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Universidade Positivo – Faculdade Londrina

Psicologia – Análise do Comportamento I


Professor André Luiz

Documento para estudo elaborado e revisado pelos monitores da disciplina Hugo Henrique
Cordeiro de Lima e Ytalo Scharf Pereira Bruner sob supervisão do professor responsável

Aspectos gerais
B. F. Skinner foi um dos psicólogos mais importantes do século XX. Ele trouxe um
novo sentido ao conceito de “comportamento”, proporcionando um modo de estudá-lo
cientificamente considerando três histórias: filogênese, ontogênese e a cultura. A filogênese
se refere história da espécie, a ontogênese se refere aos processos de aprendizagem durante o
tempo de vida de cada organismo e a cultura se refere aos aspectos sociais e como eles
podem influenciar os nossos comportamentos e o comportamento de grupos.
Para explicar como novos comportamentos são estabelecidos/aprendidos, Skinner
distribuiu as ações dos organismos em dois principais tipos: comportamentos respondentes e
comportamentos operantes. Os comportamentos respondentes se referem àqueles que podem
ser eliciados por estímulos incondicionais ou condicionais. A aprendizagem de
comportamentos respondentes ocorre pelo condicionamento respondente. Os
comportamentos operantes se referem àqueles que, ao ocorrerem, produzem mudanças no
mundo (i.e., consequências) que afetarão a probabilidade futura de ocorrência desses
comportamentos em situações semelhantes. A aprendizagem de comportamentos operantes
ocorre pelo condicionamento operante.

Aspectos específicos e tipos de consequências


A unidade de análise do analista do comportamento é a tríplice contingências.
Contingência significa relação de dependência entre eventos. Os eventos que os analistas
do comportamento investigam se distribuem em estímulos antecedentes, respostas e
estímulos consequentes. A relação de dependência entre esses três eventos recebe o nome
de Tríplice Contingência e é representada pelo diagrama S:R→S. Na Tríplice
Contingência, o primeiro S serve de condições para que a resposta ocorra, o R representa
as ações dos organismos que produzem uma mudança no mundo; essa mudança é
representada pelo segundo S.
De forma, mais descritiva, os estímulos antecedentes são as condições nas quais
um organismo está exposto e, portanto, as condições que antecedem a ocorrência de uma
resposta. As respostas são as ações de um organismo. Elas podem ser divididas em dois
níveis: públicas e privadas. Respostas públicas são aquelas que podem ser observadas
diretamente, como andar, falar, piscar, franzir a testa etc. Respostas privadas são aquelas
que não podem ser observadas diretamente, como pensar e sentir. Os estímulos
consequentes são os eventos que ocorrem após a emissão de uma resposta e, portanto, são
condições que sucedem o responder.
Os estímulos consequentes são distribuídos em dois tipos com base em seus efeitos
sobre o responder. Os estímulos consequentes reforçadores são aqueles que fortalecem
uma resposta fazendo com que ela, muito provavelmente, volte a ocorrer no futuro. Os
estímulos consequentes punidores são aqueles que enfraquecem uma resposta fazendo
com que ela, muito provavelmente, não ocorra no futuro.
Reforçadores e Punidores podem ser administrados de duas maneiras: pela adição
de eventos ou pela remoção de eventos.
• Os estímulos consequentes reforçadores que envolvem a adição de eventos
são denominados como reforços positivos.
o Exemplo: No caso de uma mãe e seu filho adolescente, a mãe sempre o elogia
após o filho arrumar a cama de seu quarto. Sendo assim, vemos o elogio (evento
adicionado) dada a apresentação do comportamento do filho. É provável que, em
condições futuras semelhantes, o filho continue arrumando a cada de seu quarto.

• Os estímulos consequentes reforçadores que envolvem a remoção de


eventos são denominados como reforços negativos.
o Exemplo: Ao presenciar um vento muito frio entrando pelas janelas, podemos
fechá-las cessando/evitando/retirando esse estímulo do ambiente. Sendo assim,
vemos a eliminação do vento gelado (evento retirado) dada a resposta de fechar as
janelas. É provável que, em condições futuras semelhantes, uma pessoa continue
fechando as janelas sem que um vento frio entrar.
o Fuga e Esquiva:
▪ Fuga: Quando em contato com um estímulo aversivo, o indivíduo se
comporta a fim de retirar tal estímulo. Por exemplo, para uma ressaca,
busca-se tomar um remédio que possa amenizar/retirar os efeitos da
ressaca que está presente.
▪ Esquiva: Este, após já ter se tornado um operante condicionado por suas
consequências anteriores de fuga, o indivíduo busca evitar entrar em
contato com o estímulo aversivo comportando-se “antecipadamente”, ou
seja, se comporta enquanto não está em contato/presente com tal
estímulo aversivo. Por exemplo, a fim de evitar a ressaca, o indivíduo
não bebe.
• Os estímulos consequentes punidores que envolvem a adição de eventos
são denominados como punidores positivos.
o Exemplo: Uma pessoa que conduz seu carro ultrapassa no sinal vermelho, excede
a velocidade diante de um radar, terá como consequência o recebimento de uma
Multa de infração de trânsito. Sendo assim, vemos adição da multa (evento
produzido) dada a resposta de exceder a velocidade. É provável que, em
condições futuras semelhantes, uma pessoa passe a andar dentro do limite
permitido (mesmo que apenas durante um período curto).

• Os estímulos consequentes punidores que envolvem a remoção de eventos


são denominados como punidores negativos.
o Exemplo: um condutor que comete infrações de trânsito graves e gravíssimas
pode ter sua habilitação de trânsito suspensa (i.e., sua CNH). Sendo assim, vemos
remoção da CNH (evento retirado) dada a resposta de cometer infrações de
trânsito graves e gravíssimas. É provável que, em condições futuras semelhantes,
uma pessoa não se engaje em comportamentos considerados como infrações de
trânsito graves e gravíssimas (mesmo que apenas durante um período curto).

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