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Instituto de Educação Santa Maria

Docente: Alba Valéria de Assis


Pompéu – MG
Economia e Administração Empresarial

MÓDULO 1 – O CONCEITO DE ECONOMIA E OS SISTEMAS ECONÔMICOS

O CONCEITO DE ECONOMIA

As pessoas necessitam alimentar-se, vestir-se, receber uma educação, etc; para isso, há os
recursos, mas a renda é insuficiente na hora de conseguir todos os bens e serviços desejados para
satisfazer suas necessidades.
A sociedade (conjunto de pessoas) tem também necessidades coletivas, tais como
estradas, defesa, justiça, etc. O mesmo ocorre individualmente com as pessoas, que também têm
mais necessidades do que meios para satisfazê-las. A economia se ocupa das questões relativas à
satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade.

Figura 1- Tipos de necessidades humanas

A satisfação de necessidades materiais (alimentos, roupas, etc) e não-materiais (educação,


lazer) de uma sociedade obriga seus membros a se ocuparem de determinadas atividades
produtivas. Por intermédio dessas atividades, produzem os bens e serviços de que necessitam, e
que posteriormente se distribuem para seu consumo entre os membros da sociedade.
Nesse processo de produção e consumo, surgem e são solucionados muitos problemas de
caráter econômico: problemas nos quais se utilizam diversos meios para se conseguir uma série
de fins ou objetivos.
Na produção, por exemplo, a empresa tem de decidir que bens vai produzir e que meios
utilizará para produzi-los. No caso de uma empresa que produz automóveis, os gerentes têm de
decidir o modelo de automóvel a ser lançado no mercado e se irão produzi-lo com uma tecnologia
robotizada ou com uma em que se emprega mais mão-de-obra.
Em relação ao consumo, as famílias têm de decidir como vão gastar a renda familiar entre
os diferentes bens e serviços ofertados para satisfazer suas necessidades. Assim, uma família
qualquer, na hora de decidir entre um televisor ou uma máquina de lavar, levará em conta suas
necessidades, os preços de ambos os bens e suas próprias preferências, de forma que o resultado
da escolha seja o mais apropriado.

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DEFINIÇÃO DE ECONOMIA

A economia estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem escolhas e tomam
decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da melhor
maneira para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade.
A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo
de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade.
A economia somente se preocupa com as necessidades que são satisfeitas por bens
econômicos, ou seja, por elementos naturais escassos ou por produtos elaborados pelo homem.

A MICRO E A MACROECONOMIA

A microeconomia ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas, como


as famílias, ou consumidores, e as empresas. Estudam também os mercados em que operam os
demandantes e ofertantes de bens e serviços. A perspectiva microeconômica considera a atuação
das diferentes unidades econômicas como se fossem unidades individuais.
A microeconomia é aquela parte da teoria econômica que estuda o comportamento das
unidades, tais como os consumidores, as indústrias e empresas, e suas inter-relações.
A macroeconomia, pelo contrário, ocupa-se do comportamento global do sistema
econômico refletido em um número reduzido de variáveis, como o produto total de uma economia,
o emprego, etc.
A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é
obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar
sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países.

O PROBLEMA ECONÔMICO: A ESCASSEZ

O problema econômico por excelência é a escassez. Surge porque as necessidades


humanas são virtualmente ilimitadas, e os recursos econômicos, limitados, incluindo também os
bens. Esse não é um problema tecnológico, e sim de disparidade entre os desejos humanos e os
meios disponíveis para satisfazê-los. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de
adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que a disponibilidade.

AS NECESSIDADES, OS BENS ECONÔMICOS E OS SERVIÇOS

O conceito de necessidade humana, isto é, a sensação de carência de algo unida ao desejo


de satisfazê-la é algo relativo, pois os desejos dos indivíduos não são fixos. Assim, pois, o fato real
que enfrenta a economia é que em todas as sociedades, tanto nas ricas como nas pobres, os
desejos dos indivíduos não podem ser completamente satisfeitos. Nesse sentido, bens escassos
são aqueles que nunca se têm em quantidade suficiente para satisfazer os desejos dos indivíduos.
Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, pela escassez e por serem
transferíveis. Os bens livres - como por exemplo o ar – são aqueles cuja quantidade é suficiente
para satisfazer a todo o mundo.
Quando buscam satisfazer suas necessidades, as pessoas procuram, normalmente, fixar
suas preferências. Assim, os primeiros bens desejados são os que satisfazem as necessidades
básicas ou primárias, como a alimentação, o vestuário e a saúde. Satisfeitas as necessidades
primárias, os indivíduos passam a satisfazer outras mais refinadas, como o turismo, ou buscam
qualidade de bens que satisfaçam suas necessidades primárias, como uma habitação melhor,
roupas de determinadas marcas, etc.
Por isso, pode-se dizer que as necessidades são ilimitadas.

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TIPOS DE BENS ECONÔMICOS

Bens são meios materiais que servem para satisfazer as necessidades humanas. Os bens
de produção ou de capital não satisfazem diretamente as necessidades humanas, porém são
indispensáveis à produção.

Figura 2 – Tipos de bens

Os bens podem ainda se classificar em privados e públicos. Bens privados são os


produzidos e possuídos privadamente. Bens públicos ou coletivos são aqueles cujo consumo é
feito simultaneamente por vários sujeitos, por exemplo, um parque público.

OS SERVIÇOS

Os serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou
indiretamente a satisfazer necessidades humanas.

RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO

Os recursos são os fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e


serviços. São denominados fatores de produção.
Tradicionalmente, esses fatores se dividem em três grandes categorias: terra, trabalho e
capital.
a) O termo terra é usado em sentido amplo, indicando não só a terra cultivável e urbana, mas
também os recursos naturais que contém.
b) O fator trabalho refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que
intervêm no processo produtivo. O trabalho é o fator de produção básico.
c) O capital compreende as edificações, as fábricas, a maquinaria e os equipamentos, a
existência de meios elaborados e demais meios utilizados no processo produtivo.

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Figura 3 - Trabalho e população.

OS BENS DE CAPITAL

Os bens de capital ou bens de investimento, não são concebidos para satisfazer


diretamente às necessidades humanas, mas para serem utilizados na produção de outros bens.
O capital empregado na produção pode dividir-se em capital fixo e capital circulante.

Figura 4 – Tipos de capital

Em economia, o termo capital significa capital físico, isto é, máquinas e edifícios, e não
capital financeiro ou capital humano.

A NECESSIDADE DE ESCOLHA E O CUSTO DE OPORTUNIDADE

Na vida somos forçados a escolher continuamente. Quando optamos por algo, temos de
renunciar a outras coisas. Como os recursos disponíveis são escassos, somente se pode
satisfazer uma necessidade se deixar de satisfazer outra. Não há recursos materiais suficientes,
trabalho e nem capital para produzir tudo o que as pessoas desejam. Por isso, é necessário
escolher entre as diferentes opções que se apresentam.
Esse problema é enfrentado pelos governos, famílias e empresas. Quando decidem gastar
ou produzir, governos, empresas ou famílias estão renunciando a outras possibilidades. A opção

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que se deve abandonar para poder produzir ou obter outra coisa se associa, em economia, ao
conceito de custo de oportunidade.
O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços
a que se deve renunciar para obtê-lo.

Figura 5 – As decisões econômicas

A ATIVIDADE ECONÕMICA E OS AGENTES ECONÔMICOS

Os diversos papéis que desempenham os agentes econômicos, isto é, as famílias, as


empresas e o setor público podem ser agrupados em três grandes setores.

Figura 6 – Os setores econômicos

AS EMPRESAS

A empresa é a unidade é a unidade de produção básica. Contrata trabalho e compra fatores


com o fim de fazer e vender bens e serviços. Somente as empresas têm capacidade de organizar
os complexos processos de produção e distribuição exigidos pelas sociedades modernas.

TIPOS DE EMPRESAS SEGUNDO SUA NATUREZA JURÍDICA

Figura 7 – Tipos de empresas segundo a natureza jurídica

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O FINANCIAMENTO DA EMPRESA

Figura 8 – O financiamento da empresa

AS FAMÍLIAS OU UNIDADES FAMILIARES

Figura 9 – Os agentes econômicos

SETOR PÚBLICO

Figura 10 – Estrutura do setor público brasileiro

O DESENVOLVIMENTO DO SETOR PÚBLICO

O Estado deixou de ser mero guardião do bom desenvolvimento da atividade econômica


para se converter em um verdadeiro agente econômico. Com freqüência, o setor público atua
como empresário e oferece certos bens, os bens públicos.
Bens públicos são bens proporcionados a todas as pessoas a um custo que não é maior
que o necessário para fornecimento a uma só pessoa. Um exemplo típico são os serviços de
defesa nacional.
O setor público, ainda, coordena e regula o mercado e, às vezes, estabelece a política
econômica, tentando alcançar objetivos gerais, tais como: crescimento estável do produto nacional;
pleno aproveitamento dos recursos e eficiente alocação dos mesmos; estabilidade dos preços; e
distribuição de renda justa.
O setor público estabelece um marco jurídico-institucional no qual desenvolve a atividade
econômica. É responsável também pelo estabelecimento da política econômica.

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CONCEITO DE SISTEMA ECONÔMICO

De um ponto de vista global, no Brasil a economia funciona de uma forma diferente da


economia de outros países, como o EUA, a Rússia ou Etiópia. A forma de comprar e vender
determinados bens, os impostos que se tem de pagar, o tipo de maquinaria utilizada pelas
empresas, e muitas outras coisas são diferentes.
Essas diferenças ou semelhanças no funcionamento global da economia são explicadas
pelos economistas, que utilizam o conceito de sistema econômico.
Sistema econômico é o conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que
caracterizam a organização econômica de uma sociedade.
Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em
toda sociedade e os ramos predominantes de sua atividade.
Todo sistema econômico deve tratar de responder às três perguntas seguintes:
Que bens e serviços produzir e em que quantidade? Deve-se escolher entre mais
estradas ou mais hospitais ou deve-se produzir mais alimentos ou mais bens de capital.
Como produzir tais bens e serviços? Toda sociedade deve determinar quem vai ser
responsável pela produção, que meios e técnicas serão empregados e quais serão os métodos e
organização seguidos no processo produtivo.
Para quem produzir, ou seja, quem consumirá os bens e serviços produzidos? Como
vai se distribuir o total da produção nacional entre os diferentes indivíduos.
Para responder às perguntas anteriores, existem basicamente dois mecanismos ou
sistemas: o sistema de mercado e o sistema de planificação central. Em qualquer caso, deve-se
salientar que o sistema econômico define o compasso do desenvolvimento e da sociedade em seu
conjunto. A opção por um sistema ou outro é fruto de todo um processo histórico, sendo, portanto,
complexa a análise dos fatores que determinam a escolha de um sistema econômico por uma
comunidade.

SISTEMAS ECONÔMICOS E AS TROCAS

Além da produção e do consumo, existe outra atividade que é comum em qualquer sistema
econômico e que tem grande importância: as trocas. A forma de adoção das trocas é diferente em
cada sistema.
Cada sujeito geralmente possui habilidades e recursos diferentes dos demais e deseja
consumir bens diversificados. Por isso, a tendência natural é colocar-se em contato entre si para
trocar aquilo que possui em abundância pelo que não se tem e beneficiar-se mutuamente pelo
intercâmbio.
O intercâmbio é vantajoso porque ambas as partes “saem ganhando”, já que podem
especializar-se na obtenção de uns poucos bens, aumentando sua eficiência, isto é, obtendo mais
por unidade de esforço. O intercâmbio faz possível a especialização e a divisão de trabalho, e esta
contribui para a eficiência, entendida como a obtenção do maior volume de produção possível com
a menor quantidade de recursos.
A divisão de trabalho em várias fases permite:
a) a especialização;
b) maior capacidade de cada operário;
c) a introdução de ferramentas e maquinarias específicas.
Todos esses fatores favorecem o aumento da produção por pessoa.
A especialização e a divisão do trabalho precisam de um sistema em que os indivíduos
possam vender os seus excedentes e adquirir o que necessitam. A forma mais primitiva de
intercâmbio é a troca. Por meio dela, cada indivíduo pode trocar um bem por outro.

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A TROCA

A troca significa uma transação em que dois indivíduos permutam bens entre si. Eles se
desfazem do produto que possuem em excesso e adquirem os produtos de que necessitam.

Figura 11 – O escambo

A troca realizada dessa forma tem sérios inconvenientes. Por um lado, levaria muito tempo,
já que exige que cada indivíduo encontre alguém disposto a adquirir precisamente o que ele
pretende trocar, ou seja, a troca requer uma coincidência de necessidades. Outro inconveniente da
troca deriva da indivisibilidade de alguns bens. Quando envolvem muitos participantes, as trocas
tornam-se muito complexas e as limitações básicas das trocas – coincidência de necessidades e
indivisibilidade – fazem com que ela seja praticamente inviável.

AS TROCAS E O DINHEIRO

As limitações desaparecem quando as trocas são realizadas com a intervenção do dinheiro.


Dinheiro é todo meio de pagamento aceito que pode ser permutado por bens e serviços,
além de ser utilizado para saldar dívidas.
Com o aparecimento do dinheiro, as trocas tornaram-se mais fáceis e eficientes, pois não
era mais necessária a coincidência de necessidades.

Figura 12 – Intercâmbio com dinheiro.

O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO

O funcionamento de uma economia capitalista ou de mercado, como é o caso da economia


brasileira, está baseado em um conjunto de regras, pelo qual se compram e vendem bens e
serviços, assim como os fatores produtivos.
Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores
produtivos, são trocados livremente.
Alguns mercados são lugares reais onde as pessoas vão comprar bens, como, por
exemplo, o CEAGESP em São Paulo.
Em outros casos, como ocorre no mercado de jogadores profissionais de futebol ou de
basquete, ou no caso de títulos da dívida pública, poucas pessoas realizam, por telefone, a maior
parte da atividade.
Todavia, o essencial de todo mercado é que compradores e vendedores de qualquer bem
ou serviço entram livremente em contato para comercializá-lo. Sempre que isso ocorre, podemos
dizer que estamos diante de um mercado.

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OS MERCADOS E O DINHEIRO

A forma indireta de realizar a troca nas sociedades capitalistas pode ser esboçada da
seguinte forma: os membros das famílias em idade de trabalhar trocam seu trabalho por dinheiro
que, posteriormente, trocam por bens de consumo. A empresa contratante venderá sua produção
trocando bens por dinheiro, e parte do dinheiro que entra destina-se a pagar os empregados, isto
é, trocará o dinheiro por trabalho.
Assim, em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem diferenciados: os
compradores e os vendedores.

Figura 13 – Fluxo de bens e serviços e dos fatores produtivos e dos pagamentos monetários.

OS MERCADOS E OS PREÇOS

Os compradores (demandantes) e os vendedores (ofertantes) entram em acordo sobre o


preço de um bem ou serviço, de forma que se fará a troca de quantidades determinadas do bem
por uma quantidade de dinheiro, também determinada.
O preço de um bem é sua relação de troca pelo dinheiro, isto é, a quantidade de reais
necessários para obter em troca uma unidade do bem.
Fixando preços para todos os bens e serviços, o mercado permite a coordenação dos
compradores e dos vendedores e, portanto, assegura a viabilidade de um sistema capitalista de
mercado.
Por isso, vamos analisar como funciona o mecanismo de oferta e demanda de bens e
serviços individuais, em um mercado no qual existem muitos demandantes e ofertantes. Esse tipo
de mercado será denominado mercado competitivo ou de concorrência perfeita.

A DEMANDA

A simples análise da realidade nos diz que a quantidade que um indivíduo demandará de
um bem, num momento determinado do tempo, dependerá de seu preço.
Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que cada indivíduo estará
disposto a comprar. Quanto menor o preço, maior será o número de unidades demandadas.
Logicamente, para cada indivíduo, a demanda de qualquer bem, não dependerá apenas do
preço, e sim de uma série de fatores, dentre os quais se destacam os gostos ou preferências, a
renda disponível e o preço dos outros bens relacionados.
A curva de demanda de mercado mostra a relação entre a quantidade demandada de um
bem por todos os indivíduos e seu preço, mantendo constantes outros fatores (gosto, renda, preço
de bens relacionados).

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Figura 14 – Tabela de demanda de laranjas

A tabela e a curva decrescente de demanda mostram que quanto maior o preço de um


bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores estariam dispostos a comprar.
Paralelamente, quanto mais baixo o preço do bem, mais unidades serão demandadas.

Figura 15 – A curva de demanda de laranjas

A OFERTA

A oferta de um bem real depende de um conjunto de fatores. São eles: a tecnologia, os


preços de fatores produtivos e o preço do bem que se deseja oferecer.
A oferta mostra, para diferentes preços, as quantidades que os produtores estariam
dispostos a apresentar. Quando são baixos, os preços são suficientes apenas para cobrir os
custos de produção. Nesse caso, a oferta será reduzida. Conforme aumentam os preços, cresce a
quantidade oferecida.

Figura 16 – Tabela de oferta de laranjas

.
Figura 17 – A curva de oferta de laranjas
A curva de oferta de mercado mostra a relação entre a quantidade de um bem oferecida por
todos os produtores e seu preço, mantendo constantes os outros fatores (tecnologia, preços de
fatores produtivos, etc.)

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A tabela e a curva decrescente de oferta mostram como a quantidade oferecida aumenta


junto com o preço, refletindo o comportamento dos produtores.

O EQUILÍBRIO DE MERCADO

Quando colocamos em contato consumidores e produtores com seus relativos planos de


consumo e produção, isto é, com suas respectivas curvas de demanda e oferta em um mercado
particular, podemos analisar como acontece a interação entre ambos os agentes.
Isoladamente, nem a curva de demanda, nem a curva de oferta poderiam nos dizer até
onde podem chegar os preços ou em que medida os planos dos consumidores e dos produtores
são compatíveis. Para isso, devemos realizar um estudo conjunto de ambas as curvas e proceder
por tentativa e erro, analisando para cada preço a possível compatibilidade entre a quantidade
vendida e a demandada.

Figura 18 – O equilíbrio do mercado

O preço de equilíbrio é aquele em que coincidem os planos dos demandantes ou


consumidores e dos ofertantes ou produtores.

A ALOCAÇÃO DE RECURSOS E O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO

No sistema de economia de mercado, todos os bens e serviços e os fatores produtivos têm


seu preço. Os preços atuam como guia para que livremente se designem os recursos produtivos e
se resolvam os três problemas básicos: o que produzir?;como produzir?; e para quem produzir?

AS FASES DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS

O processo de alocação de recursos se desenvolve mediante as três fases seguintes:


Os consumidores revelam suas preferências nos mercados ao comprar algumas coisas e
não outras. Os “votos” dos consumidores condicionam os produtos e assim se decide o que se
deve produzir.
A concorrência entre diferentes produtores em busca de lucros decide como se devem
produzir os bens. A concorrência impulsiona as empresas a buscar combinações de fatores que
lhes permitam produzir o bem com um custo mínimo. Deve-se escolher o método de produção
mais adequado, tanto do ponto de vista do custo como do rendimento, pois o único caminho para
fazer frente aos preços concorrentes será reduzir os custos e adotar métodos cada vez mais
eficientes.

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A oferta e a demanda no mercado de fatores produtivos determinam para quem se deve


produzir. A distribuição resultante dependerá em boa medida da distribuição inicial da propriedade,
das capacidades adquiridas ou herdadas e das oportunidades dadas pela educação.

Figura 19 – A alocação de recursos em uma economia de mercado.

Num sistema de economia de mercado o funcionamento da sociedade, desde uma


perspectiva econômica, repousa nas leis de mercado, na interação do interesse individual e na
concorrência.
A “mão” invisível do mercado não somente designa as tarefas, mas também dirige as
pessoas na escolha da profissão, fazendo com que se levem em conta as necessidades da
sociedade. Da mesma maneira, o mercado regula quais são os bens e serviços a serem
produzidos. A essência da economia de mercado é que nela tudo se converte em bens e serviços
com um preço e que sua oferta será sujeita a mudanças de preço.
Neste contexto, para promover o bem-estar, os melhores meios são o estímulo do próprio
interesse e o desenvolvimento da concorrência.

Figura 20 – Aspectos essenciais de uma economia de mercado.

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AS LIMITAÇÕES DO SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO

O sistema de economia de mercado tem sido criticado por diversos fatores, dentre os quais
se destacam:
A renda não se distribui de forma eqüitativa: a renda se reparte em função de como está
distribuída a propriedade dos recursos e dos salários vigentes. O resultado é o aparecimento de
diferenças de renda muito elevadas.
Existem falhas no mercado: argumenta-se que por diversas razões, em certas ocasiões, o
mercado falha no seu objetivo de alcançar a eficiência econômica.
Alcança-se a eficiência econômica quando a sociedade não pode aumentar a
quantidade produzida de um dos bens sem reduzir a do outro.

As falhas que podem surgir no mercado se devem às principais razões:


a) Existem mercados em que a concorrência é imperfeita: em muitos mercados, um dos
participantes podem influir nos preços, fixando o nível mais eficiente.
b) Aparecem efeitos externos, como a contaminação, que o mercado não aborda:
c) Existência de bens públicos que distorcem o mercado.
d) Os bens ou recursos de propriedade comum tendem a esgotar-se: Exemplos: os bancos de
pesca em águas internacionais e os pastos comuns.
e) A publicidade pode ser utilizada para manipular os consumidores.
f) As economias de mercado tendem a ser instáveis.

O SISTEMA DE ECONOMIA CENTRALIZADA

Nas economias centralmente planificadas, os meios de produção são propriedade estatal e


as decisões-chave são feitas na agência de planejamento, o poder central.
Um risco comum a todas as economias planejadas tem sido a acumulação de poder
econômico na mão do Estado, que é quem rege, em definitivo, o funcionamento da economia.

COMO FUNCIONA O PLANEJAMENTO CENTRALIZADO?

A análise do funcionamento do sistema de planejamento centralizado será baseada nos


três seguintes pontos:
O papel do poder central.
O funcionamento das empresas.
O crescimento da burocracia.

O PAPEL DO PODER CENTRAL

O poder central, ou agência de planejamento,distribui não só as tarefas do plano, mas


também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. O centro de planejamento
determina como designar a produção às diferentes fábricas e esforça-se para que cada fábrica
tenha fatores de produção necessários para poder obter a quantidade exigida.
Na prática, o sistema esboçado apresenta sérios problemas. Assim, dadas as restrições
que impõe o poder central, os gerentes das empresas tomam decisões que globalmente
consideradas, geram ineficiências.

O FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS

As empresas não baseiam sua atuação no cálculo econômico, isto é, na maximização dos
lucros ou minimização dos custos, e sim na realização do plano de metas.
Durante os primeiros anos de funcionamento das economias planificadas, os objetivos
procurados pelas empresas eram quantitativos. Posteriormente, as metas passaram a estabelecer
um valor. Quando se determinam os objetivos a alcançar, em termos de valor, surgia um efeito não
desejado, pois as empresas estavam interessadas em produzir bens e serviços com muito valor; já

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que só assim se cumpre o plano. Esse comportamento não motiva as empresas a diminuírem os
custos.
Por outro lado, no sistema de planejamento centralizado, uma empresa não pode “quebrar”.
Todas as empresas são socialmente úteis, ainda que algumas sejam deficitárias. Quando uma
empresa é deficitária, seus problemas financeiros se solucionam mediante transferências do poder
central.

Figura 21 – O mecanismo de transferências.

O CRESCIMENTO DA BUROCRACIA

O funcionamento do sistema descrito requer a existência de um enorme aparato


administrativo, pois é a única forma de controlar as empresas.
O fluxo de informação entre as empresas passa por um sistema burocrático, que
necessariamente precisa ser amplo e complexo. Por outro lado, é fundamental controlar e influir
sobre as empresas, porém o resultado é uma burocracia crescente.

O FRACASSO DO SISTEMA DE ECONOMIA CENTRALIZADA

Os elementos negativos do sistema de planejamento central, já apontados, acumularam-se


durante várias décadas. Começaram a manifestar-se na década de 1970 e explodiram na década
seguinte.
A falta de informações válidas e de incentivos efetivos que guiassem o sistema até a
eficiência econômica foi a razão fundamental que pôs em marcha o processo revolucionário de
volta ao mercado, que supõe a perestroika.
A perestroika é o processo de reforma fiscal e de reestruturação da sociedade adotado
pelas autoridades soviéticas.

A PERESTROIKA

Durante anos, a URSS acumulou vários elementos negativos em seu sistema de


planejamento central.
As razões que explicam o fracasso do planejamento centralizados são muitas, mas podem
ser resumidas em um único ponto: não existe nenhum mecanismo centralizado que seja capaz de
recolher e transmitir mais eficientemente que o mercado a informação necessária para coordenar a
atividade econômica.
A agência de planejamento se vê forçada a criar estruturas empresariais de caráter
monopolístico e oligopolístico com interesses, às vezes, divergentes dos recolhidos no plano, o
que converte o processo de designação de recursos em uma luta de interesses entre a instituição
planejadora, os ministérios e as empresas. Por outro lado, a ausência de concorrência contribui
para fazer desaparecer os incentivos à inovação, melhoria da qualidade dos produtos ou,
simplesmente, para produzir o que a sociedade demanda.

A VOLTA AO MERCADO

Diante os maus resultados do planejamento centralizado, os responsáveis pelas agências


de planejamento voltaram a atenção ao mercado, na tentativa de alcançar a eficiência econômica
que este pode proporcionar. A tarefa a realizar é muito complexa, pois a mudança de uma sistema

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para outro exige a superação de muitos obstáculos. As frentes em que se deve atuar de forma
simultânea podem ser resumidas nos seguintes pontos:
Abandono do sistema de planejamento: é necessário um planejamento indicativo e
concreto na determinação de certas tarefas estratégicas, deixando que a iniciativa privada tome a
maior parte das decisões. Numa fase de transição, esse planejamento pode ser decisivo.
Mudança do sistema de propriedade: dado que o Estado detém a propriedade da maioria
dos meios de produção, existem somente duas opções: um sistema de propriedade privada ou um
sistema de autogestão, isto é, um sistema no qual os trabalhadores participem de forma direta nas
tarefas de gestão das empresas.
Introdução progressiva no mercado: o objetivo último deve ser o funcionamento das
empresas segundo critérios de eficiência econômica, sobretudo minimizando os custos. Para isso,
é preciso liberar dois elementos fundamentais: os preços e os mercados de fatores. A liberação
dos preços, porém, provoca forte inflação, pois existe uma grande demanda insatisfeita. A
liberação dos mercados de fatores, em especial do mercado de trabalho, cria sérias dificuldades.
No sistema de planejamento central, o Estado oferecia emprego a todos e assegurava uma renda
mínima a toda a população. No processo de transição, as greves crescem de forma significativa,
trazendo um novo problema para as economias centralizadas.
O futuro das economias dos países do Leste Europeu depende do êxito na resolução dos
problemas apontados.

AS ECONOMIAS MISTA E O MERCADO

Apresentamos o sistema de economia de mercado e o de planejamento centralizado como


dois modelos antagônicos. Na realidade, não é normal encontrar modelos puros, mas situações
intermediárias.
Do mesmo modo, um mesmo país, ao longo da história – em boa medida, como reflexo dos
partidos políticos que estão no governo – pode adotar posições típicas ora de um sistema, ora de
outro.
Em uma economia mista, o setor público colabora com a iniciativa privada nas respostas às
perguntas sobre o que, como e para quem do conjunto da sociedade.

A CORRENTE NEOLIBERAL

A intervenção do Estado no desenvolvimento da atividade econômica ainda ocorre em


certos países capitalistas, entretanto, desde o final da década de 1970 está havendo um certo
processo de redescobrimento do livre mercado, com acentuada onda de neoliberalismo. Parece
que o mundo atual está revalorizando a eficiência econômica que o mecanismo de mercado pode
trazer.

A ECONOMIA E O DIREITO

A teoria econômica ajuda a ver sob outra ótica o impacto de determinadas ações judiciais.
Boas regras e direitos claros são fundamentais para o desenvolvimento de uma economia
de mercado. Ou seja, boas leis e um governo forte são essenciais para o bom funcionamento de
uma economia de mercado.
A teoria econômica ajuda a responder perguntas sobre o impacto do direito na economia,
tais como: Que regras promovem mais eficiência?
O Brasil tem de realizar algumas mudanças legais que sigam alguns preceitos econômicos
para que seu impacto fomente um desenvolvimento sustentado do país.

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O DIREITO E AS EXTERNALIDADES ECONÔMICAS

Uma externalidade econômica como ocorre quando os custos da atividade de um agente


oneram outro.
Temos externalidades negativas (com a poluição) e externalidades positivas (como as
vacinas).
O objetivo da legislação sob a ótica da economia seria o de fomentar o máximo de
eficiência por um lado e por outro trazer com que os custos de cada atividade onerem o produtor.

O DIREITO E A EFICIÊNCIA

Os custos de transação consomem uma parcela muito grande dos recursos da economia
como um todo.
Boas leis ajudam a sociedade a economizar custos de transação e a ser mais eficiente.
As leis podem padronizar certas atividades econômicas, como contratos comerciais e
tamanho de peças de máquinas, também reduzir custos, fazendo com que a sociedade como um
todo ganhe com isso.
A economia também pode ajudar o direito a ser mais eficiente, ou seja, a aplicação da lei
pode ser vista como um empreendimento econômico em que o benefício é mais justiça e os custos
são as leis, a polícia, os advogados, juízes, cadeias, etc.

PROTEÇÃO CONTRA O ABUSO ECONÔMICO

Uma preocupação econômica importante é a de justiça social. Nesse sentido, devem ser
criadas leis para proteger o consumidor de abusos econômicos.
Em situações em que não é viável a criação de mais de uma empresa, como nos serviços
de água e saneamento, o governo tabela os preços. A fixação do preço é feita de forma a garantir
à empresa fornecedora uma remuneração por seu investimento e ao consumidor os serviços em
questão a preços razoáveis.
Em uma economia de mercado, é necessário evitar abusos tanto na oferta como na
demanda de bens e serviços. Para isso, são criados órgãos de governo que garantem a
participação dos pequenos na oferta e protegem o consumidor. No Brasil, os órgãos mais
conhecidos de proteção contra o abuso econômico são o CADE (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) vinculado ao Ministério da Justiça, e os PROCONs (Órgãos de Proteção ao
Consumidor).
Outra forma de proteção ao consumidor são as leis que estipulam cláusulas mínimas em
contratos para evitar abusos.

Referências Bibliográficas

Economia Básica e Intermediária - FOSCHETE, Mozart: Brasília, 1999.

Fundamentos de Economia - VASCONCELLOS, Marco Antônio S e GARCIA, Manuel E.: Editora


Saraiva, 1998.

Introdução à Economia - TROSTER, Roberto Luis e MOCHON, Francisco: São Paulo, Pearson -
Makron Books, 2004.

Docente: Alba Valéria de Assis 17


alba@netpeu.com.br

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