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Distú rbios da tireoide

Distúrbios da tireoide são condições que afetam a tireoide, uma glândula em


forma de borboleta localizada na parte inferior do pescoço. A tireoide tem um papel
importante na regulação de numerosos processos metabólicos de todo o corpo.
Diferentes tipos de distúrbios podem afetar a estrutura ou a função da tireoide.

Uma área fina de tecido em meio da glândula, conhecido como o istmo, une os
dois lóbulos da tiroide em cada lado. A tireoide utiliza o iodo para produzir os
hormônios vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3).
Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo basal, ou seja, é ele que
estimula as células a trabalharem e garante que tudo funcione corretamente no corpo.

A função da glândula tireoide é regulada por um mecanismo de auto controle


que envolve o cérebro. Quando os níveis de hormônios da tiroide estão baixos, o
hipotálamo no cérebro produz um hormônio conhecido como liberador de tirotropina
(TRH), que faz com que a glândula pituitária (localizado na base do cérebro) libere o
hormônio estimulador da tireoide (TSH).

Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândula para de funcionar


corretamente, podendo produzir mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez
que a glândula tireoide é controlada pela glândula pituitária no e pelo hipotálamo,
distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a função da tireoide.

Existem quatro tipos principais de doença da tireoide:

 Hipertireoidismo (excesso de hormônio da tireoide)


 Hipotireoidismo (redução de hormônio da tireoide)
 Nódulos e Bócio benignos da tireoide (não cancerígena)
 Câncer da tireoide.
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é um problema no qual a glândula da tireoide não produz
hormônios suficientes para a necessidade do organismo.

Causas

A glândula da tireoide é um órgão do sistema endócrino. Ela está localizada na


região anterior do pescoço, ao redor da traqueia. Apesar de seu tamanho médio ser de
15 ml (o que dá menos da metade de um copinho de café descartável) ela é
responsável pela produção de 2 hormônios: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina
(T4). Estes hormônios controlam como cada célula do corpo gasta energia – o
chamado metabolismo.

O quadro pode acontecer por um período curto (agudo) ou longo (crônico).


Vários fatores podem desencadear nesse problema, incluindo:

Doenças autoimunes

As doenças autoimunes acontecem quando o sistema imunológico ataca e


destrói tecidos saudáveis do corpo. Às vezes isso pode acontecer também com a
tireoide, o que impediria a glândula de produzir as quantidades normais de hormônios.
As causas dessas doenças, no entanto, ainda são nebulosas para os cientistas. Muitos
acreditam que vírus, bactérias ou até mesmo a genética possam estar envolvidos.

Tratamento de Hipotireoidismo
O tratamento padrão para o hipotireoidismo envolve o uso diário de uma versão
sintética do hormônio tetraiodotironina (T4): a levotiroxina. Esta medicação oral restaura os
níveis hormonais adequados, revertendo os sinais e sintomas.

Os primeiros resultados do tratamento costumam aparecer de uma a duas semanas


após o seu início. Essa medicação também reduz gradualmente os níveis de colesterol e ajuda
a reverter, também, um eventual ganho de peso do paciente provocado pelo hipotireoidismo.

Doença congênita

Alguns casos são desencadeados por um mau desenvolvimento da tireoide, que


aconteceu intra-útero, ou seja, durante a gestação. Para esses casos, os especialistas deram o
nome de hipotireoidismo congênito. Crianças com essa forma da doença podem não
apresentar quaisquer sintomas depois do nascimento, o que pode causar complicações no
futuro.
Gravidez

Algumas mulheres podem desenvolver hipotireoidismo durante ou após a


gestação, porque, muitas vezes, elas produzem anticorpos voltados para a sua própria
tireoide – o que afetaria a produção dos hormônios. Vale ressaltar que sem o
tratamento correto, aumenta o risco de parto prematuro e também de pré-eclâmpsia,
uma condição em que a pressão sanguínea da mulher aumenta consideravelmente
durante os últimos três meses de gravidez. O quadro também pode afetar o
desenvolvimento do bebê, pois o cérebro em formação do bebê precisa receber os
hormônios da tireoide para poder crescer adequadamente. É muito importante que a
mulher que tem hipotireoidismo procure seu Endocrinologista assim que ficar grávida,
assim ela poderá saber a dose correta do medicamento durante a gestação.

Doenças da tireoide podem estar presentes antes de as mulheres engravidarem


ou elas podem desenvolver-se durante a gestação. Estar grávida não altera os
sintomas de distúrbios da tireoide. A forma como o feto é afetado depende de qual
distúrbio da tireoide está presente e quais os medicamentos usados para o
tratamento. Mas, normalmente, os riscos são os seguintes:

 Com uma glândula tireoide hiperativa (hipertireoidismo): Crescimento lento ou


menor do que o esperado do feto e natimorto.
 Com uma glândula tireoide hipoativa (hipotireoidismo) caso não receba
tratamento: Desenvolvimento intelectual debilitado em crianças e aborto
espontâneo.

Complicações possíveis
 Problemas cardíacos
 Problemas psicológicos
 Infertilidade
 Defeitos congênitos
 Mixedema
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é um problema no qual a glândula tireoide produz hormônios
em excesso, o que impacta em diversas funções do organismo. Aqui a glândula é
hiperativa, ou seja, trabalha em excesso.

Ela é o contrário do hipotireoidismo, em que a tireoide não produz hormônios


suficientes para regulação do organismo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE-2010), 15% da população sofre de problemas na
tireoide, entre eles o hipertireoidismo.

Causas

A glândula da tireoide é um órgão do sistema endócrino. Ela encontra-se na


parte da frente do pescoço, logo abaixo da laringe. A glândula produz os hormônios
tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3), que controlam como cada célula do corpo gasta
energia. Esse processo é chamado de metabolismo.

O hipertireoidismo ocorre quando a tireoide produz grandes quantidades desses


hormônios em um período curto (agudo) ou longo (crônico) de tempo. Várias doenças
e distúrbios podem causar esse problema, incluindo:

 Ingestão excessiva de iodo


 Doença de Graves (responsável pela maioria dos casos de hipertireoidismo)
 Inflamação da tireoide (tireoidite) devido a infecções virais ou outros motivos –
como a tireoidite após o parto
 Tumores não-cancerígenos da tireoide ou da glândula pituitária
 Superdosagem de hormônio da tireoide
 Tumores nos testículos ou ovários.

Tratamento de Hipertireoidismo
Existem diversos tipos de tratamento para hipertireoidismo, que dependem da
causa da doença e da gravidade dos sintomas. Veja exemplos de terapias para esse
problema:

Medicamentos antitireoidianos. Essas drogas diminuem a quantidade de


hormônio produzido pela tireoide. A droga preferida é o metimazol. Para as mulheres
grávidas ou lactantes, o propiltiouracil (PTU) pode ser preferido. Como o PTU tem sido
associado a efeitos secundários, ele não é utilizado rotineiramente fora da gravidez.
Ambas as drogas controlam, mas podem não curar o hipertireoidismo

Ingestão de iodo radioativo. Esse tratamento cura o problema da tireoide, mas


geralmente leva à sua destruição permanente. Você provavelmente precisará tomar
comprimidos de hormônio tireoideanos para o resto de sua vida para manter níveis
hormonais normais.

Caso a tireoide seja removida com cirurgia ou destruída com radiação, será
preciso repor os hormônios com pílulas pelo resto da vida.

Complicações possíveis
 Frequência cardíaca acelerada
 Insuficiência cardíaca congestiva
 Fibrilação atrial
 Maior risco de desenvolver osteoporose, se o hipertireoidismo estiver presente
por um longo período.
Câncer de tireoide
O câncer da tireóide pode ser considerado o mais comum da região da cabeça e
pescoço e é três vezes mais freqüente no sexo feminino. No Brasil correspondeu a
1,3% de todos os casos de câncer matriculados no INCA de 1994 a 1998, e a 6,4% de
todos os cânceres da cabeça e pescoço.

Os carcinomas diferenciados são os mais freqüentes. Dentre eles existem o


carcinoma papilífero, o carcinoma folicular e o carcinoma de células de Hürthle. Entre
os carcinomas pouco diferenciados temos carcinomas medulares e os carcinomas
indiferenciados.

Câncer de Tireoide Diferenciado


Os carcinomas diferenciados se desenvolvem a partir das células foliculares da
tireoide. Neste tipo de câncer, as células se parecem muito com o tecido tireoidiano
normal quando vistas sob um microscópio.

Carcinoma Papilífero. 80% dos cânceres de tireoide são carcinomas papilíferos,


também conhecidos por adenocarcinomas papilíferos. Normalmente crescem muito
lentamente, se desenvolvem em apenas um lobo da glândula tireoide, mas às vezes
pode ocorrer em ambos os lobos. Mesmo que seu desenvolvimento seja lento, muitas
vezes os carcinomas papilares se disseminam para os nódulos linfáticos do pescoço.

Carcinoma Folicular. O carcinoma folicular ou adenocarcinoma folicular é menos


comum do que o carcinoma papilífero, correspondendo a 10% dos cânceres de
tireoide. O carcinoma folicular, ao contrário do papilar geralmente não se dissemina
para os gânglios linfáticos, mas alguns podem se disseminar para outros órgãos, como
os pulmões ou ossos.

Carcinoma de Células de Hürthle. Este tipo é também conhecido como carcinoma de


células Oxífilas. É responsável por cerca de 3% dos cânceres da tireoide. Este tipo é
mais difícil de ser diagnosticado e tratado.

Carcinoma Medular de Tireoide

O carcinoma medular da tireoide representa 4% dos cânceres da tireoide, e se


desenvolve a partir das células C da glândula. Às vezes esse tipo de câncer pode se
disseminar para os gânglios linfáticos, pulmões, fígado, antes mesmo do nódulo na
tireoide ser diagnosticado.
Existem 2 tipos de carcinoma medular:
Carcinoma Medular Esporádico. Representa 80% dos casos, afeta apenas um lobo da
tireoide e ocorre principalmente em adultos.

Carcinoma Medular Hereditário. Este tipo de câncer frequentemente se desenvolve


durante a infância ou início da idade adulta e pode se disseminar cedo. Os pacientes
geralmente apresentam doença em diversas áreas de ambos os lobos.

Câncer de Tireoide Anaplásico (Indiferenciado)

O carcinoma anaplásico ou carcinoma indiferenciado é uma forma rara de câncer de


tireoide, correspondendo apenas a 2% de todos os cânceres da glândula. Este tumor é
chamado indiferenciado, porque as células cancerígenas não se parecem muito com as
células normais da tiroide sob o microscópio. Este é um tumor que invade
rapidamente o pescoço e muitas vezes se dissemina para outros órgãos.

Cânceres de Tireoide menos Comuns

Menos de 4% dos cânceres diagnosticados na tireoide são linfomas tireoidianos,


sarcomas da tireoide ou outros tumores raros.

Tratamento de Câncer de tireoide


O tratamento do câncer da tireóide é cirúrgico. A tireoidectomia total ou parcial
(em casos indicados) é o tratamento de escolha.

Tireoidectomia: remoção cirúrgica da totalidade ou de parte da glândula tireoide.


Esta cirurgia pode ser efetuada quando um paciente sofre de câncer da tireoide ou
sofre de outra patologia deste órgão tal como o hipertireoidismo.

O tratamento dos carcinomas bem diferenciados (carcinoma papilífero e


carcinoma folicular) depende dos fatores de risco, que indicarão a extensão da cirurgia
e a necessidade da complementação terapêutica com o iodo radioativo. Já os outros
tumores malignos da tireoide, deverão ser tratados com a tireoidectomia total.

Em casos de tumores que apresentem disseminação para gânglios linfáticos


cervicais, o tratamento do tumor primário deve ser associado ao esvaziamento cervical
seletivo (retirada dos gânglios linfáticos relacionados). A complementação terapêutica
com o iodo radioativo deve ser sempre utilizada em pacientes com carcinomas bem
diferenciados, considerados de alto risco e submetidos a tireoidectomia total.
Bócio
O Bócio surge quando a glândula da tireoide aumenta de tamanho, formando
uma espécie de nódulo ou caroço na região do pescoço, que se torna mais
arredondado e mais largo do que o normal. O bócio geralmente consegue ser
facilmente observado sem grande dificuldade, e ele pode ser simétrico, assimétrico,
composto por um nódulo ou por um conjunto deles, sendo nestes casos conhecido
como bócio nodular ou multinodular. 

O bócio pode ter diversas causas, mas é comum surgir quando surgem distúrbios
no funcionamento da tireoide, como o hipertireoidismo ou hipotireoidismo.

Possíveis causas 

 Algumas das possíveis causas que podem levar ao surgimento do bócio


incluem: 
 Distúrbios no funcionamento da tireoide como hipertireoidismo ou
hipotireoidismo;
 Uso de alguns medicamentos;
 Doenças autoimunes como a tireoidite autoimune;
 Infecções;
 Tumor na tireoide.

O bócio também pode surgir devido a deficiências em iodo, que fazem com que a
glândula da tireoide seja forçada trabalhar mais para capturar iodeto necessário para a
síntese dos hormônios tireoidianos. Este trabalho forçado feito por esta glândula leva
ao seu aumento de tamanho e assim ao surgimento do bócio. Além disso, existem
casos onde o bócio surge logo à nascença, sedo nestes casos conhecido como bócio
congênito.
Tratamento 

Quando o bócio é causado por deficiências em iodo, o seu tratamento é feito


através da administração de iodo em doses 10 vezes maiores que a dose diária
recomendada durante algumas semanas. Com este tratamento, a glândula da tireoide
consegue capturar sem esforço o iodeto que necessita para a síntese de hormônios, o
que após algumas semanas pode fazer com que ela volte ao seu tamanho normal.
Porém, em casos mais graves pode ser necessário manter o tratamento por toda a
vida. 

Nos casos de existem distúrbios no funcionamento da tireoide como


hipertireoidismo ou hipotireoidismo o tratamento não é linear, podendo ser feito
usando remédios como Tapazol ou Puran T4 ou com cápsulas de iodo radioativo. Nos
casos de câncer da tireoide, pode ser necessária a remoção desta glândula através de
cirurgia. 
Tireoidite de Hashimoto
A tireoidite de Hashimoto é uma doença auto-imune caracterizada por uma
inflamação da tireoide, que leva ao hipertireoidismo que frequentemente é seguido
por um hipotireoidismo.

Na tireoidite de Hashimoto o corpo produz anticorpos que atacam a tireoide e


isso pode acontecer em qualquer fase da vida. A doença começa com um aumento
indolor da glândula ou com uma sensação de bola no pescoço, que não causa
nenhuma dor à palpação.

Causas

A tireoidite de Hashimoto é causada quando o organismo fabrica anticorpos


contra a tireoide. O nosso sistema imunológico é uma máquina programada para ser
eficiente. Ele é programado para reconhecer, identificar e atacar os invasores do nosso
corpo. Estamos cercados por vírus, parasitas e bactérias. Quando somos "atacados"
existem células de defesa que vão fazer uma leitura do invasor - como se o escaneasse
por inteiro - e vão levar as informações para o sistema imunológico. A partir daí, o
sistema imune vai então dizer o que precisa ser feito: atacar ou não, produzir
anticorpos ou enviar células de destruição ao local onde o invasor se encontra.

Em algumas pessoas, o sistema imunológico acaba recebendo algumas


informações incorretas ou faz uma análise incorreta ou trocada das informações que
recebeu. O resultado é a produção de anticorpos que vão atacar algumas regiões do
próprio corpo, chamados auto anticorpos. Dessa forma, é possível que uma pessoa
que tenha o sistema imunológico alterado, produza auto anticorpos contra a tireoide -
fazendo hipertireoidismo - que chamamos de Doença de Basedow Graves, ou
hipotireoidismo - que é a tireoidite de Hashimoto.

Na tireoidite de Hashimoto, o ataque dos anticorpos na tireoide causa a


dificuldade de funcionamento e uma inflamação crônica, conhecida como tireoidite
linfocítica crônica.
Fatores de risco

Existem alguns fatores que aumentam as chances de ter a Tireoidite de Hashimoto,


como:

1. Sexo feminino: As mulheres são muito mais propensas a desenvolver a doença


de Hashimoto.
2. Meia idade: A doença de Hashimoto pode ocorrer em qualquer idade, mas
mais comumente ocorre durante a meia idade.
3. Genética: casos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo na família, ou outras
doenças autoimunes como: Artrite reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico
ou Vitiligo podem determinar que o paciente esteja em maior risco para a
doença de Hashimoto.
4. Ter outra doença auto-imune: quadros como como artrite
reumatoide, Diabetes tipo 1 ou Lupus Eritematoso Sistêmico - aumenta o risco
de desenvolver a doença de Hashimoto.
5. Exposição à radiação: as pessoas expostas a níveis excessivos de radiação
ambiental são mais propensas à doença de Hashimoto.

Tratamento de Tireoidite de Hashimoto

O tratamento da tireoidite de Hashimoto, quando indicado, é feito com a


medicação Levotiroxina, usada para substituir a quantidade que está faltando da
produção diária do hormônio. É como se fosse uma ajuda externa para que seu corpo
fique equilibrado. E é por isso que ela tem que ser tomada de forma muito certa, pois
vai ajudar a reequilibrar os níveis hormonais.

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