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INTRODUÇÃO

O tema norteia no pensamento político de charles de Montesquieu, na sua obra trata da questão
do fiuncionamento dos regimes políticos, questão que ele encara dentro da ótica liberal.
Montesquieu é um membro da nobreza, não tem como objecto da reflexão a política a
restauração do poder de sua classe, mas sim como tirar partido de características do poder nos
regimes monárquicos para dotar de maior estabilidade os regimes que viriam a resultar das
revoluções demócraticas. A concepção da história concebe como natural a sua função na
organização da sociedade e o seu papel na estrutura do poder. Sua preocupação central foi
compreender em primeiro lugar as razões da decadência das monarquicas, os conflitos intensos
que minaram sua estabilidade, mas também os mecanismos que garantiram por tantos séculos,
sua estabilidade, e que Ele identifica na noção de moderação. A moderação é a pedra de toque
do funcionamento estável dos governos, para tal é preciso encontrar os mecanismos que a
produziram nos regimes do passado e do presente para propor um regime ideal para o futuro. Na
sua obra Montesquieu a busca das condições de possibilidade de um regime estável aponta para
os mecanismos de moderação em dois aspectos: a tipologia dos governos, ou teoria dos
princípios e da natureza dos regimes; e a teoria dos três poderes, ou a teoria da separação dos
poderes. Nesse âmbito vamos examinar cada uma dessas contribuições, apresentando primeiro a
concepção da lei em Montesquieu.
O pensamento politico de Montesquieu

Vida e Obras

Charles de Secondat Montesquieu nasceu em 1689 em La Bordeus e morreu em 1755. Duma


família da mais antiga nobreza da Franca, foi jurista, magistrado e Presidente do Tribunal de
Bordeus. Foi o tubarão de Montesquieu e vive num momento mais alto do iluminismo (que via a
razão como guia e luz que ilumina), contra a idade média (com a teoria geocêntrica),
culturalmente vigorava o Renascimento, movido pelo Deísmo (crença segundo a qual Deus
alcançável pela razão). Politicamente, vigorava a monarquia absoluta.
Obras: em 1721, escreveu as “Letres Persones”, onde faz crítica à sociedade francesa do seu
tempo, em 1748, escreve as “Considerações sobre as causada grande decadência dos romanos”,
mas foi em 1748 que publica em Genebra – Suíça, a sua celebre obra “L’Espirit des Lois”, onde
formula a sua famosa Separação de poderes, facto que contribuiu decisivamente para as
Revoluções Americana 1787 e Francesa 1789.

O Conceito de lei

Louis Althusser sublinhou com muita pertinência a contribuição de Montesquieu para a adoção
do conceito de lei científica nas ciências humanas. Até Montesquieu, a noção de lei compreendia
três dimensões essencialmente ligadas à ideia de lei de Deus. As leis exprimiam uma certa
ordem natural-resultante da vontade de Deus. Exprimiam também um dever-ser – na medida em
que a ordem das coisas estava direcionada para uma finalidade divina. Por fim as leis tinhamuma
conotação de expressão da autoridade. As leis eram simultaneamente legítimas (porque
expressão da autoridade), imutáveis (porque dentro da ordem das coisas) e ideiais (porque
visavam uma finalidade perfeita).Montesquieu introduz o conceito de lei no inicio da sua obra
fundamental, O espírito das leis, para escapar a uma discussão viciada que, dentro da tradição
jurídica sua contemporânea, ficaria limitada a discutir as instituições e as leis quanto à
legitimidade de sua origem, sua adequabilidade à ordem natural, e a perfeição de seus fins. Uma
discussão fadada a confudir, nas leis, concepções de natureza política, moral e religiosa.
Definido lei como ``relações necessárias que derivam da natureza das coisas´´, Montesquieu
estabelece uma ponte com as ciências empíricas, e particularmente com a física newtoniana, que
ele parafraseia. Com isso ele rompe com a tradicional submissão da política à teologia. Com o
conceito lei, Montequieu traz a politica para fora do campo da teologia e da crônica, e a insere
num campo propriamente teórico. Estabelece uma regra de imanência que incorpora a teoria
política ao campo das ciências: as instituições políticas, são regidas por leis que derivam das
relações políticas. As leis que regem as instituições políticas, para Montesquieu, são relações
entre as diversas classes em que se divide a população, as formas de organização económica, as
formas de distribuição do poder. O objecto de Montesquieu não são as leis que regem as relações
entre os homens em geral, mas as leis positivas, isto é, as leis e instituições criadas pelos homens
para reger as relações entre os homens. Ele observa que ao contrário dos outros seres, os homens
têm a capacidade de se furtar às leis da razão e além disso adotam leis escritas e costumes
destinados a reger os comportamentos humanos. Têm ainda, capacidade de furtar-se igualmente
às leis e instituições.
O objecto de Montesquieu é o espírito das leis, isto é, as relações entre as leis (positivas) e
´´diversas coisas``, tais como o clima, as dimensões do Estado, a organização do comércio, as
relações entre classes etc. Ele tenta explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e
modificações, a partir de leis da ciência política.

Os três governos a preocupação fundamental de Montesquieu é com a estabilidade dos


governos, com isso, ele retoma a problemática de Maquiavel, que discute essencialmente as
condições de manutenção do poder. Os pensadores políticos que precedem Montesquieu (e
Rosseau, que o sucede) são teóricos do Contrato Social (ou pacto), estão fundamentalmente
preocupados com a natureza do poder político, e tendem a reduzir a questão da estabilidade do
poder à sua natureza. Ao romper com o estado de natureza, o pacto que institui o estado de
sociedade deve ser tal que garanta a estabilidade contra o risco de anarquia ou de despotismo.
Montesquieu contasta que o estado de sociedade comporta uma variedade imensa de formas de
realização, e que elas se acomodam mal ou bem a uma diversidade do povos, com costumes
diferentes, formas de organizar a sociedade, o comércio e o governo. Ele considera duas
dimensões do funcionamento político das instituições: a natureza e o princípio de governo. A
natureza do governo diz respeito a quem detém o poder:
Na monarquia, um só governa através de leis fixas e instituições;
Na república, governa o povo no todo ou em parte (repúblicas aristocráticas);
No despotismo, governa a vontade de um só.
Montesquieu suas análises minuciosas sobre as leis relativas à natureza do governo deixam
claro que se trata de relações entre as instâncias de poder e a forma como o poder se distribui na
sociedade, entre os diferentes grupos e classes da população. O princípio do governo é a paixão
que move, é o modo de funcionamento dos governos, ou seja, como o poder é exercido, são três
os princípios, cada um correspondendo em tese a um governo, segundo Montesquieu em tese
porque ele afirma que ´´toda república é virtuosa, mas sim porque deveria sê-lo´´ para poder ser
estável.
A paixão tem três modalidades: o princípio da monarquia é a honra (uma paixão social); o da
república é a virtude (uma paixão propriamente política: é o espírito cívico, a supremacia do bem
público sobre os interesses particulares); e o do despotismo é o medo (onde os homens atuam
movidos pelos instintos e orientados para a sobrevivência). Para Montesquieu, república e
despotismo são iguais num ponto essencial, pois ambos os governos todos são iguais. A
diferença é nos regimes populares o povo é tudo e, no despotismo nada é. A monarquia não
precisa da virtude, e mesmo as paixões desonestas da nobreza a fovorecem. O despotismo está
condenado à autofagia: ele leva necessáriamente à desagregação ou àsrebeliões. A república não
tem princípio de moderação: ela depende de que os homens mais virtuosos contenham seus
próprios apetites e contenham os demais.
Os três poderes Montesquieu vai à inglaterra estudar in loco as bases constitucionais da
liberdade, como diz ele. É esse estudo que ele dedica uma das partes mais controvertidas do
Espírito das leis, trata-se de uma análise minuciosa da estrutura bicameral do parlamento
britânico – a Câmera Alta constituída pela nobreza, e a Câmera dos comuns, eleita por voto
popular – e das funções dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Na sua versão mais
divulgada, a teoria dos poderes é conhecida como a separação dos poderes ou equipotência.
Nessa versão Montesquieu estabeleceria como condição do Estado de direito a separação dos
poderes executivo, legislativo e judiciário e a independência entre eles e ressalta ainda a
interpenetração dessas funções . A ideia da equivalência consiste em que essas três funções
deveriam ser dotadas de igual poder.
Segundo L. Altusser e Charles Eisenmann, Montesquieu mostra claramente que há uma
imbricação de funções e uma interdependência entre executivo, legislativo e judiciário. Portanto
na sua teoria de separação, trata –se de assegurar a existência de um poder que seja capaz de
contrairiar outro poder, isto é trata-se de encontrar uma independente capaz de moderar o poder
do rei (execuitivo). Montesquieu considera a existência de dois poderes – ou duas fontes de
poder político, mais precisamente: o rei cuja potência provém da nobreza e o povo. É preciso
que a classe nobre de um lado e a classe popular de outro lado .
1. Livro primeiro – Das leis em geral
1.1. Capítulo Ι – Das leis, em sua relação co os diversos seres
As leis em seu significado mais amplo, são as relações necessárias que derivam da natureza das
coisas; a dividande tem suas leis, as inteligências superiores ao homem têm suas leis, os animais
têm suas leis, o homem tem suas leis. Existe uma razão primordial e as leis são as relações entre
esses diversos seres. O homem como ser físico, é do mesmo modo que os demais corpos,
governado por leis invariáveis como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus
estabeleceu, e modifica as que ele próprio estabelece; deve ele mesmo conduzir-se: e no entanto
é um ser limitado; é sujeito à ignorância e ao erro, como todas as inteligências finitas; e mais
ainda perde conhecimentos escassos que possui. Como criatura sensível, torna-se sujeito a mil
paixões. Um ser assim a cada momento poderia se esquecer do seu criador; Deus fez com que o
recordasse pelas leis da religião. Ainda poderia esquecer-se de si mesmo; os filósofos fizeram-no
lembrar-se pelas leis da moral. Feito para viver em sociedade, poderia esquecer-se dos outros; os
legisladores devolveram-no seua deveres pelas leis políticas e civis.
1.2. Capítulo ΙΙ – Das Leis Da Natureza
Para conhecer as leis da natureza é preciso considerar um homem antes do estabelecimento das
sociedades. As leis naturais são as que receberia em semelhante estado.O homem, no estado
natural, antes teria a faculdade de conhecer, do que conhecimentos; suas primeiras ideias não
seriam especulatias: pensaria na conservação de seu ser, antes de buscar a origem de seu ser.
Um homem como esse não sentiria de inicio, senão a própria fraqueza; seu medo seria extremo:
se tivéssemos necessidade de experiência a respeito disso, encontraram-se, nas florestas homens
selvagens; tudo os faz estremecer, tudo os faz fugir.
O desejo que Hobbes atribui inicialmente aos homens , de se subjugarem uns aos outros não é
razoável. A ideia do comando e da dominação é tão complexa e depende de tantas outras ideias
que não seria a primeira que ele teria. Ele indaga por que, se os homens não estão naturalmente
em seu estado de guerra , andam sempre armado? E por que possuem chaves para trancar suas
casas? Mas não se percebe que se atribui aos homens, antes do estabelecimento das sociedades,
aquilo que só lhes pode advir pós esse estabelecimento, que os faz encontrar motivos para se
atacarem e para se defenderem. Ao sentimento de fraqueza, o homem acrescentará o sentimento
de suas nacessidades. Desse modo outra lei natural seria a que o levaria a procurar alimentar-se.
1.3. Capítulo ΙΙΙ – Das Leis positivas
Assim que os homens entram em sociedade, perde o sentimento de fraqueza, a igualdade deixa
de existir, cada sociedade particular passa a sentir a própria força e o estado de guerra tem inicio.
O estado de guerra leva ao estabelecimento das leis entre os homens: considerados como
habitantes de um planeta tão grande que é necessário haver diferentes povos, eles possuem leis
na relação que esses povos mantêm entre si: o direito das gentes; Considerados enquanto
vivendo numa sociedade que deve ser mantida, possuem leis na relação que os governam
mantêm com os que são governados: direito político; também possuem leis na relação que todos
os cidadãos mantêm entre si: direito civil. Estas relações em conjunto formam o chamado
espírito das leis.
2. Livro segundo – Das leis que derivam detamente da natureza do governo
2.1. Capítulo Ι – Da Natureza Dos Três Diversos Governos
Denomina-se natureza de cada governo o seguinte: o governo republicano é aquele em
que todo o povo, ou uma parte do povo, tem o poder soberano; o monárquico é apuele
em que uma só pessoa governa, mas por meio de leis fixas e estabelecidas; enquanto, no
despótico, uma só pessoa sem lei e sem regra, tudo conduz, por sua vontade e por seus
caprichos.
2.2. Capítulo ΙΙ – Do Governo Republicano e das Leis Relativas à Democracia

Na república, quando o povo todo detém o poder soberano, isso é uma democracia. Quando o
poder soberano está nas mãos de uma parte do povo, isto se chama aristocracia. O povo, na
democracia, é sob certos aspectos, o monarca; sob ooutros, é o súdito. É monarca pelo meio de
seus sufrágios que constituem suas vontades. O sufrágio pelo sorteio é da democracia; o sufrágio
pela escolha é da natureza da aristocracia. Lei fundamental da democracia é também que
somente o povo faça as leis.
2.3. Capítulo ΙΙΙ – Das Leis Relativas à Natureza da Aristocracia
Na aristocracia, o poder soberano está nas mãos de um certo número de pessoas, são as
que fazem as leis e que as fazem executar; o resto do povo está em face destas pessoas
como os súditos estão em face do monarca em uma monarquia. O sufrágio não é pelo
sorteio. A melhor aristocracia é aquela onde a parte do povo que não tem nenhuma parte
no poder é tão pequena e tão pobre que a parte dominante não tem nenhum interesse em
oprimi-la.

2.4. Capítulo ΙV – Das Leis em Sua Relação Com a Natureza do Governo


Monárquico Na monarquia, uma única pessoa governa por meio de leis fundamentais,
que supõem necessariamente canais intermediários por onde flui o poder: vigorando a
vontade momentânea e caprichosa de uma única pessoa (o princípe a fonte de todo poder
político e civil), nada, e consequentemente, nenhuma lei fundamental pode ser estável.

2.5. Capítulo V – Das Leis Relativas á Natureza da Estado Despótico

No despótico o único homem que exerce faça-o igualmente exercer por um só homem. U
homem, a quem os cinco sentidos dizem sem cessar que ele étudo e que os outros, nada é
naturalmente preguiçoso, ignorante e voluptuoso. A instituição de um vizir é, nesse
Estado uma lei fundamental.

3. Livro terceiro – Dos princípios dos três governos


3.1. Capítulo Ι – Diferença entre a Natureza do Governo seu princípio
A diferença que existe entre a natureza do governo e seu princípio é que sua natureza é
aquilo que o faz como é, e seu princípio, o que faz atuar. Portanto é preciso buscar qual é
esse princípio.
3.2. capítulo ΙΙ – Do Princípio dos Diversos Gvernos
As leis já referidas conduzem-nos a encontrar os princípios dos três governos. Portanto
começaremos pelo governo democratico.
3.3. Capítulo ΙΙΙ – Do Princípio da Democracia
Num estado popular, porém é preciso alguma coisa mais, que é a virtude. Os políticos
gregos que viviam no governo popular, não reconheciam outra força que pudesse
sustentar senão a virtude.

3.4. Capítulo ΙV – Do princípio da Aristocracia


Na Aristocracia, a virtude é necessaria no governo popular, do mesmo modo é no
aristotelico. O governo aristotelico tem, por si mesmo uma certa força que a democracia
não possui. Nela os nobres formam um corpo que pela prerrogrativa que possui.
A moderação é pois a alma desses governos, o que fundamenta na virtude, não o que
provém de uma frouxidão de uma preguiça da alma.

4. Livro Quarto – Que a educação deve relacionar-se com os princípios do Governo


No livro quarto, o autor esclarece que as primeiras leis de um ser humano é a educação e essa o
remete a se tornar um cidadão, e sua formação estará de acordo com a forma de governo
existente em sua pátria. Nas repúblicas é valorizado a virtude, que é o amor as leis de sua pátria;
no déspota a educação se reduz ao medo; já na monarquia há honra em sua educação, o homem
deve zelar um pelo outro, caso não o faça, estará ofendendo os outros. A educação sempre será
relacionada com o princípio de cada governo.
5. Livro Quinto – Que a Legislação deve relacionar-se com o princípio do Governo
O livro quinto o autor esclarece que o amor que o cidadão tem à sua pátria retrata a virtude da
mesma. Sobre a divisão das terras por exemplo na democracia, explica que na divisão das terras
ninguém deve ter mais que outro, que cada um deve ter suficientemente para o seu sustento, a
igualdade é a alma do Estado. No governo Monárquico a honra deve relacionar-se com as leis, e
ela deve ser trabalhar para sustentar a nobreza, no qual o sentimento de honra é o filho e o pai.
No governo Déspota o príncipe é o dono de todas as propriedades e herdeiro de todos os súditos,
e daí se resulta o abandono da cultura das terras, sendo assim nada se repara, nada se melhora.
8. Livro Oitavo – Da Corrupção dos princípios dos três Governos
No livro oitavo é explicado que quando um governo se corrompe, automaticamente suas leis
tornam-se más e se voltam contra o estado. O autor esclarece que na democracia a corrupção
toma corpo quando o espírito de igualdade se corrompe, ou ainda, quando o têm em excesso, por
exemplo, quando o querem ser igual a quem governa. Na Monarquia a corrupção é dada quando
é suprido o privilégio das cidades. No governo Déspota ele é corrompido por natureza.
9. Livro Nono – Das Leis na sua relação com a força defensiva do estado
No Livro Nono Montesquieu esclarece como se originam a segurança das repúblicas, destacando
como parte principal a extensão das repúblicas e como se organizam cada uma delas para se
defenderem das ameaças, tanto externas quanto internas.
Montesquieu nota que caso uma república não formasse uma federação, a mesma corria risco de
serem dominadas pela vontade de um só, daí a importância de uma constituição para uma nação,
visto que dela se garante os direitos fundamentais do homem. A federação se constitui através da
união de diversos corpos que concordam entre si e se tornam cidadãos de um estado maior, é o
caso da República Federativa do Brasil que com a união de seus estados garantem aos homens
direitos e deveres, que consequentemente oferece segurança à todos os cidadãos brasileiros.

10. Livro décimo primeiro – A liberdade Política – Sua relação com a força defensiva do
Estado
No livro décimo primeiro o autor retrata a liberdade política, onde para cada ser humano pode
ser entendida de diversos modos, mas geralmente o próprio homem acha que sua liberdade se
resume a tudo que ele queira fazer, porém Montesquieu esclarece que a liberdade se trata de tudo
que uma pessoa pode fazer no limite das leis, ou seja, poderá sim gozar de sua liberdade, no
entanto dentro do campo que a lei permite.
Em um Estado há três espécies de poderes, sendo estes: o Legislativo, na qual o Magistrado é
encarregado de fazer as leis, corrigi-las ou ainda revogá-las; o Executivo das coisas que
dependem do Direito das gentes, no qual estabelece a segurança, previne invasões, semeia a paz
ou a guerra; e o Executivo das que dependem do Direito Civil, cujo julga os crimes.
O poder Judiciário deverá ser formado por pessoas tiradas do povo e estes não atuarão mais do
que o necessário e em diferentes épocas do ano, por assim dizer, pode afirmar que o povo é o
juiz e dele há de vir a vontade do próprio povo. O réu poderá optar pela escolhas de seus juízes,
ou ainda recusar alguns deles, para que não corra o risco de cair em mãos dispostas a violentá-lo.
Caso o poder executivo dota-se de poder para prender alguém, poderia ele abusar de sua posição
política. No poder legislativo, o autor o divide em Câmara alta e Câmara baixa. Na câmara baixa
é o povo através de seus representantes que exerce o poder. Cada cidadão conhece sua cidade, e
sabe quais são suas necessidades, então nada melhor que através de uma coletividade, seja
decidido quem deverá representar os cidadãos em busca de suas vontades. Ao eleito caberá o
dever de representar o povo diante da cada assunto a ser questionado, terá uma instrução geral na
qual caberá a ele a discussão e execução da vontade do povo. A Câmara alta é formada de
pessoas de valor elevado, seja pelo nascimento, pela riqueza ou por sua honras. Não caberia a
elas estarem junto ao povo, já que seus ideais são diferentes, estes, os nobres teriam o poder de
frear as iniciativas do povo, e o povo teria o mesmo poder de frear as iniciativas dos nobres.
Cada qual tem suas assembléias que tratam de interesses comuns a suas vontades. Por fim o
poder Executivo deve estar nas mãos de um só, visto que suas ações devem ser instantâneas.
Há três exceções em que o poder Legislativo adentra à esfera judiciária, e esta sua intervenção é
de interesse do próprio acusado:
a) quando é julgado um nobre, pois este estaria em perigo ao ser julgado pelo povo, que em sua
maior parte é de classe inferior, sendo que quando um destes é julgado, são seu pares que o
julgam, diferentemente do nobre, que seus pares não advém da esfera judiciária e sim do corpo
legislativo, então nada mais coerente, de que o próprio legislativo julgá-lo;

b) poderá também o corpo legislativo em casos que a lei se apresente rigorosa demais, intervir
para moderá-la;

c) caso algum cidadão viole os direitos do povo, e os magistrados não possa o não queira puni-
los, caberá ao corpo legislativo em suas duas partes, sendo a popular e a do os nobres a acusá- lo.
CONCLUSÃO

Para Montesquieu, liberdade é direito de fazer o que as leis permitem e não fazer o que as leis
não permitem, caso contrário o cidadão não é livre, pois os outros teriam também o mesmo poder
(Estado de Natureza). Para Montesquieu a liberdade só se encontra nos governos moderados
quando não se abusa o poder, daí que é preciso que o poder limite o poder – princípio da
separação de poderes.
Adianta ainda que todos Estados possuem o mesmo objecto: conservar-se, não obstante as
particularidades de cada um deles e a nação inglesa tem como objeto a: Liberdade Politica,
efectividade pela separação de poderes em três poderes: legislativo – com qual o príncipe cria as
leis, executivo – com o qual o príncipe faz paz ou guerra, instaura segurança, e judicial com qual
o magistrado castiga os crimes. Diz ainda que o poder legislativo nunca pode estar junto do
executivo, pois não haverá liberdade.

O estado para Montesquieu, diferentemente de Hobbes não absolutiza o Estado, facto que se
deve a separação de poderes, sendo que o poder legislativo – que é de fazer leis e que deve ser
entregue ao parlamento, executivo – o de executar as resoluções públicas e que deve ser entregue
ao rei e ao seu governo, Judicial – o de julgar os crimes ou os diferentes particulares que deve ser
entregue ao tribunal. Não obstante, cada poder do Estado deve ter responsabilidade de tomar
decisões a sua esfera de competência própria e a possibilidade de travar certas decisões dos
outros poderes do Estado, de modo a existir um sistema de controle reciproco que impeça
qualquer dos poderes assumir a totalidade do poder e abusar dele.
BIBLIOGRAFIA

WEFFORT C. Francisco. Os classicos da política (Maquiavel, Hobbes, Locke,


Montesquieu, Rouseau, ´´o Federalista``.

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