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+ PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS +

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA → CONVENÇÕES


CONTABILIDADE
• Objetividade: Os registros contábeis deverão ter
suporte em documentação. Deverá ser escolhida
sempre a hipótese mais objetiva (a fatura de um bem,
um laudo técnico, avaliação imobiliária).

• Materialidade: Considera-se que toda informação


contábil tem um custo e só seria válido executar esta
informação se o benefício (ao usuário do sistema)
representar um valor maior que o custo da informação
(papel, espaço, salários, etc) preparada pela
contabilidade.

• Consistência: Uma vez adotado um critério


contábil, este não deve ser alterado (manutenção da
comparabilidade).

• Conservadorismo: Antecipar um prejuízo, nunca


PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES um lucro. A contabilidade não poderá influenciar o
CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS usuário por meio de um otimismo que poderá não se
concretizar.
→ POSTULADOS E PRINCÍPIOS

• Entidade: A Contabilidade é executada e mantida


para entidade e não para os sócios. ATUALIZAÇÃO SOBRE OS
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
• Continuidade: Parte-se do pressuposto que a • Revogação da Resolução 750/1993 – CFC.
empresa tem um tempo de vida indeterminado. • Adequação ao processo convergência das Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor
• Custo Histórico: Os eventos contábeis devem ser Público (NBC TSP).
registrados pelo custo de aquisição ou fabricação. • Segundo o CFC(2016), “revogar a Resolução no
750/1993, porém, não significa que os Princípios de
• Denominador Comum Monetário: Somente deve Contabilidade estejam extintos. A revogação das
ser registrado eventos suscetíveis de avaliação resoluções visa à unicidade conceitual,
monetária. indispensável para evitar divergências na
concepção doutrinária e teórica, que poderiam
• Realização da Receita: Demonstra o momento de comprometer aspectos formais das Normas Brasileiras
se reconhecer a receita, contabilizando-a. De maneira de Contabilidade (NBCs).
geral, é o momento da transferência do bem ou
serviço para o cliente.

• Confrontação da Despesa – Competência de


Exercício: Após a identificação exata da receita, faz-
OPINIÕES SOBRE A REVOGAÇÃO DA
se um esforço de associar (confrontar) toda a despesa RESOLUÇÃO 750/93
sacrificada para obtenção daquela receita. Desta • “A revogação da Resolução no 750/1993 me deixou
comparação será obtido o resultado do período. Este muito satisfeito, porque não é bom para a
princípio explica o que se chama REGIME DE contabilidade a existência de duas Estruturas
COMPETÊNCIA: A RECEITA CONSIDERADA É A Conceituais para as mesmas entidades, ainda mais
GERADA NO PERÍODO (NÃO IMPORTANDO SE aprovadas pelo mesmo órgão. Acabou agora o meu
FOI RECEBIDA) E A DESPESA CONSIDERADA É desconforto. Desconforto que seria muito maior
A CONSUMIDA NO PERÍODO (NÃO existindo duas Estruturas Conceituais para entidades
IMPORTANDO SE FOI PAGA). comerciais e outra para entidades públicas. Assim,
acho que, com essa revogação, o CFC está agindo em Este seria o resultado ajustado, considerando a
prol da unificação de entendimentos, da inflação que o produto sofreu durante o período que
Contabilidade, da nossa classe e, inclusive, em prol da ficou estocado:
simplificação perante nossos usuários. Só tenho a
parabenizar o Conselho Federal.” Eliseu Martins, DRE
professor da Universidade de São Paulo (USP).
Receita – R$ 6.500,00
(-) CPV (5.000 + 10%) - R$ 5.500,00
(=) Lucro Bruto – R$ 1.000,00
PRINCÍPIO DA
COMPETÊNCIA X CUSTOS
DRE S/ Ajuste Ajustada
→ PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL/CUSTO HISTÓRICO: Receita R$ 6.500,00 R$ 6.500,00
• O Princípio do Registro pelo Valor Original (-) CPV R$ 5.000,00 R$ 5.500,00
determina que os componentes do patrimônio devem
ser inicialmente registrados pelos valores originais das (=) Lucro Bruto R$ 1.500,00 R$ 1.000,00
transações, expressos em moeda nacional. Tal
procedimento é adotado na maioria dos países, sendo
base para mensuração e elaboração das demonstrações Temos um lucro ilusório de R$1.500,00 pois o nosso
contábeis das entidades. produto se valorizou. Portanto, nosso lucro real foi de
• Em economias inflacionárias, o uso do custo R$ 1.000,00.
histórico provoca distorções, não mostrando o seu
valor atual de reposição do estoque, nem o valor ► Imagine agora que no outro ano a empresa fosse
histórico inflacionado assim como o seu valor de produzir aquele mesmo produto, gastasse R$ 5.800,00
venda, deixando de considerar variação de preços do (custo de reposição). Apuraríamos então este
período. resultado:
• Sustenta-se o problema da inflação por meio do
conceito de que não é possível comparar valores em DRE
diferentes momentos do tempo. Receita – R$ 6.500,00

• Exemplo do Impacto do Custo Histórico na (-) CPV – R$ 5.800,00


Contabilidade de Custos: (=) Lucro Bruto – R$ 700,00

► Imagine que uma empresa tenha produzido um Ou seja: caso a empresa produzisse e vendesse esse
produto A ao custo de R$ 5.000,00, porém, a empresa produto hoje, ao preço de R$ 6.500,00, ela teria um
conseguiu vendê-lo posteriormente ao preço de R$ lucro de R$ 700,00.
6.500,00. Apuraríamos então este resultado:
DRE
DRE
Receita – R$ 6.500,00
Receita – R$ 6.500,00
(-) CPV – R$ 5.800,00
(-) CPV – R$ 5.000,00
(=) Lucro Bruto Operacional – R$ 700,00
(=) Lucro Bruto – R$ 1.500,00
(+) Ganho de Estocagem – R$ 300,00
Aqui temos quanto custou produzir esse produto, (=) Lucro Bruto Total – R$ 1.000,00
contudo, sabemos que ocorrem variações nos preços
devido à inflação. O simples fato da empresa estocar o produto fez com
que seu custo ficasse em R$ 5.500,00, contra os
Supondo que a inflação neste período tenha sido de R$5.800,00 de custo de reposição caso ela o
10%, o produto, que ficou estocado, também sofreu produzisse hoje.
uma inflação no seu valor.
► Imagine agora que no outro ano a empresa fosse
produzir aquele mesmo produto, gastasse R$ 5.800,00
(custo de reposição). Apuraríamos então este
resultado: → PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
(REALIZAÇÃO DA RECEITA)
DRE • Reconhecimento contábil do resultado (lucro ou
prejuízo) apenas quando da realização da receita. E
Receita – R$ 6.500,00 ocorre a realização da receita, em regra, quando da
(-) CPV – R$ 5.800,00 transferência do bem ou do serviço para terceiros.
(=) Lucro Bruto – R$ 700,00 • Indústrias só reconhecem o resultado obtido em sua
atividade quando da realização da receita, ou seja, no
momento em que há a transferência do bem elaborado
Ou seja: caso a empresa produzisse e vendesse esse para o adquirente. Com isso, a Contabilidade de
produto hoje, ao preço de R$ 6.500,00, ela teria um Custos, no contexto da Contabilidade Financeira,
lucro de R$ 700,00. também não pode apurar resultado antes desse
instante e, no máximo, pode servir como ferramenta
DRE para previsão. Do ponto de vista econômico, o lucro já
Receita – R$ 6.500,00 surge durante a elaboração do produto
(FINANCEIRO X ECONÔMICO).
(-) CPV – R$ 5.800,00 • Exceções, ocorrem em casos como o da construção,
(=) Lucro Bruto Operacional – R$ 700,00 produção de bens e serviços, projetos realizados sob
(+) Ganho de Estocagem – R$ 300,00 encomenda, que demandam longo prazo e que,
excepcionalmente, têm sua receita reconhecida antes
(=) Lucro Bruto Total – R$ 1.000,00 da entrega para terceiros; consequentemente, também
seus custos serão transformados em despesas antes
Os $300,00, trata-se de um resultado totalmente desse momento.
indisponível se a entidade pretende continuar na • Em serviços, existem dois tipos básicos de
atividade, já que esse ganho de estocagem de $300,00 transferências: numa só vez, ao final de sua
é necessário à reposição do item vendido. Portanto, execução, ou paulatinamente. Em serviço executado
para manter no estoque o mesmo item que havia antes e entregue numa única vez, os custos relativos ao
da venda, o resultado com que pode contar é mesmo trabalho são estocados para reconhecimento como
$700,00. Logo, esse é seu verdadeiro resultado despesas tão-somente por ocasião do reconhecimento
operacional. da venda e na hipótese de transferência contínua de
serviços praticamente não há estocagem dos custos, já
que estes passam imediatamente à condição de
► Conclusão: despesas.
✓ Contabilidade vai reconhecer o lucro contábil de
R$ 1.500,00.
✓ Legislações societária e fiscal ainda precisam → PRINCÍPIO DA
evoluir nesse assunto. Logo, empresas são obrigadas a PRUDÊNCIA/CONSERVADORISMO
trabalhar com sistemas paralelos à contabilidade • O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
oficial para manter suas informações de custos (e menor valor para os componentes do ATIVO e do
outras) em valores efetivamente utilizáveis para fins maior para os do PASSIVO, sempre que se
gerenciais. apresentem alternativas igualmente válidas para a
✓ Corrigir-se o custo histórico pelo índice de inflação quantificação das mutações patrimoniais que alterem
não é abandonar-se o custo histórico como base de o patrimônio líquido.
valor. É manter-se o custo histórico, mas abandonar-se • Se houverem dúvidas sobre a classificação de algum
uma moeda altamente inflacionada que não tem valor gasto entre custo ou despesa, ele deve ser
para comparações no tempo. considerado despesa, impactando o resultado e não o
estoque do produto.
• *O uso desse princípio deve ser feito com bom-
senso. A alocação de gastos como despesas devem ser
feitas quando houverem dúvidas reais sobre sua
classificação.
ITENS QUE CHAMAM ATENÇÃO EM
CUSTOS, SEGUNDO ELISEU MARTINS
(2003)
CONSISTÊNCIA OU UNIFORMIDADE
✓ Encargos financeiros/juros e a aquisição de fatores
• Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos de produção.
para os mesmos itens, tanto de um período para outro.
Em suma, significa que a alternativa adotada deve ser ✓ A separação na prática entre custos e despesas.
utilizada sempre, não podendo a entidade mudar o
critério em cada período. Quando houver interesse ou ✓ Gastos com pesquisa e desenvolvimento.
necessidade dessa mudança de procedimento, deve a
empresa reportar o fato e o valor da diferença no lucro ✓ Onde terminam os custos de produção.
com relação ao que seria obtido se não houvesse a
quebra de consistência, considerando a mesma ✓ Uso de instalações, equipamentos e mão de obra da
entidade que reporta a informação, quanto para um produção para executar outras atividades.
único período entre entidades.
• Para a apropriação de inúmeros custos de ✓ Gastos dentro da produção que não são custos.
industrialização, há a necessidade de adoção de
critérios escolhidos entre várias alternativas ► Explicações:
diferentes. Sendo assim, se a empresa adota o PEPS
para avaliar o estoque deve mantê-lo no próximo ✓ Os juros pagos sobre esses financiamentos são
período, se adota o critério horas-máquina para rateio considerados despesas e devem ser lançados
de custo indireto no período tal critério deve ser diretamente no resultado (PROCESSOS DE
mantido, pois a sua mudança no período pode PRODUÇÃO LONGOS – ATENÇÃO).
provocar alterações no valor dos estoques e nos
resultados. ✓ Se os gastos forem irrelevantes quando
comparados ao gasto total da empresa, eles devem ser
considerados totalmente como despesas. Além disso,
se os gastos forem relevantes mas, em uma divisão, a
MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA maior parte for alocada como despesa, então, todo o
gasto deve ser considerado como despesa (OBS:
• Segundo a regra, ela desobriga de um tratamento ÁREA ADM X AREA INDUSTRIAL).
mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetário é
pequeno dentro dos gastos totais. ✓ Todos os gastos envolvidos até que o produto esteja
• A materialidade é um aspecto de relevância pronto para a venda são custos e, após isso, despesas.
específico da entidade baseado na natureza ou na
magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a ✓ Existem duas possibilidades de reconhecimento:
informação está relacionada no contexto do relatório. todos os gastos são lançados no resultado da empresa
• Em caso de itens de valor irrisório, deve-se adotar ou todos os gastos são lançados como investimentos
um tratamento contábil menos rigoroso. para serem distribuídos aos bens e serviços quando
• Exemplo: Uma empresa compra um produto para estes forem produzidos. No entanto, se esse processo
lubrificar as máquinas do setor de produção. Como resultar em um insucesso, então todos os gastos
seu custo é irrelevante, ele pode ser alocado no alocados no ativo deverão ser lançados no resultado.
período, mesmo que a empresa não o utilize todo o
produto.

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