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Estudo Dirigido 05 - Gabarito

1) As nulidades são tratadas em tópico específico no código de processo, é um título curto, mas de suma
importância para o processo como todo, sobre as nulidades responda:

a) Em um processo cujo MP deveria ter sido intimado de sua tramitação, corre sem esta intimação e
intervenção. Todos os atos desse processo serão considerados nulos?
b) E, se mesmo sem a intervenção do MP processo tiver alcançado sua finalidade sem a ocorrência de
qualquer prejuízo, ainda assim haveria nulidade do processo?
c) É possível a nulidade parcial de um ato?
d) Serão nulos todos os atos praticados após aquele considerado nulo?
e) O pronunciar-se sobre a nulidade no processo o juiz o faz de maneira genérica, dessa decisão cabe
recurso, com qual fundamento?

Respostas:

a) Não, o juiz invalidará somente os atos praticados a partir do momento em que o MP deveria ter sido intimado,
nos termos do art. 279, § 1º.

b) Não havendo prejuízos e tendo o processo alcançado sua finalidade, ainda que a lei prescreva a necessidade
de intervenção do MP, o juiz o considerará válido nos termos do art. 277.

c) Não necessariamente, pois se houverem partes independentes no mesmo ato, e delas somente um for nula, a
outra ou outras serem independentes não serão prejudicadas (art. 281).

d) Serão nulos somente aqueles atos posteriores que sejam dependentes daquele considerado nulo, também de
acordo com o artigo 281.

e) O fundamento para qualquer que seja o recurso será o art. 282, que deixa claro que o juiz deverá indicar quais
atos processuais foram atingidos pela nulidade.

2) Determinada lide esbarra numa súmula vinculante que favorece o réu na sua interpretação. Assim,
pretende o réu que essa discussão seja imediatamente solucionada, você como advogado do Réu, qual
a tutela provisória a ser adotada?

Nos termos do artigo 311, inciso II do CPC, o correto seria requerer a tutela provisória de evidência,
independentemente da presença dos requisitos da verossimilhança, da alegação e do risco de dano,
tendo em vista que o direito questionado na demanda está decidido por súmula vinculante.

3) Eike ajuizou demanda com pedidos de reparação por danos causados no montante de R$ 87.000,00 (oitenta
e sete mil reais) e obrigação de entrega de veículo (modelo YKL), em face de Joesley, a qual tramita pelo sistema
eletrônico. O advogado de Joesley, que costumava deixar tudo para a última hora, no último dia do prazo para
apresentar sua contestação se deparou com um problema: o sistema estava indisponível e era impossível

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protocolizar a defesa de seu cliente. Considerando que o último dia do prazo era um dia útil, com expediente
forense normal, responda:

a) Operou-se a preclusão em face da não apresentação da contestação de Joesley? Em caso afirmativo, qual o
tipo de preclusão? Justifique.

R: Não há que se falar em preclusão temporal, pois o exercício deixou claro que a contestação não foi apresentada
por problemas intrínsecos ao sistema eletrônico. Desta forma, nos termos do Art. 10§2º da lei 11.419/06, o prazo
deve ser prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.

b) Se a contestação fosse apresentada na data correta e o Juiz entendesse que o pedido de obrigação de entrega
do veículo não precisava de outras provas para ser julgado, condenando Joesley a restituir o veículo, seria uma
boa estratégia aguardar a decisão a respeito da reparação por danos para apresentar recurso único?
Fundamente

R: Não, nesse caso haverá preclusão do direito de Joesley, vez que a decisão do Juiz teve por base os Arts. 355,I e
356,II do CPC. O recurso cabível para atacar a referida decisão parcial, que foi parcial de mérito, é o recurso de
Agravo de Instrumento – Art. 356§5º do CPC.

4) Para requerer a desconsideração da personalidade jurídica do Réu, o Autor deverá aguardar a fase cognitiva?
Justifique sua resposta, apresentando o dispositivo legal correspondente.

R: Não, tendo em vista que com as novas regras do CPC, Autor poderá requerer a desconsideração da
personalidade jurídica já na petição inicial, nos termos do artigo 134, §2º do CPC.

5) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Segundo a Lei 13.105/2015,
qual o procedimento de tutela antecipada?

R: Nos termos do artigo 303, §1º do CPC, concedida a tutela antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial,
com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

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I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução
do mérito.

§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas
custas processuais.

§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em
consideração o pedido de tutela final.

§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.

§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a
emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução
de mérito.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não
for interposto o respectivo recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada
estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito
proferida na ação de que trata o § 2o.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir
a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2
(dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada
por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2odeste
artigo.

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6) Caso seja requerida a tutela cautelar em caráter antecedente, qual o prazo para defesa do réu? Esse prazo é
diferente da tutela antecipada antecedente? Fundamente sua resposta.

R: O prazo para o réu apresentar defesa nos casos de requerimento da tutela cautelar antecedente será de 05
dias, devendo contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir, conforme determina o artigo 306 do
CPC. Na tutela antecipada requerida em caráter antecedente é diferente, pois em regra o réu será citado para a
audiência de conciliação e caso não ocorra conciliação, deverá apresentar defesa no prazo de 15 dias, nos termos
dos artigos 303, §1o, III c/c 335, I do CPC.

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