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Introdução
A coerência dessa disciplina nos leva a dois defeitos ou duas carências muito
peculiares dos cursos jurídicos, num primeiro momento por conta da
apresentação atomística do fenômeno jurídico e, depois pela prevalência da
técnica sobre a ética.
Filosofia
Montesquieu, autor de Espírito das Leis, propõe uma definição para as leis.
“Leis são relações necessárias que derivam da natureza das coisas”. A
natureza das coisas para Montesquieu é tomada em acepção totalmente
empírica, resultante do passado histórico, integrado por fatos físicos, por
tendências e costumes. Montesquieu contribuiu bastante para o mundo jurídico
ao apresentar a teoria da divisão tríplice dos poderes, em executivo, legislativo
e judiciário, que o autor hauriu do direito inglês, desenvolveu, exemplificou e
exaltou. Afastando-se de Aristóteles, Montesquieu distingue três formas de
governo: a República, a Monarquia e o Despotismo.
Imanuel Kant é conhecido como o filósofo das três críticas: Crítica da razão
pura, Crítica da razão prática e Crítica do juízo. Vale salientar que, para poder
entender o pensamento de Kant, é necessária uma maior atenção com a
utilização semântica dos vocábulos. Algumas palavras, em Kant, não
apresentam o significado usual. Por exemplo: crítica, em vez de significar
censura ou reprovação, significa estudo, investigação e pesquisa; puro não tem
o sentido de livre de impurezas, mas sim de independente da experiência;
portanto, Crítica da razão pura não possui o significado usual das palavras,
mas indica uma investigação da razão funcionando independente da
experiência.
Filosofia do Direito
Pode-se dizer que uma das relações da Filosofia com o Direito passará pela
tentativa de avaliar, de sopesar a atuação do Direito frente à sociedade a fim
de contribuir para que ele, o Direito, busque os aprimoramentos possíveis e
necessários ao alcance de sua primordial meta: organizar, de forma razoável, a
sociedade administrando de modo equânime as divergências de interesses dos
indivíduos que compõem a sociedade.
Por sua vez, Celso Lafer, apresenta a Filosofia do Direito como “o campo dos
juristas com interesses filosóficos, instigados, na sua reflexão, pelos problemas
para os quais não encontram solução no âmbito do Direito Positivo”.
Outro conceito é apresentado por Reale (2002, p. 9), para quem a Filosofia do
Direito “é a própria Filosofia enquanto voltada para uma ordem de realidade,
que é a ‘Realidade Jurídica’”. Para esse autor, a Filosofia do Direito não é uma
disciplina específica, mas o que se chama de Filosofia do Direito é o exercício
completo da Filosofia voltado para o objeto Direito.
Nesse contexto, oportuna são as lições de Eduardo Bittar, que em sua obra
elenca alguns dos objetivos da Filosofia do Direito, dentre eles:
“1. Proceder à crítica das práticas, das atitudes e atividades dos operadores do
direito;
Conclusão
Com base no exposto podemos concluir que a Filosofia do Direito é uma parte
da Filosofia Geral que se dedica a desvelar os fenômenos da Ciência do
Direito, preocupando-se sobre tudo com a questão ética do Direito, buscando
os fundamentos deste para o benefício do homem. Com isto a Filosofia do
Direito se constitui como uma constante investigação crítica do fenômeno
jurídico. Ao se aplicar a Filosofia à prática jurídica e ao Direito, percebe-se que
este se torna mais condizente com o pensar e proceder humano, sendo, por
conseguinte, mais justo e aceitável; posto que a Filosofia seja intimamente
ligada à sabedoria, à ética, à moral, e ao comportamento.