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AULA 1
Professora: Poliana Leite
2018 -2
A ENGENHARIA DE TRÁFEGO trata
de problemas que não dependem
apenas de fatores físicos, mas
frequentemente incluem o
comportamento humano do
motorista e do pedestre e suas
inter-relações com a
complexidade do ambiente.
A ENGENHARIA DE TRÁFEGO trata de problemas que são
influenciados por:
• Fatores físicos;
• Fatores comportamentais;
• Fatores ambientais;
• Fatores temporais;
• Fatores legais e;
• Fatores eventuais.
Trânsito: apresenta uma definição abrangente,
como o deslocamento em geral de pessoas e/ou
veículos
• Via
Usuário
São usuários dos sistemas de tráfego os ocupantes dos veículos, guiando-
os ou não, e os pedestres, principalmente.
Por exemplo: moradores de uma área residencial cortada por uma via que
produz ruído e poluição do ar.
Usuário
O usuário de sistemas de tráfego pode ser analisado como um sistema que,
recebendo uma entrada, processa-a e produz uma saída, como no diagrama da
Figura abaixo:
Entrada Saída
λ
A saída do sistema depende dos valores da entrada e da grandeza λ, que por sua vez
depende do estado do sistema. No caso específico, as entradas são os estímulos
sofridos pelo usuário, as saídas são as suas reações correspondentes e λ é o tempo
total decorrido entre a ocorrência do estímulo e a materialização da reação do
usuário.
Usuário
Perception (Percepção)
+
Identification or intellection (Identificação)
+
Emotion or Judgment (Decisão)
+
Volition or Reaction (Reação)
A percepção é um processo
que se dá através dos
sentidos, especialmente a
visão, no caso da condução
de veículos.
Percepção
A percepção é um processo
que se dá através dos
sentidos, especialmente a
visão, no caso da condução
de veículos.
Percepção
Percepção
O Homem apenas tem uma visão nítida dos objetos, com detalhe e cor, na zona
central do seu campo visual. No entanto para além desta zona, existe uma outra,
designada de campo de visão periférica, na qual, embora não haja distinção de
detalhes, é possível a detecção de movimentos inesperados. Esses movimentos
observados no campo de visão periférica funcionam como um sistema de alerta.
Percepção
A acuidade visual máxima do ser humano está na faixa de 3 a 10°. Dentro deste cone, o ser
humano percebe o máximo de detalhes do objeto observado. Ex: ler legendas
O cone de ‘boa visão’ (visão bastante clara), usado para a leitura, é de 10 a 12°. Até esta
faixa, o ser humano é capaz de distinguir formas e cores satisfatoriamente.
Além deste cone, a percepção visual do ser humano se dá através do que se chama de
‘visão periférica’, que se estende, no plano horizontal, até a faixa de 120 a 180° e, no plano
vertical, até 130° (60° para cima e 70° para baixo).
A visão periférica não permite distinguir formas, mas é sensível a movimentos e ao
brilho. Por isso, a sua obstrução diminui a capacidade do ser humano de avaliar a
velocidade em que se encontra e de manter a direção do movimento. Uma característica
desfavorável da visão periférica humana, em se tratando de estudos relativos a tráfego,
é que o olho humano é mais sensível aos movimentos verticais do que aos horizontais,
que são os mais presentes nos deslocamentos que ocorrem nas vias.
Mas esses limites se
aplicam a uma pessoa
parada.
http://www.citi.io/2015/02/10/better-design-for-saving-pedestrians/
Percepção
Durante a condução, o condutor tem uma perspectiva do espaço envolvente notoriamente
diferente daquela que teria se fosse um observador fixo, pois a velocidade de
deslocamento do observador diminui o seu campo visual. Deste modo, ao aumentar a
velocidade, restringe-se o campo de visão periférica, dentro do qual qualquer objeto pode
ser visualizado pelo condutor.
Verifica-se na análise da Figura 3 que o campo de visão periférico se reduz de 100° quando
se circula a 40 km/h, para apenas 36° quando a velocidade é de 100 km/h.
Percepção
A velocidade do corpo tem influência significativa nas características da visão humana.
Quanto maior a velocidade, menor o cone de visão periférica. Em compensação, a
distância focal máxima (maior distância em que o olho pode observar o objeto com
precisão) aumenta com a velocidade, como ilustra o quadro:
Percepção
Percepção
O tato também é muito usado por portadores de deficiência visual, por exemplo quando
calçadas são revestidas com piso tátil.
Identificação
Identificação é o reconhecimento do estímulo por parte do usuário que o sofre. O
processo de identificação é extremamente dependente da intimidade do usuário com os
estímulos a que ele está exposto.
No outro extremo encontram-se as situações novas e/ou mais complexas, que requerem
do sujeito pensar mais e associar a ocorrência com experiências passadas.
Identificação
Algumas ações ajudam a agilizar o processo de identificação
• Padronização da
sinalização;
• Adoção de soluções
geométricas iguais para
problemas iguais;
• Minimização da
interferência de quaisquer
fontes externas aos
sistemas de tráfego.
A Ação corresponde ao intervalo de tempo que vai desde a tomada da decisão até
o início de sua execução por parte do usuário. Em outras palavras, é a
implementação da ação decidida no processo anterior.
O instante inicial da parcela reação não deve ser confundido com a percepção ou
identificação do estímulo, nem o instante final deve ser tomado como aquele em que o
veículo para, nem mesmo com o início da desaceleração do mesmo.
O tempo total de reação (PIEV) é uma grandeza de valor variável de pessoa para
pessoa e cresce com o aumento tanto do número de alternativas possíveis de serem
adotadas pelo usuário como da complexidade do julgamento necessário.
O tempo de reação pode variar entre os 0,5 seg., no caso das situações mais
simples, e os 3 a 4 seg. nas situações mais complexas (por exemplo a decisão
de ultrapassar numa via estreita).
Usuário - Tempo total de reação (PIEV)
https://www.tecmundo.com.br/transito/14067-dirigir-e-escrever-textos-no-celular-
E quanto ao
celular?
dobra-o-tempo-de-reacao.htm
1. Quais as quatro parcelas que compõem o PIEV?
O que elas significam?
2. Por que é importante conhecer o PIEV? Cite
algum uso na engenharia de tráfego.
3. Quais os principais fatores que influenciam o
tempo de percepção e de reação?
4. Qual a importância da visão periférica para um
condutor de automóvel ?
5. Qual a relação entre visão periférica e
velocidade?
6. Imagine você motorista trafegando pela Av. das
Rosas e ao fim de uma curva se depara com um
senhor de 90 anos travessando a faixa de
pedestres. Quanto tempo vai precisar para
reagir antes de acontecer um acidente? Em que
velocidade você deveria estar? E se você estiver
atendendo o celular exatamente neste
momento?
VEÍCULO
Os sistemas de tráfego incluem todos os tipos de veículo: automóveis, ônibus, caminhões,
motocicletas, triciclos, bicicletas, carroças, bondes etc.
Atividades da Engenharia de Tráfego que Envolvem as Características dos Veículos :
São estudados:
Dimensões dos veículos
Capacidade de transporte e carga
Visibilidade
Freios
Aceleração
N° de Fator
Categoria Tipo de Veículo Rodagem
Eixos Multiplicador
Automóvel
1 Caminhoneta 2 Simples 1
Furgão
Caminhão Leve
Ônibus
2 2 Dupla 2
Caminhão Trator
Furgão
Automóvel com Semi-Reboque
3 3 Simples 3
Caminhoneta com Semi-Reboque
Caminhão
Caminhão Trator
4 3 Dupla 3
Caminhão Trator com Semi-Reboque
Ônibus
Automóvel com Reboque
5 4 Simples 4
Caminhoneta com Reboque.
Caminhão com Reboque
6 4 Dupla 4
Caminhão Trator com Semi-Reboque.
Alguns elementos ainda são pouco eficientes; é o caso dos limpadores de para-brisas,
que varrem uma área correspondente, em média, a apenas 2/3 da área total do para-
brisa. É o caso também de assentos que não são ajustáveis na altura, pelo menos nos
modelos básicos.
VEÍCULO
FREIOS
A frenagem de veículos é composta por dois momentos. O primeiro, enquanto o pé do
motorista sai do acelerador e chega ao pedal do freio, é conhecido como freio motor e
o segundo corresponde à pressão exercida no pedal do freio.
VEÍCULO
A Figura ilustra o que pode acontecer dentro do intervalo de apenas 0,5 s após o
bloqueio de uma ou mais rodas no processo de frenagem.
VEÍCULO
FREIOS
Parte significativa dos veículos atuais é dotada de freio ABS (Antilock Braking System),
que aumenta a eficiência dos sistemas de frenagem e reduz drasticamente as chances
de bloqueio.
dianteira F = d Pd + t Pt traseira
Em que:
μd é o coeficiente de resistência à derrapagem nas rodas dianteiras;
Pd é a carga do veículo suportada pelas rodas dianteiras (kgf);
μt é o coeficiente de resistência à derrapagem nas rodas traseiras; e
Pt é a carga do veículo suportada pelas rodas traseiras (kgf).
VEÍCULO
DISTÂNCIA DE FRENAGEM
v2 v2
S= S=
2gf 2g f i
rampas
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista plana.
VEÍCULO
Exercício 1: Solução
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista plana.
2
110
𝑉2 3,6
𝑆= = = 72,1𝑚
2 × 𝑔 × 𝑓 2 × 9,81 × 0,66
VEÍCULO
Exercício 2:
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista molhada com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista plana.
VEÍCULO
Exercício 2: Solução
2
110
𝑉2 3,6
𝑆= = = 89,8𝑚
2 × 𝑔 × 𝑓 2 × 9,81 × 0,53
VEÍCULO
Exercício 3:
Exercício 3: Solução
2
80
𝑉2 3,6
𝑆= = = 38,13𝑚
2 × 𝑔 × 𝑓 2 × 9,81 × 0,66
VEÍCULO
Exercício 4:
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista com 6% de aclive.
VEÍCULO
Exercício 4: Solução
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista com 6% de aclive.
2
110
𝑉2 3,6
𝑆= = = 66,1𝑚
2 × 𝑔 × (𝑓 + 𝑖) 2 × 9,81 × (0,66 + 0,06)
VEÍCULO
Exercício 5:
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista com 6% de declive.
VEÍCULO
Exercício 5: Solução
Considerando um veículo trafegando a 110 km/h, em uma pista seca com asfalto
trafegado, determine a distância de frenagem, sendo que o mesmo trafega em uma
pista com 6% de declive.
2
110
𝑉2 3,6
𝑆= = = 79,3𝑚
2 × 𝑔 × (𝑓 + 𝑖) 2 × 9,81 × (0,66 − 0,06)
VEÍCULO
Exercício 6:
Um perito em acidentes de trânsito estima que um veículo bateu contra uma árvore
a uma velocidade de 20 km/h. Investigando o local do acidente, ele observa marcas
de frenagem em 100 m no pavimento (f=0,66) e 75 m da grama (f=0,79). Não há
aclives e a pista estava seca. A que velocidade o veículo estava no início das marcas
de frenagem?
𝑣0 2 −𝑣𝑓 2
S=
2×𝑔×(𝑓+𝑖)
VEÍCULO
ACELERAÇÃO
Os avanços tecnológicos da indústria de veículos têm proporcionado taxas de
aceleração cada vez maiores
VEÍCULO
CARACTERÍSTICAS DE ACELERAÇÃO
Veículos de passageiros estão propensos a taxas mais altas de aceleração que veículos
comerciais.
A aceleração é mais alta quando se está a uma menor velocidade e cai à medida que a
velocidade aumenta. A diferença entre veículos de passageiros e caminhões é
significante.
Por exemplo: qual a distância percorrida por um carro que acelera a partir de uma
velocidade de 20 km/h e possui taxa de aceleração de 2m/s²? E no caso de um caminhão
com taxa de aceleração de 0,5 m/s²?
v2
S=
2a
VEÍCULO
DISTÂNCIA TOTAL DE PARADA
A distância total necessária para que o veículo pare, a partir do momento em que o
condutor percebe a necessidade de parar, é a soma da distância de reação (PIEV) e a
distância de frenagem:
v2
S = vt
2gf i
v2
S = vt
2gf i
E se o motorista perceber um obstáculo a uma distância de 70m?.
VEÍCULO
AASHTO recomenda que essa distância seja dada em locais onde manobras
inesperadas ou incomuns sejam requeridas. Ex: cruzamentos, áreas de intensa
demanda onde haja poluição visual competindo com informação. Neste último caso, a
AASHTO sugere um tempo de reação acima de 14,5.
VEÍCULO
INTERVALO DE AMARELO - SEMÁFORO
w d
V
VEÍCULO