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Tema 2:
2. Equipamentos do Estaleiro
2.1. Introdução
A arquitectura e a engenharia, actualmente, são altamente dependentes do uso de equipamentos e
máquinas. Muita das grandes obras que conhecemos hoje, só foram possíveis de serem realizadas
graças aos avanços no campo das maquinárias.
O Homem, na pré-história, fez usos de equipamentos simples, como rolar uma pedra aplicando
uma força da alavanca. Hoje, rolamos cidades inteiras através das forças dos guindastes e gruas
modernas que, se analisarmos mais cuidadosamente, funcionam com base nos princípios das
máquinas simples. É evidente que a quantidade de equipamentos existentes actualmente é
enorme, é importante perceber que nem todas elas são necessárias a sua existência nos estaleiros,
podendo-se somente alocar os equipamentos necessários para a execução da obra, e sendo de
extrema importância, fornecer informações que possam esclarecer quaisquer dúvidas relativas
aos usos e funcionamentos de alguns equipamentos, além de expor ao operário, as possibilidades,
e limitações, impostas por elas na execução do projecto.
a) Guinchos de piso
Os guinchos de piso são equipamentos de baixo custo, de fácil instalação e manobra de elevação
relativamente simples, de fácil instalação e manobra e utilizados para a elevação depequenas
cargas ou para a introdução de materiais de acabamento em pisos. Estes equipamentosconsistem
num tambor enrolador de cabo e um motor que podem libertar a utilização de gruas,
especialmente na fase de acabamentos quando o desempenho das respectivasactividades já não
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justifica a utilização de equipamentos (de elevação e transporte) de custos elevados. Para a sua
montagem e funcionamento é necessário dispor de um ponto fixo. Podem ser optimizados com
guias de aço esticado ou perfis ligeiros de fácil instalação, de modo aevitar que as cargas subam
livres sobretudo em locais ventosos.
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c) Grua Simples
As gruas simples consistem num guincho dotado de uma torre e um braço horizontal que no
conjunto permitem um movimento de rotação. O guincho não dispõe de movimento de
translação ao longo da lança, não permitindo transportar cargas entre a extremidade da lança e a
torre, ou seja, apenas descreve uma circunferência cujo centro é a torre vertical e o raio é igual ao
comprimento da lança. Estes equipamentos dispõem de diversos acessórios que permitem a
elevação de paletes e de baldes de transporte de betão.
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f) Grua de Lança Inclinada
Esta grua consiste num mecanismo giratório dotado de uma cabine de comando na base tendo a
vantagem de ser facilmente montada e deslocada mesmo sobre terrenos acidentados já que se
pode assentar sobre lagartas.
Existe um leque diversificado nesta gama de gruas, desde pequenas gruas auto montantes
utilizadas em estaleiros de reduzida dimensão ou como equipamentos auxiliares nos grandes
estaleiros, e gruas especiais para a construção pré fabricada (com uma potência de elevação entre
60 e 75 t.m) e ainda as gruas telescópicas que permitem uma variação contínua do comprimento
da lança.
g) Andaimes
Os andaimes são estruturas essenciais na indústria da construção civil. De acordo com a NBR
6494 / 1990, podemos definir andaimes como plataformas destinadas à elaboração de trabalhos
em lugares elevados. Como vou desenvolver em este artigo, existem diversos tipos de andaimes.
Mas antes importa referir que os andaimes são estruturas necessárias em todas as áreas da
construção civil. Na construção, na demolição, na reforma, na pintura e até na manutenção,
encontramos de forma recorrente a utilização de andaimes.
Apesar dos andaimes poderem ser construídos no local da obra, a Norma Regulamentadora do
Ministério do Trabalho e Emprego é clara sobre este assunto:
No dimensionamento de andaimes, as estruturas de sustentação e fixação, devem ser realizadas
por profissionais legalmente habilitados e devem ser dimensionados e construídos de modo a
suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que estão sujeitos.”
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É determido ainda que o piso onde estas plataformas são colocadas deve cumprir alguns critérios
bastante definidos, como: ser antiderrapante, estar nivelado e ter forração completa.
A legislação determina também que é obrigatório que os andaimes de construção civil possuam
rodapé e sistema de guarda-corpo, para garantir a segurança dos trabalhadores.
Actualmente, a maioria dos andaimes são constituídos por material metálico ou por madeira,
existindo também as estruturas mistas (com suportes em metal e plataformas em madeira).
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2.2.1.2. Equipamentos de Produção de Betão e de Argamassas
Os equipamentos de fabrico de betões e de argamassas devem ser seleccionados em função do
tipo de obra a construir e das características do estaleiro. Se a construção exigir grandes
quantidades de betão durante longos períodos, dever-se-á optar por instalações automatizadas
enquanto que para pequenos estaleiros com consumos moderados de betão se deverá optar por
um tipo de betoneira que garanta o volume de produção na situação de ponta. Seguidamente
apresentam-se os tipos mais comuns de betoneiras.
Classificação de Betoneiras
Betoneiras de Tambor rotativo basculante de eixo inclinado;
Betoneiras de Tambor rotativo de eixo horizontal, vertical ou inclinado;
Betoneiras de Tambor fixo com pás misturadoras interiores e descarga pelo fundo;
Betoneiras de produção contínua.
As Betoneiras De Tambor Rotativo Basculante de eixo inclinado são utilizadas para o fabrico
de pequenas quantidades de betão porque exigem um tempo elevado de mistura e a descarga do
betão fabricado processa-se por despejo directo do tambor.
As Betoneiras De Tambor Rotativo De Eixo Horizontal, Vertical Ou Inclinado,
normalmente são usadas para o betão protendido e pré-moldado, consiste em misturar os
agregados do betão atráves de um tambor horizontal, levemente inclinado rotacionado por um
sistema de polias, engrenagens e roletes giratórios tracionados.
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Nas Betoneiras De Tambor Fixo com Pás misturadoras interiores e descarga pelo fundo, a
mistura é feita por pás fixas e a descarga é realizada através de uma comporta que se abre no
fundo do tambor em zona fixa.
Nas Betoneiras De Produção Contínua, os materiais entram por um lado e saem pelo outro e a
amassadura é conseguida através do progresso da argamassa através de um parafuso sem fim;
estas betoneiras são usadas em estaleiros cujas construções exijam volumes elevados de betão e
têm a desvantagem de não manterem a uniformidade durante longo tempo por serem alimentadas
por mecanismos sem fim que apresentam desgastes distintos.
O rendimento, ou seja, o número de amassaduras por hora de uma betoneira, depende da
capacidade do seu tambor bem como da eficiência dos seus dispositivos internos. No entanto
verifica-se que, mesmo com uma organização cuidada do estaleiro, os valores teóricos não
coincidem com os valores efectivos, o que pode ser atribuído às seguintes situações:
A preparação do trabalho não garantir que os trabalhos, que antecedem e que sucedem a
amassadura da argamassa, estejam sincronizados (por exemplo, o doseamento de
agregados e o enchimento do carregador no escoamento do betão);
O não aproveitamento dos materiais nas quantidades adequadas e no momento
conveniente;
O incorrecto funcionamento dos meios de escoamento e de aplicação do betão (por
exemplo: os meios de transporte devem ser calculados em função da sua capacidade, da
distância a percorrer, das condições do pavimento e das condições de descarga para que
se garanta um escoamento contínuo e uniforme do betão).
Como foi referido, mesmo com uma organização cuidada, existem variações, ao logo decada dia,
entre os rendimentos calculados e os rendimentos praticados. Para reduzir estadiferença podem-
se adoptar algumas medidas, tais como:
Adequar os tempos dispendidos na tarefa de dosear osmateriais com a de enchimento do
carregador;
Seleccionar os meios de transporte em função da suacapacidade, da distância a percorrer,
das condições dopavimento e das condições de descarga, para que segaranta um
escoamento contínuo e uniforme do betão;
Seleccionar os equipamentos de elevação em função daaltura a vencer e das condições de
recepção no local deaplicação;
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Garantir que os dispositivos de aplicação estejam aptos aesvaziar rapidamente os baldes e
a troca destes se realizede imediato.
Fig.12:MarteloPneumático
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Fig.13:Perfuratriz para betão
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Fig. 14: Rolo Compactador
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Os equipamentos de escavação são diversos, os mesmos consistem na abertura e retirada de
material do solo, para empréstimo ou implantação de uma obra no local.
2.2.1.5.1. Retro escavadeira
Uma retroescavadeira é um trator com uma pá-carregadeira montada na frente e outra pequena
na traseira do veículo, com a função de escavar o solo ou remover material inacessível à pá-
carregadeira.
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2.2.1.5.3. Escavadeira hidráulica
Ter a cabine conectada ao braço significa que, ao executar trabalhos de escavação, o operador
pode realizar uma rotação completa de 360º se precisar.
As escavadeiras tem uma ampla gama de aplicações industriais e comerciais. Elas podem dragar
rios, ajudar a limpar espaços para administrar incêndios florestais, cortar arbustos (com os
acessórios corretos), demolir edifícios, classificar o solo para paisagistas, cavar buracos e valas,
ajudar na mineração e no trabalho pesado.
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Segurança no uso dos equipamentos de estaleiros
O sector da construção civil e um sector de risco elevado, propicio a acidentes. De acordo com a
Agencia Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, em 100.000 trabalhadores, cerca de
13 sofrem acidentes mortais, contra uma média de 5 acidentes noutros sectores da actividade.
Alem disso, os trabalhadores da construção civil estão igualmente sujeitos a um elevado número
de problemas de saúde, que podem ir da asbestose as dores nas costas, da síndrome da vibração
transmitida ao sistema mao-braco as queimaduras provocadas pelo cimento.
Antes da obra
● Adoptar uma politica de aquisição de máquinas e de equipamentos de trabalho. Um exemplo
de uma boa pratica e a, compra de ferramentas com um baixo nível de ruído e de vibração;
● Definir as prescrições de segurança e saúde nos cadernos de encargos, sendo que e obrigatório,
pelo menos, seguir a legislação nacional;
● Organizar o processo de trabalho com vista a minimizar o número de trabalhadores que
possam vir a ser afectados. Por exemplo, programar os trabalhos com níveis de ruído elevado
para que a exposição envolva o menor número de trabalhadores possível;
● Começar as actividades de controlo antes de chegar ao estaleiro. Estamos a falar de acções
como planeamento, formação,
Decorrer da obra
● Evitar riscos para todos os trabalhadores;
● Avaliar os riscos que não podem ser evitados;
● Combater os riscos na sua génese;
● Aplicar medidas de protecção colectiva dos trabalhadores;
● Utilizar medidas de protecção individuais apenas nas situações em que não existem outras
alternativas;
● Estabelecer procedimentos de emergência;
● Comunicar aos trabalhadores os riscos presentes e as medidas de controlo necessárias;
● Assegurar a formação adequada.
Riscos
Num estaleiro, são muitas as maneiras de um trabalhador problemas de saúde, lesões ou mesmo
acidentes mortais. Estes são alguns dos maiores riscos:
Quedas em altura;
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Envolvimento em acidentes com veículos;
Ser soterrado durante trabalhos de escavação;
Ser atingido por quedas de objectos;
Respirar fibras de amianto;
Problemas nas costas por manusear materiais pesados;
Perda de audição devido a níveis elevados de ruido.
Lista de verificação de segurança
Foram dadas instruções e formação aos trabalhadores sobre o modo seguro e correcto de
levantar cargas?
Foi feita uma avaliação para diminuir os riscos de problemas nos membros superiores
relacionados com o trabalho?
Foram tomadas todas as medidas para redução da exposição ao ruído e as vibrações?
Existe protecção contra as quedas em todos os locais que o exijam?
As aberturas estão protegidas com tampas perfeitamente marcadas e fixas para evitar
quedas?
A escavação e regularmente inspeccionada por uma pessoa competente?
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Referências Bibliográficas
Moreira, Anabela M, Organização de Estaleiro, Texto provisório, ESTT, 2009;
Correira dos Reis, A, Organização e Gestão de Obras, Lisboa, Edições Técnicas E.T.L,2009;
Calejo Rodrigues, Rui, Gestão de Edifícios: Modelo de Simulação técnico-económica. Porto:
FEUP, 2001.
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