ÍNDICE.............................................................................................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................2
2. REVISÃO HISTÓRICA ......................................................................................................2
2.1. HISTÓRICO DA PERÍCIA CONTÁBIL............................................................................3
2.1.1. Perícia Contábil no Século XXI..................................................................................4
2.1.2. Aplicações da Perícia Contábil..................................................................................5
2.2. PRINCIPAIS ABORDAGENS CONCEITUAIS................................................................8
2.2.1. Perícia Contábil Judicial.............................................................................................8
2.2.2. Perícia SemiJudicial....................................................................................................9
2.2.3. Perícia Extrajudicial....................................................................................................9
2.2.4. Perícia Arbitral...........................................................................................................10
3. PERFIL PROFISSIONAL DO PERITO CONTADOR........................................................10
3.2 Experiência Profissional...............................................................................................12
3.3. Inteligência e Perspicaz...............................................................................................13
3.4 Índole Criativa e Intuitiva..............................................................................................13
3.5 Competência Técnico-Profissional..............................................................................13
4. LEGISLAÇÃO PERTINENTE PERITO CONTADOR.......................................................14
4.2 Código Processo Civil..................................................................................................14
4.3 Código Penal.................................................................................................................20
4.4 Código de Processo Penal...........................................................................................22
6. CONHECIMENTO NECESSÁRIO PARA SER UM EXIME PERITO CONTADOR...........23
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................................29
Revisão final...................................................................................................................................................................30
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1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO HISTÓRICA
Toda perícia se origina de um desacordo entre duas ou mais partes, sobre um
determinado assunto. Na grande maioria dos casos esse desencontro de opiniões
envolve valores.
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A expressão Perícia advém do Latim: Peritia, que em seu sentido próprio
significa Conhecimento (adquirido pela experiência), bem como Experiência.
Aplica-se à Perícia, por incumbência direta ou indireta dos interessados, para
que este examine, refira e opine com relação à matéria.
Através das citações de D´ÁUREA , Francisco (1953, p.134):
“a perícia é o testemunho de uma ou mais pessoas técnicas, no sentido de
fazer conhecer um fato cuja existência não pode ser acertada ou juridicamente
apreciada, senão apoiada em especiais conhecimentos científicos ou técnicos”.
“a perícia se inclui nos meios de prova, nitidamente diferenciada do
testemunho”.
Portanto, Perícia é a forma de se demonstrar, por meio de laudo pericial, a
verdade de fatos ocorridos contestados por interessados, examinados por
especialista do assunto, e a qual servirá como meio de prova em que se baseia o
juiz para a resolução de determinado processo ou lide.
A Perícia pode ser realizada em todas as áreas do conhecimento humano.
Podemos observar que desde os tempos primórdios a figura do Contabilista
esteve presente em diversos momentos da história. Esta situação apenas vem
demonstrar a sua importância, tanto para a sociedade física quanto para a jurídica.
Semelhantemente, a "perícia contábil" demonstrou sua necessidade e
importância, vindo a ser legalizada, através das Normas Brasileiras de Contabilidade
e pelo Código de Processo Civil.
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Também descobriram-se indícios, na Índia, do surgimento do árbitro eleito
pelas partes, que desempenhava o importante papel de perito e juiz ao mesmo
tempo. Encontram-se ainda outros vestígios de Perícia nos antigos registros da
Grécia e do Egito, com o surgimento das instituições jurídicas, onde o cidadão
buscava as pessoas especializadas.
Porém, a figura do perito, ainda que associada a árbitro, definiu-se somente
no Direito Romano primitivo, onde o laudo do perito constituía a própria sentença.
Depois da Idade Média, com o desenvolvimento jurídico ocidental, a figura do
perito desvinculou-se da do árbitro.
Citando FONSECA Apud ALBERTO (2000, p.38):
“A partir do século XVII, criou-se definitivamente a figura do perito como
auxiliar da justiça, e ao perito extrajudicial, permitindo assim a especialidade do
trabalho judicial”.
Citando LOPES DE SÁ (2004, p,13-14):
“No tempo do Brasil-Colônia, relevante já era a função contábil e das perícias,
conforme se encontra claramente evidenciado no Relatório de 19 de junho de 1779
do Vice-rei Marquês do Lavradio a seu sucessor Luís de Vasconcelos e Souza
(Arquivo Nacional do Rio de Janeiro)”.
Ainda citando Fonseca Apud Oliveira (2000, p.38), temos:
“No Brasil, a Perícia Judicial foi introduzida pelo Código de Processo Civil de
1939, em seus artigos 208 e 254, que regulam a Perícia, nomeação do perito pelo
juiz e indicação pelas partes”.
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A constante necessidade do controle patrimonial das entidades, tanto pessoa
física como jurídica, tornou da contabilidade uma ciência indispensável para o
sucesso dos investimentos, tanto de empresas como de pessoas.
Estando a contabilidade introduzida nas entranhas dos negócios do século
XXI, e havendo litigância entre usuários da tecnologia contábil, se faz necessário
para a justa solução do litígio a intervenção de um Perito contador, que subsidiará a
resolução do impasse.
Desta forma, são constantes os casos em que se faz necessário o expert,
sendo que atualmente pode-se verificar a atuação deste profissional em diversos
setores da sociedade. Entre os casos mais comuns, pode-se citar: concordatas e
Falências de Empresas; dissolução de Sociedade; divergências com empréstimos e
financiamentos (Cheque especial, Cartão de Credito, Leasing, Sistema Financeiro
de Habitação e outros);autos de Infração realizados por órgão do governo (Receita
Federal, Receita Estadual, Órgãos de regulamentação e outros); fraudes para
enriquecimento ilícito; quebra de contratos e cláusulas leoninas, com prejuízo a uma
ou ambas as partes.
No século da tecnologia das informações, percebe-se que a necessidade de
realizar perícias com o intuito de levantar os fatos verossímeis, tem crescido,
deparando-se com o déficit de profissionais altamente qualificados, aptos a serem
peritos.
Essa procura significativa por Peritos contadores, que aumenta a cada ano,
se defronta com a falta de preparação de muitas universidades, que persistem em
gerar profissionais desqualificados técnica e tecnologicamente na área pericial,
habilitados apenas pelo seu registro no CRC.
2.1.2. Aplicações da Perícia Contábil
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Desde o Decreto-Lei nº 9.295 de maio de 1946, que organizou a profissão
contábil e definiu atribuições em relação à competência legal quanto ao
desenvolvimento de Perícias Contábeis. Na letra "c", do artigo 25, do mencionado
diploma, foram definidos como trabalhos contábeis:
c) perícias judiciais e extrajudiciais, revisão de balanços e contas em geral,
verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações
judiciais e extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos
Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica
conferidas por lei aos profissionais da contabilidade.
E no artigo 26, do Decreto-Lei nº 9.295/1946, foi definida a atribuição
exclusiva da função pericial, assim definida:
“Salvo direitos adquiridos ex-vi do disposto no artigo 2º do Decreto nº 21.033,
de 08 de fevereiro de 1932, as atribuições definidas na alínea "c" do artigo anterior
são privativas dos contadores diplomados. Vale salientar que anterior a 1945, a
função pericial contábil já se apresentava ordenada, em especial pelo Decreto nº
20.158, de 30 de junho de 1931”.
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09. exames e perícias para constituição, transformação e liquidação de
sociedades_de_qualquer_natureza;
14. perícias judiciais de qualquer natureza, que envolvam matérias contábeis;
16.verificação_de_Haveres;
17. quaisquer outros exames, apurações, investigações e perícias judiciais;
18. pareceres, laudos e estudos em matéria fiscal e que envolvam problemas de
contabilidade e fiscais.
A resolução 107 foi revogada pela resolução 560 de 28 de dezembro de 1983,
que veio dispor sobre as prerrogativas profissionais, entre elas podemos descrever
como campo de Perícia, algumas dispostas no Art. 3º, verbis:
1. avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres e obrigações, para quaisquer
finalidades, inclusive de natureza fiscal;
2. avaliação dos fundos de comércio;
3. apuração do valor patrimonial de participações, quotas ou ações;
5. apuração de haveres e avaliação de direitos e obrigações, do acervo patrimonial de
quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão, expropriação no interesse público,
transformação ou incorporação dessas entidades, bem como em razão de entrada, retirada,
exclusão ou falecimento de sócios, quotistas ou acionistas;
8. regulações judiciais ou extrajudiciais, de avarias grossas ou comuns;
23. análise do comportamento das receitas;
24. avaliação do desempenho das entidades e exame das causas de insolvência ou
incapacidade de geração de resultado;
26. determinação de capacidade econômico-financeira das entidades, inclusive nos conflitos
trabalhistas e de tarifa;
35. perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais;
43. assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências, e aos
liquidantes de qualquer massa ou acervo patrimonial;
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2.2. PRINCIPAIS ABORDAGENS CONCEITUAIS
Conhecer a técnica de perícia contábil é dever de qualquer bacharel em
ciências contábeis que deseja atuar como perito, são primícias necessárias para se
tornar um profissional eximo e irretratável.
Muitos são os casos de ações judiciais para os quais se requer a Perícia
Contábil. Como força de prova, alicerçada em outros elementos que provam, como a
escrita contábil, os documentos, entre outros, a perícia é específica.
São elas às vezes decisivas nos julgamentos, onde se envolvem fatos
patrimoniais de pessoas, empresas, instituições, portanto, onde esteja a dúvida,
aparece a perícia como auxiliar.
Logo, grande é o campo de ação do Perito Contábil.
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2. o juiz defere a perícia e escolhe o perito;
3. as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes;
4. os peritos são cientificados da indicação;
5. os peritos propõem honorários e requerem depósitos;
6. o juiz estabelece prazo, local e hora para o início.
Fase Operacional:
7. início da perícia e diligências;
8. curso do trabalho;
9. elaboração do laudo.
Fase Final:
10. assinatura do laudo;
11. entrega do laudo;
12. levantamento dos honorários;
13. esclarecimentos (se requeridos).
Há, pois, todo um conjunto de fases que formam o ciclo da perícia judicial.
Portanto em todas estas fases, existem prazos e formalidades a serem
cumpridas.
A manifestação do perito sobre os fatos devidamente apurados se dará
através do Laudo Pericial, onde, na condição de prova técnica, servirá para suprir as
insuficiências do magistrado no que se refere aos conhecimentos técnicos ou
científicos.
É aquela realizada fora do judiciário, por vontade das partes. Seu objetivo
poderá ser: demonstrar a veracidade ou não do fato em questão, discriminar
interesses de cada pessoa envolvida em matéria conflituosa; comprovar fraude,
desvios, simulação.
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2.2.4. Perícia Arbitral
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como depoimentos de testemunhas, documentos em poder de partes, repartições
públicas e outros.
Cabe destacar que um dos procedimentos mais adequados que o Perito
Contador deve promover, quando se questiona a validade legal da escrita contábil
de uma das entidades do litígio, é valer-se, dentre as diversas modalidades de
certificação oriundas da tecnologia contábil de auditoria interna, da determinada
prova emprestada, que consiste na contraprova de valores registrados na escrita da
entidade mediante a verificação, junto aos credores, ou mesmo aos participantes
dos fatos contábeis registrados, daquele lançamento.
Depreende-se que, para o desempenho de tal função, o Perito deve estar
dotado de habilidade, destreza e, principalmente, de conhecimento técnico-científico
de Contabilidade.
O Perito deve, necessariamente, ser habilitado profissionalmente para a
realização da perícia, porque a sua interpretação de um fato contábil irá propiciar a
evidenciação da verdade.
Ademais, em decisão do Superior Tribunal de Justiça, relatada pelo Ministro
Adhemar Marcela e publicada no Diário Oficial da União em 17/09/97, tem-se que a
perícia contábil só pode ser efetuada por CONTADOR, profissional portador de
diploma universitário, devidamente inscrito no Conselho de Contabilidade.
O exercício de outros profissionais, como Economistas e o Administrador de
Empresas, representa possibilidade de nulidade de prova pericial contábil pela parte
que se sentir lesada, onerando, protelando e dificultando a adequada prestação
jurisdicional.
Para que o desempenho dessa função seja eficiente e eficaz, exige-se do
Perito, dentre outros, requisitos fundamentais: reconhecido saber técnico-científico
da realidade de sua especialidade, dedicando-se a uma educação continuada e
persistente estudo da doutrina em que se graduou; vivência profissional nas diversas
tecnologias que a ciência de sua habilitação universitária possui, bem como
experiências em perícias; perspicácia; perseverança; sagacidade; índole criativa e
intuitiva; probidade.
Pode-se observar nos itens acima, que a responsabilidade delegada ao Perito
começa no planejamento do trabalho, na execução e elaboração do laudo pericial.
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Sua criatividade, competência e responsabilidade farão com que seu trabalho torne-
se sustentável juridicamente.
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3.3. Inteligência e Perspicaz
Estas palavras exprimem a qualidade profissional do Perito relativa a sua
capacidade de observação, concentração para identificar adequadamente o objeto
de estudo, examinando, analisando, estudando profundamente, sem se permitir
desenvolver o trabalho de forma superficial.
No caso do Perito Contábil, sua capacidade especial de identificar os
fenômenos patrimoniais resultantes de determinada movimentação do patrimônio e
procurar suas evidências no diário, razão-auxiliar e representações gráficas
elaboradas pelas entidades envolvidas, é um exemplo da materialização da
perspicácia.
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3.5.2 - O perito-contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação
mediante apresentação de certidão específica, emitida pelo Conselho Regional de
Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
3.5.3 - A nomeação, a escolha ou a contratação para o exercício do encargo de perito-
contador deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e
honorabilidade do Contador, devendo este escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou
foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a
utilização dos serviço de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia
assim o requerer.
3.5.4 - A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito-contador
assistente deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e
honorabilidade do Contador, devendo este recusar os serviços sempre que reconhecer não
estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização de serviços de especialistas de
outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o requerer.
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser
provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
Art. 33 Art. 33 - Cada parte pagar· a remuneração do assistente técnico que houver
indicado; a do perito ser· paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo
autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de oficio pelo juiz.
Parágrafo único - O juiz poder· determinar que a parte responsável pelo pagamento
dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa
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remuneração. O numerário, recolhido em deposito bancário ordem do juízo e com
correção monetária, será entregue ao perito apos a apresentação do laudo,
facultada a sua liberação parcial, quando necessária.
Art. 139 – São auxiliares do juízo alem de outros, cujas atribuições são
determinadas pelas normas de organização o judiciário, o escrivão, o oficial de
justiça, o perito, o depositário, o administrador e o interprete.
Art. 146 - O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei,
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando
motivo legítimo.
Parágrafo único - A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da
intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o
direito a alegá-la.
Art. 147 - O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas,
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a
funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
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Art. 167 - O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo
da mesma forma quanto aos suplementares.
Parágrafo único - Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos
peritos e às testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em
que intervieram.
Art. 178 - O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se
interrompendo nos feriados.
Art. 180 - Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou
ocorrendo qualquer das hipóteses do Art. 265, I e III; casos em que o prazo será
restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.
Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do
laudo.
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Art. 422 - O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de
confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.
Art. 423 - O perito pode escusar-se (Art. 146), ou ser recusado por impedimento ou
suspeição (Art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o
juiz nomeará novo perito.
Art. 424 - O perito pode ser substituído quando: (Alterado pela L-008.455-1992)
I - carecer de conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único - No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada
tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no
processo.
Art. 427 - O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou
documentos elucidativos que considerar suficientes.
Art. 428 - Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se
requisitar a perícia.
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Art. 429 - Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes
técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo
informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em
repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e
outras quaisquer peças.
Art. 431 - Se houver divergência entre o perito e os assistentes técnicos, cada qual
escreverá o laudo em separado, dando as razões em que se fundar. (Revogado pela
L-008.455-1992)
Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados
pelo perito para ter início à produção da prova.
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte
indicar mais de um assistente técnico.)
Art. 432 - Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do
prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente
arbítrio.
Parágrafo único - O prazo para os assistentes técnicos será o mesmo do
Art. 433 - O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo
menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
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Parágrafo único - Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo
comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.
Art. 436 - O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção
com outros elementos ou fatos provados nos autos.
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Art. 439 - A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a
primeira.
Parágrafo único - A segunda perícia não substitui à primeira, cabendo ao juiz
apreciar livremente o valor de uma e outra.
Art. 441 - Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais
peritos.
Art. 442 - O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou
graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único - As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando
esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
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Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral:)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º- As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
§ 3º - O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente se retrata ou
declara a verdade.
Fraude Processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo,
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o
perito:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal,
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
Favorecimento Pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas
neste artigo.
4.4 Código de Processo Penal
Art. 184 - Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.
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c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos
estabelecidos.
Art. 278 - No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade
poderá determinar a sua condução.
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12 Redação de correspondências oficiais.
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6.5 CONHECIMENTOS ESPECIFICO DO PERITO CONTADOR:
1 Contabilidade geral: Normas do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC).
2 Normas contábeis aplicadas a fraude.
3 Contabilidade comercial. 3.1 Operações com mercadorias. 3.2
Estoques. 3.3 Impostos sobre compras e vendas. 3.4 Provisão para
devedores duvidosos. 3.5 Folha de pagamento. 3.6 Operações comerciais e
bancárias.
4 Contabilidade avançada. 4.1 Investimentos. 4.2 Reavaliação de ativos. 4.3
Transações entre partes relacionadas. 4.4 Consolidação de demonstrações
financeiras. 4.5 Concentração e extinção de sociedades. 4.6 Matriz e filial. 4.7
Conversão de demonstrações contábeis em moedas estrangeiras. 4.8 Efeitos
inflacionários sobre o patrimônio das empresas.
5 Contabilidade societária. 5.1 Companhias abertas. 5.2 Normas da
comissão de valores mobiliários (CVM) e do mercado. 5.3 Lei n.º 6.404/1976
e legislação complementar.
6 Custos. 6.1 Avaliação de estoque. 6.2 Controle. 6.3 Sistemas de custos.
7 Contabilidade bancária: princípios gerais do Capítulo 1 . Normas
Básicas . do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
(COSIF).
8 Contabilidade tributária. 8.1 Imposto de renda pessoa jurídica. 8.2
Contribuição social sobre o lucro líquido.
9 Análise das demonstrações contábeis. 9.1 Análise horizontal e vertical
das demonstrações contábeis. 9.2 Estudo do capital de giro e do capital
circulante líquido. 9.3 Alavancagem financeira e operacional.
10 Auditoria. 10.1 Normas profissionais do auditor independente. 10.2
Normas de auditoria independente das demonstrações contábeis (conceituação e
disposições gerais, normas de execução dos trabalhos e normas do parecer dos
auditores independentes).
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11 Contabilidade pública. 11.1 Conceito, objeto e regime. 11.2 Campo
de aplicação. 11.3 Legislação básica (Lei n.º 4.320/1964 e Decreto n.º
93.872/1986). 11.4 Receita e despesa pública. 11.5 Receitas e despesas
orçamentárias e extra-orçamentárias. 11.6 Plano de contas da administração
federal. 11.7 Tabela de eventos. 11.8 SIAFI. 11.9 Balanço e demonstrações das
variações patrimoniais.
12 Administração financeira e orçamentária. 12.1 Orçamento público.
12.2 Orçamento público no Brasil. 12.3 O ciclo orçamentário. 12.4 Orçamento-
programa. 12.5 Planejamento no orçamento-programa. 12.6 Orçamento na
Constituição Federal. 12.7 Conceituação e classificação de receita pública. 12.8
Classificação orçamentária de receita pública por categoria econômica no
Brasil. 12.9 Classificação de gastos públicos. 12.10 Tipos de créditos
orçamentários. 12.11 Lei de Responsabilidade Fiscal . Lei Complementar n.º
101/2000.
13 Lei n.° 8.666/1993. 13.1 Licitações: Modalidades, dispensa e
inexigibilidade. 13.2 Contratos. 13.3 Conduta típica dos crimes previstos nessa lei.
14 Convênios (LC 101/2000 e IN STN 01/1997 e alterações).
15 Direito Tributário. 15.1 Direito Tributário na Constituição Federal. 15.2
Código Tributário Nacional.
16 Imposto de renda pessoa física: declaração anual de ajuste.
17 Direito Penal: Condutas típicas previstas nas leis de crimes contra a
ordem tributária, de crimes contra o sistema financeiro nacional, de crimes
contra a previdência social, de crimes de .lavagem de dinheiro. ou ocultação de
bens, direitos e valores, de crimes contra as finanças públicas.
18 Comércio internacional. 18.1 Instituições intervenientes no comércio
exterior no Brasil. 18.2 Importação: requisitos administrativos (registro do
importador, licenças de importação) e fiscais (tributação, isenções e reduções).
18.3 Despacho aduaneiro. 18.4 Regras de origem. 18.5 Valor aduaneiro. 18.6 Preço
de transferência. 18.7 Pagamentos internacionais. 18.7.1 A intervenção bancária no
mecanismo de pagamento. 18.7.2 Contas de não residentes (CC5). 18.7.3
Riscos e modalidades de pagamento (antecipado, red clause, crédito
documentário). 18.8 Contencioso aduaneiro. 18.9 Câmbio. 18.9.1 Modalidades.
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18.9.2 Operações prontas e operações futuras. 18.9.3 Arbitragem. 18.9.4
Swaps. 18.9.5 Tipos de taxas cambiais. 18.9.6 Contratação, prazos e liquidação.
18.9.7 Formas de controle cambial e o controle cambial no Brasil. 18.10 Regimes
aduaneiros. 18.11 Exportações. 18.11.1 Registro do exportador. 18.11.2
Tributação. 18.11.3 Despacho aduaneiro.
19 Sistema Financeiro Nacional. 19.1 Estrutura. 19.2 Funções. 19.3
Órgãos reguladores. 19.4 Espécies de instituições.
20 Conhecimentos Bancários. 20.1 Sociedades de fomento mercantil
(factoring). 20.2 Sociedades administradoras de cartões de crédito. 20.3
Produtos e serviços financeiros. 20.3.1 Depósitos à vista. 20.3.2 Depósitos a
prazo (CDB e RDB). 20.3.3 Títulos de crédito. 20.3.4 Cobrança e pagamento
de títulos, carnês e tributos e tarifas públicas. 19.3.5 Transferências
automáticas de fundos. 20.3.6 Home/office banking, remote banking, banco virtual,
dinheiro de plástico. 20.3.7 Conceitos de corporate finance. 20.3.8 Hot money.
20.3.9 Contas garantidas. 20.3.10 Crédito rotativo. 20.3.11 Descontos de
títulos. 20.3.12 Financiamento de capital de giro. 20.3.13 Leasing (tipos,
funcionamento, bens). 20.3.14 Crédito direto ao consumidor. 20.3.15 Crédito rural.
20.3.16 Cadernetas de poupança. 20.3.17 Cartões de crédito. 20.4 Principais
indicadores econômicos, taxas de juros e índices de inflação.
21 Mercado de capitais. 21.1 Agentes de mercado: bolsas de valores,
de mercadorias e de futuros, balcão organizado, entidades de compensação e
liquidação (SELIC, CETIP, CBLC e a BM&F), instituições custodiantes,
emissoras de valores mobiliários escriturais, emissoras de certificados e agentes
autônomos. 21.2 Valores mobiliários. 21.2.1 Qualificação jurídica e especificidade
em relação a outros títulos. 21.2.2 Títulos de responsabilidade de instituições
financeiras e títulos públicos. 21.3 Registros e credenciamentos de
responsabilidade da CVM. 21.4 A distribuição dos valores mobiliários no
mercado. 21.5 Mercado primário e secundário. 21.6 Principais características
dos mercados de balcão, balcão organizado e de bolsa (pregões de viva voz,
eletrônicos e home-broker na BOVESPA, no SOMA e na BM&F). 21.7
Negociação de ações e outros valores mobiliários. 21.8 Operações à vista, com
opções, a termo e futuro.
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21.9 Swaps. 21.10 Operações de financiamento e arbitragem. 21.11 Empréstimos
de ações. 21.12 Fundos de investimentos. 21.13 Lei n.° 6.385/1976.
22 Matemática financeira. 22.1 Juros simples e compostos: capitalização e
desconto. 22.2 Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalente, real e aparente. 22.3
Rendas uniformes e variáveis. 22.4 Planos de amortização de empréstimos e
financiamentos. 22.5 Cálculo financeiro: custo real e efetivo de operações de
financiamento, empréstimo e investimentos.
23 Estatística básica. 23.1 Conceito: população, censo, amostra,
experimento aleatório, variáveis e atributos, variáveis aleatórias discretas e
contínuas, normas para apresentação tabular de dados. 23.2 Organização de dados
estatísticos. 23.3 Medidas de posição. 23.4 Medidas de dispersão.
24 Noções de Direito. 24.1 Direito Administrativo. 24.1.1 Estado,
governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização;
natureza, fins e princípios. 24.1.2 Organização administrativa da União:
administração direta e indireta. 24.1.3 Agentes públicos: espécies e
classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função
públicos; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e
substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil,
criminal e administrativa. 24.1.4 Poderes administrativos: poder hierárquico;
poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.
24.1.5 Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle;
forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização.
24.1.6 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo;
controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado. 24.2
Direito Penal. 24.2.1 Infração penal: elementos, espécies. 24.2.2 Sujeito ativo e
sujeito passivo da infração penal. 24.2.3 Tipicidade, ilicitude, culpabilidade,
punibilidade. 24.2.4 Erro de tipo e erro de proibição. 24.2.5 Imputabilidade penal.
24.2.6 Concurso de pessoas. 24.2.7 Crimes contra a pessoa. 24.2.8 Crimes contra o
patrimônio. 24.2.9 Crimes contra a administração pública. 24.2.10 Crimes contra a
ordem tributária (Lei n.º 8.137/1990). 24.3 Direito Processual Penal. 24.3.1 Do
inquérito policial. 24.3.2 Da prova. 24.3.3 Dos peritos e intérpretes.
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7 . REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LOPES DE SÁ, Antonio Lopes. Perícia Contábil. 6ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2004.
ALONSO, José Rojo, Normas e Procedimentos de perícia judicial. São Paulo: Atlas,
1975.
BRASIL - Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas
Brasileiras de Contabilidade Auditoria e Perícia. Brasília: CFC, 2003.
_______.A queda da contabilidade gerencial e a ascensão da fraude contábil nos
Estados Unidos. Boletim do IBRACON, nº 285, mar./abr.2002
FIUZA, R. Novo Código Civil Comentado. 1 ed. Saraiva: São Paulo, 2002
D´Áuria , Francisco - Revisão e Perícia Contábil, 2. ed. Rio de Janeiro: Companhia
Editora Nacional, 1953.
MODELO DE ORÇAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS
Conforme a NBC-P-2 – item 2.5.2.1, a petição referente à proposta de honorários deverá ser
acompanhada de orçamento discriminado.
Baseado no exemplo do tópico anterior, e considerando que a perícia envolverá uma viagem,
cujo custo é de R$ 80,00 e envolverá despesas de alimentação e hospedagem de R$ 120,00,
teremos o seguinte modelo de orçamento:
HONORÁRIOS PERICIAIS
CUSTO DA PERÍCIA HORAS TOTAL
1. ESPECIFICAÇÃO DO TRABALHO PREVISTAS R$/HORA R$
Retirada e entrega dos autos 0,5 55,00 27,50
Leitura e interpretação do processo 1 55,00 55,00
Planejamento dos trabalhos periciais 1 55,00 55,00
Abertura de papéis de trabalho 1 55,00 55,00
Elaboração de petições e/ou 1 55,00 55,00
correspondências para solicitar
informações e documentos
Realização de diligências e exame de 8 55,00 440,00
documentos
Pesquisa e exame de livros e 12 55,00 660,00
documentos técnicos
Realização de cálculos, simulações e 2 55,00 110,00
análises de resultados
Laudos Interprofissionais 0 0 0
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Preparação de anexos e montagem do 1,5 55,00 82,50
Laudo
Reuniões com perito-contadores 1 55,00 55,00
assistentes, quando for o caso
Reuniões com as partes e/ou com 0 55,00 0
terceiros, quando for o caso
Redação do laudo 2 55,00 110,00
Revisão final 2 55,00 110,00
TOTAL 1 33 1.815,00
2. OUTRAS DESPESAS:
Bilhetes de Passagem 80,00
Alimentação e Hospedagem 120,00
TOTAL 2 200,00
TOTAL DOS HONORÁRIOS (1+2) 2.015,00
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