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CURSO ONLINE – CONHECIMENTOS GERAIS P/ SENADO FEDERAL

PROFESSORES: RICARDO VALE E VIRGÍNIA GUIMARÃES

AULA 06- ASPECTOS DEMOGRÁFICOS – BRASIL E MUNDO

Olá amigos, tudo bem?

Hoje, nossa aula abordará um assunto que muita gente acha ruim e
chato. Entretanto, ele é de suma importância para provas de atualidades que
vêm, cada vez mais, cobrando aspectos demográficos do Brasil e do mundo.

Além disso, ele não apresenta grandes dificuldades como as


pessoas dizem e, por isso, acreditamos que deve ser uma espécie de “trauma
coletivo”. Assim, amigos, tenhamos boa vontade com esse assunto, ok? Ele faz
parte do nosso cotidiano muito mais do que podemos supor e, certamente, é
tão querido pelas bancas examinadoras justamente por isso.

Todos preparados? Então vamos lá!

1- Movimentos migratórios internacionais e crescimento demográfico.

Os movimentos migratórios podem ser classificados de várias


maneiras, podendo ser inter-regionais, rurais - urbanos e interurbanos. Para
ficar mais claro: as migrações podem acontecer tanto dentro de um mesmo
país, quanto entre países diferentes. Paralelo a isso, as migrações podem ser
entendidas como um dos principais termômetros da desigualdade sócio-
econômica no mundo.

A migração internacional foi acelerada nas últimas décadas devido à


globalização, que se propunha a integrar as regiões. Atualmente, há cerca de
125 milhões de imigrantes em todo o mundo, sendo que 80 milhões são
considerados imigrantes "recentes". Vamos entender a diferença!

São considerados imigrantes todos aqueles que saem de seu país


de origem rumo a outro. Essa atitude geralmente é movida pela busca de uma
vida melhor, menos violenta ou mais abundante de recursos. Com as guerras,

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o número de imigrantes pelo mundo era bastante significativo, pois as pessoas


estavam fugindo da guerra e de todas as tragédias e misérias humanas que ela
traz. Porém, quando falamos de imigrantes “recentes”, estamos nos referindo a
pessoas que migram pelos motivos que a contemporaneidade lhes impõe e
não devido às guerras – ainda que o objetivo seja exatamente o mesmo: a
busca por uma vida melhor!

Se observarmos o mapa acima, veremos que a Europa é o grande


destino de imigrantes, devido, sobretudo, à sua excelente qualidade de vida. A

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Alemanha é o país que mais recebe imigrantes no mundo, chegando a 7


milhões - dos quais 1/7 permanece na ilegalidade.

Assim, pessoal, se há uma certeza que podemos ter quanto a


imigrações internacionais é a de que o número cada vez maior de homens,
mulheres e crianças que imigram vem causando um grave impacto mundial.
Isso porque, por um lado, atinge aos países abandonados e, por outro, aos
países ao qual se destinam os imigrantes. Apesar da gravidade e crescimento
do problema, as autoridades continuam se recusando a tratar da situação com
a seriedade que ela merece.

Em meio à formação de blocos econômicos e negociações de novos


acordos comerciais, o debate sobre imigração tem sido jogado para debaixo do
tapete – o que acaba legitimando a crescente onda de violência contra
imigrantes. A crise econômica internacional, iniciada em fins de 2008, foi um
elemento a mais de tensão contra imigrantes, sobretudo contra aqueles que
vivem na Europa. As regiões mais afetadas pela crise, como Espanha e
Irlanda, registraram há um ano significativo aumento das hostilidades entre
imigrantes e trabalhadores locais. Com efeito, os trabalhadores locais ficam
inconformados com a concorrência de mão-de-obra estrangeira, geralmente
bem mais barata. Assim, a crise acabou evidenciando dissidências perigosas
que culminaram em selvageria.

Nesse sentido, notamos um considerável aumento da xenofobia,


principalmente na União Européia. As acusações de violência racial
aumentaram ao menos em 8 países do bloco desde os atentados do dia 11 de
setembro. A verificação foi feita por juntas de Direitos Humanos que,
analisando 11 países, encontraram 18 mil casos de agressão contra imigrantes
na Alemanha. Esses dados, além de nos assustar, mostram que a migração
internacional se transformou num sério problema, que merece a atenção de
todos nós.

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É mister que compreendamos, hoje, como a migração ocorre no


cenário mundial para trazermos o tema para o Brasil daqui a pouco. Apesar de
imigração não ser um assunto difícil, ele parece ter caído nas graças dos
examinadores nos últimos concursos e temos muitas questões para irmos
estudando o assunto em cima delas. Portanto, mãos à obra!

(CESPE/ABIN-2008) As migrações internacionais ocupam parte


importante das diplomacias e dos serviços de defesa do Estado e dos
cidadãos comuns que atravessam fronteiras diariamente, em todo o
mundo. A respeito desse tema, julgue os itens seguintes (1 ao 5).

1- A criminalização crescente das migrações econômicas e sociais denota


que o direito de ir e vir da pessoa faz-se subalterno ao privilégio universal
da livre circulação dos capitais.

Comentários

Essa questão traz à tona um importante conhecimento sobre a


separação existente entre a integração de capitais e o intercâmbio de pessoas.
Como todos nós sabemos, há uma grande expectativa da população de alguns
países com relação à qualidade de vida que poderiam ter em outros. Esse
sentimento de que o “jardim do vizinho” é sempre mais verde que o nosso (e
muitas vezes, é mesmo!) vem aumentando consideravelmente a movimentação
de pessoas rumo aos países mais desenvolvidos ou com melhores condições
de trabalho. O grande problema é que essa imigração, que muitas vezes ocorre
clandestinamente, tem incomodado intensamente os moradores dos países de
destino, que se sentem ameaçados pela concorrência de mão-de-obra. Esse
incômodo popular vem se refletindo nas recentes leis criadas com o intuito de
criminalizar a imigração.

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Em maio de 2009, por exemplo, o Parlamento da Itália aprovou um


polêmico projeto de lei que criminaliza a imigração ilegal no país. A legislação
transforma em crime a entrada irregular em território italiano, prevendo
rigorosas medidas repressivas. Dentre as principais medidas, destacamos o
estabelecimento de prisão para pessoas que abriguem imigrantes ilegais e o
aumento no tempo de detenção provisória dos clandestinos antes da
deportação.

Essa lei permite ainda que cidadãos comuns formem patrulhas para
verificar a existência de imigrantes ilegais no país.

Apesar de estar desarmada, a patrulha exerce uma função


investigativa, ou seja, essa lei estimula uma espécie de “caça às bruxas”,
aumentando o xenofobismo na Itália. Um exemplo disso é que, depois da
aprovação dessa lei, alguns cidadãos, pertencentes à extrema-direita, criaram
um grupo que chamam de “Guarda Nacional Italiana” cujos uniformes são
enfeitados com símbolos fascistas e nazistas.

É pessoal, por tudo isso podemos dizer que a questão está certa!

2- Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas pela União


Européia, expõem, por um lado, a noção de que a função histórica da
grande imigração de africanos e asiáticos para o trabalho nas indústrias
européias do pós-guerra perdeu função histórica e, por outro, que a
reciprocidade internacional em relação à América Latina, formada em
parte por imensas levas de desterrados europeus, perdeu valor de direito
internacional ante o realismo político dos interesses nacionais e
comunitários europeus.

Comentários

O ideal para analisarmos essa questão é dividí-la ao meio para


podermos ter uma compreensão total das informações ali contidas. Uma vez
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feito isso, vamos aos conceitos intrínsecos ao texto. Para quem não sabe, são
chamadas de leis draconianas aquelas consideradas extremamente severas,
como as que vêm sendo adotadas pela UE. Na questão acima, demos o
exemplo da Itália, mas esse país não é uma exceção.

No segundo semestre de 2008, foi aprovada uma diretriz que


pretendia harmonizar as regras dos países europeus para a repatriação de
imigrantes ilegais, e em 2010, essa diretriz foi transformada em lei. As novas
regras integram um processo de organização e endurecimento da política
migratória em toda União Européia.

Essa retaliação aos imigrantes é um forte sinal de que a imigração,


outrora considerada essencial para o trabalho nas indústrias européias do pós-
guerra, perdeu função histórica. Se em tempos de guerra e fome na Europa
sua população teve como destino principal países da América Latina, o direito à
recíproca perdeu seu valor com as novas leis. Portanto, essa questão também
está correta.

3- As migrações internacionais, amenizadas no continente africano diante


do fim do ciclo belicoso interno das últimas décadas do século XX,
deixaram de ser um tema relevante das relações interestatais afro-
européias.

Comentários

Ora, pessoal, depois de tudo o que escrevemos até aqui sobre a


polêmica de novas leis de imigração, esperamos que seja de fácil
entendimento que as migrações internacionais nunca foram um assunto tão
relevante nas relações interestatais como atualmente. Portanto, essa questão
está errada.

4- O Brasil, país marcado, no fim do século XIX e início do século XX,


pelas imigrações européias e asiáticas, fator importante para a formação
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do Brasil contemporâneo, mudou seu padrão migratório ao ter-se tornado


também país de emigrantes.

Comentários

A imigração no Brasil é bem mais antiga do que o século XIX citado


na questão, pois foi uma das principais medidas colonizadoras do território
brasileiro. Todavia, no período citado, o nosso país foi marcado pelas
imigrações européias e asiáticas sim. Mas qual foi a causa disso?

Com o fim da escravidão, em 1888, o trabalho livre ganhou


significativa repercussão social e a imigração cresceu notavelmente, sobretudo
rumo ao Sul do país, onde a lavoura cafeeira se baseava no trabalho escravo.
Para termos uma idéia do quanto a abolição influenciou no aumento da
imigração no Brasil, somente nos dez anos subseqüentes a esse
acontecimento adentraram o Brasil mais de 1,4 milhão de imigrantes, que
vinham na esperança de uma vida melhor.

Já no século XX, outros fatores estimularam a imigração e


aumentaram a diversificação de nacionalidades dessas correntes migratórias,
que passam a contemplar europeus e asiáticos. Assim, as duas guerras
mundiais e todas as misérias materiais que elas impuseram aos habitantes dos
locais por elas afetados foram os principais impulsionadores da imigração para
o Brasil. Além disso, a lenta recuperação européia no pós-guerra e a crise no
Japão contribuíram, significativamente, para que os japoneses formassem a
quarta colônia de imigrantes do Brasil, ainda em 1950.

Apesar de, desde o seu descobrimento, o Brasil ter sido um receptor


de imigrantes, nos últimos anos ele tem sido fornecedor de pelo menos 1% de
sua população, donde 70 % se encontra nos EUA. Portanto, a questão esta
correta!

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5- A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma de tráfico de


pessoas, ainda que seja um tema de impacto internacional, possui
modesta implicação na segurança dos Estados nacionais neste início de
século.

Comentários

As migrações forçadas ou enganosas têm diversas manifestações e


causas. Por esse motivo, é fundamental que a sociedade, as organizações
internacionais e os governos se detenham sobre episódios tão comuns como
os deslocamentos humanos atuais. Este tipo de migração acontece,
principalmente, por falhas estruturais, políticas econômicas equivocadas,
desordem política, fome e miséria. Pode ser encaixado na migração forçada o
caso de europeus e asiáticos que, para se refugiar da guerra, migraram para o
Brasil. Também pode ser considerada migração forçada a saída de pessoas de
um território em razão de graves violações de direitos humanos.

Mas como temos lido até agora, esse é um assunto de pauta em


todos os países mais desenvolvidos do mundo, os quais são os principais
destinos dos imigrantes. Imigração hoje está atrelada à segurança dos Estados
nacionais e por isso a questão está errada.

(IRB-2008)- As migrações aparecem como característica permanente da


espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege todos
os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar
importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das
raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A. Damiani.
População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com
adaptações).

Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes (6 a 9).

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6- A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma realidade em


determinados países desenvolvidos, dada a carência de mão-de-obra em
setores das atividades econômicas.

Comentários

Apesar de todas as medidas que criminalizam a imigração ilegal na


Europa, a verdade é que alguns países europeus precisam dos imigrantes para
a realização de determinadas atividades. A taxa de natalidade da União
Européia vem caindo ano a ano e, muito em breve, esses países terão de rever
suas posturas em relação aos imigrantes, pois vão precisar deles! De 1998
para 1999, por exemplo, houve uma queda de 0,5% no número de nascimentos
na EU, que somado ao envelhecimento da população, deixará a Europa com
um contingente bastante reduzido de mão-de-obra.

Em março de 2005, a UE recomendou a Portugal que aumentasse


sua imigração, pois a taxa de natalidade nesse país baixou para metade em
quarenta anos. Desta forma, o relatório da Comissão Européia recomendou
que "serão necessários maiores fluxos de migrações para satisfazer as
necessidades de trabalho e salvaguardar prosperidade européia". Ou
seja, a imigração em algumas regiões da Europa tornou-se "vital" para garantir
o crescimento populacional.

Apesar de outros países ainda estabelecerem muitas restrições, e


até criminalizarem a imigração ilegal, há exemplos onde ela não só é permitida,
como também é necessária. Nesse sentido, alguns países, como a Itália,
possuem uma legislação que admite a entrada de um número fixo de
trabalhadores por ano, justamente para suprir a carência de mão-de-obra
existente.

Um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado


em 2009, mostra que a Itália precisará receber, até 2025, 300 mil estrangeiros

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por ano e a Alemanha, 500 mil. Essas estatísticas no indicam que, mesmo
contra a vontade, os países europeus terão, num futuro próximo, que alargar
ainda mais suas portas de entrada para os imigrantes.

Portanto, pessoal, a questão está correta.

7- A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de


mercado de trabalho globalizado, uma vez que a facilidade atual de
circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos
trabalhadores.

Comentários

Bem, pessoal, depois de tantas leituras sobre a globalização e suas


conseqüências, uma certeza que nós temos é que ocorre exatamente o
contrário do que a questão afirma, não é mesmo?

Ao contrário do que a lógica capitalista nos levava a pensar, a


globalização não tornou os movimentos migratórios menos intensos. Com o
aumento da desigualdade e da concentração de riquezas em apenas alguns
países, o fluxo de pessoas em direção a eles, buscando uma melhor qualidade
de vida, aumenta na proporção da disparidade social. Portanto, essa questão
está errada.

8- Com a miscigenação e o multiculturalismo — atualmente presentes em


diversos países, as diferenças étnicas deixaram de ser causa para
migração e conflitos sociais.

Comentários

Que a miscigenação e o multiculturalismo estão presentes em


diversos países do mundo, todos nós sabemos e ratificamos. Entretanto, a

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diferença étnica continua sendo uma das principais causas de migração e,


sobretudo, de conflitos sociais!

No dia 07 de março de 2010, a opinião publica mundial se chocou


com a crueldade do massacre étnico ocorrido na Nigéria. Nesse conflito entre
nômades islâmicos e aldeões cristãos perto da cidade nigeriana de Jos, a
diferença étnico-religiosa foi a grande responsável pela tortura e morte de mais
de 100 pessoas.

Infelizmente, essa não é a primeira vez que isso acontece. Em


janeiro, mas de 200 pessoas já tinham sido mortas durante confrontos na
mesma cidade, que fica na divisa entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul
do país, de maioria cristã. Devido a esses conflitos, milhares de pessoas
tiveram de deixar a região e migrar em busca de maior tolerância.

Portanto a questão está errada.

9 - O Brasil apresenta tanto a saída de população como a entrada de


migrantes estrangeiros em busca de emprego e melhor nível de qualidade
de vida.

Comentários:

Apesar de, atualmente, o Brasil ser um país com mais gente


emigrando do que imigrando, ou seja, mais gente indo do que vindo, ele
continua atraindo estrangeiros. Se na primeira metade do século XX os
imigrantes vinham, em sua maioria, da Europa e da Ásia, hoje os fluxos de
imigração mais intensos são oriundos de países da própria América Latina.
Nesta corrente, estão, principalmente, peruanos, bolivianos, paraguaios e
colombianos.

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2- Movimentos migratórios internos.

Quando falamos do Brasil da década de 50 e 60, tocamos,


sutilmente, na questão da migração interna ao falarmos dos deslocamentos de
nordestinos rumo ao Sudeste, até então único pólo industrial do país. Mas,
afinal, nós sabemos bem o que é esse movimento migratório?

Chamamos de movimentos migratórios internos aquelas circulações


de pessoas que ocorrem dentro de um mesmo território nacional. Os
principais fatores que levam os serem humanos a migrar são motivos
econômicos, desastres ecológicos e motivações pessoais
Segundo Milton as migrações podem ser entendidas
como uma expressão espacial dos mecanismos de modernização. O que
isso quer dizer? Significa dizer que o fato de as pessoas se mudarem de um
lugar a outro se liga às várias complexidades, exigências e possibilidades que
a modernidade trouxe ao ser humano.
Dois exemplos muitos conhecidos são as migrações de nordestinos
para o norte do país, quando espontaneamente se transformaram em
“soldados da borracha”, e as ocorridas na década de 60, em função da seca
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que se abateu sobre a região. Em ambos os casos, elas expressam uma busca
por melhoria na qualidade de vida. Entretanto, as migrações não atingem
apenas pessoas sem qualificação, como costumamos pensar num primeiro
momento. Na cidade de Recife, uma pesquisa revelou que os funcionários de
mais alto nível da SUDENE são oriundos do sul do país ou de estados que não
ofereciam oportunidades para a sua qualificação.
Assim, podemos dizer que a migração de pessoas e bens é uma
conseqüência da revolução do consumo trazida pela modernização, ou seja,
quanto mais poderoso o impacto da modernização, maior será a concentração
da produção e, portanto, maiores fluxos migratórios ocorrerão.
No caso específico das correntes de migração interna, elas
acontecem tanto de uma região para outra no interior do país, quanto entre
estados de uma mesma região. Além disso, também pode ocorrer migração do
campo para as cidades, chamado de êxodo rural.
Observando o mapa abaixo, veremos que o número de pessoas que
se deslocam do Norte e Nordeste do Brasil para o Sudeste, é responsável, de
longe, pelo maior número de migrantes internos. No mapa abaixo, eles são
representados pelos bonequinhos vermelhos, laranja, amarelo e roxo.

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Nesse sentido, o Nordeste foi, durante muito tempo, considerado


uma área de repulsão populacional, ou seja, área que perdia população por
diversos fatores, como secas intensas, falta de trabalho, dificuldade das
atividades econômicas em absorver ou manter as populações locais etc. Como
dissemos anteriormente, é necessário um conjunto de fatores para favorecer a
migração, porém os citados podem ser entendidos como alguns dos principais
estímulos da migração de nordestinos para Amazônia, Goiás, São Paulo e Rio
de Janeiro.

Em contrapartida, determinadas áreas são exatamente o oposto do


nordeste, sendo consideradas áreas de atração populacional, justamente por
atraírem as populações de outras áreas e oferecerem melhores condições de
vida. Aqui, novamente, aparecerão os nomes de São Paulo e Rio de Janeiro,
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por serem estes estados que durante muitos anos concentraram grande parte
das maiores indústrias do Brasil.

O governo vem tomando medidas para reduzir essas disparidades


na concentração de indústrias e alguns sucessos já foram alcançados. No
entanto, quando se pensa ter encontrado o caminho para resolver um
problema, eis que surge outro: as migrações diárias.

2.1 Migrações diárias

Até nos mudarmos para uma capital, nós não conhecíamos de perto
o que era exatamente esse tipo de migração, não tão conhecida como as
migrações nordestinas ou sulistas. Numa cidade pequena, por mais longe que
se trabalhe, não se gasta mais de 30 minutos para chegar ao emprego, pois o
trânsito de veículos ainda é relativamente leve, o transporte público costuma
dar conta das necessidades da população e a cidade é fisicamente pequena.

No entanto, se vocês moram em “cidade grande”, devem conhecer


bem de perto esse problema da migração diária. Ricos, pobres, classes
médias, urbanos ou rurais, todos somos afetados, em maior ou menor grau,
pelos fluxos internos diários. Seja dentro do carro, ouvindo música e com ar
condicionado ligado, ou apertados dentro de um ônibus lotado, onde mal há
lugar para se apoiar, todos nós sabemos (bem!) os efeitos da migração diária.

Esses fluxos apresentam ritmos, dimensões e objetivos variados.


Por isso, são denominados migrações pendulares, nas quais gostaríamos de
ressaltar dois exemplos que lhes parecerão bem comuns.

O primeiro trata da movimentação diária dos habitantes que


trabalham numa cidade e moram ou estudam em outra - comumente chamadas
de Cidades-Dormitórios. Como o próprio nome já diz, as pessoas se dirigem a
elas praticamente para dormir, uma vez que passam o dia todo no trabalho.
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Alguns de vocês podem ter pensado assim: ora, por que esse
pessoal não se muda pra perto do trabalho? Por que morar em uma cidade e
trabalhar em outra?

Bem, o principal motivo gerador da existência desses movimentos


pendulares diários nas grandes metrópoles está ligado à crescente
especulação imobiliária dos lugares mais próximos ao centro produtivo que se
alia a baixos salários. Tudo isso empurra o trabalhador para bem longe do seu
trabalho, obrigando-o a se utilizar de transporte coletivo, na maior parte das
vezes precário ou insuficiente para atender ao enorme fluxo populacional
residente nessas áreas.

Um exemplo dessa prática é Brasília e suas cidades satélites. Com


um dos metros quadrados mais caros do Brasil, paga-se em média três vezes
mais para se morar no Plano Piloto. Enquanto uma kitnet de 30 m2 custa em
média 900 reais por mês no plano, em uma cidade satélite a 20 km dali, o
preço cai para 300. Ora, por mais que os salários nessa cidade sejam mais
altos do que a média brasileira, é simplesmente surreal a supervalorização dos
imóveis próximos à zona central conhecida como Plano Piloto.

Do mesmo modo, ocorrem esses movimentos que se originam nos


núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais, como
encontramos facilmente nas áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro
e Belo Horizonte.

O segundo exemplo diz respeito aos deslocamentos dos bóias-frias,


que, geralmente, moram numa pequena cidade ou vilarejo e se dirigem
diariamente às fazendas onde há tarefas agrícolas. Seja plantando cana ou
colhendo café, esse movimento urbano-rural aumenta ou diminui de acordo
com as necessidades dos fazendeiros

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2.2- Migração de campo-cidade ou êxodo rural

Consiste no
deslocamento de grande parcela da
população da zona rural para a zona
urbana, transferindo-se das
atividades econômicas primárias
para as secundárias ou terciárias.
Esse é, na atualidade, o mais
importante movimento de população
e ocorre praticamente no mundo
todo.

Principalmente nos países subdesenvolvidos, ou em vias de


desenvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que
constitui um verdadeiro êxodo rural. Esse movimento campo/cidade se
intensificou no Brasil a partir do surto industrial no Sudeste, iniciado na década
de 40.

Entre as causas desse movimento estão os baixos salários


recebidos pelo trabalhador rural, a falta de escolas, de assistência médica,
mecanização de agricultura, secas e concentração de latifúndios.

Além disso, a atração exercida pela cidade é um grande estímulo à


migração, que busca uma oportunidade de alcançar melhor padrão de vida.
Assim, muitos imigrantes seguiram para o Sudeste na esperança de alcançar
melhores condições e oportunidades de vida que as cidades ofereciam, como
empregos, escolas, moradia, profissionalização, assistência médico etc.

Todavia, a grande parte das pessoas oriundas do campo


acabaram por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do
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desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos


reflexos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas,
que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das
cidades.

Deste modo, pessoal, enquanto o número de habitantes das cidades


aumenta cada vez mais, na zona rural o despovoamento se torna um problema
para os agricultores que não substituíram os trabalhadores pelas máquinas,
levando à queda da produção e elevação do custo de vida.

Assim, o estatuto do Trabalhador Rural, elaborado em 1964, tinha a


intenção de beneficiar o homem do campo, pressionando os latifundiários a
arcar com os encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro
salário, férias, etc. No entanto, o tiro acabou saindo pela culatra e muitos
proprietários preferiram dispensar boa parte dos empregados a arcar com seus
custos, o que acabou por fortalecer o êxodo rural. Além disso, em algumas
cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformaram-se em bóias-
frias, ou seja, pessoas que trabalham apenas em curtos períodos, sem
nenhuma garantia.

Entretanto, na década de 90, foi registrado o fim das grandes


correntes migratórias e atualmente eles são movimentos pequenos e bem
localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, ao invés de se
mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e
oportunidades nas próprias capitais do Nordeste ou em cidades médias da
região. Tudo isso acabou por transferir para essa região os problemas que
antes eram tipicamente encontrados nas grandes metrópoles do Centro-Sul do
Brasil.

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado:

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10-(CESPE/IRB-2010)- No que se refere ao espaço rural no Brasil, assinale


a opção correta.
a) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e para se viver,
uma das recentes transformações ocorridas no campo, não se relaciona
diretamente com as demandas pela terra e com os assentamentos rurais.
b) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o
espaço rural, provocou a redução da produtividade agrícola e, como
consequência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e
médio porte.
c) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro caracterizou-se
pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a agricultura familiar com
sua pluriatividade e o processo de modernização da base técnica na
agropecuária, que caracterizou o final do século.
d) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada pelo
agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura familiar, baseada na
agricultura de subsistência.
e) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação, privilegiaram a
agricultura de larga escala, o que forçou o processo de modernização da
agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.

Comentários

A letra A está errada. A globalização tem provocado nas últimas


décadas um amplo processo de reestruturação econômica e social, que tem
afetado o espaço rural e a agricultura em particular. Mas como assim afetou o
espaço rural? E a agricultura?

Podemos apontar vários efeitos da globalização no espaço rural e na


agricultura. Primeiro, com a abertura comercial, aceleram-se as trocas
comerciais e aumenta a competitividade, tendo como base grandes empresas
agroindustriais que monopolizam a produção e o comércio em nível mundial.
Segundo, surge uma relação próxima entre a agricultura, a indústria e o
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comércio. Terceiro, o espaço rural deixa de ser um local específico para as


atividades agrícolas, passando a ser encarado como um local de residência,
lazer e de atividades não-agrícolas.

Sobre esse ponto, é interessante notar que o desenvolvimento


tecnológico e o aperfeiçoamento dos meios de produção fazem com que as
jornadas de trabalho sejam reduzidas, aumentando o tempo livre das pessoas
e, conseqüentemente, sua expectativa de vida.

Paralelo a todas essas modificações no espaço rural, valoriza-se


crescentemente a questão ambiental, que se torna um fator de competitividade.
Seguir à risca os requisitos ambientais é, inclusive, atualmente, condição para
se obter financiamentos públicos.

Hoje em dia, vivencia-se um processo de “revalorização do rural”,


por meio da busca de uma qualidade de vida superior à das grandes cidades.
Dessa forma, o espaço rural passa a ser encarado como um lugar para se
trabalhar e para se viver. As demandas pela terra e os assentamentos rurais
estão diretamente relacionados a essa nova forma de ver o “campo”. Isso
porque, não tendo logrado êxito nas cidades, os indivíduos desejam voltar ao
campo e ter a sua “terrinha” onde morar e trabalhar.

A letra B está errada. O Programa Nacional de Fortalecimento da


Agricultura Familiar (PRONAF) busca financiar projetos individuais ou coletivos
que geram renda a agricultores familiares e a assentados da reforma agrária.
Dessa forma, busca valorizar a agricultura familiar como importante ator social.

Ao contrário do que afirma questão, o PRONAF, ao proporcionar


ótimas condições de acesso a crédito aos pequenos produtores, provocou um
aumento da produtividade agrícola e, conseqüentemente, aumento da oferta de
alimentos nas cidades de pequeno e médio porte.

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A letra C está errada. Nas primeiras três décadas do século XX, o


café teve fundamental importância para a economia brasileira, chegando a
representar 72,5% das exportações do nosso país. Nessa época, já
predominavam as grandes plantações cafeeiras, ao que se sucedeu na década
de 60 uma etapa de modernização da atividade agrícola. Esse fenômeno ficou
conhecido como “modernização conservadora”, já que não houve modificações
na estrutura de poder e da propriedade de terra. A questão está errada
justamente por dizer que após a primeira metade do século XX ganha força a
agricultura familiar. Pelo contrário, na década de 60, os grandes proprietários
aprofundaram mais ainda seu poder.

A letra D está errada. Uma das alterações sociológicas no espaço


rural nos últimos tempos é o surgimento do fenômeno da pluriatividade. A
pluriatividade ocorre quando os indivíduos que residem no campo passam a
trabalhar em atividades agrícolas e não-agrícolas. Mas como assim atividades
não-agrícolas? Com a revalorização do campo, cresceu o turismo no espaço
rural, dando ensejo ao aparecimento de diversas outras profissões: pedreiros,
caseiros, jardineiros, faxineiras e cozinheiras, por exemplo.

A questão está errada porque diz que a pluriatividade não se


incorporou à agricultura familiar. Ao contrário, a pluriatividade é uma
característica da agricultura familiar.

A letra E está correta. No Brasil, as políticas públicas em matéria


agrícola sempre privilegiaram as exportações, o que impulsionou o
desenvolvimento e a modernização da agropecuária. Com a modernização, a
mão-de-obra passa a ser substituída pela utilização de máquinas. Sendo
assim, ocorre o êxodo rural, com alto índice de migrantes do campo para a
cidade.

11- (FGV / Analista Legislativo-2008)- A migração é uma das questões


mais debatidas no mundo atual. No modelo de pensamento estrutural, os

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indivíduos não fazem escolhas, ou melhor, não são os indivíduos e suas


escolhas individuais que explicam os fluxos e a localização da população.
No espaço, que não é mais o espaço da liberdade individual, mas o
espaço da estrutura capitalista, é o movimento do capital, sua expansão
ou retração, seu deslocamento ou permanência que comandam a
mobilidade e a localização do trabalho.
(Vainer, Carlos B. Reflexões sobre o poder de mobilizar e imobilizar na
contemporaneidade, 2005.)
Assinale a única afirmativa que não expressa o pensamento
estruturalista.
a) Os movimentos locacionais e a estrutura do espaço estão submetidos à
lógica e à dinâmica do capital.
b) A mobilidade do trabalhador aparece como manifestação da necessidade do
capital e sua mobilidade está submetida a ele.
c) A mobilidade dos trabalhadores resulta de ações racionais orientadas pelo
mercado que dispõe de seu capital humano no livre jogo da oferta e da
procura.
d) A mobilidade do trabalhador e o seu desenraizamento são sinais de que ele
é totalmente despossuído dos meios de produção e subsistência, e, portanto,
subordinado ao movimento do capital.
e) Os movimentos dos trabalhadores e os deslocamentos das populações são
apenas movimentos reflexos do movimento do capital, que é o verdadeiro
protagonista do espaço estrutural.

COMENTÁRIOS:

Mesmo que você não conhecesse o pensamento estruturalista


aplicado às migrações, era possível resolver essa questão! Bastava que você
fizesse uma interpretação do texto e identificasse que há 4 (quatro) assertivas
apresentando visões semelhantes (estruturalistas) e 1(uma) assertiva
contradizendo essas idéias. Por isso, sempre dizemos aos alunos: não se
assustem com as questões!
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São várias as teorias que existem para explicar os fluxos migratórios:


Teoria Microeconômica Neoclássica, Teoria Macroeconômica Neoclássica,
Teoria do Capital Humano, Teoria Estruturalista, dentre outras.

Segundo a Teoria Microeconômica Neoclássica, os indivíduos são


seres racionais, que têm capacidade de ordenar hierarquicamente suas
preferências, com vistas a maximizar a utilidade de suas escolhas. Assim, o
migrante é um indivíduo que decide migrar baseado em um cálculo de
benefícios que realiza.

A Teoria Macroeconômica Neoclássica, por sua vez, entende o


fluxo migratório como resultado entre as diferenças geográficas de oferta e
demanda por trabalho. O mercado de trabalho é, para os adeptos dessa teoria,
o principal determinante das migrações, com deslocamento populacional de
regiões com baixo salário ou excesso de mão-de-obra para regiões com altos
salários ou escassez de mão-de-obra.

Já a Teoria do Capital Humano, de caráter microeconômico,


entende as migrações como um investimento em capital humano, em suas
diferentes facetas (educação, formação profissional, saúde). Considerando-se
as migrações como um investimento em capital humano, os jovens são os mais
propensos a migrarem, já que poderão usufruir dos retornos desse
investimento por período mais prolongado.

As Teorias Estruturalistas surgiram em 1970, inspiradas na


economia política marxista e se opondo à análise das migrações sob o prima
individualista. Essas teorias consideram o migrante como um indivíduo passivo,
que não toma decisões racionais, mas são impulsionadas pela lógica e
dinâmica do capital. Em outras palavras, o capital é o fundamento dos
deslocamentos populacionais, é ele quem determina a lógica das migrações.

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Por tudo o que explicamos, pode-se perceber que a única assertiva


que contraria a teoria estruturalista é a letra C, segundo a qual “A mobilidade
dos trabalhadores resulta de ações racionais orientadas pelo mercado
que dispõe de seu capital humano no livre jogo da oferta e da procura”, o
que está relacionado à Teoria do Capital Humano.

3- A distribuição dos efetivos demográficos no território nacional.

Você sabe o que quer dizer esse título?

Demografia é o estudo do povo, ou seja, o estudo da dinâmica de


uma determinada sociedade, se ela cresce ou diminui, quais atividades são
exercidas dentro dela, em que ela se modifica e em que áreas isso acontece.

Segundo dados do IBGE, entre os anos de 1940 e 2000, a


população brasileira aumentou quatro vezes e o país se tornou urbano, subindo
sua taxa de urbanização de 31,3% para 81,2%. Nesse mesmo período, a
população envelheceu, o país conseguiu reduzir em cinco vezes a taxa de
analfabetismo e aumentar em três vezes a escolarização de crianças entre 7 e
14 anos. Além disso, a agricultura e a pecuária, que em 1940 ocupavam 32,6%
da população, declinou em 2000 para 17,9%.

Aí surge aquela dúvida: eu preciso saber esses dados? Guardar


porcentagens e áreas de desenvolvimento? Definitivamente, não!

Mas é imprescindível citarmos para que vocês possam visualizar


com clareza o quanto se modificou e em que se modificou. Por exemplo, a
população cresceu quatro vezes, mas cresceu onde? Foi no Norte, no Centro
Oeste ou no Sul? Precisamos ver os dados para que a partir daí possamos
traçar com perfeição como os efetivos demográficos estão distribuídos no
território brasileiro. Para tanto, pegamos os dados no site do IBGE para que os

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números oficiais não nos deixassem mentir e pudéssemos traçar um desenho o


mais preciso possível!

A população do Brasil aumentou de 41,2 milhões em 1940 para


169,8 milhões de habitantes no ano de 2000. Mas para onde foi toda essa
gente?

Na década de 40, quando ainda se iniciava a industrialização


brasileira, os cinco estados mais populosos do país eram São Paulo, Minas
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Sessenta anos mais tarde,
a Bahia trocou de posição com o Rio de Janeiro. Como já sabemos, as cidades
com maior produção industrial são aquelas que atraem o maior numero de
imigrantes em busca de melhores empregos, salários e qualidade de vida num
geral. No século XX, essa atração era exercida principalmente pela região
Sudeste, mas nos últimos anos o Centro Oeste, o Norte e o Nordeste tiveram
um significativo salto na sua produção industrial, atraindo milhares de pessoas
para suas cidades e fábricas.

A disseminação das atividades econômicas pelas diferentes


regiões é a principal responsável pela mudança no fluxo migratório para essas
outras regiões. Ela nos permite intuir duas realidades possíveis. A primeira é
que muita gente está migrando para outros locais que não o Sudeste. A
segunda possibilidade é que essas pessoas estejam voltando para sua terra
natal. Por que é importante lembrarmos disso? Foi essa disseminação
industrial que o PAC incentivou e é ela a grande responsável pela nova
configuração ou distribuição demográfica brasileira.

Se antes o Sudeste era a principal área de atração de imigrantes


internos, atualmente podemos afirmar o aparecimento e a solidificação de
outras regiões como novas possibilidades de migração. Esse tipo de
deslocamento, ou seja, as migrações intra-regionais têm maior importância no
Nordeste e no Sul do Brasil. Desde a década de 80, os fluxos intra regionais e

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estaduais tornaram-se muito significativos nessas regiões, sobretudo devido à


solidificação das metrópoles ao redor de capitais de cada estado.

Atualmente, o Brasil já pode ser considerado um país


essencialmente urbano. Portanto, os fluxos migratórios são bem menores do
que os que havia em décadas passadas, quando as pessoas ainda estavam
“descobrindo” as cidades. Outro fator que contribuiu bastante para a
diminuição do fluxo migratório, sobretudo do Nordeste para o Sudeste, foi o
estabelecimento de ações sociais como o “Fome Zero” e o “Bolsa Família”, que
minimizaram o problema da seca.

Por favor, não entendam isso como uma defesa partidária, a única
coisa que queremos frisar aqui é que, em outros tempos, a seca era um dos
grande motivos de migração, pois não havia como preencher as necessidades
básicas alimentares. Entretanto, agora, com o auxílio do governo por meio
desses programas sociais, aquelas pessoas têm o seu problema mais imediato
resolvido: a fome. Assim, não há mais necessidade de migrar para que a
família não morra de fome, o que lhes confere ânimo em permanecer em sua
terra natal.

Mas é claro, pessoal, que, por si só, programas sociais não resolvem
a vida de ninguém, não é mesmo? Eles poderiam adiar a migração, mas em
algum momento ela ocorreria, afinal, além de comida, o ser humano possui
outras necessidades que, uma vez suprimida a fome, se afloram. Portanto, é
imprescindível que outras políticas sejam concomitantes às ações sociais,
como os incentivos fiscais dados pelo governo às grandes empresas e a
realização de melhorias na infra-estrutura.

E foi com essas iniciativas que a Bahia “ganhou” o pólo petroquímico


de Camaçari e o Ceará conquistou indústrias têxteis e de calçados. Além disso,
essa região tem maior proximidade com a Europa, o que favorece o comércio
internacional, já que reduz os custos com o transporte.

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Outra área muitíssimo beneficiada com as melhorias da infra-


estrutura foi o Centro-Oeste. Com isso, o Mato Grosso corresponde hoje a 53%
de toda a produção de algodão do Brasil. Além disso, esse estado destaca-se,
juntamente com o Norte, em relação ao rebanho bovino, em que juntos
representam mais da metade da produção nacional.

Outro fator importante para o desenvolvimento da região Centro-


Oeste que não pode ser esquecido é a construção de Brasília. A fundação
dessa cidade, que completa em abril de 2010 exatos 50 anos, levou milhares
de pessoas para viver em seu entorno e atingiu em cheio a dinâmica
econômica da região.

O Norte se destaca pelos empregos que oferece na produção de


minerais metálicos, como ferro e alumínio, e no extrativismo vegetal. Além
disso, no Amazonas a zona franca de Manaus é um dos principais pólos
industriais do país, que conta com um permanente crescimento.

Por fim, do outro lado do Brasil, a região Sul tem sua economia
ligada diretamente ao MERCOSUL. Isso porque ela mantém uma indústria forte
no setor metalúrgico, automobilístico, têxtil e, sobretudo, na produção agrícola.
Além da produção de cebola, maçã e alho, essa região responde por quase
metade de toda a produção de grãos do país.

Bem, amigos, até agora falamos mais da distribuição regional das


atividades econômicas, mas vejamos alguns dados relevantes para
compreender melhor a demografia brasileira:

As 10 Cidades mais populosas do Brasil

São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo


Horizonte, Curitiba Manaus, Recife e Belém.

Religião mais praticada

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Apesar do crescimento significativo do número de evangélicos o


Catolicismo ainda corresponde a mais de 70 % da população brasileira.
Entretanto, dentro do território nacional, a liberdade de culto e a participação de
cidadãos brasileiros em quaisquer atividades religiosas são garantidas por lei.

População

• Composta de pardos, brancos, negros e índios, o critério


utilizado pelo IBGE para a classificação de cada uma das
raças é a autodeclaração, ou seja, um negro pode se declarar
pardo ou um pardo se declarar negro ou branco.
• Apesar da existência de mais de 180 idiomas e dialetos dos
povos indígenas, a língua predominantemente falada é o
português.
• A distribuição populacional, apesar dos inúmeros avanços,
continua desigual, mantendo uma concentração de pessoas
nas zonas litorâneas especialmente do Sudeste e da Zona da
Mata nordestina. As áreas menos povoadas são o Centro-
oeste e o Norte.
• A expectativa de vida está em torno de 68,3 anos para os
homens e 76,38 para as mulheres,
• A taxa média de fecundidade em 2006 era de 2,0 filhos por
mulher
• Em 2008 existiam no país 98 homens para cada grupo de 100
mulheres.

Vejamos como esses pequenos detalhes podem aparecer nas


questões

(CESPE/ABIN-2008) A distribuição espacial da indústria no Brasil tem


passado por transformações em decorrência da evolução das infra-

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estruturas de transporte e comunicação. Acerca dessa dinâmica


instaurada, julgue os próximos itens.

12- O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da


produção industrial no território brasileiro por meio de políticas de
desenvolvimento regional, como, por exemplo, disponibilizando energia.

Comentários

Depois de termos falado sobre o PAC e sobre a descentralização


industrial promovida por ele, só podemos entender que essa questão esta
correta, não é mesmo? Como vocês já devem ter fixado, o Estado foi o
principal colaborador dessa movimentação industrial. A partir de políticas
públicas, foi possível o desenvolvimento de toda a infra-estrutura necessária
para o estabelecimento de grandes empresas em qualquer região do país.

13- Como conseqüência do processo de descentralização, os


desequilíbrios relativos à concentração de renda, em nível regional,
cederam lugar à integração territorial, que eliminou as disparidades.

Comentários

Ora, pessoal, quem dera essa questão estivesse certa, não é?


Achamos que, assim como nós, grande parte de vocês também sonham com
um país integrado e livre das desigualdades sociais, entretanto, essa não é a
realidade em que vivemos. Apesar de muitos avanços terem sido feitos e das
distâncias terem sido relativamente diminuídas, ainda há muito que se realizar
para acabarmos com a concentração de renda e promover uma integração
territorial plena.

Embora muitos avanços no combate à concentração de renda


tenham sido realizados, o Brasil ainda é conhecido no cenário internacional
como uma das sociedades mais díspares do mundo. Em 2005, nosso país

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ingressou pela primeira vez no grupo das nações com elevado


desenvolvimento humano. Apesar da reconhecida melhoria na educação e na
expectativa de vida, que influenciaram no aumento do IDH, o Brasil ainda é um
dos países que possui maior concentração de renda do mundo!

14- Em conformidade com a descentralização industrial, observa-se a


ampliação dos mercados por meio do rompimento com as estruturas
agroexportadoras existentes no passado.

Comentários

A descentralização industrial em nada interferiu negativamente nas


estruturas agroexportadoras. Muito pelo contrário, a migração de grandes
empresas para regiões diferentes das tradicionalmente procuradas possibilitou
inclusive um aumento dessas estruturas, como no caso no Mato Grosso que
produz sozinho mais de 50 % do algodão de todo o país. E pra onde vai essa
produção? Por maior que seja o mercado interno, ele sozinho não daria conta
desse consumo e grande parte dessa matéria é exportada. O Brasil é, assim,
um país que se caracteriza no comércio internacional por ser eminentemente
exportador de produtos agrícolas – agroexportador. Questão errada.

15- Uma das conseqüências da desconcentração espacial da indústria no


Brasil foi a aceleração do crescimento das metrópoles nacionais, o que
promoveu as invasões urbanas e a criação de periferias nas cidades.

Comentários

São chamadas de Metrópoles Nacionais as grandes cidades de um


país, que exercem influência preponderante sobre as demais cidades, seja no
que diz respeito a bens, serviços, movimentos culturais ou movimentos
políticos. As principais metrópoles nacionais do Brasil são Brasília, São Paulo
e Rio de Janeiro. Nesse sentido, se a desconcentração espacial das indústrias
promoveu algum impacto nessas metrópoles foi exatamente o impacto
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contrário ao que a questão sugere. São Paulo e Rio eram os principais destinos
da migração interna e, a partir do momento que a migração é controlada, essas
cidades deixam de ter agravados os seus problemas de invasão ou criação de
periferias.

Vejam bem, não estamos, de forma alguma, dizendo que esses


problemas se resolveram. Apenas queremos dizer que os problemas deixaram
de ser agravados. Afinal, pensemos como seria a cidade de São Paulo hoje se
ela ainda fosse o principal destino de imigrantes internos ou externos!

(CESPE/ABIN-2008) Ainda em meados do século XX, o Brasil era


composto de manchas de adensamento econômico isoladas entre si e
orientadas para o mercado exterior, o que revelava sua feição espacial
herdada de um processo de ocupação que deixou marcas diferenciadas
no extenso território nacional, conforme se desdobravam, com grande
descontinuidade temporal e geográfica, os diversos ciclos econômicos
voltados para a exportação. (IBGE. Brasil em números, v. 14, 2006, p. 45 (com
adaptações)

Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades econômicas


desenvolvidas no território nacional, julgue os itens subseqüentes.

16-(CESPE/ABIN-2008) - Sobre a “feição espacial herdada de um processo


de ocupação”, a industrialização promoveu a desconexão entre as
regiões brasileiras, acentuando a supremacia econômica do Sudeste.

Comentários

Bem, pessoal, mais uma vez o CESPE exige que o candidato esteja
atento ao enunciado. Para resolver esta questão era de fundamental
importância prestar atenção em uma palavra chave: desconexão.

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É inegável que a industrialização acentuou a supremacia do Sudeste


em relação às outras regiões do Brasil num primeiro momento. Entretanto, para
se desconectar algo, é imprescindível que esse algo estivesse conectado
anteriormente, não é mesmo? E todos nós sabemos que a integração das
regiões brasileiras, apesar de desejada, nunca foi uma realidade. Portanto, a
questão está errada.

17- (CESPE/ABIN-2008) A “grande descontinuidade temporal e


geográfica” mencionada no texto explica-se pelo processo de ocupação
territorial em que foi privilegiada a atividade agrícola, espalhada nas
diversas regiões do país.

Comentários

Bem, amigos, teremos que dividir ao meio essa questão para que
possamos compreendê-la com clareza. Quando ela se refere à grande
descontinuidade temporal e geográfica, ela está se referindo aos ciclos
econômicos pelo qual passou a História do Brasil. Por mais que não nos
lembremos exatamente como eram esses ciclos, sabemos que numa época
houve o auge da cana no Nordeste e em outra o auge do café no Sudeste, não
é?

A assertiva nos diz que essa descontinuidade do tempo e do espaço


é explicada pela ocupação territorial em que se privilegiou a atividade agrícola.

No entanto, o que temos é exatamente o contrário, não é mesmo? A


ocupação territorial é que é explicada pela descontinuidade temporal e
geográfica. As pessoas escolhiam que território ocupar de acordo com o
“status” da atividade agrícola. Se o que estava na moda era o café, vamos pro
Sudeste porque lá tem emprego, mas se a moda é o algodão “bora” pro
Nordeste.

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Chamamos aqui de moda só para ficar mais claro, mas todos


sabemos que determinados gêneres agrícolas estão totalmente sujeitos a
sazonalidades, concordam? Em janeiro é época disso, junho daquilo e
novembro daquilo outro... Da mesma forma, algumas regiões, em razão do solo
e do clima, são mais propícias ao desenvolvimento de determinados produtos
agrícolas.

Pois bem, todo processo de ocupação territorial, seja no Brasil ou


em qualquer outro lugar do mundo, será pautado pelo sustento durante todo o
ano, independente do que for necessário fazer para que a economia flua!
Assim, durante nossa ocupação, a monocultura de exportação foi o meio mais
fácil encontrado e praticado durante décadas. Obviamente, isso acabava por
manter plantadores de café em um canto do país e os de cana-de-açúcar no
outro, cada qual investindo e tentando crescer a SUA região ou o SEU estado –
o que não contribuía em nada para a integração do território nacional.

Foi por exemplo a partir da valorização cafeeira, na metade do


século XIX, que ocorreu um crescimento significativo de pequenas e médias
cidades, a princípio no eixo Rio-São Paulo. Além disso, inúmeras cidades
surgiram ao longo da ferrovia construída para transportar a safra.

Assim, podemos compreender o quanto as atividades agrícolas


influenciaram na evolução e transformação do espaço social. Portanto, a
questão está errada.

18- (CESPE/ABIN-2008) O padrão de rede urbana encontrado no país,


hierarquizado segundo o tamanho das cidades, espelha a integração e a
articulação de todo o território nacional.

Comentários

Depois de tudo o que ouvimos sobre a urbanização, setores


agrícolas e necessidades, se há uma certeza em tudo isso é que não existe
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integração do território nacional. Ainda que muito venha sendo articulado nesse
sentido - para integrar, campo/cidade, Norte/Sul ou Nordeste/Sudeste do
Brasil- o fato é que isso ainda não é uma realidade. Portanto, essa questão
está errada

4- A estrutura etária da população brasileira e a evolução de seu


crescimento.

A partir do final da década de 60, vemos uma significativa redução


da natalidade entre as camadas mais privilegiados da sociedade e nas regiões
mais desenvolvidas do país. Essa situação acabou colaborando para uma
importante mudança na estrutura etária da população brasileira, que aparece
com um perfil mais envelhecido e o ritmo de crescimento baixíssimo.

A distribuição da população por faixas de idade em um país é


conseqüência das taxas de crescimento populacional, da expectativa de vida e
das migrações que ocorrem naquele território, resultando na divisão em três
faixas etárias:

ƒ Jovens (0-14 anos);


ƒ Adultos (15-64 anos); e
ƒ Idosos (acima de 65 anos)

O que mais chama a atenção na estrutura etária dos países


considerados desenvolvidos é a forte presença de adultos e uma porcentagem
expressiva de idosos – dado o baixo crescimento vegetativo e a elevada
expectativa de vida. Seria mais ou menos aquela historinha que ouvimos das
nossas avós sobre como o mundo hoje está perdido e como é caro e perigoso
ter filhos, lembram? Pois é, parece que quanto maior a renda das pessoas,
mais próximas elas ficam da lógica da nossa avó e por isso a natalidade é tão
baixa entre elas.

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Em contrapartida, nos países em desenvolvimento, os jovens


superam os adultos e os idosos, justamente porque o crescimento vegetativo é
grande e a expectativa de vida baixa.

Por esse motivo, esses países acabam ficando em desvantagem,


particularmente os indivíduos mais pobres que possuem famílias mais
numerosas. E por quê? Porque sustentar um número maior de filhos é
concretamente mais difícil, ou seja, tanto os pais quanto o Estado têm suas
possibilidades absolutamente limitadas de oferecer uma formação de boa
qualidade. Assim, resta como opção mais forte colocar a criança no mercado
de trabalho e repetir o mesmo círculo vicioso da pobreza e da miséria.

No caso do Brasil e de outros países classificados como


"emergentes" ou em desenvolvimento, a proporção de jovens tem
diminuído a cada ano. Em contrapartida, o índice da população idosa vem
aumentando, o que gerou mudanças recentes no sistema de previdência
social, com estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria e teto
máximo para pagamento ao aposentado.

A base da pirâmide etária do Brasil mudou e agora indica sinais de


envelhecimento para a sociedade brasileira. O numero de crianças de até 14
anos equivale a pouco mais de 25 % e, no extremo oposto, temos um
significativo aumento da população com 70 anos ou mais. Essa oposição traz
um ponto positivo e um negativo, afinal, pessoal, nem tudo são flores, não é
mesmo? Assim, ao mesmo tempo em que ela demonstra que houve uma
melhoria na qualidade de vida dos idosos, ela também aponta o problema de
que há cada vez menos jovens pra sustentar um número cada vez maior de
idosos.

19- (CESPE/ABIN-2008) - O perfil da pirâmide etária brasileira apresenta


uma tendência de se assemelhar ao da pirâmide dos países que já
realizaram a transição demográfica.

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Comentários

Antes de mais nada, é importante definirmos o que é a “transição


demográfica”. Pois bem, a teoria da transição demográfica tem suas origens
nos estudos do americano Warren Thompson. Segundo esse economista, uma
sociedade passa por diferentes fases em seu processo de desenvolvimento, as
quais estão diretamente ligadas à sua estrutura demográfica.

A primeira fase, ou fase pré-moderna, se caracteriza pelas altas


taxas de natalidade e de mortalidade. A segunda fase, ou fase moderna,
caracteriza-se por uma queda nas taxas de mortalidade devido à maior oferta
de alimentos e melhores condições sanitárias. A taxa de natalidade ainda
continua alta. A terceira fase (industrial madura), por sua vez, é marcada pela
urbanização, que leva a uma estabilização populacional – redução das taxas
de natalidade e de mortalidade. Por fim, a quarta fase (pós-industrial) se
caracteriza por baixas taxas de natalidade e mortalidade e, ainda, por uma taxa
de fecundidade insuficiente para a reposição populacional.

Pois bem, realizar a transição demográfica significa chegar a essa


última fase, em que há um aumento da participação de idosos no percentual
total da população. Alguns países da Europa já chegaram a esse nível, sendo
que sua pirâmide demográfica apresenta-se com o topo mais largo. O Brasil
ainda não realizou a transição demográfica, mas podemos considerar que ele
está na terceira fase. Assim, conforme afirma a assertiva, a pirâmide etária
brasileira apresenta tendência de se assemelhar à dos países que realizaram a
transição demográfica.

De fato, observa-se que existe no Brasil uma redução das taxas de


natalidade – em razão da disseminação de métodos contraceptivos e da
inserção da mulher no mercado de trabalho – e uma redução da mortalidade –
em virtude dos avanços da medicina. Esses fatores somados implicam no

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aumento da população idosa, o que demanda do governo a adoção de políticas


públicas compatíveis com sua estrutura demográfica.

Evolução

Vocês sabiam que somente no último século a população brasileira


multiplicou-se por mais de dez? Pois é, pessoal, se em 1900 residiam no Brasil
cerca de 17 milhões de pessoas atualmente temos quase 190 milhões.

Como podemos ver no gráfico acima, desde o primeiro


recenseamento feito no Brasil em 1872, muitas modificações ocorreram no
padrão do desenvolvimento demográfico brasileiro.

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Até o início da década de 30, o crescimento da população do Brasil


teve um forte impulso: a imigração. Com a adoção da "Lei de Cotas", que
impôs limites à entrada de imigrantes, o aumento da população passou a
depender diretamente do crescimento vegetativo. E o que é isto? A diferença
entre o número de pessoas que nascem e o número de pessoas que morrem
chamamos de crescimento vegetativo(CV).

Após a Segunda Guerra Mundial, houve um importante avanço nas


questões sanitárias, como a expansão da rede de esgoto, acesso à água
encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a medicamentos
básicos, etc. Esses avanços estimularam a maior evolução das taxas de
crescimento populacional, atingindo em 1960 cerca de 2,9% a.a. e marcando a
primeira fase de transição demográfica brasileira.

A partir dessa data, começou a ocorrer uma desaceleração


demográfica contínua, ou seja, começou a morrer mais pessoas do que a
nascer, o que resultou num crescimento demográfico de 1,6% a.a. Podemos
pensar que 1% a menos não faz tanta diferença assim, porém o impacto disso
no padrão da população é realmente significativo! Assim, se iniciou a segunda
fase de transição demográfica.

Posteriormente a isso, o intenso processo de urbanização ocorrido


no país, principalmente a partir da década de 1960, foi o principal responsável
pela redução das taxas de fecundidade. Mas por que isso aconteceu?

Bem, nas cidades, as informações e o acesso aos métodos


contraceptivos são bem maiores do que os existentes no campo. Para
complementar, foi justamente em fins da década de 60 que a pílula
anticoncepcional passou a ser mais aceita e difundida na sociedade brasileira.
Com as mulheres ocupando cada vez mais o mercado de trabalho urbano, as
famílias passaram a dispor de menos tempo para se dedicar aos filhos. Além
disso, é claro que na cidade os gastos com a criação dos filhos são bem

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maiores que no meio rural, o que acabava inibindo a formação de famílias


numerosas.

20-(CESPE/ABIN-2008) As alterações previstas para o quadro


populacional brasileiro estão relacionadas com o decréscimo da
fecundidade.

Comentários

Conforme já comentamos, as alterações demográficas no Brasil


decorrem, em parte, da redução das taxas de natalidade (decréscimo da
fecundidade). Os principais motivos disso são a inserção da mulher no
mercado de trabalho e a disseminação dos métodos contraceptivos.

(CESPE/ABIN-2008) Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que


mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua projeção para
2020, julgue os seguintes itens.

21- Observa-se uma previsão de diminuição da população brasileira até


2020.

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Comentários

Não é correto dizer que há uma previsão de diminuição da


população brasileira. Se observarmos atentamente a parte mais clara do
gráfico, veremos exatamente o contrário: a população brasileira continuará
crescendo, ainda que em ritmo menos acelerado. A questão está, portanto,
errada.

22- (CESPE/ABIN-2008) A participação relativa dos jovens no conjunto da


população brasileira deverá diminuir, enquanto a das pessoas com mais
de 70 anos de idade deverá aumentar.

Comentários

Novamente, é importantíssimo prestar atenção ao gráfico e observar


cuidadosamente a pirâmide demográfica brasileira. Fazendo isso,
perceberemos que há uma diminuição da participação relativa dos jovens no
total da população brasileira. E por quê? Porque veremos uma mudança na
estrutura etária brasileira, em que há um significativo acréscimo na quantidade
de idosos. Esse fenômeno ocorre em virtude do aumento da expectativa de
vida e redução da taxa de natalidade no Brasil. A questão está, portanto,
correta.

23- (CESPE/ABIN-2008) As mudanças apresentadas no perfil da pirâmide


etária brasileira estão relacionadas ao crescimento do emprego formal e à
eliminação da subnutrição no país.

Comentários

Para sabermos se essa assertiva está certa ou errada, precisamos


primeiro saber a quais mudanças ela se refere, não é mesmo? Nesse sentido,
quando nos detemos na observação do gráfico, o ponto que nos chama mais
atenção é a redução da natalidade e o aumento do número de idosos. È

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importante compreendermos, pessoal, que a redução da natalidade não


significa necessariamente que a população se reduzirá. E isso acontece
porque, apesar de nascerem menos pessoas que antes , elas vivem muito mais
tempo, gerando, portanto, um aumento da população mais velha. Apesar da
diminuição da fecundidade observada no gráfico, uma pesquisa feita pela ONU
em 2008, revelou que a população deverá crescer significativamente nos
países em desenvolvimento. Segundo o relatório, em 2050 o mundo terá
saltado dos 6,7 bilhões de habitantes atuais, para 9,2 bilhões.

Mas voltando às mudanças percebidas no gráfico, elas estão


relacionadas ao aumento do emprego formal e a eliminação da subnutrição no
país? Por dois motivos, não!

Primeiro, essa questão já estaria errada por afirmar que há


eliminação da subnutrição no Brasil. Em 2008, foi vinculada na imprensa a
informação de que mais de 70 milhões de brasileiros estão acima do peso e, ao
contrário do que se pensa, a subnutrição não está ligada somente ao baixo
peso. Aquela idéia de que somente os muito magros sofrem com a desnutrição
é coisa do passado! O problema que o Brasil enfrenta agora são os obesos. A
desnutrição nos primeiros anos de vida é mais comum nas camadas mais
pobres da população, que desfruta de uma subalimentação. Entretanto, estar
acima do peso não é sinônimo de saúde, tampouco de nutrição.

Em segundo lugar, apesar de nas últimas duas décadas o Brasil ter


criado mais de 13 milhões de empregos assalariados com carteira assinada, ou
seja, empregos formais, isso não pode ser projetado para o futuro. Assim, uma
vez que esse modelo não se sustenta no longo prazo não haveria como ele
interferir no perfil da pirâmide etária. Portanto, a questão está errada.

Só como acréscimo, é bom sabermos que esses milhões de


empregos que foram criados não foram homogeneamente distribuídos no

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espaço nacional, o que nos remete mais uma vez a entender o principal motivo
das migrações dentro do país.

[Adaptada- (CESPE/ABIN-2008)]- O século XX assistiu a um rápido


crescimento da população mundial, que partiu de 1,6 bilhões e alcançou
6,1 bilhões. Não se prevê uma estabilização para o atual século, porém,
para 2050, a expectativa é de 9 bilhões de habitantes no planeta.

24- Ao lado da perspectiva de crescimento populacional mundial, o


movimento de pessoas cruzando fronteiras como imigrantes é um
aspecto relacionado ao processo de integração global, fonte potencial de
conflitos sociais.

COMENTÁRIO:

Conforme afirma o próprio enunciado, há grande expectativa de que


continue havendo um crescimento populacional mundial. E aí mora um
problema! Se a população continuar crescendo sem que haja uma melhor
distribuição de renda, isto é, sem que haja uma desconcentração das riquezas,
a situação poderá chegar a um nível crítico.

Uma das conseqüências do crescimento populacional é a escassez


de alimentos. Na verdade, não é que falte comida no mundo; ela está é mal
distribuída. Falar nesse assunto nos faz lembrar de Thomas Malthus,
economista que enxergava no crescimento populacional o grande problema da
humanidade. Segundo ele, enquanto a população crescia em progressão
geométrica, a produção de alimentos crescia em progressão aritmética.

Pois bem, falemos agora sobre a questão migratória! Com a


globalização e o desenvolvimento dos meios de comunicação, o acesso à
informação tornou-se muito maior. Nesse sentido, pessoas que vivem na África
têm contato, por meio da televisão, com uma realidade bem diferente. Assim,

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passar a desejar obter as benesses do estilo de vida dos países desenvolvidos,


o que dá origem a um intenso fluxo migratório.

A migração acentuada é também uma realidade do crescimento


econômico sem o aumento da oferta de emprego. Assim, muitos imigrantes
têm como objetivo conquistar o seu lugar no mercado de trabalho. E,
justamente por causa disso, acabam por constituir-se em ameaça ao emprego
dos nacionais. Surgem, então, os movimentos xenofobistas, fonte potencial de
conflitos sociais. A questão está, portanto, correta.

25 - (CESPE/ABIN-2008) O Brasil, cujo aumento populacional é registrado


no gráfico, evidencia uma mudança no perfil de crescimento a partir da
queda observada na taxa de crescimento populacional do país, do
aumento da expectativa de vida e da diminuição da participação relativa
de jovens no total da população.

COMENTÁRIO

É interessante, para compreendermos o fenômeno demográfico ao


redor do mundo e no Brasil, conhecermos a famosa “pirâmide demográfica”.

A pirâmide demográfica é uma ilustração gráfica da estrutura


populacional de um país, mostrando a distribuição da população entre os sexos
e por idade. Dessa forma, funciona como importante evidência para estudos
demográficos, uma vez que é possível chegar-se a algumas conclusões
conforme o seu formato.

Se a base da pirâmide for larga e o topo curto, isso significa que o


país tem muitos jovens. Por outro lado, se o topo por mais largo, isso significa
que a população está envelhecendo. Mas e o Brasil, como é sua pirâmide
demográfica?

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No Brasil, a pirâmide demográfica tem sua base larga e vai


estreitando até atingir o topo. Isso evidencia que a nossa população é jovem.
Todavia, nos últimos anos, tem havido um crescimento do percentual de
idosos, evidenciando a tendência de modificação da pirâmide.

Com o desenvolvimento da medicina, a expectativa de vida tem


aumentado. Por outro lado, com a disseminação dos métodos contraceptivos e
a inserção da mulher no mercado de trabalho, há uma queda na taxa de
natalidade. Assim, somados esses fatores, verifica-se a diminuição da
participação relativa de jovens no total da população.

É exatamente isso o que nos traz a assertiva, motivo pelo qual ela
está correta.

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Bibliografia

Artigos disponíveis em < http://www.sep.org.br/artigo > Acessado em


18/03/2010

GREGORY, Derek, et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e Ciência


Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

GREMAUD, Amaury Patrick. Economia brasileira contemporânea. São


Paulo: Atlas, 2009.

MAGNOLI, Demétrio. Geografia para ensino Médio. São Paulo: Atual, 2008.

ROSS, Jurandir Sanches (org). Geografia do Brasil. - 6ª- edição - São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Editora da


Universidade de São Paulo, 2008.

_____________. O Espaço dividido: os dois circuitos da Economia urbana


dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2008.

SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas. Globalização e


território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

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LISTA DE QUESTÕES

(CESPE/ABIN-2008) As migrações internacionais ocupam parte


importante das diplomacias e dos serviços de defesa do Estado e dos
cidadãos comuns que atravessam fronteiras diariamente, em todo o
mundo. A respeito desse tema, julgue os itens seguintes(1 ao 5).

1- A criminalização crescente das migrações econômicas e sociais denota que


o direito de ir e vir da pessoa faz-se subalterno ao privilégio universal da livre
circulação dos capitais.

2- Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas pela União


Européia, expõem, por um lado, a noção de que a função histórica da grande
imigração de africanos e asiáticos para o trabalho nas indústrias européias do
pós-guerra perdeu função histórica e, por outro, que a reciprocidade
internacional em relação à América Latina, formada em parte por imensas
levas de desterrados europeus, perdeu valor de direito internacional ante o
realismo político dos interesses nacionais e comunitários europeus

3- As migrações internacionais, amenizadas no continente africano diante do


fim do ciclo belicoso interno das últimas décadas do século XX, deixou de ser
um tema relevante das relações interestatais afro-européias.

4- O Brasil, país marcado, no fim do século XIX e início do século XX, pelas
imigrações européias e asiáticas, fator importante para a formação do Brasil
contemporâneo, mudou seu padrão migratório ao ter-se tornado também país
de emigrantes.

5- A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma de tráfico de


pessoas, ainda que seja um tema de impacto internacional, possui modesta
implicação na segurança dos Estados nacionais neste início de século.

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(IRB-2008)- As migrações aparecem como característica permanente da


espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege todos
os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar
importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das
raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A. Damiani.
População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com
adaptações).

Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes: (6 a 9).

6- A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma realidade em


determinados países desenvolvidos, dada a carência de mão-de-obra em
setores das atividades econômicas

7- A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado


de trabalho globalizado, uma vez que a facilidade atual de circulação de
mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores.

8- Com a miscigenação e o multiculturalismo — atualmente presentes em


diversos países, as diferenças étnicas deixaram de ser causa para migração e
conflitos sociais.

9 - O Brasil apresenta tanto a saída de população como a entrada de migrantes


estrangeiros em busca de emprego e melhor nível de qualidade de vida.

10- (CESPE/IRB-2010) No que se refere ao espaço rural no Brasil, assinale


a opção correta.

a) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e para se viver,


uma das recentes transformações ocorridas no campo, não se relaciona
diretamente com as demandas pela terra e com os assentamentos rurais.

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b) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o


espaço rural, provocou a redução da produtividade agrícola e, como
consequência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e
médio porte.

c) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro caracterizou-se


pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a agricultura familiar com
sua pluriatividade e o processo de modernização da base técnica na
agropecuária, que caracterizou o final do século.

d) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada pelo


agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura familiar, baseada na
agricultura de subsistência.

e) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação, privilegiaram a


agricultura de larga escala, o que forçou o processo de modernização da
agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.

11- (FGV / Analista Legislativo-2008)- A migração é uma das questões


mais debatidas no mundo atual. No modelo de pensamento estrutural, os
indivíduos não fazem escolhas, ou melhor, não são os indivíduos e suas
escolhas individuais que explicam os fluxos e a localização da população.
No espaço, que não é mais o espaço da liberdade individual, mas o
espaço da estrutura capitalista, é o movimento do capital, sua expansão
ou retração, seu deslocamento ou permanência que comandam a
mobilidade e a localização do trabalho.
(Vainer, Carlos B. Reflexões sobre o poder de mobilizar e imobilizar na
contemporaneidade, 2005.)
Assinale a única afirmativa que não expressa o pensamento
estruturalista.
a) Os movimentos locacionais e a estrutura do espaço estão submetidos à
lógica e à dinâmica do capital.

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b) A mobilidade do trabalhador aparece como manifestação da necessidade do


capital e sua mobilidade está submetida a ele.
c) A mobilidade dos trabalhadores resulta de ações racionais orientadas pelo
mercado que dispõe de seu capital humano no livre jogo da oferta e da
procura.
d) A mobilidade do trabalhador e o seu desenraizamento são sinais de que ele
é totalmente despossuído dos meios de produção e subsistência, e, portanto,
subordinado ao movimento do capital.
e) Os movimentos dos trabalhadores e os deslocamentos das populações são
apenas movimentos reflexos do movimento do capital, que é o verdadeiro
protagonista do espaço estrutural.

(CESPE/ABIN-2008) A distribuição espacial da indústria no Brasil tem


passado por transformações em decorrência da evolução das infra-
estruturas de transporte e comunicação. Acerca dessa dinâmica
instaurada, julgue os próximos itens.

12- O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da


produção industrial no território brasileiro por meio de políticas de
desenvolvimento regional, como, por exemplo, disponibilizando energia.

13- Como conseqüência do processo de descentralização, os desequilíbrios


relativos à concentração de renda, em nível regional, cederam lugar à
integração territorial, que eliminou as disparidades.

14- Em conformidade com a descentralização industrial, observa-se a


ampliação dos mercados por meio do rompimento com as estruturas
agroexportadoras existentes no passado.

15- Uma das conseqüências da desconcentração espacial da indústria no


Brasil foi a aceleração do crescimento das metrópoles nacionais, o que
promoveu as invasões urbanas e a criação de periferias nas cidades.
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(CESPE/ABIN-2008) Ainda em meados do século XX, o Brasil era


composto de manchas de adensamento econômico isoladas entre si e
orientadas para o mercado exterior, o que revelava sua feição espacial
herdada de um processo de ocupação que deixou marcas diferenciadas
no extenso território nacional, conforme se desdobravam, com grande
descontinuidade temporal e geográfica, os diversos ciclos econômicos
voltados para a exportação. (IBGE. Brasil em números, v. 14, 2006, p. 45
(com adaptações)

Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades econômicas


desenvolvidas no território nacional, julgue os itens subseqüentes.

16- (CESPE/ABIN-2008) Sobre a “feição espacial herdada de um processo


de ocupação”, a industrialização promoveu a desconexão entre as
regiões brasileiras, acentuando a supremacia econômica do Sudeste.

17- (CESPE/ABIN-2008) A “grande descontinuidade temporal e


geográfica” mencionada no texto explica-se pelo processo de ocupação
territorial em que foi privilegiada a atividade agrícola, espalhada nas
diversas regiões do país.

18- (CESPE/ABIN-2008) O padrão de rede urbana encontrado no país,


hierarquizado segundo o tamanho das cidades, espelha a integração e a
articulação de todo o território nacional.

19-(CESPE/ABIN-2008) O perfil da pirâmide etária brasileira apresenta


uma tendência de se assemelhar ao da pirâmide dos países que já
realizaram a transição demográfica.

20- (CESPE/ABIN-2008) As alterações previstas para o quadro


populacional brasileiro estão relacionadas com o decréscimo da
fecundidade

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(CESPE/ABIN-2008) Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que


mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua projeção para
2020, julgue os seguintes itens.

21- (CESPE/ABIN-2008) - Observa-se uma previsão de diminuição da


população brasileira até 2020.

22- (CESPE/ABIN-2008) A participação relativa dos jovens no conjunto da


população brasileira deverá diminuir, enquanto a das pessoas com mais
de 70 anos de idade deverá aumentar.

23- (CESPE/ABIN-2008) As mudanças apresentadas no perfil da pirâmide


etária brasileira estão relacionadas ao crescimento do emprego formal e à
eliminação da subnutrição no país.

[Adaptada(CESPE/ABIN-2008)]- O século XX assistiu a um rápido


crescimento da população mundial, que partiu de 1,6 bilhões e alcançou
6,1 bilhões. Não se prevê uma estabilização para o atual século, porém,
para 2050, a expectativa é de 9 bilhões de habitantes no planeta.

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24- Ao lado da perspectiva de crescimento populacional mundial, o


movimento de pessoas cruzando fronteiras como imigrantes é um
aspecto relacionado ao processo de integração global, fonte potencial de
conflitos sociais.

25- O Brasil, cujo aumento populacional é registrado no gráfico, evidencia


uma mudança no perfil de crescimento a partir da queda observada na
taxa de crescimento populacional do país, do aumento da expectativa de
vida e da diminuição da participação relativa de jovens no total da
população.

Gabarito

1. C 2. C 3. E 4. C 5. E

6. C 7. E 8. E 9. C 10. Letra E

11. Letra C 12. C 13. E 14. E 15. E

16. E 17. E 18. E 19. C 20. C

21. E 22. C 23. E 24. C 25- C

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