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Tariro Arlindo Anastásio

Desafios que Moçambique tem na Protecção da Floresta e Fauna Bravia

Curso de Licenciatura em Direito

3º Ano

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
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Tariro Arlindo Anastásio

Desafios que Moçambique tem na Protecção da Floresta e Fauna Bravia

Trabalho de Direito da Floresta e fauna Bravia


sendo entregue ao curso de Licenciatura em
Direito, sob orientação do docente:

Dr. Domingos Paulo da Conceição Baptista Mbera

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
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ÍNDICE

1. Introdução ........................................................................................................................ 6

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 6

1.1.1. Objectivo Geral ........................................................................................................ 6

1.1.2. Objctivos Específicos ............................................................................................... 6

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 6

2. Contextualização ................................................................................................................. 7

2.1. Desafios que Moçambique tem na Protecção da Floresta e Fauna Bravia .................. 7

2.2. Instrumentos legais relacionadas à conservação da diversidade biológica .................. 7

2.2.1. Outras leis e resoluções destacadas no desafio da proteção da flora e fauna bravia
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Conclusão ................................................................................................................................. 11

Bibliografia ............................................................................................................................... 12
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1. Introdução

No presente trabalho da cadeira de Direito de Floresta e Fauna Bravia tem como tema: Desafios
que Moçambique tem na Protecção da Floresta e Fauna Bravia. O trabalho desenrola-se em
torno das seguintes leis: A Lei 19/97, de 01 de Outubro, a Lei de Terras e, seu Regulamento, o
Decreto 66/98, de 08 de Dezembro, a Lei 10/99, de 7 de Julho, regula os princípios e normas
básicos de proteção, conservação e preservação dos recursos florestais e faunísticos e, seu
Regulamento, Decreto número 12/2002, de 06 de Junho, a Lei 20/97, de 01 de Outubro, a Lei
do Ambiente e a Resolução 8/97, de 01 de Abril, aprova a Política e Estratégia de
Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia, bem como a proposta da lei actual.

Quanto a estrutura, salienta-se que o presente trabalho está assim estruturado:


Uma introdução sobre o mesmo, onde consta o resumo de tudo neste trabalho inclusive esta
parte. Também tem a parte de desenvolvimento onde consta a resolução dos exercícios
propostos e por fim tem-se a conclusão, a parte que consta as considerações finais deste
trabalho.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Compreender os desafios que Moçambique tem na Protecção da floresta e fauna bravia.

1.1.2. Objctivos Específicos


 Identificar as leis relacionadas a protecção das floresta e fauna bravia;
 Analisar a Lei 10/99, de 7 de Julho, regula os princípios e normas básicos de proteção,
conservação e preservação dos recursos florestais e faunísticos e, seu Regulamento, Decreto
número 12/2002, de 06 de Junho;
 Analisar a Lei 20/97, de 01 de Outubro, a Lei do Ambiente e a Resolução 8/97, de 01 de
Abril, aprova a Política e Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia.

1.2.Metodologias

Com base nos objectivos preconizados, para a realização do presente trabalho fez-se uma
análise de conteúdo da legislação nacional que versa sobre protecção da floresta e fauna bravia.
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2. Contextualização

2.1.Desafios que Moçambique tem na Protecção da Floresta e Fauna Bravia

Segundo MITUR (2004) apud USAID & MATOS (2011), Moçambique tem uma rede
de áreas protegidas cuja cobertura estende-se em toda ecoregião e biomas que asseguram a sua
integridade como uma porção representativa da herança natural do país.
Moçambique é membro da IUCN e as suas áreas de conservação encontram-se em três
Categorias deste organismo: Parques Nacionais (Categoria II), Reservas Nacionais (Categoria
IV) e Coutadas Oficiais (Categoria VI).

Segundo MITUR (2011), a Lei 19/97, de 01 de Outubro, Lei de Terras prescreve no


artigo 9 que nas zonas de protecção total e parcial não podem ser adquiridos direitos de uso e
aproveitamento da terra, permitindo apenas a emissão de licença especial para o exercício de
actividades determinadas.
A pertença total e completa da terra e outros recursos naturais ao Estado, coloca
Moçambique numa posição privilegiada de poder colocar os recursos, de forma justa e
equitativa, à disposição dos cidadãos nacionais e a participar com o resto do mundo na
implementação das tendências globais de abordagem da conservação da diversidade biológica
e do património cultural como bens fundamentais à vida.
Ainda, o Estado de Moçambique assume em pleno, a sua responsabilidade perante a
Humanidade pela proteção da diversidade biológica no seu território, incluindo a
responsabilidade administrativa e financeira.

2.2.Instrumentos legais relacionadas à conservação da diversidade biológica


Hodiernamente as matérias relacionadas à conservação da diversidade biológica e a
administração e desenvolvimento das Áreas de Conservação são repartidas em vários
instrumentos legais, tais como:
 A Lei 19/97, de 01 de Outubro, a Lei de Terras e, seu Regulamento, o Decreto 66/98, de 08
de Dezembro. A Lei de Terra estabelece que a terra é propriedade do Estado e é o recurso
mais importante e valioso de que o país dispõe e que serve como base para o
desenvolvimento da economia. No âmbito do licenciamento das actividades económicas, a
Lei estabelece, no artigo 20 a necessidade de protecção do meio ambiente.
Adicionalmente, no artigo 24, reconhece o papel das comunidades locais na gestão dos
recursos naturais com base na utilização de normas e práticas costumeiras.
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Para operacionalização da Lei de Terras foi aprovado o respectivo regulamento, através


do Decreto 66/98 de 08 de Dezembro, que preconiza que os titulares do direito de uso e
aproveitamento de terra devem usar a terra respeitando os princípios definidos na
Constituição e demais legislação em vigor, e, no caso de exercício de actividades
económicas, em conformidade com o plano de exploração e de acordo com o definido na
legislação da respectiva actividade.

 A Lei 10/99, de 7 de Julho, regula os princípios e normas básicos de proteção, conservação


e preservação dos recursos florestais e faunísticos e, seu Regulamento, Decreto número
12/2002, de 06 de Junho. Nos termos desta lei estabelece-se os princípios e normas básicas
sobre a protecção, conservação e utilização sustentável dos recursos florestais e faunísticos
no quadro de uma gestão integrada para o desenvolvimento económico e social do país.

A Legislação complementar a Lei de Florestas e Fauna Bravia, é a Política e Estratégia de


Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia que atribui o papel `as 12 autoridades locais, o
estado na fiscalização, controlo e prevenção de queimadas na sua área de jurisdição.
Ainda complementa essa Lei, o Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia, no seu
Art. 106, que proíbe o uso de queimadas de florestas, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e criminal nos termos da Lei.
Este regulamento delega as Direcções Distritais de Agricultura a competência para
autorizar a derruba por meio de fogo, estabelecendo as regras de operação seguintes:
i) Delimitar, por meio de aceiros, a área objecto de derruba;
ii) Salvaguardar as espécies ora exceptuadas de derruba, nos termos do artigo anterior;
iii) Estabelecer uma equipa de extinção do fogo, com o envolvimento das comunidades
locais para prevenção do seu alastramento;
iv) Inventariar os recursos existentes e pagamento da taxa de abate relativa as espécies que
necessariamente, serão atingidas pelo fogo.

Nos termos do nᵒ 1 e 2) do Artigo 4 do decreto nᵒ 12/2002, propõe-se que a utilização dos


recursos naturais existentes nas zonas de protecção será feita tomando em consideração as
normas, restrições e exceções constantes da legislação em vigor e dos planos de maneio das
respectivas zonas e que não deve pôr em causa o ecossistema e o equilíbrio ecológico da referida
zona de protecção.
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Nos termos do nᵒ 1 e 2) do Artigo 5 do decreto nᵒ 12/2002, propõe-se que em redor das zonas
de protecção deve ser estabelecida uma zona tampão, compreendendo uma porção territorial
circunvizinha, formando uma faixa de transição entre a área protegida e as áreas de utilização
múltipla, cujo objectivo é a redução dos impactos decorrentes da acção humana na zona de
protecção respectiva. Na determinação e delimitação da zona tampão prevista, deverá ter-se em
conta os acidentes geográficos da zona de protecção, o plano de maneio, as concessões e outros
direitos de terceiros existentes em seu redor.

Em redor das zonas de protecção deve ser estabelecida uma zona tampão, compreendendo uma
porção territorial circunvizinha, formando uma faixa de transição entre a área protegida e as
áreas de utilização múltipla, cujo objectivo é a redução dos impactos decorrentes da acção
humana na zona de protecção respectiva. Na determinação e delimitação da zona tampão
prevista, deverá ter-se em conta os acidentes geográficos da zona de protecção, o plano de
maneio, as concess6es e outros direitos de terceiros existentes em seu redor.

2.2.1. Outras leis e resoluções destacadas no desafio da proteção da flora e fauna bravia

 A Lei 3/90, de 26 de Setembro, a Lei das Pescas;


 A Lei 20/97, de 01 de Outubro, a Lei do Ambiente. A Lei do Ambiente – Lei nº 20/97 de 1
de Outubro A materialização do direito do cidadão, consagrados na constituição da
República, de viver num ambiente equilibrado, passa necessariamente por uma gestão
correcta do ambiente e seus componentes pela criação de condições propícias à saúde e ao
bem estar das pessoas, ao desenvolvimento sócio-económico e cultural das comunidades e
a preservação dos recursos naturais que as sustentam.

Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável de Moçambique, aprovada pela 9ª


Sessão do Conselho de Ministros, 24 de Julho de 2007. Este instrumento também fornece
orientações gerais sobre acções a serem tomadas para o controlo às queimadas descontroladas
e outras acções a serem desencadeadas para reduzir os actuais índices.

 A Lei 4/2004, de 17 de Junho, a Lei do Turismo e seus Regulamentos;


 A Resolução 5/95, de 03 de Agosto, aprova a Política Nacional do Ambiente;
 A Resolução 8/97, de 01 de Abril, aprova a Política e Estratégia de Desenvolvimento de
Florestas e Fauna Bravia;
 A Resolução 14/2003, de 14 de Abril, aprova a Política do Turismo e Estratégia da sua
Implementação;
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 A Resolução 63/2009, de 2 de Novembro, aprova a Política de Conservação e Estratégia


para a sua Implementação.

Esta situação, assim como evidenciado na recente Política de Conservação, cria dispersão de
fontes de informação, competências e, em alguns casos, desarticulação nas ações que se
pretendem garantidas Áreas de Conservação e em seu redor.

Apresente Lei é centrada nas áreas de conservação, a qual regula e atualiza os preceitos
da conservação e adéqua-os as aspirações do país quanto a conservação da diversidade
biológica. Os aspectos que merecem particular relevância, pelo facto de se ajustarem a fase
atual da conservação da diversidade biológica são: a categorização das áreas de conservação,
as parcerias pública e privada, o reassentamento, a participação do cidadão na gestão da
diversidade biológica e das áreas de conservação, as diretrizes para as áreas de conservação
transfronteiríças e as penalidades ocasionadas pela infração sobre a diversidade biológica.

O novo instrumento legal, vai refletir as linhas de orientação das Políticas relevantes, servindo
assim as bases para a conservação da diversidade biológica no país. A presente Lei tem como
objecto o estabelecimento dos princípios e normas básicos sobre a proteção, conservação,
restauração e utilização sustentável da diversidade biológica, quer seja terrestre, marinha e
aquática, nas áreas de conservação, bem como o enquadramento de uma administração
integrada, para o desenvolvimento sustentável do país.
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Conclusão

De notar que a Lei de Florestas e Fauna Bravia considera as queimadas descontroladas, como
crime punido por pena de prisão até 12 meses e multa correspondente, para quem puser fogo e
por destruir total ou parcialmente a seara, mata ou floresta. A Lei de Floresta e fauna Bravia
estabelece que a multa é acompanhada de medidas de recuperação ou compensação obrigatória
dos danos causados, sem prejuízo de outras sanções a que derem lugar. A Legislação
complementar a Lei de Florestas e Fauna Bravia, é a Política e Estratégia de Desenvolvimento
de Florestas e Fauna Bravia que atribui o papel `as 12 autoridades locais, o estado na
fiscalização, controlo e prevenção de queimadas na sua área de jurisdição. Portanto, o
Moçambique tem vasta legislação que diz respeito a protecção da floresta e fauna bravia,
contudo os desafios estão no completo desses instrumentos jurídicos.
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Bibliografia

BROUWER. R. From Farmland to wilderness – The redefinition of resources and their access
in the Machangulo Peninsula, Mozambique. Maputo, 1998.

CARLOS DE MATOS, E. A. A nova abordagem de gestão de áreas de conservação e suas


implicações socioespaciais: o caso de Chimanimani no centro de Moçambique. 2011.
Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós Graduação em Geografia da
Universidade Federal do Rio Grande de Sul, Porto Alegre, 2011.

MOÇAMBIQUE. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Legislação sobre a terra (Lei nç 19/97)


e Regulamento da Lei de terra (Decreto nº 66/98). Imprensa Nacional de Moçambique: Maputo,
2002.

MOÇAMBIQUE. CONSELHO DE MINISTROS. Decreto nº 63/2009 de 2 de Novembro.


Política de conservação e estratégia de sua implementação. Imprensa Nacional de
Moçambique: Maputo, 2009.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PESCAS. Direção


Nacional de Floresta e Fauna Bravia. Lei de Floresta e Fauna Bravia (Lei no 10/99 de 7 de
Julho). UMC/DNFFB: Maputo, 1999

USAID. Mozambique Community based natural resources management (CBNRM) country


profile. Maputo: USAID, 2011.

USAID. Tourism concessions in protected areas in Mozambique: Analysis of tourism


concessions models in protected areas in Mozambique. Maputo: USAID, 2012

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