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ESCOLAS PADRE ANCHIETA

MÉDIO INTEGRADO AO TÉCNICO

Mitos e Culturas que nos Formam

“A influencia dos mitos nórdicos na música de Richard


Wagner e na Alemanha.”

Jundiaí, abril de 2014.

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Nomes: Alexandre Tucci nº 1
Leonardo dos Santos nº 14
Leonardo Suzarte nº 15
Marcelo Bueno nº 18
Nickolas Iago Julio nº 23

Série: 3ºB- Informática

Disciplina: Filosofia
Professor: Hildon Vital de Melo
Trabalho: 1º Trimestre

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Resumo

A influência dos mitos nórdicos na obra de Richard Wagner e na

Alemanha.

O presente trabalho tem por objetivo analisar a obra de Richard Wagner, “O Anel dos

Nibelungos”, que foi influenciada pela mitologia nórdica (ou Germano-Escandinava),

bem como sua interpretação, o sentido que foi dado à obra e a importância do mito na

sociedade moderna. Analisaremos também a influencia da música de Wagner na

Alemanha nos séculos XIX e XX, e como se deu sua importância para a cultura alemã,

ajudando a criar uma identidade nacional e um orgulho alemão na época em que a

Alemanha ainda estava em formação.

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Sumário

1. A tetralogia “O anel dos Nibelungos”................................. Pág 5

2. A interpretação da Obra e do mito ....................................... Pág 11

3. Wagner e a “obra de arte total”........................................Pág 14

4. Wagner e seu reino cultural: sua importância na formação do

orgulho nacional na Alemanha.........................................Pág 15

5. Conclusão.................Página 18

6. Bibliografia e Citações..............Pág 19

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Desenvolvimento

1. A tetralogia “O anel dos nibelungos”

O Anel dos Nibelungos é um conjunto de quatro óperas do compositor alemão Richard

Wagner, constando mais de quatorze horas de música, divididas da seguinte forma

(seguindo a ordem cronológica da obra): Das Rheingold (O Ouro do Reno), Die

Walküre (A Valquíria), Siegfried e Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses). A

composição demorou em torno de 26 anos para ser concluída. A obra utiliza

personagens adaptados das mitologias e sagas nórdicas, tendo como principais fontes: a

Edda poética, um conjunto de poemas em nórdico antigo, sendo a maior fonte da

mitologia nórdica conhecida; a Edda em prosa, contendo mais histórias nórdicas; e o

Das Nibelungenlied (A canção dos Nibelungos), um poema épico escrito em alemão

medieval por volta de 1200. O teatro grego foi uma grande influência também. A

trilogia “Oresteia,” de Ésquilo, deu a idéia para a estrutura da obra de Wagner, pois Das

Rheingold funciona como um prelúdio.

Resumo de cada ópera

I. Das Rheingold

Esta ópera é uma introdução, um prelúdio. Aqui se dá o inicio de toda a obra.

A história foca-se em um anel, forjado por Alberich, anão e líder dos nibelungos, a

partir do ouro roubado do rio Reno, quando as ninfas do Reno (Woglinde,Wellgunde e

Flosshilde) se distraem. Quando ele chega no rio, elas se assustam com sua aparência,

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porém, depois eles começam a conversar. As ninfas provocam Alberich devido ao seu

corpo peludo e sua corcunda. Ao olhar para o alto, com raiva das ninfas, ele avista uma

luz brilhante nas águas. Deslumbrado com a visão, ele pergunta o que é aquilo, e é-lhe

dito que é o ouro de Reno, do qual poderá ser feito um anel que dará a seu dono poderes

ilimitados e somente aquele que renunciar ao poder do amor poderá esculpir o anel.

Alberich lança uma maldição ao amor e rouba o ouro, fugindo do local.

Enquanto isso, Wotan (Odin), o senhor dos Deuses e sua esposa Fricka estão dormindo

na fortaleza que reluz à luz da aurora, construída pelos gigantes Fasolt e Fafner, que em

troca pediram a irmã de sua esposa, Freia, porém Fricka se opõe a entregar Freia. Freia

é perseguida pelos gigantes, mas Wotan diz que deve haver outra recompensa. Fasolt

fica irritado e junto com o outro gigante, decide levar Freia. Nesse momento, seus

irmãos Froh e Donner (Donner, o Deus do trovão, ou seja, Thor). Wotan impede os

dois, e Loge (que é Loki) chega para resolver. Ele conta que ninguém no mundo estaria

disposto a desistir do amor, exceto um homem, o anão de Nibelungo, que roubou o

Ouro de Reno. Contando o ocorrido no rio Reno, Wotan se interessa pelo anel, e Falsot

e Fafner ouvem tudo com interesse também. Loge sugere que o anel seja roubado, e

Fafner exige que lhe seja entregue em pagamento, mas manterão Freia como refém. Em

Nibelheim, Alberich força seu irmão, Mime, a forjar um capacete que torna invisível

aquele que o usa. Alberich sai e logo depois, Wotan e Loge chegam oferecendo ajuda a

Mime, mas Alberich volta. Loge começa a desafiar Alberich, e pergunta se ele teria

capacidade de se transformar em um sapo. Ele o faz, e é aprisionado pelos Deuses. De

volta as montanhas, mas Alberich não quer entregar o Anel, dizendo “Minha vida, mas

não o anel!”. Nisso, Wotan arranca o anel violentamente do dedo de Alberich, mas

antes, o anão lança uma maldição sobre o anel: aquele que o possuir, terá morte e

angustia em sua vida, e aqueles que não o possuem, se consumirão na inveja. Os

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gigantes voltam e exigem o anel, porém Wotan não entregara o anel a ninguém, até que

em uma luz azul, surge Erda, a deusa da terra. Ela adverte Wotan que a posse do anel o

condenaria a uma irremediável perdição, e que um mau dia nascerá para os deuses.

Wotan cede, e atira o anel na pilha de ouro. Fafner, o gigante, começa a procurá-lo e

Fasolt reclama sua parte, e Fafner diz que ele estava mais interessado em freia. Há uma

luta pelo anel e Fafner mata seu irmão e Wotan percebe o horror da maldição.

II. Die Walkure

“Conta-se a história de Siegmund e de Sieglinde. Siegmund é perseguido por inimigos e

acaba na casa de Sieglinde na qual eles imediatamente se sentem atraídos, Hunding,

marido de Sieglinde aparece e questiona a aparição do jovem estranho, que conta sua

história e descobre que Hunding é parente de seus inimigos.

Sieglinde em um momento de liberdade com Siegmund lhe conta que foi obrigada a se

casar com Hunding por conta de um estranho ter enfincado uma espada em um arvore

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na qual não pode ser removida. Siegmund promete ajudar a moça a retirando a espada

da arvore e assim fazendo com que o casamento de Sienglinde acabe, como o faz e

proclama a mulher sua noiva. Tudo foi urdido por Wotan para garantir a continuação do

seu poder. Wotan cria um exército de valquírias, filhas castas e seus instrumentos para

juntarem uma legião de heróis mortos para o servirem em Walhall. Fricka repreende-o e

exige que ordene a Brünhilde, filha predilecta, que mate Siegmund pelo seu

comportamento incestuoso. Brünhilde fica impressionada com a dedicação amorosa de

Siegmung a Sieglinde. Decide protegê-lo, desobedecendo ao pai. Em vão. Na luta com

Hunding, Siegmund é morto porque Wotan lhe quebra a espada. De imediato, Wotan

mata Hunding. Brünhilde foge no seu cavalo Grane com Sieglinde e os restos da espada

Nothung.

As valquírias recolhem os corpos dos heróis mortos para, numa nova vida, guardarem

os deuses em Walhall. Sieglinde está grávida, Brünhilde dá-lhe os restos da espada e

diz-lhe para fugir para a floresta. Wotan castiga-a por desobediência. Condena-a à

mortalidade e ficará num sono no alto da montanha, protegida por um fogo sagrado,

donde só poderá ser despertada pelo maior dos heróis.”

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III. Siegfried

“Em Siegfried, o nibelungo Mime, que criou Siegfried porque a mãe Sieglinde morreu

no parto, planeia usá-lo para matar Fafner (agora transformado em dragão) e recuperar o

anel, o ouro e o elmo mágico. Contudo, não consegue reconstruir a espada Nothung.

Surge Wotan disfarçado de viajante (wanderer) que o desafia para um duelo de

enigmas, perdendo a vida o que falhar. É Mime quem não descobre a resposta de quem

será capaz de reconstruir a espada.

Alberich também vigia a gruta de Fafner, na tentativa de obter o ouro. Siegfried é lá

enviado por Mime e, como não conhece o medo, mata o dragão. Ao provar

inadvertidamente o seu sangue, passa a perceber o canto de uma ave que o aconselha a

levar o anel e o elmo e o avisa que Mime o pretende matar. Siegfried mata Mime e é

levado pela ave para o rochedo onde o anel de fogo protege Brünhilde, sua futura

mulher.

Erda volta a dizer a Wotan que o crepúsculo dos deuses está próximo. Siegfried

confronta-se com Wotan e quebra-lhe a lança com a espada Nothung, depois ele acorda

Brühnilde com um beijo, ela renuncia à imortalidade e a Walhall e entregam-se ao amor

a que estavam predestinados.”

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IV. Gotterdammerung

É a quarta parte e ultimo da tetralogia de “O Anel de Nibelungo”. Um ponto

interessante é que sua ultima cena talvez seja uma das mais dificeis de toda a ópera

mundial, na qual o cenario por completo arde em chamas e o Rio Reno inunda o local,

levando as ninfas consigo.

As 3 Nornas, filhas de Erda, recordam os desastres do passado e prevêem a destruição

dos deuses. Siegfried, antes de partir do rochedo, dá a Brünhilde o anel como símbolo

do seu amor e fidelidade. Brühnilde retribui entregando-lhe o seu cavalo Grane.

No palácio dos Gibichung, uma família real do Reno, Hagen, filho de Alberich, dá a

beber a Siegfried uma poção que o faz esquecer qualquer mulher. Siegfried e Hagen

continuam o duelo dos seus pais. Siegfried apaixona-se por Gutrune, irmã do rei

Gunther que pretendem que case com Brünhilde. A valquíria Waltraute visita Brünhilde

e tenta, em vão, que ela renuncie ao anel, salvando os deuses. Aparece Siegfried,

disfarçado de Gunther pelo elmo mágico, tira-lhe o anel e dormem separados pela

espada Nothung. Hagen ouve o pai pedir-lhe para reconquistar o anel e matar Siegfried.

Gunther chega com Brühnilde e Siegfried não a reconhece. Ao ver o anel no seu dedo,

acusa-o de traição, o que Siegfried nega, afirmando não ser casado com Brünhilde. Esta

é convencida por Hagen que Siegfried tem de morrer. Siegfried vai caçar e é avisado

pelas Filhas do Reno da sua morte próxima. Hagen dá-lhe uma poção mágica e volta a

recordar-se de Brünhilde. É morto por Hagen e levado para o palácio. De novo a

maldição do anel manifesta-se quando Hagen mata Gunther na tentativa de tirar o anel a

Siegfried, mas quem fica com ele é Brünhilde. Para acabar com a maldição, lança-se

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com o anel na pira funerária de Siegfried. Wallhal é consumido pelo fogo, as Filhas do

Reno recuperam o anel e afogam Hagen.   

Todas as gravuras são de Josef Hoffmann, feitas exclusivamente para a peça em 1876,

em Bayreuth.

2. A interpretação da obra

O Anel dos Nibelungos é uma obra complexa. Como toda obra de arte grandiosa, é

possível haver muitas interpretações, ainda mais quando a obra se baseia em uma

mitologia. Porém, temos que apontar algumas interpretações: na obra vemos o conflito

entre amor e poder. A humanidade está ameaçando o entendimento ao outro e o

autoconhecimento com o desejo de poder. Para vermos isso, temos que lembrar que

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Wagner foi influenciado por filósofos como Schopenhauer, Feuerbach e até mesmo

Hegel. No livro, ”Wagner – um compêndio” podemos ver a influência desses filósofos¹:

“O Weltanschauung² proposto pelo Anel é, em geral, definido como Schopenhaueriano, quer

dizer, essencialmente renunciador, aceitando o ‘mal intrínseco’ aos anseios humanos e

considerando repreensível o desejo de viver.”

Mas, antes de descobrir Schopenhauer, ele descobre Feuerbach³:

“Para este filósofo, a essência da natureza humana e a fonte de sua moralidade estava

na relação ‘eu - outro’. Somente em conjunção com o outro pode um individuo atingir a

felicidade, quanto uma consciência da responsabilidade social.”

Feuerbach fora influenciado por Hegel, e anos depois da obra ser reconhecida, ficou

explicito que o Anel deve muito à filosofia de Hegel4:

“Um bom número de conceitos hegelianos têm relevância na obra: a auto-realização (a

obtenção do esclarecimento ou percepção de si mesmo como resultado das experiências

sofridas pelo individuo), o reconhecimento mútuo (quando o individuo identifica algo

de si no ser amado), etc.”

As relações dos personagens são comandadas pelo poder, pelo amor e pela ambição.

Todos querem o Anel por algum motivo, pois ele dá o poder ilimitado para seu dono.

Por isso, vemos na obra, similarmente com a representação do amor e do poder, críticas

das relações de produção do poder do capital e de sua influencia na esfera industrial e

social. Muito além de ser uma história de deuses, dragões, anões, o ciclo contem muitas

criticas e é5: “uma alegoria dos conflitos que surgem quando a civilização e a política do

poder invadem o inocente mundo natural. Contratos sociais e instituições, que se

baseiam inevitavelmente nos direitos de propriedade e nas hierarquias de poder,

contaminam a ordem natural das coisas.” Essa interpretação se deve ao fato de que na

época em que foi escrita, a revolução industrial estava a todo vapor.

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Wagner, mostra no ciclo de óperas, a luta do amor contra o poder e suas relações, por

isso Alberich amaldiçoa o amor; e isso lhe permite um grande poder.

Há também o simbolismo do ouro, que é muito importante para entender essa visão

sobre o poder. É evidente que o ouro também representa a idéia de poder, pois a vontade

de obter o ouro é justamente a vontade de poder, ou seja, de ter comando sobre o mundo

inteiro. Não apenas no poder econômico como vimos acima, mas sim a qualquer relação

de poder. As formas de obtenção do Anel são marcadas pelo egoísmo, vemos isso em

Alberich e em Falsot, além do interesse de Wotan e Fricka no Anel; e isso é mais

acentuado quando Wotan arranca o anel de Alberich, e este lança uma maldição sobre o

anel: ele trará angustia e morte para quem o possuir; os proprietários serão atormentados

e aqueles que não o tem, serão consumidos pela inveja.

Em uma obra de arte como O Anel dos Nibelungos, é possível que haja muitas

interpretações, pois foi construída com base em mitos. A importância dos mitos para

essa obra foi gigantesca, pois eles foram a base de toda a história e ela nos prova que o

mito não é simplesmente uma história antiga qualquer, e sim que eles tem um

significado independente de como os interpretam. O mito nos mostra, de forma

alegórica, as relações humanas, e nos mostra algo de nossa realidade, nos fazendo dar

uma importância maior a nossas relações em uma época cientifica como a nossa. A

ópera de Wagner foi muito influente e acabou ajudando a criar um orgulho, uma

identidade nacional na Alemanha, tudo isso com os mitos e suas óperas, com isso

concluímos que os mitos, e principalmente as artes, podem ter um impacto muito grande

nos indivíduos.

Claude Levi-Strauss chegou a afirmar que Wagner é “o pai da analise estrutural do

mito” e que as palavras de Gurnemanz, personagem da obra Parsifal, “Veja você, meu

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filho, o tempo aqui se transforma em espaço”, são as mais profunda definição de mito

em geral. Wagner dá um tratamento especial ás situações míticas e aos temas legados

pelas antigas lendas nórdicas.

3. A dedicação de Wagner para a “obra de arte total”

Sendo O Anel dos Nibelungos uma grande obra de arte, ela precisava de uma grande

dedicação por parte de Wagner. Esta obra é um ”Gesamtkunstwerk”, em português,

“Obra de arte total”. É uma obra que abrange a música, poesia, dança, teatro, canto,

artes plásticas em uma única obra de arte. Apesar desse conceito de integração das artes

já ter sido utilizado, nenhum compositor se envolveu com tanta dedicação como

Wagner. Esse conceito foi importante, pois proporcionou ao publico uma imersão

completa na ópera.

A orquestra para interpretar a obra é grande:

 1 flautim
 1 corne inglês
 1 clarinete baixo
 3 flautas
 3 clarinetes
 3 fagotes
 1 trompa wagneriana
 1 trompete baixo
 1 tuba
 4 trombones (3 tromb. tenores e 1 baixo)
 Instrumentos de cordas: 32 violinos (16 primeiros e 16 segundos), 12 violas,
12 violoncelos e 8 contrabaixos
 Instrumentos de percussão: 2 tímpanos, um par de
pratos, caixa, triângulo, carrilhão e um glockenspiel.
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A noção de Gesamtkunstwerk é inspirada na “obra de arte integrada”, na antiga tragédia

grega, onde não se enfatiza somente a união das artes, mas também sua função social e

religiosa de unir o povo de Atenas e promover um elo entre todos através das artes.

Neste sentido, pode-se entender o termo como “obra de arte comunitária” ou “coletiva”.

Nos festivais dramáticos gregos, três trágicos produziam cada um três tragédias,

acompanhadas de uma sátira, por isso, a idéia de uma tetralogia foi tirada dos gregos.

A peça foi apresentada no primeiro festival de Bayreuth, e recebeu presenças ilustres:

Guilherme I, Imperador da Alemanha; Pedro II, Imperador do Brasil; Luís II, Rei da

Baviera; Friedrich Nietzsche e sua irmã Elizabeth; entre os compositores: Franz

Liszt, Camille Saint-Saëns, Anton Bruckner, Pyotr Ilyich Tchaikovsky.

4. Wagner e seu reino cultural: sua importância na formação do

orgulho nacional na Alemanha

Suas grandes obras-primas foram baseadas, em sua grande maioria, por retratar um

nacionalismo grandioso e predestinado a levar o povo alemão a ter um orgulho de sua

cultura, por isso suas obras tiveram um caráter místico, pegando elementos da grande

mitologia nórdica como, por exemplo, nas óperas Lohengrin, Tristão e Isolda, O Anel,

etc., todos esses baseados nos mitos nórdicos, mostrando a Alemanha como um país

com cultura e poder de fogo exuberante.

O termo "Führer", usado como saudação ao líder nazista Adolf Hitler, foi retirado de um

trecho da sua ópera Lohengrin, onde pode se encontrar o dialogo “Zum Führer sei er

euch ernannt” ou então "Aceitem-no como seu líder". É importante destacar que a

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formação da cultura nacionalista da Alemanha não veio de Hitler e seus generais, mas

sim da cultura nacionalista criada por Richard Wagner no século XIX que foi de

extrema importância para a unificação alemã na época em que ele viveu e na época em

que Bismark comandou a nação, sendo este uma figura importante na formação da

unidade alemã.

Wagner como músico em si deu uma força dramática às orquestras que, juntamente a

Ludwig Van Beethoven, gerou uma nova dimensão as peças musicais, gerou, além das

vozes humanas, a interpretação e a tragédia havendo também as orquestras

complementando a obra e dando mais força ao espetáculo.

Wagner tinha certa necessidade em mostrar a supremacia da Alemanha como um

império poderoso e nacionalista. Devido aos seus pensamentos ele chegou a participar

de uma revolução nacionalista, conhecida como Revolução de Dresden em 1849 e de

acordo com tal ato foi exilado em Zurique. Seus pensamentos influenciaram milhares de

pensadores, políticos e industriais alemães, e em torno de Wagner e de outras fontes,

surgiu no século XX o NSDAP ou então Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei,

que também é conhecido como o poderoso Partido Nazista Alemão. Não estamos

falando que Wagner era nazista. Isso seria impossível, pois a ascensão do nazismo se

deu muito depois de sua morte, mas sim que seu anti-semitismo e sua música,

influenciada pelos mitos nórdicos, vieram a ser uma das sementes do nazismo na

Alemanha. Isso fica mais explicito ainda quando vemos que Wagner era aplaudido

como a maior referencia intelectual e artística na época do Nazismo, sendo Hitler um

grande fã e, sempre que podia, fazia uso de sua obra para propagação da ideologia

nazista.

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Abaixo, você pode ler um trecho do primeiro ato da ópera Lohengrin e ver sua paixão

pela Alemanha, nação que estaria por se formar:

“Escutai!

Condes, nobres, homens livres de Brabante!

Henrique, rei dos alemães, veio a este lugar

para consultá-los

segundo o Direito do Império!”

“Agora é a hora de defender

A honra do Império;

Que todas as terras germânicas

angariem forças para o combate.

E então ninguém ousará vilipendiar

o Império Alemão!”

“Adiante, com Deus e pelo

Império Alemão!”

Assim, vemos que a obra de Richard Wagner foi de muita influencia para a composição

desse orgulho e que foi capaz de despertar naquele povo um sentimento nacionalista.

Esse é mais um exemplo de como uma bela expressão artística pode ser usada como um

instrumento político. Por isso, antes mesmo da unificação do país, esse processo de

formação do orgulho foi baseado na cultura do povo alemão, com a ajuda da música de

Wagner..

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5. Conclusão

Por meio deste trabalho, podemos concluir que Richard Wagner foi de extrema

importância para a história da música, das artes, para a Alemanha, e para a cultura em

geral. Também vimos que os mitos, sejam nórdicos ou não, são de grande valor para a

sociedade, tanto contemporânea como a antiga, e que eles são de grande valor para a

formação humana, assim como as artes. O impacto causado no individuo de uma obra

como O Anel dos Nibelungos é muito forte, pois podemos adentrar a obra e ver o

significado de todo um mito, vendo as relações de poder e amor sendo refletidas em

nossa sociedade.

Também vemos como uma obra de arte pode ter influencia nas pessoas e em grupos

anos após ser concluída, bem como nas categorias sociais e políticas da sociedade,

constituindo uma gigantesca influencia no que viria a ser o país Alemanha.

Sua obra é cheia de possibilidades de experiências na música liberada. Nunca na história

houve compositor que se entregou a arte como fez Wagner, nos mostrando que a arte é

um grande motor do mundo e da sociedade.

“A arte e nada mais que a arte! Ela é a grande possibilitadora da vida, a grande

aliciadora da vida, o grande estimulante da vida!” - Friedrich Nietzsche

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BIBLIOGRAFIA e CITAÇÕES

Citações: 1, 3, 4 e 5: MILLINGTON, Barry. Wagner – Um compêndio. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar Editor, 1995. Na página 327.

2 : Weltanschauung significa “Concepção de Mundo”, relativo a orientação de um individuo, ou

da sociedade, em relação ao mundo.

As fontes para essa pesquisa se encontram principalmente no livro “Wagner – Um compêndio”

de Barry Millington.

Os sites para essa PESQUISA e REFERENCIA se encontram nos endereços:

https://www.deutschland.de/pt/topic/cultura/artes-arquitetura/o-mito-wagner

http://www.goethe.de/ins/br/lp/kul/dub/mus/pt10330300.html

http://www.dw.de/richard-wagner-o-g%C3%AAnio-musical-e-a-sombra-do-antissemitismo/a-

16821764

http://legio-victrix.blogspot.com.br/2012/03/richard-wagner-na-formacao-do-orgulho.html

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Receita Gastronômica

Hidromel

2 quilos de mel (e preferência, sólido),

9 litros de água,

1 colher de sopa de canela,

1 colher de chá de gengibre,

1/2 colher de chá de "cravo picante"

2 limões descascados (3-4 colheres de sopa de suco de limão),

50 g de levedo,

1-3 g de lúpulo seco

1. Misturar tudo, exceto o levêdo e 3 litros de água, em uma panela grande.

Marque a profundidade do fluido ao lado da panela ou em algum palito. Marcada a

profundidade coloque o resto da água (se não quiser que o mjöd fique muito amargo, coloque

menos que 3g de lúpulo).

2. Cozinhe sem a tampa até que a marcação feita fique visível (até que cozinhe 3 litros de água).

3. Deixe esfriar, e depois coloque o levedo quando o fluido tiver atingido a temperatura do

corpo.

4. Tampe o mjöd com um pedaço de pano e deixe ficar por uns 3-4 dias, de preferência em local

arejado devido ao cheiro ser bem forte.

5. Quando a fermentação do levedo estiver terminada, derrame o conteúdo através de um pano

ou toalha em uma tigela ou recipiente e deixe ficar por uns dois dias.

6. Através de um coador, derrame o conteúdo novamente na panela. Evite que os resquícios da

fermentação venham juntos.

7. Repita o processo umas 5-6 vezes, e estará pronto. O teor alcoólico varia entre 10% e 13%

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