

Y =
∫ ydA
A

Z=
∫ zdA
A
Para os volumes homogêneos podemos pensar de maneira similar ao realiza-
do acima. Suponha um volume infinitesimal . A massa contida neste volume
infinitesimal é:
dm = r dV

Ou
M =rV

Assim sendo, as coordenadas do baricentro são dadas por:

X=
∫ xdV
V

Y =
∫ ydV
V

Z=
∫ zdV
V

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5.4 CENTROIDES
Os centroides podem ser definidos como os centros geométricos dos corpos.
Portanto, quando falamos em centroide estamos nos referindo as coordena-
das do centro geométrico destes objetos e não do baricentro.
Entretanto, quando estes corpos possuem densidade uniforme, ou seja, são
corpos homogêneos o seu centro de gravidade ou baricentro coincide com o
centroide.
Dessa forma, os cálculos definidos na secção anterior para determinar o bari-
centro superfícies e volumes servem para determinar, também, o centroide
destes objetos.
Vale ressaltar que, as equações corretas são as que envolvem apenas área e
volume e não as definidas inicialmente pelas massas. Vamos explicitar nova-
mente as equações para que não surgem dúvidas.
Para geometrias planas a determinação pela integral destes objetos são da-
das por:

X=
∫ xdA
A

Y =
∫ ydA
A

Já para corpos volumétricos, temos as seguintes determinações:

X=
∫ xdV
V

Y =
∫ ydV
V

Z=
∫ zdV
V

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Vejamos a figura 6. Considere os dados


apresentados. Determine o centroide da geometria
dada, no qual é uma constante.
Suponha a área infinitesimal demonstrada na figura.
A área pode ser determinada por:

A = ∫ dA
b
A = ∫ ydx
0
1
 x 3
Y = 
k
1 1
 x 3  1  3 b 13
b
=A ∫=
0 k 
dx   ∫0 ( x) dx
  k
1
3  b4  3
A=  
4 k 

Determinado a área, podemos determinar a


coordenada do centroide:
b
AX
= ∫=
xdA ∫
0
xydx
1 1
 x 3  1 3 b b4
=AX ∫= x   dx   ∫ ( x)
3
0
k k 0
1
3  b7  3
 
7 k 
AX = 1
3b  4 3
 
4 k 
4
X= b
7

De forma análoga, podemos determinar a


coordenada do centroide
b
AY
= ∫=
ydA ∫
0
y 2 dx
2 2
 x 3 3  1  3 73
b
=AY ∫= dx   b
0 k  7k 
 

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A constante pode ser determinada da seguinte


forma:
b
b k(
a)
3
= k
→=
a3

Dessa forma, temos que:


2
Y = b
5

FIGURA. CENTROIDE PELA INTEGRAL


Y

X=ky3
a

dH

dx b
X
x
Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Existe outra forma de determinação do centroide, muito utilizado na área de


mecânica. Imagine que, um determinado objeto possa ser dividido em figu-
ras geométricas de fácil identificação do centroide, como por exemplo um
triângulo, retângulo ou quadrado. Pense no losango, esta geometria pode ser
dividida em um ou dois triângulos e outro retângulo.
Dessa forma, podemos determinar o centroide da seguinte forma:
ΣAx
X=
ΣA
ΣAy
Y =
ΣΑ

o e dentro do somatório são os centroides de cada figura. Uma dica: montar


uma tabela conforme o exemplo a seguir facilita os cálculos.

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Dada à figura 7, vamos determinar o centroide


do corpo dados as dimensões. Primeiro vamos
considerar o retângulo de 120x120 e o triângulo de
altura 100 e base 60. Após determinar estes centroides
iremos retirar o semicírculo e o retângulo de lados
20x40, que não fazem parte da nossa geometria. Para
isso, segue abaixo a tabela que resumi as dimensões
e produtos de centroides pela área. áloga, podemos
determinar a coordenada do centroide

FIGURA. CENTROIDE DE FIGURAS COMPOSTAS

Fonte: Merian (2019)

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Tabela dos parâmetros determinados pela figura

Figuras

1 12.000 60 50 720.000 600.000

2 3.000 140 100/3 420.000 100.000

3 -1.414 60 12,73 -84.800 -18.000

4 -800 120 40 -96.000 -32.000

Total 12.790 959.000 650.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Dessa forma, o centroide da figura é dado por:


ΣAx 959000
X
= =
ΣA 12790
X = 75mm
ΣAy 650000
Y
= =
ΣA 12790
Y = 51mm

5.5  CENTRO DE GRAVIDADE E TEOREMAS DE


PAPO-GULDINO
O termo centro de gravidade é também designado por baricentro. Como dis-
cutido anteriormente, quando o corpo em estudo é homogêneo o centro de
gravidade coincide com o centro geométrico ou centroide. Entretanto, quan-
do temos um corpo não uniforme, estes conceitos são distintos.
Para um corpo não homogêneo vamos ver o exemplo a seguir.

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Considere a figura 4. Neste caso o arame se encontra na posição


z = 2m e y = 1m . Dessa forma, o comprimento do arame se
encontra apenas na direção . O arame possuí um diâmetro de
d = 10mm e um comprimento de L = 100m . Considerando
que sua densidade aumente ao longo do comprimento, pela
expressão:

=r 1100 + 2x

a densidade é dada em . Determine o centro de gravidade do


arame não homogêneo.

Para isso, devemos aplicar a definição de centro de gravidade.


Como o campo gravitacional é homogêneo ao longo de todo
corpo, podemos utilizar os conceitos de centro de massa, ou seja:

X=
∫ xdm
M

Y =
∫ ydm
M

Z=
∫ zdm
M

Primeiramente, vamos determinar a massa total deste corpo:

dm = r dV

dx = A (
1100 L + L2 )
L L
M= ∫ r dV = ∫ r Adx = A∫ (
1100 + 2 x )
0 0

A área da secção transversal do área é dada por:

pd2 2
=A = 78.54mm
= 7.854 ∗10−5 m 2
4
Assim sendo,

M = 9.423kg

Aplicando a definição de centro de gravidade na coordenada


L
xdm ∫ x r dV ∫
∫= x r Adx A L
M ∫0
=X = = x(1100 + 2 x)dx
0

M M M
A 2 2 3
=X  550 L + L 
M 3 
X=51.4m

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Já as demais coordenadas são as dadas no problema:

Y = 1m
Z = 2m
Observe que se o corpo fosse homogêneo a coordenada
do centroide seria exatamente no meio do arame. Como a
densidade do arame aumenta ao longo da coordenada é de
se esperar que o centro de gravidade se dê a uma distância
maior do que a metade do comprimento do arame, conforme
calculamos.

O teorema de Papo-Guldino afirma que um sólido de revolução pode ser ge-


rado quando se rotaciona uma superfície em torno de um eixo, desde que
este eixo não intercepte a superfície.
Imagina que tenhamos uma linha na vertical de comprimento 10 cm. Essa
linha está a uma distância de 2 cm do eixo vertical. Se for esta linha for rota-
cionada em torno do eixo vertical o sólido de revolução é gerado.
Vejamos na integra o que diz o teorema. a área de uma superfície de revolu-
ção é determinada pelo produto do comprimento da curva geratriz com a
distância percorrida pelo centroide da curva, conforme consta na figura 8. Já
para um volume de revolução, afirma Beer (2013), que o volume do sólido de
revolução é obtido pelo produto da área da superfície geratriz pela distância
percorrida pelo centroide da superfície, conforme consta na figura 95.

FIGURA 5: SUPERFÍCIE GERADA PELO TEOREMA

Fonte: Beer (2013)

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FIGURA 6: VOLUME GERADO PELO TEOREMA

Fonte: Beer (2013)

Vamos para a demonstração deste caso, que tem diversas aplicações. Seja a
figura 8 dada. A curva com uma altura e comprimento infinitesimal é rotacio-
nada em em torno do eixo . Com isso, o elemento de área é dado por:
dA = 2p ydL

Dessa forma, a área total é dada pela integral deste elemento, ou seja:
=A ∫=
2p ydL 2p ∫ ydL

Retomando o tópico em que foi tratado dos centroides de arames, a integral


da área é rearranjada de forma que:

A = 2p L
∫ ydL
L
A = 2p YL

Para o caso de volume, podemos adotar um pensamento semelhante. Seja a


figura 9 dada. A superfície com uma altura e área infinitesimal é rotacionada
em em torno do eixo . Com isso, o elemento de volume é dado por:
dV = 2p ydA

Dessa forma, o volume total é dado pela integral deste elemento, ou seja:

=V ∫=
2p ydA 2p ∫ ydA

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Retomando o tópico em que foi tratado dos centroides de superfícies, a inte-


gral é rearranjada de forma que:

V = 2p A
∫ ydA
A
V = 2p YA

5.6  FORÇAS SOBRE SUPERFÍCIES SUBMERSAS


Superfícies submersas são corpos imersos em fluidos. Os fluidos são subs-
tâncias que quando submetidos a forças cisalhantes não conseguem se sus-
tentar e sofrem deformação. Podemos citar o ar (gasoso), água (líquido), óleo
(líquido).
Em síntese, estes corpos quando imergidos nestes fluidos sofrem forças devi-
do a pressão atuante. A pressão é, basicamente, uma função que depende da
profundidade que este corpo está imerso. Imagine um corpo imerso a uma
profundidade de 1 e 2 metros. A pressão atuando em 2 metros é maior do que
em 1 metro. Consequentemente, a força que atua neste corpo a 2 metros de
profundidade é maior do que a 1 metro.
Não entraremos em maiores detalhes, mas a pressão atuando no corpo a
uma determinada altura , é expressa por:
p p0 + pgh
=

é a pressão padrão para h = 0 , é a aceleração gravitacional e é a densidade do


fluido. A figura 7 abaixo, exemplifica a expressão para determinar a pressão.

FIGURA 7: PRESSÃO EM UMA DETERMINADA ALTURA

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

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A pressão é dada por força sobre a área desta superfície. Dessa forma, po-
demos observar que temos que identificar o centroide desta superfície para
saber em qual força resultante está atuando. Vejamos um exemplo de uma
superfície plana.

FIGURA 8: FORÇA DO FLUIDO EM UMA SUPERFÍCIE PLANA SUBMERSA

Fonte: Meriam (2009)

Considere o líquido como sendo a água. Este exercera uma força sobre a pare-
de da estrutura de forma que quanto mais profundo mais força terá. Ou seja
o centro de massa estará mais ao fundo da estrutura. Esta parede possuí uma
largura e um determinado comprimento . Neste caso, a pressão é a pressão
atmosférica e atua em tanto do lado interno como externo da parede. Assim,
para fins de cálculos, a pressão que devemos determinar é a diferença de
pressão, ou pressão manométrica.

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Devido à forma de escolha dos eixos coordenados, temos uma inclinação com
o eixo . Assim sendo, em um determinado ponto a altura será:
h
cos q =
y
h = y cos q

Dessa forma, a pressão atuando no diferencial de área é de:


=p r=
gh r gy cos q

Com isso, podemos calcular o diferencial da força resultante naquele ponto


especifico:
dR pdA
= =' r gy cos q dA '

O diferencial da área da parede é dada por:


dA ' = bdy

Assim sendo:
dR = r gb cos q ydy

Integrando temos:
R = r gb cos q ∫ ydy
R = r gb cos qYL

Ou
R = r gbhL

A fim de complementar os estudos sob corpos


submersos, veja as explicações e exemplos em
http://www2.eesc.usp.br/netef/Oscar/Aula5.pdf

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MECÂNICA GERAL

CONCLUSÃO
Nesta unidade apresentamos a definição de baricentro e centroide. Foi visto
que baricentro é o mesmo que centro de gravidade e centroide é entendido
como o centro geométrico de uma figura ou corpo.
Vimos também como determinar o baricentro de sistema de partículas, ara-
mes, superfícies e volumes de corpos homogêneo. Este conceito de homo-
gêneo é que a massa do corpo está distribuída de forma uniforme, ou seja, a
densidade é a mesma em qualquer ponto do corpo.
Além disso, quando o corpo é homogêneo o baricentro e o centroide coinci-
dem. Devemos tomar cuidado que nem sempre são iguais. Mais adiante, foi
falado sobre centro de gravidade. Para o estudo da mecânica o campo gra-
vitacional é uniforme em qualquer parte do corpo. Assim sendo, baricentro
ou centro de gravidade podem ser tratados como centro de massa, local em
que todo peso ou toda massa do corpo pode ser considerado como uma re-
sultante.
Por fim, vimos que em estruturas ou corpos imersos em meios fluídicos estão
sujeitos a forças devido a pressão. A medida que a profundida de imersão des-
tes corpos aumenta a pressão também aumente. Consequentemente, a força
que resulta da pressão sob este corpo também aumenta. Logo, é extremante
necessário determinar essa resultante da força e o seu local de atuação para
aplicarmos os conceitos de equilíbrio na estrutura.

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender
os conceitos
envolvendo
momento de inércia;
> Compreender o
que é momento de
inercia polar e sua
diferença para o
momento de inércia;
> Determinar
o momento de
inércia de corpos
com diferentes
configurações.

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6  FORÇAS DISTRIBUÍDAS:
MOMENTOS DE INÉRCIA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade definiremos os conceitos de momento de inércia de uma su-
perfície. Veremos que esta propriedade é uma rigidez a rotação em torno de
um eixo de interesse, e que a raiz quadrada entre a sua razão e a área da su-
perfície representam um raio de giração.
Posteriormente será definido o teorema dos eixos paralelos, que nada mais é
do que a partir encontrar o momento de inércia de geometrias que distam
certa distância de um eixo de interesse. Além disso, o momento de inércia
polar será relatado. Este conceito, faz referência a uma determina rigidez de
torção, ou seja, o quando uma geometria faz resistência quando tendem a
gira-la em torno de um ponto.
Por fim, explicitaremos como determinar o produto de inércia e os respecti-
vos momentos de inércia e produto de inércia em eixos que foram rotaciona-
dos certo ângulo em relação ao eixo original.

6.1  DEFINIÇÃO DE MOMENTO DE INÉRCIA


Em unidades anteriores chegamos a ver que poderíamos ter forças distribuí-
das ao longo da estrutura, como por exemplo, a força peso, no qual cada ele-
mento de massa possui uma força peso. Neste tópico, imagine forças distribu-
ídas sobre uma superfície. Além disso, as suas intensidades são proporcionais
a cada elemento de área tomado desta superfície. Considere, também, que a
força pode variar entre o elemento de área adotado e algum eixo coordenado
escolhido, de maneira linear.
Dessa forma, momento de inércia pode ser entendido como sendo uma pro-
priedade que se relaciona com a rotação de uma superfície em torno de um
eixo. Quanto maior o momento de inércia desta superfície em relação ao eixo
menos este geometria plana tende a girar em torno deste eixo.

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FIGURA 1: MOMENTO DE INÉRCIA DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Beer (2013)

Considere a figura 1, representando uma geometria plana onde podemos ob-


servar as aplicações das forças. Como esta força é distribuída, o somatório de
cada contribuição nos fornecerá a força resultante:
=R ∫=
kydA k ∫ ydA

Conforme vimos em unidades anteriores, a integral acima representa o pri-


meiro momento de inércia dado por:

∫ ydA = yA
Dessa forma, a soma dos momentos desta força em relação ao eixo é dada
por:
M= ∫ y∆F

∫=
ykydA k ∫ y dA 2
=M

A integração representada acima é denominada de momento de inércia em


relação ao eixo x da figura acima. Assim sendo, o momento de inércia pode
ser determinado por:
I x = ∫ y 2 dA
I y = ∫ x 2 dA

e representam o momento de inércia em relação ao eixo x e y, respectivamente.


Vamos exemplificar em como determinar por integração o momento de inércia.
Para cada superfície, devemos escolher de maneira apropriada o diferencial de
área para simplificar os cálculos a serem feitos. Vejamos o exemplo a seguir.

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Considere a figura abaixo. . Vamos determinar


o momento de inércia em relação ao eixo x e y,
respectivamente. Para isso, considere um elemento
diferencial de área dA = dydx , em que possuí uma
altura do eixo e está a uma distância do eixo y. Dessa
forma, aplicando a definição, temos que:

I x = ∫ y 2 dA
a a a
y3 1
∫0 3 dx 3 ∫0 (
kx 2 )
y 3
∫∫
2
=Ix y= dydx = dx
0
0

k3 7
Ix = a
21
b
k= 2
a
ab3
Ix =
21
I y = ∫ x 2 dA
y a a
a
∫ ∫ x= x ydx ∫ kx dx
dydx ∫= 2 2 4
=Iy
0
0 0 0

k 5
Iy = a
5
a 3b
Iy =
5

FIGURA:. EXEMPLO DO MOMENTO DE INÉRCIA POR


INTEGRAÇÃO

Fonte: Beer (2013)

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6.2  RAIO DE GIRAÇÃO


Considere a figura 2 abaixo. Ademais temos que o momento de inércia deste
corpo em relação ao eixo e são dados, respectivamente, por: e , tendo uma
área superficial . Agora suponha que toda esta superfície possa ser concen-
trada em uma estreita faixa a uma dada distância do eixo e sendo paralela ao
eixo , conforme consta na figura 3.

FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO PARA O RAIO DE GIRAÇÃO DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Beer (2013)

FIGURA 3: RAIO DE GIRAÇÃO EM RELAÇÃO AO EIXO X

Fonte: Beer (2013)

Por definição do momento de inércia, podemos dizer que:


I x = ∫ y 2 dA

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Como toda a área está concentrada a uma dada altura , podemos simplificar
a integral da seguinte maneira:
I x = k x2 A

Dessa forma, o raio de giração da superfície em relação ao eixo pode ser dado
por: I
kx = x
A

De maneira análoga, o raio de giração em relação ao eixo é dado por:


Iy
ky =
A

Vejamos um exemplo.

Considere a figura abaixo. Vamos determinar o raio de


giração em relação ao eixo e . Como já foi determinado
o momento de inércia em relação aos seus eixos,
precisamos encontrar apenas a área. A área pode ser
determinada integrando um elemento diferencial a
uma dada posição com uma altura , ou seja:
a
A = ∫ ydx
0
a
ka 3
=A ∫=
0
kx 2 dx
3

e
b
k=
a2

Dessa forma,
ab
A=
3

Utilizando a definição de raio de giração, temos que:

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ab3 1
kx
= ∗
21 ab
3
b
kx =
7

De forma análoga para o raio de giração em relação


ao eixo , temos que:

a 3b 1
kx
= ∗
5 ab
3
3a 2
kx=
5
a
kx=
5
3

Como vimos na definição e no exemplo, o raio de giração sempre terá unida-


de de comprimento. Este estudo tem aplicações em algumas áreas específi-
cas, que discutiremos em momento oportuno.

6.3  TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


O teorema dos eixos paralelos é também conhecido como teorema de Steiner.
Considere uma superfície plana tendo como referência o eixo AA’ e o ponto
C representa o centro geométrico desta figura, conforme consta na figura 4.
O teorema dos eixos paralelos ou teorema de Steiner nos afirma que o mo-
mento de inércia em relação ao eixo AA’ é a soma do momento de inércia em
relação ao eixo que passa pelo seu centro geométrico acrescido pelo produto
da área e a distância ao quadrado do eixo BB’ ao eixo AA’. Em outras palavras:
I=
AA ' I BB ' + Ad 2

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FIGURA 4: TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

Fonte: Beer (2013)

Este teorema é muito útil para determinarmos o momento de inércia. Vamos


demonstrar de forma matemática este teorema. Para isso, considere a figura
4. O momento de inércia em relação ao eixo de referência é dado por:

dA ∫ ( d + y ')
2
∫y=
2
I=
AA ' dA

dA ∫ (
d + y ')
2
∫y=
2
I=
AA ' dA

Expandindo o termo, temos que:


I AA ' =∫ y '2 dA + 2d ∫ y ' dA + d 2 ∫ dA

A primeira integral representa o momento de inércia em relação ao eixo . Já


o segundo termo é o momento de primeira ordem, tendo como referência
o eixo e como o centro geométrica está sobre este eixo, a segunda integral é
zero. Dessa forma:
I=
AA ' I BB ' + Ad 2

Este teorema pode ser aplicado tanto para encontrar o momento de inércia
em relação ao eixo centroidal (eixo ) ou em relação ao eixo . Além disso, o mes-
mo raciocínio pode ser realizado em relação a um eixo vertical, por exemplo.
Se ao invés de ser um eixo na horizontal e fosse na vertical, o teorema é válido
da mesma forma, seguindo os mesmos passos realizados acima.
Vejamos um exemplo, a fim de um melhor entendimento sobre o assunto.

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Considere a figura abaixo. Vamos determinar o


momento de inércia em relação ao eixo . Superfícies
padrões como círculos, semicírculos, triângulos,
retângulos, etc., o momento de inércia destas
geometrias podem ser encontradas facilmente em
livros e/ou na internet. O momento de inércia em
relação a um eixo paralelo à e que passa pelo centro
da superfície é dado por:
1
Ic = p r 4
4

Dessa forma, utilizando o teorema dos eixos


paralelos, temos que:
IT= I c + Ad 2
1 4
IT = pr +(p r2 )
∗ r2
4
5
IT = p r 4
4

FIGURA: UTILIZANDO O TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


PARA DETERMINAR O MOMENTO DE INÉRCIA

Fonte: Beer (2013)

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Neste exemplo, vamos determinar o momento de inércia em


relação ao eixo centroidal da uma figura, no qual o momento
de inércia em relação ao eixo de referência é dado por
I x = 5000mm 4 2
tendo uma área igual à A = 120mm . A distância
do eixo até o eixo centroidal é de d = 5mm . Dessa forma,
podemos encontrar o momento de inércia em relação ao eixo
centroidal por:

I=
x I x ' + Ad 2
I x ' =I x − Ad 2 =500 − 120 ∗ 52
I x ' = 2000mm 4

6.4 O QUE É O MOMENTO DE INÉRCIA POLAR?


O momento de inércia polar ou segundo momento polar de área de uma
elemento de área pode ser entendido como sendo o produto da área deste
elemento pela distância ao quadrado do ponto de interesse, onde se deseja
determinar o momento de inércia polar.
Este momento de inércia representa a resistência que uma superfície tem ao
torcer este elemento em torno do ponto desejado ou a resistência à deforma-
ção torcional.
Considere a figura5, conforme mostrada abaixo. O momento de inércia polar
desta superfície é dada pelo somatório do produto do elemento de área pelo
quadrado da distância , ou seja:
J o = ∫ r 2 dA

FIGURA 5: DEFINIÇÃO DE MOMENTO DE INÉRCIA POLAR

Fonte: Meriam (2009)

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Considerando a figura 5, podemos expressar em função de e da seguinte maneira:


2
r= x2 + y 2

Assim sendo, a expressão para o momento de inércia polar pode ser expandido:
=Jo ∫ (
x2 + y 2 )
dA

∫ x dA + ∫ y dA
2 2
=Jo

Analisando o resultado acima, e utilizando os conceitos de momento de inér-


cia, podemos observar que o momento de inércia polar é a soma dos mo-
mentos de inércia em relação ao eixo e :
Jo= I x + I y

Vejamos um exemplo, em que iremos determinar o momento de inércia polar


e, consequentemente determinar o momento de inércia.

Considere a figura abaixo . Considere o elemento


de área anelar com uma espessura e distância do
centro do círculo, sendo que o raio desta geometria
é . A partir do momento de inércia polar, determine
os momentos de inércia em relação ao eixo e .
Primeiramente, vamos utilizar o conceito de
momento de inércia polar:

Jo = ∫ r 2 dA
dA = 2p udu
r
Jo = ∫ u 2 2p udu
0
r
Jo = 2p ∫ u 3 du
0

p r4
Jo =
2

Agora vamos determinar os momentos de inércia


em relação ao eixos e .
Como a geometria é um círculo concêntrico em
relação ao ponto , sendo simétrico de todos os lados,
o momento de inércia em relação ao eixo é igual ao
momento de inércia em relação ao eixo . Dessa forma,

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Ix = I y
Jo
Jo = I x + I y = 2 I y → I y =
2

Logo, temos que:


p r4
Iy =
2
p r4
Ix =
2

FIGURA: EXEMPLO DE MOMENTO DE INÉRCIA POLAR

Fonte: Beer (2013)

6.5  PRODUTO DE INÉRCIA


O produto de inércia pode ser utilizado para medir a antissimetria da super-
fície. Além disso, serve de base para eixos girados, ou seja, eixos quando rota-
cionados em relação ao eixos originais.
O produto de inércia é análogo aos demais calculados, sendo determinado
como:
I xy = ∫ xydA

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FIGURA 6:. PRODUTO DE INÉRCIA DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Observe que no caso do momento de inércia e do momento de inércia polar,


seus resultados são sempre positivos. No caso do produto de inércia, pode-
mos obter resultados negativos.
Além disso, o teorema dos eixos paralelos é aplicável ao produto de inércia:
I xy I x ' y ' + xc yc A
=

Onde representa o produto de inércia do eixo centroidal e e representa o


centroide da geometria. Para demonstrar a sua validade, considere a figura 7
abaixo.

FIGURA 7:TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS PARA PRODUTO DE INÉRCIA.

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

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Pela definição de produto de inércia, temos que:


I xy = ∫ xydA

Além disso, temos que a distância horizontal e vertical até o elemento de área
é dada por: x= x '+ xc
y= y '+ yc

Dessa forma, temos que o produto de inércia é:


I xy =∫(
x '+ xc )
(
y '+ yc )
dA
I xy= ∫(
x ' y '+ x y '+ y x '+ x y )
c c dA c c

Expandindo este termo, temos que:


=Qy ∫=
y x ' dA
c yc ∫ x ' dA
=Qx ∫=
x y ' dA
c xc ∫ y ' dA

Esses dois termos representam o momento de primeira ordem, em relação


ao eixo centroidal (eixo que passa pelo seu centro geométrico). Dessa forma,
este momento de inércia de primeira ordem é nulo.
Logo o produto de inércia se torna:
= I xy ∫ x ' y ' dA + ∫ xc yc dA
=I xy ∫ x ' y ' dA + x y ∫ dA
c c

A primeira integral é o produto de inércia do eixo centroidal, aquele eixo que


passa pelo centro geométrico da superfície. Assim sendo, o teorema dos eixos
paralelos é análogo ao utilizado para o momento de inércia e é dado por:
I xy I x ' y ' + xc yc A
=

6.6  ROTAÇÃO DOS EIXOS


Podemos notar nas secções anteriores que todos os momentos de inércia
explicitados dependem do sistema de eixos coordenados ao qual adotamos.
Quando o sistema de coordenadas é alterado o seu momento de inércia é
também alterado.
Entretanto, podemos imaginar que exista uma relação entre o sistema de co-
ordenadas antes e depois da modificação. Considere a figura 10. O sistema

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de eixos coordenados sofre uma determinada rotação em relação à origem


do sistema. Obviamente, todos os tipos de momento de inércia e produto de
inércia irão sofrer alterações, pois eles dependem das coordenadas.
Este tipo de operação pode ser utilizado para determinar a posição de rotação
do eixo que dará o maior ou menor momento de inércia. Considere a figura 8.

FIGURA 8:SISTEMA DE COORDENADAS ROTACIONADO EM RELAÇÃO AO ORIGINAL

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Seja , e os momentos de inércia e produto de inércia em relação às coorde-


nadas originais. Primeiramente, vamos determinar o momento de inércia em
relação ao eixo rotacionado em em relação a .
Pela definição de momento de inércia, temos que:
I x ' = ∫ y '2 dA

A nova coordenada é dada por:


= y ' y cos (
q)
− xsen (
q)

Substituindo na definição de momento de inércia, temos que:

∫( )
2
=Ix' y cos (
q)
− xsen (
q)
dA

Expandindo os termos, chegasse em:

∫(y cos q + x sen q − 2 xy cos ( q) sen (


q))
2 2 2 2
I=
x' dA
Ix' = cos q ∫ y dA + sen q ∫ x dA − 2 cos (
2 2 2 2
q)sen (
q)∫ xydA

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Podemos analisar que as integrais representam o momento de inércia em


relação ao eixo e e o produto de inércia, respectivamente. Dessa forma:
I x ' = cos 2 q I x + sen 2q I y − 2 cos (
q)
sen (
q)
I xy

Devemos utilizar dos recursos das propriedades trigonométricas para simpli-


ficação da equação acima.
Sabe-se que:
cos 2 q + sen 2q = 1 → sen 2q = 1 − cos 2 q
1
cos =2
q
2
(1 + cos (
2q ) )
2 cos ( q) sen (q) = sen (2q )

Dessa forma, a equação do momento de inércia pode ser simplificada, recain-


do em:
=I x ' cos 2 q I x + (
1 − cos q )
I y − sen (
2q )
I xy
I x ' =I y + cos 2 q ()
I x − I y − sen (
2q )
I xy
1
I x ' =I y +
2
(
1 + cos ( ()
)
2q )I x − I y − sen (
2q )
I xy

1
Ix'
=
2
(
2 I y + I x − I y + cos ( ()
2q )
I x − I y − sen (
2q )
I xy)
Resultando em: Ix + I y Ix − I y
I x ' =+ cos (
2q )
− I xy sen (
2q )
2 2

De forma análoga podemos fazer para o momento de inércia em relação ao


eixo .
I y ' = ∫ x '2 dA

A nova coordenada é dada por:


= x ' x cos (
q)
+ ysen (
q)

Substituindo na definição de momento de inércia, temos que:


∫( )
2
=I y' x cos (
q)
+ ysen (
q)dA

Portanto, temos que:


I y ' = sen 2q I x + cos 2 q I y + 2 cos (
q)
sen (
q)
I xy

Utilizando as propriedades trigonométricas, o momento de inércia resulta em:


Ix + I y Ix − I y
I y ' =− cos (
2q )
+ I xy sen (
2q )
2 2

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Para o produto de inércia, temos:

∫  x cos (
Ix' y' = q)
+ ysen (
q)
  y cos (
q)
− xsen (
q)
 dA

∫ (
Ix' y' = y 2 − x2 )
cos q senq + xy (
cos 2 q − sen 2q )
 dA

Utilizando as definições de momentos de inércia e produto de inércia, além


das propriedades trigonométricas, chegasse em:
Ix − I y
=Ix' y' sen (
2q )
+ I xy cos (
2q )
2

CONCLUSÃO
Nesta unidade foram apresentadas a definição de momento de inércia. Vi-
mos que momento de inércia ou momento de segunda ordem se aplica em
geometrias planas. Além disso, foi apresentado suas formas de cálculos que
ficam facilitadas ou dificultadas dependendo da escolha do elemento dife-
rencial de área.
Raio de giração nada mais é do que a raiz quadrada da razão entre o momen-
to de inércia e a área daquela superfície. Este conceito é amplamente utiliza-
do em flambagem de estruturas, pois é uma medida de rigidez da mesma.
Posteriormente, vimos que o momento de inércia pode ser facilmente esten-
dido a eixos deslocados ao seus originais. Este conceito é muito útil quando
temos geometrias compostas.
Momento de inércia polar é sempre determinado em relação a algum ponto
de interesse. Este momento de inércia representa uma rigidez a torção, ou
seja, representa uma resistência quando tenta-se rotacionar a superfície em
torno daquele ponto em especifico.
Por fim, vimos produto de inércia, quando temos superfícies antissimétricas, e
rotação de eixos, no qual quando eixos são rotacionados os novos momentos
de inércias são funções que dependem do ângulo de rotação e dos momen-
tos de inércia anteriores. Estes conceitos são fundamentais para encontrar os
momentos de inércia máximo ou mínimo e, consequentemente, determinar
as tensões máximas e mínimas nas estruturas.

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125 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
MECÂNICA GERAL

REFERÊNCIAS
BEER, F. P. et. al. Estática e Mecânica dos Materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013.
FORÇAS sobre Áreas Planas Submersas. Universidade de São Paulo. Disponível em: http://
www2.eesc.usp.br/netef/Oscar/Aula5.pdf. Acesso em: 4 mar. 2020.
MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G. Mecânica para Engenharia – Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
NELSON, E.W. et al. Engenharia Mecânica Estática. Porto Alegre: Bookman, 2013.
RUIZ, C. C. de L. P. Fundamentos de Mecânica para Engenharia – Estática. Rio de Janeiro: LTC,
2017.

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