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Inclusão Escolar

Resumo

O presente trabalha busca através de uma breve contextualização das políticas de


direitos humanos e de inclusão. Compreender a importância da educação inclusiva,
assim como o papel do professor e da escola na garantia de efetivação destas leis,
colaborando desta maneira na manutenção dos direitos dos alunos com necessidades
educacionais especiais na rede regular de ensino.

Inclusão

A reivindicação de igualdade dentro da sociedade, em um mundo onde


todos desfrutem de autonomia de discurso, de convicções, e principalmente a
liberdade para viver sem medo. Buscando que estes direitos sejam realmente
accessíveis a todos, que nasce a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
concebido no congresso das Nações Unidas (MELO; LIRA; FACION,2009).
Segundo Melo, Lira e Facion (2009) esta vai representar um símbolo na
história dos direitos e benefícios do indivíduo e do coletivo tanto no Brasil como
no mundo. Estes serviram de modelo para os conceitos essenciais na
construção da Constituição Federal da República de 1988. O artigo 5º da CF
vai trazer que todas as pessoas são semelhantes ante a lei, não havendo
diferenciação seja qual for o caráter. Conhecida como princípios de isonomia,
ela põe em evidencia o princípio da igualdade, buscando o respeito a qualquer
diferença.
Desta maneira, a associação do princípio de isonomia com o de que a
educação deve ser acessível a todos e de forma gratuita. Fazem com que a
garantia destes sejam colocadas em evidência no dia a dia da sociedade, da
escola e seus membros. Já que nem sempre para garantir estes direitos,
tenha-se a garantia de um ensino de qualidade. Vivemos em uma sociedade
que as diferenças são resultantes das diversas desigualdade sociais e
econômicas existentes. Desta maneira, as proposições de meios de inclusão
vão visar diminuir estas desigualdades (MELO; LIRA; FACION,2009).
Assim, um dos meios de incluir todos os indivíduos, é a escola. Pensada
como um lugar que auxilia no desenvolvimento de indivíduos mais justos e
humanos, que podem contribuir para uma sociedade mais justa. Desta forma,
ela deve ter espaço para a inserção de todos os tipos de pessoas incluindo
aquelas com necessidades educacionais especiais. Para que assim estas
deixem de ser postas a margem dentro da sociedade. Desse modo, uma
escola inclusiva é fundamental para que isto ocorra (MELO; LIRA;
FACION,2009).
Desse modo, segundo Geraldo, Bonassina e Banas (2017) a inclusão
social e escolar vão ser meios de desagregar os preconceitos e passando a
garantir os direitos essenciais para uma vida plena. Ao trazer estas a luz, dar-
lhes visibilidade não deve ficar subentendido apenas colocar estas pessoas
nos debates, mas fazer a sociedade na qual este está inserido pensar sobre as
dificuldades, pensar no papel de todos na sociedade, demonstrando que é um
direito não ser visto como o diferente.
Dessa maneira, a introdução de pessoas portadoras de deficiência na
escola é revolucionária na educação. Sendo este um meio essencial para a
inclusão dos indivíduos na sociedade. Assim, a escola deve ser hábil, distinta,
democrática que deve sempre se superar ultrapassando o limite da integração
assim objetivando uma sociedade igualitária. Torna-se inclusiva vai possibilitar
a escola beneficiar os alunos como um todo, já que para tornar estas inclusiva,
mudanças devem ocorrer no ambiente escolar (FUMEGALLI,2012).
Inovações simples no campo educacional não são suficientes quando
pensamos em inclusão na escola de pessoas com deficiência. Verifica-se na
ocorrência em reconhecer que todos são diferentes, mas alguns professores
e/ou escolar muitas vezes não estão vivendo estas inclusões. Devido ao
número de alunos que ultrapassam o devido, falta de recursos para que a
escola cria meios de aperfeiçoamento de professores e funcionários entre
outros (FUMEGALLI,2012).
Para Rocha (2017) existe uma série de adversidade para os professores
no processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais,
já que devem construir inovações nas propostas de ensino, assim como devem
possuir novas perspectivas dentro de sala de aula, de forma a tornar-se um
intermediário moderador deste processo de ensino-aprendizagem.
Minetto (2008) argumenta a motivação de alguns professores sentirem-
se resistentes as mudanças. Para ele o “novo” produz vulnerabilidade e
inconstância, necessitando reorganizar-se, mudar. Desta maneira é costumeiro
que sejamos resistentes só ao que vai nos desestruturar. Assim os princípios
de inclusão ocasionam desiquilíbrio e oposição.
Desta forma, compete ao professor a busca por novos posicionamentos
e competências que venham permitir a problematização, compreensão e
intervenção em diversas circunstâncias que venham se deparar, auxiliando na
composição de propostas inclusivas, possibilitando alterações essenciais
relacionadas as possibilidades através de um novo olhar positivo para as
pessoas com necessidades especiais. Um meio disto é a instrução continuada
como proposta para a elaboração de novas propostas inclusivas, possibilitando
aos profissionais espaço para (re) pensar a prática educativa, analisando desta
forma a prática docente, com intenção de originar áreas de ponderação coletiva
atendendo o conceito de concordância das diferenças e valorização do outro
(ROCHA,2017)
Falar de necessidades educacionais especiais sugerem que exista um
empecilho na aquisição do conhecimento, propondo que os alunos com
necessidades necessitem de aptidões e atividades educacionais distintas
dentro da conjuntura escolar. Fazendo com que o sistema de ensino,
principalmente os professores, procurem acessos na oferta de recursos e
atividades apropriada a cada indivíduo, sem classifica-los em nomenclaturas
rotulativas como “deficientes” “anormais”, “ retardados” entre outros
(ROCHA,2017).
Para Coll, Palácios e Marchesi (1995), estes alunos possuidores de
necessidades educacionais especiais, apresentam determinado problema de
aprendizagem ao longo de sua instrução exigindo cuidado especifico assim
como mais recursos educacionais em comparação com seus colegas de
mesma idade.
Cabe então às escolas a adoção de meios de integração destes alunos,
tendo como objetivo uma educação igualitária e justa para todos os atores do
processo de ensino e aprendizagem. Ainda devemos pensar em integração
como sendo um meio de inclusão escolar dos alunos com deficiência,
compreendendo amplas possibilidades que vão desde classes comuns até
classes mais especificas ou escolas especiais (ROCHA,2017).
Rocha (2017) acredita que para que ocorra o processo de inclusão, as escolas
devem incluir os alunos com necessidade educacionais especiais no ensino regular, de
forma que este deve passar por uma reavaliação. Buscando o atendimento de
necessidade individuais de cada aluno, livre das peculiaridades e distinções, de forma a
adequar e estruturar o currículo e o Projeto Pedagógico da instituição de ensino,
considerando as diferenças entre as temáticas previstas e socialização de todos.
Freller et al. (2011) vão relatar que algumas medidas precisam ser
tomadas para que esta inclusão ocorra. Como precauções especiais, antes da
chegada deste aluno, primeiro existe a necessidade de analisar se a mesma
possui os requisitos para recepciona-lo, no que tange o consentimento dos
mesmos e dos pais, em relação ao projeto pedagógico da escola.
A escola inclusiva vai necessitar passar por diferentes mudanças, tanto
de grande como de médio porte. Cabendo a órgãos federais, estaduais e
municipais as mudanças de grande porte. Assim como as de pequeno, passam
aos professores, que devem buscar meios para aprimorarem sua qualificação,
para a inserção deste aluno. O papel do professor é fundamental na educação
inclusiva (ROCHA,2017).
Como este é um âmbito de estudo novo dentro da pedagogia, muitos
profissionais formados estão preocupados face as perspectivas e sistemas
sociais no que responde aos indivíduos ditos “diferentes”. Assim, desde o
século XVI, a busca no campo da educação de novos conceitos e práticas em
busca de um ensino qualificado, onde os profissionais estão envolvidos em dar
o melhor (ROCHA,2017).
Segundo uma breve analise realizada por Fernandes (2006) da
Resolução CNE/CEE nº 02/2001, ele destaca pontos em relacionados a
educação inclusiva de acordo com as necessidades:
Alunos surdos – a exigência de interpretes conhecedores da linguagem
de sinais.
Alunos com deficiência visual – exigência da existência de materiais e
recursos especializados a esta condição.
Alunos com deficiência intelectual – exigência de modificações e
adequações no currículo escolar, de forma a respeitar seu ritmo e método de
aprendizagem.
Alunos com condutas enquadradas em síndromes ou quadros
neurológicos e psiquiátricos – a exigência de apoio completo e constante, e
ainda apoio terapêutico complementar a esta educação.
Alunos com altas habilidades/superdotação – exige que os professores
construam atividades que enriqueçam, e os motivações, adequando o currículo
ou acelerando o estudo.
Segundo Aguiar (2004), um meio de inclusão destes alunos está na
criação e utilização de jogos. Já que os mesmos ajudam na aprendizagem do
aluno acionando meios de atenção que possibilite a execução das tarefas de
maneira aceitável e apropriada. E ao mesmo tempo sendo uma ação que vem
possibilitar felicidade, motivação, um meio de aumentar a concentração
permitindo uma assimilação da cultura, buscando transformações.

Conclusão

Refletir acerca dos direitos igualitários que se destinam à humanização


através do convívio social é essencial no desenvolvimento de uma sociedade
menos discriminatória e supressória. Desta forma, a criação de meios de
romper com as barreiras culturais e sociais que impossibilitam que pessoas
ditas “diferentes” sejam incluídas nos espaços sociais. E um destes espaço é a
escola regular na concepção da inclusão (GERALDO; BONASSINA;
BANAS,2017).
No Brasil, por conta da burocracia, dos governos provisórios e os
grandes casos de corrupção, os debates entre os professores e profissionais
de educação frente os problemas escolares acabam deteriorando o desejo de
conceber uma escola básica e inclusiva (GERALDO; BONASSINA;
BANAS,2017).
Ponderar uma escola inclusiva é buscar uma escola com justiça e democrática,
incluindo a todos sem discriminação, independente de raça, gênero, religião,
deficiência, entre outros grupos. Pensar em educação inclusiva é entender que a
educação é um meio importante para a socialização e inserção de indivíduos bons e que
farão diferença na sociedade. Tornando-a um lugar seguro, igualitário e democrático.

Referências

AGUIAR, João Serapião de. : Jogos para o ensino de conceitos. 4.ed.


Campinas: Papirus, 2004.
COLL, C., PALACIOS, J. & MARCHESI, A. (organizadores). Desenvolvimento
psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
FERNANDES, S. Metodologia da Educação Especial. 1ª ed. Curitiba. IBPEX,
2011.
FRELLER, Cintia Copit; FERRARI, Marian Ávila de Lima e Dias; SEKKEL,
Marie Claire (orgs.).Educação Inclusiva –percursos na educação infantil.
Itatiba,Casa do Psicólogo: 2011.
FUMEGALLI, Rita de Cassia de Avila. Inclusão Escolar: o desafio de uma
educação para todos? Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Especial: Deficiência
Mental e Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –UNIJUÍ, Ijuí, 2012.

GERALDO, Ana Paula; BONASSINA, Ana Lucia; BAZANI, Julia. Inclusão


Escolar: uma realidade inacabada. In: EDUCERE- XIII Congresso Nacional
de Educação, Curitiba, 2017.

MELO, Sandra Cordeiro de; LIRA, Solange Maria de; FACION, José Raimundo.
Políticas inclusivas e possíveis implicações no ambiente escolar. In: Facion,
José Raimundo (Org.). Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed. rev. e
atual. Curitiba: Ibpex, 2009.

MINETTO, M. F. O currículo na educação inclusiva: entendendo esse


desafio. 2ªed. Curitiba: IBPEX, 2008.

ROCHA, Artur. O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. In:


Ensaios Pedagógicos, v.7, n.2, Jul/Dez 2017.

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