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Camila dos Reis Nogueira


Flávia Grégio

Estamos em Reclusão. E agora?


30 Dias para Brincar em Casa

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Sumário
Dedicação 4
Apresentação ................................................. 5
Estamos em Reclusão. E agora? .....................6
O Papel da família no tempo de reclusão ...... 7
A Relevância de brincar em família............... 9
O AEIOU das brincadeiras em família...........10
30 Sugestões de brincadeiras para família... 11
Bônus 1 -Diário da Reclusão.......................... 29

Bônus 2 – Artigo “O Brincar em família e o


desenvolvimento do Ensino e Aprendizagem
nas crianças.” – Portal Educação .................. 42

Bibliografia ................................................... 75

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Dedicação

Dedicamos este trabalho á nossa


querida professora Bárbara, por nos
fazer a cada dia se apaixonar pela
pedagogia!

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Apresentação

Entramos em 2020 com novos desafios. Não


somente na educação, mas principalmente nas
famílias, onde foi necessário fazer readaptações
quanto á educação dos filhos, trabalho home office
e administração do tempo.
Pensando neste tempo de reclusão, querermos
lançar um desafio para os pais realizarem Carpe
diem com seus filhos.
Carpe diem é uma expressão em latim que
significa "aproveite o dia". Essa é a tradução literal,
e não significa aproveitar um dia específico, mas
tem o sentido de aproveitar ao máximo o
agora, apreciar o presente.
Então, vamos aproveitar o tempo de reclusão e
realizar atividades significativas com nossos filhos,
construindo memórias afetivas e consolidando o
maior bem que um ser humano pode ter: família!

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Estamos em Reclusão. E agora?
O ano mal começou, e fomos surpreendidos
com a pandemia. Isso acarretou uma sucessão de
acontecimentos nos obrigando a refazer todo
planejamento anual, inclusive a readaptação para
home office e homeschool.
A cada dia tem sido um desafio para
professores, que teve que se readaptar com a nova
modalidade de ensino híbrido, e principalmente
para os pais, que estão 24 horas com seus filhos em
um período de reclusão que não sabemos quando
acabará.
O que temos que fazer é respirar fundo,
replanejar, administrar nosso tempo e readaptar á
nova rotina, que é desafio á ser vencido e será
vencido através da união da família e escola.

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O Papel da Família no Tempo da
Reclusão

Várias famílias tiveram suas vidas afetadas pela


pandemia, as rotinas sofreram mudanças drásticas,
entramos em um período de reclusão. O isolamento
social imposto para combate do Covid-19 fez com
que voltássemos a nossa atenção para os
pequeninos. O papel da família neste processo é
crucial para o desenvolvimento da criança e para
potencializar os laços de convivência. Muitos pais
tiveram que se reinventar para poder ensinar os
conteúdos programáticos do ensino a distância. E
para “driblar o tédio” muitos responsáveis estão
adotando jogos e brincadeiras. Esses momentos,
em que todos estão juntos é primordial pois
estabelece a relação com o próximo, é um espaço

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em que a criança se sente à vontade em um
ambiente de aconchego, perfeito para proporcionar
aprendizagens significativas. Entretanto, muitos
desafios aparecem, pois não é fácil prender a
atenção dos pequeninos e ao mesmo tempo dar
conta de todos os afazeres. Portanto também é
papel da família estabelecer uma rotina, para que
assim as crianças possam desenvolver a organização
na vida diária e também ajuda a evitar momentos
de correria ou estresse infantil. Porém é importante
lembrar que eles não podem se sentir
sobrecarregados e precisam de tempo para brincar
livremente.

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A relevância de brincar em
família
O ato de brincar é extremamente importante,
pois através das brincadeiras que a criança
consegue estabelecer conexão entre o mundo real
e o imaginário. Possibilita também a interação com
o próximo. Promove A vivência familiar ao
indivíduo, a criação de repertórios de
comportamentos, ações e resoluções de problemas
com significados universais (cuidados com a
infância) e particulares (percepção da escola para
uma determinada família). Essas experiências
unificam o conhecimento coletivo e individual que
organiza, interfere e a torna uma unidade dinâmica,
estruturando as formas de subjetivação e interação
social.

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O AEIOU das brincadeiras em
família

A precie cada momento.

E steja pronto para construir memórias afetivas

I
ncentive a família a sempre e se divertir.

O uça sempre as gargalhadas dos seus filhos.

U na sua família sempre que puder!

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30 Sugestões de Brincadeiras
- Uma para cada dia -

1. Faça uma árvore genealógica


Selecione algumas fotos e monte uma árvore
genealógica da sua família com seu filho. Você pode
até emoldurar em um lindo quadro e decorar a
parede da sua casa. Além de ensinar sobre o valor
da família, essa brincadeira gera
uma recordação marcante desse momento e de
todas as pessoas que são especiais para vocês.

2. Brinque de ensaio fotográfico. E não esqueça os


figurinos!
Hoje em dia todo mundo tem uma câmera de boa
qualidade no celular, então por que não aproveitar
esse recurso e começar uma brincadeira de ensaio
fotográfico? Enquanto uma criança tira foto, as
outras podem montar os cenários e fazer poses
divertidas. Para deixar tudo ainda mais animado,

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Separe alguns acessórios coloridos, fantasias e looks
chamativos. Coloque um lençol ou qualquer tecido
de cenário e diga xis! Os pequenos podem fingir
que são personagens de desenhos animados,
cantores, jogadores de futebol e deixar a
imaginação livre para criar o que quiserem!

3. Jogo da memória do que você mais gosta

Peça para o seu filho escolher os seus brinquedos


preferidos. Com a ajuda dele, faça uma foto de cada
um dos seus xodós e imprima duas cópias de cada.
Recorte em quadrados iguais misture as peças, e
terá um jogo da memória personalizado!

4. Teatro de fantoches

Histórias ajudam a estimular a imaginação e


favorece o mundo lúdico da criança, o que é
superimportante. No teatro de fantoches, a
criatividade vai comandar o espetáculo. Os atores
podem ser bonecos confeccionados ou até meias

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customizadas. Os adultos podem começar a contar
a história. Depois, as posições se invertem e os
filhos inventam seus próprios enredos.

5. Desenho maluco

Separe folhas de papel, canetas coloridas, tintas,


pincel e deixe a imaginação tomar conta. Ao final da
atividade, vale expor as obras-primas em uma
galeria de arte da família. Para quem quiser ir além,
existe o jogo chamado Desenho Maluco. Nessa
brincadeira, cada participante recebe uma folha em
branco. O primeiro passo é desenhar uma cabeça
no alto da folha. Depois, dobram-se os papéis e as
folhas são trocadas entre os participantes. Em
seguida, cada participante continua o desenho na
folha que recebeu. Repetindo as instruções, as
folhas são novamente trocadas. Assim, cada criança
desenha uma parte, da cabeça aos pés. No fim, abra
os papéis e veja os desenhos que se formaram. Com
certeza, vão ficar muito divertidos, com direito a
cada participante deixar a sua marca neles.

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6. Revirando o baú

Chegou a hora dos pais relembrarem as


brincadeiras da época deles. Bolinha de gude,
peteca, jogo de varetas, banco imobiliário…
Segundo Raquel Luzardo, mãe de Gabriel e
fonoaudióloga, as crianças tem muito interesse em
saber como os pais eram quando criança. Assim, ao
mesmo tempo em que os pais têm a oportunidade
de ter uma lembrança gostosa da época de infância,
os filhos criarão uma conexão muito forte.

7. Telefone sem fio

Para essa brincadeira, todo mundo deve ficar em


círculo. O primeiro participante cria uma mensagem
e fala no ouvido do próximo. A mensagem vai
passando adiante e cada um vai dizendo o que
entendeu. A última pessoa será quem vai repetir,
em voz alta, o que ouviu. O desafio é descobrir se a
mensagem permaneceu a mesma do começo ao
fim. Alerta: essa brincadeira pode render várias
gargalhadas.

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8. Batata quente diferente

Para essa brincadeira, todo mundo deve ficar em


círculo. O primeiro participante cria uma mensagem
e fala no ouvido do próximo. A mensagem vai
passando adiante e cada um vai dizendo o que
entendeu. A última pessoa será quem vai repetir,
em voz alta, o que ouviu. O desafio é descobrir se a
mensagem permaneceu a mesma do começo ao
fim. Alerta: essa brincadeira pode render várias
gargalhadas.

9. Quem sou eu?

Para esse jogo, são necessárias habilidades de


detetive! Os jogadores devem também estar em
roda. Cada um escolhe o nome de um personagem
de filme, desenho, artista, ou mesmo alguém do
convívio deles, escreve num papel e gruda na testa
do participante da direita, sem que ele veja. Cada
criança faz perguntas para os outros jogadores
sobre o que ela é. Por exemplo: “eu sou uma
mulher?”. E os jogadores só podem responder sim

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ou não. Cada um tem uma chance de tentar
adivinhar.

10. Stop!

No Stop! a família definirá em conjunto categorias


de cores, animais, carros, cidades, entre outras. A
partir do que foi escolhidos, todos escrevem as
categorias em um papel. Escolhida uma letra, todos
preenchem a folha, de acordo com as categorias,
com palavras que comecem com a letra escolhida.
Aquele que acabar primeiro grita “Stop!”. O jogo
pode acontecer de forma individual, mas pensar
junto e dividir a família em equipes são mais
divertidos.

11. Um, dois, três, ação!

Em pedaços de papel, escreva nome de filmes,


atores, ações. Eles devem ser sorteados entre os
participantes. Um representante da equipe deve
fazer com que os outros descubram o que ele tirou.

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Mas o desafio se dá ao passo de que ele não pode
falar ou emitir sons, apenas gesticular. A mímica vai
entrar em ação! Quem se sairá melhor?

12.Alerta cor

Essa brincadeira pede um espaço grande! Uma


pessoa é escolhida para ser o pegador e os demais
ficam espalhadas pelo cômodo. O pegador diz
“alerta cor!” e os demais perguntam “que cor?”. O
pegador, então, escolhe uma cor e todos deverão
tocar em algo dessa cor para ficarem salvos, caso
contrário, poderão ser pegos.

13. Piquenique

Nesse dia, o jantar vai acontecer de uma forma


diferente! É só estender uma toalha no chão da sala
e todo mundo vai ser convidado a comer ali mesmo.
E o cardápio também pode ser escolhido em
conjunto. Entre sanduíches, frutas e sucos, a criança
pode ajudar na preparação.

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14. Memória dos objetos

Essa atividade é para exercitar a memória. Objetos


da cozinha, do quarto ou os próprios brinquedos do
seu filho podem ser usados. O primeiro passo é
separar 10 objetos. Assim, a criança terá que
observá-los por um tempo determinado. Os pais
são os responsáveis por tirar um e deixar a criança
perceber o que sumiu. Escolher um cômodo da casa
também pode ser uma opção. Agora, a criança deve
olhar durante um minuto para a disposição dos
objetos no cômodo escolhido. Depois, terá que
descobrir o que mudou de lugar. Os papéis também
podem se inverter e a criança comandar a
brincadeira e alterar o lugar dos objetos.

15. Passa anel

Um dos jogadores será o passador do anel. Com o


objeto entre as palmas da mão, a criança deve
passar suas mãos entre as dos participantes, que
devem estar posicionados lado a lado ou em círculo.
O passador deve fazer isso quanta vez quiser, mas.

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em uma delas deve deixar o anel. Quando acabar,
ele pergunta a outro jogador com quem ficou o
objeto. Se a pessoa acertar, os papéis são
invertidos. Se não, tudo continua igual.

16. Meu pai é o Chefe ou o MC Mamãe

Que tal papai e filhos irem para cozinha para


preparar um cardápio especial para família? Uma
pizza ou um delicioso lanche preparado com a
mamãe, e é claro que não pode faltar a
caracterização de mestre cuca!

17. Circuito

Lembra-se de um programa dos anos 80 chamado


“Corrida Maluca”? Funcionava da seguinte forma:
Vários obstáculos e desafios cronometrados. O
jogador que percorria em menos tempo o circuito
era o vencedor.

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Imagina alguns obstáculos simples em sua sala,
como passa por debaixo das cadeias, pisar nas
almofadas ou apertar um interruptor. Tudo
cronometrado, e o ganhador terão direito de
escolher o sabor da pizza (que será o prêmio).

18. Desafios de família

Prepare um caixa escrito desafio em família, e


dentro da caixa coloque potes com atividades para
cada membro da família, e o desafio é realizar as
atividades em segredo. Por exemplo:
Segredo do Papai: Deixar um for ao lado da esposa
na cama
Segredo da Mamãe: Levar café na cama do filho
Segredo do filho: Fazer uma cartinha e colocar na
carteira do papai.
Faça atividades diferentes, de acordo com o
número de dias que a caixa ficará na casa de cada
criança.

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19. Caixa surpresa

Enfeite uma caixa com muito carinho, coloque


dentro novidades e desafios para realizar em
família. Pode ser a preparação de um prato especial
(como enfeitar um bolo) ou atividades mais simples,
como escrever cartinhas e ver fotos da família.

20. . Brincar de desenhar na janela

Bastam alguns pedacinhos de papel celofane e um


pouco de água. Molhadas, as formas grudam no
vidro e viram desenhos, compondo um mural em
movimento que transforma os cenários cotidianos.
Quem sabe esses desenhos possam expressar um
pouquinho do que acontece dentro da sua casa para
quem passa pela janela lá fora

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21.Desafios para mamãe

São fichas com propostas de atividades para os pais


realizarem COM seus filhos. Segue abaixo um
modelo.

1º Semana 2º Semana 3º Semana 4º Semana


Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1
Contar história Ver álbum da Fazer escultura Brincar de
antes de dormir família de massinha casinha/carrinho

Dia 2 Dia 2 Dia 2 Dia 2


Acordar com café Brincar de Fazer MC Mamãe Contar história
da manhã Culto antes de dormir

Dia 3 Dia 3 Dia 3 Dia 3


Fazer bolo juntos Brincar de Fazer biscoitinhos Fazer pizza
mimica juntos
Dia 4 Dia 4 Dia 4 Dia 4
Fazer bilhetinho e Ver desenho Brincar de acertar Ensinar uma
colocar no pote juntos a música com brincadeira da
de biscoitos assobio infância

Dia 5 Dia 5 Dia 5 Dia 5


Cine em casa com Brincar de SPA Ensinar uma Fazer almoço ou
pipoca brincadeira da jantar juntos
infância
Dia 6 Dia 6 Dia 6 Dia 6
Ensinar uma Arrumar Fazer brinquedo Brincar de
brincadeira da gavetas e com material debate bíblico
infância armários (da reciclável
criança) junto.

Dia 7 Dia 7 Dia 7 Dia 7


Ligar para amigos Ensinar Escrever Contar história
e parentes brincadeira da cartinhas para os antes de dormir
infância vizinhos

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21. Acampadentro

Brincar de cabana na sala é muito divertido. Para


fugir das cadeiras e aquele monte de cobertores
para fazer a cabaninha, use uma caixa de papelão.
Ah, você pode usar os cobertores para colocar lá
dentro e deixar os pequenos dormirem na
cabaninha e, por que não, uma festa do pijama?

22. Cinema em casa

Nada melhor do que uma tarde de filme e pipoca


em família, todos deitados no sofá ou almofadas no
chão. Escolha um filme do agrado de todos, e faça
um cinema em casa. Se neste dia estiver frio,
aproveite para um delicioso chocolate quente!

23. Brincar de jogo da velha

E se a gente transformar o tradicional jogo da velha


em algo bem grande? Encontre um cantinho na casa
e crie seu tabuleiro com fita crepe no chão e use

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pratinhos de papel como peças. Divertido, né? Pode
ser menor, para jogar com pedrinhas, ou até bem
maior! A única regra é reinventar!

24. Massinha caseira

Brincar de massinha é sempre muito gostoso para


os pequenos. Fazer a sua em casa torna a
brincadeira ainda melhor. Se quiser, contamos aqui
no Blog como fazer massinha caseira.

25. Descubra a sombra

Esta brincadeira parece complicada, mas é simples,


divertida, toma bastante tempo e ajuda muito no
raciocínio dos pequenos. Você vai precisar de:
objetos variados (panelas, pratos, copos, roupas,
canetas, etc.), uma luminária (ou lanterna, mas
nesse caso você precisará de uma forma de mantê-
la fixa), cartolina e caneta.
Esta brincadeira parece complicada, mas é simples,
divertida, toma bastante tempo e ajuda muito no
raciocínio dos pequenos. Você vai precisar de:

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objetos variados (panelas, pratos, copos, roupas,
canetas, etc.), uma luminária (ou lanterna, mas.
nesse caso você precisará de uma forma de mantê-
la fixa), cartolina e caneta.
Primeiro você empilha os objetos criando uma
forma engraçada. Depois, você direciona a luz da
luminária a fim de formar a sombra dos objetos
empilhados no chão. A partir desse momento, não
movimente mais a luz. Coloque onde se formou a
sombra uma cartolina e deixe-a bem fixa no chão,
use uma fita adesiva para isso. Depois da sombra
projetada na cartolina, contorne-a com a caneta.
Então, desmonte os objetos para desfazer a sombra
ficando só com seu contorno e chame os pequenos.
A brincadeira é descobrir como você empilhou os
objetos para fazer o desenho na cartolina, ou seja,
reproduzir a mesma sombra. Apenas fique atento
para criar sombras que sejam difíceis, mas não
impossíveis para seu.

26. Caça ao tesouro sensorial

A caça ao tesouro pode ficar muito mais divertida


de uma forma simples: com objetos sensoriais.

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Escolha quatro ou cinco texturas diferentes, como
liso, áspero, aveludado, macio, rígido, e peça ao
pequeno que corra pela casa e encontre objetos
com aquelas texturas. Para os pequenos um pouco
mais velhos, um cronômetro pode deixar a
brincadeira mais emocionante.

27. Brincar de pedra, papel e tesoura.

Pedra, papel e tesoura é um jogo divertido que só


precisa das mãos para acontecer e dá para brincar
em qualquer cantinho da casa. A regra é simples:
pedra quebra tesoura, tesoura corta papel e papel
embrulha pedra.

28. Cantinho da leitura


O cantinho da leitura é muito parecido com a
cabana, mas você precisa montá-la um pouco mais
alta para conseguir entrar, além colocar almofadas
para seu pequeno encostar enquanto lê.

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29. Pintura sem sujeira
Isso parece impossível, mas não é. Compre um
saquinho que possa ser lacrado (como ziploc, por
exemplo). Depois, encha-o com tintas até ⅓ mais ou
menos. Lacre e prenda suas laterais com fita
adesiva (aconselho passar duas vezes a fita) em
uma cartolina ou no chão mesmo. Assim, ao passar
os dedinhos pelo lado de fora do saquinho com
tinta, seu pequeno faz desenhos incríveis sem
bagunça.

30. Diário de Bordo/Diária de Quarentena/Diário


de Reclusão

Esta proposta é exatamente o que costumamos


fazer com nossas crianças do fundamental I em
período de férias, onde desenvolvemos na criança o
hábito de leitura e escrita e a administração de
tempo - que é o diário de bordo;
A criança deve escrever desenhar, colar embalagens
ou tickets de cinema ou museu.
Neste acaso, como a criança está reclusa, você
deverá enviar um diário Pré- pronto, onde ela.

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Deverá preencher, contendo atividades sobre a
história ou versículo da Bíblia que foi lido, receitas,
filme que assistiu com quem ficou etc.

Em anexo, vamos apresentar um modelo de diário


de quarentena que está disponível de forma
gratuita no Blog Amarelinha Baby kids.

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Bônus 1 - Diário da Reclusão

Bônus 2 – Artigo

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Bônus 2 - Artigo

“O Brincar em família e o desenvolvimento do


Ensino e Aprendizagem nas crianças.”
Portal Educação

Este artigo enfatiza a importância da relação do


brincar em família no desenvolvimento do ensino e
aprendizagem na criança. Na escola o lúdico já está
sendo utilizado frequentemente na aprendizagem
do aluno como um excelente instrumento para os
professores, principalmente nos primeiros anos da
educação básica. Porém, também é importante
destacar a utilização do lúdico dentro das famílias
também como um instrumento facilitador do saber.

A pauta em questão buscou teorias onde se ratifica


que alunos que possuem um ambiente familiar
onde às brincadeiras fazem parte da rotina
doméstica, costumam desenvolver melhor as
atividades da escola e tem uma boa interação com

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colegas e professores, obtendo um melhor
desenvolvimento social e cognitivo. Relacionando
ainda à pauta as mudanças ocorridas na família ao
longo do tempo e sua consequência na atualidade.
Essa relação social que o aluno trás de casa é a sua
primeira aprendizagem, pois a criança é um ser em
formação, e cabe à escola observar e intervir
positivamente no seu desenvolvimento.

1 INTRODUÇÃO

A interação familiar na atualidade está muito


conturbada. A sociedade evoluiu para um modelo
familiar prático e calculista, enfim, vivemos numa
sociedade onde pais trabalham, filhos estudam,
pouca atividade familiar, pouca interação
família/escola. É importante lembrar que a
formação pra cidadania começa dentro do
ambiente familiar, na interação entre pais e filhos.

As brincadeiras ocupam um papel extraordinário


dentro do mundo das práticas educativas,
evidenciam implicitamente e desempenham uma
função preponderante nas relações entre as

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famílias. Esse brincar é fundamental para a vida da
criança, pois estabelece uma conexão entre o
mundo imaginário e o mundo real. É um processo
indispensável, para que a criança aprenda a ter
domínio das situações presentes em sua rotina,
aprimorando as relações intra e interpessoal. É
necessário reconhecer e utilizar esse instrumento
lúdico também dentro de casa, onde tudo começa.
O papel da brincadeira em família, o papel dos pais
na formação da criança, as principais mudanças que
aconteceram nas famílias ao longo do tempo e
principalmente a relação do brincar no
desenvolvimento das práticas educativas estão
presentes nesse artigo.

2 FAMÍLIA: CONCEITO E TRANSFORMAÇÕES AO


LONGO DO TEMPO

A família constitui a unidade ativa das relações de


evidencia afetiva, social e cognitivo que estão
inundadas nas condições materiais, históricas e
culturais da sociedade por ser a primeira mediadora
entre o homem e a cultura. Ela é o útero da
aprendizagem humana, que geram modelos de

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relação interpessoal e de construção individual e
coletiva. A vivência familiar possibilita ao indivíduo
a criação de repertórios de comportamentos, ações
e resoluções de problemas com significados
universais (cuidados com a infância) e particulares
(percepção da escola para uma determinada
família). Essas experiências unificam o
conhecimento coletivo e individual que organiza,
interfere e a torna uma unidade dinâmica,
estruturando as formas de subjetivação e interação
social.

Dessa forma percebe-se que através das interações


familiares que se concretizam as transformações
nas sociedades nos diferentes ambientes que
compõem os sistemas sociais, dentre eles a escola,
fator preponderante para o desenvolvimento do
sujeito. Ela tem, portanto, um impacto expressivo e
uma forte autoridade na conduta dos indivíduos,
sobretudo das crianças, que aprendem as
diferentes formas de serem, de ver o mundo e
edificar as suas relações com a sociedade.

O assunto "família" está cada vez mais em pauta em

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nosso cotidiano. Atualmente diferentes setores
voltam seu olhar às questões familiares associando
isso a ideal de modernidade. Como exemplos estão
às empresas, igrejas e principalmente a escola. O
interesse das empresas em relação à família na
maioria das vezes é puramente econômico, a Igreja
é criticada pelo seu conservadorismo e o interesse
da escola é sem dúvida para tentar apaziguar os
problemas enfrentados principalmente em relação
à aprendizagem e às relações interpessoais.
Independente do motivo pode-se concluir que a
família é à base das relações sociais em geral, e
muitos problemas sociais estão intimamente
ligados a essa concepção. Pensando nisso é
importante salientar algumas transformações
ocorridas principalmente no Século XX que
interferem na família atual, é importante conhecer
algumas transformações. 2.1 UM POUCO DE
HISTÓRIA

Nem sempre a família foi da maneira como hoje a


conhecemos. Ao longo do tempo ela apresentou
diversas formas e configurações que foram se
modificando. Porém essas especificações não são

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de fáceis determinações. Em algumas épocas, havia
indícios de sociedades poligâmicas (união de um
homem para várias mulheres) o que hoje ainda
acontece em algumas culturas e poliândricas (uma
mulher unia-se com vários cônjuges) em épocas
remotas, destacando o que alguns filósofos diziam
que a família iria ser abolida ao longo do tempo.
Contudo a característica nuclear sempre
prevaleceu: mãe ou pai como centro da família.
Apenas mais tarde com a ascensão da economia
agrícola que a figura do pai começa a ser mais
importante, até chegar à formatação que nuclear
que conhecemos hoje. Em relação à figura da
criança e sua importância dentro da família também
tem muitas modificações ao longo do tempo.

2.2 A RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS

É comum críticas a respeito de como na sociedade


moderna os pais se relacionam com os filhos.
Geralmente essas queixas partem dos mais velhos,
que foram educados de outra maneira. Realmente
se buscarmos na história percebe-se alterações
nessas formas de relacionamento ao longo das

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décadas, isso aconteceu devido a influencias dos
fatores econômicos, culturais, sociais, políticos,
tecnológicos, emocionais e /ou psíquicos.

Enfim, a gama de fatores é extensa. Hoje as crianças


desde pequenas são mais questionadoras, antes
crianças não podiam questionar nada apenas
deveriam obedecer aos adultos. Desde as épocas
mais distantes a criança ocidental não era esse ser
social que conhecemos hoje. Não havia lugar para a
infância no mundo medieval. A imagem da infância
não fazia sentido para os adultos, provavelmente
por se tratar de um período de transição que
passava rápido e logo era esquecido.

Foi a partir do século XVII que se desenvolveu a


noção de infância como período de fragilidade,
debilidade e inocência, o que passou a ensejar
cuidados e preocupações preventivas. (Ariès, 1981)
Essa falta de importância gerava muitos danos
físicos e emocionais. No início do século XVII
crianças trabalhavam muitas horas nas fazendas,
com o surgimento das máquinas na Revolução
Industrial a mão de obra ficou menos pesada com o

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surgimento das máquinas e começou a exploração
infantil e a inserção da mulher no mercado de
trabalho. A socialização da criança era oferecida
com interesse meramente econômico e no Brasil o
cenário não era diferente. Esse cenário começa a
mudar entre o final do século XIX e inicio do século
XX, quando a criança passa a ser amparada e
valorizada como ser social. O movimento começou
na Europa e se expandiu pelo mundo ocidental.

2.3 NOVAS ESTRUTURAS FAMILIARES: CONCEITOS


E PRECONCEITOS

Devido ao resultado dos movimentos a favor da


criança, essa passa a frequentar a escola e
permanecer em seus lares. Assim, a família
desenvolve seu espaço de intimidade e identidade
própria, sem interferência direta da sociedade.
Segundo Áries (1981), "a família começou então a
se organizar em torno da criança e a lhe dar tal
importância, que a criança saiu de seu antigo
anonimato.”

Assim, a família se apropriou do processo de

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socialização das crianças. Nesse período surge a
chamada família moderna, onde o casal busca a
satisfação amorosa, sem a interferência dos pais em
suas escolhas, a autoridade paterna começa a
perder sua força, o pai deve aceitar a interferência
da esposa e ser mais amoroso e tolerante com os
filhos. Esse período se estendeu até meados do
século XX. Na sociedade brasileira ocorreram
significativas transformações. Sua modificação de
sociedade rural, para uma sociedade de bases
industriais com as suas implicações sociais,
geográficas e culturais acarretou transformações
igualmente marcantes na estrutura do modelo
tradicional de família.

Em todo o mundo o conceito de família nuclear e a


instituição casamento intensamente ligada à
família, passaram por modificações. A declaração
mais acentuada dessas transformações incidiu no
final da década de 60: aumentou o número de
separações e divórcios, a religião foi perdendo sua
força, pois casais não permaneciam com relações
insatisfatórias. A igualdade passou a ser uma
conjetura em muitos casamentos. Em inúmeras

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discussões teóricas e estudos em torno do tema,
demonstra a dificuldade em se determinar
exatamente o que é família, pois o conceito de
família vem sendo modificado ao longo do tempo.

Neste pressuposto pensamos logo em nosso grupo


familiar, comumente formado por pai, mãe e filhos,
todos morando na mesma casa. Mas nem sempre
foi assim. Mesmo hoje não seria prudente pensar
apenas nessa estrutura familiar, uma vez que
pesquisas mostram novos arranjos desse grupo
social que se convencionou chamar de família.
Dessa forma, o número de famílias compostas
apenas por mãe e filhos, ou pais e filhos, avós e
netos, ou mesmo pessoas vivendo sozinhas, podem
também ser vistas como uma família. A partir daí,
passam a existir inúmeras organizações familiares
alternativas: uniões sucessivas com parceiros
diferentes e filhos de outras uniões; casais com
filhos ou companheiro isolados ou mesmo cada um
vivendo com uma das famílias de origem; casais
homossexuais adotando filhos; legalmente as
chamadas "produções independentes" tornam-se
mais frequentes; e mais ultimamente, duplas de

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mães solteiras ou já separadas compartilham a
criação de seus filhos. Chegamos ao século XXI com
a família pós-moderna ou pluralista, como tem sido
apontada, devido aos tipos alternativos de
convivência que ela apresenta. A sociedade pós-
moderna diminuiu as tradições familiares. Até
mesmo gestos menores como a refeição em família
ou almoço de domingo, o aumento da
individualidade dos componentes da família,
dificuldade na definição dos papeis familiares. A
educação dos filhos assume um caráter de maior
permissividade junto aos pais, com as mudanças
ocorridas na estrutura familiar, permitindo maior
liberdade aos filhos, esquecendo que eles
necessitam de apoio e educação. Nesta dinâmica
familiar, temos visto a crescente "crise de
gerações", a dificuldade no relacionamento
pais/filhos, no estabelecimento de laços familiares.
(PRESTES, 2005. p.35). A mulher no mercado de
trabalho, por razões econômicas e culturais,
proporciona menos importância aos trabalhos do
lar, e muitas vezes a criação dos filhos também é
afetada e refletida na sociedade em geral. Contudo
o que deve sempre existir dentro de uma família,

52
independente de sua estrutura é o amor o
companheirismo entre seus pares, os valores
deverão sempre existir, porém o que se vê na
sociedade são famílias desestruturadas de valores,
e isso reflete diretamente na escola e
consequentemente na aprendizagem dos alunos.

E voltando à pauta principal desse artigo. Como


podemos incluir uma atividade tão importante e tão
desvalorizada como o Brincar nas relações dessa
família contemporânea? Nesse contexto é
necessário demonstrar que esse simples ato de
brincar em família estreita as relações, melhora a
atividade cognitiva da criança, facilitando a
aprendizagem, e por fim preparando-as para a vida
adulta. É preciso que se entenda a influência do ato
de brincar no desenvolvimento infantil para
posteriormente incluí-lo de forma natural na rotina
familiar.

3 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA: TEORIA E


PRÁTICA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

É muito fácil confundir a definição dos termos:

53
jogos, brinquedo e brincadeira, principalmente, pois
sua utilização pode variar dependendo do idioma,
para melhor compreensão, serão discutidos aqui
conceitos relacionados à língua portuguesa. A
brincadeira é caracterizada por uma ação natural
sem regras, enquanto o jogo é passível de regras, o
brinquedo é o objeto concreto, seria como um
suporte do jogo ou brincadeira. Através do
brinquedo a criança constrói suas semelhanças com
o objeto, relações que estabelecem esquemas que
ela reportará com outros objetos na sua vida futura.
Toda relação com o brinquedo implica uma relação
com ele e com as figuras incluídas na ação. "É no
brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa,
dependendo das motivações e tendências internas,
e não dos incentivos fornecidos pelos objetos."
(VYGOTSKY, 1991, p. 109-110)

Para Vygotsky (1991): O brinquedo desempenha


várias funções no desenvolvimento, como:
preencher as diversas necessidades da criança,
permitir o envolvimento da criança num mundo
ilusório, favorecer a ação na esfera cognitiva,

54
fornecer um estágio de transição entre pensamento
e objeto real, possibilitar maior autocontrole da
criança, uma vez que lida com conflitos
relacionados às regras sociais e aos seus próprios
impulsos. Nos relatos sobre a brincadeira infantil
Vygotsky (1991) afirma que esta é "uma situação
fantasiosa criada pela criança e onde ela pode, no
mundo imaginário, satisfazer desejos até então
impossíveis para a sua realidade". Portanto, brincar
é concretizar a imaginação, adquirir experiências
que não podem ser vivenciadas fora do ato de
brincar. Como 'Prazer funcional', o brinquedo faz do
ato de brincar um ensejo de enriquecimento e
propriedade, que o homem vai necessitar quando
adulto. No ponto de vista cognitivo, o brinquedo e o
ato de brincar, constituem-se conexões importantes
na edificação do conhecimento, pois a criança
internaliza sua realidade através da simbolização.

A brincadeira é a atividade fundamental da infância.


Não exclusivamente pela constância do uso que as
crianças fazem do brincar, mas, sobretudo pela
influência que esta exerce no desenvolvimento
infantil. Vygotsky (1991) ressalta que "a brincadeira

55
cria as zonas de desenvolvimento proximal e que
estas proporcionam saltos qualitativos no
desenvolvimento e na aprendizagem infantil." A
característica social, de acordo com a perspectiva
sociocultural, é vista como a mola propulsora para o
desenvolvimento infantil. As crianças também
conseguem, através da brincadeira, avaliar suas
habilidades e compará-las com as das outras
crianças. A brincadeira também permite à criança a
se apropriar de códigos culturais e de papéis sociais.

Considerando essa linha de raciocínio podemos


afirmar que tanto o jogo quanto a brincadeira como
o brinquedo podem ser englobados em um âmbito
maior, chamado de ato de brincar. Não é necessária
a rigidez nos termos e sim a excelência da utilização
na prática pedagógica. Segundo Vygotsky (1991, p.
144), "as maiores aquisições de uma criança são
conseguidas no brinquedo, aquisições que no
futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e
moralidade". A ludicidade, tão extraordinária para a
saúde mental do ser humano é um ato que faz jus a
atenção dos pais e educadores, pois é através do
lúdico que a criança expressa o seu "eu", é um

56
direito que a criança tem para se relacionar com o
mundo. A criança experimenta em suas brincadeiras
condutas e circunstâncias reais e imaginárias ao
brincar, e isto faz com que ela possa se preparar, no
futuro, ao assumir os papéis e valores sociais que
serão indispensáveis à sua vida e também adquirir a
motivação, atitudes e capacidades sociais.
4 O BRINCAR EM FAMÍLIA COMO PRÁTICA
PEDAGÓGICA

Como vimos anteriormente, nas últimas décadas,


nossa sociedade passou por mudanças
socioeconômicas e também culturais que se
refletiram diretamente nas relações familiares. Os
pais de hoje trabalham mais e ficam menos com os
filhos. Inclusive a mãe, que antes cuidava das
crianças transmitindo valores, hoje sai para
trabalhar. A família é o primeiro meio social da
criança, em que ela receberá o alicerce inicial para a
vida em sociedade, independente do tipo de
organização familiar que essa criança possua.
Inegavelmente, o lúdico é uma ferramenta que
permite a inclusão da criança na cultura e relacionar
vivências internas e externas. É um facilitador para

57
a interação com o meio, apesar de pouco utilizado
devido à rotina atribulada da família
contemporânea, o brincar estreita as ligações, como
já mencionado. A falta de uma estrutura familiar
ocasiona carência ou ausência definitiva das
funções e papéis dos indivíduos na sociedade. É
importante não confundir estrutura com formação
familiar, a estrutura aqui citada está relacionada
com a qualidade da interação e preocupação entre
seus membros. "É a brincadeira que é universal e
que é própria da saúde: o brincar facilita o
crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz
aos relacionamentos grupais." (WINNICOTT, 1975,
p.63)

Enfim, os pais trabalham excessivamente, então,


sobra pouco tempo para brincar com a criança. Para
minimizar o sentimento de culpa, os pais acreditam
na recompensa material: dar um brinquedo,
comprar um novo DVD, colocar o videogame no
computador, enfim, oferecer brinquedos para que a
criança possa se ocupar. Os pais apenas estão
suprindo sua falta com objetos. As crianças podem
até adquirir alguma aprendizagem, mas iriam

58
aprender bem mais se os pais estivessem
interagindo com eles. Se der um brinquedo, brinque
com ele, comprou um jogo novo para o videogame,
então jogue um pouco. Esse pouco tempo para a
criança já uma grande conquista, e para os pais
também, pois é através dessa interação que ele
conhecerá melhor seu filho.

Todavia, esta situação de falta de tempo nunca


deveria interferir na prática participativa dos pais
no processo da formação dos filhos, bem como em
todas as atividades escolares, já que do seio da
própria sociedade que saem as motivações
necessárias para o trabalho educativo, e é dela que
vem a clientela escolar. Entende-se, portanto que
problemas que hoje encontramos dentro da escola
poderiam ser tratados no ambiente familiar. Para
Szymanski (1998): As práticas educativas ocorrem
de maneira informal ou mesmo sem um
planejamento explícito, porém, vinculadas a uma
imensa gama de situações de vida. É num montante
de atividades estimuladoras fornecidas pela família,
que se dá o fenômeno da brincadeira, dos jogos e
dos muitos brinquedos que podem auxiliar os pais

59
na educação da criança.

É importante destacar algumas modificações que


tem ocorrido nas relações sociais das famílias, como
menor tempo de contato entre pais e filhos, maior
exposição das crianças à TV e a outros grupos que
orientam tarefas e lazer, principalmente a escola.
Dessa forma, é necessário avaliar o intercâmbio
direto dos pais com seus filhos, hoje restrito a
períodos de tempo resumido, com interações
familiares que podem ser caracterizadas como de
baixos níveis de interação face a face em atividades
compartilhadas.

A ciência está cada vez mais explorando a arte de


brincar que algo tão predominante na infância, com
o intuito de caracterizar as suas peculiaridades,
identificar as suas relações com o desenvolvimento
e com a saúde e, entre outros objetivos, intervir nos
processos de educação e de aprendizagem das
crianças. No Brasil, existem poucas pesquisas
referentes a brincadeiras no contexto familiar.
Embora, na atualidade, a pesquisa sobre jogos e
brincadeiras esteja em plena ascensão, grande

60
parte dos estudos coloca a família em segundo
plano, ou considera-se pouco o contexto e as
relações familiares com o lúdico.

O ato de brincar é uma dessas atividades pouco ou


nunca utilizadas pelas famílias. A participação da
família é fundamental no processo educativo da
criança, quando há satisfação das necessidades
emocionais e sociais dos filhos. O processo de
socialização dos filhos ocorre no contexto familiar,
que é caracterizado por uma série de dificuldades
vividas pelas duas famílias e que vão, desde
dificuldades financeiras, até dificuldades na forma
das mães lidarem com suas crianças na solução de
alguns problemas. A família constitui uma das
fontes mais abastadas para se distinguir a influência
da ligação de duas, três ou mais pessoas no
desenvolvimento humano. A grande maioria dos
estudos citados é realizada em laboratórios e não
apontam para o contexto onde famílias e crianças
interagem no seu cotidiano e as implicações e
influências que esses ambientes podem produzir na
interação dessas pessoas em momentos como os de
jogos. De acordo com Winnicott (1982): As crianças

61
têm prazer em todas as experiências de
brincadeiras físicas e emocionais. Além disso,
brincam também para dominar angústias e
controlar ideias ou impulsos que conduzem à
angústia. No espaço do brincar a criança comunica
sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o
real e o imaginário.
4.1 COMO BRINCAR COM OS FILHOS E
DESENVOLVER A APRENDIZAGEM

Como já vimos anteriormente os pais podem


intervir na educação do filho através da brincadeira.
O simples ato de brincar já provoca mudanças no
comportamento da criança, e se os pais quiserem
algo mais específico também podem usar o recurso
lúdico para conseguir. Para Szymanski (2001, p.48)
"Tudo o que ocorre numa família tem um
significado. Nossas ações refletem nossos modos de
pensar nossos sentimentos, nossas ambiguidades,
nossas possibilidades no momento nossas
limitações.”

Para haver uma especificidade no ato de brincar


basta estar trabalhando um jogo com objetivo, que

62
pode ser para desenvolver a imaginação, memória,
obediência. Além desses benefícios a família
passará por momentos de diversão:

- Para trabalhar a organização: Invente um jogo


para estimulá-lo a arrumar seus brinquedos, sua
cama, entre outras atividades. Por exemplo: quem
arrumar primeiro, ganha um prêmio. Esse prêmio
não precisa ser algo material, depende da
criatividade de cada família. Essa atividade irá
intervir em sua organização também quando estiver
no ambiente escolar, cuidando melhor dos seus
materiais escolares;

- Para desenvolver a imaginação: Brinque de fazer


máscaras, brinque com massa de modelar. Isso
influirá principalmente na aprendizagem na sala de
aula;

- Para trabalhar a preocupação com os outros:


Ensina-os a cuidar de bonecos, estimule para que
lhes dê banho, comida, vestir roupinhas.
Independente de ser menino ou menina, em longo
prazo quando forem pais, serão mais preocupados

63
com o cuidar dos filhos, e na escola tratará melhor
o coleguinha ou a professora;

- Para estimular a cooperação: Sempre que estiver


fazendo algum serviço doméstico, procure incluir
seus filhos, ajudando a fazer um biscoito, tirando pó
dos móveis, lavando uma louça, mesmo que sejam
as de brinquedo. As crianças adoram participar. E
na escola também será mais participativa nas
atividades; Tenha o hábito de contar histórias,
principalmente os contos que desenvolvem a
imaginação e também ficam mais atentas. Esse tipo
de atividade ajudará nos estudos, na interpretação,
na memória, na atenção aos detalhes de um texto,
entre outros benefícios;

- Cantar uma cantiga, escutar uma música, assistir


um DVD: Além da interação, você estará
estimulando musicalmente seu filho, a música
possibilita uma diversidade de aprendizagem.
Brincar com música é muito divertido para a família.
Na escola a criança que já chega com todos esses
estímulos irá interagir muito melhor nas diversas
atividades propostas pelo professor;

64
- Brincar com jogos educativos: Principalmente
quebra-cabeças, jogo da memória. Você estará
estimulando o raciocínio do seu filho, para a escola
e para a vida, estimulando o pensar nas ações e
relacioná-la aos resultados;

- Estimular as brincadeiras com outras crianças: É na


escola que a maioria das crianças inicia seu contato
social com outras crianças. Muitas vezes devido à
nova formação familiar, há um número reduzido de
filhos e falta de tempo para interagir com vizinhos e
parentes. Mas se a família se esforça para conseguir
estimular a socialização da criança antes mesmo da
inserção na escola, essa criança terá mais facilidade
para socializar, dividindo brinquedo, respeitando o
espaço e a diferença do outro. Esse ambiente de
aprendizagem dentro de casa facilitará o processo
de aquisição da aprendizagem escolar. A família é o
primeiro ambiente estimulador da criança e os pais
devem perceber essa importância no
desenvolvimento de seu filho.

65
5 FAMÍLIA E ESCOLA: ALICERCE NA FORMAÇÃO DA
CRIANÇA

O papel da família na educação dos filhos acaba


baseado em modelos passados por gerações
anteriores. Percebem como sua primeira função
oferecer cuidado e proteção às suas crianças, ou
seja, dar alimentação, cuidar para que estejam
limpas e agasalhadas, preservando sua integridade
física. Ensinar e corrigir os filhos também são
funções da família. Para isso, é comum nas práticas
educativas das famílias o uso da punição,
representada comumente por castigos e agressões
físicas.

Hoje a função da família está diferente, e cada vez


mais os pais estão delegando a função de correção
e educação social à escola. Crianças chegam, na
maioria das vezes sem noção de limites próprios e
dos outros, praticamente sem valores sociais,
devido à falta de interação com pais ou cuidadores.
Os dois principais ambientes de desenvolvimento
humano são a família e a escola. Dessa forma, é

66
imprescindível que a aproximação dessas duas
instituições possibilite uma gama de possibilidades
de desenvolvimento da criança, e um crescente
avanço social. É importante que cada setor conheça
a sua função, para não haver uma inversão de
valores. Para Zamberlan e Biasoli-Alves (1997): O
papel dos pais, além de ser o de prover bens,
sustento dos filhos, Educação informal e preparo à
educação formal, consiste em transmitir valores
culturais de diversas naturezas (religiosos, morais,
tradicionais, acadêmicos). Os pais têm a missão de
dividir afazeres e controlar rotinas, as quais são
assimiladas pela prole no desenvolvimento de sua
personalidade. Outra importante ação que faz parte
do papel da família é o de inserir seus filhos no
mundo social. As crianças desde cedo são
encaminhadas às creches e escolas para que as
mães possam ir para o trabalho e isso acaba por
tirar da família o seu papel socializador. Há, na
realidade, uma rede de apoio às famílias na tarefa
de educar e socializar os filhos, como a igreja de
que fazem parte, o sistema educativo formal e a
vizinhança.

67
A escola é na maioria das vezes responsável pela
formação integral da criança, algo errôneo que
muitas famílias cometem. A escola tem que ter o
papel de oferecer uma educação escolar de
qualidade, mas a criança ainda necessita da atenção
e afeto que vem da família para ter um bom
desempenho. A escola não substitui a família,
mesmo que muitos educadores ainda tentem dar
uma atenção especial para alunos com problemas
familiares, a demanda é muito grande e as
dificuldades são vigentes. A utilização do lúdico
dentro da escola é uma ótima ferramenta,
principalmente quando crianças não trazem da
família essa bagagem cognitiva e tem certas
dificuldades de aprendizagem. O professor irá notar
essas dificuldades quando perceber um déficit ao
comparar o rendimento escolar com sua idade
cronológica. Esse é o papel da escola: intervir
positivamente, e resolver questões que poderiam
não existir se a família soubesse um pouco mais
sobre a importância, principalmente da brincadeira
e oferecesse aos filhos um ambiente estimulador e
interativo desde o nascimento.

68
De acordo com Prestes (2005, p.37): A família e a
escola, por serem as primeiras unidades de contato
contínuo, são também os primeiros contextos nos
quais se desenvolvem padrões de socialização e
problemas sociais. É fácil perceber que o cabo entre
estes dois alicerces interfere diretamente na
estrutura pessoal de um individuo, principalmente
quando esse está formação. Mesmo que a escola
seja um importante instrumento na formação
infantil, a família ainda é inegavelmente o melhor
lugar para desenvolvimento de um indivíduo.
Porém algo de maior valor, muitas vezes ainda não
está inserida no meio familiar, que é o "ato de
brincar". Muitas vezes por falta de tempo, por falta
de paciência ou até mesmo por desconhecer os
benefícios que uma simples brincadeira exerce no
desenvolvimento amplo da criança. Se o lúdico não
está presente dentro do ambiente familiar às outras
relações sofrerão alguma interferência certamente,
problemas na escola, na vizinhança, na comunidade
religiosa, mais tarde no trabalho, nas relações
amorosas, e tudo isso, pois o ato de brincar não foi
levado a sério.

69
Demagogia ou não muitos teóricos relacionam essa
falha na infância como percussores de diversos
problemas na vida adulta. Não podemos descartar a
importância desses estudos para o
desenvolvimento desta área de interesse científico.
Contudo verifica-se a necessidade de uma
visualização e exploração maior nos contextos onde
se desenrolam as relações humanas, quer na
família, na escola ou em outros ambientes, para
que se compreenda melhor a complexa dinâmica de
se educar crianças. A inclusão da criança na
sociedade acontece por meio de trocas
intersubjetivas, e o modo de ensinar a criança a
existir como um ser social pode ser considerado
como práticas educativas.

O diagnóstico do ambiente da criança em relação


ao seu desenvolvimento tem levado a correlacionar
o aumento de habilidades e competências com os
estímulos ambientais, inclusive na valorização da
afetividade familiar. Crianças que crescem num
ambiente familiar negligente apresentam na sua
maioria dificuldades de aprendizado, dificuldades
para compreender o que é oferecido na sala de

70
aula. Como afirma Szymanski (2001): As crianças
que não dispõem desse atendimento em casa
ficam, porém, prejudicadas. Isso significa que elas
chegam a casa sem o processo de aprendizagem
completo, mas, nem a escola nem a família,
assumem isso e, na avaliação final, é julgada por
incompetência, primeiramente, a criança e, depois,
a família- que, no caso, assume a culpa, já que tem
responsabilidade pela criança. A família pode e
deve contribuir para a mudança deste quadro, pois,
a brincadeira não é intrínseca nas crianças, ou seja,
elas não nascem sabendo brincar. O papel da
família é essencial na construção desse hábito tão
saudável e cada vez menos frequente na infância.
"Aspectos da dinâmica familiar podem ser muito
poderosos na vida da criança, visto ser no lar que,
em geral, ela desenvolve quase todos os repertórios
básicos de seu comportamento, bem como já os
tem como funcionais na ocasião em que tem acesso
à escola." (ZAMBERLAN & BIASOLI-ALVES, 1997, p.
41)

É correto compreender que o processo para atingir


o compromisso de desenvolvimento dos filhos

71
requer compreensão e flexibilidade do adulto, e
respeito à individualidade da criança. Através do
brincar o adulto percebe algumas características da
personalidade da criança, desenvolve a afetividade.
Consequentemente, a criança aprende a confiar em
seus sentimentos, regular as próprias emoções e
resolver problemas; apresenta autoestima elevada,
facilidade de aprender e de se relacionar com as
pessoas. Independente da classe social ou formação
da família, o brincar pode ser realizada de diversas
formas, com diversificados recursos, o que
salientamos aqui foi à importância dessa relação
íntima com a criança, desenvolvendo o afeto e
consequentemente as relações sociais e a
aprendizagem na escola.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegando ao término desse artigo, vale lembrar


que há muito mais a ser discutido sobre essa
questão da família com o lúdico no
desenvolvimento do ensino e aprendizagem nas
crianças, pois há uma infinidade de possibilidades
que ainda poderão vir a serem projetos de estudos.

72
O lúdico como forma de estimular o saber nos
pequenos, vem sendo estudados já há muitos anos,
e seus benefícios são confirmados na rotina da
escola. Nesse pressuposto muitas instituições de
ensino estão utilizando os mais diversos tipos de
brincadeiras com o intuito de aprendizagem dos
alunos. E se o lúdico é usado na escola e se está
funcionando, poderemos também utilizá-lo dentro
de nossa família e antecipar esses estímulos na vida
dos pequenos. A família pode incluir essas
atividades naturalmente no cotidiano, e a falta de
tempo nunca deve ser desculpa.

Desenvolver essa noção da importância do brincar


em família levará aos pais pensar em disponibilizar
um "tempo de qualidade" com seus filhos, pois
estarão também pensando no futuro deles, um
investimento que não tem preço. Os pais poderão
disponibilizar momentos com atividades
diversificadas, e todas elas terão objetivos
específicos, mesmo que os adultos não percebam,
estão trabalhando práticas pedagógicas com seus
filhos e estarão influenciando na aprendizagem
escolar. Porém é importante conhecer todos os

73
benefícios de uma brincadeira, para saber os
aspectos de seu filho que poderão ser trabalhados.
Através do ato de brincar os pais conhecerão
melhor os seus filhos, suas dificuldades, seus
medos, seus desejos, os pontos fortes de sua
personalidade.

Enfim, demagogia ou não: brincar é coisa séria.


Mas, independente do conhecimento pedagógico
dos pais, o importante é estreitar as relações
familiares tão conturbadas na atualidade. Rever
valores esquecidos, trabalhar a afetividade, as
tradições. Não deixar para a escola papéis que
devem ser realizados dentro de casa. É importante
que a criança tenha uma base familiar estruturada,
independente da formação familiar que ela tenha,
pois o importante é o amor, a atenção que a família
oferece a esse ser em formação que será o futuro
da sociedade. Família que brinca gera sociedade
feliz!

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Bibliografia

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