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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZO(A) DO TRABALHO

DA 200°VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO PAULO /SP

(ESPAÇO DE 10 LINHAS PARA ASSINATURA)

Processo nº 0101010-50.2020.5.02.0200

AUDITORIA PENTE FINO S.A, sociedade empresária já qualificada nos autos


do processo em epígrafe, vem perante este Juízo, por seu representante
constituído (procuração em anexo), com fundamento no art. 847 da CLT,
apresentar

CONTESTAÇÃO

Em face de Reclamação Trabalhista ajuizada por ÉRICA GRAMA VERDE,


também já qualificada nos autos, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor:

I – DA SÍNTESE DOS FATOS


A Reclamante pediu demissão em 07/01/2020, e ajuizou reclamação trabalhista
em 30/01/2020, postulando o pagamento de horas extras, alegando que
trabalhava de segunda-feira a sábado, das 8h às 20h, requereu o pagamento da
indenização de 40% sobre o FGTS, requereu a regularização do recolhimento
do INSS dos anos de 2018 e 2019. Ainda, solicitou a integração do valor dos
prêmios recebidos, em pecúnia, à sua remuneração, com reflexos nas demais
verbas salariais e rescisórias, o pagamento de adicional de periculosidade, a
equiparação salarial à de sua colega de trabalho que exercia as mesmas funções
que ela, e por fim, requereu o pagamento de honorários advocatícios de 20%
sobre o valor da condenação.

II – DA PRELIMINAR DE DEFESA
a) DO RECOLHIMENTO DO INSS
A Reclamante alegou na sua inicial que a empresa não efetuou o
reconhecimento do INSS nos anos de 2018 e 2019, fazendo comprovação disso
por meio do seu Cadastro Nacional de Informações Sociais. Em razão disso,
requereu que a Reclamada fosse condenada a regularizar a situação.
Porém, a Justiça do Trabalho não tem competência material pra conhecer tal
pedido, visto que, sua competência limita-se quanto à execução das
contribuições previdenciárias no tocante às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem
o salário de contribuição, nos termos da Súmula 368, inciso I, do TST, Súmula
Vinculante 53, do STF,
Diante do exposto requer que seja acolhida a preliminar pra reconhecer a
incompetência absoluta da justiça do trabalho para apreciar a matéria, com a
extinção sem resolução do mérito do pedido. Conforme artigo 485, IV, do CPC.
b) DA INÉPCIA DA INICIAL
O Reclamante faz pedido de equiparação salarial, mas não indica o paradigma,
ou seja, não há causa de pedir completa quanto ao tema.
Assim, verifica-se a inépcia da petição inicial, nos termos do Art. 330, §1º, inciso
I, do CPC, pois encontra-se ausente a causa de pedir, requerendo assim, a
extinção do pedido sem resolução do mérito, nos termos do Art. 485, IV, do CPC.

III – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL


Conforme exposto na Inicial, a Reclamante reivindica as verbas que julga
devidas, datadas desde o momento da sua contratação, no dia 29/09/2011, ou
seja, com prazo prescricional superior ao limite prescricional.
No entanto, o Art. 7, XXIX, da CF/88 previu expressamente o prazo prescricional
de 5 anos às Ações Trabalhistas, não havendo viabilidade de análise de verbas
trabalhistas anterior ao dia 30/01/2015, requerendo assim, a extinção do
processo com resolução de mérito dos pedidos, conforme art. 487, II do CPC.

III – DO MÉRITO
a) DAS HORAS EXTRAS
A Reclamante postulou o pagamento de horas extras, alegando que trabalhava
de segunda-feira a sábado, das 8h às 20h, com intervalo de 1h para refeição,
sendo que não marcava folha de ponto. Ocorre que, é sabido que a autora
exercia cargo de gestão, com salário diferenciado, recebendo gratificação de
função superior a 40%, não se enquadrando no termos do Art. 62, II e parágrafo
único, da CLT, por exercer cargo de confiança, sendo assim, improcedente o
pedido de horas extras.

b) DA INDENIZAÇÃO DE 40% DO FGTS


O reclamante requereu o pagamento de indenização de 40% sobre FGTS, que
não foi depositado na sua conta vinculada, conforme extrato analítico do FGTS,
que juntou com a inicial. Porém, não há direito a tal indenização, pois a autora
pediu demissão, o que impede a pretensão, porque essa hipótese não este em
conformidade com a regra vigente, conforme visto no Art. 18, §1°, da Lei n°
8.036/90, resta assim, improcedente o pedido da reclamante.
c) DA INTEGRAÇÃO DOS PRÊMIOS
O reclamante explicou e comprovou com contracheques que, a partir de 2018,
passou a receber prêmios em pecúnia, em valores variados, pelo que requereu
a integração do valor desses prêmios à sua remuneração, com reflexo nas
demais verbas salariais e rescisórias. Porém, os prêmios não integram a
remuneração do empregador e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista, conforme previsão legal expressa no Art. 457, § 2°, da CLT.
Resta improcedente o pedido do reclamante.

d) DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A Reclamante alegou, que desde o início do seu contrato realizava as mesma


atividades que Silvana céu azul, outra gerente do setor de Auditoria de médias
empresas, admitida na reclamada em 15/01/2009, já na função de gerente, mas
que ganhava salário 10% superior ao do reclamante, conforme contracheques
que foram juntados com a petição inicial.
Porém, a Reclamante não possui direitos quanto à esse pedido, visto que há a
diferença superior de 2 anos de trabalho na mesma função por parte da Modelo,
não implementando uma das condições legais, na forma do art. 461, §1°, da
CLT. Portanto, resta improcedente o pedido da reclamante.

e) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Ainda, a reclamante alega que suas atividades eram desenvolvidas em prédio
da sociedade empresarial localizado ao lado de uma comunidade violenta, tendo
a empregada ouvido diversas vezes disparo de arma de fogo e assistido a várias
operações policiais de combate ao tráfico de drogas do local, razão pela qual
requereu o pagamento da adicional de periculosidade. Porém, a situação
retratada na petição inicial não se enquadra nos termos descritos no Art. 193 da
CLT, onde expõe as funções exercidas cabíveis de adicional de periculosidade.
Requer assim que seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

f) DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA


Ao final, pediu o pagamento de honorários advocatícios de 20% sobre o valor da
condenação, conforme art. 85, § 2°, do CPC. No entanto, a CLT tem um limite
de 15% sobre os honorários advocatícios, expressamente previsto no seu Art.
791-A. Não se aplicando o regramento do CPC devido a existência de norma
própria.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer;
a) Sejam acolhidas as preliminares de incompetência e de Inépcia da Inicial,
com a extinção do processo sem resolução de mérito quanto aos pedidos
de reconhecimento do INSS e equiparação salarial, nos termos do Art.
485, inciso IV, do CPC;

b) Seja acolhida a prejudicial de prescrição quinquenal, extinguindo-se o


feito, com relação ao pedidos anteriores 30/01/2015, com resolução de
mérito

c) Seja, no mérito, julgada a total improcedência dos pedidos, pelas razões


de direito acima apresentadas;

d) Protesta pela produção de provas em direito admitidas, em especial, o


depoimento pessoal da Reclamante, sob pena de confissão, nos termos
da Sumula 74 do TST;

e) A condenação da reclamante ao pagamento das custas processuais e


honorários de sucumbência, nos termos da Lei.

Nestes termos, pede deferimento.

(Local..., Data...)

Advogado(a) OAB/UF
nº...

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