Você está na página 1de 62

Apostila ECO

Felipe Carvalhal Moitinho

29/04/2022
ii
Contents

1 - Apresentação 1

Macroeconomia 3

1 - Contabilidade Nacional 5
PIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
PIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Renda Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
PNB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Componentes do PIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Leitura: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 - Moeda e inflação 9
Moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Índices de preços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4- Setor externo 13
Balanço de Pagamentos (BP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Reservas internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Taxa de Câmbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Políticas cambiais no Plano Real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Outros conceitos importantes em macroeconomia . . . . . . . . . . 19

Microeconomia 21

1 Teoria do consumidor 23
1.1 Restrição orçamentária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.2 Preferências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.3 Elasticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

2 - Teoria da Firma 29

iii
iv CONTENTS

2.1 Conceitos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29


2.2 Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3 Maximização do lucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

C - Finanças 41

Conceitos 43
Fluxo de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Valor futuro e Taxa de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Análise de investimento 47
Avaliação de fluxo de caixa descontado . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Bibliografia 57
1 - Apresentação

Economia: s.f. 1: É a ciência que tem por objeto o conhecimento dos


fenômenos de produção, circulação e distribuição de riquezas e bens materiais.
2. Conjunto de atividades de produção, ciruclação e distribuição de riquezas
e bens materiais de um país ou região.
Esta é a apostila que será utilizada nas aulas da disciplina ECO901. A
disciplia será dividida em três partes:

1. Macroeconomia: campo da economia que estuda os fenômenos que en-


globa toda a economia. Ramo da economia que focaliza o funcionamento
do sistema economico como um todo. Alguns temas são: expansões, re-
cessões, produção total de bens e serviços, taxas de inflação, desemprego,
câmbio, balanças comercial, balanço de pagamentos, etc;
2. Microeconomia: campo da economia que estuda o comportamento dos
consumidores e empresas em um mercado específico. Ramo que se
ocupa dos componentes individuais da economia. Alguns temas da
microeconomia são: preço de equilíbrio de um mercado, custos de
produção, esolhas do consumidor, consumo das famílias, etc;
3. Finanças: administração dos recursos financeiros.
Importantes fontes de dados econômicos que serão consultados durante a
disciplina:

• IBGE: https://www.ibge.gov.br/
• Banco Central do Brasil: https://www.bcb.gov.br/
• IPEA: www.ipea.gov.br
• FMI: http://www.imf.org/

1
2 1 - APRESENTAÇÃO

• Banco Mundial: www.worldbank.org


• Bovespa: http://www.b3.com.br/
• Bureau of Economic Analysis: https://www.bea.gov/
• U.S Enregy Information Administration: https://www.eia.gov/
Macroeconomia

3
4 1 - APRESENTAÇÃO
1 - Contabilidade Nacional

PIB
PIB1 é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos
em um país em um determinado período de tempo2 .
PIB é diferente de riqueza. Exemplo: uma descoberta de um poço de petróleo
aumenta a riqueza do país, porém só aumenta, de forma direta ou indireta, o
PIB o petróleo produzido por aquele poço.

• Valor de mercado: isso quer dizer que o PIB é contabilizado em moeda.


Desse modo é possível "somar banana com laranja";3 ;
• Bens e serviços finais: Isso quer dizer que os produtos que são insumos,
ou seja, os produtos que são parte do consumo intermediário não são
contabilizados no PIB. Dessa forma, não haverá dupla contagem. Exem-
plo: a farinha de trigo utilizada na fabricação de pães na padaria não
é contabilizada no PIB, pois, uma vez que o pão será contabilizado, a
farinha já está sendo contabilizada no pão. Por outro lado, a farinha que
comprados no supermercado para fazer o pão em casa é contabilizada
no PIB. Caso a farinha do padeiro fosse contabilizada no PIB, haveria
dupla contagem desta farinha: a farinha comprada para razer o pão
padeiro e a contida no pão;
• Produzidos: Só é contabilizado aquilo que é produzido. Um quadro
antigo que é vendido não é contabilizado, assim como a venda de um
1
Em inglês: Gross Domestic Produto (GDP)
2
PIB também pode ser definido como a soma de todos os valores adicionados em um
país em um determinado período de tempo
3
O PIB pode ser mensurado em valores correntes ou em valores de um determinado
ano. O PIB de 2010 pode ser mensurado utilizando os preços vigentes em 2010(valores
correntes) ou utilizando os preços do ano de 2002. Desse modo, ao utilizar os preços do
mesmo ano, será possível observar o crescimento real do PIB.

5
6 1 - CONTABILIDADE NACIONAL

imóvel já construído4 . Por outro lado, um quadro que acabou de ser


pintado ou uma casa que é construída serão contabilizados;
• Em um país: o PIB mede o valor de um local geográfico, Podendo ser
um país, estado, município, região, etc;
• Período de tempo: o PIB é mensurado em determinado perído de tempo
como: PIB anual, PIB trimestral, etc.
De acordo com o IBGE, o PIB pode ser expresso por três óticas:
• do lado da produção: O PIB é igual ao valor da
produção menos o consumo intermediário mais os
impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não
incluidos no valor da produção;
• do lado da demanda: o PIB é igual a despesa de
consumo final mais a formação brita de capital fixo
mais a variação de estoque mais as esportações
menos as importações;
• do lado da renda: o PIB é igual a remuneração
dos empregados mais o total dos impostos, líqui-
dos de subsídio, sobre a produção e a importação
mais o rendimento misto bruto mais o excedente
operacional bruto.
(IBGE)

PIL
Ao descontar a depreciação na conta do PIB, obteremos o Produto Interno
Líquido (PIL).

Renda Nacional
Por fim, após descontar os impostos pagos de forma indireta e acrecentar os
subsídios5 do PIL obteremos a chamada Renda Nacional.
4
No caso de venda de imóveis já construídos, o serviço do corretor é adicionado no PIB.
5
O livro do Dornbusch irá definir a Renda Nacional como o PIL menos os impostos
indiretos que as empresas pagam.
PNB 7

PNB
O Produto Nacional Bruto fornece o PIB acrescido da produção brasileira
no exterior e descontado a produção de estrangeiros no Brasil.
Exemplo: Os lucros de empresas brasileiras no exterior faz parte do PNB
brasileira e os lucros das empresas estrangeiras localizadas no Brasil pertencem
ao PNB de seus respectivos países6 .

Componentes do PIB
A equação abaixo é conhecida como equação fundamental da contabili-
dade nacional. Ela demonstra como o PIB é demandado por toda economia7 .

Y = C + I + G + NX

Os componentes da demanda do PIB são:


• Consumo das famílias (C): consumo de bens e serviços8 necessários
para atender suas necessidades e desejos. Não inclui compra de bens de
capital como carros e imóveis (formação bruta de capital fixo), nem de
bens de valor como jóias e obras de arte (reservas de valor) 9
• Compras governamentais (G): São as despesas com bens e serviços
oferecidos gratuitamente às famílias. Inclui gastos com funcionalismo
público. Compras do governo: quando o governo para o salário de um
funcionário, este gasto é considerado compras do governo. Por outro
lado, quando o governo faz um pagamento de transferência (benefícios
sociais, seguridade social, seguro-desemprego, etc), este gasto não é
considerado compras do governo, pois não há a compra de bem ou
6
Em inglês PIB = GDP (Gross Domestic PRoduct) e PNB = GNP ou GNI (Gross
National Product ou Gross National Income).
7
Pode ocorrer de ter um quinto componente: variação nos estoques que pode ser um
termo positivo (aumento de estoque na economia, ou seja, produziu mais do que foi
utilizado) ou negativo (redução de estoques na economia, ou seja, produziu menos do que
foi utilizado). Quando não contém o quinto componente, ele está incluído nos investimentos
por considerar que a empresa fez um investimento aumentando seu estoque. Ao vender
parte do estoque, ele é contabilizado positivamente no consumo e, na mesma proporção,
negativamente no estoque. A equação também pode ser: Y = C + G + FBCF + VE + NX
8
Há alguns consumos, como educação, são discutíveis se deveriam estar neste campo ou
em investimentos.
9
Para o IBGE, alguns produtos, por diferenças de definição entre a POF e o SCN, não
são utilizados para estimar o consumo das famílias. Exemplo: Plano de Saúde.
8 1 - CONTABILIDADE NACIONAL

seviço neste pagamento. Compras governamentais + transferências =


gasto governamental;
• Investimento realizados pelas empresas e famílias(I) ou Formação Bruta
de Capital (FBCF): é o acréscimo ao estoque de capital físico. Parte
destinada a ampliação da capacidade produtiva. É o total gasto pelo
produtor em ativos fixos menos o que total de ativos fixos10 perdidos.
Não inclui investimentos financeiros. Inclui equipamentos militares;
P&D; produção de software e Banco de dados; Árvores para frutos ou
culturas que produzem mais de uma vez; etc. Demanda de construção
civil por parte das famílias também estão nesta seção. Assim como in-
vestimentos de famílias produtoras em: cultura permanentes; máquians
e equipamentos; tratores, etc,
• Exportações líquida(NX): As importações são descontadas das expor-
tações, pois elas já foram contabilizadas em outro componente do PIB.
Por exemplo: se uma família adquire um item importado, este item será
incluído no componente consumo. Como este item não faz parte do
PIB, ele será contabilizado nas importações com sinal oposto(negativo)
de forma que não afetará o PIB. Por outro lado, a exportações são
produtos produzidos internamente que são consumidos por estrangeiros,
logo, faz parte do PIB e faz necessário contabiliza-lo.

Leitura:
• Dornbusch: Capítulos 1 e 2
• Mankiw[1]: Capítulo 10

10
Ativos fixos são aqueles produzidos que serão utilizados para produzir de forma contínua
por pelo menos um ano.
3 - Moeda e inflação

Moeda
Definição do dicionário: Moeda: s.f.. 1. Unidade monetária de uma país.
Moeda corrente: Dinheiro em circulação num país.
O conceito de moeda vai além da unidade monetária. Moeda pode ser definida
como o conjunto de ativos 11 na economia que as pessoas usam regularmente
para comprar bens e serviços de outras pessoas. Moeda ou dinheiro irá se
referir a meio de troca, ou seja, aquilo que é utilizado para pagar as coisas12 .
Ouro e prata já foram moeda, cacau já foi moeda.
13
Funções da moeda :
• Meio de troca: capacidade de ser aceito em trocas. Para ter esta
capacidade, é importante que o ativo possua a função de reserva de
valor;
• Reserva de valor: um ativo tem que ser capaz de manter o valor ao
longo do tempo, caso contrário não há motivo para o indivíduo aceitar
e, portanto, não será usadado como meio de troca
• Unidade contábil: unidade em que os preços são expressos e a contabili-
dade é feita na economia;
Obs: a moeda é o ativo com maior liquidez14 . Nem todas as funções são
11
Bens e direitos
12
Dinheiro, coloquialmente, pode ser referir à riqueza ou renda. QUando diz: "João tem
muito dinheiro", normalmente está se referindo que João tem muita riqueza. Por outro
lado, podemos também ouvir: "João ganha muito dinheiro", ou seja, a renda de João é alta.
13
No livro Mcroeconomia de Dornbusch, Fischer, e Startz, há também a função **Padrão
de pagamentos diferidos**: as unidades monetárias são usadas em transações de longo
prazo, como empréstimos e financiamentos.O valor a ser pago no futuro é especificado em
reais e centavos. Reais e centavos são o padrão de pagamentos diferidos.
14
Liquidez é a capacidade que um ativo tem para se tornar meio de troca.

9
10 3 - MOEDA E INFLAÇÃO

necessárias para que um ativo seja moeda.


Tipos de moeda:

• Moeda-mercadoria: Ocorre quando a moeda assume a forma de uma


mercadoria com valor intrínseco, ou seja, a mercadoria por sí só tem
valor. Exemplo: Ouro. Uma economia que utiliza outro como moeda
ou usa papel moeda que seja lastreado em ouro, diz-se que ela opera
sob padrão-ouro. Outro exemplo: cigarros.
• Moeda de curso forçado: são moedas sem valor intrínseco. O ativo
utilzado como moeda é decretado pelo governo.
Motivos para reter moeda:

• Transação: este motivo surge pela falta de sicronia entre o recebimento


da moeda e a necessiadade de utilizá-la. Se no momento do recebimento
ocorresse o gasto, não haveria a necessidade de retenção da moeda;
• Precaução: este motivo ocorre devido às incertezas de desembolsos
futuros15 ; e
• Especulação.
Há muitos tipos de ativos financeiros. Normalmente, os que se aproximam
da definição de moeda são: papel-moeda em poder do público e depósitos à
vista (remunerados ou não).

Índices de preços
Inflação é o aumento generalizado de preços. Isso significa que a mesma
quantidade de moeda não compra mais as mesmas mercadorias, ou seja, a
moeda perdeu parte de seu valor. Deflação é o mesmo que uma inflação
negativa, ou seja, redução generalizada dos preços.
Pt − Pt−1
taxa de inf lação =
Pt−1

Onde Pn é o nível de preços no período n.


Há vários índices que captam a mudanças nos preços. Um deles é o deflator
do PIB, já comentado anteriormente. Os demais são:
15
Explica parte dos saldos em cardeneta de poupança.
ÍNDICES DE PREÇOS 11

• IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): aponta a


variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e
40 salários mínimos.
• INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): verifica a variação
apenas para famílias com entre 1 e 5 salários mínimos de renda. São
grupos mais sensíveis às variações de preço, pois tendem a gastar todo
o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos,
transporte, etc.
• IPCA-15: difere do IPCA na abrangência geográfica e no período de
coleta, que começa no dia 16 do mês anterior. Funciona como uma
prévia do IPCA.
• IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado): Calculado pela FGV, este
índice é a média ponderada de três outros índices: o Índice de Preços
ao Produtor Amplo (IGP-A), Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M)
e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M).
• Deflator do PIB: razão enter o PIB nominal e PIB real do mesmo ano.
12 3 - MOEDA E INFLAÇÃO
4- Setor externo

A partir de 2015, o Banco Central passou a divulgar as estatísticas do setor


externo da economia brasileira em conformidade com a sexta edição do Manual
de Balanço de Pagamentos e POsição Internacional de Investimento (BPM6)
do FMI. Nesta apostila, além do manual do FMI, será também utilizado o
material da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública).

Balanço de Pagamentos (BP)


Balanço de pagamentos é o registro das transações dos residentes de um
país com o resto do mundo. Ele consiste na conta de bens e serviços; renda
primária; renda secundária; conta capital e conta financeira16 . Essa contas
são classificadas em:

• A Conta Corrente ou Transações Correntes regista o fluxo de bens,


serviços, rendas primárias e secundárias17 entre os residentes e não
residentes. O saldo da conta corrente, ou na balança de transações
correntes, é a diferença entre a soma das exportações e rendas recebidas
com a soma das importações e rendas enviadas, ou seja, é a soma do
saldo da balança comercial e de serviços com o saldo das balança de
rendas.

• A Conta Capital demonstra a transferência de capital recebidos e pagos


por residentes e não residentes e as transações que envolvem compras e
16
A conta de bens e serviços, renda primária e renda secundária são resumidas na conta
corrente
17
Renda primária: estão inclusos valores recebidos e pagos em função do uso temporário
de trabalho, recursos financeiros e ativos não financeiros e não produzidos. Ex: juros,
remuneração de trabalho, dividendos, etc. Renda Secundária: redistribuição da renda de
uma parte sem contrapartida. Exemplo: tranferências unilaterais, ajudas internacionais,
etc.

13
14 4- SETOR EXTERNO

vendas de ativos não financeiros não produzidos18 .


• A Conta Financeira demonstra a aquizição e alienação líquidas de ativos
e passivos financeiros. Estes ativos e passivos são identificados nas cate-
gorias de: investimento direto, investimento em carteira (títulos e ações)
e outros investimentos (depósitos, empréstimos, créditos comerciais e
outros ativos e passivos).
A soma dos saldos na Conta COrrete e da Conta Capital informa se a economia
é credora ou tomadora de recursos. A conta financeira demonstra como
está sendo financiado o déficit ou o superávit da economia. O crescimento
das reservas oficiais é também chamado de superávit no balanço de
pagamentos global.

Erros e Omissões
=
Saldo de T ransações Correntes
+ (1)
Saldo da Conta Capital

Saldo da Conta F inanceira

Reservas internacionais
O ativos de reserva são aqueles ativos externos estão disponíveis e são controla-
dos pelas autoridades monetárias para cobrir as necessidades de financiamento
do balanço de pagamentos; intervir na taxa de câmbio e outras necessidades
como: garantir a confiança da moeda e da economia, servir como critério para
empréstimos externos. A posição das reservas internacionais está na conta
financeira.

Taxa de Câmbio
Taxa de câmbio é o preço relativos de duas moedas, ou seja, expressa a relação
de troca entre duas unidades monetárias. Quando lemos nos noticiários que
a taxa de câmbio em relaçaõ ao dólar americado está R$4,93, significa dizer
18
Exemplos: recursos naturais; licenças, etc.
TAXA DE CÂMBIO 15

que são necessários R$4,93 para comprar 1 dólar americano. Há 3 tipos de


sistema cambial:
• Taxa de câmbio fixa (sistema de câmbio fixo): o sistema de câmbio fixo
é aquele que o Banco Central está disposto a comprar e vender suas
moedas a um câmbio fixo. Os preços de mercado da moeda negociada
ficará igual a taxa de câmbio fixa. Isso porque ninguém vai pagar mais
pela moeda, pois sabe que pode comprar do Banco Central a um valor
fixo; e ninguém vai vender por um preço menos, pois sabe que o Banco
Central vai comprar por um valor fixo.
• Taxa de câmbio flutuante limpa/flexível: ao contrário do sistema de
câmbio fixo, o sistema de câmbio variável permite que os preços relativos
entre as moedas sejam determinados pela demanda e oferta do mercado
cambial. Se há muita entrada de dólar no mercado brasileiro, ou seja,
se as exportações aumentarem para os EUA, o excesso de dólar irá
acarretar em redução do preço desta moeda, valorizando o real. Essa
valorização ocorre até o ponto que as importações e exportações se
equilibrassem. Em um sistema de flutuação limpa, as transações com
reservas internacionais e o saldo no balanço de pagamentos será zero,
pois os aumentos e reduções na taxa de câmbio irá ajustar as contas
corrente e de capital.
• Taxa de câmbio flutuante administrada/suja: ocorre quando os bancos
centrais intervêm no mercado cambial, comprando ou vendendo moedas
estrangeira, com o objetivo de inluenciar na taxa de câmbio. Neste caso,
a transações com reservas internacionais é zero.
Quando um Banco Central atua no mercado cambial, comprando ou/e
vendendo moedas, diz-se que o Banco Central está intervindo no mercado.
"O Conselho Monetário Nacional (CMN ) é o responsável pela regulamentação
do mercado de câmbio, cabendo ao BC monitorar e garantir o funcionamento
regular do mercado e o cumprimento da regulamentação.
O Brasil adota o regime de câmbio flutuante, o que significa que o BC não
interfere no mercado para determinar a taxa de câmbio, mas para manter a
funcionalidade do mercado de câmbio."(BACEN) 19
Swap cambial: Ferramenta utilziada pelo Banco Central do Brasil para evitar
movimento disfuncional do mercado de câmbio.
19
Disponível em https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/politicacambial acesso
em 15/09/2021
16 4- SETOR EXTERNO

Nomenclatura: a nomenclatura adotada depende do posicionamento do


Banco Central.

• Valorização/desvalorização: nomenclatura adotada nos casos em que o


preço das moedas entrangeira diminuem/aumentam em relação à moeda
doméstica sob um regime de taxa fixa por ação oficial.

• apreciação/depreciação: nomenclatura adotada nos casos em que o


preço das moedas estrangeiras diminuem/aumentam em relação à moeda
doméstica sob um regime de câmbio flutuante.

Existe dois conceitos relacionados à taxa de câmbio: taxa de câmbio nominal


e taxa de câmbio real.
Obs: entre e 1953 e 1961 esteve em vigor um sistema de taxas múltiplas de
câmbio.( Ver instrução 70 da SUMOC).

Taxa de câmbio nominal


É o valor de uma moeda em relação a outra. Por exemplo: quando nós
vemos nos noticiários que o dólar está R$5, significa que são necessários
R$5 para adquirir um dólar ou 0,20 dólares para adquirir um real. QUando
dizemos que a moeda nacional ou o câmbio valorizou, significa que é necessário
menos unidades monetárias de moeda nacional para adquirir uma moeda
estrangeira. Por outro lado, quando dizemos que a moeda nacional ou o
câmbio desvalorizou, significa que precisamos de mais unidades monetárias
de moeda nacional para adquirir uma moeda estrangeira. A expressão que
a moeda nacional desvalorizou ou valorizou sempre está relacionada a uma
moeda específica. Isso porque a moeda nacional pode ao mesmo tempo
valorizar em relação a uma moeda estrangeira e desvalorizar em relação a
outra moeda estrangeira.

Vale ressalvar que o fato da taxa de câmbio nominal desvalorizar não significa
que a uma unidade moentária de moeda estrangeira irá adquirir mais produtos
nacionais do que antes. Isso porque os preços internos podem aumentar. Por
exemplo: se o dólar que antes valia R$3,50 foi para R$5,00, porém no mesmo
período o quilo de carne saiu de 35 reais para 60 reais. O mesmo dólar, mesmo
se valorizando nominalmente em relação ao Real, não compra o mesmo quilo
de carne.
POLÍTICAS CAMBIAIS NO PLANO REAL 17

Políticas cambiais no Plano Real


Lei 9069 de 29 de junho de 1995:

Art 3° Art. 3º O Banco Central do Brasil emitirá o REAL mediante a


prévia vinculação de reservas internacionais em valor equivalente, observado
o disposto no art. 4º desta Lei. (Revogado pela Lei nº 13.820, de 2019)
(Vigência
§ 1º As reservas internacionais passíveis de utilização para composição do lastro
para emissão do REAL são osativos de liquidez internacional denominados
ou conversíveis em dólares dos Estados Unidos da América. (Revogado pela
Lei nº 13.820, de 2019) (Vigência
§ 2º A paridade a ser obedecida, para fins da equivalência a que se refere
o caput deste artigo, será de umdólar dos Estados Unidos da América para
cada REAL emitido. (Revogado pela Lei nº 13.820, de 2019)(Vigência

Comunicado n° 6565 de 18/01/1999:

DISPOE SOBRE O REGIME CAMBIAL.


AAS INSTITUICOES AUTORIZADAS A OPERAR EM CAMBIO LEVA-
MOS AO SEU CONHECIMENTO QUE:
I - A PARTIR DE HOJE, SEGUNDA-FEIRA, 18.01.99, O BANCO CEN-
TRAL DO BRASIL DEIXARA QUE O MERCADO INTERBANCARIO
(SEGMENTOS LIVRE E FLUTUANTE) DEFINA A TAXA DE CAMBIO.
II - O BANCO CENTRAL DO BRASIL PODERA INTERVIR NOS MER-
CADOS, OCASIONALMENTE E DE FORMA LIMITADA, COM O OBJE-
TIVO DE CONTER MOVIMENTOS DESORDENADOS DAS TAXAS DE
CAMBIO.

Taxa de câmbio real (taxa de câmbio de longo prazo)


A taxa de câmbio real/longo prazo compara o poder de compra relativo entre
duas moedas. É a taxa à qual a pessoa pode trocar os bens e serviços de uma
país por bens e serviços de outro país. Também pode ser interpretada como
a relação entre preços estrangeiros e domésticos medidos na mesma moeda.
Mede também a competitividade de um país no comércio internacional. Por
exepmlo: se um cachorro quente custa R$3,00 no Brasil e US$1,00 nos EUA
pode-se esperar que a taxa de câmbio real seria R$3,00 por cada US$1,00,
pois a essa taxa de câmbio, 3 reais ou 1 dólar compra o mesmo produto no
Brasil ou nos EUA. A taxa de câmbio real é calculada da seguinte forma:
18 4- SETOR EXTERNO

E · P∗
R=
P

Onde:

• E: Taxa de câmbio nominal;

• R:A taxa de câmbio real;

• P ∗ : nível de preços externos; e

• P : nível de preços internos.

No numerador podemos ver o nível de preços externos convertidos em valores


de moeda doméstica. A razão entre no nível de preços externos convertidos
pela taxa de câmbio nonimal e domésticos nos dará a taxa de câmbio real.
Se a taxa de câmbio real for:

• R>1: siginifca que os preços externos estão mais caros do que os


domésticos. Isso implica dizer que os produtos domésticos estão mais
competitivos. Enquanto a taxa de câmbio real estiver acima de 1,
esperamos que aumente as exportações e reduza as importações. Esse
movimento irá acarretar em alterações na taxa de câmbio nominal e
nos preços internos, levando a taxa de câmbio real ao nível de paridade
de poder de compra (PPC)20 ;

• R=1: siginifica que as duas moedas estão em paridade de poder de


compra.

• R<1: significa que os preços externos estão mais barados do que os


domésticos. Isso implica dizer que os produtos domésticos estão menos
competitivos. Enquanto a taxa de câmbio real estiver abaixo de 1,
esperamos que reduza as exportações e aumente as importações. Esse
movimento irá acarretar em alterações na taxa de câmbio nominal e
nos preços internos, levando a taxa de câmbio real ao nível de paridade
de poder de compra (PPC).

20
Diz que duas moedas estão em paridade em poder de compra quando uma unidade de
moeda nacional pode comprar a mesma cesta de bens no país ou no exterior.Em inglês:
Purchasing power parity (PPP)
OUTROS CONCEITOS IMPORTANTES EM MACROECONOMIA 19

Outros conceitos importantes em macroecono-


mia
• Demanda Agregada(DA): termo utilizado para se referir à demanda
de todos os setores da economia, ou seja, é a quantidade total de bens
demandado na economia. No equilíbrio a Demanda Agregada é igual a
Produção. Quando ocorre da DA ser inferior à produção, há o aumento
dos estoques. Quando a DA for superior a produção, ocorre redução de
estoques.
• Curva de Demanda Agregada: curva que mostra todas as combinações
do nível de preço e do nível de produto, aos quais o mercado de bens
e o mercado monetário estão simultaneamente em equilíbrio. Ela né
negativamente inclinada, pois quanto maior o nível de preços, menor o
valor da oferta monetária, e por isso, menos a demanda.
• Oferta Agregada(OA): termo utilizado para se referir à oferta/produção
de todos os setores da economia, ou seja, é a quantidade total de bens
ofertado/produzidos na economia. No equilíbrio a Demanda Agregada
é igual a Produção. Quando ocorre da DA ser inferior à produção, há o
aumento dos estoques. Quando a DA for superior a produção, ocorre
redução de estoques.
• Curva de Oferta Agregada: Descreve para cada nível de preço a quanti-
dade de produto que as empresas estão dispostas a fornecer. É positi-
vamente inclinada porque as empresas estão dispostas a ofertar mais
produto a preços mais elevados.
• Choques de oferta: Um choque de oferta é uma perturbação na economia
cujo primeiro impacto é um deslocamento da curva de OA. Esse choque
pode ser favorável ou adverso. Um choque favorável ocorre quando
há uma expansão da OA. Por outro lado, um choque adverso ocorre
quando há uma contração da OA. Exemplo: Choque adverso: crise do
petróleo, redução da oferta de petróleo e gás ou de insumos devido a
embargos, crises climáticas, guerras; etc. Choques favoráveis: evolução
tecnológica, decobrimento de uma nova reserva, retirada de embargos,
etc.
20 4- SETOR EXTERNO
Microeconomia

21
22 4- SETOR EXTERNO
1 Teoria do consumidor

Antes de iniciarmos o estudo da teoria do consumidor, é preciso ter em mente


que dois princípios terão que ser obedecidos:
• Princípio da otimização: O consumidor irá perseguir a melhor combi-
nação de consumo que esteja ao seu alcançe.
• Princípio de equilíbrio: os mercados, através dos preços, irão ajustar a
demanda e orfeta de modo que o total demandado pelos consumidores
irá ser igual ao total ofertado pelas empresas.
Outro conceito importante em microeconomia é o preço de reserva. Preço de
reserva é o preço que o consumidor está disposto a pagar. Não necessáriamente
é o preço que efetivamente será pago. Exemplo: o consumidor pode estar
disposto a pagar R$5,00 por um salgado. Isso significa que se o preço
do salgado estiver igual ou menor do que R$5,00, seu preço de reserva, o
consumidor irã comprar o salgado.

1.1 Restrição orçamentária


Seja: pi o preço do bem i, xi a quantidade do bem i e r a renda total.
Dessa forma, a restrição orçamentária pode ser escrita da seguinte forma:

p1 x1 + p2 x2 + ... + pi xi + ... + pn xn ≤ r

Ou seja, o total gasto na aquisição de bens terá que ser menor ou igual a
restrição orçamentária. O conjuntos de bens que o consumidor por adquirir
com a renda r é chamado de conjunto orçamentário do consumidor.
Então, se o consumidor possui R$1.500 para utilizar no mês, toda a compra
do mês tem que ser igual ou menor do que seu orçamento. Logo:

23
24 1 TEORIA DO CONSUMIDOR

1500 ≥ qf rutas pf rutas + qcarna pcarne + ...

Ao isolar a quantidade de um dos bens, temos a seguinte equação:

p1 x1 = r − p2 x2 − ... − pi xi − ... − pn xn

x1 = r/p1 − p2 x2 /p1 − ... − pi xi /p1 − ... − pn xn /p1

A relação entre os preços de cada bem na equação acima pode ser interpretada
como o custo de oportunidade de consumo. Veja em um exemplo com dois
bens:

p 1 x1 + p 2 x2 = r

p1 (x1 + ∆x1 ) + p2 (x2 + ∆x2 ) = r


p1 x1 + p1 ∆x1 + p2 x2 + p2 ∆x2 = r

Como p1 x1 + p2 x2 = r, então:

p1 ∆x1 + p2 ∆x2 = 0
∆x1 /∆x2 = −p2 /p1

Para este consumidor aumentar o consumo de um dos bens, necessáriamente


terá que reduzir de outros bens na proporção de seus preços. Há um custo
para consumir mais de um bem que é o a redução do consumo de outros bens.
Esse custo se chama Custo de oportunidade.
Taxa marginal de substituição do mercado: taxa pela qual o mercado
está disposto a trocar substituir um bem por outro. Ela é medida pela razão
entre os preços. Veja um exemplo numérico: se uma penca de banana prata
custa R$5,00 e de banana da terra custa R$10,00, qual a taxa marginal de
substituição entre ela?

∆bananaterra · pbananaterra + ∆bananaterra · pbananaprata = 0


1.2 PREFERÊNCIAS 25

∆bananaterra · 10 + ∆bananaprata · 5 = 0
∆bananaterra · 10 = −∆bananaprata · 5
∆bananaterra · 2 = −∆bananaprata · 1
∆bananaterra −5 1 pbananaprata
= =− =−
∆bananaprata 10 2 pbananaterra

Para que o consumidor possa adquirir uma penca de banana da terra, ele tem
que deixar de consumir duas pencas de banana prata.

Motivos que alteram a restrição orçamentária:


• Mudança da renda;
• Mudança no imposto sobre a renda;
• Mudança nos preços dos produtos;
• Mudança nos impostos/subsídios sobre os produtos;
Há dois tipos de impostos:
• Imposto sobre a quantidade: o valor do imposto é cobrado sobre uma
unidade de quantidade. Exemplo: 20 centavos por litro; 10 reais por
tonelada, etc.;
• Imposto sobre o valor (impostos ad valorem): o imposto é uma alíquita
que incide sobre o valor. Exemplo: 15
Um subsídio pode ser interpretado como um imposto negativo.

1.2 Preferências
Será que o consumidor é capaz de ordernar as cestas21 de bens disponíveis?
Claro! Existes cestas de bens que são melhores, piores ou indiferentes a uma
cesta específica. Nesta seção, iremos entender como o consumidor irá consumir.
Na seção anterior, foi exposto o “poder pagar”, nesta seção será exposto o “o
que comprar”.Muitas vezes, para facilitar, consideraremos apenas dois bens
(bem 1 e bem 2). As interpretações e conceitos podem ser expandidos para
uma cesta com mais bens. Tenha em mente que a escolha do consumidor
se dá em um momento específico. Exemplo: o consumidor pode preferir um
21
Cesta é um conjunto de bens e serviços que o consumidor adquire.
26 1 TEORIA DO CONSUMIDOR

sorvete a chocolate quente no verão. Poderá também preferir chocolate quente


a sorvete no inverno. Mesmos bens, momentos diferentes, escolhas diferentes.
Considere três cestas de consumo: cesta X (x1 , x2 ), Y (y1 , y2 ) e Z(z1 , z2 ).
As preferências do consumidor possui os seguintes axiomas:

• Completa: Seja duas cestas qualquer, X e Y. ou o consumidor prefere


X a Y, ou prefere Y a X, ou o consumidor é indiferente a ambas cestas;
• Reflexiva: Todas as cestas são tão boas quanto elas mesmas.
• Transitiva: Se o consumidor prefere X a Y, e Y a Z, logo, pela pro-
priedade da transitividade, o consumidor irá preferir X a Z.
A representação gráfica de todas as cestas que são indiferentes para o con-
sumidor é chamada de curva de indiferença.

Classificação dos bens


Conforme a preferência
• Substitutos perfeitos22 : Dois bens são substitutos perfeitos quando o
consumidor aceita substituir um pelo outro a uma taxa constante. Há
uma relação entre o preço de um bem e seu substituto: se o preço do
bem aumentar, sua demanda irá reduzir e a demanda de seu substituto
aumentará.
• Complementares perfeitos: são bens que são consumidos juntos e em
proporções fixas. Assim como no caso dos bens substitutos, há uma
relação entre o preço de um bem e seu complementar: se o preço do
bem aumentar, tanto a sua demanda quanto a de seu complementar irá
reduzir.
• Males: uma mercadoria que o consumidor não gosta. Quanto mais male
na cesta, menos satisfeito fica o consumidor.
• Neutro: O consumidor não se importa com o bem. Ele não fica mais
nem menos satisfeito se aumentar ou diminuir a quantidade deste bem.
22
Há a função de preferência Cobb-Douglas em que os bens são substitutos, porém não
são substitutos perfeitos, pois a taxa de substituição se altera conforme a quantidade de
cada bem. Por exemplo: Cerveja e Torresmo. Se tiver muita cerveja e pouco torresmo, o
consumidor estara disposto a trocar uma quantidade de cerveja para obter mais torresmo
e manter o mesmo bem estar de antes. Porém em uma situação que tenha muito torresmo
e pouca cerveja, talvez o consumidor não abra mão de cerveja para obter mais torresmo.
Neste último caso, o consumidor estaria disposto a trocar torresmo por mais cerveja.
1.2 PREFERÊNCIAS 27

• Saciedade: ocorre quando há uma cesta preferível a todas as demais.


Quanto mais perto desta cesta, melhor o consumidor estará.

Em microeconomia, os bens possuem classificações conforme o comportamento


de sua demanda. Sua demanda pode alterar conforme a variação na renda do
consumidor ou no preço de um bem.

Conforme variação na renda

• Bens normais: bens normais são aqueles que sua demanda au-
menta/diminui se a renda do consumidor aumenta/diminui.

∂q
>0
∂r

• Bens inferiores: bens inferiores são aqueles que sua demanda


diminui/aumenta se a renda do consumidor aumentar/diminuir

∂q
<0
∂r

• Bem de Luxo: bens de luxo são aqueles que a demanda aumenta em


proporção maior do que a renda.

• Bem necessário: bens necessários são aqueles que a demanda aumenta


em proporção menor do que a renda.

Obs: a questão de um bem ser normal ou inferior, de luxo ou necessário,


depende do ponto da renda em que está se examinando. Pode ocorrer de
a um determinado nível de renda um bem ser normal e conforme a renda
aumenta ele possuir um comportamento de bem inferior.

Classificação conforme variações nos preços

• Bem comum: quando so preços aumentam/diminuem a demanda por


este bem diminui/aumenta.

• Bem de Giffen: quando os preços diminuem/aumenta a demanda por


este bem diminui/aumenta.
28 1 TEORIA DO CONSUMIDOR

1.3 Elasticidade
Elasticidade é uma medida de quão sensível é a demanda em relação às
variações no preço e renda. Uma curva de demanda elástica é aquela que a
quantidade demandada é muito sensível às variações no preço ou na renda.
Uma curva de demanda inelástica é aquela que a quantidade demandada é
pouco sensível às variações no preço e renda.
• Elasticidade-preço da demanda: variação percentual na quantidade
dividida pela variação percentual no preço.
• Elasticidade-renda da demanda: variação percentual na quantidade
dividida pela variação percentual na renda.
2 - Teoria da Firma

A teoria da firma busca compreender o comportamento das empresas. Primeiro


serão estudadas as restrições a produção. Esta restrição é determinada pela
tecnologia e pela disponibilidade de matéria-prima. Também serão estudados
os tipos de custo, e o comportamento maxizador de lucro e minimizador de
custo. Primeiro serão estudadas as empresas em mercado competitivo perfeito,
posteriormente a monopolista e o comportamente e mercado oligopolizado.

2.1 Conceitos básicos


• Curto prazo: pelo menos um dos fatores de produção será fixo.
• Longo prazo: todos os fatores de produção são variáveis.
• Fatores de produção: são os insumos utilizados na produção. Nor-
malmente são classificados de forma agregada como: terra, capital23 ,
trabalho, matérias-primas. Há três tipos de fatores de produção:
• Fator fixo: são fatores só podem ser utilizados apenas em quantidades
fixas, independente da quantidade produzida;
• Fator variável: são aqueles que podem ser utilizados em quantidades
diferentes conforme a produção;
• Fatores quase fixos: fatores que só podem ser utilizados em quantidades
fixas, independente da produção da empresa, desde que a produção seja
positiva.
• Produto marginal: O produto marginal do insumo *i* é a quantidade
adicional de produto obtido com o aumento de uma unidade adicional
23
Capital físico ou bens de capital: insumos da produção que são oriundos de um
processo produtivo. São basicamente máquinas. Exemplo: tratores, caputadores, etc.
Capital financeiro: dinheiro que se utiliza para manter/iniciar um negócio ou realizar um
investimento com o objetivo de obter renda.

29
30 2 - TEORIA DA FIRMA

do insumo *i*24 .
Tendo como exemplo uma panificadora:

• Fatores fixos: aluguel, salários...;


• Fatores variáveis: farinha de trigo, fermento...;
• Fatores quase fixo: Iluminação.
• Produto marginal: Ao adicionar mais um auxiliar na cozinha, pode ser
que ele renda menos do que o último contratado, pois não há espaço
suficiente para trabalhar. Neste caso os profissionais estarão esbarrando
a todo momento, etc. Pode ocorrer também de ao adicionais um
funcionário para viabilizar a divisão do trabalho, ele seja mais produtivo
do que o anterior. Neste caso, o produto marginal é crescente. Há casos
em que a adição pode zerar a produção. Adição de uma unidade a mais
de água na massa do pão pode "estragar" a massa, levando a produção
à zero.
Note que fatores fixos estão sempre relacionados ao curto prazo, pois no longo
prazo todos os fatores são variáveis.
Exemplos: A própria natureza e a tecnologia impões algumas restrições na
produção, afinal, apenas algumas proporções de insumos permite a produção.
O conjunto de todas as combinações tecnologicamente viáveis de produção
é chamada de conjunto de produção. Função de produção é a função
que descreve a quantidade máxima de produção que pode ser obtida dada a
quantidade de insumos disponível.
Exemplos de tecnologia:

• Proporções fixas: Como o nome diz, a produção só é factível com


proporções fixas de insumos. Mais de um insumo não altera a produção.
Exemplo: fabricação de motos. Se a empresa dobrar a quantidade
de rodas, mantendo constante o número de motores, bancos e outros
componentes, esta empresa não irá produzir uma quantidade maior de
motos.
• Substitutos perfeitos: ocorre quando um insumo pode ser substituido
24
Em muitos casos o produto marginal é decrescente, ou seja, a adição de uma unidade
de um insumo aumenta a produção em menos de uma unidade. Em outros, a adição de
um insumo faz com que a produção reduza muitas vezes a zero
2.2 CUSTOS 31

por outro sem prejudicar a produção. Exemplo: ser alterar a tinta para
pintura de amarelo para azul, a número de motos fabricadas não será
alterada.
• Cobb-Douglas: assim como no caso da preferência do consumidor,
alguns tecnologias de produção possui características d de uma função
de produção Cobb-Douglas. Exemplo: churrascaria. Se tiver muito
churrasqueiro e pouco garçon, para aumentar a produção (neste caso
produção de serviço de restaurante) o gestor estaria disposto a deslocar
mão-de-obra da churrasqueira para o atendimento.
Propriedades da tecnologia:

• Monotônica: se aumentarmos a quantidade de pelo menos um insumo,


será possível obter pelo menos a mesma quantidade de produto.
• Convexa: Se tivermos duas formas de produzir y unidades, a média
ponderadas delas também irá produzir, pelo menos, y unidades.
Rendimentos de escala se refere ao comportamento da produção ao aumentar
todos os insumos pelo mesmo fator. Por exemplo: Se todos os insumos
forem dobrados, qual seria o resultado do total prododuzido? Se a produção
também dobrasse, então chamaremos de rendimento constante de escala;
se aumentasse mais do que o dobro, será rendimento crescente de escala;
e se aumentar menos que o dobro, rendimento decrescente de escala25 .

2.2 Custos
Toda empresa tem como objetivo maximizar seu lucro.

Lucro = Receita T otal − Custo total

Para isso, a empresa irá buscar a maior receita possível e o menor custo
possível.
Custo aqui é entendido como todos os custos de oportunidade existentes26 .
25
Rendimento decrescente de escala, normalmente ocorre em situações de curto prazo.
Exemplo: dobrar o número de garçons sem aumentar o tamanho do restaurante. De-
pendendo do número de garçons, um vai atrapalhar o outro, reduzindo a produção de
serviço.
26
Custo de oportunidade: é aquilo que se abre mão para ter algo. Exemplo: ao comprar
um insumo, a empresa abre mão de alocar o recurso utilizado na compra em um outro
insumo ou outro uso qualquer. Esse rendimento é o custo de oportunidade associado a
32 2 - TEORIA DA FIRMA

Há custos de oportunidade explícito e implícito.


• Custo de oportunidade explícito é aquele que é necessário desembolso
de dinheiro. Por este motivo é fácil de identificar e mensurar.
• Custo de oportunidade implícito é aquele que não necessita de desem-
bolso de dinheiro. Por exemplo: se o empreendedor tem a oportunidade
de um emprego fixo, este emprego é o custo de oportunidade de em-
preender27 . Um recurso utilizado na compra de equipamento poderia
ser utilizado em uma aplicação financeira. Este custo de oportunidade
do capital financeiro também é um exemplo de custo implícito.
Voltemos à macroeconomia. Lembra dos componentes do PIB?
O investimento reduz com o aumento dos juros, pois parte do
recursos que seria utilizado para aumento de capacidade produtiva
passar a ser alocado em rendimentos financeiros, pois este aumento
acarreta em aumento do custo de oportunidade. Será que seria
melhor investir em uma fábrica ou deixar o dinheiro rendendo
15% real sem fazer nada?.
Há uma diferença entre lucro contábil e lucro econômico. O lucro contábil
está acossiado ao custo explícito, pois o contador só se preocupa com a saída
e entrada de dinheiro. Porém, o lucro econÔmico está associado ao custo
implícito e explícito. Veja um exemplo:
Maria utilizou R$100mil que tinha de reserva que rendia 5% ao
ano mais um empréstimo de R$200 mil a um juros de 10% ao ano
para abrir uma franquia. O custo contábil é R$20mil anuais. O
custo econômico é R$25mil: R$20 mil do juros mais os R$5mil
que deixou de render na poupança. Logo, se a empresa tem uma
receita de R$30mil, o lucro contábil será de R$10mil e o lucro
econômico será de R$5mil.
O custo total pode ser dividido em custos fixos e custos variáveis. Custos
fixos são aqueles que não variam com a quantidade produzida. Exemplos:
aluguel. Custos variáveis são aqueles que variam com a quantidade produzida.
Normalmente, os custos variáveis estão relacionados aos insumos do processo
produtivo.

Custo total = Custo f ixo + custo variável

compra do insumo.
27
Por isso é sempre importante o empreendedor contabilizar seu custo de oportunidade.
2.2 CUSTOS 33

Duas perguntas deve ser feitas ao analisar os custos: * Quanto custa cada
unidade do produto?
* Quanto custa fabricar uma unidade a mais do produto?
A primeira pergunta se refere ao custo total dividido pela quantidade pro-
duzida, ou seja, custo total médio. A segunda se refere ao custo de fabricar
uma unidade a mais, ou seja, custo marginal.

custo total
Custo total médio =
quantidade
Custo T otaln+1 − Custo T otaln
Custo marginal =
Quantidaden+1 − Quantidaden
CFn+1 + CVn+1 − CFn − CVn
Custo marginal =
Quantidaden+1 − Quantidaden
Como o custo fixo não varia (CFn+1 = CFn ), o custo marginal também pode
ser escrito da seguinte forma:
CVn+1 − CVn
Custo marginal =
Quantidaden+1 − Quantidaden
Outros custos são:
* Custo fixo médio:
Custo F ixo T otal
Custo F ixo M édio =
Quantidade

* Custo variável médio:


Custo V ariável T otal
Custo V ariável M édio =
Quantidade

Curvas de custos e sua formas:


• Custo Marginal Ascendente: a curva de curso marginal é crescente
conforme a quantidade produzida. Essa característica deriva do fato da
produção marginal ser decrescente, afinal, o aumento de uma unidade
de insumo produz menos do que a unidade anterior, aumentando o
custo da unidade adicional.
• Curva de custo marginal em U: pode ocorrer da curva de custo marginal
ser em U. Isso porque no início, ao adicionar, por exemplo, mão de obra
ocorre a divisão do trabalho, resultado em aumento de produtividade.
Desse modo, o aumento da produção reduz o custo marginal. Porém,
34 2 - TEORIA DA FIRMA

após uma quantidade de mão de obra, o produto marginal reduz e


aumenta o custo marginal. Desse modo, a curva de custo marginal
passa a ter um formato de U.
Seja uma empresa de construção de paredes que o empresásio só consegue
aumentar a quantidade de metros pintados alterarando a mão de obra.

Número Mˆ2 Custo Custo Custo Custo Custo Custo


de por do dos total total var- Marginal
trabal- hora aluguel trabal- médio iável
hadores dos hadores médio
equipa- (var-
mentos iáve)
(fixo)
0 0 30 0 30 - - -
1 2 30 20 50 25 10 12,5
2 5 30 40 70 14 8 6,67
3 9 30 60 90 10 6,67 5
4 14 30 80 110 7,86 5,71 4
5 19 30 100 130 6,84 5,26 4
6 23 30 120 150 6,52 5,22 5
7 26 30 140 170 6,54 5,38 6,67
8 28 30 160 190 6,79 5,71 10
9 29 30 180 210 7,24 6,21 20

Observe que a produtividade do trabalhador é crescente no início, porém,


conforme aumenta o número de trabalhadores a produtividade reduz. Como
consequência, ocorre a redução do custo marginal no início e aumento no
final. Perceba que enquanto o custo marginal for menor do que o custo total
médio, o custo total médio reduz ao produzir a próxima unidade. Observe de
forma matemática:

Custo totaln
Custo T otal M édion =
n
Ao produzir mais uma unidade, o custo total de n+1 unidades será o custo
total de n unidades mais o custo marginal. Logo:

Custo T otaln+1 = Custo T otaln + CM gn+1


Custo T otaln + CM gn+1
Custo T otal M édion+1 =
n+1
2.3 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO 35

Custo T otal M édion+1 × (n + 1) = Custo T otal M édion × n + CM gn+1


Se o custo marginal da unidade n+1 for igual ao custo total médio de n
unidades, então o Custo Total Médio não se altera; se for menos, então o
custo total médio é decrescente; se for maior, então o Custo Total Médio é
crescente.
Sempre que o custo marginal for menor do que o custo total médio,
o custo total médio estará em queda. Sempre que o custo marginal
for maior do que o custo total médio, o custo total médio estará
aumentando.
O Custo Fixo Médio sempre será decrescente
O custo Variável Médio é decrescente no início (devido ao au-
mento de produtividade) e posteriormente crescente (queda na
produtividade)
Outro ponto relevante a ser levantado é: o custo fixo pode variar dependendo
da quantidade produzida. No caso de fazer pão, onde parte do custo fixo é a
quantidade de gás utilizado na fornada. Se você só consegue assar 12 pães
por vez, o décimo terceiro pão irá acarretar em uma nova fornada, ou seja,
acarreta em um custo superior aos ingredientes deste pão adicional. Veja que
do décimo terceiro ao vigésimo quarto pão, o custo fixo do gás irá reduzir.
O ciclo se repete no vigésimo quinto pão. Por isso nem sempre vale a pena
aumentar uma unidade na produção.

2.3 Maximização do lucro


Lucro é o resultado da receita menos os custos.

Lucro = Receita − Custos


O objetivo da empresa será sempre maximizar seus lucros e minimizar seus cus-
tos. Há três cenários que a empresa pode estar atuando: mercado competitivo;
oligopólio; e monopólio.

2.2.1 Maximização de lucros no mercado perfeitamente


competitivo
O que faz um mercado ser competitivo ou mercado perfeitamente competitivo:
• Há muitos compradores e vendedores no mercado;
36 2 - TEORIA DA FIRMA

• Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são o mesmo;


• Os vendedores e compradores não conseguem influênciar no preço do
produto;
• As empresas podem entrar e sair livremente do mercado.
Em função dessas características, a empresa não tem influencia nos preços de
mercado dos seus produtos e insumos. Devido a este fato:
• Receitatotal = P reço × Quantidade V endida
• Receita média = P reço
• Receita marginal = P reço
Obs: Receita Marginal é o valor recebido ao vender uma unidade a mais.
Para maximizar o lucro, a empresa produz até o ponto em que a receita
marginal seja igual ao custo marginal de cada unidade. Caso contrário, ela
estaria levando prejuízo ao produzir a próxima unidade. Exemplo: se o preço
de venda for R$4,00 e o custo de produzir a sexta unidade for maior do que
R$4,00, a empresa não irá produzir a sexta unidade.
Sendo assim, em um mercado competitivo, a empresa irá produzir até o ponto
que:
Receita M arginal = Custo M arginal
Como a receita marginal no mercado competitivo é igual ao preço, temos
que:
Custo M arginal = P reço

Pode ocorrer da empresa suspender as atividades no curto prazo. Aqui


vale uma distinção:

Suspensão ou paralização da empresa Saída ou encerramento


Curto prazo Longo prazo
Temporário Definitivo
Precisa arcar com os custos fixos Não precisa arcar com custos nenhum

Uma empresa decide suspender as atividades quando os custos variáveis


são maiores do que a receita total, ou seja, para qualquer quantidade que
a empresa produza, irá acarretar em prejuízo. Neste cenário, é melhor não
produzir e esperar o preço de seu produto aumentar ou dos custos diminuirem.
Isso é o mesmo que dizer que a empresa irá suspender quando o custo
2.3 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO 37

variável médio for maior do que o preço.


Matemáticamente: Se:
RT < CV
A receita irá suspender as atividades. Isso é o mesmo que:
RT CV
<
Q Q
P < CV M

Uma empresa decide Sair, ou encerrar as atividades se a receita que obteria


na produção for menor do que os custos totais. Matematicamente: se:

RT < CT
RT CT
=
Q Q
P < CT M

2.2.2 Maximização de lucros no monopílio


Um monopólio é um mercado em que apenas uma empresa pode vender seu
produto e este não existe substitutos para este produto. O principal motivo
para existência de um monopólio são as barreiras de entrada. Exemplos:
• Um recurso-chave é exclusivo de uma única empresa;
• O governo concede à uma empresa o direito exclusivo de produzir um
determinado bem ou serviço;
• Os custos iniciais de produção são grandes ao ponto de apenas um
produtor, eficiente, é capaz de operar no mercado.
Obs1 : As patentes e direitos autorais são monopólios concedidos pelo governo
para o inventor do produto. Obs2 : Monopólios naturais são casos em
que o custo fixo é alto e o custo marginal baixo. Nestes casos, naturalmente
uma empresa irá operar no mercado. O fator crucial é o tamanho da Escala
Mínima de Eficiência (EME), que aponta o nível de produção capaz de
gerar o custo médio mínimo, em relação a demanda de mercado. Se a EME
for de 80 unidades em um mercado potencial de 100 unidades, há grandes
chances deste mercado se tornar um monopólio. Porém, se a EME for de
apenas 10 unidades em um mercado de 100 unidades, o mercado comporta
outros competidores.
38 2 - TEORIA DA FIRMA

Ao contrário das empresas que atuam no mercado competitivo, o monopolista


têm influência no preço de equilíbio. Sendo assim, quando mais ele produzir,
menor o preço, por outro lado, se ele aumenta o preço, menor a demanda.
Afinal, qual o ponto que o monopolista irá produzir para maximizar o lucro?
Assim como no caso das empresas competitivas, o monopolista deseja maxi-
mizar o lucro. Sendo que:

Lucro = Receita − Custo

Diferente das empresas que atual no mercado competitivo, em que a receita


marginal (receita que obtém ao produzir e vender uma unidade a mais) não
se altera (mantém igual ao preço), no caso do monopolista a receita marginal
não é constante, pois ao produzir uma unidade a mais e vende-la, o preço
de seu produto reduz, de modo que a receita marginal também reduz. O
monopolista se depara com dois efeitos sobre o lucro:
• Efeito quantidade: o aumento da quantidade vendida impacta no au-
mento do lucro;
• Efeito preço: ao produzir mais unidades, o preço do produto diminiu,
impactando na redução do lucro.
A empresa monopolista irá aumentar a produção enquanto a receitar marginal
for maior ou igual ao custo marginal. QUando a receita marginal igualar
ao custo marginal, a empresa estará no ponto ótimo, ou seja, no ponto de
lucro máximo. Há uma diferença entre o caso da empresa competitiva e do
monopolista:
• Para empresas competitivas: P = RMg = CMg
• Para empresas monopolistas: P > RMg = CMg

2.2.3 Maximização de lucros no oligopólio


Oligopólio é um mercado caracterizado por poucos competidores, oferecendo
produtos similares ou idênticos. Em um oligopólio, os vendedores podem agir
de duas formas:
• Competidores: Os vendendores buscam maximizar seu lucro, aumen-
tando a produção até o lucro máximo. Os produtores irão interagir ente
si, produzindo conforme a decisão do outro produtor até o equilíbrio.
• Cartel/conluio: pratica em que os vendendores combinam ente sí a
produção e, em conjunto, passam a operar como monopolistas.
2.3 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO 39

O equilíbrio atingido pelos produtores que estão interagindo uns aos outros é
conhecido como Equilíbrio de Nash. Veja no exemplo abaixo:
Seja um duopólio28 formado por João e José que se deparam com a seguinte
curva de demanda:

Produção Preço unitário Receita total


5 60 300
10 50 500
20 40 800
30 30 900
40 20 800
50 10 500
60 5 300

Considere que não há custo de produção, logo, o lucro será igual a receita
total. Em um caso de conlui, ambos vão combinar produção para agir como
monopolista. Logo, a produção somada escolhida será de 30 (15 para cada) e
o lucro de 900(450 para cada).
Caso entem em competição, cada um buscando maximizar o lucro, haverá
incentivos a sair do conluio. João poderá pensar: Se eu produzir 25, a
produção total será de 40 e eu obteria o lucro de 500. José poderia pensar
da mesma forma levando a produção total passar a 50. Neste caso o lucro e
ambos seriam de 250. Mais uma vez, José poderia pensar: “E se eu aumentar
a produção para 35 levando a produção total a 60?” Neste caso, o preço seria
de 5 e meu lucro 175. Lucro inferior a manter a produção em 25.Logo, nem
JOsé, nem João tem incentivos a aumentar a produção. Cada um produzindo
25 é um Equilibrio de Nash. Uma vez atingido este equilíbrio, nenhum
agente tem interesse em alterar sua decisão.
Ao contrário do mercado competitivo, o oligopólio não leva ao equilíbrio de
um mercado competitivo, pois a decisão de produção dos agente influencia
no preço. Eles sabem que ao aumentar a produção, eles irião levar a redução
do preço, como ocorrido no exemplo acima.

28
Duopólio é um oligopílio com dois competidores. A análise de um duopólio é semelhante
ao do oligopólio.
40 2 - TEORIA DA FIRMA
C - Finanças

41
42 2 - TEORIA DA FIRMA
Conceitos

Fluxo de Caixa
Fluxo de caixa é a diferença entre a quantidade de dinheiro que entrou e a
quantidade de dinheiro que saiu. Um diagrama de fluxo de caixa possui as
seguintes convenções:

• A linha horizontal representa a linha do tempo. Cada marcação na


linha representa o fim de um período e o início do período seguinte.

• A despesas e receitas são consideradas sempre no final do período.

• OS valores são representados por setas. Setas para cima: entrada de


caixa. Seta para baixo: saída de caixa.

• Ao final de cada seta, há o valor correspondente. Caso o valor se repita


durante n períodos consecutivos, é comum adotar uma linha horizontal
cobrindo todos os períodos e o valor que se repete.

obs: O diagrama será desenhado no quadro.

Valor futuro e Taxa de juros


O dinheiro no presente não tem o mesmo valor que o mesmo dinheiro no
futuro. Isso ocorre porque este dinheiro no presente poderá render juros
até o momento no futuro. O valor do dinheiro no presente vai depender da
taxa de rendimento que este dinheiro pode conseguir ao aplica-lo em algum
investimento.
Valor Futuro (VF) se refere ao montante de dinheiro de um investimento
que aumentará ao longo do tempo a uma taxa de rendimento específica. Sendo
assim, o valor do dinheiro no futuro é igual o valor presente mais o juros.

43
44 CONCEITOS

Juros Simples e Compostos


Seja VP o montante investido e VF o valor futuro do montante investido.
Para apenas um período, temos:

V F = V P + juros
V F = V P + V P · (taxa de juros)
V F = V P · (1 + taxa de juros)
Para mais de um período de juros, há dois modelos de capitalização de juros:
juros simples e juros compostos.
No caso dos juros simples, a taxa de juros incide apenas no valor principal,
ou seja, apenas o valor investido inicial irá render juros. Nos juros compostos,
a taxa de juros incide também nos juros. Vamos a um exemplo de mais de
um período.
Seja i a taxa de juros, VP o valor presente, VF o valor futuro e n a quantidade
de períodos:

Juros simples:

Para 1 período:

V F1 = V P · (1 + i)
Para 2 períodos:

V F2 = V F1 + juros
V F2 = V F1 + V P · i
V F2 = V P · (1 + i) + V P · i
V F2 = V P · (1 + i + i)
V F2 = V P · (1 + 2 · i)

Para n períodos:

V Fn = V Fn−1 + V P · i
V Fn = V F(n−1) + V P · i
V Fn = V P · [1 + (n − 1) · i] + V P · i
VALOR FUTURO E TAXA DE JUROS 45

V Fn = V P · [1 + n · i − i + i]

V Fn = V P · (1 + n · i)

Juros compostos:
Para um período:

V F1 = V P · (1 + taxa de juros)
Como nos juros compostos a taxa de juros vai incidir tanto no principal
quanto os juros, em t=2 o valor futuro será: Para 2 períodos:

V F2 = V F1 + juros
Agora o juros irá incidir sobre os VP e sobre os juros, ou seja, o juros irá
incidir sobre todo o valor V F1

V F2 = V F1 + V F1 · i

V F2 = V F1 · (1 + i)
Como V F1 = V P · (1 + i):

V F2 = V P · (1 + i) · (1 + i)

V F2 = V P · (1 + i)2

Pata n períodos
V Fn = V Fn−1 · (1 + i)
V Fn = V P · (1 + i)n−1 · (1 + i)
V Fn = V P · (1 + i)n

(1 + r)n é chamado de fator de acumulação de capital, ou fator de valor


1
futuro. (1+r) n é chamado de fator de desconto ou fator de valor atual

ou fator de valor presente.


Todo rendimento de juros pode ser dividido em 2 ganhos: ganhos sobre o
montante (juros simples) + ganhos sobre os juros.
Seja a taxa de juros igual a 10% ao ano:
46 CONCEITOS

Ano Montante Juros Simples Juros Compostos Montante Final


1 $100 $10 $0 $110
2 $110 $10 $1 $121
3 $121 $10 $2,1 $133,1

Período de capitalização, taxa nominal e taxa efetiva e


perpetuidade
Período de capitalização é de quanto em quanto tempo a taxa de juros será
aplicada sorbe o montante. Logo, quando tempos uma taxa de juros de 3%
a.a. com capitalização anual, ao final de um ano, o incidirá juros de 3% sobre
o montante. Porém, o que ocorre quando a taxa for de 3% com capitalização
semestral? Em casos assim, haverá uma diferença entre a taxa nominal e
a taxa efetiva. Quando ocorre do perído ser diferente do perído-base da
taxa, calcula-se, por proporção simples, a taxa equivalente ao período de
capitalização. Veja alguns exemplos:
Seja:
• Taxa: 12
• Capital: 100 reais.
• Aplicação de 1 ano.
Se a capitalização for:
Mensal: 12%/12=1% a.m. -> V Fn = 100 · (1 + 0, 01)1 2
Semestral: 12%/2= 6% a.s. -> V Fn = 100 · (1 + 0, 06)2
Anual: 12% a.a. -> V Fn = 100 · (1 + 0, 12)1
As taxas anuais efetivas são, respectivamente: 12,68%, 12,36% e 12%.
Seja o capital aplicado P e a taxa de juros r. No fim do período o valor do
montante será: M = P + P · r. Se retirarmos apenas o juros, ou seja, P · r,
ao final do próximo período teremos o mesmo montante e assim se repetirá.
Essas rendas são chamadas de rendas perpétuas ou perpetuidade. Vale
ressaltar que se o valor retirado for superior ao rendimento, o montante irá
deminuir indefinidamente. Se o valro retirado for menor ao que o rendimento,
o montante irá aumentar indefinidamente.
Seja R a renda, P o capital aplicado e j a taxa de juros:
R
R=P ·r −>P =
r
Análise de investimento

Em um investimento, há o desembolso ao início do investimento (compra de


equipamento, aquisição de uma loja, etc) e um fluxo de caixa durante a vida
útil deste investimento. Então, para avaliar um investimento é necessário
avaliar o fluxo de caixa deste investimento.

Avaliação de fluxo de caixa descontado


Avaliar um fluxo de caixa descontado é levar todos os valores para o mesmo
período no tempo29 . Quando há uma série de fluxos de caixa constantes
ou num mesmo nível em todo o período, esta série e chamada de série de
pagamentos normal ou diz que os fluxos de caixa estão na forma de
pagamento normal.

Valor presente de uma série de pagamentos


Por exemplo: um investimento diz que irá pagar 500 reais ao final de cada
ano num período de 3 anos. O valor do pagamento é igual em todo o
périodo da série. Qual seria o valor presente desta série? Considere a taxa de
desconto de 10%a.a..

V alor presente = V P1 + V P2 + V P3
500 500 500
VP = + 2
+
1, 1 (1, 1) (1, 1)3
E para um caso maior? Seja:

• C: pagamento por período;


29
Sabemos que não se pode comparar valores que estão em momentos diferentes no
tempo

47
48 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

• n: número de períodos;
• i: taxa de juros;
• VP: valor presente;

C C C C
VP = + + + ... +
(1 + i) 1 (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n

Perceba que calcularo valor presente é equivalente a soma de uma PG finita


com razão diferente de 130 . Sendo:

a1 · (1 − q n )
Sn =
1−q
Onde:
C
• a1 = 1+i

1
• q= 1+i

• n=n

1
C (1 − (1+i)n)
Sn = · 1
1+i 1 − 1+i
 
1
C 1 − (1+i)n
Sn = ·  1+i−1 
1+i 1+i
 
1
C 1 − (1+i)n
Sn = · i

1+i 1+i
 
1
C 1− (1+i)n
Sn = · i

1+i 1+i
  
c 1  1 + i 
Sn = · 1 −
1+i (1 + i)n i
 
1
1− (1+i)n
Sn = V P = C ×  
i

30
Para ver a dedução da soma de uma PG finita, acesse
https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/soma-dos-termos-uma-pg-finita.htm
AVALIAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 49

O termo em colchetes se chama Fator de juros de valor presente para os


pagamentos e é abreviado como FJVP(i,n). Perceba também que o fator de
valor presente se encontra dentro do FJVP(i,n).

Valor futuro de uma série de pagamentos


Se quisermos levar um fluxo de pagamentos para o futuro, podemos calcular
de forma análoga à seção anterior.

V Fn = C + C · (1 + i)1 + C · (1 + i)2 + ... + C · (1 + i)(n−1)


Utilizando a fórmula geral da soma de PG:

a1 · (1 − q n )
V Fn = Sn =
1−q
Onde:
• a1 = C
• q = (1 + i)

1 − (1 + i)n
V Fn = C ×
1 − (1 + i)
1 − (1 + i)n
V Fn = C ×
−i
 
(1 + i)n − 1 
V Fn = C × 
i
O fator entre colchetes se chama de Fator de valor futuro da série de
pagamentos.

Perpetuidade
A perpetuidade nada mais é do que um fluxo de caixa de valor constante
infinito. O valor presente deste fluxo de caixa nada mais é do que a soma de
uma PG infinita.
Seja:
• C: pagamento por período;
• n: número de períodos;
50 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

• i: taxa de juros;
• VP: valor presente;
Soma de PG infinita

a1
S=
1−q

Onde:
C
• a1 = 1+i
1
• q= 1+i

C
1+i
VP =S = 1
1− 1+i
C
1+i
VP = 1+i−1
1+i

C
VP =
i

Pagamentos crescentes e perpetuidade


Há casos em que há pagamentos crescentes ao longo do tempo. Neste caso, o
valor presente será:
• C: pagamento por período;
• n: número de períodos;
• i: taxa de juros;
• VP: valor presente;
• g: taxa de crescimento do pagamento;

C C × (1 + g) C × (1 + g)2 C × (1 + g)n−1
VP = + + + ... +
1+i (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n
O processo é o mesmo da soma de PG finita, sendo:
1+g
• q= 1+i
C
• a1 = 1+i
AVALIAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 51

 
 n
c 1+g
1+i
× 1 − 1+i

VP = 1+g
1− 1+i
 n
1+g
1−
 
1+i
VP =C × 
i−g
Caso os pagamentos sejam infinitos, a operaçõao será semelhante a uma PG
infinita, sendo:
C
• a1 = 1+i

1+g
• q= 1+i

C
1+i
VP =
1 − 1+g
1+i

C
VP =
i−g
### Valor presente líqiudo e outros critérios de investimento #### Valor
presente líquido Valor presente líquido de um investimento é a diferença
entre o valor de mercado e custo do investimento. Para isso, primeiro os
fluxos de caixa do investimento são estimados e posteriormente calculado o
valor presente destes fluxos de caixa31 . Após trazer todos os valores para o
presente e obter o total destes valores, desconta do valor presente o custo
do investimento. A diferença entre o valor presentes de todos os fluxos de
caixa do investimento menos o custo deste mesmo investimento é o Valor
Presente Líquido(VPL)32 . Veja um exemplo:
» Seja um equipamento que custou R$1000 e que irá gerar um fluxo de caixa
anual de R$500 nos próximos 5 anos. Sendo que um investimento sem risco
está dando um retorno de 10%a.a. sobre o valor investido, vale a pena comprar
o equipamento?
31
Lembre-se que para calcular o valor presente do fluxo de caixa basta trazer todos seus
valores futuros para o presente.
32
Pode ocorrer de ser necessário novos custos no futuro. Nestes casos, basta trazer o
custo a valor presente e somar com o custo iniciar, obtendo o valor presente dos custos.
Posteriormente, calcule o valor presente dos fluxos positivos e some com o valor presente
do custo. Você encontrará também o **Valor Presente Líquido**. Caso tenha custos e
receitas no mesmo período do futuro, pode trazer a valor presente ambos separados ou
apenas o saldo.
52 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

Para resolver a questão acima, basta trazer para o presente os 500 reais a
uma taxa de 10% a.a. e posteriormente analisar se o valor é maior do que o
custo. Como os fluxos de caixa são iguais, o valor presente destes fluxos de
caixa podem ser obtidos utilizando:

 
1
1− (1+i)n
VP =C × 
i
V P = R$1895.
V P L = V P − custo
V P L = R$1895 − R$1000 = R$895
Veja que o VPL deu positivo, indicando que a uma taxa de desconto de
10%a.a. e a um custo de R$1000, vale a pena adquirir o equipamento.

Período de retorno descontado do investimento


O período de rertorno é o período necessário para obter o retorno de investi-
mento realizado. Em outras palavras; quanto tempo terei meu dinheiro de
volta? Este tempo é o período de retorno do investimento33 . Este critério
é útil quando se propõe um período máximo para que o investimento se
pague. Caso o investimento demore mais do que o prezo estipulado, não vale
a pena realiza-lo. Caso contrário, vale a pena. Utilizando o mesmo exemplo
anterior, se quiserssemos ter o dinheiro de volta em 3 anos para realocá-lo em
outro investimento, valeria a pena comprar o equipamento? Para responder
esta pergunta, precisamos encontrar qual o período de retorno descontado o
investimento. Caso seja menor do que o exigido, vale a pena o investimento,
caso contrário, não vale a pena. Para isso, iremos calcular qual o fluxo de
caixa acumulado descontado em cada ano, ou seja, para cada ano, iremos
calcular a soma dos fluxos de caixa descontado.
Para o primeiro ano:
500
V P1 =
(1 + 0, 1)
V P1 = 454, 54
500
V P2 =
(1 + 0, 1)2
V P2 = 413, 22
33
Payback também é um termo utilizado.
AVALIAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 53

500
V P3 =
(1 + 0, 1)3
V P3 = 375, 65

Resumindo:

Número de períodos Fluxo de caixa descontado acumulado


1 454,54
2 867,76
3 1243,41

Ano Equipamento R$1000 investidos


0 0 1000
1 500 1100
2 1050 1210
3 1655 1331

Perceba que os valores se igualam entre o segundo e terceiro ano.


Vemos que já no terceiro ano, o investimento já possui valor superior ao custo.
O tempo de retorno está entre o segundo e o terceiro ano. Isso significa que
o investimento irá ficar no zero a zero em menos de 3 anos. Logo, vale a
pena realizar o investimento. Caso o investidor queira o retorno em dois anos,
não valera a pena adquirir o equipamento, pois em dois anos ele não dará
retornon suficiente para cobrir o custo. Perceba que o equipamento não será
adquirido por não dar retorno rápido quanto desejado, mesmo que seu VPL
seja positivo.

Taxa interna de retorno (TIR)


Taxa interna de retorno e a taxa de retorno de um investimento idenpendente
das taxas oferecidas em outro lugar. Se um investimento de R$100 pagar
R$110 em um ano, significa que a taxa de retorno foi de 10%a.a..
Um investimento é aceitável se a TIR for maior ou igual ao exigido. Em
outras palavras, a taxa de retorno é a taxa que torna o VPL = 0 quando
usada como taxa de desconto.
Veja o caso do exmplo anterior: utilizando a taxa de desconto de 10%a.a.,
temos que:
54 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

110
V P L = −100 +
(1 + 0, 1)
V PL = 0

Caso sejam dois pagamentos de 110:

110 110
V P L = −100 + +
1 + T IR 1 + T IR
Como a taxa interna de retorno é aquela que torna o VPL = 0, temos:
110 110
V P L = 0 = −100 + +
1 + T IR (1 + T IR)2
110 110
100 = +
1 + T IR (1 + T IR)2
T IR = 73, 427
Veja que ao utilizar este valor, o VPL será igual a zero. (faça você em
casa e comprove). Veja que se exigirmos um retorno superior a TIR, o
investimento não será aceito, caso a taxa exigida seja menor, o investimento
será aceito. Algumas observações são necessárias: Obs1 : A TIR funciona bem
para fluxos de caixa convencionais, ou seja, em fluxos de caixa que possuir
valores positivos e negativos no futuro a TIR pode acarretar em problemas.
Casos assim podem acarretar na existência de duas ou mais TIR. Veja como
varia o VPL do fluxo de caixa abaixo para cada uma das taxas de desconto
indicadas na tabela. Fluxo de caixa Ano | $ — | — 0 | -60 1 | 155 2 | -100
Taxas de desconto e VPL Taxa | VPL — | — 0% | 10% | 20% | 30% |
40% |
Para resolver esta questão, há a Taxa Interna de Retorno Modificada
que será disponíbilizada em material anexo.
Obs2 : A TIR pode apresentar problemas ao decidir sobre investimentos
mutuamente exclusivos. Nem sempre o investimento com maior TIR é a
melhor opção ao considerar a taxa exigida. VEja no exemplo abaixo:

Ano Investimento A Investimento B


0 -100 -100
1 50 20
2 40 40
AVALIAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 55

Ano Investimento A Investimento B


3 40 50
4 30 60

TIRA : 24% TIRB : 21%


Veja que a TIR do investimento A é maior do que o TIR do investimento
B. POrém, quando calculados os respectivos VPLs, a depender da taxa
escolhida (experimente com taxas de 10% e 15%), a melhor alternativa não é
o investimento com maior taxa de retorno. É sempre bom tem em mente que
a opção mais segura ao esconlher um investimento é escolher o investimento
com maior VPL.
56 ANÁLISE DE INVESTIMENTO
Bibliografia

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Lei 9009, jun. 1995.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Comunicado 6565, jan. 1999.

BRASIL. Lei 8880, de 27 de maio de 1994, maio 1994.

DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 11. ed.


Porto Alegre: AMGH Editora Ltda., 2013.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Índice Gelral de Preços - Mercado.


[s.l.] Fundação Getúlio Vargas, abr. 2021. Disponível em: <https://portalib
re.fgv.br/sites/default/files/2021-04/metodologia-igp-m-abr21.pdf>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Estrutura de SIstema de Contas Nacionais. In: Sistemas de Contas
Nacionais Brasil - Ano de referência 2010. Relatórios Metodológicos. 2.
ed. [s.l.] IBGE, 2015. p. 27.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA. Para com-


preender o INPC. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

INTERNATIONAL MONETARY FUND. Overview of the Framework - Chap-


ter 2. In: Balance of payments and International Investiment Position
Manual. [s.l.] IMF, 2009. v. 6.

MANKIW, N. G. Princípios de Microeconomia. 3. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2009a.

MANKIW, N. G. Princípios de Macroeconomia. 3. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2009b.

57
58 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

Módulo 3 0 Economia aberta: comércio externo e balanço de


pagamentos. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública - ENAP,
2016. Disponível em: <http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3013>.
Acesso em: 29 abr. 2022.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Administração


Financeira. 8. ed. São Paulo: AMGH Editora Ltda., 2008.

VARIAN, H. R. Microeconomia: Uma abordagem moderna. 9. ed. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2016.

Você também pode gostar