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Controle de Qualidade e Legislações

Conteudista: Prof.ª M.ª Renata Faleiros de Freitas


Revisão Textual: Esp. Danilo Coutinho de Almeida Cavalcante

Objetivo da Unidade:

Ser capaz de realizar a inspeção e controle de qualidade em uma farmácia de manipulação de medicamentos homeopáticos.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Material Teórico

Introdução
Ao longo do tempo, várias modificações foram e têm sido realizadas em relação aos procedimentos na elaboração de medicamentos
homeopáticos, o que pode interferir na qualidade destes medicamentos. 

É importante ressaltar que muitas vezes não há na literatura referência de medicamentos acompanhados de suas experimentações originais.
Assim, cabe ao farmacêutico seguir uma padronização de procedimentos técnicos (FONTES, 2018).

Farmacopeia
O médico iniciador da homeopatia, Hahnemann, deixou diversas orientações sobre o preparo dos medicamentos e de suas formas farmacêuticas
em seus manuscritos, sendo eles: Matéria Médica, Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas.

Ainda na época de Hahnemann, a primeira farmacopeia homeopática foi elaborada por Georg Heinrich Gottlieb Jahr, depois alguns outros
médicos foram traduzindo outras farmacopeias alemãs. 

Glossário
Farmacopeias são manuais que têm como objetivo gerar uniformidade em cada país, oficializando normas
gerais sobre medicamentos e suas preparações, controle e conservação, além de conter monografias de
insumos inertes e matérias-primas (FONTES, 2018).

As farmacopeias homeopáticas são divididas em duas partes: uma geral (que aborda alguns conceitos e métodos farmacotécnicos gerais), e uma
específica (traz normas de controle de qualidade, monografias e demais informações detalhadas). As farmacopeias homeopáticas mais
relevantes são a norte-americana, a francesa e a alemã; as demais são derivadas destas(FONTES, 2018).

Garantia da Qualidade
Para que todos os produtos e serviços encontrem-se dentro do padrão de qualidade, é necessário que as farmácias disponham de um Sistema de
Garantia de Qualidade (SGQ) que contemple as Boas Práticas de Manipulação em Farmácia (BPMF) e o Manual de Boas Práticas de Manipulação,
no qual estejam assegurados os tópicos seguintes:
Especificidade de operações de manipulação e cumprimento das BPMF e que os controles sejam realizados;

Equipamentos devem estar devidamente calibrados e com documentação;

Para que todos os procedimentos referentes a controle de qualidade, manipulação e demais operações sejam cumpridos, eles
devem ser escritos conforme as BPMF;

Realizar auditorias frequentemente, buscando sempre a melhoria da qualidade dos produtos e realizando treinamentos
contínuos;

O uso de qualquer cosmético e acessório que possa comprometer o produto final deve ser proibido para os funcionários da
pesagem e manipulação;

É necessário manter um arquivo de documentos que são solicitados para medicamentos de controle especial (durante dois
anos);

Deve haver uniformização de excipientes utilizados;

Estabelecer prazos de validade, orientações e estocagem de manipulados (a validade do produto deve ter avaliação prévia)
(BRASIL,2007).

Documentações Necessárias
A farmácia deve ter uma Autorização de Funcionamento despachada pela vigilância sanitária local e, quando for necessária, uma Autorização
Especial da ANVISA; esses documentos devem permanecer expostos no local. 

Todos os registros devem estar organizados na farmácia para possibilitar a rastreabilidade, assim como os documentos de comprovação de
todos os produtos que foram adquiridos e as análises de auto inspeção (realizadas pelas farmácias pelo menos uma vez por ano e acompanhadas
de suas conclusões), estes documentos devem estar datados, assinados e aprovados pelo técnico responsável(BRASIL,2007).

Histórico de Legislações

1965: Decreto sobre receitas, industrialização, manipulação e venda de produtos homeopáticos;

1973: Lei sobre controle sanitário no comércio de produtos farmacêuticos, e inclui-se a farmácia homeopática na Legislação;

1974: Regulamentação da Lei de 1973;

1976: Nova Lei sobre vigilância sanitária, que inclui cosméticos e outros produtos. É aprovada a primeira Farmacopeia;

1986: Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) torna a farmácia homeopática específica à profissão de farmacêutica;

2001: Resolução nº 33 dispõe novamente sobre vigilância sanitária;

2007: Resolução nº 67 apresenta as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em
farmácias;

2008: Resolução nº 87 faz alteração no Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação em Farmácias;

2013:
Resolução CFF dispõe sobre responsabilidade técnica em homeopatia;

Decreto sobre atualizações sanitárias em empresas e funcionamento das mesmas;

Resolução regulamenta as atribuições clínicas dos farmacêuticos e a prescrição


farmacêutica.

2014: Resolução sobre atribuições clínicas do farmacêutico em floralterapia;

2016: Resolução sobre atribuições clínicas do farmacêutico em homeopatia;

2018:

Instruções sobre indicações terapêuticas, limite de potência e registro de medicamentos


dinamizados;

Lista de referência para avaliação de segurança e eficácia, e registro em dinamizados


(Fonte: Adaptado de Cartilha de Homeopatia, 2019).

Boas Práticas de Manipulação Farmacêutica Homeopática – RDC 67/07 e 87/08


A partir do histórico de legislações, podemos deduzir que os farmacêuticos brasileiros se tornaram atentos à necessidade da padronização de
procedimentos para manipular os medicamentos homeopáticos, pois, em vários países do mundo, os medicamentos homeopáticos têm sua
produção industrializada. Visto isso, as exigências para melhoria de qualidade foram impostas no Brasil após as publicações de resoluções pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

Os instrumentos legais que contêm as boas práticas de manipulação são a RDC nº 67/2007 e a RDC nº 87/2008, ambas contendo informações
necessárias e requisitos exigidos para preparações, magistrais e oficinais nas farmácias. 

Essa resolução fixa, juntamente com o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias e Anexo, dá definições e estabelece
requisitos para preparações homeopáticas, como operações de avaliação, manipulação, dispensação, conservação, controle de qualidade e
transporte. Ressalta ainda as competências do farmacêutico, os treinamentos necessários e mais algumas informações sobre a infraestrutura
exigida  da farmácia onde será implantada a manipulação de medicamentos homeopáticos. 

O grupo e anexo V (e, quando aplicável, anexo I), juntamente com o Regulamento Técnico, trazem informações sobre boas práticas de
manipulação de preparações homeopáticas (FONTES, 2018).

O anexo I se refere às Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF) e a todos os parâmetros que dizem respeito à manipulação e à
dispensação de aquisições ou de produtos preparados. Também fala sobre a conduta do pessoal que irá compor a equipe de funcionários e o local
de trabalho. Já o anexo V é trata das preparações homeopáticas: uma complementação do Anexo I com especificidades para farmácias
homeopáticas (BRASIL, 2007).

Dentre especificações e condições gerais estão:

Garantir a qualidade microbiológica e físico-química de quaisquer produtos que forem manuseados previamente para ser
dispensados;

Acompanhar e realizar o controle do processo de manipulação para que seja oferecido um produto com segurança, eficácia e
qualidade ao paciente. (BRASIL, 2007).
Figura 1 – Fluxograma de receituário
Fonte: Adaptada de FONTES, 2018

A seguir, algumas normas especificadas na RDC 67/07 e 87/08. 

Recursos Humanos

A farmácia precisa de um organograma no qual prove que seu sistema organizacional e de pessoal é suficiente para que o
regulamento seja cumprido;

O farmacêutico, que supervisionará a manipulação e suas boas práticas, deve ter condutas específicas com relação às
atividades a serem realizadas, tais como:

Conhecer a legislação, interpretá-la, cumpri-la e garantir que seja cumprida pelos demais
profissionais; 

Ficar responsável por matérias-primas e embalagens do processo de manipulação


(selecionar, especificar, armazenar etc.); 
Qualificar fornecedores e assegurar que os produtos estejam acompanhados de seus
certificados de análise;

Se houver desvios de qualidade, reações adversas ou interações medicamentosas, notificar


a autoridade sanitária; 

Analisar concentração, dose e via de administração nas prescrições;

Zelar para que todos os processos estejam de acordo com as normas técnicas até que se
obtenha o produto final;

Ficar responsável por toda documentação e registro referente à preparação dos


medicamentos, inclusive datas de validade e rotulagem;

Promover treinamento para o pessoal, e garantir que a atenção e assistência farmacêutica


sejam prestadas aos pacientes;

Fazer a confirmação de processos e habilitação de equipamentos, mantendo registros e


relatórios prontos para a Vigilância Sanitárias;

Atualizar-se continuamente sobre farmacovigilância e preparações aprimoradas;

Manter o livro de receituário atualizado, inclusive as de controle especial;

Criar e aprimorar constantemente as diretrizes de manipulação;

Realizar auto inspeção regularmente (BRASIL, 2007).

São competências dos gerentes superiores:

Cuidar dos recursos financeiros e humanos, além do fornecimento de materiais


fundamentais para o estabelecimento;

Garantir que todas as atribuições gerais e BPMF estejam sendo cumpridas, tendo sempre
como objetivo melhoria da eficácia, segurança e qualidade dos produtos e dos processos até
o produto final;

Incentivar o programa de educação para os funcionários e manter-se atualizado em relação


a novas manipulações e aplicações;

Responsabilizar-se pelo cumprimento das normas do regulamento e pelas práticas de


manipulação.

Todos os funcionários do estabelecimento deverão ter realizado treinamento e os registros destes devem conter informações
mínimas sobre:

Atividades realizadas;

Quantidade de horas e data do treinamento;

Material aplicado;

Por quem foi apresentado e respectivas assinaturas;

Apresentação dos treinadores por atividade.

Durante treinamentos, deve-se incentivar que todo pessoal discuta, de maneira que sempre possam melhorar a Garantia da
Qualidade;
Todos os funcionários, sem exceção, devem participar de um treinamento básico sobre microbiologia, necessário para
informar sobre a adequada limpeza do ambiente, higiene e qualidade de produtos. Sendo assim, pessoas não treinadas não
deverão entrar em salas específicas à manipulação sem autorização;

Todos os trabalhadores devem ser assegurados pela farmácia por meio da Segurança e Medicina do Trabalho, cumprindo as
Normas Regulamentares (NR). Devem receber instruções em caso de acidentes e suas medidas preventivas nos treinamentos
e, em caso de acidente, o funcionário deve ser afastado;

Para a admissão de novos funcionários, é necessária a avaliação médica prévia, que posteriormente deverá ser realizada
periodicamente;

Os estabelecimentos devem ser responsáveis pelo fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) gratuitamente,
e todos os funcionários devem apresentar-se paramentados com EPIs, assegurando sua proteção e a preservação contra
contaminantes dos produtos (BRASIL, 2007).

Estrutura do Estabelecimento

As farmácias devem ser compostas no mínimo por: área de administração, armazenamento, sala para coletas de materiais
para preparo de autoisoterápicos, pesagem, controle de qualidade, manipulação, área específica para manipulações
homeopáticas, dispensação, lavagem de materiais, depósito de produtos de limpeza, paramentação, local para lavagem e
inativação, vestiário e sanitários;

A sala de armazenamento deve ser frequentada somente por pessoas autorizadas, e ter área suficiente para todo material que
será estocado; deve ser mantida sob condições específicas, de acordo com os materiais estocados;

As matérias-primas homeopáticas devem ser armazenadas separadas e em local específico  contendo baixa radiação, de modo
que se mantenham suas condições primordiais;

Os armários devem ser resistentes e de fácil limpeza; se forem destinados à guarda de medicamentos para controle especial,
devem ter fechadura com chave;

Produtos com riscos de corrosão ou explosão devem ser armazenados em locais seguros;

A sala de pesagem pode estar dentro das áreas de manipulação, porém com local específico e dimensões de acordo com o
necessário;

Se o estabelecimento possuir manipulações de sólidos e semissólidos/líquidos,  deve haver espaços totalmente separados para
cada prática, apresentando salas específicas, assim como para manipulações homeopáticas;

Se houver a preparação de homeopáticos autoisoterápicos deverá haver uma sala específica para coleta e manipulações até
12CH ou 4DH, além de áreas especificas para limpeza e inativação de materiais, que devem ser dotadas de estufa e termômetro;

Se houver a manipulação de algum elemento volátil ou que cause dano ao manipulador, este deve utilizar uma capela com
exaustão;

Salas de paramentação devem conter lavatórios específicos para os funcionários utilizarem antes de entrar nos locais de
manipulação, além de local específico para inativação;

A lavagem de embalagens e utensílios deve ocorrer em área especifica;

O estabelecimento deve apresentar e ter registrado o Programa de Controle de Pragas e Vetores;

As superfícies do ambiente devem ser lisas e impermeáveis, não contendo rachaduras, e laváveis (BRASIL, 2007).
Equipamentos, Materiais e Utensílios

A farmácia deve dispor de materiais, utensílios e equipamentos que atendam à demanda do estabelecimento, como: balança de
precisão (calibrada, registrada e instalada em local de segurança e estabilidade), pesos padrões rastreáveis, vidrarias
(fornecedores credenciados), água com sistema de purificação, refrigerador, lixeiras e armários de fácil limpeza
(especificados), equipamentos de combate de incêndio, alcoômetro de Gay-Lussac, estufa e termômetro (para salas de
inativação);

Os equipamentos e materiais devem estar disponíveis em quantidade suficiente e devem ser de fácil acesso para manutenção;

Tubulações devem ter registro conforme regulamentos se forem expostas;

As balanças devem ser disponibilizadas em cada laboratório, inibindo a contaminação cruzada. Deve haver disponibilidade de
uma balança específica para homeopáticos;

Equipamentos de combate a incêndio seguirão a legislação específica (BRASIL, 2007).

Registro de Uso, Calibração e Manutenção

As empresas certificadas devem ficar encarregadas das calibrações e manutenções, pelo menos uma vez ao ano ou de acordo
com o uso do equipamento, as manutenções devem ser registradas para possível vigilância (BRASIL, 2007).

Matérias-primas e Embalagem

O farmacêutico deve fazer qualificação do fabricante/fornecedor tendo em vista: certificação de análise, comprovação de sua
regularidade, histórico de avaliação de fornecedores e verificação de normas de boas práticas de fabricação;

O recebimento de matérias-primas deve ser realizado por uma pessoa previamente treinada. Tais produtos devem ser
identificados, rotulados (nome do fornecedor, telefone, endereço, CNPJ, DCB, DCI, CAS, matéria-prima – nomes popular e
científico – parte do vegetal utilizada, referência, quantidades, datas de lote, fabricação, validade e fracionamento, local onde
devem ser armazenados, técnico responsável e registro e origem), armazenados, colocados em quarentena e amostrados;

As matérias-primas devem ser armazenadas conforme regulamento e suas respectivas referências (se não houver monografia
na Farmacopeia, deve ser utilizada a literatura científica);

Os certificados de análise devem ser arquivados por pelo menos seis meses posteriores ao prazo de validade; se forem de
medicamentos de controle especial, o prazo passa para dois anos (BRASIL, 2007);

Nos certificados de análise devem constar informações que garantam a qualidade no produto, sendo datados, assinados e com
a identificação do técnico responsável (FONTES, 2018).

A seguir, um modelo de certificado de análise:

Tabela 1 – Certificado de Análise.


Certificado de Análise

Produto: xxxx Análise: xxxxx/xx

Parte usada: xxxx Lote: xxxx

Nome botânico: xxxx Nome popular: xxx

Data de fabricação: xx/xx/xxxx Analista: xxxx

Fonte: Adaptada de FONTES, 2018

Tabela 2 – Certificado de Análise

Ensaio Normas Resultados

1 . Caracteres organoléptico:
xxxx
1.1. Cor xxxx
xxxx xxxx
1.2. Odor
xxxx xxxx
1.3. Sabor xxxx
xxxx
1.4. Aspecto

2. Título em etanol Entre xx e xx %v/v xx%

3. Resíduo seco xx % xx%

4.Reações de identificação
xxxx xxxx
4.1. Com água
xxxx xxxx
4.2. Com xxxx
xxxx xxxx
4.3. Com xxxx

5. Cromatografia em camada delgada xxxx Xxxx

6. Conservação: descrever. Xxxx

7. Observações: xxxx

8. Conclusão: xxxx

9. Responsável Técnico: xxxx | CRF: xxx

Fonte: Adaptada de FONTES, 2018


Manipulação

Os manipulados devem ser rastreáveis;

Excipientes devem ser uniformizados;

Devem apresentar livro de receituário contendo as seguintes informações:

Número de ordem;
Informações do paciente;
Informações do prescritor;
Informações da formulação;
Data de aviamento.

Além dos dados acima o estabelecimento deve possuir: informações sobre a matéria-prima utilizada, visto do farmacêutico,
informações sobre os manipuladores dos produtos e data de manipulação;

As áreas de manipulação devem ter climatização que seja conciliável às áreas das substâncias manipuladas;

Para utilização de medicamentos homeopáticos, a identificação do receituário deverá conter todas as informações por meio
das quais ele foi manipulado;

Todos os materiais utilizados para a preparação de homeopáticos devem ser descartados ou passar por procedimentos que
incluam inativação, de acordo com recomendações. Após inativados e higienizados, os materiais deverão ser mantidos em
locais afastados de odores (BRASIL, 2007).

Estoque Mínimo

O estabelecimento pode ter estoque mínimo, desde que este tenha produtos devidamente identificados conforme o
Regulamento. Todos os produtos devem estar rotulados, com datas de manipulação, validade e número de lote. O estoque deve
ter rígido controle de qualidade e não poderá ser terceirizado;

Os produtos de estoque mínimo devem conter as seguintes informações:

Informações sobre o material (nome e forma);


Alterações na composição e quantidades;
Dimensão e identificação do lote;
Data de manipulação;
Validade;
Lote de componentes utilizados;
Registro de operações assinado;
Registro de controle, precauções e observações feitas no processo;
Avaliação do manipulado.

Devem ser realizadas inspeções visuais e checagem de processos;

As amostras de referência de cada lote devem ser guardadas (na quantidade de duas análises) por no mínimo quatro meses
após a data de vencimento (BRASIL, 2007).
Rotulagem e Embalagem

Devem estar descritas nos procedimentos operacionais as maneiras seguras de efetuar a rotulagem dos medicamentos. O
acesso ao local de armazenamento dessas preparações deve ser restrito e as embalagens devem garantir que o produto não
sofra qualquer tipo de alteração;

Preparações com controle especial devem ter rótulos específicos e de acordo com a legislação sanitária (BRASIL, 2007).

Insumo Ativo

A tintura-mãe deve estar identificada internamente por rótulo que contenha:

Droga (nome científico e parte utilizada);


Fabricação e validade;
Conservação;
Concentração alcoólica (grau);
Lote.

A matriz deve estar identificada internamente por rótulo que contenha:

Dinamização, escala e método;


Grau alcoólico e insumo inerte (se aplicável);
Fabricação e Validade;
Origem.

O teor alcoólico deve obedecer aos valores da Farmacopeia (BRASIL, 2007).

Conservação, Transporte e Dispensação

Os produtos devem ser armazenados a uma temperatura compatível para que não haja deterioração;

Não devem ser armazenados ou transportados com animais, itens perecíveis, solventes, gases, substâncias tóxicas,
agrotóxicos, materiais radioativos ou outros elementos que possam comprometer a qualidade do produto manipulado ou a
saúde do paciente;

Na dispensação, deve-se prestar atenção e assistência farmacêutica ao paciente;

Para sua dispensação, os medicamentos homeopáticos devem conter no rótulo:

Nome da preparação com forma farmacêutica, dinamização, escala e método;

Quantidade e unidade;

Fabricação e Validade;

Identificação da farmácia (CNPJ, onde se localiza e informações do farmacêutico


responsável) (BRASIL, 2007).
Controle de Qualidade

Os ensaios farmacopeicos de matéria-prima serão aceitos do fornecedor somente se forem qualificados pela farmácia, caso
não o sejam, a farmácia poderá fazer testes terceirizados por sua responsabilidade;

Os testes nas matérias-primas de origem vegetal deverão ser realizados para indicação de características como cor, brilho,
odor, sabor e textura, detectando a presença de materiais estranhos, de umidade e determinação de cinzas totais. Em
matérias-primas de origem vegetal líquidas, deve ser feita a determinação da densidade;

As matrizes de estoque devem ser analisadas em ensaios microbiológicos cujos resultados devem ser mantidos nos registros.
A farmácia deve estipular a periodicidade dessas análises (BRASIL, 2007).

Insumo Inerte

Devem ser analisadas as seguintes características:

Aspectos organolépticos;
Ponto de fusão;
Solubilidade;
pH;
Avaliação de qualidade (certificado de análise);
Volume, peso e densidade (FONTES, 2018).

Água

A água que será usada nas preparações homeopáticas deve ser purificada (além de potável) por algum método apropriado,
devendo proteger as instalações de contaminação (realizar amostra e testes microbiológicos e físico-químicos analisando as
possíveis alterações), além de seguir os requisitos da Farmacopeia (FONTES, 2018).

Álcool

O álcool que deverá ser utilizado nas preparações deve ser obtido da fermentação da cana ou de cereais e deve ser altamente
purificado (FONTES, 2018).

Tinturas-Mãe

Para fazer o controle de qualidade das tinturas, serão necessários alguns materiais, como reagentes e vidrarias. Os requisitos
que devem ser observados e comparados com os padrões são:

Aspectos organolépticos;

pH, título etanoico, residual seco e densidade;

Reações de identificação e índice de refração;

Cromatografia simples em papel e em camada delgada;


Análise capilar (FONTES, 2018).

Glóbulos e Microglóbulos

Devem ser feitos de sacarose ou conter lactose e pequena dose de amido. Devem ter aspecto branco, ser homogêneos em
tamanho e livres de impurezas (FONTES, 2018).

Medicamentos Homeopáticos

Todos os medicamentos devem ser rastreáveis;

A farmácia deve dispor de livro de receituário.

Montagem e Normas de Funcionamento de Farmácias Homeopáticas


As RDC 67/07 e 87/08 estabelecem que todas as farmácias devem possuir para o funcionamento:

Figura 2 – Itens necessários para funcionamento de farmácias


Fonte: Adaptada de FONTES, 2018

Além desses quesitos e dos citados anteriormente neste material, as farmácias homeopáticas devem:

Possuir licença de funcionamento;

Atender às BPM;

Ser previamente inspecionadas (FONTES, 2018).

As documentações necessárias serão definidas de acordo com as atividades que serão exercidas em cada farmácia. É imprescindível registrar a
farmácia na Vigilância Sanitária (FONTES, 2018).

As demais informações estão contidas ao longo do material.


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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Leitura  

Avaliação do Ccontrole de Qualidade Realizado nas Farmácias de Manipulação e


Homeopáticas de Maringá, Estado do Paraná

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Obtenção e Controle de Qualidade da Tintura-mãe de Thuya Occidentalis/Attainment and


Quality Control of Thuya Occidentalis Mother-tincture

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Controle de Qualidade na Farmácia Homeopática

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

A Eficiência da Homeopatia na Qualidade do Leite Bovino/The E ciency of Homeopathy in


The Quality of Bovine Milk

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
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ʪ Referências

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia homeopática brasileira. 3. ed. Brasília: Anvisa, 2011. Disponível em:
<https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-homeopatica>. Acesso em: 10/10/2021. 

________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia homeopática brasileira. 3. ed. Brasília: Anvisa, 2011. Disponível em:
<https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-homeopatica>. Acesso em: 10/10/2021. 

________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 67 de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre boas
práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Brasília, DF: Anvisa, 2007. Disponivel em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html>. acesso em: 10/10/2021.

________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 67 de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre boas
práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Brasília, DF: Anvisa, 2007. DisponÍvel em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html. Acesso em: 10/10/2021.

________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 67 de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre boas
práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Brasília, DF: Anvisa, 2007. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html. Acesso em: 10/10/2021.

DUTRA, V. C. Dossiê técnico: farmacotécnica homeopática. Rio de Janeiro: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, 2011. Disponível em:
<http://respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTQzNQ==>. Acesso em: 10/10/2021.

FONTES, O. L. et al. Farmácia homeopática: teoria e prática. 5. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2018.

SÃO PAULO. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão
Assessora de Homeopatia. Homeopatia. 3. ed. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em:
<http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/homeopatia.pdf>. Acesso em: 28/09/2021.

________. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão
Assessora de Homeopatia. Homeopatia. 3. ed. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em:
<http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/homeopatia.pdf>. Acesso em: 10/10/2021.

________. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão
Assessora de Homeopatia. Homeopatia. 3. ed. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em:
<http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/homeopatia.pdf>. Acesso em: 10/10/2021.

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