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O tema norteia no pensamento político de charles de Montesquieu, na sua obra trata da questão
do fiuncionamento dos regimes políticos, questão que ele encara dentro da ótica liberal.
Montesquieu é um membro da nobreza, não tem como objecto da reflexão a política a
restauração do poder de sua classe, mas sim como tirar partido de características do poder nos
regimes monárquicos para dotar de maior estabilidade os regimes que viriam a resultar das
revoluções demócraticas. A concepção da história concebe como natural a sua função na
organização da sociedade e o seu papel na estrutura do poder. Sua preocupação central foi
compreender em primeiro lugar as razões da decadência das monarquicas, os conflitos intensos
que minaram sua estabilidade, mas também os mecanismos que garantiram por tantos séculos,
sua estabilidade, e que Ele identifica na noção de moderação. A moderação é a pedra de toque
do funcionamento estável dos governos, para tal é preciso encontrar os mecanismos que a
produziram nos regimes do passado e do presente para propor um regime ideal para o futuro. Na
sua obra Montesquieu a busca das condições de possibilidade de um regime estável aponta para
os mecanismos de moderação em dois aspectos: a tipologia dos governos, ou teoria dos
princípios e da natureza dos regimes; e a teoria dos três poderes, ou a teoria da separação dos
poderes. Nesse âmbito vamos examinar cada uma dessas contribuições, apresentando primeiro a
concepção da lei em Montesquieu.
O pensamento politico de Montesquieu
Vida e Obras
O Conceito de lei
Louis Althusser sublinhou com muita pertinência a contribuição de Montesquieu para a adoção
do conceito de lei científica nas ciências humanas. Até Montesquieu, a noção de lei compreendia
três dimensões essencialmente ligadas à ideia de lei de Deus. As leis exprimiam uma certa
ordem natural-resultante da vontade de Deus. Exprimiam também um dever-ser – na medida em
que a ordem das coisas estava direcionada para uma finalidade divina. Por fim as leis tinhamuma
conotação de expressão da autoridade. As leis eram simultaneamente legítimas (porque
expressão da autoridade), imutáveis (porque dentro da ordem das coisas) e ideiais (porque
visavam uma finalidade perfeita).Montesquieu introduz o conceito de lei no inicio da sua obra
fundamental, O espírito das leis, para escapar a uma discussão viciada que, dentro da tradição
jurídica sua contemporânea, ficaria limitada a discutir as instituições e as leis quanto à
legitimidade de sua origem, sua adequabilidade à ordem natural, e a perfeição de seus fins. Uma
discussão fadada a confudir, nas leis, concepções de natureza política, moral e religiosa.
Definido lei como ``relações necessárias que derivam da natureza das coisas´´, Montesquieu
estabelece uma ponte com as ciências empíricas, e particularmente com a física newtoniana, que
ele parafraseia. Com isso ele rompe com a tradicional submissão da política à teologia. Com o
conceito lei, Montequieu traz a politica para fora do campo da teologia e da crônica, e a insere
num campo propriamente teórico. Estabelece uma regra de imanência que incorpora a teoria
política ao campo das ciências: as instituições políticas, são regidas por leis que derivam das
relações políticas. As leis que regem as instituições políticas, para Montesquieu, são relações
entre as diversas classes em que se divide a população, as formas de organização económica, as
formas de distribuição do poder. O objecto de Montesquieu não são as leis que regem as relações
entre os homens em geral, mas as leis positivas, isto é, as leis e instituições criadas pelos homens
para reger as relações entre os homens. Ele observa que ao contrário dos outros seres, os homens
têm a capacidade de se furtar às leis da razão e além disso adotam leis escritas e costumes
destinados a reger os comportamentos humanos. Têm ainda, capacidade de furtar-se igualmente
às leis e instituições.
O objecto de Montesquieu é o espírito das leis, isto é, as relações entre as leis (positivas) e
´´diversas coisas``, tais como o clima, as dimensões do Estado, a organização do comércio, as
relações entre classes etc. Ele tenta explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e
modificações, a partir de leis da ciência política.
Na república, quando o povo todo detém o poder soberano, isso é uma democracia. Quando o
poder soberano está nas mãos de uma parte do povo, isto se chama aristocracia. O povo, na
democracia, é sob certos aspectos, o monarca; sob ooutros, é o súdito. É monarca pelo meio de
seus sufrágios que constituem suas vontades. O sufrágio pelo sorteio é da democracia; o sufrágio
pela escolha é da natureza da aristocracia. Lei fundamental da democracia é também que
somente o povo faça as leis.
2.3. Capítulo ΙΙΙ – Das Leis Relativas à Natureza da Aristocracia
Na aristocracia, o poder soberano está nas mãos de um certo número de pessoas, são as
que fazem as leis e que as fazem executar; o resto do povo está em face destas pessoas
como os súditos estão em face do monarca em uma monarquia. O sufrágio não é pelo
sorteio. A melhor aristocracia é aquela onde a parte do povo que não tem nenhuma parte
no poder é tão pequena e tão pobre que a parte dominante não tem nenhum interesse em
oprimi-la.
No despótico o único homem que exerce faça-o igualmente exercer por um só homem. U
homem, a quem os cinco sentidos dizem sem cessar que ele étudo e que os outros, nada é
naturalmente preguiçoso, ignorante e voluptuoso. A instituição de um vizir é, nesse
Estado uma lei fundamental.
10. Livro décimo primeiro – A liberdade Política – Sua relação com a força defensiva do
Estado
No livro décimo primeiro o autor retrata a liberdade política, onde para cada ser humano pode
ser entendida de diversos modos, mas geralmente o próprio homem acha que sua liberdade se
resume a tudo que ele queira fazer, porém Montesquieu esclarece que a liberdade se trata de tudo
que uma pessoa pode fazer no limite das leis, ou seja, poderá sim gozar de sua liberdade, no
entanto dentro do campo que a lei permite.
Em um Estado há três espécies de poderes, sendo estes: o Legislativo, na qual o Magistrado é
encarregado de fazer as leis, corrigi-las ou ainda revogá-las; o Executivo das coisas que
dependem do Direito das gentes, no qual estabelece a segurança, previne invasões, semeia a paz
ou a guerra; e o Executivo das que dependem do Direito Civil, cujo julga os crimes.
O poder Judiciário deverá ser formado por pessoas tiradas do povo e estes não atuarão mais do
que o necessário e em diferentes épocas do ano, por assim dizer, pode afirmar que o povo é o
juiz e dele há de vir a vontade do próprio povo. O réu poderá optar pela escolhas de seus juízes,
ou ainda recusar alguns deles, para que não corra o risco de cair em mãos dispostas a violentá-lo.
Caso o poder executivo dota-se de poder para prender alguém, poderia ele abusar de sua posição
política. No poder legislativo, o autor o divide em Câmara alta e Câmara baixa. Na câmara baixa
é o povo através de seus representantes que exerce o poder. Cada cidadão conhece sua cidade, e
sabe quais são suas necessidades, então nada melhor que através de uma coletividade, seja
decidido quem deverá representar os cidadãos em busca de suas vontades. Ao eleito caberá o
dever de representar o povo diante da cada assunto a ser questionado, terá uma instrução geral na
qual caberá a ele a discussão e execução da vontade do povo. A Câmara alta é formada de
pessoas de valor elevado, seja pelo nascimento, pela riqueza ou por sua honras. Não caberia a
elas estarem junto ao povo, já que seus ideais são diferentes, estes, os nobres teriam o poder de
frear as iniciativas do povo, e o povo teria o mesmo poder de frear as iniciativas dos nobres.
Cada qual tem suas assembléias que tratam de interesses comuns a suas vontades. Por fim o
poder Executivo deve estar nas mãos de um só, visto que suas ações devem ser instantâneas.
Há três exceções em que o poder Legislativo adentra à esfera judiciária, e esta sua intervenção é
de interesse do próprio acusado:
a) quando é julgado um nobre, pois este estaria em perigo ao ser julgado pelo povo, que em sua
maior parte é de classe inferior, sendo que quando um destes é julgado, são seu pares que o
julgam, diferentemente do nobre, que seus pares não advém da esfera judiciária e sim do corpo
legislativo, então nada mais coerente, de que o próprio legislativo julgá-lo;
b) poderá também o corpo legislativo em casos que a lei se apresente rigorosa demais, intervir
para moderá-la;
c) caso algum cidadão viole os direitos do povo, e os magistrados não possa o não queira puni-
los, caberá ao corpo legislativo em suas duas partes, sendo a popular e a do os nobres a acusá- lo.
CONCLUSÃO
Para Montesquieu, liberdade é direito de fazer o que as leis permitem e não fazer o que as leis
não permitem, caso contrário o cidadão não é livre, pois os outros teriam também o mesmo poder
(Estado de Natureza). Para Montesquieu a liberdade só se encontra nos governos moderados
quando não se abusa o poder, daí que é preciso que o poder limite o poder – princípio da
separação de poderes.
Adianta ainda que todos Estados possuem o mesmo objecto: conservar-se, não obstante as
particularidades de cada um deles e a nação inglesa tem como objeto a: Liberdade Politica,
efectividade pela separação de poderes em três poderes: legislativo – com qual o príncipe cria as
leis, executivo – com o qual o príncipe faz paz ou guerra, instaura segurança, e judicial com qual
o magistrado castiga os crimes. Diz ainda que o poder legislativo nunca pode estar junto do
executivo, pois não haverá liberdade.
O estado para Montesquieu, diferentemente de Hobbes não absolutiza o Estado, facto que se
deve a separação de poderes, sendo que o poder legislativo – que é de fazer leis e que deve ser
entregue ao parlamento, executivo – o de executar as resoluções públicas e que deve ser entregue
ao rei e ao seu governo, Judicial – o de julgar os crimes ou os diferentes particulares que deve ser
entregue ao tribunal. Não obstante, cada poder do Estado deve ter responsabilidade de tomar
decisões a sua esfera de competência própria e a possibilidade de travar certas decisões dos
outros poderes do Estado, de modo a existir um sistema de controle reciproco que impeça
qualquer dos poderes assumir a totalidade do poder e abusar dele.
BIBLIOGRAFIA