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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Educação e Comunicação

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria 2º ano, Pós-Laboral

Empréstimos Bancários

Discentes:
Denise Borges
Dilenia Alexandre
Iracema Katar Sulemane
Lázio Teixeira Brito

Docente: Leonardo Muteia.

Nampula, abril de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Educação e Comunicação

Empréstimos Bancários

Trabalho de caracter avaliativo da


Cadeira de Inglês Técnico, Leccionada
no 2º ano do curso de Contabilidade e
Auditoria, pelo docente Leonardo
Muteia.

Discentes:
Denise Borges
Dilenia Alexandre
Iracema Katar Sulemane
Lázio Teixeira Brito
Nampula, abril de 2022
Índice

Introdução..................................................................................................................................4

Empréstimos Bancários..............................................................................................................5

Sistemas de Amortização...........................................................................................................5

Tipos de Sistemas de Amortização............................................................................................6

Exemplo de aplicação da Tabela Price...................................................................................7

Sistema de Amortização Constante........................................................................................7

Exemplo de aplicação do sistema de amortização constante.................................................8

Sistema de Amortização Crescente– SACRE........................................................................8

Sistema de Amortização Americano....................................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................12

Referências bibliográficas........................................................................................................13
Introdução
O presente trabalho no âmbito de um trabalho em grupo a que fomos submetidos pelo
docente da cadeira, aborda sobre o tema Empréstimos Bancários, que segundo Costas e Alves
(2008) são fundamentalmente concedidos através da celebração de um contrato de mútuo
entre a empresa e o Banco.

De acordo com (Samanez, 2008), Um empréstimo bancário é um contrato entre o cliente e a


instituição financeira pelo qual o primeiro recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao
banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados.

Este trabalho aborda sobre a amortização que (Samanez, 2008) se refere a mesma como um
processo financeiro caracterizado pelo pagamento de parcelas progressivas para o abatimento
de dívidas ou obrigações, com isso, após o término do prazo que foi estabelecido, toda a
dívida deve ter sido liquidada.

As partes constituintes do presente trabalho compreendem, introdução, desenvolvimento e


conclusão.

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Empréstimos Bancários
Segundo Matias (2004), um empréstimo, ou mútuo, é um contrato pelo qual uma entidade
coloca à disposição de outrem, temporária ou definitivamente, uma certa importância,
obrigando-se esta a restituir o capital recebido, bem como o preço de uso desse capital, o
juro.

A entidade que cede (empresta) o capital designa-se por mutante e fica com o direito de
receber o capital emprestado bem como os juros vencidos; a entidade a quem é cedido
(emprestado) o capital designa-se por mutuário e fica com uma dupla obrigação;

- Restituição do capital recebido como empréstimo (reembolso);

- Pagamento dos juros pela utilização desse capital.

Um empréstimo bancário é um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual o


primeiro recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado,
acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação
específica. (Samanez, 2008).

Os empréstimos bancários são fundamentalmente concedidos através da celebração de um


contrato de mútuo entre a empresa e o Banco. Costas e Alves (2008)

Entre as cláusulas que costumam fazer parte destes contratos destacam-se:

a) A indicação da quantia exacta do empréstimo;

b) O prazo e as condições de utilização e de reembolso;

c) A taxa de juro e as datas em que os juros serão pagos (em geral os juros são pagos
postecipadamente);

d) A indicação das garantias concedidas pela empresa (fianças, hipotecas, penhoras, etc.) em
garantia do cumprimento das cláusulas constantes do contrato de empréstimo.

Sistemas de Amortização
Samanez (2010), se refere a amortização como um processo financeiro caracterizado pelo
pagamento de parcelas progressivas para o abatimento de dívidas ou obrigações, com isso,
após o término do prazo que foi estabelecido, toda a dívida deve ter sido liquidada. Ainda
segundo o autor as parcelas serão equivalentes ao somatório de duas partes: a amortização,

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que corresponde ao pagamento efetuado do principal emprestado, e os juros, que irão
corresponder aos saldos do empréstimo ainda não amortizado.

Samanez (2010), também comenta sobre o termo “carência”, ele se refere ao período que vai
desde a data que o empréstimo foi concedido até a data que será paga a primeira prestação, é
interessante saber também que a ocorrência do período de carência não é uma
obrigatoriedade nos sistemas de amortização, ela pode ou não ocorrer.

Veras (2001), enfatiza os diferentes tipos de sistemas de amortização que são


disponibilizados nas instituições financeiras, exemplificando alguns mais comuns como o
sistema PRICE, e o denominado sistema americano. A autora lembra também daqueles tipos
de sistemas que não tem uma denominação própria, tendo um maior esclarecimento sobre
suas particularidades nos contratos de empréstimos.

Tipos de Sistemas de Amortização


A amortização é um processo financeiro pelo qual uma dívida ou obrigação é paga
progressivamente por meio de parcelas, de modo que ao término do prazo estipulado o debito
seja liquidado. Essas parcelas ou prestações são a soma de duas partes: a amortização ou
devolução do principal emprestado e os juros correspondentes aos saldos do empréstimo
ainda não amortizado.

Prestação = amortização + juros

Essa separação permite discriminar o que representa a devolução do principal (amortização)


daquilo que representa o serviço da divida (os juros). É importante para as necessidades
jurídico-contábeis e para a análise de investimentos, em que os juros, por serem dedutíveis
para efeitos tributáveis, tem um efeito fiscal.

Em seus estudos discorre sobre o sistema de amortização Francês, que teve seu nome
originado pelo fato da utilização de tal método ter sido primeiramente utilizado na França. O
funcionamento do sistema é abordado pelo autor, no qual a liquidação da dívida se dá através
de pagamentos do principal em parcelas iguais, periódicas e sucessivas, os juros serão
decrescentes devido ao fato deles serem calculados em função do saldo devedor, que também
irá diminuir ao longo do tempo com o pagamento das parcelas, o que ocasiona na verificação
da ocorrência de amortizações do principal crescente (Samanez, 2010).

Faria (2000), em sua obra mostra um tipo de sistema de amortização que é um caso particular
do sistema de amortização Francês, esse método é a chamada tabela PRICE, que tem esse

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nome em homenagem ao economista inglês Richard PRICE, nesse sistema a prestação é
mensal. Como a apresentação da taxa de juros é dada por ano na maioria dos casos, ocorre o
cálculo para se encontrar o valor dos juros mensal proporcional.

Exemplo de aplicação da Tabela Price

N Pagamentos Juros Amortização Saldo Devedor


0 - - - 100.000,00
1 31.547,08 10.000,00 21.547,08 78.452,92
2 31.547,08 7.842,29 23.701.79 54.751,13
3 31.547,08 5.475,11 26.071,97 28.679,16
4 31.547,08 2.867,92 28.679,16 0,00
TOTAL 126.188,32 26.188,32 100.000,00
Fonte: Veras (2001)

Veras (2001), usa um exemplo para ficar mais fácil o entendimento da tabela PRICE, que
pode ser observado pela Tabela 1, nessa exemplificação foi concedido um empréstimo de
100.000,00 meticais que deveria ser pago pela tabela PRICE em 4 prestações mensais
postecipadas com uma taxa de juros de 10% ao mês. A autora mostrou como ocorre o
procedimento para realizar os cálculos para o preenchimento da tabela que são feitos da
seguinte maneira: Para se chegar ao valor dos juros é calculado a sua quantia a partir do saldo
devedor do empréstimo no início do período, a amortização será calculada fazendo a
subtração entre o valor da prestação e o valor dos juros respectivos, e o saldo devedor será
obtido diminuindo o valor da amortização no período sobre o valor correspondente ao saldo
devedor do período anterior.

As características que segundo Francisco (1991) definem o sistema PRICE podem ser
observadas no exemplo, sendo verificado tais pontos que confirmam o uso correto do
sistema.

• Mesma prestação em todos os períodos.

• Aumento da amortização com o passar dos tempos.

• Redução dos juros com o passar dos períodos.

• Redução do saldo à medida que as prestações são quitadas.

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Sistema de Amortização Constante
Tanto Samanez (2010) como Francisco (1991) mostram o funcionamento desse método de
amortização, que como indica o próprio nome, o valor principal será restituído em cotas de
amortizações iguais. Os autores também mostram que os juros irão decair a medida que as
prestações serão pagas, resultando em parcelas decrescentes ao longo do tempo.

Veras (2001) indica o cálculo que deve ser feito para se chegar ao valor da amortização em
cada período, mostrando que para se chegar ao valor correspondente é feita a divisão do valor
do principal pela quantidade de períodos que deve ser feito o pagamento.

Exemplo de aplicação do sistema de amortização constante

N Pagamentos Juros Amortização Saldo Devedor


0 - - - 100.000,00
1 35.000,00 10.000,00 25.000,00 75.000,00
2 32.500,00 7.500,00 25.000,00 75.000,00
3 30.000,00 5.000,00 25.000,00 25.000,00
4 27.500,00 2.500,00 25.000,00 0,00
TOTAL 126.188,32 25.000,00 100.000,00

Veras (2001) usa um exemplo demonstrado na Tabela 2 que auxilia no entendimento sobre o
funcionamento do sistema de amortização constante, no exemplo acima se tem um
empréstimo de 100.000,00 meticais que será pago pelo método SAC em quatro prestações
mensais com a incidência de uma taxa de juros de 10% ao mês. A autora indica então os
seguintes pontos que foram observados no exemplo que evidenciam o correto uso do Sistema
de Amortização Constante, sendo eles:

• Mesma amortização em todos os períodos.

• Redução dos juros e prestações com o passar dos períodos.

• Diminuição linear do saldo devedor até chegar a zero, devido ao fato da amortização ser
constante.

Sistema de Amortização Crescente – SACRE


O SACRE é baseado no SAC e o no PRICE, sendo que a prestação é igual à média aritmética
calculada entre as prestações desses dois sistemas, nas mesmas condições de juros e prazos.

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Como aproximadamente até a metade do período do financiamento as amortizações são
maiores que as do Sistema PRICE, a queda do saldo devedor é mais acentuada e são menores
as chances de ter resíduo ao final do contrato, como pode suceder no Sistema PRICE (Jobim,
2014).

“Uma das desvantagens do SACRE é que suas prestações iniciais são ligeiramente mais altas
que as do PRICE. Contudo, após a metade do período, o mutuário sentirá uma queda
substancial no comprometimento de sua renda com pagamento das prestações”. (Samanez,
2002, pág. 218).

Ao contrário do que acontece no SAC a parcela de amortização não é constante e sim


crescente, o que permite que a dívida seja paga mais rapidamente.

No SACRE, a partir de um determinado período, durante o prazo de financiamento, a


prestação tende a cair continuamente até o final do empréstimo. Exatamente por isto, o
percentual de comprometimento da renda neste tipo de mecanismo de amortização tende a ser
mais alto, em cerca de 30%, pois no decorrer do prazo do financiamento as prestações devem
cair, e com isto diminuirá o grau de comprometimento da renda.

Formula

P (1−q) 1
R1¿ an i
+ q ( n + i¿ P

Sendo:

V= Valor do Principal;

R1= valor da primeira prestação;

q = 0,5; Coeficiente variável por tipo de plano;

n = Quantidade de prestações;

i = Taxa de juros.

R= razão da progressão (correspondente ao decrescimento do valor das prestações sucessivas

Exemplo

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Calcular as prestações de um empréstimo de 200.000,00 a ser pago em quatro prestações
mensais a juros de 10% a.m fazendo variável assumir os valores q=0 (sistema Price) e
sistema Sacre q=0.5.

a) Para q=0

Primeira prestação

P (1−q) 1 200.000 200.000 200.000


R1¿ + q ( + i¿ P= = = =63.094
an i n an i an 10 % 3,16987

Razão de decréscimo das prestações:

ixP
r= q =0, as prestações são contantes
n

b) Para q= 0.5

Primeira prestação

200.000 x (1−0.05) 1
R1¿ + 0.05 ( +0.10 ¿ x 200.000=66.547
an 10 % 4

Razão de decréscimo das prestações

0.10 x 200.000
r= 0.05 = 2.500, as prestações diminuem em 2.500 ao mês.
4

Sistema de Amortização Americano


Veras (2001), aponta em sua obra as principais características desse sistema de amortização,
evidenciando que o pagamento dos juros é feito periodicamente pelo devedor, e a liquidação
do valor que foi emprestado será feito no final do prazo que foi estabelecido.

Faria (2000), atenta para um fato que os devedores costumam fazer quando suas dívidas estão
submetidas ao sistema de amortização americano, eles costumam recorrer a realização de
depósitos periódicos de parcelas constantes, com isso eles evitam maiores contratempos na
hora de ser feita a liquidação da dívida.

Faria (2000), indica também uma semelhança entre o Sistema de Amortização Americano
com o Sistema de Amortização Francês, indicada pela ocorrência de pagamentos periódicos e
constantes, de modo que o valor pago em cada período é a soma do juros, que será sempre
constante, pois ele é feito baseado no saldo devedor que sempre será o mesmo, e o valor dos

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depósitos que também devem ser constantes e equivalentes ao valor preciso para que no final
do prazo estabelecido, seja possível quitar totalmente a dívida.

Jobim (2014) no sistema americano, o mutuário pode, eventualmente, desejar formar um


fundo para o resgate do principal na data de vencimento da divida, a fim de se resguardar de
um possível default (inadimpleancia) na data de pagamento do principal, realiza depósitos
periódicos (em geral, em períodos coincidentes com os pagamentos de juros) em uma
instituição financeira que lhe pague, pelo menos, o valor da taxa de juro de empréstimo.
Assim, como o valor a ser pago na data n, VF, é igual ao valor principal, VP, podemos
utilizar a fórmula para encontrar o valor dos depósitos a serem feitos, ou seja:

VF x i
PGTO=
[(1+i n )−1]

 Na data 0, o tomado do recurso (também chamado de mutuário) recebe o valor do


financiamento, chamado Principal ou VP;

 Da data 1 até à data n – 1, paga os juros do financiamento, calculado, aplicando-se a


taxa de juro i sobre o principal, VP, ou seja, i x VP, dessa forma, como os juros são
pagos a cada período, o principal mantem-se constante até o ao fim do prazo do
financiamento, assim como o valor dos juros i x VP;
 No fim do prazo do financiamento, n, além dos juros i x VP, o mutuário reembolsa ao
credor (também conhecido como mutuante) o principal emprestado. Na data n,
portanto o mutuário paga ao mutuante i x VP + VP = VP (1 + i).
Assim, no caso do Sistema Americano, a equação Prestação = Amortização + Juros tem a
seguinte configuração:

{
i x VP , t=1, 2 ,3 ,… , n−1
Presta ç ã o t ¿
¿ VP ( 1+i ) ,t=n.

No caso especifico do nosso exemplo, se este fosse pago pelo Sistema Americano, o mutuário
teria o seguinte fluxo de pagamentos durante os cinco anos de financiamento:

Taxa de juro anual: 0,12

Valor das prestações (=juros) do ano 1 até ao ano 4 = 0,12 x $500.000 = $60.000

Valor da prestação no ano 5 = $500.000 (1 + 0,12) = $560.000

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Conclusão
Chegada a conclusão, percebeu-se que um empréstimo bancário é um contrato entre o cliente
e a instituição financeira pelo qual o primeiro recebe uma quantia que deverá ser devolvida
ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. A entidade que cede
(empresta) o capital designa-se por mutante e fica com o direito de receber o capital
emprestado bem como os juros vencidos; a entidade a quem é cedido (emprestado) o capital
designa-se por mutuário e fica com uma dupla obrigação: restituição do capital recebido
como empréstimo (reembolso) e pagamento dos juros pela utilização desse capital.

A amortização é um processo financeiro pelo qual uma dívida ou obrigação é paga


progressivamente por meio de parcelas, de modo que ao término do prazo estipulado o debito
seja liquidado. Faria (2000), em sua obra mostra um tipo de sistema de amortização que é um
caso particular do sistema de amortização Francês, esse método é a chamada tabela PRICE,
que tem esse nome em homenagem ao economista inglês Richard PRICE, nesse sistema a
prestação é mensal. Como a apresentação da taxa de juros é dada por ano na maioria dos
casos, ocorre o cálculo para se encontrar o valor dos juros mensal proporcional. Já (Samanez,
2002) explica que no SACRE, a partir de um determinado período, durante o prazo de
financiamento, a prestação tende a cair continuamente até o final do empréstimo. Exatamente
por isto, o percentual de comprometimento da renda neste tipo de mecanismo de amortização
tende a ser mais alto, em cerca de 30%, pois no decorrer do prazo do financiamento as
prestações devem cair, e com isto diminuirá o grau de comprometimento da renda.

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Referências bibliográficas
Costa, C, B & Alves, G, C (2008). Contabilidade Financeira (7ª. ed.). Lisboa, Portugal: Rei
dos Livros.

Faria, R. G. (2000). Matemática comercial e financeira.

Francisco, W. D. (1991). Matemática financeira.

Jobim, A. (2014). Matemática Financeira (com Excel) e suas aplicações. Lisboa, Portugal:
Escolar Editoria

Matias, R. (2009). Calculo Financeiro Teoria e Prática (3ª. ed.). Lisboa, Portugal: Escolar
Editoria.

Samanez, C. P. (2002). Matemática Financeira: Aplicações à análise de investimentos (3ª.


ed.). São Paulo, Brasil: Pearson Education.

Samanez, C. P. (2010). Matemática Financeira (4ª. ed.). São Paulo, Brasil: Pearson.

Samanez. P. C. (2008). Matemática financeira: Aplicações à análise de investimentos (4ª.


ed.). Brasil

Veras, L.L. (2001). Matemática financeira (4ª. ed.). São Paulo, Brasil: Atlas.

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