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(ESAF/2010) DO disposto no art. 111 do CTN, “resultada não somente uma proibição à analogia, como
também uma impossibilidade de interpretação mais ampla” (ERRADO)
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em
caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Não existe qualquer concepção interpretativa apriorística para dirimir dúvidas em direito tributário.
Todavia, em matéria de infrações, existe a concepção apriorística: interpretação em favor do acusado (in dúbio pro reo).
Mas é comum as normas constitucionais utilizarem conceitos de direito privado para definir ou limitar competências tributárias.
Ao utilizá-los, imagina o instituto conforme definido pelos privatistas. Assim, nessas situações, é possível a utilização dos
princípios de direito privado no direito tributário.
EXCEÇÃO: Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus
institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários (art. 109, CTN)
REGRA: A lei tributária pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado.
EXCEÇÃO: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito
privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis
Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias (art. 110, CTN)
Ex: O CTN disciplina de maneira diferenciada a transação e a compensação, por não serem matérias utilizadas na CF.
Ex: A CF previa, no texto originário, uma contribuição sobre o faturamento, entendida como receita operacional. Foi editada uma
lei que ampliava a bc da COFINS e do PIS, definindo faturamento como a receita bruta, entendida como a totalidade de receitas.
O STF declarou a inconstitucionalidade da norma. No entanto, com a EC nº 20/1998, a CF prevê uma contribuição sobre receita
ou faturamento.
Consequência: Os requisitos para que se considere válido um negócio jurídico sob a ótica do direito civil (agente capaz; objeto
lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei) são irrelevantes para se interpretar a
definição legal de fato gerador.
A INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRINUTÁRIA
Lacuna ≠ Situação em que o legislador quis abranger determinadas situações e não outras.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará
sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.