Primeira infância – nascimento até 3 anos Segunda infância – 3 a 6 anos Terceira infância – 6 a 12 anos Adolescência – 12 a 20 anos Jovem adulto – 20 a 40 anos Meia Idade – 40 a 65 anos Terceira idade – 65 anos em diante CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO Crescimento e desenvolvimento são fenômenos diferentes em sua concepção fisiológica, paralelos em seu curso e integrados em seu significado; poder-se-ia dizer que são dois fenômenos em um só.
CRESCIMENTO: Aumento físico do corpo. o
Avalia-se o crescimento através dos indicadores peso e altura para idade, também o perímetro cefálico.
DESENVOLVIMENTO: Capacidade de realizar
funções cada vez mais complexas. Resultado da interrelação entre crescimento, maturação e aprendizagem CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO O crescimento termina em determinada idade, quando esta alcança a sua maturidade biológica enquanto que o desenvolvimento é um processo que acompanha o Homem (mulher) através de toda a sua existência DESENVOLVIMENTO
Aspectos a avaliar:
Físico-motor: é o crescimento orgânico, a
maturação neurofisiológica e a capacidade de manipular objetos e de exercitar o próprio corpo; Intelectual: Refere-se a capacidade de pensar e raciocinar; Afetivo-emocional: compreende a forma como o indivíduo integra as suas experiências (é o sentir) Social: é o modo como o indivíduo reage perante as situações que envolve outros indivíduos CONCEITOS FUNDAMENTAIS Mielinização: processo que ocorre principalmente após o nascimento. Modifica a estrutura do cérebro sob influência das experiências vividas (desenvolvimento neurológico que permite novas capacidades, como emitir os primeiros sons até falar, sentar, caminhar, etc). Processo de desenvolvimento dos circuitos neuronais ocorre gradualmente sobre os já estabelecidos, daí a importância da formação dos circuitos fundamentais nos primeiros anos de vida para o desenvolvimento futuro.
Períodos sensíveis: momentos de maior capacidade de
modificação e maleabilidade dos circuitos cerebrais em resposta a determinada experiência ambiental (maior vulnerabilidade). Plasticidade cerebral: estado dinâmico natural do cérebro que permite modificações fisiológicas e estruturais, sinápticas e não sinápticas em resposta à alterações do meio MATURAÇÃO O termo maturação refere-se ao surgimento de padrões de comportamento que dependem em grande parte do crescimento do corpo e do sistema nervoso. Em grande parte, a maturação depende de fatores genéticos, o treinamento especial pode desacelerar ou acelerar a maturação, por exemplo, mas não altera a sua ordem seqüencial.
No mundo inteiro o comportamento da criança se desenvolve praticamente na
mesma ordem. Quase todos os bebês normais, independentemente das circunstâncias, viram-se antes de sentar-se com apoio, um pouco mais tarde sentam-se sozinhas. Mais tarde ainda ficam de pé, segurando-se em alguma coisa. Muitos poucos bebês sentam-se antes de aprender a rolar ou ficam de pé antes de sentar-se.
As capacidades social, de linguagem, percepção e intelectual, também tendem a
aparecer em ordem previsível. O impacto das privações sensoriomotoras – impossibilidade de pegar algo, não ser estimulada visualmente, não estabelecer contatos sociais podem dificultar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor DESENVOLVIMENTO Processo dinâmico e maleável que ocorre por fatores genéticos, condições do meio no qual está inserida e em função de seu próprio comportamento e ao modo como interage com aqueles fatores . O estímulo ao desenvolvimento neurológico é necessário. - Interações que estimulam a afetividade geram vínculos consistentes, que encorajam a autonomia e são necessários para que a criança entenda a si própria, sua importância na vida dos outros e futuramente na sociedade. – Por outro lado, relações com empobrecimento afetivo e negligência funcionam como fatores de risco para distúrbios psicossociais no futuro A PRIMEIRA INFÂNCIA É o nome dado aos primeiros anos de vida, em particular, os três primeiros, de um ser humano, que são marcados por intensos processos de desenvolvimento. É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo, pois o cérebro absorve todas as informações, as respostas são rápidas e duradouras.
Segundo especialistas, as crianças nesta fase precisam de
oportunidades e estímulos, para que possam desenvolver cada uma de suas aptidões.
Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o
cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios. Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações. O número é o dobro de conexões que um adulto possui. Aos 4 anos, estima-se que a criança já tenha atingido metade do seu potencial intelectual A PRIMEIRA INFÂNCIA
O desenvolvimento na primeira infância é um
processo integral que ocorre nos primeiros três anos de vida. Envolve o amadurecimento do cérebro, o crescimento físico, a aquisição motora, o desenvolvimento da cognição, afetivo e socioemocional. Cada um desses aspectos será influenciado pela qualidade do desenvolvimento dos outros aspectos. A PRIMEIRA INFÂNCIA Desenvolvimento motor
Ninguém precisa ensinar os bebês as habilidades
motoras básicas como agarrar, engatinhar e andar. Eles apenas precisam de espaço para se movimentar e liberdade para ver o que podem fazer. Quando o sistema nervoso central, músculos e ossos estão preparados e o ambiente oferece as devidas oportunidades, o desenvolvimento motor ocorre de forma saudável
Marcos do Desenvolvimento motor: primeiro
aprendem habilidades simples e depois a combinam: - preensão - pinça INFLUÊNCIAS CULTURAIS NO DESENVOLVIMENTO MOTOR Crianças Africanas desenvolvem o andar primeiramente que crianças americanas ou francesas por exemplo. Em um estudo, os bebês jamaicanos - cujas mães utilizavam diariamente estímulos de manuseio, sentavam, engatinhavam e andavam mais cedo que os bebês ingleses, cujas mães não davam nenhum treinamento especial de manuseio.
Os Bebes Ache no leste do Paraguai começam a
andar por volta dos 18, 20 meses pois as mães colocam logo os filhos no colo quando começam a engatinhar e a andar por medo dos riscos da vida nômade. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL Emoções: São reações subjetivas a experiências associadas a variações fisiológicas e comportamentais. Funções: Comunicar; Orientar e Regular comportamento Primeiros sinais de emoção: Durante o primeiro mês, bebês acalmam-se com o som da voz humana ou quando são tomados nos braços DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL Desenvolvimento da Personalidade ( Freud, Winnicott, Helen Bee, Newcombe,dentre outros autores) O progresso das crianças - habilidades motoras, linguagem e funcionamento cognitivo se equipara às mudanças em suas características de personalidade. Durante a pré-escola, modificam-se as qualidades pessoais já existentes. Ao nascer, o bebê apresenta uma amplitude imensa de potencialidades comportamentais. No entanto, ele adota características de comportamento apropriadas ou aceitáveis por seu grupo DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL A criança necessita vivenciar dois tipos de relacionamentos: verticais e horizontais. Relações Verticais (professores, pais): propicia a criança proteção e segurança. A criança cria seus modelos internos básicos e aprende habilidades sociais fundamentais. Relações Horizontais (amizades e grupo de iguais): a criança adquire as habilidades sociais como cooperação, competição e intimidade DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Ao nascimento são identificadas 3 emoções:
Desconforto , Prazer , Atenção e interesse no ambiente. Aos 3 meses as expressões de alegria aparecem, surge o sorriso para demonstrar excitação e alegria em eventos sociais e ao olhar outras pessoas. Surgem demonstrações de tristeza, demonstrada especialmente quando uma interação com a mãe é interrompida, através do choro .O descontentamento aparece quando sentem um gosto ou cheiro ruim, por exemplo. Entre 4 e 6 meses surge a capacidade de manifestar Raiva, quando surge a frustração. Requer habilidades cognitivas (ex-cça é contida/pernas ou braços DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Aos 6 meses aparece a Surpresa, geralmente como
resposta a uma descoberta ou por observar uma reação não comum no adulto. Todas essas emoções são denominadas como primárias ou básicas.
O Medo, não é considerado como emoção básica,
porque requer crescimento cognitivo suplementar . Para demonstrar medo, uma criança deve ser capaz de comparar um evento provocador de medo com muitos outros eventos .
Dos 18 meses aos 5 anos a criança experimenta
freqüentes mudanças no equilíbrio e desequilíbrio de suas emoções, indo da alegria à tristeza e da calma à ira rapidamente DESENVOLVIMENTO SOCIAL
SOCIALIZAÇÃO: assimilação de valores, normas e formas
de agir transmitidas por um grupo social. Processo interativo necessário à criança e ao grupo, satisfaz suas necessidades e assimila cultura, ao mesmo tempo que a sociedade se perpetua e se desenvolve.
O bebê nasce indefeso, com grande capacidade de
aprendizagem e atraído por estímulos sociais. Existem uma série de necessidades Básicas a serem satisfeitas como: Proteção, Alimentação, Necessidade de vínculos, Atividade Lúdica, Exploração do meio físico e social. Após o primeiro ano, as crianças transformam a experiência e impõem suas idéias sobre os objetos.
Bebês nascem com forte tendência a criar fortes elos
emocionais com seus provedores de cuidados. Estes elos possuem valor de sobrevivência (Teoria do Apego) DESENVOLVIMENTO SOCIAL A medida que o bebê cresce, sua relação com os pais se modifica: as características do apego se modificam, são menos visíveis, mas presentes . As mudanças cognitivas permitem que uma foto represente a base segura (2 a 3 anos). Isto é possível graças à capacidade de simbolizar . Com 3 ou 4 anos, já é capaz de se distanciar da base segura sem maiores problemas . A maior autonomia leva à diversidade de opiniões. O desafio aparece menos que a obediência. Aos 3 ou 4 anos, a capacidade de argumentar é maior e a capacidade de negação aumenta conforme o tempo passa IMPORTANTE! Existe margem normal de variação de tempo para a completa conquista de cada nova capacidade. Ritmo individual deve ser respeitado (tanto para as que se atrasam, quanto para as que se adiantam em relação ao previsto). Aquisições já adquiridas nunca são desaprendidas em condições normais - transformam-se em aquisições com funções semelhantes, porém mais elaboradas DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA SEGUNDA INFÂNCIA Segunda infância começa aos 3 anos e termina aos 6 anos de idade. É um período de iniciativa, tanto no fazer quanto no aprender. Nesse período a criança está voltada para o mundo exterior, deslumbrada por ele e deseja conhecê-lo.
Desenvolvimento da noção do eu: “Meu nome é Jason e eu
moro em uma casa grande com minha mãe, meu pai e minha irmã, Lisa. Eu tenho um gatinho cor de laranja e uma televisão no meu quarto... Eu gosto de pizza e tenho um professor legal. Eu sei contar até 100, quer ver? Adoro meu cachorro, o Skipper. Eu consigo subir até em cima do trepa- trepa e não fico com medo! Sou feliz. Não se pode ser feliz e ter medo, de jeito nenhum! Eu tenho cabelos castanhos e vou a pré-escola. Eu sou forte mesmo. Posso levantar essa cadeira, veja!” (HARTER, 1996, p. 208) RELAÇÃO COM OS COMPANHEIROS Dos 2 aos 6 anos as relações com os companheiros são cada vez mais importantes. As agressões (comportamentos com a intenção de machucar) tornam-se mais verbais que físicas, porque a capacidade de argumentar e utilizar a linguagem e cognição aumentaram .
A competição ou domínio para o estabelecimento da
liderança assume papel importante, com estabelecimento de hierarquia, através do uso de ameaças ou estratégias. O líder aparece e pode ser positivo ou negativo . O comportamento pró-social ( intencional e voluntário para beneficiar o outro) surge bem como o altruísmo. As amizades são ainda pouco duradouras neste período.
Aos 4 anos inicia-se o uso de critérios
para as escolhas de amigos, que inicialmente são mais externos. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA SEGUNDA INFÂNCIA Brincar: “o negócio da segunda infância”. Pelo brincar, as crianças crescem. Estimulam os sentidos. Aprendem a usar os músculos. coordenam o que vêm com o que fazem. Adquirem domínio sobre seus corpos e aprendem valores e regras da sua cultura. Portanto, o brincar é um processo que estimula o desenvolvimento e a aprendizagem. O BRINCAR SOCIAL : A medida que a criança se torna mais velha o seu brincar é mais social e cooperativo. Quando a criança brinca sozinha, O brincar social tende a estimular a criança no desenvolvimento cognitivo, físico e social. O BRINCAR COGNITIVO: Quando uma criança uso um pano como capa e voa ao redor como batmam ou fala com uma boneca como se fosse uma pessoa real, está desenvolvendo um brincar imaginativo. Brincar construtivo. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA SEGUNDA INFÂNCIA Surgimento do jogo imaginativo: Surge durante o segundo ano de vida, quando o brincar repetitivo está desaparecendo, e aumenta durante os 3 a 4 anos seguintes, e diminui quando as crianças passam a se interessar por jogos com regras. Piaget sustentava que a capacidade das crianças de fazer de conta, tem por base sua capacidade de usar e lembrar-se de símbolos, e marca o inicio do estagio pré-operatório. O brincar cognitivo desenvolve a atenção, a cooperação, a memória, a aquisição da leitura e da escrita e trabalha a expressão corporal. A CULTURA INFLUÊNCIA NO BRINCAR DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA TERCEIRA INFÂNCIA Dos 6 a 12 anos 🡪 Social: Confiança recíproca - amigos são pessoas que ajudam e confiam umas nas outras; Generosidade e préstimos passam a ser importantes; Busca qualidades internas nas amizades; Distingue aparência e realidade. Relações socialmente produtivas predominam Relações com os pais : Comportamentos de base segura aparecem com menor freqüência . Apego, no entanto, não desaparece nem enfraquece . Uso dos pais como base segura (continuam a confiar na sua presença e apoio, a opinião dos pais ainda é de grande influência,mudança de foco, com ênfase nas tarefas regulares, performance escolar e nível de independência a ser permitido). Afetivo: Latência – Existe uma canalização da energia para o social e para o intelectual O PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DA CRIANÇA
A família desempenha um papel
determinante nos primeiros anos de vida da criança. Todavia, seu papel é insubstituível, neste sentido os valores e os conhecimentos adquiridos no núcleo familiar, ajudam a criança à saber atuar e interiorizar os comportamentos cívicos de modo a preparar-se para viver e participar na sociedade a que pertence O MODELO DE BAUMRIND Em sua pesquisa pioneira, Diana Baumrind, estudou 103 pré-escolas de 95 famílias, através de entrevistas, de testes e de estudo dos lares, avaliou o funcionamento das criança, identificou três estilos parentais e descreveu padrões típicos de comportamento das crianças criadas conforme cada estilo.
PAIS COM ESTILO AUTORITÁRIO: Valorizam o controle e a obediência sem
questionamento, tentam fazer com que as crianças conforme a um determinado padrão de conduta e castigam-nas arbitraria e forçosamente quando elas o violam. São mais indiferentes e menos afetuosos do que os outros pais. Seus filhos tendem a ser mais insatisfeitos, retraídos e desconfiados. 2.
PAIS COM ESTILOS PERMISSIVO: Valorizam a auto- expressão e a auto-regulação,
eles vêm a si mesmos como recursos, e não como modelos. Fazem poucas exigências, permitindo que as crianças monitorem suas próprias atividades o maximo possível. Quando precisam estabelecer regras explicam motivos para isso. 3
PAIS COM ESTILO DEMOCRÁTICO: Respeitam a individualidade da criança, mas
também enfatizam valores sociais. Eles tem confiança em sua capacidade de orientar seus filhos, mas também respeitam decisões, interesses, opiniões e a personalidade delas. São afetuosos e acolhedores, mas também exigem comportamento, são firmes na manutenção de padrões e estão dispostos a impor castigos , no contexto de um relacionamento afetuoso e positivo O PAPEL DA ESCOLA
Os professores, como os pais podem ser modelados.
Professores afetuosos e empáticos estimulam o comportamento prestativos e zelosos (N. Eisenberg, 1992) Em muitos países, a educação moral é parte do currículo. Na China, os professores contam históricas sobre heróis e estimulam as crianças a imitá-los. Num programa num bairro de São Francisco, crianças a partir da pré-escola assistem a filmes que mostram valores pró-sociais e leem livros que mostram altruísmo. As crianças são estimuladas a ajudar outros alunos e a prestar serviços comunitários, bem como a realizar tarefas em sala de aula. Depois de cinco anos, constatou-se que as crianças do programa eram mais prestativas, cooperadoras e preocupadas com as outras pessoas do que um grupo de comparação que não estava no programa ( Battistich, Watson, Solomon, Schapas & Solomon, 1992) O PAPEL DA CULTURA Por que as crianças em algumas culturas são mais pró- sociais do que em outras? As crianças tendem a refletir os valores culturais predominante dos adultos que a socializam Entre os indígenas Papagos no Arizona, os pais são calorosos, prestativos e atenciosos. Em contraste, os pais Aloreses em Java são hostis e negligentes. Essa, entra outras diferenças, pode explicar a personalidade cooperadora e tranquila típica de crianças Papago, em contraste com o comportamento hostil, desconfiando e agressivo das crianças Aloreses (N. Eisenberg, 1992) Os fundadores Kibbutzim, estabelecimentos comunitários em Israel, procuraram criar uma sociedade de cidadãos altruístas e cooperadores. Uma medida de seu sucesso é que em todas as idades e etapas de desenvolvimento, as crianças criadas num Kibbutz tendem a pensar mais sobre obrigações com os outros do que as crianças em lares privados ( Snarey, Reimer & Kohiberg, 1985) IMPORTANTE CONSIDERAR... QUANTO MAIS CEDO SE INVESTIR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA MAIOR SERÁ O RETORNO PARA ELA PRÓPRIA E PARA A SOCIEDADE. Cérebro com maior plasticidade nos primeiros anos de vida • Cada conteúdo aprendido em uma etapa da vida serve de base para o aprendizado na seguinte: crescimento das distâncias de conhecimento e habilidades ao longo do tempo. Quanto maior o déficit produzido, mais custoso é remediá-lo. A longo prazo: crianças que tiveram menos oportunidades de desenvolvimento tornam-se, com maior probabilidade, adultos pobres: ciclo intergeracional da pobreza. Desde o início, a criança deve ser considerada em sua individualidade, como sujeito ativo do seu desenvolvimento, capaz de se expressar, interagir e brincar tanto por iniciativa própria como em resposta aos estímulos externos.
É necessária a promoção de ambientes familiares,
sociais e escolares focados na criança como ser ativo, nos quais ela se sinta segura e onde sejam oferecidas situações nas quais ela possa explorar, brincar e adquirir gradativa autonomia e responsabilidade por suas ações, desde seus primeiros meses de vida. CONCLUSÕES DESENVOLVIMENTO: processo extremamente complexo e multifatorial. Potencial genético + formação e amadurecimento do sistema nervoso + quantidade e qualidade da interação com o meio físico e sóciocultural que o envolve. Todos os fatores devem interligar-se de forma harmoniosa -> desenvolvimento normal esperado para a espécie humana (com todas suas variações aceitáveis) CONCLUSÕES Profissional de saúde que atende crianças -> conhecer e compreender as fases do desenvolvimento normal -> identificar desvios -> oferecer tratamento precoce e adequado (ou encaminhar) -> melhorar qualidade de vida em curto e longo prazos + prevenir seqüelas e morbidades PARA REFLETIR... Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno e estudava numa grande escola. Mas, quando o menino descobriu que podia ir à escola e, caminhando, passar através da porta ficou feliz. E a escola não parecia mais tão grande quanto antes. Certa manhã, quando o menininho estava na aula, a professora disse: – Hoje faremos um desenho. – Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos e trens. Pegou então sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse: – Esperem. Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. – Agora, disse a professora, desenharemos flores. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul. Mas a professora disse: – Esperem. Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde. Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse: – Hoje faremos alguma coisa com barro. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse: – Esperem. Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. – Agora, disse a professora, faremos um prato. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse: – Esperem. Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. Assim, disse a professora, podem começar agora. O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que do da professora. Mas não podia dizer isso. Amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E, muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente como a professora fazia. E, muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si mesmo. Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outra cidade, e o menininho teve que ir para outra escola. No primeiro dia, ele estava lá. A professora disse: – Hoje faremos um desenho. – Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Então, veio até ele e falou: – Você não quer desenhar? – Sim, disse o menininho. O que é que nós vamos fazer? – Eu não sei até que você o faça, disse a professora. – Como eu posso fazer? Perguntou o menininho. – Da mesma maneira que você gostar. Respondeu a professora. – De que cor? Perguntou o menininho. – Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um? – Eu não sei, disse o menininho. E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde. Conto de Helen Barckley